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Doenças do trato urinário inferior de cães

Cistite: inflamação da vesícula urinária


Podem ser infecciosa devido as bactérias ocorrendo uma infecção vesical. Ou não infecciosas levando
a urolitíases, neoplasia, trauma.

A infecção urinária irá ocorrer se um dos mecanismos de defesa falhar: esvaziamento completo da
bexiga, fluxo urinário livre – para eliminação de urina unidirecional; Zona de alta pressão da uretra.;
Propriedades antibacterianas da urina/ mucosa da vesícula – baixo PH, alta osmolaridade e
concentração de ureia; Produçao de anticorpos local e sistêmico.

Etiologia: a causa mais comum é a infecção bacteriana, elas alcançam o trato urinário inferior através
da:
1. via ascendente (mais comum); microbiota intestinal , trato genitourinário inferior e
microbiota cutânea.
2. Via hematógena.
3. Via linfática
4. Via descendente – rins

Bactérias: gram negativa: E coli, pseudomonas, proteus, klebissiela. Positivas: streptococus. Fungos:
cândida. Parasita: capilária e dioctophyma renale.

Fatores predisponentes: cálculo, qualquer obstrução urinária provocando estase urinária, infecção no
sistema reprodutor ou urinário; cateterizaçao uretral. Doença imunossupressiva, trauma, glicosúria,
anormalidade anatomica do trato urinário, terapia com ciclosfosfamida – induz a cistite hemorrágica.
Vesícula urinária submetida a tratamento radioterápico.

Sinais clínicos: polaquiúria ou polaciúria; disúria/ estrangúria, poliúria(felinos)- urina em locais não
apropriados; hematúria; urina com odor forte e turva; UTI afetando rins ou próstata pode causar sinais
sistêmicos como febre, letargia e anorexia. Sinais subclínicos de UTI.

Diagnóstico: é necessário saber o histórico do animal, sintomatologia clínica, manejo (acessos a


água), exame físico, palpação da vesícula urinária pode se observar: dor ou bexiga contraída
espessamento de parede ou superfície irregular. Micção pode ser estimulada mais facilmente que o
normal; cálculos podem ser detectados.

Exames laboratoriais: hemograma e bioquímica sérica estarão normais. O problema no urinário


inferior não compromete!
Urinálise: piúria (mais que 8 leucócitos por campo), hematúria, bacteriúria, alcalinúria (bactérias que
produzem uréase como: staphilococous sp e proteus). Temos que pedir urocultura e antibiograma. O
ph normal tem que estar entre 5 e 6. Essas bactérias desfaz a ureia e a transforma em amônia.

A urocultura é padrão ouro, métodos de coleta do material (cistocentese).


Finalidade: quantitativo (diagnóstico de UTI) e qualitativo – identificar o agente etiológico e
selecionar o antibiótico apropriado.

Raio x (simples e contrastado) - melhor, ultrassom, biópsia.

Diagnóstico diferencial: neoplasia e causas não infecciosas.

Tratamento: remover a causa e fatores predisponentes. Uso de antibióticos de acordo com cultura e
antibiograma (alta excreção renal).
Terapia antibiograma: tratamento mínimo de 14 dias – simples e descomplicado, porém é bom
assegurar 3 a 4 semanas para evitar prostatite.
Tratamento mínimo de 3 a 4 semanas até 5 a 8 – em casos complicados e recidivas.
Classificação da ITU complicada

 Persistente: presença da bactéria durante a antibioticoterapia. Fazemos o exame e detectamos


a mesma bactéria que foi anteriormente.
 Reincidente: mesma bactéria identificada após dias/ sem do término da antibioticoterapia.
 Reinfecção: presença de outra bactéria após meses do término da antibioticoterapia.
 Superinfecção: duas bactérias ou mais.
As duas últimas o prognóstico é ruim.

Antibióticos de amplo espectro:

Ampicilina sódica 20 – 10 mg/kg a cada 8 horas VO.


Amox mais acido clavulânico
Cloranfenicol
Sufadiazina + trimetoprim
Enrofloxaxina
Gentamicina
Ceftiofuor
Ciprofloxacino
Doxiciclina

Na ITU simples – tem duração de duas semanas, mas para evitar recidivas pode realizar de 3 a 4. É
necessário realizar cultura 5 a 7 dias após o término da antibioticoterapia.

