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Manual do Professor
VOLUME 1
Sumário
FRENTE A
UNIDADE 1
Composição química dos seres vivos.....................................................................................3
Capítulo 1 – Composição química da célula..................................................................................................................... 3
Capítulo 2 – Proteínas e enzimas.......................................................................................................................................... 6
Capítulo 3 – Ácidos nucleicos, replicação e transcrição............................................................................................... 8
UNIDADE 2
Organização celular............................................................................................................... 11
Capítulo 4 – Introdução à Citologia................................................................................................................................... 11
Capítulo 5 – Envoltórios celulares...................................................................................................................................... 14
Capítulo 6 – Citoplasma......................................................................................................................................................... 16
FRENTE B
UNIDADE 1
Biologia e origem da vida...................................................................................................... 18
Capítulo 1 – Introdução à Biologia e ao método científico........................................................................................ 18
Capítulo 2 – Características dos seres vivos e origem da vida................................................................................ 21
UNIDADE 2
Evolução biológica................................................................................................................. 23
Capítulo 3 – Evidências da evolução biológica............................................................................................................. 23
Capítulo 4 – Ideias evolucionistas de Lamarck e Darwin........................................................................................... 26
Capítulo 5 – Teoria moderna da evolução biológica................................................................................................... 28
Capítulo 6 – Formação de novas espécies..................................................................................................................... 31
FRENTE A
1
UNIDADE
Composição química
dos seres vivos
Esta primeira unidade tem como objetivo apresentar aos estudantes os componentes quí-
micos que estruturam a célula. Começa com as substâncias inorgânicas que fazem parte de
um ser vivo; o conteúdo passa pelas substâncias orgânicas principais, como as proteínas; e
finaliza abordando os ácidos nucleicos e sua importância.
As perguntas que abrem a unidade podem embasar a discussão inicial e levantar os co-
nhecimentos prévios.
ɒ Quais outras semelhanças entre os seres vivos você poderia apontar?
Resposta variável. Podem ser mencionados o metabolismo e a capacidade de gerar des-
cendentes.
ɒ A quantidade de componentes químicos é igual em todos os seres vivos?
A proporção da quantidade dos componentes é variável nos diferentes seres vivos.
ɒ Você considera ser possível existir vida sem os componentes e processos químicos?
A resposta esperada é que a ausência de componentes e processos químicos inviabilizaria
a existência de vida.
Aplicando conhecimentos
A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante as aulas e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de siste-
matização dos assuntos abordados no capítulo.
CONSOLIDANDO SABERES
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do conteú-
do estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares que proporcio-
narão aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.
Abordagem teórica
É provável que alguns conceitos ainda não tenham sido trabalhados em Química. Ao abor-
dar a construção e a composição das moléculas, busque integrar Biologia e Química, eviden-
ciando que o assunto será aprofundado posteriormente.
Ao pontuar os 20 tipos diferentes de aminoácidos compartilhados por todos os organis-
mos vivos, inclusive os vírus, destaque que essa informação será importante para a construção
de conteúdos futuros.
Neste capítulo, ainda não será abordada a etapa de tradução durante o processo de sín-
tese proteica, portanto não é necessário nomeá-la aos estudantes. Acerca da relação entre a
produção das proteínas e os ácidos nucleicos, explique aos estudantes que a sequência de
aminoácidos será determinada pelo material genético.
Ao tratar das estruturas das proteínas, é fundamental que os estudantes compreendam
que uma estrutura mais complexa depende da conformação mais simples que uma proteí-
na pode apresentar. Mostre que pequenas alterações nas sequências ou nos aminoácidos
podem gerar graves consequências para o formato da proteína e, consequentemente, sua
função.
O estudante deverá compreender que, mais do que alterar sequências de aminoácidos,
modificando de alguma forma a informação genética, fatores ambientais são capazes de mo-
dificar a estrutura das proteínas. Traga, durante a aula, exemplos de desnaturação tanto rever-
sível quanto irreversível e permita que os estudantes consigam visualizar esse conceito em
situações diárias.
