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Coordenação de química

MATERIAL DE APOIO À DISCIPLINA DE


QUÍMICA – 8ª CLASSE
OBS: A numeração das aulas não é taxativa, sofrerá alterações em função
das aulas de recuperação, revisão e das avaliações contínuas.

Plano Temático
Tema Trimestre Horas Lectivas
Aulas Avaliação Reserva Total
1 Os átomos. Estrutura atómica I 13 2
1 39
2 Tabela Periódica dos 23 2
elementos químicos.
As Moléculas. Ligações
químicas. Ligação covalente.
3 Sólidos iónicos e suas 21
propriedades. Ligação iónica. II 2 1 36
Massa das moléculas.
4 Funções inorgânicas. Óxidos,
bases, ácidos e sais. 12
5 Soluções aquosas.
Concentração das soluções. III 36 2 1 39

I - TRIMESTRE
Aula nº 01 e 02

Subtema: Apresentação. Considerações sobre a Disciplina de Química.


Alertar os cuidados a tomar na realização de experiências de química.

TEMA 1: Os átomos. Estrutura atómica


Subtema: Conceito de átomos. Dimensões dos átomos.

O que são átomos


Átomo – é uma palavra de origem grega que significa «não pode ser cortada
= indivisível».
Átomos são partículas ínfimas e indivisíveis que possuem as propriedades de
um determinado elemento químico.
1
Vários foram os cientistas que se questionaram sobre a constituição do
Universo e tudo aquilo que nos rodeia. Assim, admitiu-se que a matéria era
constituída por partículas com dimensões pequeníssimas, a que os filósofos gregos
denominaram «átomos».
A maneira como foi interpretada a constituição das diferentes substâncias
variou ao longo dos tempos. Por volta dos anos 500 a.C., filósofos gregos procuraram
explicar de forma racional acerca da natureza das substâncias e a variedade dos
diferentes materiais existentes na Natureza.
O Filósofo grego Leucipo foi o cientista que pela primeira vez introduziu a
Teoria Atómica da matéria juntamente com o seu discípulo Demócrito, e
consideraram que a matéria era constituída por partículas indivisíveis muito pequenas
que deram o nome de átomos.
John Dalton, no início do séc. XIX, juntamente com outros cientistas
retomaram o estudo dos átomos e desenvolveram com êxito várias experiências
laboratoriais. Em 1808, Dalton apresentou a primeira Teoria Atómica e, por este
facto, ele foi considerado como pai da Teoria Atómica Moderna.
Postulados de John Dalton
1- Toda a matéria é formada por partículas extremamente pequenas que são os
átomos;
2- Os átomos são indivisíveis;
3- Os átomos de um mesmo elemento são iguais;
4- Os átomos diferem de elemento para elemento;
5- Os átomos de diversos elementos combinam entre si, formando compostos;
6- Os átomos não se criam nem se destroem.
Dimensões dos átomos.
Vários cientistas questionaram sobre a dimensão dos átomos e chegou-se à
conclusão de que o diâmetro de um átomo mede cerca de 10-8 cm, ou seja, 0,0000000
1cm.
Atendendo os postulados de Dalton, era importante conhecer o peso dos
átomos e as combinações entre si, pois medir o seu tamanho e pesá-los eram
operações impossíveis de serem realizadas. Foi, portanto, por processos indirectos
que adquiriram alguns dados quantitativos sobre os átomos.
Para melhor compreender os fenómenos da Natureza, os cientistas sempre
procuraram criar modelos que facilitassem, por semelhança, uma melhor
interpretação da realidade. Estes cientistas utilizavam esferas para representar os
2
átomos e as moléculas, e isto foi muito vantajoso, atendendo às suas reduzidas e
complexas dimensões reais.
Em 1806, John Dalton apresentou a primeira tabela de pesos de átomos, cujos
valores derivam da comparação dos átomos dos elementos então conhecidos na
época, como o hidrogénio que é tido como o mais leve.

Aula nº 03 e 04
Subtema: A Constituição dos átomos e os modelos atómicos.

Constituição dos átomos


No final do séc. XIX, após várias experiências feitas com descargas eléctricas
através de gases raros, concluiu-se a indivisibilidade do átomo.
Actualmente, sabe-se que os átomos têm todos a mesma estrutura básica: um
núcleo central, formado por protões e neutrões, rodeado por partículas que giram à
volta do núcleo, que são os electrões, formando uma nuvem electrónica.

Modelo do átomo de Oxigênio (O2)

Os Modelos Atómicos
Modelo Atómico de John Dalton

O primeiro modelo de átomo foi proposto por John Dalton em 1808, ele
considerava que o átomo era indivisível e tinha a forma esférica. O tamanho e o
peso atómico eram tidos como características de cada elemento.
Segundo John Dalton, o átomo é considerado uma pequena
esfera maciça indivisível.

Modelo atómico de J. Dalton

Modelo Atómico de Joseph John Thompson


Joseph Thompson, foi o cientista que em 1897, descobriu o electrão. A
partir dessa altura houve a necessidade de se criar um novo modelo atómico. Em
1904, Thompson apresentou uma proposta de novo modelo de átomo, que é uma

3
esfera maciça de carga positiva, distribuída uniformemente, com os electrões
dispersos no seu interior de formas a tornarem o átomo neutro.
No modelo atômico de Joseph John Thompson
o átomo é uma esfera de carga positiva com os
electrões dispersos no seu interior.

Modelo Atômico de Thompson

Modelo Atómico de Ernest Rutherford

Ernest Rutherford, físico e químico inglês, depois de realizar várias


experiências com feixes de partículas de elementos que atravessavam finas
lâminas metálicas, chegou à conclusão de que os átomos “núcleo de átomos de
hélio (He)” não formam compostos.
Estes resultados levaram-no a negar o modelo de Thompson, porque
detectou que no átomo havia uma pequena região central que denominou por
núcleo, onde estava concentrada a maior parte da massa do átomo.
Em 1910, Rutherford propôs seu novo modelo atómico que chamou de
modelo nuclear, que era formado por uma região central de carga eléctrica
positiva (o núcleo) que a volta do mesmo girava os electrões descrevendo órbitas
(trajetórias ou esferas).
Rutherford estabeleceu ainda que o diâmetro do núcleo seria de 10-15 m e o
diâmetro do átomo seria de 10-10 m.
No modelo de Ernest Rutherford
Os electrões movem-se à volta do núcleo
central com carga positiva,
como os planetas à volta do Sol.

Modelo atómico de Rutherford.

Modelo Atómico de Niels Bohr

Em 1913, o físico dinamarquês Niels Bohr, propôs a alteração do modelo


atómico de Rutherford, depois de ter realizado experiências com o átomo de
hidrogénio. Bohr admitiu que o átomo tinha uma estrutura nuclear e que os
4
electrões só podiam girar em volta do núcleo descrevendo órbitas circulares bem
definidas e estáveis, e não em qualquer trajetória. Nesta conformidade, os
electrões estariam condicionados e não poderiam ocupar qualquer posição, isto é,
cada electrão só deveria ocupar o nível de energia correspondente.
Os níveis de energia foram classificados através de um número natural
representado pela letra n.
A órbita de menor raio é a que se encontra mais próxima do núcleo, e
apresenta energia potencial mínima; o electrão está no nível de energia 1 (n = 1).
Se o electrão estiver na órbita seguinte, no nível de energia 2 (n = 2), apresenta
energia potencial correspondente a esse nível, e assim sucessivamente até ao nível
n = 7, que é o limite máximo.
Segundo Niels Bohr, quando o electrão se limita a circular na
mesma órbita não emite nem absorve energia.
Partículas subatómicas
Depois de experiências efectuadas por vários cientistas no séc. XX,
concluiu-se que os átomos são constituídos por partículas «subatómicas» que são:
o protão, o electrão e o neutrão. Posteriormente falaremos detalhadamente sobre
estas partículas.

Aula nº 05 e 06

Subtema: A organização dos electrões no átomo. Os electrões do último nível.

Os electrões encontram-se organizados no átomo por níveis de energia. Cada


nível de energia também pode ser chamado por camada de energia.
 Nível 1 ou camada K;
 Nível 2 ou camada L;
 Nível 3 ou camada M;
 Nível 4 ou camada N;
 Nível 5 ou camada O;
 Nível 6 ou camada P;
 Nível 7 ou camada Q;

Assim sendo, o número máximo de electrões existente em cada nível ou


camada de energia é de 2n2 (até ao nível 4), ou seja:

5
NÍVEL OU CAMADA DE ENERGIA (n) Nº MÁXIMO DE ELECTRÕES (2n2)
1 2 x 12 = 2
2 2 x 22 = 8
3 2 x 32 = 18
4 2 x 42 = 32
Designam-se por «electrões de valência» aqueles electrões que se
encontram no último nível ou última camada de energia de cada átomo.
De acordo com a teoria atómica actual, os electrões de um átomo
distribuem-se por níveis de energia caracterizados por “n” e podem tomar os valores
de 1 a 7. Um certo nível de energia só pode ter um determinado número de electrões.
Níveis electrónicos: são disposições nos quais encontram-se distribuídos os
electrões de um determinado átomo.
Assim, para os átomos com vários electrões, quando o primeiro nível fica
preenchido, os restantes electrões distribuem-se pelo segundo nível. Por sua vez,
quando a segunda camada fica completa, os outros electrões distribuem-se pela
terceira camada de energia, e assim sucessivamente.
O primeiro nível de energia só pode ter até dois (2) electrões; o segundo
nível até oito (8) electrões; o terceiro nível ou camada recebe até dezoito (18) e o
quarto nível até 32 electrões.
Exemplos:
 Sódio (11Na) – tem 11 electrões distribuídos de seguinte modo:
 1º nível: 2 electrões; 2º nível: 8 electrões 3º nível: 1 electrão
 Cloro (17Cl) – tem 17 electrões distribuídos de seguinte maneira:
 1º nível: 2 electrões 2º nível: 8 electrões 3º nível: 7 electrões
 Cálcio (20Ca) – tem 20 electrões distribuídos assim:
 1º nível: 2 e- 2º nível: 8 e- 3º nível: 8 e- 4º nível: 2e-
Os electrões de valência dos átomos considerados são:
Sódio (Na) = 1 Cloro (Cl) = 7 Cálcio (Ca) = 2
Representação dos electrões nos átomos por níveis de energia

