Você está na página 1de 19

INSTITUTO POLITÉCNICO DE GESTÃO, LOGÍSTICA E

TRANSPORTES
LICENCIATURA EM ENGENHARIA MECATRÓNICA

TEMA: ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAS CERÂMICOS


Periodo: Pós-Laboral
Ano:2º
Sala nº C1.09
Grupo:04
Cadeira: Tecnologia dos materias

O Docente
_____________________
INTEGRANTES DO GRUPO

Maria Nsimba Mavinga


Pereira Domingos Manuel
Emanuel Pedro Jeronimo
Evaristo Junior Quizimba
Tito Tomás Miguel
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ................................................................................................. 4
Características dos materiais cerâmicos ......................................................... 6

Materias cristalinos ........................................................................................ 8

Materias não-cristalinos ou amorfos .............................................................. 8

Fases cerâmicas .............................................................................................. 8

Ligações Químicas ......................................................................................... 9

Ligações Iônicas ............................................................................................. 9

Ligações covalentes........................................................................................ 9

ESTRUTURA DOS MATERIAIS CERÂMICOS .......................................... 10


ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS ................. 11
Estruturas cristalinas do tipo AX ................................................................. 11

Estrutura NaCl .............................................................................................. 11

Estrutura CsCl .............................................................................................. 12

Estrutura da esfalerita .................................................................................. 13

Estruturas do tipo AmXp ............................................................................. 14

Etruturas cristalinas AmBnXp ..................................................................... 15

Resumo das Estruturas Cristalinas das Cerâmicas....................................... 15

Estruturas Cristalinas de Empacotamento Fechado de Ânions ................... 16

Estruturas Cristalinas de Empacotamento Fechado de Ânions ................... 17

CONCLUSÃO ................................................................................................. 18
Referências bibliográficas ............................................................................ 19
INTRODUÇÃO

A etimologia da palavra cerâmica se origina do termo grego keramiké, e na


Grécia antiga o oleiro era chamado “kerameus”, e “keramos” era o nome
dado tanto à argila, como ao produto manufaturado (PILEGGI, 1958, apud
WENDT, 2001).

Cerâmica pode ser definida como o conjunto de atividades destinadas à


elaboração de toda a espécie de objetos, com barros de qualquer classe,
decorados ou não, utilizando-se a propriedade que possui a argila de se
moldar facilmente no estado de barro cru(úmido), adquirindo dureza à
medida que avança a sua secagem ou por efeito da cozedura.

Os materiais cerâmicos são materiais inorgânicos, cujas ligações interatômicas


são totalmente ou predominantemente iônicas, mas com alguma natureza
covalente. São compostos por pelo menos dois elementos, e geralmente
possuem estruturas cristalinas mais complexas que as dos metais.

Existem duas características dos íons componentes influenciam a estrutura do


cristal: a magnitude da carga elétrica em cada um dos íons e os tamanhos
relativos dos cátions e ânions. O cristal deve ser eletricamente neutro, ou seja,
todas as cargas positivas dos cátions devem ser equilibradas por igual número
de cargas negativas dos ânions

Na fabricação dos materiais cerâmicos ou cerâmicas, os insumos são


submetidos a altas temperaturas, resultando em reações termoquímicas que
produzem as ligações atômicas no material.
Os materiais cerâmicos são conhecidos por representarem uma classe de
materiais com elevada dureza, alta fragilidade e resistência a temperaturas
elevadas, conforme mostra a tabela 1.

Tabela 1 Representa a Temperatura de fusão dos matérias

Essas características estão diretamente ligadas à natureza das ligações e arranjos


que os átomos dos materiais cerâmicos exibem. Esses materiais são definidos
como substâncias inorgânicas e não-metálicas, e são constituídos por elementos
metálicos e não-metálicos, unido por meio de ligações iônicas ou covalentes. A
Figura 1 ilustra a contribuição relativa de diversos tipos de ligações para as
quatro categorias fundamentais de materiais de engenharia.
Figura 1 Tetraedro representativo da contribuição dos diversos tipos de ligações

Para os materiais de engenharia.