Aplicando conhecimentos
A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.
CONSOLIDANDO SABERES
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do conteú-
do estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares que proporcio-
narão aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.
Abordagem teórica
No estudo do capítulo, é importante contextualizar mostrando as grandes descobertas
científicas que aconteceram recentemente.
A apresentação dos monômeros das macromoléculas – neste caso, os nucleotídeos e
seus principais componentes – pode ser realizada mostrando aos estudantes que as diferen-
tes opções de compostos resultam na construção de moléculas distintas que, por consequên-
cia, apresentam estruturas e funções biológicas bem definidas.
Após apresentar os dois tipos de ácidos nucleicos (DNA e RNA), pode ser proposta algu-
ma atividade que sistematize esse conteúdo; por exemplo, construa com os estudantes uma
tabela com as principais características que diferenciam as duas moléculas. Veja o exemplo a
seguir:
Durante a discussão da “Questão resolvida”, chame a atenção dos estudantes para o significado do sentido
5' → 3'. Esta pode ser uma oportunidade para retomar a terceira pergunta proposta no início do capítulo: “Qual o
sentido da vida?”.
Apresente para a turma os diferentes tipos de RNA, priorizando os três principais (RNAm, RNAt, RNAr), des-
tacando seus papéis e sua origem.
Para que os estudantes compreendam os processos que envolvem os ácidos nucleicos, proponha exem-
plos de sequências de bases nitrogenadas e alguns exercícios para que eles pratiquem a formação de novas
moléculas de DNA – no caso da replicação – e a formação de moléculas de RNAm – exemplificando a trans-
crição.
Ressalte para a turma a necessidade de dominar os dois processos, pois outros assuntos da unidade
dependem desse conteúdo. Não é necessário aprofundar o processo de tradução, já que a síntese proteica
será abordada mais adiante, no volume 2, capítulo 4.
No boxe “Experimento”, poderá ser observado, ao final da atividade, um emaranhado de DNA na super-
fície do recipiente. Em alguns grupos, o resultado poderá ser bem evidente, por conta da intensidade do
bochecho que pode ter possibilitado o descolamento de mais células da mucosa bucal, sendo este o material
que foi submetido à extração de DNA. Vale ressaltar que, diferentemente do que se observa na teoria, a olho
nu não é possível distinguir a dupla-hélice e tampouco se identificam os respectivos graus de compactação
que essa molécula pode apresentar. Diante do contexto da covid-19 e do risco de transmissão de outras
infecções, é recomendado que a atividade seja realizada de maneira demonstrativa utilizando a saliva do(a)
professor(a). É de extrema importância tomar os cuidados necessários durante a atividade, como o uso de
EPIs (equipamentos de proteção individual, como luvas, máscara e face shield), protocolos de biossegurança
e controle do ambiente. Recomenda-se consultar o link com informações mais aprofundadas sobre boas prá-
ticas laboratoriais e de biossegurança na seção “Para saber mais”.
Ao trabalhar o boxe “Discussão em sala”, que analisa se vírus são considerados ou não seres vivos, leve em
conta, principalmente, os processos associados ao dogma central da Biologia. Retome com os estudantes o es-
quema do dogma central para que percebam qual direção tomam os processos estudados ao longo da aula.
Então, contextualize os vírus que têm como material genético as moléculas de RNA, pois, assim, os estudantes
compreenderão que, ao incluir os vírus no conjunto dos seres vivos, o dogma central poderá sofrer algumas
alterações – por exemplo, as capacidades de algumas moléculas de RNA de replicar-se e de serem transcritas
reversamente em DNA.
Aplicando conhecimentos
A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.
