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Incidência
Agentes etiológicos
- E. coli ocorre em mais de 80% das ITU em meninas e em menos de 40% das ITU em
meninos.
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Vias de infecção
Ascendente:
- As bactérias provêm do intestino grosso, colonizam a região periuretral e daí ascendem para
uretra e bexiga.
- Este mecanismo fisiopatogênico explica porque as meninas tem ITU mais frequentemente
por terem uretra mais curta em relação a meninos.
- Existem evidências que este mecanismo ocorra inclusive no período neonatal. Neonatos
nascidos de parto vaginal, cujas mães são portadoras de bactérias uropatogênicas no intestino,
têm probabilidade de ITU 4x maior.
Hematogênica:
- Ocorre principalmente no período neonatal determinando ITU grave, que pode evoluir com
sepse, com manifestações neurológicas, sendo que a cepa causadora de bacteremia é a mesma
da ITU em 50% dos casos.
Quadro clínico
O diagnóstico clínico no RN e pequenos lactentes é mais difícil, uma vez que os sintomas
urinários são pobres e os gerais são compatíveis com diversos quadros infecciosos, retardando
o tratamento correto. Não é raro manifestar-se somente com hipoatividade, anorexia,
regurgitação ou vômitos, distensão abdominal e íleo paralítico. Os lactentes comumente
apresentam febre, anorexia, vômitos, crescimento deficiente e alteração do habito intestinal.
Exames laboratoriais
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Sumário de urina: alterado em mais de 80 % dos casos nos primeiros surtos de ITU. Sugere
ITU a observação de estearase leucocitária e nitrito positivos, sedimento com leucocitúria,
hematúria e cilindros leucocitários, além de grumos piocitários. Leucocitúria, hematúria e
cilindrúria são sugestivas de ITU, mas não permitem seu diagnóstico definitivo. Podem
ocorrer por inflamações não relacionadas à ITU (vulvovaginite, balanopostite, virose, reação
pós-vacinal, gastroenterocolite, desidratação, manipulação instrumental ou cirúrgica do trato
urinário ou digestivo).
Urocultura: exame que confirma a ITU e sua confiabilidade depende da forma que a urina foi
coletada.
Coleta adequada:
- paciente sem controle de esfíncter: colher por punção supra-púbica (PSP) ou cateterismo
vesical. Priorizar realizar PSP se o paciente tiver fimose, balanopostite / vulvovaginite, e nos
meninos, visto que sondagem vesical é mais difícil de ser realizada em meninos.
Coleta com saco coletor tem 85% de falso positivo e não deve ser utilizado. Só valorizar
quando resultado for negativo.
- Infecção confirmada: > 100.000 UFC/ml, ou, mais recentemente, considerar > 50.000
UFC/ml
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* Sondagem Vesical (SV)
Outros exames de laboratório: HMG completo, HMC, função renal, eletrólitos, gaso venosa.
Tratamento
Deve ser iniciado precocemente de forma empírica com objetivo de resolver a infecção aguda,
prevenir complicações e reduzir o risco de dano renal.
A escolha do ATB deve ser direcionada aos patógenos mais comuns (E coli em 80% dos
casos) e na susceptibilidade antimicrobiana das bactérias da comunidade até obtenção do
resultado da urocultura.
O antibiótico oral pode ser indicado, desde que o paciente não esteja séptico e aceite a
medicação pela via oral. Os antibióticos mais usados atualmente são as cefalosporinas de 1ª e
2ª geração, sulfas e quinolônicos pela via oral, e as cefalosporinas de 3ª geração pela via
parenteral. O tempo ideal de tratamento não está bem definido e varia de 7 a 14 dias.
Esquemas curtos de tratamento ou dose única não são recomendados na pediatria.
Via oral
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- Nutrifurantoína: 6 mg/kg/dia, dividido de 6/6 ou 8/8 horas
- Sulfametoxazol e trimetropim: 8 a 10 mg de TMP /kg/dia, 12/12 horas. Não usar nos < 2
meses de vida, portadores de deficiência G6PD, porfiria e anemia megaloblástica.
- Ciprofloxacino: 20 a 30 mg / kg / dia, 12/12 horas, máx 500 mg/dose. Usar nas ITUs
complicadas, como as por Pseudomonas sp em bexiga neurogênica. Não usar nos menores de
18 meses.
Parenteral
- Amicacina: 15 mg/Kg/dia, 1x/dia (máx 1,5 g/dia) / RNPT: 7,5 a 10 mg/Kg/dia, 1x/dia
Refluxo Vesicoureteral
Quimioprofilaxia
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em lactentes). O fármaco escolhido deve ser efetivo, não tóxico e com poucos efeitos
colaterais.
Com base nos estudos até o momento, é possível dizer que a quimioprofilaxia deve ser usada
em crianças de alto risco para ITU: RVU graus III-IV, episódios de ITU recorrentes, ITU
associada à DTUI, pacientes nos quais a primeira ITU tenha sido complicada (sepse) ou que
apresentem uropatias obstrutivas complexas e pacientes com déficit imunológico.