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Afecções Sistema Digestivo

Clínica Médica
Elilton Sales
Afecções Sistema Digestivo
Úlceras Pépticas
A úlcera é uma ferida que pode ocorrer em diversas partes do organismo,
como na pele e no cólon (colite ulcerativa), por exemplo. Quando se fala
em úlcera, porém, quase sempre as pessoas se referem às úlceras
pépticas, isto é, às úlceras gástricas que surgem no estômago, às úlceras
do duodeno, na junção do estômago com o intestino delgado, e mesmo
às do esôfago que são mais raras.
Os ácidos estomacais, especialmente o clorídrico, são muito fortes. Num
estômago normal e saudável, sua ação restringe-se somente aos
alimentos, mas, em determinadas situações, eles podem atacar o
revestimento do trato digestivo e provocar o aparecimento de uma
úlcera que destrói a parede estomacal e do duodeno.
Estudos epidemiológicos mostraram que as úlceras podem atingir
diferentes grupos étnicos, independentemente da idade, do sexo ou da
ocupação profissional.
 
Causas
• Histórico familiar: Fatores genéticos podem justificar o
aparecimento de úlceras pépticas;
• Bactéria Helicobacter pylori: Esse micro-organismo pode atacar
a parede estomacal de pessoas com predisposição para a
doença. Erradicada a infecção, a úlcera tende a desaparecer;
• Ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios: O uso constante
desses medicamentos pode provocar o aparecimento de
úlceras;
• Estresse: Que, além de outros efeitos prejudiciais, pode
estimular a secreção de ácidos que atacam o revestimento do
estômago e do duodeno.
 
Sintomas
• Sensação de dor e/ou queimação na área entre o esterno e o umbigo
que se manifesta especialmente com o estômago vazio, pois a
ausência de alimentos para digerir permite que os ácidos irritem a
ferida;
• Dor que desperta o paciente à noite e tende a desaparecer com a
ingestão de alimentos ou antiácidos;
• Dor característica da úlcera do duodeno que desaparece com a
alimentação reaparecendo depois (ritmo dói-come-passa-dói-come-
passa-dói);
• Vômitos com sinais de sangue;
• Fezes escurecidas ou avermelhadas que indicam a presença de
sangue.
 
Cuidados
• Não fume. Fumantes estão mais propensos a desenvolver úlceras;
• Faça refeições menores, mais leves e mais próximas umas das
outras. Isso ajuda a diminuir a dor e a queimação;
• Evite chá, café, refrigerantes e bebidas alcoólicas, substâncias que
estimulam a produção de ácidos;
• Suspenda o uso de aspirina e anti-inflamatórios. Converse com
seu médico que irá indicar medicamentos menos prejudiciais à
mucosa estomacal, antiácidos que podem ajudar a diminuir os
sintomas ou antibióticos, no caso de infecção por Helicobacter
pylori;
• Procure controlar, na medida do possível, o nível de estresse a que
está exposto.
 