Átomo do sódio Átomo do cloro Átomo do cálcio

6
Os electrões do último nível ou última camada de energia
É importante conhecer a distribuição dos electrões de um átomo, em
particular os electrões da última camada, porque permite prever o comportamento
químico de um átomo perante outros.
Os átomos dos elementos do grupo 18 têm 8 electrões na última camada, com
excepção do Hélio (He) que só tem 2 electrões, são estáveis quimicamente, isto é, não
reagem facilmente com outros átomos. Exemplo: o Hélio, o néon, o árgon, etc.
Hélio (2He) 2e
Néon (10Ne) 2e 8e
Árgon (18Ar) 2e 8e 8e
O Árgon (Ar) com 18 electrões ao todo, possui 8 electrões no último nível
(valência), o que corresponde ao número de electrões de estabilidade máxima.
Alguns átomos que não têm a configuração estável tentam alcançá-la
cedendo ou ganhando electrões, explicando assim a facilidade que estes elementos
têm para reagirem com outros. Exemplo: o átomo de sódio (Na).
Na + 497 kj Na+ + 1e-
Para atingir uma distribuição electrónica estável, o sódio perde o seu
electrão de valência ao absorver a energia correspondente a essa ionização.
O átomo do cloro: Cl + 1e- Cl– + 368 kj
Para atingir uma distribuição electrónica estável, o cloro ganha o seu
electrão exterior.
De acordo com a teoria atómica actual não é possível saber com precisão a
posição do electrão em relação ao núcleo. Na realidade, só é possível conhecer a zona
em que há maior probabilidade de se encontrar os electrões, que designada por
«orbital».
Orbital: é a zona do espaço atómico onde é maior a probabilidade de se
encontrar os electrões.
No átomo, o número de electrões é igual ao número de protões, estes
electrões ocupam apenas determinados níveis de energia.
Modelo da nuvem electrónica – São zonas mais claras onde há menor
probabilidade de encontrar os electrões.

7
Como visualizar os átomos
A força que impulsiona o movimento dos electrões em torno do núcleo
caracteriza-se pela força eléctrica atractiva entre a carga positiva dos núcleos e a carga
negativa dos electrões.
De acordo com a teoria atómica aceite actualmente acerca dos átomos, um
electrão não descreve uma órbita fixa; mantém-se sempre a certa distância do núcleo,
tal como um planeta que descreve uma órbita em torno do sol.
O átomo não tem limites bem definidos como dos objectos vulgares
existentes à nossa volta. Por esta razão, os átomos podem ser representados por
nuvens com umas zonas mais claras que outras.

Aula nº 07 e 08
Subtema: A estrutura do átomo. Raio Atómico e Raio iónico.

Estrutura do átomo
Em 1932, o cientista James Chadwick descobriu a última partícula estável
para completar a constituição do átomo, que chamou por neutrão, apesar de
Rutherford anteriormente a ter previsto sem, no entanto, a ter descoberto. Entretanto,
o átomo é constituído por: electrão, protão e neutrão.
Electrão – partícula com carga eléctrica negativa, de símbolo e-, descoberta
por Joseph John Thompson em 1897.
Protão – partícula com carga eléctrica positiva, de símbolo p, confirmada
por Ernest Rutherford em 1914.
Neutrão – partícula sem carga eléctrica, extremamente neutra, descoberta
por James Chadwick em 1932, e de símbolo n.
O átomo é electricamente neutro, porque a quantidade de protões
existente no núcleo de um átomo é igual à quantidade de electrões que estão à sua
volta.
O quadro a seguir representa a carga e a massa das partículas estáveis
fundamentais constituintes do átomo:
PARTÍCULAS CARGA ELÉCTRICA MASSA SÍMBOLO
Protão +1 1840 P+
Neutrão 0 1840 n
Electrão –1 1 e-
8
Raio Atómico. Raio iónico.
Sabemos que existem átomos que podem ceder ou ganhar electrões para
atingir a sua configuração electrónica estável transformando-se em iões. Quando um
átomo perde electrões e o ião adquire a configuração de um gás nobre, os electrões
da camada mais externa ficam a uma menor distância do núcleo, esse ião é chamado
catião.
Raio Atómico – é a distância entre o núcleo do átomo e os electrões da
camada mais externa, ou seja, é a metade da distância entre dois núcleos de átomos
iguais de uma determinada molécula.
Raio iónico – é a distância do núcleo de um ião à camada mais externa
(último nível).
Os raios de iões positivos são menores do que os correspondentes raios
atómicos devido a remoção do electrão ou electrões da camada de valência.
Exemplo: Átomo de potássio
K + 418 kj K+ + 1e- 19 K 2:8:8:1
Se um átomo ganha electrões e o ião adquire a configuração electrónica de
um gás nobre, por conseguinte, aumentam os electrões da última camada bem como
a distância ao núcleo. Esse ião é chamado por anião. Exemplo: Átomo de flúor.
F + 1e- F- + 1630 kj
9F 2:7 2:8
Para atingir a configuração electrónica de um gás nobre, o flúor ganha 1
electrão exterior.
O raio iônico dos catiões e aniões é dado pela distância do núcleo à camada
mais externa.
 Iões: são átomos carregados positiva ou negativamente.
 Os iões positivos chamam-se catiões e os iões negativos são
denominados por aniões.
TAREFA
1- Explique por que o átomo é electricamente neutro?
2- Faça a distribuição electrónica dos átomos dos elementos com seguintes
números atómicos:
a) Z = 20Ca
b) Z = 35
c) Z = 79
d) Z = 80
3- Dadas as seguintes configurações electrónicas:
- Indique os elementos que pertencem a um mesmo grupo e a um mesmo período.
9
a) 2:8:8:2 – Cálcio (Ca)
b) 2:8:8:7 – Manganês (Mn)
c) 2:8:8:8 – Ferro (Fe)
d) 2:8:18:18:1 – Prata (Ag)
e) 2:8:18:18:8:1 – Césio (Cs)
f) 2:8:18:32:18:1 – Ouro (Au)
g) 2:8:18:32:18:2 – Mercúrio (Hg)
h) 2:8:18:32:18:4 – Chumbo (Pb)

Aula nº 09 e 10
Subtema: Número atómico e número de massa.

Número atómico
O número de protões existente no núcleo do átomo caracteriza o elemento
químico e é representado pela letra “Z”. Exemplo: ZX
Magnésio: 12Mg
Manganês: 25Mn
Ferro: 26Fe
Cobalto: 27Co
Ouro: 79Au
Mercúrio: 80Hg
O número atómico (Z) de um elemento indica o número de protões que
existe no núcleo do átomo desse elemento. Cada elemento químico é caracterizado
pelo seu número atómico.
Portanto, elementos químicos diferentes têm números atómicos diferentes.
Exemplo:
ELEMENTOS Nº DE PROTÕES EXISTENTE NO ÁTOMO Nº ATÓMICO
Hidrogénio 1 1
Oxigénio 8 8
Carbono 6 6
Enxofre 16 16
Cloro 17 17
Neste caso, o quadro mostra-nos que o número de protões e o número
atómico existentes no átomo de um elemento são iguais.
Número de massa
Número de massa é o número de partículas existentes no núcleo de um
átomo (número de protões) somando ao número de neutrões, ou seja:
10
O número de massa – indica o número de protões e de neutrões que existe
no núcleo de um átomo.
Em cada elemento químico o número de massa é designado pela letra A. Por
exemplo: AX cloro 35,5Cl
Cobre: 64Cu
Magnésio: 24Mg
Assim, pode-se representar simbolicamente um elemento químico
indicando o seu número atómico e o seu número de massa convencionalmente: AXz
onde: A – número de massa; X – símbolo químico; Z – número atómico.

