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Jolamo Avelino Moio

Lipideos

Licenciatura em Ensino de Biologia com Habilitações em Ensino de Química

Universidade Púnguè

Tete

2022
Jolamo Avelino Moio

Estudo de Lipedeio

Trabalho de Bioquimica a ser apresentado ao


Departamento de Ciências Naturais e
Matemática,

Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia


com

habilitações em Ensino de Química, como


requisito da cadeira sub-orientação da docente.

Universidade Púnguè
Tete

2022
Índice
1. Introducao..............................................................................................................................1
1.2.Objectivos............................................................................................................................2
1.2.1. Geral.................................................................................................................................2
1.2.3. Especificos.......................................................................................................................2
1.3. Metodologia........................................................................................................................3
2. Lipideos..................................................................................................................................4
2.1.conceito................................................................................................................................4
2. Classificação e definição dos lipídeos....................................................................................4
3. Metabolismo.........................................................................................................................11
3.1. Biossíntese dos ácidos gordos...........................................................................................12
3.2. Composicao Quimoca do Leite Materno..........................................................................13
3.4. Metabolismo Tecido Nervoso...........................................................................................14
3.5. composicao quimica do plasma seminal..........................................................................14
3.5. Via das pentoses................................................................................................................15
3.6. metabolismo de ácidos graxos..........................................................................................16
3.7. jejum prolongado..............................................................................................................17
Conclusao.................................................................................................................................18
Referencia................................................................................................................................19
1. Introducao
Os lipídeos definem um conjunto de substâncias químicas derivadas de hidrocarbonos
diversificadas que, ao contrário das outras classes de compostos orgânicos, não são
caracterizadas por algum grupo funcional comum, e sim pela sua alta solubilidade em
solventes orgânicos e baixa solubilidade em água. Fazem parte de um grupo conhecido como
biomoléculas onde encontram-se distribuídas em todos os tecidos do organismo animal,
principalmente constituindo as membranas celulares e os adipócitos.

Existem ainda classes de lipídeos que, embora presentes em quantidades relativamente


pequenas no organismo, desempenham papéis cruciais como cofatores enzimáticos,
transportadores de elétrons, pigmentos fotossensíveis, âncoras hidrofóbicas para proteínas,
chaperonas para auxiliar no enovelamento de proteínas de membrana, agentes emulsificantes
no trato digestivo, hormônios e mensageiros intracelulares.
1.2.Objectivos
Descrever fenómeno complexo através do qual são produzidas pelos lipidos que
conferem especificidade a uma dada célula.

1.2.1. Geral
Falar do metabolismo lipídico que refere-se à síntese e degradação de lipídios nas
células .

1.2.3. Especificos
Descrever fenómeno complexo através do qual são produzidas os lipideos que
conferem especificidade a uma dada célula. Especificos
Falar do metabolismo lipídico que refere-se à síntese e degradação de lipídios nas
células
Representar esquemática da associação entre o ribossomo, o RNAt e o RNAm, para a
formação da proteína.
1.3. Metodologia
Para a análise e compreensão do tema em estudo, foi realizada uma pesquisa bibliográfica.
Através de fontes documentais, com o objetivo de proporcionar uma melhor compreensão do
estudo realizado, houve uma busca de informações a partir de fontes coletadas para o
desenvolvimento da pesquisa.

Leite (2008, p. 47) define a pesquisa bibliográfica:

É a que é realizada do uso de livros e de documentos existentes na Biblioteca.


É a pesquisa cujos dados e informações são coletados em obras já existentes e
servem de base para análise e a interpretação dos mesmos, formando um novo
trabalho científico.

Na visão desse mesmo autor, as técnicas mais importantes da pesquisa bibliográfica são o
levantamento e a seleção bibliográfica, a leitura e o fichário.

Assim utilizou-se dessas técnicas para uma melhor análise da pesquisa. Para o
desenvolvimento do referencial teórico, foram utilizadas fontes através de levantamento
bibliográfico, com o objetivo de discutir teorias e pensamentos dos utores clássicos sobre
ética e responsabilidade social, abordando em livros, revistas, artigos científicos e sites.