Hemorragia Digestiva Alta
Hemorragia digestiva alta é um sangramento na região do
esôfago, estômago, duodeno ou intestino delgado. Essa perda
de sangue pode estar relacionada a problemas nestes órgãos,
como gastrite, úlcera estomacal, úlcera duodenal, consumo
excessivo de certos medicamentos ou álcool, entre outros. A
hemorragia digestiva alta costuma ser notada quando há
vômitos com sangue, fazendo com que ele saia vermelho vivo,
ou sangue nas fezes - que acontece quando ele é digerido pelo
organismo, deixando as fezes com odor fétido característico e
cor bastante escura, com aspecto de borra de café.
A hemorragia digestiva alta costuma ser uma emergência
médica, dependendo da intensidade do sangramento, do local
e da quantidade de sangue que a pessoa já perdeu. É comum
que o paciente seja internado para tratamento.
Causas
A hemorragia digestiva alta ocorre devido a um desequilíbrio na
mucosa do esôfago, estômago, duodeno ou intestino delgado,
que faz com que ocorra um sangramento na região. São
diversas as causas desse desequilíbrio e consequente a
hemorragia digestiva alta, desde lesões gástricas como gastrite
e úlcera péptica, até o abuso de medicações, como os anti-
inflamatórios não hormonais, antitérmicos e analgésicos,
principalmente quando tomados em jejum.
Fatores de Risco
Pessoas com histórico de problemas de saúde no esôfago, estômago,
duodeno e intestino delgado podem estar mais predispostas a terem
hemorragia digestiva alta. Assim como quem faz uso de anti-inflamatórios
não hormonais por longos períodos de tempo ou sem a utilização de um
protetor gástrico em conjunto.
Dentre os principais problemas que podem acarretar na hemorragia
digestiva alta estão:
• Esofagite de refluxo
• Varizes de esôfago
• Varizes de esôfago
• Câncer
• Gastrite aguda
• Úlcera péptica hemorrágica
• Úlcera duodenal hemorrágica
• Enterite
Tratamento
O tratamento para hemorragia digestiva varia conforme a causa
da doença, podendo incluir a transfusão sanguínea, o uso de
medicamentos e em alguns casos, cirurgia.
Nos casos menos graves, o paciente poderá seguir o tratamento
em casa, mas nos casos mais graves quando há uma grande
 perda de sangue, o internamento na Unidade de Terapia
Intensiva pode ser necessário.
Sinais e Sintomas
Os sintomas da hemorragia digestiva podem variar ligeiramente
dependendo da região onde há o sangramento.
O sintomas da hemorragia digestiva alta podem ser:
• Vômito com sangue ou coágulos de sangue;
• Fezes pretas, pegajosas e muito mau cheirosas;
Quando se trata de uma hemorragia grave pode ainda haver
tonturas, suores frios ou desmaio. Caso o indivíduo apresente
estes sintomas é aconselhada uma consulta com um médico
gastroenterologista. Os exames que podem ajudar a
diagnosticar as hemorragias digestivas são a endoscopia
digestiva alta  ou a colonoscopia.
Pancreatite
Pancreatite é uma inflamação do pâncreas, que pode ser aguda
ou crônica. O consumo de álcool está diretamente associado à
maioria dos casos da doença.
Pancreatite aguda
Pode ser causada pela formação de pequenos cálculos
biliares que obstruem a porção terminal do colédoco, duto que
transporta a bile, interrompendo o fluxo das secreções
pancreáticas. Essa obstrução provoca processo inflamatório
intenso e aumento da glândula por causa do edema, ou seja, do
acúmulo de líquido em seu interior. O álcool é causa frequente
de pancreatites agudas.
Pancreatite crônica
O álcool ingerido em grandes quantidades e por tempo
prolongado determina alterações no parênquima pancreático,
caracterizadas por fibrose e endurecimento, com consequente
atrofia do pâncreas. Além disso, o principal duto pancreático
(canal de Wirsung), que mede menos de meio centímetro de
diâmetro, fica muito dilatado por causa do depósito de cálculos
formados principalmente por cálcio. Doentes com pancreatite
crônica podem ter surtos de pancreatite aguda.
 
Sinais e Sintomas
Pancreatite aguda
• Dor abdominal intensa, quase sempre de início abrupto, na
região superior do abdômen, que se irradia em faixa para as
costas;
• Náuseas;
• Vômitos;
• Icterícia (amarelamento dos olhos e da pele).
Pancreatite crônica
• Dor que aparece nas fases de agudização da doença e tem
as mesmas características da pancreatite aguda;
• Diarreia
• Diabetes, porque o pâncreas vai perdendo suas funções
exócrinas e endócrinas.
 