Aula nº 11 e 12
Subtema: Elemento químico. Isótopos e isóbaros.
O que é um elemento químico?
Elemento químico é uma espécie determinada de átomos que possuem
propriedades iguais; é um nome atribuído a um símbolo químico.
Exemplo: Cobre – Cu; Alumínio – Al; Sódio – Na; Cálcio – Ca; Ouro – Au, etc.
Isótopos – são todos os átomos do mesmo elemento químico, com o mesmo
número atómico e diferentes números de massa.
Exemplo: Isótopos de oxigénio e do carbono.
16 17 18

8 8 8

12 13
6C 6C
O átomo de hidrogénio, com apenas um protão e nenhum neutrão, é o mais
abundante no Universo e tem o número de massa 1, e dá-se o nome de prótio. EX:
Número de massa = 1
Número de protões = 1
Número de neutrões = 0
Prótio: átomo de hidrogénio com apenas um protão.
O átomo de hidrogénio com um protão e um neutrão, é conhecido por
deutério, tem número de massa igual a 2.
Deutério – é uma palavra derivada da etimologia latina “deuterium”, que
significa «segundo», porque se trata da segunda forma do elemento hidrogénio.
11
Número de massa = 2
Número de protões = 1
Número de neutrões = 1 Deutério

O átomo de hidrogénio com 1 protão e 2 neutrões é conhecido por trítio, e


o seu número de massa é 3.
Número de massa = 3
Número de protões = 1
Número de neutrões = 2 Trítio

Estes diferentes tipos de átomos de hidrogénio representam-se da seguinte


forma:
1 2 3
H H H
1 1 1
Destes isótopos de hidrogénio, apenas os isótopos 1 e 2 são os que mais
existem na Natureza em quantidades significativas. O isótopo 3 forma-se na alta
atmosfera, em certas reacções nucleares originadas pelos raios cósmicos, e podem ser
produzidos por processos artificiais (reacções em laboratório).
Quadro dos isótopos de alguns elementos
ÁTOMOS NÚMERO ATÓMICO NÚMERO DE NÚMERO DE
(PROTÕES) MASSA NEUTRÕES
16
O 8 16 8
8
17
O 8 17 9
8
18
O 8 18 10
8
10
B 5 10 5
5
11
B 5 11 6
5
234
U 92 234 142
92
235
U 92 235 143
92
238
U 92 236 146
92

12
Existem átomos de elementos químicos diferentes que possuem o mesmo
número de massa.
Cada substância elementar é constituída por um único elemento químico,
ou seja, um único tipo de átomos. Exemplo:
O cálcio (Ca), o escândio (Sc) e o titânio (Ti) são elementos químicos
diferentes, porém com o mesmo número de massa, mas com números atómicos
diferentes, por isso recebem o nome de isóbaros.
Isóbaros – São átomos de elementos diferentes que apresentam o mesmo
número de massa e diferentes números atómicos.
42 42 42
20Ca 21Sc 22Ti

O carbono (C) e o azoto (N) são outros exemplos de isóbaros:


14 14
6C 7N
Tarefa
1- Define elemento químico?
2- Diferencie isótopos e isóbaros?
a) Dê um exemplo em cada caso.

Aula nº 13 e 14

Subtema: Massa dos átomos. Massa atómica relativa.

Para explicar a massa dos diversos objectos foi necessário atribuir massa
aos átomos, visto que cada objecto possui biliões de átomos.
Antigamente, o termo de comparação usado foi a massa de um átomo
hidrogénio, que é de aproximadamente 0,00000000000000000000000166 gramas.
Actualmente, utiliza-se outro termo de comparação: o átomo de carbono
12, neste átomo existem 12 nucleões e, a unidade de massa à escala atómica é 1/12
da massa do átomo de carbono 12, isto é, do isótopo 12C.
Massa atómica relativa – é a grandeza que exprime o número de vezes que
a massa desse átomo é em média, superior a 1/12 da massa do átomo de carbono 12C.
Anteriormente, a unidade padrão era o hidrogénio. A mudança de padrão
para 1/12 da massa do átomo de carbono 12, não trouxe diferenças significativas de
valores nas massas atómicas relativas.
13
Quadro de massas atómicas relativas de alguns elementos químicos
Elemento Químico Símbolo Químico Massa Atómica Relativa
Alumínio Al 27
Argônio Ar 40
Arsênio As 75
Azoto /Nitrogénio N 14
Bário Ba 137
Berílio Be 9
Bromo /Brómio Br 80
Cálcio Ca 40
Carbono C 12
Cloro Cl 35,5
Cobre Cu 64
Chumbo Pb 207
Crípton /Criptónio Kr 84
Cromo /Crómio Cr 52
Enxofre S 32
Escândio Sc 45
Estanho Sn 119
Estrôncio Sr 88
Ferro Fe 56
Flúor F 19
Fósforo P 31
Hélio He 4
Hidrogénio H 1
Germânio Ge 73
Iodo I 127
Lítio Li 7
Magnésio Mg 24
Manganês Mn 55
Mercúrio Hg 201
Neónio Ne 20
Níquel Ni 59
Oxigênio O 16
Ouro Au 97
Prata Ag 108
Polónio Po 209
Potássio K 39
Rádio Ra 226
Radónio Rn 222
Rubídio Rb 85
Selénio Se 79
Silício Si 28
Sódio Na 23
Telúrio Te 128
Titânio Ti 48
Vanádio V 51
Xénon Xe 131
Zinco Zn 65

14
TAREFA
1- Faça a correspondência dos elementos da coluna A com os da coluna B:
Coluna A Coluna B
a) Filósofos gregos a) Átomos
b) Partículas de dimensões muito pequenas b) Leucipo e Demócrito
c) Dalton c) Descobriu o electrão
d) Thompson d) Pai da Teoria atómica
e) Rutherford e) Descobriu o neutrão
f) Niels Bohr f) Descobriu o protão
2- Com a ajuda dos teus colegas, resolva os exercícios da pág. 25 –
Manual de apoio.

TEMA 2: Tabela Periódica dos elementos químicos.

Aula nº 15 e 16
Subtema: Primeiras tentativas de classificação dos elementos químicos
até Mendeleev.

No final do séc. XVIII surgiram as primeiras tentativas de agrupar em


conjuntos ou famílias dos elementos químicos até então conhecidos, tendo em conta
a semelhança das propriedades físicas e a analogia do comportamento químico.
Dimitri Ivanovich Mendeleev, cientista russo, apoiando-se em trabalhos
realizados por outros cientistas como Julius Lothar Meyer, John Newlands
Antoine Lavoisier, Niels Bohr e Johann Wolfgang Dobereing, realizou muitos
trabalhos sobre a classificação dos elementos químicos.
Mendeleev estudou a mudança das propriedades químicas de algumas
substâncias em função do crescimento das massas atómicas dos elementos,
analisando o comportamento das valências dos elementos, suas propriedades e a
composição dos compostos que estes formam. Estas iniciativas fizeram surgir uma
necessidade crescente de sistematizar as informações de inúmeras experiências,
dando origem à Tabela Periódica.
Niels Bohr interpretou a estrutura do átomo, explicando de forma científica
e coerente. Já Lavoisier, em 1789, no seu tratado de Química Elementar, tentou pela
primeira vez, agrupar 23 substâncias atribuindo-lhes nomes de acordo com analogias
por si verificadas segundo o seu comportamento químico. Em 1812, o químico sueco
J. Berzelius tentou agrupar os elementos químicos em metais e metalóides.
15
Lei das tríades
Em 1817, o químico alemão Johann Wolfgang Dobereing (1780-1849), ao
estudar as substâncias elementares, verificou entre elas uma semelhança no
comportamento químico, formando assim o primeiro conjunto constituído por três
elementos: cálcio (Ca), estrôncio (Sr) e bário (Ba). Posteriormente, encontrou mais
duas tríades: cloro (Cl), bromo (Br), iodo (I) e lítio (Li), sódio (Na), potássio (K).
Tríades de elementos propostas por J. W. Dobereiner
Lítio (Li) Cloro (Cl) Cálcio (Ca)
Sódio (Na) Bromo (Br) Estrôncio (Sr)
Potássio (K) Iodo (I) Bário (Ba)
Na Tabela Periódica actual, estes elementos correspondem aos metais
alcalinos, aos halogéneos e aos metais alcalinos-terrosos. Portanto, a Lei das Tríades
não surtiu efeitos desejados, uma vez que não conseguiu agrupar os 45 elementos
conhecidos na altura.
Lei das oitavas
No séc. XIX eram conhecidos 60 elementos, cujo ordenamento baseou-se
na Teoria Atómica de Dalton.
O químico francês B. de Chancourtois (1820-1886) e o inglês John A.
Newlands (1837-1898) propuseram uma ordenação dos elementos químicos
conhecidos baseada apenas em uma das suas propriedades físicas, isto é, ordenados
por ordem crescente segundo o valor das suas massas atómicas.
Newlands conseguiu formar 7 conjuntos de 7 elementos cada, constituindo
o primeiro sistema periódico publicado, ao qual chamou-se «Lei das Oitavas», após
cada 7 elementos surge um oitavo com propriedades semelhantes às do primeiro.
Exemplo:
1º 2º 3º 4º 5º 6º 7º
H Li Be B C N O
8º 9º 10º 11º 12º 13º 14º
F Na Mg Al Si P S
Cl K Ca Cr Ti Mg Fe
Massa atómica por ordem crescente

A Lei das Oitavas apresentava alguma incoerência, porque faziam parte do


mesmo grupo substâncias com comportamento químico diferente, e só explicava de
forma correcta o comportamento dos elementos até ao décimo sétimo. Além disso,
Newlands teve o mérito de relacionar pela primeira vez as propriedades dos
elementos com as respectivas massas atômicas.
16
Em 1864, Julius Lothar Meyer, químico alemão, estudou a relação entre o
volume atómico dos elementos e as respectivas massas atômicas.

Aula nº 17
Subtema: Noção sobre a estrutura da tabela periódica de Mendeleev.