Para atingir os objetivos do trabalho, fez-se uma seleção bibliográfica das obras coletadas,
que servirá de base para a leitura. Ao iniciar a leitura, é possível conseguir as informações
sobre o tema da pesquisa. Posteriormente, os dados coletados serão analisados e interpretados
a fim de se obter um melhor resultado.
2. Lipideos

2.1.conceito
Os lipídeos são definidos por um conjunto de substâncias químicas que, ao contrário das
outras classes de compostos orgânicos, não são caracterizadas por algum grupo funcional
comum, e sim pela sua alta solubilidade em solventes orgânicos e baixa solubilidade em
água. Fazem parte de um grupo conhecido como biomoléculas. Os lipídeos se encontram
distribuídos em todos os tecidos, principalmente nas membranas celulares e nas células de
gordura. Algumas substâncias classificadas entre os lipídeos possuem intensa atividade
biológica, entre elas incluem algumas como as vitaminas e hormônios.

Os lipídeos são compostos que ocorrem na natureza. Pode-se também defini-los como
moléculas orgânicas naturais isoladas de células e tecidos por extração com solventes
orgânicos não polares. As características que melhor definem os lipídeos estão relacionadas
com sua solubilidade, pois são relativamente insolúveis na água e são solúveis nos solventes
não polares, tais como o éter, o clorofórmio e o benzeno. Gorduras e óleos são lipídeos
típicos em termos de solubilidade, mas esse fato não define realmente sua natureza química.

Químicamente, pode-se dizer que o lipídeo é uma mistura de compostos que compartilham
algumas propriedades com base em semelhanças estruturais, principalmente uma
preponderância de grupos apolares. Uma classificação que se relacione com a sua natureza
química poderia ser aquela que encaixa os lipídeos em dois grupos principais.

Caracteristicas do lipideos

Como características gerais dos lipídeos podemos citar: não se misturam em água
(solubilidade relativa); são ésteres ou substâncias capazes de formá-los; possuem funções
variadas predominando as estruturais e as energéticas (armazenamento) pois possuem baixo
estado de oxidação (altamente reduzido) com alta quantidade de energia retida em suas
moléculas.

2. Classificação e definição dos lipídeos


2.1 Classes de Lipídeos:

Os lipídeos podem ser divididos em classes da na forma de: Triaglicerol; Ácidos Graxos;
Ceras; Fosfolipídios; Esfingolipídios; Glicolipídios; Glicerofosfolipídios; Plamalogênios;
Esteroides; Terpenos; Vitaminas lipossolúveis e Eicosanóides.
2.2 Lipídeos de armazenamento

Os triacilgliceróis são lipídios formados pela ligação de três moléculas de ácidos graxos com
uma de glicerol (triácool; figura 2) através de ligações do tipo éster. São absolutamente
hidrofóbicos, sendo também chamados de "Gorduras Neutras", ou triglicerídeos.

Os ácidos graxos que participam da estrutura de um triacilglicerol são geralmente diferentes


entre si, sendo formados basicamente de ácidos carboxílicos com cadeias hidrocarbonadas de
comprimento variando de 4 a 36 carbonos (C4 a C36). Em alguns ácidos graxos, essa cadeia
é totalmente saturada não contendo ligações duplas e nem ramificações, em outros, a cadeia
contém uma ou mais ligações duplas.

Figura 2. Reação de Esterificação formando triacilglicerol

Os triacilgliceróis podem ser hidrolisados, liberando com isso ácidos graxos e glicerol
(Figura 2). Se esta hidrólise é feita em meio alcalino, formam-se sais de ácidos graxos, os
sabões, e o processo chamado de saponificação. Inclusive, sendo esse o processo de
fabricação de sabão a partir de gordura animal, em meio com hidróxido de sódio ou hidróxido
de potássio.

A principal função dos triacilgliceróis é a de reserva de energia sendo armazenados nas


células do tecido adiposo, principalmente. São armazenados em forma desidratada quase pura
fornecendo por grama aproximadamente o dobro da energia fornecida pelos carboidratos.
2.3 Ácidos Graxos

Os ácidos graxos são ácidos monocarboxílicos que se classificam de acordo com sua cadeia
lateral, seu número de carbonos e perante sua necessidade na dieta alimentar. A hidrólise dos
triacilglicerídios leva à formação dos correspondentes ácidos carboxílicos conhecidos como
ácidos graxos (Figura 3) Essas moléculas são ácidos orgânicos de cadeias lineares de
hidrocarbonetos com um grupo carboxila em uma terminação e um grupo metil na outra as
quais fornece-os uma característica anfipática em que o grupo carboxila é hidrofílico e a
cauda de hidrocarboneto oposta é hidrofóbica (figura 4).