Tratamento
Pancreatite aguda
O tratamento é clínico, mas requer internação hospitalar, porque
o doente deve ficar em jejum e receber hidratação por soro na
veia. Como não existe nenhum medicamento capaz de
desinflamar o pâncreas, é preciso deixá-lo em repouso até que a
inflamação regrida, o que acontece em 80% dos casos.
Os outros 20% evoluem para uma forma grave da doença, com
lesão de órgãos, como pulmões e fígado, além do pâncreas. Esses
doentes podem entrar em choque e têm de ser transferidos para
a unidade de terapia intensiva. Nos casos mais graves em que
ocorre infecção e necrose da glândula, o tratamento cirúrgico é
indicado para a retirada do material necrótico.
O tratamento é clínico, mas requer internação hospitalar,
porque o doente deve ficar em jejum e receber hidratação por
soro na veia. Como não existe nenhum medicamento capaz de
desinflamar o pâncreas, é preciso deixá-lo em repouso até que
a inflamação regrida, o que acontece em 80% dos casos.
Os outros 20% evoluem para uma forma grave da doença, com
lesão de órgãos, como pulmões e fígado, além do pâncreas.
Esses doentes podem entrar em choque e têm de ser
transferidos para a unidade de terapia intensiva. Nos casos
mais graves em que ocorre infecção e necrose da glândula, o
tratamento cirúrgico é indicado para a retirada do material
necrótico.
Estomatite
Estomatite é um termo genérico para qualquer inflamação da
mucosa oral, podendo o paciente apresentar sinais, sintomas e
evolução muito diversos, devido a seus vários agentes causais
como vírus (herpes), bactérias, fungos, traumas, etc.
Os sinais e sintomas gerais são: dor, febre, mal-estar e
alterações da função oral.
O tratamento deve ser específico para cada tipo de estomatite,
por isso é necessário que o paciente seja encaminhado a um
cirurgião-dentista ou a um médico para sua avaliação e
tratamento.
Dentre os diversos tipos de estomatite, podemos citar alguns
tipos, como:
• Estomatite protética: é um processo inflamatório que se
desenvolve em pacientes que utilizam próteses totais
removíveis (dentadura) com a presença de áreas avermelhadas
no palato duro (“céu da boca”). Geralmente assintomática,
porém pode apresentar queimação, sintomatologia dolorosa,
prurido e sabor desagradável. Pode se desenvolver devido ao
uso contínuo da prótese ou por infecção por Candida1,2. Pode
ser tratada com melhoras na higienização da prótese ou em
alguns casos com o uso de medicações antifúngicas.
• Gengivoestomatite herpética primária: é causada pelo vírus do
herpes simples (HSV). A lesão é observada mais
frequentemente em crianças com idade variando entre 1 a 5
anos e em adolescentes e adultos jovens. É caracterizada por
inúmeras vesículas que rompem e formam pequenas
ulcerações, acompanhadas de febre, mal-estar, irritabilidade,
dor de cabeça e linfadenopatia regional. Pode acometer toda a
mucosa oral envolvendo os lábios e gengiva. O tratamento
pode ser dar através de utilização de aciclovir nas formas
sistêmica e tópica e com colutórios bucais anestésicos3.
• Estomatite aftosa recorrente: é caracterizada pela presença
de lesões aftosas na mucosa oral, podendo ser simples ou
múltiplas possuindo diversas causas de desenvolvimento
como deficiência nutricional, alergia a alimentos, relação
com doenças autoimunes, etc. Esses pacientes apresentam
dor e alteração das funções orais, tais como deglutir. Não há
um tratamento estabelecido para a cura das lesões, mas
tratamentos para o alívio dos sintomas e cicatrização.
Esofagite
O aparecimento da esofagite é favorecido por vários fatores,
como a obesidade, doenças autoimunes, vômitos excessivos,
dieta inadequada e consumo de álcool e cigarro. Esofagite é
uma inflamação da mucosa do esôfago, órgão muscular que
desce pelo tórax, na frente da coluna vertebral, e transporta os
alimentos da boca até o estômago.
 
Causas
As causas mais comuns da esofagite estão associadas ao
retorno ou permanência do conteúdo estomacal no esôfago,
cuja mucosa não está preparada para receber substância tão
irritante. Entre elas destacam-se:
Hérnia de hiato – provocada pelo deslocamento da parte
superior do estômago do abdômen para o tórax, através do
hiato, isto é, de uma abertura no  por onde passa o esôfago;
Incontinência do esfíncter (anel) inferior do esôfago – falha no
funcionamento da válvula cárdia localizada entre o esôfago
(que tem pressão negativa) e o estômago (com pressão
positiva). Essa válvula deveria abrir-se para a passagem dos
alimentos e fechar-se logo depois para impedir a entrada do
conteúdo estomacal no esôfago;
Defeito no clareamento do esôfago – alteração no mecanismo
de limpeza que o esôfago faz em si mesmo por meio dos
movimentos peristálticos (ondas rítmicas de contrações
musculares que empurram o bolo alimentar). Como resultado,
a secreção ácida e os alimentos permanecem mais tempo no
esôfago e agridem sua mucosa.
Fatores Risco
São fatores de risco para a esofagite:

•Obesidade e número maior de gestações, porque  as duas condições favorecem o aumento da pressão abdominal;
•Infecção por fungos, como a cândida, ou por vírus, como os do herpes e o citomegalovírus;
•Doenças autoimunes como a esclerodermia e a esofagite eosinofílica;
•Ingestão acidental, ou não, de produtos químicos cáusticos;
•Vômitos excessivos, como os que ocorrem nos casos de bulimia;
•Álcool e cigarro;
•Dieta inadequada;
•Cirurgia ou radiação na área do peito e pescoço;
•Uso prolongado de medicamentos; por exemplo, os corticoides e os anti-inflamatórios;
Sintomas
Os sintomas da esofagite são semelhantes aos do refluxo
gastroesofágico, embora possam ser mais intensos. O mais
característico é a azia ou queimação (pirose), que começa na
altura do estômago e pode atingir a garganta. Outro sintoma
importante é a dor no peito tão intensa que chega a ser
confundida com a dor da angina e do infarto do miocárdio.
Além desses dois, portadores de esofagite podem apresentar as
seguintes queixas: regurgitação, gosto amargo na boca, mau
hálito, rouquidão, dor de garganta e tosse.
Tratamento
Esofagite é uma doença que pode ser curada. O tratamento
está diretamente correlacionado com a causa específica da
enfermidade e inclui o uso de medicamentos (antiácidos,
antibióticos, antifúngicos) e mudanças no estilo de vida. Casos
mais graves podem exigir intervenção cirúrgica.
MUITO OBRIGADO!
contato@email.com.br

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