Em 1869, Dimitri I. Mendeleev, apresentou uma nova classificação que


constituiu a base da classificação moderna, agrupando os elementos da seguinte
forma:
- Os elementos que constituem uma família com propriedades físicas e
comportamento químico semelhante, posicionam-se numa mesma linha vertical que
chamamos por coluna ou grupo.
- Prevê a diferenciação gradual nas propriedades dos elementos de várias
famílias pelos valores que apresentam essas propriedades (sendo a do sódio e a do
cloro as que mais se afastam entre si).
A disposição dos elementos era inicialmente organizada por ordem crescente
das suas massas atómicas, depois surgiu a ideia de organizar os elementos por
crescente dos números atómicos, podendo visualizar-se periodicamente os elementos
duma mesma família, mostrando que as propriedades variam de forma regular.
O carácter de periodicidade que Mendeleev previu na sua organização dos
elementos está na origem do nome da «Tabela Periódica dos Elementos Químicos»
e com este trabalho de Mendeleev estava lançada a “Lei de Periodicidade dos
Elementos”.
A primeira classificação dos elementos químicos destacou-se por diferenciar
os elementos em metais e não-metais, tendo em conta uma série de características
que este tipo de substâncias apresenta.
As propriedades químicas dos elementos são relacionadas de maneira explícita
com as respectivas distribuições electrónicas, explicando em função dessa
distribuição electrónica, a reactividade de algumas famílias de elementos químicos e
a inércia dos gases raros ou nobres.
A Tabela Periódica de Mendeleev é a que utiliza-se hoje, ela é mais completa,
dado que na altura só eram conhecidos 60 elementos e, um ano depois da sua morte
este número atingiu a 86 elementos organizados e datados de forma correcta.
Actualmente, conhecem-se 118 elementos dispostos por ordem crescente dos
números atómicos e não pela ordem de valor das massas atómicas.
17
Importância da tabela periódica
A tabela periódica é uma ferramenta inegável para o estudo da química, agrupa
todos os elementos químicos, organizados sistematicamente de acordo com os seus
números atômicos e as suas propriedades físicas e químicas. É ela que permite-nos
observar as semelhanças de propriedades entre eles, assim como verificar tendências
de variação dessas propriedades ao nível da tabela.

Aula nº 18 e 19
Subtema: A Estrutura da Tabela Periódica actual.

A tabela periódica é um instrumento fundamental para o aprendizado e o


desenvolvimento da Química. Os 118 elementos da Tabela Periódica actual estão
ordenados da esquerda para a direita e de cima para baixo, por ordem crescente
dos seus números atômicos e por características comuns (semelhantes), sendo a
nomenclatura adotada pela International Unión of Pure and Applied Chemistry
(IUPAC – União Internacional de Química Pura e Aplicada).
A Tabela Periódica actual possui 18 colunas, que são representadas por
números de 1 a 18, que denominamos por grupos, e 7 linhas horizontais,
numeradas de 1 a 7, que chamamos por períodos.
Nas colunas figuram os grupos de elementos de uma mesma família. São
elementos transitivos os que pertencem aos grupos 1, 2, 3, 13, 14, 15, 16, 17 e
18, os outros elementos dos grupos 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12 denominam-se
elementos de transição (significa que podem trocar de estado para outro).
Nas linhas horizontais figuram os elementos que constituem os períodos.
Cada período agrupa os elementos cujos electrões encontram-se distribuídos pelo
mesmo número de camadas.
O primeiro período é composto por apenas dois elementos; seguem-se
dois períodos curtos (2º e 3º) de oito elementos cada; os períodos 4º e 5º são os
mais extensos que os anteriores, com dezoito elementos cada e, finalmente, o 6º e
o 7º períodos formados por 32 elementos cada.
Existe na Tabela Periódica uma linha quebrada que tem início no
elemento boro, demarcando o alumínio (Al) do silício (Si), o germânio (Ge) do
arsénio (As), o antimónio (Sb) do telúrio (Te) e o polónio (Po) do ástato (At).
Essa linha separa dois grandes grupos de elementos químicos: os metais (à
esquerda e ao centro) e os não-metais (à direita).
18
A IUPAC recomenda a numeração dos grupos de 1 a 18. A antiga
numeração (tradicional) de Mendeleev é a seguinte:
I A IB
II A II B
III A III B
IV A IV B
V A VB
VI A VI B
VII A VII B
VIII B
TABELA PERIÓDICA DOS ELEMENTOS QUÍMICOS
Grupos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

Períodos

1 1 2
H He
2 3 4 5 6 7 8 9 10
Li B B C N O F Ne
e
3 11 12 13 14 15 16 17 18
Na Mg Al Si P S Cl Ar

4 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
K Ca Sc Ti V Cr Mn Fe Co Ni Cu Zn Ga Ge As Se Br Kr
5 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54
Rb Sr Y Zr Nb Mo Tc Ru Rh Pd Ag Cd In Sn Sb Te I Xe
6 55 56 57* 72 73 74 75 76 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86
Cs Ba La Hf Ta W Re Os Ir Pt Au Hg Tl Pb Bi Po At Rn

7 87 88 89* 104 105 106 107 108 109 110 111 112 113 114 115 116 117 118
*
Ra Ac Rf Sg Bh Hs Mt Ds Nh Mc Lv Ts Og
Fr Db Rg Cn Fl

*Lantanídeos 58 59 60 61 62 63 64 65 66 67 68 69 70 71
Ce Pr Nd Pm Sm Eu Gd Tb Dy Ho Er Tm Yb Lu
**Actinídeos 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 101 102 103
Th Pa U Np Pu Am Cm Bk Cf Es Fm Md No Lr

Aula nº 19 e 20
Subtema: A Lei Periódica dos elementos químicos.
19
Dimitri I. Mendeleev contribuiu de forma decisiva para a História da
Ciência Química. O conteúdo da Lei Periódica foi uma das generalizações mais
importantes desta ciência. Ele realizou importantíssimo trabalho na classificação dos
elementos químicos, apoiando-se quer na sua própria contribuição pessoal, quer nos
trabalhos de outros cientistas.
Mendeleev estudou a variação das propriedades químicas das substâncias
em função do crescimento das massas atómicas dos elementos, tendo concluído que
as propriedades das substâncias simples, bem como a composição e as propriedades
dos compostos de diferentes elementos químicos, dependem da forma periódica da
medida das respectivas massas atómicas.
O trabalho e intuição de Mendeleev tornaram realidade na formulação da
Lei Periódica das propriedades dos elementos químicos. Já em 1869 e 1874,
Mendeleev e Lothar Meyer, desenvolveram investigações independentes e mostraram
que a disposição dos elementos por ordem crescente das massas atómicas relativas
correspondia à variação das suas propriedades de uma forma regular.
D. I. Mendeleev não realizou o seu trabalho científico apenas no campo da
classificação dos elementos químicos, mas também deu importantes contribuições na
destilação de petróleo e à extracção do carvão mineral. Além disso, foi um destacado
professor.
Entretanto, antes da descoberta da Lei Periódica eram conhecidos 63
elementos, mas as suas propriedades eram desconhecidas. Baseando-se na Lei
Periódica, os cientistas previram e descreveram as propriedades de muitos elementos
químicos até então desconhecidos.
A sua influência estende-se ao desenvolvimento dos conhecimentos sobre a
estrutura do átomo e a natureza da matéria. O êxito da física atómica, o aparecimento
de novos métodos de investigação e o desenvolvimento da mecânica quântica
ampliaram o aprofundamento da essência da Lei Periódica e do sistema concebido
por Mendeleev.

TAREFA

1- Qual é o nome do cientista que concebeu a Tabela Periódica dos elementos


químicos?
a) Mencione outros cientistas que contribuíram para a elaboração da Tabela
Periódica.
2- O que representam as colunas verticais e as linhas horizontais na tabela
periódica?
3- Na tabela periódica existe uma linha quebrada. Qual é a sua função?
4- A lei das oitavas apresentava alguma incoerência. Porquê?
20
Aula nº 21 e 22
Subtema: Metais e não-metais. Propriedades e características dos metais e dos
não-metais.

Metais e não-metais.
Na classe anterior aprendeste que as substâncias formadas por átomos do
mesmo elemento e que apresentam o mesmo comportamento químico são
denominadas por substâncias elementares ou substâncias simples.
Exemplo: Hidrogénio (H), hélio (He), néon (Ne), árgon (Ar), cripton (Kr),
xénon (Xe), rádon (Rn), o rádio (Ra), o carbono (C), o zinco (Zn), o magnésio (Mg),
o alumínio (Al), o enxofre (S), o cloro (Cl), o potássio (K), o cálcio (Ca), o ferro (Fe),
o cobre (Cu), o ouro (Au), o chumbo (Pb), o bromo (Br), o mercúrio (Hg), o
manganês (Mn), o sódio (Na), entre outros.
Dentre estas substâncias elementares destacam-se os metais e os não-
metais. Na tabela periódica, os elementos metálicos estão colocados à esquerda e ao
centro; os elementos não-metálicos estão colocados à direita, com excepção do
hidrogénio que se encontra no grupo de metais alcalinos.
Propriedades dos metais
Os metais diferenciam-se dos não-metais por possuírem as seguintes
propriedades:
1- São sólidos à temperatura ambiente e são brilhantes (excepto o mercúrio
e o césio).
2- São bons condutores da corrente eléctrica e do calor.
3- Apresentam pontos de fusão e de ebulição elevados.
4- São maleáveis (flexíveis) e resistentes à fractura.
Características dos metais.
a) Apresentam uma cor cinzenta (com excepção do cobre que é castanho-
avermelhado e do ouro de cor amarela).
b) Possuem a capacidade de se ligarem com outros metais.
Aplicação dos metais
Os metais são aplicados no fabrico de vários utensílios há muitos milhares
de anos como: armas, utensílios de cozinha, objectos de adorno (enfeite) e decoração,
estruturas de construção civil, meios de transporte, componentes eléctricos, aparelhos
médicos, etc. por outro lado, formam facilmente catiões (iões positivos), por terem
poucos electrões de valência.