Ácido graxo é o grupo mais abundante de lipídeos contido nos seres vivos, sendo compostos
derivados dos ácidos carboxílicos. Este grupo é geralmente chamado de lipídeos
saponificáveis, pois sua reação com uma solução quente de hidróxido de sódio produz o
correspondente sal sódico do ácido carboxílico, isto é, o sabão.

Figura 3: Hidrólise de triacilgliceróis por ação da lipase formando ácido graxo e


monoacilglicerol
Figura 4: Característica dos ácidos graxos em relação ao grupo carboxila hidrofílico e a
cauda de hidrocarboneto hidrofóbica

2.3.1 Classificação dos ácidos graxos:

Os ácidos graxos podem receber quatro tipos de classificações as quais podem ser: de acordo
com o grau de saturação da cadeia carbônica seja ela saturada ou insaturada; pelo tipo da
cadeia lateral existindo as lineares, ramificadas, cíclicas e hidroxiladas; pelo número de
carbonos da cadeia principal em que se dividem em par, impar, cadeia curta (2 a 8 carbonos),
cadeia média (9 a 14 carbonos) e cadeia longa (>14 carbonos ) e, finalmente, pela
necessidade de inclusão na dieta em que se dividem em essenciais os quais devem ser
suplementados e os não-essenciais os quais o próprio organismo animal é responsável pela
sua síntese.

As mais importantes classificações dos ácidos graxos estudadas na nutrição animal moderna
consiste do grau de saturação da cadeia carbônica (Figura 5) e da sua necessidade de inclusão
na dieta, pois diferentes formas de ácidos graxos de igual número de carbonos podem ter
efeitos distintos no organismo. Diante disso, destacamos aqui a definição das principais
classificações utilizadas, bem como a fonte de maior concentração destes componentes.

Ácidos graxos saturados: apresentam apenas ligações simples entre os carbonos na cadeia,
assim, não possuem ligações duplas e geralmente são sólidos à temperatura ambiente. A
principal fonte são as gorduras de origem animal tais como carne bovina, aves, suínos e
laticínios em geral e também alguns alimentos vegetais, como a palmeira e sua semente e
também o óleo de coco.

- Ácidos graxos insaturados: possuem uma ou mais duplas ligações (mono ou poli-
insaturados) e geralmente são líquidos à temperatura ambiente, e a dupla ligação, quando
ocorre em um AG natural, é sempre do tipo “cis”. Os óleos vegetais são ricos em AG
insaturados e quando existem mais de uma dupla ligação, estas são sempre separadas por pelo
menos três carbonos, nunca sendo adjacentes e nem conjugadas.

- Ácidos graxos monoinsaturados: apresentam apenas uma ligação insaturada entre os


carbonos. Tem como fonte os ácidos oleicos: azeite, óleo de canola, óleo de amendoim,
amendoins, nozes, amêndoas e abacate.

- Ácidos graxos poli-insaturados: São ácidos graxos que possuem duas ou mais duplas
ligações em sua composição. Existem duas principais famílias desse grupo de ácidos graxos o
ômega 3 e ômega 6. Estes têm funções ainda não muito bem conhecidas no tratamento de
muitas doenças do organismo, como por exemplo: esclerose múltipla, artrite reumatoide e
dermatite atípica, assim como na prevenção de aterosclerose.

Figura 5: Ilustração de ácidos graxos em função do grau de saturação da cadeia lateral.

- Ácidos graxos essenciais: têm como definição um ácido graxo que o organismo humano não
tem a capacidade de produzir e por isso ele se torna um nutriente obtido essencialmente pela
dieta, no caso, com a ingestão de óleos vegetais. Temos como exemplo o ácido linoléico,
ácido linolênico e o araquidônico. É um ácido graxo poliinsaturado, encontrado nos óleos de
açafrão, soja, milho, semente de algodão e de amendoim.