Características dos materiais cerâmicos

Comparativamente aos metais, os materiais cerâmicos apresentam as seguintes


características:

• São péssimos transmissores de calor e eletricidade;

• São resistentes à compressão (os metais têm melhor resistência à tração);

• São química e termicamente mais estáveis;

• exibem número elevado de fases (normalmente, os materiais metálicos são


monofásicos ou bifásicos);

• possuem alta fragilidade (o processo de deslizamento de planos atômicos é


mais difícil que nos metais).

Em comparação aos polímeros, os materiais cerâmicos têm estabilidade térmica


superior e resistência mecânica muito maior; entretanto, ambos não conduzem
bem o calor e a eletricidade, como também exibem processo de cristalização
difícil, resultado das complexidades estruturais nesses dois tipos de material.

Há várias décadas, os materiais cerâmicos deixaram de ser produzidos de forma


rudimentar. Por conta da introdução de novas tecnologias, uma nova geração de
materiais cerâmicos surgiu, a qual tem despertado o interesse tanto de
pesquisadores como da indústria. Essa nova classe de cerâmicas provocou a
divisão dos materiais cerâmicos em cerâmicas tradicionais e cerâmicas
avançadas, as quais são comparadas na Tabela 1.2.

Tabela 1.2 – Comparação entre as cerâmicas tradicionais e avançadas.

Os materiais cerâmicos avançados resultam de processos de transformação


altamente controlados de matérias-primas sintéticas. São empregados em
indústrias com alta densidade tecnológica (nuclear, aeroespacial, eletrônica
etc.). Os materiais cerâmicos tradicionais resultam de processos de
transformação que possuem pouco controle de seus parâmetros operacionais,
utilizando, quase sempre, matéria-prima natural. Envolvem materiais
empregados na fabricação de objetos e utensílios domésticos, tais como tijolos,
copos e porcelana.
A estrutura interna de todo material cerâmico apresenta um arranjo coordenado
de átomos. Tais arranjos variam desde modelos cristalinos altamente repetitivos
até materias amorfos/ vitreos, com coordenaçaõ somente com o átomo vizinho
mais proximo

Materias cristalinos

São aqueles nos quais os átomos estão situado em um arranjo que se repete ou
é periodico ao longo de grandes distâncias atômica

Materias não-cristalinos ou amorfos

São aqueles que a ordem atômica esta ausente.

Fases cerâmicas

Muitas fases cerâmicas, da mesma forma que os metais são cristalinas.


Ao contrario dos metais, suas estruturas não cotêm um grande número de
electrons livres.
Os electrons estão compartilhados por covalência ou sendo transferidas de um
atómo para outro no regime de ligaçaõ iônica
As ligações iônicas conferem aos matarias cerâmicos uma estabilidade
relativamente alta, ela possuem uma temperatura de fusão, em média superior à
dos metais e materias orgânicos.
De uma maneira geral,são também, são também mais duros e mais resistentes à
alteração química. Quando solidos, da mesma forma que os materias organicos,
saõ usualmente isolantes.
Em temperaturas elevadas, em virtude da maior energia térmica, conduzem
electrecidade, poerém, de forma muito menos intensa que os metais
Ligações Químicas

São ligações atômicas variando desde puramente iônica até totalmente


covalente.
Esta ligação exibe uma combinção desses dois tipos de ligação( predominante
das ligações iônicas), sendo o nivel do caracter iônico depende da
electronegatividade dos átomos.

Ligações Iônicas

Ocorre entre elementos metálico e não-metálicos


Requer grande diferença de electronegatividade entre os elementos;
Requer transferencia de electrons ( os atómos dos elementos metálico perdem
seus electrons de valência para os atómos não-metálicos)
Os atómos tornam-se ions com cargas positivas e negativas,
Ex. NaCl, MgO, etc.