Nos casos complicados, devemos investigar as causas predisponentes. E realizar urocultura 5 dias
após o início da antibioticoterapia, sendo negativa continuar.

Tratamento: monitorar a ITU complicada, o tratamento estende-se de 6 a 8 semanas. Depois de 5 a 7


dias antes do término da antibioticoterapia é necessário realizar cultura.

No caso da impossibilidade da correção de causas predisponentes: terapia de manutenção, após 4 a 6


meses de uso do antimicrobiano a cada 12 ou 8 horas.
Terapia profilática: a cada 24 horas, metade a um terço da dose diária recomendada com urocultura
mensal. Em caos mais graves.

Urocistolitíase – cálculos vesicais

Definição: urólitos ou cálculos são concreções de minerais que se formam no trato urinário.

Etiologia: formam-se quando a urina fica supersaturada com minerais.

Os urólitos mais comuns são; compostos de estruvita, oxalato de cálcio, urato de amônio e cistina.
Fatores de risco adicionais incluem raça, sexo, idade e dieta. Em cães e gatos a maioria dos urólitos
localizam-se na bexiga. Urólitos uretrais são comuns em machos, alojam-se próximo ao osso peniano
e levam obstrução.
Sinais clínicos: nefrólitos causam dor sub lombar e hematúria. Urólitos vesicais levam a hematúria,
polaciúria e estrangúria.
No exame físico dos urólitos vesicais – revelam parede vesical espessada com formcao móvel sólida
no lúmen ou vários produzem crepitação a palpação.

Diagnóstico: anamnese, exame físico (notamos através da palpação se a dor, líquido, sensibilidade)
exames complementares (urinálise – hematúria, leucocitúria, bacteriúria ou cristalúria)., ph urinário.
Cultura urinária, hemograma completo e bioquímica sérica, radiografia e ultrassom, lembrando que o
RX é essencial, e estimativa da composição do urólito.

Estimativa da composição do urólito: ph urinário, identificação de cristais em sedimento urinário


fresco, tipo de bactérias, densidade radiográfica e características dos urólitos, avaliação bioquímica
sérica, avaliação bioquímica urinária, raça do cao e ocorrência de urólitos em parentes próximos e
análise quantitativa dos urólitos.
Raças predisponentes: shauzes e dálmatas.

Tratamento e prevenção: medicamentoso – dissolução médica x tratamento cirúrgico (remoção).


Tratamento cirúrgico: cistotomia, uretrotomia em cães e uretrostomia em cães machos.
Técnica de urohidropropulsão de evacuação.

ESTRUVITA
Induzido por infecção, por bactérias que produzem uréase, ela quebra essa ureia da urina,
transformando em amônia, quebrando o ph da urina, favorecendo a precipitação do potássio na dieta.
Trata-se de um cálculo de fosfato de amônia e magnésio. Logo temos o ambiente adequado para a
precipitação desses minerais e formação do cálculo. Geralmente estão correlacionados a dieta seca.
Terapia antimicrobiana + dieta restrita em proteínas e magnésio e deve induzir um ph urinário ácido
durante um período de 8 a 10 semanas.
Realizamos urocultura! Acomete mais fêmeas, devido ao tamanho da uretra. Prevenção: evitar
recorrência da infeçao, verificar doenças concomitantes. Com a dieta alteramos o ph.
Desvantagens de manter uma dieta de prescrição:
 Ricas em sódio, forca o animal a consumir mais agu a/ aumenta a pressão e causa hipertensão.
 causa um desiquilíbrio proteico
há formações de estrovitas sem ter relacionamento com a bactéria, acredita que está relacionado com
problemas metabólicos e genéticos, período de dissolução médio é de 2 a 4 semanas. Prevenção:
modificação de ph urinário ácido.