- Ácidos graxos cis ou trans: são nomenclaturas para diferentes posições dos hidrogênios nas
cadeias dos ácidos graxos monoinsaturados (figura 6). A forma cis provoca uma prega na
cadeia hidrocarbonada no local da dupla ligação. A forma trans tem um formato semelhante
aos ácidos graxos saturados, com a cadeia estendida. Estão presentes nas margarinas que são
preparadas na forma de hidrogenação (transformação de óleos líquidos em semissólidos e
mais estáveis), bem como nas frituras comercializadas, produtos de panificação, ricos em
gorduras e lanches salgados.

Os ácidos graxos trans no organismo humano podem tornar-se extremamente tóxicos. Deste
modo, na hidrogenação da margarina, por exemplo, há a formação abundante de ácidos
graxos trans que podem inclusive inibir enzimas importantes como a delta 6 dessaturase que
transforma o ácido linoleico em ácido gama-linolênico o qual pode ser metabolizado pelo
organismo até outros ácidos graxos essenciais de maior cadeia carbônica e poli-insaturados.
Hidrogenação é o processo pelo qual os átomos de hidrogênio são adicionados aos ácidos
graxos para torná-los mais sólidos e saturados.

Figura 6: Ilustração de isomeria cis ou trans em ácido graxo

2.3.2 Nomenclatura dos ácidos graxos

Utiliza-se uma nomenclatura simplificada para os ácidos graxos a fim de especificar o


tamanho da cadeia e o número de ligações duplas, sendo que essas informações vêm
separadas por dois-pontos. Por exemplo, o ácido oleico possui 18 carbonos e uma dupla
ligação, o que resulta na abreviação 18:1. A posição da ligação dupla também pode ser
indicada utilizando-se a letra grega delta (Δ) seguida do número do carbono em que a
insaturação se encontra.

Exemplo: se fosse um ácido graxo com uma cadeia carbônica de 18 carbonos, com duas
duplas, uma entre os carbonos 9 e 10 e a outra entre os carbonos 12 e 13, a designação seria a
seguinte: 18:2 Δ9,12, tratando-se do ácido linoleico. Lembrando que a numeração se inicia no
grupo carboxila (carbono 1). Na Tabela 2, são apresentados alguns ácidos graxos com suas
insaturações.
Tabela 2. Número de carbonos, grau de instauração e fórmula dos principais ácidos graxos de
cadeia longa.

2.3.2.1 A nomenclatura ômega

Os ácidos graxos da família ômega 3 e 6 auxiliam a diminuir os níveis de triglicerídeos e


colesterol total, enquanto que o excesso deles podem retardar a coagulação sanguínea. Eles
são ditos essenciais pois não são produzidos pelo organismo. Um erro comum é associar os
lipídeos ômegas 3 e 6 somente a uma estrutura química. Essa terminologia é associada a uma
família de ácidos graxos como no caso dos ácidos alfa-linolênico, eicosapentaenóico e
docosahexanóico, da família ômega 3 e os acidos linoleico e araquidônico da família ômega
6.

As séries ω3 e ω6 e seus derivados originam-se dos ácidos cis-linoleico e linolênico,


respectivamente. Eles não podem ser produzidos endogenamente pelos seres humanos,
devido à falta das enzimas dessaturases delta 12 e delta 15. A nomenclatura ômega (ω) é
definida segundo a numeração do carbono associada à primeira dupla ligação (3º, 6º ou 9º), a
partir do radical metila. Assim, se a nomenclatura IUPAC (International Union of Pure and
Applied Chemistry) tem como referência o radical carboxila a nomenclatura ômega se baseia
na extremidade oposta.

O ácido linoleico (ω6), ilustrado na Figura 7, está presente de forma abundante nas sementes
de vegetais e nos óleos que elas produzem como o óleo de milho, açafrão, algodão, soja e
girassol. O ácido linolênico (ω3) que também está presente em alguns óleos vegetais, ainda
que em menor proporção que o ácido linoleico é encontrado em castanhas e sementes de
linhaça. Já os óleos de peixe e marisco são ricos em ácido docosahexaenóico (DHA) e ácido
eicosapentanóico (EPA), derivados do ω3. Além de possuírem alto valor energético, os
ácidos graxos essenciais têm grande importância na nutrição clínica devido a seu papel
farmacológico no sistema biológico animal.