21
Os metais preciosos (o ouro, a prata e a platina), além de serem raros,
resistem à oxidação. Encontram-se livres na Natureza, no estado natural (livre), não
estão combinados com outros elementos.
A maioria dos metais é obtida a partir de um processo de depuração, visto
que na Natureza apresentam-se combinados com seus compostos. Exemplo: o ferro
obtém-se a partir da hematite e da limonite, respectivamente:
• Óxido de ferro (3) – (Fe2O3)
• Óxido de ferro hidratado FeO(OH) .n H2O
O cobre pode ser obtido por meio da calcopirite (CuFeS2), entre outros
minérios. Por vezes pode também aparecer na Natureza de forma livre, sob o nome
de «cobre nativo».
Dos 118 elementos actualmente conhecidos, 80 são elementos metálicos,
22 são não-metálicos e os restantes são de difícil classificação, porque possuem
propriedades comuns aos metais e aos não-metais.
O silício (Si) e o germânio (Ge) são exemplos de substâncias muito
utilizadas na electrónica, possuem pontos de fusão altos como os metais, apresentam
baixa densidade e são frágeis ou quebradiços, como os não-metais. Estas duas
substâncias designam-se de semi-condutores, pois embora conduzam a corrente
eléctrica oferecem maior resistência à sua passagem do que os metais.
Propriedades e características dos não-metais
1- Os não-metais são substâncias elementares, que podem encontrar-se no
estado sólido à temperatura ambiente.
2- São maus condutores de electricidade e do calor.
3- São substâncias duras e não têm brilho metálico.
4- Quebram-se facilmente.
5- Apresentam pontos de fusão e de ebulição baixos.

VOCABULÁRIO
Maleáveis: capacidade de serem transformados em lâminas.
Tenazes: persistentes, resistentes ao serem partidos por tracção.
Depuração: clarificação, limpeza.
Metalóide: corpo simples; sem brilho metálico; mau condutor do calor e de
electricidade.
Dúcteis: possuem elasticidade, são flexíveis e maleáveis.
Platina: prata (metal branco, elemento nº 78 da T.P.), mais pesado que o ouro e
difícil de fundir.
Condutividade térmica e eléctrica: capacidade de serem transformados em fios
finos.
Fusão: derretimento; dissolução
22
Ebulição: fervura; fermentação
NOTA: A maioria dos metais são sólidos brilhantes, bons condutores eléctricos e
térmicos, maleáveis e apresentam pontos de fusão e de ebulição elevadíssimos.
Grande parte dos não-metais são maus condutores eléctricos e térmicos, ou seja, não
conduzem a electricidade e o calor, são duros e quebradiços e apresentam pontos de
fusão e de ebulição baixos.

Aula nº 23 e 24
Subtema: Periodicidade do tamanho dos átomos.
– Semelhanças nas propriedades das substâncias elementares.
– Família de Metais e de Não-metais
– Metais Alcalinos

Observa-se que as propriedades dos elementos químicos na Tabela Periódica,


repetem-se de tempo em tempo, atingindo valores máximos e mínimos ao longo dos
períodos.
Ao analisar a tabela periódica concluiu-se que, ao longo de um período, os
átomos de maior raio atómico são os do grupo 1 (metais alcalinos), e os de menor
raio atómico são os que correspondem ao grupo 18 (gases raros). Isto significa que
ao longo de um período a dimensão dos átomos diminui.
Analisando a sequência dos elementos de um grupo, conclui-se que o tamanho
dos átomos varia periodicamente com o aumento do número atómico.
O tamanho dos átomos, em geral, diminui ao longo de um período e aumenta
ao longo de um grupo.
Semelhanças nas propriedades das substâncias elementares
À primeira vista que as substâncias elementares nos dão, é que possuem as
mesmas propriedades, mas analisadas experimentalmente chega-se à conclusão de
que as suas características não são semelhantes. Por exemplo: o Hidrogénio, o
mercúrio, o bromo, o enxofre, o ferro, sódio, grafite e alumínio, as suas características
são muito diferentes.
Famílias de Metais e Não-Metais
- Metais Alcalinos
Os metais alcalinos são assim denominados por apresentarem comportamento
metálico e os seus óxidos quando dissolvidos em água originam soluções alcalinas
ou básicas.
23
Os elementos que fazem parte desta família são os que pertencem ao grupo 1,
constituído por 6 elementos metálicos e o hidrogénio, apresentando todos eles um
electrão na última camada ou último nível de energia.
Quadro da Família dos Metais Alcalinos
Lítio Sódio Potássio Rubídio Césio Frâncio
3Li 11Na 19K 37Rb 55Cs 87Fr

2:1 2:8:1 2:8:8:1 2:8:18:8:1 2:8:18:18:8:1 2:8:18:32:18:8:1

Nas aulas anteriores aprendeste que as substâncias simples ou elementares


apresentam semelhanças nas suas propriedades. Portanto, agora vamos verificar
algumas regularidades entre números atómicos dos elementos de uma determinada
família de metais. Exemplo: sódio e lítio, potássio e sódio, rubídio e potássio, césio
e rubídio.
Z (Na) – Z (Li) = 11 – 3 Z (K) – Z (Na) = 19 – 11
= 8 =8
Z (Rb) – Z (K) = 37 – 19 Z (Cs) – Z (Rb) = 55 – 37
= 18 = 18
Podemos concluir que, a diferença entre os números atómicos dos elementos
do grupo 1 é de 8 ou 18. Um elemento químico é identificado pelo seu número
atómico que representa-se pela letra Z.

Aula nº 25 e 26
Subtema: Propriedades físicas e químicas dos metais alcalinos.
– Equações Químicas.

Propriedades físicas dos metais alcalinos


1- As suas propriedades variam de acordo com o aumento do número atómico.
2- Todos os elementos deste grupo excepto o hidrogénio, são sólidos à
temperatura ambiente; os pontos de fusão e de ebulição diminuem à medida
que aumenta o número atómico.
3- A densidade aumenta à medida que aumenta o número atómico.
Propriedades químicas dos metais alcalinos
1- Estes metais por serem extremamente electromagnéticos (radioativos) não
se encontram livres na Natureza.

24
2- Devido a sua grande reactividade química, estes elementos têm que ser
preservados em recipientes com petróleo, em cuja composição não faz parte o
oxigénio com o qual reagem fortemente.
Os metais alcalinos possuem 1 electrão na última camada de energia, por isso
têm tendência de ceder esse electrão originando iões monopositivos. Por esta razão
apresentam valores baixos de ionização, que diminuem ao longo do grupo, uma vez
que à medida que o número da camada ocupada aumenta, diminui a força de ligação
do electrão periférico ao núcleo. Exemplo:
ELEMENTOS 1ª ENERGIA DE IONIZAÇÃO (kj/mol)
Lítio (Li) 520
Sódio (Na) 495
Potássio (K) 418
Rubídio (Rb) 403
Césio (Cs) 376

Os elementos cujos átomos têm tendência para ceder os seus electrões


periféricos dando origem a iões positivos e que, por isso, têm baixas energias de
ionização, estes elementos apresentam características metálicas.
Os metais alcalinos têm carácter metálico muito acentuado, aumentando à
medida que aumenta o número atómico. O raio atómico e o raio iónico aumentam ao
longo do grupo, como mostra o esquema abaixo.
Quando mais afastado do núcleo estiver o electrão, mais facilmente ele é
cedido e, por esse motivo, o potássio é mais reativo que o sódio, mas ambos têm
comportamentos químicos idênticos perante o oxigénio.

Li Li+

Na Na+

K K+

Rb Rb+

Cs Cs+

25
Equações Químicas – são as representações das substâncias através de
fórmulas químicas. Exemplo:
a) Combustão do potássio:
4 K (s) + O2 (g) 2 K2O (s)
b) Solubilização do óxido de potássio em água:
K2O (s) + H2O (l) 2 KOH (aq)
Se a combustão do sódio e do potássio se realizar num ambiente rico em
oxigénio, também se formam outros óxidos como: peróxido de sódio (Na2O2) e
peróxido de potássio (K2O2).
c) 2 Na (s) + 2 H2O 2 NaOH (aq) + H2 (g)
d) O hidróxido de sódio é um composto iónico solúvel em água:
2 Na (s) + 2 H2O (l) 2 Na+ (aq) + 2 OH – (aq) + H2 (g)
e) O sódio reage com o cloro formando o cloreto de sódio (conhecido por
sal de cozinha).
2 Na (s) + Cl2 (g) 2 NaCl (s)
Em termos de iões temos: 2 Na (s) + Cl2 (g) 2 Na+ + 2 Cl–
f) Zn (s) + Cl2 (g) ZnCl2 (s)

TAREFA
Completa e acerta as seguintes equações químicas:
a) ZnCl2 + 2 NaOH (aq)
Resolução: ZnCl2 + 2 NaOH (aq) Zn (OH)2 (s) + 2 NaCl (s)
b) Zn (OH)2 (s) + 2 HCl (l)
Base Ácido típico
Resolução: Zn (OH)2 (s) + 2 HCl (l) ZnCl2 (s) + 2H2O (l)
Base Ácido típico sal água

Aula nº 27 e 28
Subtema: Metais Alcalinos-terrosos.