CONSOLIDANDO SABERES
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios das se-
ções “Consolidando saberes” e “No Enem é assim”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compre-
ensão e a retomada do conteúdo estudado. Além disso, essas seções apresentam atividades recentes de
2
UNIDADE
Organização celular
Abordagem teórica
Neste capítulo, serão abordados apenas alguns tipos de microscópios mais relevantes para o conheci-
mento do estudante. Antes de iniciar o assunto, procure desenvolver uma prática que leve os estudantes a
observar, por meio de uma lupa (uma forma de microscópio), objetos que estejam ao seu redor e, ao longo da
aula, enriqueça-a com imagens obtidas por meio de outras técnicas e equipamentos de ampliação. Para apri-
morar o conhecimento trabalhado em sala de aula, eles poderão fazer uma pesquisa para conhecer outras
variedades de microscópios. A pesquisa poderá ser compartilhada em uma discussão coletiva.
Como sugestão para elucidar o processo de formação das células, são recomendados os vídeos produzi-
dos por pesquisadores da Universidade Harvard que buscam uma nova hipótese para explicar a forma como
se deu o arranjo entre os fosfolipídeos. Esse arranjo teria possibilitado a formação do que se acredita ter sido
a primeira célula, chamada de protocélula, com capacidade de construir, copiar e conter DNA.
ɒ A new way to think about Earth’s first cells, National Science Foundation.
Disponível em: https://www.nsf.gov/news/news_images.jsp?cntn_id=111652&org=NSF. Acesso em: 27
out. 2022.
Ao trabalhar os tipos celulares, desenvolva com os estudantes um raciocínio que lhes possibilite com-
preender o aumento da complexidade das estruturas ao longo do tempo. Nesse momento, não é necessário
entrar em especificidades a respeito das organelas componentes das células. É fundamental, porém, que os
estudantes saibam distinguir um tipo celular de outro, tendo domínio sobre as estruturas que estão presentes
ou ausentes em cada um deles. De maneira breve, e por conta das questões 4, 5 e 6 da seção “Consolidando
saberes”, é necessário que seja feita uma breve caracterização das organelas e suas respectivas funções.
Não é preciso fazê-la de forma aprofundada neste capítulo, pois isso será feito nos capítulos seguintes.
Exemplo de como pode ser realizada essa caracterização: “centríolos não são organelas membranosas e
participam do processo de divisão celular e produção de cílios e flagelos”.
A hipótese endossimbiótica, por sua vez, será retomada em outros momentos dessa coleção. No entanto,
no capítulo sobre organelas, serão apresentadas as características das mitocôndrias e dos cloroplastos que
corroboram essa hipótese.
Aplicando conhecimentos
A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do conteú-
do estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares que proporcio-
narão aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.
Referências bibliográficas
NELSON, David L.; COX, Michael M. Lehninger principles of Biochemistry. 3. ed. Nova York: W.H. Freeman and
Company, 2002.
SADAVA, D. et al. Life, the science of Biology. 9. ed. Nova York: W.H. Freeman and Company, 2009.
Abordagem teórica
Ao abordar o modelo mosaico fluido, ressalte que a fluidez é diminuída nas regiões em que
se encontram moléculas de colesterol, e, em consequência disso, a flexibilidade será alterada,
tornando a membrana mais rígida.
É muito importante que, após desenvolver com os estudantes os conceitos de hipertônico,
isotônico e hipotônico, eles saibam diferenciá-los tanto pela concentração de soluto caracte-
rística de cada tipo quanto pela concentração de solvente. Sendo assim, evidencie que, na os-
mose, o meio hipertônico tende a ganhar solvente, enquanto o hipotônico irá perder solvente.
Já na difusão, o meio hipertônico, por conter muito soluto, perde essas moléculas, enquanto
o hipotônico irá recebê-las.
No decorrer da apresentação sobre o glicocálice, é importante preparar os estudantes
para outras formas de abordagem a respeito dessa estrutura. Em algumas questões de vesti-
bulares, o que tratamos como envoltórios externos é considerado um quarto componente da
membrana plasmática, além de bicamada fosfolipídica, proteínas e colesterol.
Aplicando conhecimentos
A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-se
de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos durante
a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistematização dos
assuntos abordados durante as aulas.
CONSOLIDANDO SABERES
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do conteúdo
estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares que proporcionarão
aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.
Abordagem teórica
Durante a explicação, esclareça que a organização do citoesqueleto é a encontrada em
células eucarióticas, principalmente por serem bastante pesquisadas no meio científico.