Eles participam de reações inflamatórias, estão diretamente relacionados à resistência


imunológica, distúrbios metabólicos, processos trombóticos e doenças neoplásicas. Por outro
lado, os ácidos graxos poli-insaturados, por possuírem em sua estrutura química as duplas
ligações, são alvos preferenciais à peroxidação lipídica, podendo resultar em radicais livres
lesivos aos tecidos.

2.4 Lipídeos estruturais de membrana

Os glicerofosfolipídeos, também chamado de fosfoglicerídeos, são os mais importantes


fosfolipídios de membrana e ocorrem em praticamente todos os seres vivos. Como são
anfifílicos, também são capazes de formar pseudomicrofases em solução aquosa e sua
organização, entretanto, difere das micelas. Os fosfolipídios se ordenam em bicamadas,
formando vesículas. Estas estruturas são importantes para conter substâncias hidrossolúveis
em um sistema aquoso - como no caso das membranas celulares ou vesículas sinápticas. Mais
de 40% das membranas das células do fígado, por exemplo, são compostas por fosfolipídios,
e envolvidos nestas bicamadas encontram-se outros compostos como proteínas, açúcares e
colesterol.

3. Metabolismo
Quílomícrons: Maiores partículas. Transportam a gordura e o colesterol da
alimentação, do intestino delgado para a periferia. Na corrente sanguínea, os
triglicerídeos nos quilomícrons são hidrolisados pela lipase lipoproteíca.
Lipoproteínas de Densidade Muito Baixa (VLDL): São sintetizadas no fígado para
transportar triglicerídeos endógenos e colesterol. 60% desta partícula são
triglicerídeos.
Lipoproteínas de Densidade Intermediária (IDL): São formadas com o catabolismo do
VLDL e são precursoras do LDL.
Lipoproteínas de Baixa Densidade (LDL): São os transportadores primários de
colesterol no sangue. Consequentemente, o Colesterol Total e a LDL – Colesterol
estão altamente correlacionados.
Lipoproteínas de Alta Densidade (HDL): Contêm mais proteínas do que qualquer
outra lipoproteína. A teoria mais aceita para o efeito antiaterogênico do HDL é que
ele está envolvido no transporte do colesterol em excesso das membranas para as
lipoproteínas ricas em triglicerídeos, que são então removidas por receptores no
fígado. Este é o processo de transporte de colesterol reverso, que ajuda o organismo a
livrar-se do colesterol e previne o acúmulo de lipídios na parede arterial. Nas análises
clínicas laboratoriais, normalmente usa-se a fórmula: LDL – C = (Colesterol Total) –
(HDL - C) – (TG/5), pois algumas vezes não é quantificado o LDL-C diretamente,
principalmente quando TG < 400g/dl.

3.1. Biossíntese dos ácidos gordos


Os lípidos apresentam diversas funções, nomeadamente, armazenamento de energia e
principais constituintes das membranas celulares. Outros lípidos são utilizados como
pigmentos, cofatores, detergentes, transportadores, hormonas, mensageiros intra- e
extracelulares, entre outros. A síntese de lípidos é uma sequência de reações endergónicas e
redutoras, tal como acontece com outras vias biossintéticas. Por isso, utilizam ATP como
fonte de energia e um transportador eletrónico reduzido como redutor, o NADPH, por
exemplo.

Os ácidos gordos são os principais componentes dos triacilgliceróis e dos fosfolípidos. A


biossíntese e o catabolismo de ácidos gordos ocorrem por vias diferentes, são catalisadas por
diferentes conjuntos de enzimas e ocorrem em locais diferentes da célula. Geralmente, o
catabolismo dos ácidos gordos dá-se nas mitocôndrias. A biossíntese de ácidos gordos
realiza-se no citoplasma dos eucariontes superiores, e nos cloroplastos no caso das plantas.

A enzima acetil-CoA carboxilase catalisa a síntese de malonil-CoA a partir do acetil-CoA.