Os elementos que fazem parte dos metais alcalinos-terrosos são os do grupo 2:


berílio (Be), magnésio (Mg), cálcio (Ca), estrôncio (Sr), bário (Ba) e Rádio (Ra).
Chamam-se terrosos porque são abundantes na superfície terrestre e muito
resistentes ao aquecimento. Também são menos reativos que os metais alcalinos e
reagem com a água formando soluções alcalinas.
26
Com excepção do berílio, os restantes elementos do grupo são todos metais
típicos. Todos metais alcalinos-terrosos possuem 2 electrões no último nível ou
camada de energia.
Quadro da Família dos metais alcalinos-terrosos
Elementos Símbolo químico Número Distribuição de Nº de electrões de
atómico electrões valência
Berílio Be 4 2:2 2
Magnésio Mg 12 2:8:2 2
Cálcio Ca 20 2:8:8:2 2
Estrôncio Sr 38 2:8:18:8:2 2
Bário Ba 56 2:8:18:18:8:2 2
Rádio Ra 88 2:8:18:32:18:8:2 2
Os metais alcalino-terrosos aparecem na crosta terrestre sob forma de
carbonatos, silicatos, fosfatos e sulfatos. O magnésio e o cálcio são os mais
abundantes na Terra e chegam até a nós na forma de calcário (CaCO3) e dolomite
CaMg(CO3)2 que são mais abundantes em zonas montanhosas, o magnésio também
encontra-se nos oceanos.
O berílio é escasso e a sua forma mais comum é Be3Al2Si6.
O estrôncio e o bário são os mais raros dos metais alcalino-terrosos e
apresentam-se sob a forma de carbonatos e sulfatos.
O rádio (Ra) é extremamente raro e é encontrado juntamente com o urânio (U).
Propriedades físicas dos metais alcalino-terrosos
1- Apresentam características metálicas e são bons condutores de calor e de
electricidade.
2- São duros e mais densos que os metais alcalinos.
3- Fundem à temperaturas mais altas.
4- São sólidos à temperatura ambiente.
5- Os metais alcalino-terrosos possuem no último nível ou camada 2 electrões.
Propriedades químicas dos metais alcalinos-terrosos
1- O magnésio reage com o oxigénio, formado óxido de magnésio, com uma
chama intensa, libertando fumo de óxido de magnésio. Exemplo:
Mg (s) + O2 (g) 2 MgO (s)
2- O óxido de magnésio reage com a água, formando hidróxido de magnésio, mas
o óxido não se dissolve totalmente na água.
MgO (s) + H2O (l) Mg(OH)2 (aq)
3- O cálcio arde com uma chama intensa na presença de oxigénio, formando uma
substância sólida de cor branca que é o óxido de cálcio.
27
2 Ca (s) + O2 (g) 2 CaO (s).
Uso ou Aplicação dos metais alcalinos-terrosos
O berílio é um metal caro, muito tóxico e é utilizado nas estruturas dos
reatores nucleares e nas janelas de alguns tubos de raio X, as ligações de berílio e
cobre são extremamente duras.
O magnésio é utilizado na indústria de aviação.

Tarefa
CaO (s) + H2O (l) Ca(OH)2 (aq)

Aula nº 29 e 30
Subtema: Os Halogêneos.

Os halogêneos constituem o 17º grupo da Tabela Periódica, o seu nome é


derivado do grego (halôgenus), que significa geradores de sais.
Os elementos deste grupo são: o flúor (F), o cloro (Cl), o bromo (Br), o iodo
(I), o ástato (At) e o tennesso (Ts). Os átomos desses elementos possuem 7 electrões
no último nível ou camada de energia.
Quadro da Família dos Halogéneos
Elementos Símbolo Número Distribuição de Nº de electrões
químico atómico electrões de valência
Flúor F 9 2:7 7
Cloro Cl 17 2:8:7 7
Bromo Br 35 2:8:18:7 7
Iodo I 53 2:8:18:18:7 7
Astato At 85 2:8:18:32:18:7 7
Tennesso Ts 117 2:8:18:32:32:18:7 7
As moléculas dos halogêneos são diatômicas, formando ligações covalentes,
isto é, compartilhando um par de electrões entre si.
F+F F–F
Cl + Cl Cl – Cl
Br + Br Br – Br
I+I I–I
O ástato (At) e o tennesso (Ts) são os elementos deste grupo que apresentam
o maior número atómico, são radioativos e não apresentam isótopos naturais.
Os halogêneos captam 1 electrão e tornam-se estáveis, apresentam a estrutura
semelhante à de um gás raro, mas à medida que aumenta o número atómico diminui
28
a capacidade de atrair electrões. Neste caso, nos halogéneos a reatividade aumenta à
medida que diminui o número atômico.
Podemos afirmar que a causa das semelhanças e das diferenças no
comportamento químico dos elementos da mesma família está na estrutura
electrónica dos respectivos átomos e iões.

Aplicação dos Halogêneos


Os halogéneos existem em grande abundância na Natureza, formando vários
compostos úteis pelas suas aplicações práticas como, os fluoretos e os sais de flúor,
que fazem parte da composição das pastas dentífricas.
O cloro é muito usado como desinfetante no tratamento das águas de consumo.
O cloreto de sódio NaCl (sal de cozinha), tem várias aplicações no consumo
humano.
Os sais de bromo (brometos) são usados como tranquilizantes.
A solução alcoólica do iodo, conhecida vulgarmente por tintura de iodo, é
utilizada como “agente antisséptico”, que combate micróbios e infecções.

Precauções
Devem-se tomar precauções ao trabalhar com os halogéneos, principalmente
se estiverem no estado simples, pois constituem um perigo para a saúde humana por
serem muito tóxicos. Por outro lado, podem provocar graves queimaduras quer em
contacto com os olhos, a pele ou mucosas do aparelho respiratório. Por esta razão, o
flúor por exemplo, não é preparado nos laboratórios escolares.

Propriedades Físicas dos Halogêneos


1- O flúor é o halogéneo com menor número atómico, é um elemento gasoso
no estado elementar à temperatura ambiente.
2- O cloro também é um elemento gasoso no estado elementar e à temperatura
ambiente.
3- O bromo é um elemento líquido à temperatura ambiente e normalmente é
guardado em frascos de vidro castanho bem rolhados, por ser muito volátil.
4- O iodo é um elemento sólido que apresenta um brilho metálico, muito volátil
e de fácil sublimação.

29
Número Massa Densidade Aspecto Ponto de Ponto de
Elemento Símbolo Atómico atómica (kg/m3) físico fusão ebulição
relativa (ºC) (ºC)
Flúor F 9 19 1.70 Gás amarelo – 219.6 – 188.2
pálido
Cloro Cl 17 35,5 3.21 Gás amarelo – 101.0 – 34.7
esverdeado
Líquido
castanho-
Bromo Br 35 80 3.12 x 103
avermelhado – 7.2 58.7
Sólido
4.93 x 103 cinzento-
Iodo I 53 127 escuro
113.7 184.5

Propriedades Químicas dos Halogêneos


1- Os halogéneos são elementos muito reactivos.
2- Por terem 7 electrões de valência captam um electrão exterior, originando
ioles mononegativos estáveis, que se denominam iões halogenetos.
Ex: F– (fluoreto); Cl– (cloreto); Br– (brometo); I– (iodeto), etc.

Elemento químico Energia de 1ª ionização


Flúor – F 1681
Cloro – Cl 1251
Bromo – Br 1140
Iodo – I 1008

Afinidades electrônicas dos Halogêneos

9F – 2:7 F + 1e- F- + 1681 kj/mol


Aumento
do 17 Cl – 2:8:7 Cl + 1e- Cl- + 1251 kj/mol
carácter
não 35 Br – 2:8:18:7 Br + 1e- Br- + 1140 kj/mol
metálico
53 I – 2:8:18:18:7 I + 1e- I- + 1008 kj/mol

Solubilidade dos Halogêneos


O cloro e o bromo são moderadamente solúveis em água e as soluções
derivadas desta solução designam-se «água de cloro» e «água de bromo»,
respectivamente.
O iodo é menos solúvel que o cloro e o bromo, mas permite também uma
solução que se chama «água de iodo».
30
Os halogêneos são também solúveis em alguns compostos orgânicos, como o
sulfureto de carbono (CS2) e o tetracloreto de carbono (CCl4). O iodo é solúvel em
álcool.
Compostos que os halogêneos formam com os elementos dos grupos 1 e 2
Lítio Sódio Potássio Rubídio Césio Berílio Magnésio Cálcio Estrôncio Bário
Li Na K Rb Cs Be Mg Ca Sr Ba
LiF NaF KF RbF CsF BeF2 MgF2 CaF2 SrF2 BaF2
LiCl NaCl KCl RbCl CsCl BeCl2 MgCl2 CaCl2 SrCl2 BaCl2
LiBr NaBr KBr RbBr CsBr BeBr2 MgBr2 CaBr2 SrBr2 BaBr2
LiI NaI KI RbI CsI BeI2 MgI2 CaI2 SrI2 BaI2

Acção dos compostos de halogêneos com a água


Cloreto de sódio + água solução aquosa de cloreto de sódio (incolor)
NaCl (s) + H2O (l) Na+ (aq) + Cl- (aq)
Solução de iodeto de potássio + água solução aquosa de iodeto de
potássio (incolor)
KI (s) + H2O (l) K+ (aq) + I (aq)
Cloreto de bário + água solução aquosa de cloreto de bário (incolor)
+
BaCl2 (s) + H2O Ba (aq) + 2 Cl- (aq)
2

Cloreto de cálcio + água solução aquosa de cloreto de cálcio (incolor)


CaCl2 (s) + H2O (l) Ca2+ (aq) + 2 Cl- (aq)

Aula nº 31 e 32
Subtema: Os gases raros ou nobres. Família dos gases raros.