Ao abordar o retículo endoplasmático não granuloso (liso), comente que essa organela é
responsável pela destoxificação do organismo, por isso as enzimas e a quantidade de mem-
branas que a compõem asseguram a degradação das substâncias. Por outro lado, esse as-
pecto pode estar relacionado à dependência química, visto que em um indivíduo tolerante
ao consumo de substâncias tóxicas, o retículo endoplasmático não granuloso tende a ser
bastante desenvolvido e apresenta maior quantidade de membranas e enzimas, degradando
rapidamente grandes concentrações das toxinas que forem ingeridas por esse indivíduo. A
elevada quantidade dessas substâncias no organismo, a longo prazo, faz que a atividade de
degradação realizada pelo retículo endoplasmático não granuloso seja intensificada, tornando
o indivíduo cada vez mais tolerante e, consequentemente, dependente do consumo delas.
No encaminhamento da teoria, ao trabalhar as organelas, exceto para as mitocôndrias e
os cloroplastos, evidencie as funções desempenhadas por cada uma delas, correlacionando
suas localizações e distribuições delas dentro da célula. Para as mitocôndrias e os cloroplas-
tos, há uma unidade no volume 2 destinada à apresentação dos processos metabólicos nos
quais essas organelas são especializadas.
A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.
CONSOLIDANDO SABERES
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do conteú-
do estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares que proporcio-
narão aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.
No Enem é assim
Antes de abordar a seção “No Enem é assim”, é importante salientar aos estudantes que fiquem atentos,
pois o tema deste capítulo é recorrente no Enem, e, nos últimos anos, tem aparecido ao menos uma questão
sobre organelas em cada prova. A abordagem desse assunto no exame tem sido feita de duas formas: uma
volta à origem ou função de determinadas organelas, associando sua estrutura às teorias evolutivas que ex-
plicam seu surgimento ou descrevendo algum processo que relacione o funcionamento dessas organelas;
outra forma de abordar o tema é incentivar os estudantes a associar o funcionamento das organelas de modo
contextualizado, como aumentar a produção e a secreção de determinadas substâncias. As questões abor-
dam a competência de entender e aplicar, em diferentes contextos, os procedimentos científicos, a partir da
análise de dados apresentados em gráficos, tabelas ou imagens.
1
UNIDADE
Biologia e origem da vida
A proposta desta unidade é discutir a Biologia como ciência e as teorias sobre a origem
da vida. Por isso, vamos abordar conceitos importantes, como o método científico e a maneira
como ele foi aplicado para explicar a origem da vida em nosso planeta. Apresentaremos, ainda,
pensadores, cientistas e experimentos históricos fundamentais para a compreensão da Biologia
como ciência, bem como o entendimento de seu objeto de estudo.
A abertura da unidade contempla algumas perguntas que visam levantar o conhecimento
prévio dos estudantes sobre alguns assuntos que serão abordados no decorrer da unidade.
Assim, seguem algumas expectativas de respostas:
ɒ O que é a Biologia?
A Biologia é a ciência que estuda a vida e os processos que envolvem esse fenômeno.
ɒ Que características distinguem os seres vivos dos elementos não vivos?
A composição química, os níveis de organização dos organismos, o metabolismo, a nutrição,
a homeostase, o crescimento e a reprodução, além de aspectos relacionados a hereditarie-
dade e evolução biológica.
ɒ Quais são as principais hipóteses sobre a origem da vida no planeta Terra?
Ao longo da história da Ciência, foram construídas as seguintes hipóteses:
ɒ Teoria da geração espontânea (ou abiogênese) – acreditava-se que os seres vivos
poderiam surgir a partir de matéria sem vida, ou seja, de processos diferentes da repro-
dução – foi aceita e difundida até o final do século XIX;
ɒ Biogênese – defende a ideia de que os seres vivos podem nascer apenas da reprodução
de seres vivos preexistentes;
ɒ Evolução química – seres vivos teriam surgido a partir da evolução gradual dos compostos
orgânicos presentes no planeta;
ɒ Panspermia cósmica – os seres vivos poderiam ter surgido do espaço a partir de material
orgânico ou outros seres vivos provenientes de meteoritos ou asteroides caídos na Terra.