Ligações covalentes

Configuração estavel devido ao compartilhamento de electrões entre atómos


vizinhos.
Atómos ligados covalentemente comtribuem com ao menos um electron, cada
um, para a ligação.
Ocorre entre atómos com pequenas diferenças de electronegatividade.
Os electrons compartilhados pertecem a ambos os atómos.
Ex. H20, F2 etc.
ESTRUTURA DOS MATERIAIS CERÂMICOS

A estrutura dos materiais cerâmicos pode ser extremamente complexa à medida


que pode ser formada por um número elevado de átomos com diferentes
funções. Essa estrutura como a de outros materiais, é determinada pela natureza
das ligações atômicas presentes, bem como das características dos elementos
envolvidos em tais ligações.
Na maioria dos materiais cerâmicos, a estrutura é o resultado da quantidade
relativa de ligações iônicas e covalentes presentes, cujas parcelas dependem
basicamente da eletronegatividade dos átomos envolvido.
De acordo com o critério de Pauling, o caráter iônico de um composto tipo AB
é dado pela equação:

onde X A e X B são as eletronegatividades dos átomos A e B, respectivamente.


A Tabela 1.3 fornece o caráter iônico para alguns materiais cerâmicos.

Tabela 1.3 fornece o caráter iônico para alguns materiais cerâmicos

Uma vez que a ligação atômica em materiais cerâmicos é parcialmente ou


totalmente iônica, a maioria das estruturas cerâmicas pode ser pensada como
sendo composta de íons eletricamente carregados em vez de átomos.
ESTRUTURA CRISTALINA DOS MATERIAIS CERÂMICOS

Existem várias estruturas cristalinas para os materiais cerâmicos, que se diferem


pelo número de cátions e ânions:

 estruturas cristalinas do tipo AX


 estruturas do tipo AmXp
 estruturas cristalinas AmBnXp

Estruturas cristalinas do tipo AX

são aquelas que possuem números iguais de cátions e ânions, nos quais A
representa o cátion e X o ânion. Existem diferentes estruturas para esses
compostos, denominadas referências a um material comum que assume aquela
estrutura particular, como: Estrutura do Sal-gema (NaCl), Estrutura do Cloreto
de Césio e a Estrutura da Blenda de Zinco.

Estrutura NaCl

Talvez a estrutura cristalina AX mais comum é a do tipo do cloreto de sódio


(NaCl) ou do sal de rocha.

Nesta estrutura número de coordenação tanto para cátions quanto para ânions
é seis e, portanto, a razão de raios iônicos se situa entre aproximadamente 0,414
e 0,732.2.2.1.

Uma célula unitária para esta estrutura cristalina é gerada a partir de um arranjo
CFC de ânions com um cátion situado no centro do cubo e um no centro de cada
uma das doze arestas do cubo.
Uma estrutura cristalina equivalente resulta a partir um arranjo cúbico de face
centrada de cátions.

Fig. 1.2 Estrutura cristalina do cloreto de sódio (NaCl)

Estrutura CsCl

Os ânions estão localizados em cada um dos cantos de um cubo, enquanto que


no centro do cubo se encontra um único cátion.
Intertroca de ânions com cátions, e vice-versa, produz a mesma estrutura
cristalina.
Esta não é uma estrutura CCC porque íons de dois diferentes tipos estão
envolvidos.
O número de coordenação é oito para ambos os tipos de íons.
A figura a seguir mostra uma célula unitária para a estrutura cristalina do
cloreto de sódio(CsCl).

Fig. 1.3 Estrutura cristalina do cloreto de césio (CsCl)


Estrutura da esfalerita

Isto é denominado estrutura da esfalerita, termo mineralógico para o sulfeto de


zinco (ZnS).

Estrutura na qual o número de coordenação é quatro, isto é, todos os íons estão


tetraedricamente coordenados.

Na célula unitária apresentada a seguir todas as posições dos cantos e das faces
da célula cúbica estão ocupadas por átomos de S, enquanto que os átomos de
Zn preenchem as posições tetraédricas interiores.

Uma estrutura equivalente resulta quando as posições dos átomos de Zn e de S


forem invertidas.

Fig 1.4 Estrutura cristalina da esfalerita (ZnS).

Assim cada átomo de Zn está ligado a quatro átomos de S e vice-versa.