Durante esta reação, o grupo bicarbonato é transferido para a biotina (grupo prostético da
enzima) numa reação dependente de ATP. Este grupo formado serve como um transportador
transiente de CO2, que é depois transferido para o acetil-CoA de forma a produzir malonil-
CoA. A formação da cadeia longa de carbonos dos ácidos gordos inclui uma sequência/ ciclo
de quatro passos. Cada grupo malonil e acetil é ativado por um tioéster que os liga ao
complexo multienzimático sintase dos ácidos gordos. A condensação de um grupo acetil
ativado e dois carbonos derivados do malonil-CoA (com eliminação de CO2 do grupo
malonil) estende a cadeia em dois carbonos. O produto β-ceto desta condensação é então
reduzido nos próximos passos: primeiro é reduzido para um álcool, depois a eliminação de
uma molécula de H2O cria a ligação dupla, e essa ligação dupla é também ela reduzida para
formar o grupo acil saturado.
O complexo multienzimático sintase dos ácidos gordos catalisa todas as reações da síntese do
ácido palmítico, em mamíferos. Antes de as reações de condensação começarem, os dois
grupos tiol no complexo enzimático têm de ser ligados aos grupos acil. Primeiro, o grupo
acetil da acetil-CoA é transferido para o grupo SH da cisteína da β-cetoacil-ACP sintase,
numa reação catalisada pela acetil-CoA-ACP transacetilase. Em segundo lugar, a
transferência do grupo malonil do malonil-CoA para o grupo SH da proteína ACP é
catalisada por malonil-CoA-ACP transferase, que também faz parte do complexo. Neste
complexo sintase carregado, os grupos acetil e malonil ativados estão muito próximos. A
primeira reação na formação da cadeia de ácido gordo é a condensação dos grupos acetil e
malonil ativados para formar acetoacetil-ACP. Esta reação é catalisada pela β-cetoacil-ACP
sintase.

O grupo carbonilo em C-3 do acetoacetil-ACP formado anteriormente é reduzido, numa


reação catalisada pela β-cetoacil-ACP redutase. O dador eletrónico é NADPH. A enzima que
catalisa o passo de desidratação é a β-hidroxilacil-ACP desidratase, formando uma ligação
dupla entre C-2 e C-3. Essa ligação dupla é reduzida pela ação da enoil-ACP redutase para
formar butiril-ACP. O dador eletrónico é NADPH. Um novo ciclo é então iniciado
novamente para adicionar mais dois carbonos. São necessários sete ciclos de condensação e
redução para produzir o grupo palmitoil, ainda ligado a ACP. A atividade hidrolítica do
complexo multienzimático permite libertar o palmitato (dezasseis carbonos) da proteína ACP.

3.2. Composicao Quimoca do Leite Materno


O leite materno é a primeira alimentação que o bebê deve receber ao nascer, pois é rico em
nutrientes essenciais (OLIVEIRA et al, 2008). É um fluido extremamente complexo que
contém fatores protetores e substâncias bioativas que garantem saúde, crescimento e
desenvolvimento plenos. Atualmente são conhecidos no leite materno mais de 200
constituintes (CIMINI, 2010), dentre eles, as proteínas, macromoléculas indispensáveis para
o lactente, já que são os principais nutrientes construtores do corpo humano, além de serem
essenciais para a síntese de hormônios, enzimas e anticorpos (EUCLYDES, 2005). As
proteínas fornecem de 6 a 7% de energia do leite humano e podem ser dividas em duas
classes, proteínas do soro, as lactoalbuminas (60%) e caseínas (40%) (SILVA, 2008).

O leite também é composto por lipídios, os quais constituem a maior parte da reserva
energética do organismo, são componentes estruturais de todos os tecidos e são
indispensáveis para à síntese de membranas celulares. Atuam como isolante térmico e
elétrico, protegem os órgãos vitais e são precursores de hormônios e mediadores bioquímicos
responsáveis pelas funções essenciais no organismo. Outros componentes encontrados no
leite são hidratos de carbono, vitaminas, sais minerais, fatores imunológicos,
imunomoduladores, enzimas e hormônios (EUCLYDES, 2005).