OXALATO DE CÁLCIO – MAIS COMUM NA CLÍNICA


Não existe terapia de dissolução, optar por remoção cirúrgica de urólitos que causam manifestação
clínica. Eles não sofrem dissolução e não tem terapêutica. O tratamento é cirúrgico. Está relacionado
com anormalidades metabólicas, a sua formação é multifatorial. Devemos aumentar a ingestão hídrica
– dietas úmidas. Mais comum em cães machos.
Doenças concomitantes: hiperadreno corticismo devido ao excesso de cálcio, absorção intestinal dos
shnauzes. Condições que causam hipercalcúria. Esses cálculos em gatos geralmente é idiopáticos.
Há recidivas – está amis relacionado com o metabolismo do animal, do que do manejo.
Não existe terapia de dissolução, optar por remoção cirúrgica de urólitos que causam manifestação
clínica. Formação do cálculo é multifatorial. Aumentar a ingestão hídrica – dietas úmidas.
Dieta deverá ser pobre em proteína + suplementação com citrato de potássio. Diminuir a
supersaturação de oxalato de cálcio na urina. Lembrando que essa suplementação é apenas para cães.
Prevenção; dieta alcalinizante, visando manutenção do ph urinário neutro a ligeiramente alcalino e
monitoração. Devemos ajustar a dieta, e ultrassom periodicamente, a cada 6 meses.

URATO DE AMÔNIO
Associado ao desvio portossistemico- trata-se de um defeito anatômico, podendo ser visto com
ultrassom por dopler. Remocao cirúrgica dos cálculos como tratamento de escolha.
Prevenção: reparar o desvio, ou dieta alcalinizante pobre em proteínas. Esse cálculo não sofre
dissolução, sendo mecessário a remocao cirúrgica. Ph extremamente ácido predispõe a formação
desses cálculos, a dieta pobre em proteína deve ser por pouco tempo.
Comum em dálmatas, possui metabolização de prurina, aumentando a concentração de ácido graxo na
urina, levando a formação de cálculos. Em dálmatas utiliza-se para a dissolução: alopurinol – atua na
enzima que desencadeia a formação do ácido úrico + dieta alcalinizante com baixos teores de prurina.
Evitar proteínas de origem animal, durante 4 semanas.
A prevenção é com dieta alcalinizante pobre em proteínas.

CISTINA – menos comum


Comum em pastor alemão. Dissolução médica com uso de dieta alcalinizante pobre em proteínas,
durante 4 a 6 semanas + alcalinização da urina. Suplementar com carnitina e taurina. Prevenção: dieta
alalinizante pobre em proteínas e manutenção do ph urinário maior que 7,5.

É necessário uma dieta com um equilíbrio de ph.


A raçao adequada proporciona suporte nutricional balanceado.

DIETAS DE PRESCRIÇAO:

Doença do trato urinário inferior do felino

Polaciúria, hematúria, disúria periúria, estrangúria – micção inapropriada – obstrução uretral,


importância 10% das consultas, mortalidade. Em machos temos a doença na forma obstrutiva, na
fêmea é mais tranquilo. Há retenção de potássio, levando a ritmias cardíacas – hipercalemia e uremia.

Causas de obstrução – atualmente – hipercalciúria idiopática felina.

Causa idiopática inflamatória- cistite intersticial inflamatória – síndrome de pandora - Anormalidade


no uro eptélio em gatos, no sistema nervoso central e participação do eixo hipotálamo hipótese
adrenal.

Fatores de risco
Idade, machos são mais graves, a uretra peniana é estreita. Castração, sedentarismo, estresse,
hereditariedade, dieta – excesso de alimentação rica em magnésio. Recidivas até 70% dos casos.
Racao seca. Demanda mais água pela urina.
Gatos jovens problemas congênitos. Gatos adultos cistite intersticial e animais idosos geralmente é
por manejo.

Etiopatogenia

Urólitos/cristais. Maior prevalência- oxalato de çalcio / estrutiva. Machos, castrados, dietas


acidificantes/ alcalinizantes, tampões: excesso de secreção mucoproteica tubular – a reação
inflamatória é causada pelo estresse aumentando essa secreção. A infecção urinária é rara quando
comparada com cães. Cateterizaçao uretral: iatrogenia, uretrite. IRC, sondas permanentes, infecções
bacterianas, virais, mecoplásticas.

Anormalidades de esvaziamento
Diminuição do volume da urina e diminuição da frequência de micção, obesidade, caixa de areia suja
ou não disponível, sedentarismo, menor consumo de água, estresse, defeitos congênitos: divertículo
vesicais.

Realiza-se uma cistocentese, fluido, fixação da sonda, uretrostomia perineal, geralmente em casos de
animais obstruídos.

Em animais sem obstrução: usamos a dieta acidificante com cloreto de amônio 800mg/dia – no
máximo 60 dias.
Metionina- caso a raçao falhe.
Racao úmida
ATB, urocultura.
Meloxican, amitriptiline
Aumento da resposta hídrica.

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