Os gases raros ou nobres

Os elementos do grupo 18 da Tabela Periódica actual não faziam parte da


classificação elaborada por Mendeleev, pois naquela época os gases raros ainda não
eram conhecidos. Este facto não é estranho, pois os elementos deste grupo são raros
na Natureza.
Os elementos que fazem parte deste grupo são: hélio (He), neónio (Ne),
argônio (Ar), criptônio (Kr), xenônio (Xe), radônio (Rn) e oganessónio (Og). Os
elementos deste grupo possuem 8 electrões de valência, excepto o hélio (He) que só
tem 2 electrões na sua constituição.

31
Os gases nobres os são mais estáveis de todos os elementos químicos e em
condições normais não reagem com os átomos diferentes nem com os da mesma
espécie.
Os átomos dos gases raros são chamados quimicamente como inertes, e
alguns cientistas atribuíram-lhes o nome de «gases inertes» ou «grupo zero».
Quadro da Família dos gases raros ou nobres
Elementos Símbolo Número Distribuição Nº de electrões
químico atómico electrónica de valência
Hélio He 2 2 2
Neônio Ne 10 2:8 8
Argônio Ar 18 2:8:8 8
Criptônio Kr 36 2:8:18:8 8
Xenônio Xe 54 2:8:18:18:8 8
Radônio Rn 86 2:8:18:32:18:8 8
Oganessônio Og 118 2:8:18:32:32:18:8 8

Portanto, a partir do quadro anterior, conclui-se que a diferença entre os


números atómicos de dois elementos consecutivos dos gases raros é de 8 e 18.

II – TRIMESTRE

TEMÁTICA 3: As Moléculas. Ligações químicas: Ligação covalente. Sólidos


iónicos e suas propriedades. Ligação iónica.
Aula nº 33 e 34
Subtema: O que são moléculas. Constituição das moléculas de substâncias elementa-
res e de substâncias compostas.

Conceito de moléculas

Uma molécula é um conjunto de átomos que constituem as substâncias.


As moléculas simples ou elementares são aquelas formadas por átomos de
um único elemento químico. Exemplo: o oxigénio (O2), o hidrogénio (H2), o cloro
(Cl2), o azoto (N2), o néon (Ne), o árgon (Ar), etc.
As moléculas de substâncias compostas são formadas por átomos de
diferentes elementos químicos. Exemplo: a água (H2O), o dióxido de carbono (CO2),
o amoníaco (NH3), o amónio (NH4), o álcool etílico (C2H6O), o metano (CH4), o gás
butano (C4H10), o acetileno (C2H2), entre outras.
32
As moléculas formadas por dois átomos chamam-se diatómicas.
Ex: N2; Cl2; O2, etc.
As moléculas formadas por três ou mais átomos chamam-se poliatómicas.
Ex: H2O; SO2, CO2, CH4, NH3, NH4, C4H10, C2H6O, C6H12O6, C12H22O11, C2H2.
Exemplo de alguns átomos e moléculas
Substância Fórmula Substância composta Fórmula
elementar química química
Oxigénio O2 Água H2O
Ozono O3 Ácido sulfúrico H2O4
Flúor F2 Ácido fosfórico H3PO4
Enxofre S8 Água oxigenada (peróxido de hidrogénio) H2O2
Cloro Cl2 Dióxido de carbono CO2
Bromo Br2 Ácido clorídrico HCl
Iodo I2 Ácido azótico HNO3

Representação simbólica das moléculas


Como sabemos, os átomos representam-se por símbolos químicos e as
moléculas por fórmulas químicas.
As fórmulas químicas de moléculas diatómicas e poliatómicas indicam os
elementos que as constituem, por exemplo: O3 – indica que na molécula de ozono
existem três átomos de oxigénio.
Fórmulas químicas das moléculas das substâncias
A fórmula química do etanol ou álcool etílico (C2H5OH ou C2H6O) é
constituída por 2 átomos de carbono, 6 átomos de hidrogénio e 1 átomo de
oxigénio.
A fórmula química de uma determinada substância fornece-nos:
a) Informação qualitativa, indica quais os elementos que constituem uma
determinada substância.
b) Informação quantitativa, que indica o número de átomos de cada
elemento presente na molécula dessa substância.
Regras para a escrita das fórmulas químicas:
1- Cada elemento químico é representado por um símbolo.
2- O número de átomos de cada elemento é indicado depois do símbolo, em
índice inferior. Ex: H2, O2, CO2, etc.
3- Para representar duas, três, quatro ou mais moléculas escreve-se o número
correspondente antes da fórmula química. Ex: três moléculas de hidrogénio (H2)
escreve-se assim: 3H2.
33
Tarefa
1- Define moléculas?
2- Como são constituídas as moléculas de substâncias elementares e de
substâncias compostas?

Aula nº 35 e 36
Subtema: A Ligação entre os átomos na molécula. Ligação covalente.

A Ligação entre os átomos na molécula


Como sabemos, no interior dos átomos existem forças eléctricas que ligam
os átomos nas moléculas.
Sendo os átomos partículas electricamente neutras, será possível estabelecer
ligações eléctricas em objectos neutros através da união entre os átomos. Seus
electrões são partilhados entre átomos diferentes, ligando-se uns aos outros.
É raro existir na superfície da terra átomos livres, eles associam-se uns aos
outros constituindo moléculas ou formando iões e dando origem à compostos iónicos.
As moléculas são constituídas por dois ou mais átomos ligados entre si por
forças de atracção que se designam por ligações covalentes, resultando na partilha
de electrões.
Ligação covalente – é aquela que consiste na partilha de electrões entre
dois átomos, para formar uma ligação onde só os electrões de valência participam.
Existem vários tipos de ligação covalente, das quais estudaremos as
seguintes:
 Ligação covalente Polar
 Ligação covalente apolar
 Ligação covalente simples
 Ligação covalente dupla
 Ligação covalente tripla
Para representar a camada dos electrões de valência usa-se a notação de
Gilbert N. Lewis (1875-1946), cientista químico norte-americano. A notação de
Lewis consiste em representar os electrões de valência utilizando pontos ou cruzes
em redor dos símbolos químicos.

34
Além das ligações covalentes, existem outras duas ligações químicas que não
ocorrem nas moléculas, como é o caso da Ligação iónica, aquela que é realizada
entre átomos de um elemento metálico e um elemento não-metálico, e a outra que é
feita entre elementos metálicos a que chamamos de Ligação metálica.
Ligação covalente Polar – Aquela que é feita entre átomos diferentes, onde o
par de electrões compartilhados não é atraído de forma igual devido à maior
electronegatividade que um dos átomos possui. Exemplo:
Flúor – Z = 9;
Hidrogênio – Z = 1.
9F – 2:7
1H – 1

: F. + . H H : F: ou H. + .F:

Nesta molécula de fluoreto de hidrogénio a ligação formada H – F


designa-se por ligação covalente polar, onde o átomo de flúor atrai mais
fortemente os electrões de ligação.
Ligação covalente apolar – é aquela que é feita por átomos do mesmo
elemento químico, onde os electrões compartilhados são igualmente atraídos pelos
núcleos dos dois átomos. Exemplo:
1- Na ligação do cloro não se forma uma zona negativa e outra positiva na
nuvem electrónica.
Exemplo: 17Cl = 2:8:7 :Cl. + .Cl: :Cl:Cl:
2- Cada átomo de bromo compartilha um par de electrões com outro átomo,
dando lugar a ligação covalente apolar. Exemplo: 35Br = 2:8:18:7
:Br. + .Br: :Br :Br:
Ligação covalente simples – é aquela em que se verifica a partilha de apenas
um par de electrões. Exemplo:
Fórmula molecular: H2
Fórmula de estrutura:
H. + . H H:H ou H–H

Ligação covalente dupla – é a ligação onde existe dois átomos que


compartilham dois pares de electrões. Ex: A molécula de oxigénio tem Z = 8, está
no grupo 16 da Tabela Periódica e possui 6 electrões de valência.

:O: + :O: :O::O:


35
A fórmula molecular é: O2
A fórmula estrutural é: O =O
Ligação covalente tripla - é a ligação onde verifica-se a partilha de pares
de electrões entre dois átomos.
Ex: O azoto possui Z = 7, pertence ao grupo 15 da Tabela Periódica, tem no
último nível de energia 5 electrões. Exemplo: 7N – 2:5
Fórmula molecular: N2
Fórmula de estrutura: N = N
Exercícios:
Faça a correspondência entre as substâncias e o tipo de ligações que as formam:
Substância Tipo de ligação
H2O Ligação Iónica
O2 Ligação covalente simples
NaCl Ligação covalente polar
HF Ligação covalente apolar
Ligação metálica
1- Que tipo de ligação forma a molécula diatómica de bromo?
a) – Representa a respectiva molécula?

Tarefa

- Resolver os exercícios 1 e 2, pág. 78 e 79, manual de apoio à disciplina.