A composição da gordura do leite humano é relativamente estável, cerca de 40% são ácidos
graxos saturados e 57% são ácidos graxos insaturados, sua concentração é diretamente
influenciada pela dieta e composição dos lipídios corpóreos da mãe e pode se alterar com o
tempo da gestação, período de lactação, durante diferentes horas do dia e de pessoa para
pessoa. Os ácidos graxos insaturados de cadeia longa são muito importantes para o
desenvolvimento e mielinização do cérebro da criança (CASTRO, 2006)

3.4. Metabolismo Tecido Nervoso


O Tecido Nervoso é um dos quatro tecidos básicos dos animais e pode ter sua função dividida
em três partes: 1) Sensorial: Detecta, transmite, analisa e utiliza informações geradas por
estímulos sensoriais, sejam estes recebidos do ambiente externo (exterocepção) ou do
ambiente interno (interocepção). Esses estímulos sensoriais podem ser de origem térmica,
luminosa, elétrica, mecânica e química; 2) Organizar e coordenar ações: O sistema nervoso, a
parir de informações sensoriais ou não pode organizar e coordenar diretamente ou
indiretamente ações motoras, viscerais, endócrinas e psíquicas; 3) Manter a Homeostasia
sistêmica: Estabiliza algumas condições especificas e vitais para a homeostase como pressão,
osmolaridade e pH sanguíneo; pressão parcial de H2, O2 e CO2, concentrações hormonais e
etc.

O corpo celular é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as


proteínas neuronais. A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis,
conforme o tipo de neurônio. O corpo celular é também, junto com os dendritos, local de
recepção de estímulos, através de contatos sinápticos.

3.5. composicao quimica do plasma seminal


O plasma seminal é o produto secretório de diferentes estruturas do trato reprodutivo
masculino e, devido a este fato, apresenta composição química heterogênia e complexa,
possuindo substâncias orgânicas e inorgânicas que exercem ações multivariadas tanto no trato
reprodutivo masculino como no fêminino. No entanto, o plasma seminal exerce ação de
dualidade sobre os espermatozoides suínos, pois pode atuar ao mesmo tempo de forma
benéfica ou deletéria sobre a viabilidade destas células (RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ et al.,
2008). 

A composição iônica do plasma seminal varia entre as frações do ejaculado, e também entre


animais da mesma espécie. As concentrações de cálcio, fosfato inorgânico e magnésio são
maiores na fração espermática, composta por secreções do epidídimo e da ampola do ducto
deferente.

3.5. Via das pentoses:

Via das pentoses também denominada de desvio da hexose-monofosfato é uma


importante via anaeróbica alternativa da utilização da glicose.
Esta via não é produtora de ATP, mas sim de NADPH.
Esta via é reguladora da glicemia.
Esta via exerce duas funções básicas:

Produção de pentoses para a biosintese de nucleotídeos. (D-ribose) . Produção de NADPH,


agente redutor utilizado para biosintese de ac.graxos e esteróides (colesterol e seus
derivados), bem como para a manutenção da integridade das membranas dos eritrócitos. o A
via das pentoses é uma via citoplasmática, anaeróbica ocorrendo no fígado, glândulas
mamarias, tecido adiposo e nas hemácias. o Ocorre em duas etapas: fase oxidativa onde
ocorre a produção de pentoses e fase não oxidativa onde ocorre a interconverção de pentoses
intermediários da via glicolítica.

A primeira reação da via das pentose fosfasto é a desidrogenação enzimatica da glicose-6-


fosfato pela glicose-6-fosfato desidrogenase, para formar 6- fosfoglicono-d -lactona, que é
hidrolizado para a forma ácida livre 6- fosfogliconato por uma lactonase especifica, sendo
que o NADP+ é o receptor de elétrons No passo seguinte, o 6-fosfogliconato sofre
desidrogenação e descarboxilacao pela 6-fosfogliconato desidrogenase para formar a D-
ribulose5-fosfato, uma reação que gera a segunda molécula de NADPH2. A fosfopentose
isomerase converte então a ribose-5-fosfato em D-ribose-5- fosfato. Em alguns tecidos, a via
das pentoses fosfato termina neste ponto e a equação final pode ser escrita:

Glicose-6-fosfato + 2 NADP+ + H2O ______ ribose-5-fosfato + CO2 + 2 NADPH + 2 H+


O resultado líquido é a produção de NADPH2 para as reações de redução biossintetica e a
produção de ribose-5-fosfato como precursora para a síntese de nucleotideos. Proveniente
desta mesma via poderemos destacar a síntese de D- glicuronato, importante na detoxificacao
e na excreção de compostos orgânicos estranhos, e a formação de acido ascórbico ou
vitamina C em seres que não.

Caso a pessoa tenha deficiência da enzima marca passo G6PD, terá um tipo de anemia
hemolítica pois a glutationa é um potente agente antioxidante, e no interior da hemácias
pode-se notar que há grande quantidade de oxigênio (potente oxidante), que retira elétrons da
membrana dos eritrócitos, estourando-os.

