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de Bioquímica
Material Teórico
Metabolismo de Carboidratos
Revisão Textual:
Prof. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Metabolismo de Carboidratos
• Introdução
• Respiração Celular
• Via Glicolítica ou Glicólise
• A Fermentação Láctica
OBJETIVO DE APRENDIZADO
··Conceituar respiração celular;
··Conhecer e compreender as principais etapas da respiração celular;
··Conhecer e compreender a importância da formação de ATP;
··Conceituar a fermentação;
··Exemplificar empregos tecnológicos da fermentação.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Metabolismo de Carboidratos
Introdução
Antes de começarmos a falar de metabolismo de carboidratos, você lembra o
que é metabolismo?
O catabolismo, por sua vez, envolve algumas reações que têm por função
degradar substâncias orgânicas para a obtenção de ATP, ou seja, para conseguir
energia. Diferentemente do anabolismo, o catabolismo atua fornecendo energia
para que importantes atividades possam ser realizadas, tais como movimentação,
respiração, controle da temperatura e ação do nosso sistema nervoso.
Outro termo muito comum que chamamos de metabolismo basal será estudado
em Fisiologia. É uma expressão utilizada para designar a energia mínima disponível
no nosso corpo para que ele funcione adequadamente. Essas reações devem ser
capazes de garantir, por exemplo, o bombeamento de sangue pelo coração, as
atividades normais do sistema nervoso e a respiração.
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A Molécula de ATP é Sinônimo de Energia na Célula
O trifosfato de adenosina (ATP) é uma molécula encontrada em todos os seres
vivos. O ATP armazena energia química para as atividades básicas das células
(metabolismo celular) e é formado por três grupos fosfato e uma unidade de
adenosina (adenina e ribose).
Quando ocorre a hidrólise do ATP, há a liberação de uma grande quantidade de
energia, quando é quebrado pela adição de uma molécula de água (hidrólise).
Na quebra da molécula, o grupo fosfato é removido, modificando-se a sua estrutura,
passando a se chamar ADP (difosfato de adenosina), ou seja, passa a ter apenas dois
grupos de fosfato. A remoção de um grupo de fosfato na conversão de ATP em ADP,
gera energia para a célula.
A energia fornecida pela quebra do ATP em ADP é constantemente utilizada pela
célula. Quando o fornecimento de ATP passa a ser limitado, há um mecanismo de
reabastecimento, um grupo fosfato é adicionado ao ADP para produzir mais ATP.
Esse processo é denominado de fosforilação oxidativa e ocorre no processo de
respiração celular nas mitocôndrias. A fosforilação oxidativa é uma via metabólica
que utiliza energia liberada na oxidação de nutrientes como a glicose para produzir
trifosfato de adenosina (ATP).
Dessa forma, o ATP é utilizado e gerado ao longo do processo de respiração celular,
tanto na respiração aeróbia, que ocorre na presença de oxigênio, quanto na
respiração anaeróbia e fermentação, que ocorre na ausência de oxigênio.
Respiração Celular
Para fins didáticos, podemos dividir a respiração em duas fases: a anaeróbia,
que compreende a etapa da glicólise, que ocorre sempre na ausência de oxigênio
no citoplasma das células eucariótica e procariótica, e a aeróbia que ocorre na
presença do oxigênio.
A respiração dita aeróbica, além da glicólise, divide-se em mais duas etapas:
o ciclo de Krebs que ocorre na matriz mitocondrial das células eucarióticas e no
citoplasma das células procarióticas, e a cadeia respiratória, que ocorre nas cristas
mitocondriais nas células eucarióticas (aquelas com núcleo organizado e presença
de carioteca) e próximas à face interna da membrana plasmática, nas procarióticas,
como por exemplo, as bactérias.
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UNIDADE Metabolismo de Carboidratos
Importante! Importante!
A glicose está circulante no plasma sanguíneo, que a conduz para todas as células do
corpo e podemos definir a concentração de glicose no sangue como glicemia:
• Altas concentrações de glicose no sangue: hiperglicemia;
• Baixas concentrações de glicose no sangue: hipoglicemia;
• Concentração ideal de glicose no sangue (indivíduo em jejum – 70 a 99mg/dL):
normoglicemia.
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Figura 2
Dessa forma, a glicose que está no sangue precisa entrar na célula para que a
glicólise aconteça.