Na maioria das vezes, a ligação atômica é altamente covalente em compostos


exibindo esta estrutura cristalina, os quais incluem ZnS, ZnTe e SiC.
Estruturas do tipo AmXp

Referem-se aos compostos nos quais as cargas dos cátions e ânions diferem,
sendo m e/ou p diferentes de 1. Um exemplo é a fluorita (CaF2), cuja os íons
de cálcio estão posicionados nos centros dos cubos, enquanto os íons de flúor
estão os vértices. Uma célula unitária consiste em oito cubos, já que existem
apenas metade do número de íons de Ca que do número de íons F. Outros
compostos com essa estrutura cristalina incluem ZrO2, UO2, PuO2 e ThO2.

Fig 1.5 Estrutura cristalina da fluorita (CaF2)


Etruturas cristalinas AmBnXp

São compostos cerâmicos que possuem mais de um tipo de cátion (A e B). O


titanato de bário (BaTiO3), por exemplo, em temperaturas acima de 120ºC, a
estrutura cristalina é cúbica. Os íons de Ba estão localizados em todos os oito
vértices, enquanto um único íon Ti está no centro do cubo, com os íons O
localizados no centro de cada uma das seis faces .

Este material tem uma estrutura cristalina da perovskita e propriedades


eletromecânicas bastante interessantes.

Fig.1.6 Estrutura cristalina da perovskita.

Resumo das Estruturas Cristalinas das Cerâmicas

Tabela 1.4 Resumo das Estruturas Cristalinas das Cerâmicas


Estruturas Cristalinas de Empacotamento Fechado de Ânions

As estruturas cristalinas cerâmicas também podem ser consideradas em termos


de planos compactos de íons, isto é, aquelas cujos planos são compostos por
ânions maiores. Conforme esses planos são empilhados, sítios intersticiais são
formados entre eles, onde os cátions podem se alojar. Existem dois tipos
diferentes dessas posições intersticiais, a posição tetraédrica, que possui três em
um plano e um único átomo no plano adjacente, e a posição octaédrica, que
envolve seis esferas de íons, três em cada um dos dois planos. Dessa forma, os
números de coordenação para os cátions que preenchem as posições tetraédricas
e octaédricas são 4 e 6, respectivamente.

Fig1.7 Representa posições tetraédricas e octaédricas


Estruturas Cristalinas de Empacotamento Fechado de Ânions

A estrutura das Cerâmicas deste tipo dependem:

1- Do empilhamento das camadas de ânions formadas, podendo ser de estrutura


CFC (ABCABCABC...) e HCP (ABABABAB...).

2- Da maneira como os interstícios são preenchidos por cátions.

Vejamos o exemplo do NaCl, considerada CFC. Na família de planos (111).


Neste caso, os cátions (Na + ) residem nos interstícios octaédricos (circundados
por 6 ânions).

Fig1.7 Estrutura do NaCl


CONCLUSÃO

Depois de algumas pesquisa feita sobre as estruturas cristalinas dos materias


ceramicos chegamos a conclusão que estruturas cristalinas referem-se a forma
como estes atomos se organizam em forma geométrica.

As estruturas cristalinas são formadas por células unitárias que são sua unidade
básica, pois constituem o menor conjunto de átomos associados encontrados
numa estrutura cristalina

As estruturas cristalinas estão presentes em diversos materiais, em que os


átomos distribuídos dentro de sua estrutura formam uma rede chamada retículo
cristalino.
Referências bibliográficas

ASKELAND, Donald R.; PHULÉ, Pradeep P. The science and engineering of


materials. 4 . ed. California: Brooks/Cole-Thomson Learning, 2003.
CALLISTER JR., William D. Ciência e engenharia de materiais: uma
introdução. 5.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2002.
CARAM JR., Rubens. Estrutura e propriedades dos materiais. Apostilha
de aula. Campinas: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), 2000.
WENDT, Denise. Uso e dimensionamento de produtos: o caso do vaso
sanitário.
Florianópolis: Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção,
UFSC. 112p. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção).
SMITH, William F. Princípios de ciência e engenharia de materiais. 3.d.
New York: McGraw-Hill, 1998.
VAN VLACK, L.H. Princípios de ciência dos materiais. 3.d. São Paulo:
Edgard Blücher,1977.

Você também pode gostar