Abordagem teórica
A abertura busca inserir o estudante no contexto do que será estudado. Para isso, as perguntas que
seguem o texto visam instigá-lo ao pensamento científico, possibilitando que seja realizado um levanta-
mento dos conhecimentos prévios da turma. Podemos indagar ainda:
ɒ Em que áreas um biólogo pode atuar?
Entre as possíveis respostas, citam-se áreas como a educação, em que o biólogo pode atuar como pro-
fessor de Biologia, e áreas desde a Biologia Molecular, Paleontologia e Ecologia até as relacionadas à saúde
pública, como o controle de zoonoses. Por estudar todos os fenômenos ligados à vida, o campo de atuação
do biólogo é vasto, interdisciplinar e em constante expansão.
Inicie a aula discutindo o termo “biologia” e questionando os estudantes sobre o surgimento dessa área
das Ciências da Natureza. Comente que o capítulo responderá às perguntas destacadas na abertura.
Em seguida, prossiga com a descrição das etapas da metodologia científica, enfatizando sempre que o
método não é uma “receita de bolo” que deve ser seguida à risca por todos os cientistas, mas indica cami-
nhos muito comuns na produção de conhecimento científico. Além disso, é fundamental que o estudante
compreenda a diferença entre hipótese e teoria científica, a fim de evitar que erros cotidianos e o senso
comum sejam incorporados pelas Ciências da Natureza.
Em seguida, ressalte as principais diferenças entre os grupos controle e experimental, bem como a impor-
tância do uso desses grupos em experimentos biológicos.
A abordagem teórica do capítulo pode ser finalizada com a discussão dos termos “hipótese” e “teoria”,
ressaltando que são bem diferentes do ponto de vista científico; no entanto, são comumente confundidos no
cotidiano. Assim, para contextualizar, utilize o exemplo da pesquisa sobre medicamentos para que os estu-
dantes identifiquem como a metodologia científica pode ser aplicada nessa situação.
Explique como é fundamental realizar testes rigorosos antes da comercialização de medicamentos, a fim de
testar o efeito placebo de determinadas substâncias no tratamento de doenças.
Aplicando conhecimentos
A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Esses exercícios abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante as aulas e que estão disponíveis no livro do aluno. Resolva-os com a turma como uma atividade de
sistematização dos assuntos abordados no capítulo.
CONSOLIDANDO SABERES
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do conteú-
do estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares que proporcio-
narão aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.
Abordagem teórica
Inicie a aula discutindo o conceito biológico de vida para descrever as principais caracte-
rísticas presentes nos diferentes tipos de seres vivos. Sugerimos a utilização do boxe “Discus-
são em sala” para finalizar esse tópico, discutindo a natureza dos vírus e príons. Algumas das
características que aproximam ou afastam os vírus de serem considerados seres vivos são
apresentadas no texto do próprio boxe. É importante que a turma consiga identificar por que
tais características – como apresentar composição química complexa e se modificar ao longo
do tempo – podem incluir os vírus como seres vivos, ao passo que outras os distanciam de tal
classificação.
Na sequência, apresente as diferenças entre abiogênese e biogênese e descreva os
principais experimentos, como os de Francesco Redi e Louis Pasteur, que foram realizados
nessa área.
Finalize a aula apresentando à turma as principais ideias científicas sobre a origem dos
primeiros seres vivos do planeta Terra, como a panspermia cósmica e a evolução química.
Leitura extra
Origens da Vida
[...]