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UNIDADE Metabolismo de Carboidratos
Como a via glicolítica está presente tanto nos organismos aeróbicos como nos
anaeróbicos, o ácido pirúvico formado no processo de glicólise, com a presença
de oxigênio, é usado na mitocôndria no processo de respiração celular. Caso não
haja oxigênio suficiente, o ácido pirúvico é transformado em ácido lático ou etanol
no processo de fermentação.
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Figura 3 – Esquema gráfico da respiração aeróbica animal
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
Respiração Anaeróbica
Falamos em respiração anaeróbia quando há obtenção de energia a partir de
reações químicas que não apresentam entre seus reagentes o gás oxigênio (O2). É
o caso da fermentação e da glicólise.
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H OH Lactato H H OH
CR CL
Figura 5 – Corte histológico de fibras musculares de contração rápida (CR) e de contração lenta (CL)
Fonte: Wikimedia Commons
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Desde a década de 1920, assumiu-se que, nessas situações de intenso tra-
balho muscular, quando a disponibilidade de oxigênio se torna limitada, há a
formação de ácido láctico num subproduto do catabolismo dos carboidratos no
músculo esquelético.
O ácido láctico por muito tempo foi apontado como a causa da fadiga
muscular e de câimbras após treinamentos intensos. Nos dias atuais, há ainda
muita discussão sobre o tema; na Fisiologia de esportes e em pesquisas recentes,
a fadiga é atribuída às microlesões dos sarcômeros e ao acúmulo de íons H+
liberados da hidrólise do ATP.
Dessa forma, esse tema continua sendo alvo das pesquisas, principalmente na
preparação física de atletas, em esportes.
Vamos citar dois tipos de fermentação para exemplificar a respiração anaeróbica.
Como já dito, a fermentação ocorre na ausência do gás oxigênio no citoplasma
da célula eucariótica ou procariótica.
No processo de glicólise, a glicose é degradada em substâncias mais simples,
como o ácido lático (fermentação lática) e o álcool etílico (fermentação alcoólica),
originando subprodutos.
Em ambos os processos, há um saldo de apenas duas moléculas de ATP
formadas; os processos possuem o mesmo ponto de partida: o ácido pirúvico
obtido da glicólise.
Podemos citar, ainda, outros tipos de fermentação, como a acética realizada por
Escherichia sp e Acetobacter sp.
A Fermentação Láctica
Na fermentação láctica, a glicose sofre glicólise exatamente como na fermentação
alcoólica; porém, enquanto na fermentação alcoólica o aceptor de hidrogênios é
o próprio aldeído acético, na fermentação láctica o aceptor de hidrogênios é o
próprio ácido pirúvico, que se converte em ácido láctico. Essa diferença acaba
marcando a fermentação lática por não ocorrer a liberação de CO2.
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A Fermentação Alcoólica
As leveduras e algumas bactérias fermentam açucares, produzindo álcool etílico
e gás carbônico (CO2), processo denominado fermentação alcoólica.
A fermentação alcoólica é realizada por vários tipos de micro-organismos, mas
há um que se destaca, os chamados “fungos de cerveja”, da espécie Saccharomyces
cerevisiae. Esses organismos acompanham a evolução do homem, que utiliza os
dois subprodutos da fermentação há milhares de anos: o álcool etílico, empregado
na fabricação de bebidas alcoólicas (vinhos, cervejas, cachaças etc.), e o gás
carbônico, importante na fabricação do pão, um dos mais tradicionais alimentos
da Humanidade.
Nos dias atuais, tem-se utilizado esses fungos para a produção industrial de
álcool combustível, outro setor que utiliza o processo de fermentação na produção
de combustível ecologicamente limpo e renovável.
Por esses e outros motivos, as pesquisas envolvendo o processo de fermentação
e as espécies envolvidas sempre despertam o interesse da comunidade científica
e de vários setores da indústria, seja alimentícia ou na produção de etanol como
combustível renovável movimentando grandes somas na área econômica e
alavancando progressos no setor de Biotecnologia aplicada.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Via Glicolítica ou Glicólise
https://goo.gl/dRNYv9
Vídeos
Processo Industrial de Açúcar e Etanol
https://youtu.be/Ghr98yLVoiY
Pesquisa Estuda o Uso de Microrganismos na Produção de Biocombustível no Brasil
https://youtu.be/yw9NOhVIssE
Experimento de Biologia- Fermentação Alcoólica Realizada pelo Fungo Saccharomyces Cervisiae
https://youtu.be/oy_kD3GMy8s
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Referências
CHAMPE, P. C. Bioquímica ilustrada. 3.ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
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