A deficiência de desidrogenase de glicose-6-fosfato não exibir sinais e sintomas até que seus
glóbulos vermelhos são expostos a determinadas substâncias químicas em alimentos,
medicamentos, infecções ou stress. Em casos mais graves, a conseqüência mais importante da
deficiência de G6PD é a anemia hemolítica. Os principais sintomas da anemia hemolítica são
icterícia, urina escura, dor abdominal, dor nas costas, diminuição da contagem de células
vermelhas do sangue, e bilirrubina elevada.

Os sintomas de deficiência de G6PD são mais comuns incluem:

palidez (a palidez de pele mais escura as crianças às vezes é melhor visto na boca,
especialmente nos lábios ou na língua)
cansaço extremo
batimentos rápidos do coração
respiração rápida ou dificuldade em respirar
icterícia ou amarelamento da pele e dos olhos, especialmente em recémnascidos
aumento do baço
urina escura, a cor do chá

Os recém-nascidos com deficiência de G6PD são cerca de 1,5 vezes mais chances de obter a
icterícia neonatal do recém-nascido sem deficiência de G6PD. Uma vez que o gatilho é
removido ou resolvidas, os sintomas de deficiência de G6PD geralmente desaparecem
rapidamente, geralmente dentro de algumas semanas.

3.6. metabolismo de ácidos graxos


O metabolismo dos ácidos graxos ocorre no interior da mitocôndria. Para que eles sejam
metabolizados é necessário primeiro ativalos, transformando seu grupo carboxilato num tio-
éster da CoASH. A enzima acilCoA sintetase inicialmente ativa o ácido graxo com uma
molécula de ATP. O oxigênio da carboxila ataca o fósforo-α do ATP, fornando acil-AMP e
pirofosfato. O pirofosfato é hidrolisado à dois fosfatos inorgânicos. Em seguida a CoASH
ataca a carbonila da acil-AMP, saindo o grupo abandonador AMP e formando acil-CoA.

Os ácidos graxos com até 12 carbonos atravessam a membrana mitocondrial sem problemas.
Para ácidos graxos maiores entram em ação as enzimas carnitina-aciltransferase I e carnitina
aciltransferase II. A primeira catalisa a transesterificação da acil-CoA com a carnitina
formando acilcarnitina e CoASH. A acil-carnitina atravessa sem problemas a membrana
mitocondrial, e do outro lado a segunda enzima catalisa a transesterificação da acil-carnitina
com a CoASH, formando acil-CoA e carnitina.

3.7. jejum prolongado


Durante o jejum prolongado, os rins sintetizam glicose a partir de aminoácidos e outros
precursores, processo conhecido como gliconeogênese. A capacidade dos rins de adicionar
glicose ao sangue, durante períodos prolongados de jejum, equivale à do fígado.

Na ausência de alimento, os níveis plasmáticos de glicose, aminoácidos e trigliceróis caem,


provocando uma redução na secreção de insulina e um aumento na liberação de glucagon. A
mudança da razão insulina e glucagon e a diminuição de nutrientes disponíveis tornam esse
período catabólico. Isso coloca em movimento uma intensa troca de substratos entre o fígado,
o tecido adiposo, os músculos e o encéfalo, orientada por duas prioridades:

1. A necessidade de manter adequados os níveis plasmáticos de glicose, para suprir as


necessidades energéticas do encéfalo e de outros tecidos dependentes de glicose 

2. A necessidade de mobilizar ácidos graxos do tecido adiposo, bem como sintetizar e


liberar corpos cetônicos do fígado, para suprir energeticamente todos os outros
tecidos.
Conclusao
A suplementação com óleos vegetais ricos em AG insaturados, melhora a qualidade do leite.
Com efeito, em experimentos realizados com suplementação com óleo de girassol ou com
óleo de soja, foi observado o decréscimo na concentração do somatório dos AG saturados,
incluindo a fração hipercolesterêmica (H) definida pelo somatório dos AG láurico, mirístico e
palmítico e aumenta significativamente os AG insaturados incluindo o oleico, linoleico,
linolênico, vacênico e rumênico, melhorando o valor nutricional e dietético da gordura do
leite.
Referencia
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