Enquanto é difícil encontrar um ambiente favorável à formação de aminoácidos na Terra primitiva, o
experimento de Miller se mostra amplamente operativo fora dela. Alguns meteoritos (do tipo condrito),
como o que caiu em Murchison na Austrália em 1969, contêm boa quantidade de aminoácidos (100
ppm – partes por milhão), e eles são dos mesmos tipos dos produzidos no experimento de Miller. Isso não
é de estranhar, dado que esses corpos se formaram na região dos planetas gasosos, onde o disco proto-
planetário era rico em hidrogênio. Os cometas são ricos em compostos orgânicos (50% H2O, 1% HCN, 1%
H2CO3, além de CO, CO2 e aminoácidos) e poderiam ter trazido boa quantidade de aminoácidos nas últi-
mas fases de formação da Terra. Os fragmentos pequenos, especialmente a poeira cometária, não geram
muito calor ao caírem, de modo que os aminoácidos podem ter sobrevivido à queda. Atualmente, caem
aproximadamente 40 mil toneladas/ano de poeira cometária e o fluxo deve ter sido 100-1.000 vezes
mais elevado nos primórdios da Terra. A questão ainda difícil de responder é se o aporte de aminoácidos
de fora da Terra teria sido suficiente para a origem da vida aqui.
A formação de aminoácidos é surpreendentemente fácil nos ambientes típicos do Universo, ricos em
hidrogênio molecular. Tanto que três tipos de aminoácidos simples foram detectados em nuvens interes-
telares como a nebulosa de Orion. Aminoácidos mais complexos são muito difíceis de ser identificados,
mas podem estar presentes dada a enorme variedade de moléculas complexas existentes nas nuvens
interestelares.
Não se encontrou até agora um mecanismo ou ambiente que desse conta de produzir toda a
variedade de compostos orgânicos necessários para a vida. É possível que a sopa prebiótica tenha tido
contribuições de diferentes processos ocorridos no ambiente interplanetário, na atmosfera terrestre e
nas fontes hidrotermais. Embora o problema de saber quanto cada fonte contribuiu para a sopa pre-
biótica continue em aberto, a origem abiótica de compostos orgânicos essenciais para a vida, como os
aminoácidos, está firmemente embasada em experimentos de laboratório e processos teóricos.
[...]
DAMINELI, Augusto; DAMINELI, Daniel Santa Cruz. Origens da Vida. Estudos Avançados, São Paulo,
v. 21, n. 59, p. 273-275, jan./abr. 2007. Disponível em: www.scielo.br/pdf/ea/v21n59/a21v2159.pdf.
Acesso em: out. 2021.
CONSOLIDANDO SABERES
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios da seção
“Consolidando saberes” e “No Enem é assim”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a
retomada do conteúdo estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibu-
lares que proporcionarão aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades
do país.
2
UNIDADE
Evolução biológica
Nesta unidade, o tema é a evolução biológica. A imagem escolhida para a abertura foi a
de um cavalo-marinho, que recebe o nome de dragão-marinho-folhado por apresentar uma
característica morfológica peculiar, sendo um exemplo de como os seres vivos podem man-
ter ou perder características durante o processo evolutivo. Os animais dessa espécie apre-
sentam estruturas no seu corpo que se assemelham a talos de algas, o que lhes possibilita
passar despercebidos de predadores em meio à vegetação marinha.
No decorrer dos capítulos desta unidade, a evolução biológica será abordada em seus
diversos aspectos. Para entender como o estudante vê o processo evolutivo, inicialmente,
são propostas três perguntas que têm como objetivo despertar o interesse da turma para o
conteúdo que será apresentado.
Seguem algumas sugestões de respostas que podem surgir durante essa discussão inicial:
ɒ Como surgem novas espécies no planeta?
Existem vários mecanismos que envolvem o surgimento de novas espécies e serão estu-
dados no capítulo 6, então não é esperado que os estudantes tragam as respostas para
esta pergunta, visto que esse é um assunto que não foi abordado no Ensino Fundamental.
De qualquer forma, o surgimento de novas espécies envolve os processos de isolamento
reprodutivo, e a especiação pode ser dos tipos simpátrica e alopátrica.
ɒ Por que as espécies modificam-se ao longo do tempo?
Ao longo do tempo, as condições ambientais podem se alterar. Diante das novas condi-
ções, permanecem apenas os indivíduos que apresentam características que possibilitam
a sobrevivência nessa nova realidade. Os indivíduos aptos a se reproduzir transmitem es-
sas características para os descendentes.
ɒ Quais são as principais evidências que fortalecem a teoria evolutiva?
As principais evidências são: o estudo dos fósseis, as análises de embriologia compara-
da, a detecção de estruturas vestigiais; as análises de homologia: analogia, convergência
e divergência adaptativa; a bioquímica comparada e a adaptação evolutiva: camuflagem,
coloração de advertência e mimetismo.
Abordagem teórica
Para introduzir o capítulo, explique a diferença entre fixismo e evolucionismo e esclareça as distinções de
significado do termo “evolução”, usado no cotidiano, e o termo “evolução biológica”, utilizado na Biologia. Na
sequência, apresente as principais evidências da evolução biológica das espécies. Esclareça, inicialmente, o
que são fósseis e como é o processo de fossilização. Em seguida, apresente aos estudantes a contribuição
da embriologia comparada e das estruturas vestigiais para os estudos evolutivos.
Dedique boa parte da aula ao estudo dos processos de homologia, de analogia, de convergência e de
divergência adaptativa, pois os estudantes encontrarão muitos exercícios na seção “Consolidando saberes”
que incluem esses temas. A Bioquímica comparada pode ser explicada, logo na sequência, como a ferramen-
ta atualmente mais importante nos estudos evolutivos.
Para finalizar o capítulo, mostre os fascinantes exemplos de adaptação dos seres vivos, como camuflagem,
coloração de advertência e mimetismo, indicando que se tratam de evidências da transformação das espé-
cies ao longo do tempo.
Aplicando conhecimentos
A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Esses exercícios abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante as aulas e que estão disponíveis no livro do aluno. Resolva-os com a turma como uma atividade de
sistematização dos assuntos abordados no capítulo.
Leitura extra
CONSOLIDANDO SABERES
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do conteú-
do estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares que proporcio-
narão aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.
Abordagem teórica
As ideias de Lamarck são apresentadas primeiramente, pois ele as publicou antes de
Darwin. Para explicar a evolução das espécies é importante enfatizar a contribuição das duas
leis de Lamarck: a lei do uso e desuso e a lei da transmissão dos caracteres adquiridos. Tam-
bém é necessário destacar as restrições de cada uma dessas leis, de acordo com o conheci-
mento científico atual.
Em seguida, comente sobre o cientista Charles Darwin e o grande impacto de sua principal
obra, A origem das espécies, para a comunidade científica. Logo após, seria interessante
explicar a viagem ao redor do mundo feita pelo cientista, dando destaque ao arquipélago
de Galápagos, cenário muito especial e repleto de exemplos relevantes para a construção de
sua teoria. O mais importante é explicar o significado de “ancestralidade comum”, “descen-
dência com modificações” e “seleção natural”, que são as principais ideias de Darwin sobre a
evolução das espécies. Pode-se indicar que as causas da descendência com modificações,
que não foram respondidas por Darwin, serão estudadas no próximo capítulo do livro, fazendo
uma relação entre darwinismo e teoria moderna da evolução.
Aplicando conhecimentos
A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.
CONSOLIDANDO SABERES
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios da se-
ção “Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do
conteúdo estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares que
proporcionarão aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.
Abordagem teórica
Inicie a aula retomando rapidamente a teoria proposta por Darwin, para depois seguir com o
surgimento da teoria moderna da evolução, salientando aos estudantes as contribuições que a
genética e a biologia celular fizeram para sua construção.
Na sequência, explique a eles os mecanismos evolutivos que geram e ampliam a variabili-
dade genética nas populações, ou seja, as mutações e as recombinações gênicas. Para falar de
mutação gênica, utilize como exemplo a anemia falciforme, que será retomado como modelo de
seleção natural na espécie humana logo na sequência do capítulo.
Dedique um bom tempo da aula para explicar a seleção natural e mostrar as diferenças entre
as seleções disruptiva, estabilizadora e direcional. Aqui, pode-se utilizar o melanismo industrial,
a seleção de bactérias resistentes aos antibióticos e a relação entre anemia falciforme e malária
como exemplos do processo de seleção natural, pois são bem didáticos para os estudantes e
estão relacionados aos seres humanos. Por fim, explique também a seleção sexual, realizando
comparações com os outros exemplos de seleção natural e indicando aos estudantes as principais
diferenças entre os dois processos.
Ao encerrar o capítulo, comente com os estudantes as diferenças entre seleção natural e
deriva gênica e mostre como a migração pode afetar a frequência gênica nas populações e
contribuir para a evolução biológica das espécies.
Ressalte para a turma a relação entre mutações genéticas e o câncer. É fundamental que
eles percebam que as mutações podem ser prejudiciais ao organismo, pois podem levar ao
desenvolvimento de doenças. Pode-se utilizar o exemplo do efeito dos raios UV solares (fa-
tores mutagênicos) na saúde do ser humano, citando o aumento da incidência de câncer de
pele em pessoas mais expostas a esses raios.
A seção “Aplicando conhecimentos” apresenta atividades para serem resolvidas com os estudantes. Trata-
-se de exemplos diretos da teoria estudada. Essas atividades abrangem todos os conceitos desenvolvidos
durante a aula e estão disponíveis no livro do aluno. Realize-as com a turma como uma atividade de sistema-
tização dos assuntos abordados durante as aulas.
Leitura extra
CONSOLIDANDO SABERES
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios da seção
“Consolidando saberes”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compreensão e a retomada do conteú-
do estudado. Além disso, essa seção apresenta atividades recentes de diversos vestibulares que proporcio-
narão aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais universidades do país.
Abordagem teórica
Esta aula pode ser iniciada com a discussão do conceito de espécie, indicando à turma
as principais limitações do conceito biológico de espécie, que é o mais utilizado na Biologia.
Seria interessante, neste momento, apresentar o conceito de subespécie (raça).
Na sequência, é possível explicar o isolamento reprodutivo, apontando as diferenças entre
as barreiras pré-zigóticas e pós-zigóticas. Os exemplos citados no texto podem ser utilizados
para contextualizar as diferenças entre os mecanismos, pois possibilitam uma melhor compre-
ensão das distinções entre eles.
Chame a atenção para o mecanismo de especiação alopátrica, pois é o mais utilizado
como modelo didático para especiação. Aproveite o exemplo dos esquilos, presente no livro,
para ilustrar esse tipo de especiação, pois ele é bem didático e aparece em um exercício na
seção “Consolidando saberes”.
Ressalte para a turma que a formação de novas espécies pode ocorrer mesmo sem
isolamento geográfico, como na especiação simpátrica. Seria interessante rever o exemplo
dos tentilhões da África estudado anteriormente para compreender como a seleção disrup-
tiva pode promover esse tipo de especiação. Deve-se também destacar a importância das
mutações cromossômicas na formação de novas espécies simpátricas e na produção de
variedades mais produtivas de plantas.
Comente a relação entre a ploidia e a fertilidade de um organismo. A banana é um excelente
exemplo da esterilidade apresentada por muitos organismos triploides e ilustra a teoria pre-
sente no livro sobre a formação de novas espécies por poliploidização. É importante retomar
com os estudantes que as sementes, e não os frutos, abrigam os embriões, descendentes do
cruzamento das plantas. Além disso, eles devem identificar que a triploidia não afeta a mitose,
responsável pelo crescimento da planta, mas sim a meiose, que responde pela formação das
células reprodutivas.
Leitura extra
CONSOLIDANDO SABERES
Ao final do capítulo, incentive os estudantes a realizar como atividade extraclasse os exercícios das se-
ções “Consolidando saberes” e “No Enem é assim”. Ressalte que essa tarefa é importante para a compre-
ensão e a retomada do conteúdo estudado. Além disso, essas seções apresentam atividades recentes de
diversos vestibulares que proporcionarão aos estudantes um excelente estudo para o ingresso nas principais
universidades do país.