Resolução:
1- Classifique como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmações:
a) O oxigênio é constituído por moléculas elementares. V
b) O ozono é constituído por moléculas compostas. F
c) O dióxido de carbono é constituído por moléculas compostas. V
d) O ácido sulfúrico é constituído por:
– Átomos de hidrogênio V
– Átomos de enxofre V
– Átomos de oxigênio V
e) A massa da molécula da água é de 16 gramas. F
f) A massa atômica relativa do berílio é 9. V
g) A ligação iónica é caracterizada entre um metal e um não-metal. V
h) Na ligação covalente ocorre a transferência de electrões. F
i) A molécula do flúor (F2) é formada por uma ligação covalente. V

36
j) Os elementos que constituem o grupo 18 da Tabela Periódica são
designados por gases nobres ou raros. V
2- Escreva as fórmulas químicas dos seguintes compostos iónicos:
a) Cloreto de prata. AgCl
b) Nitrato de prata. AgNO3
c) Sulfato de potássio. K2SO4
d) Nitrato de sódio. NaNO3
e) Dicromato de potássio. K2Cr2O7
f) Brometo de bário. BaBr2
g) Óxido de alumínio. Al2O3
h) Cloreto de ferro (3). FeCl3
i) Hidróxido de magnésio. Mg(OH)2
j) Óxido de ferro (II). FeO
k) Óxido de ferro (III). Fe2O3

Exercícios
- Formar grupos para resolver os exercícios: 3 – pág. 79, 80 e 81; 1, 2, 3, 4
e 5 – pág. 81 e 82.

Aula nº 39 e 40
Subtema: Tamanho e forma das moléculas.

A molécula de hidrogênio
A molécula de hidrogênio é constituída por dois átomos de hidrogénio. Entre
as partículas que constituem os átomos existem interacções eléctricas, à atracção
dos dois núcleos e à repulsão do outro electrão.
Se os núcleos dos átomos estiverem afastados um do outro, predomina a
atracção, e se for ao contrário, os núcleos estiverem próximos, predomina a
repulsão.
Atracção – significa puxão, choque, encontrão.
Repulsão – significa contradição, réplica, rejeição, discordância, oposição,
negação.
Entre a repulsão e a atracção existe uma distância chamada «distância
internuclear» ou «comprimento de ligação» que é de 74 pm.
O comprimento da ligação covalente simples H – H, é a distância entre os
núcleos da molécula de hidrogênio, que é de 74,1 x 10–12 m, e o raio covalente do
hidrogénio é a metade do comprimento da ligação na molécula H2.
37
A molécula de oxigênio
Os átomos do oxigénio estão ligados uns aos outros onde a distância entre os
núcleos na molécula é de 120 pm, e o seu ângulo é de 180º.
A molécula da água
Nesta molécula a distância entre os núcleos dos átomos O – H é de 95,8 pm.
A forma das moléculas
Cada molécula tem sua forma geométrica própria, que é determinada pelas
posições dos núcleos dos respectivos átomos.
Tarefa
1- O que determina a forma de uma molécula?
R: Cada molécula tem uma forma geométrica própria que é determinada pelas
posições dos núcleos dos respectivos átomos.
2- Desenhar os modelos das moléculas, pág. 84 do manual de apoio.
3- Passar Fig. 17 – pág 84
Nesta figura estão representados os segmentos
imaginários que unem os núcleos e fazem um ângulo
de 104º 30ʹ.

Aula nº 41 e 42
Subtema: Massa das moléculas. Massa molecular relativa. Cálculo da Massa
molecular relativa.

Massa molecular relativa


No Tema A aprendeste que os átomos possuem massa, assim como as
moléculas que são formadas por átomos também possuem massa. Sabemos que o
padrão escolhido para determinar a massa das moléculas é 1/12 da massa do átomo
de carbono 12.
Massa molecular relativa – é a grandeza que exprime o número de vezes que
a massa de uma molécula é em média superior a 1/12 da massa do átomo de carbono
12.
• A massa atómica relativa representa-se pelas letras Ar.
• A massa molecular relativa representa-se pelas letras Mr.

38
Cálculo da Massa molecular relativa.
Para calcular a massa molecular relativa, segue-se os seguintes passos:
a) Conhecer os elementos químicos que constituem um determinado composto;
b) Conhecer a quantidade de átomos de cada substância presente neste composto;
c) Conhecer a massa atómica relativa de cada substância.
Exemplos:
1- Calcule a massa molecular relativa da água (H2O).
Ar – massa atómica relativa
Mr – massa molecular relativa
Ar (H) = 1
Ar (O) = 16
Mr = 2 x1 + 16 x1
Mr = 2 + 16
Mr = 18 g
Resposta: A massa molecular relativa da água é 18 g.
2- Calcule a massa molecular de cloreto de bário (BaCl2).
Ar (Ba) = 137
Ar (Cl) = 35,5
Mr = 1 x 137 + 2 x 35,5
Mr = 137 + 71
Mr = 208 g
Resposta: A massa molecular relativa do cloreto de bário é 208 g.
3- Calcule a massa molecular relativa do ião sulfato (SO4).
Ar (S) = 32
Ar (O) = 16
Mr = 1 x 32 + 4 x 16
Mr = 32 + 64
Mr = 96 g
Resposta: A massa molecular relativa do ião sulfato é 96 g.
4- Calcule a massa molecular relativa do ácido sulfúrico (H2SO4).
Ar (H) = 1
Ar (S) = 32
Ar (O) = 16
Mr = 1 x 2 + 1 x 32 + 4 x 16
Mr = 2 + 32 + 64
Mr = 98 g
Resposta: A massa molecular relativa do ácido sulfúrico é 98 g.
5- Calcule a massa molecular relativa de sacarose (açúcar), cuja fórmula
molecular é C12H22O11.
39
Ar (C) = 12
Ar (H) = 1
Ar (O) = 16
Mr = 12 x 12 + 22 x 1 + 11 x 16
Mr = 144 + 22 + 176
Mr = 342 Resposta: A massa molecular relativa de sacarose ou o açúcar é 342 g.
6- Calcule a massa molecular relativa do dicromato de potássio (K2Cr2O7),
sabendo que. Ar (K) = 39
Ar (Cr) = 52
Ar (O) = 16
Mr = 2 x 39 + 2 x 52 + 7 x16
Mr = 78 + 104 + 112
Mr = 294 g
Resposta: A massa molecular relativa do dicromato de potássio é 294 g.

Tarefa
1- Calcule a massa molecular relativa do etanol ou álcool etílico (C2H5OH).
Ar (C) = 12
Ar (H) = 1
Ar (O) = 16
Mr = 2 x 12 + 6 x 1 + 1 x 16
Mr = 24 + 6 + 16
Mr = 46 g Resposta: A massa molecular relativa do etanol é 46 g.
2- Calcule a massa molecular relativa da glicose, cuja fórmula molecular é
C6H12O6.
Ar (C) = 12
Ar (H) = 1
Ar (O) = 16
Mr = 6 x 12 + 12 x 1 + 6 x 16
Mr = 72 + 12 + 96
Mr = 180 g Resposta: A massa molecular relativa da glucose é 180 g.

Aula nº 43
Subtema: Os Sólidos e os Líquidos moleculares. Ligações intermoleculares.

Sólidos e os Líquidos moleculares

40
Sabemos que os átomos devido às suas cargas eléctricas, podem ligar-se e
formar as moléculas, e que as substâncias se encontram em três (3) estados de
agregação (sólido liquido e gasoso).
Quando se aquece um sólido à uma temperatura muito elevada, dá-se um
aumento dos seus movimentos moleculares. Neste caso, nos sólidos, as moléculas
encontram-se dispostas de forma organizada e fixa, e a sua mobilidade é pequena.
Nos líquidos, as moléculas também se encontram dispostas de forma
compacta, mais afastadas que nos sólidos e são menos organizadas, a sua mobilidade
é maior em relação aos sólidos.
Nos gases, as moléculas encontram-se muito mais afastadas umas das
outras e movem-se rapidamente de maneira desorganizada. O movimento é livre,
excepto quando colidem umas com as outras ou com as paredes do recipiente que
contém gás.
Quando se aquece um sólido a uma elevada temperatura dá-se aumento dos
seus movimentos moleculares e quando se aquece um liquido ele evapora, com os
gases passa-se o mesmo; a uma temperatura muito baixa eles liquefazem-se, e caso a
temperatura se manter muita baixa, podem mesmo solidificar-se.
Ligações intermoleculares
Todas as substâncias formadas por moléculas polares ou apolares podem
solidificar-se, o que indica o estabelecimento de forças atractivas entre as moléculas.
Ligações intermoleculares: são aquelas forças de atracção entre duas ou
mais moléculas.
As ligações intermoleculares também podem ser denominadas por forças
intermoleculares, e são as responsáveis pelas propriedades físicas dos sólidos e dos
líquidos moleculares.
A Ligação de Hidrogénio
A ligação de hidrogénio forma-se quando nas moléculas polares há átomos
de hidrogénio ligados por covalência à átomos pequenos de elementos com grande
tendência para atrair electrões.
Portanto, a ligação de hidrogénio é uma das ligações intermoleculares mais
fortes, apesar de ser fraca quando comparada a qualquer ligação covalente ou
intermolecular. Exemplo: No átomo de oxigénio forma-se um pólo negativo e nos
átomos de hidrogénio dois pólos positivos.
Esta ligação é chamada por ponte de hidrogénio, uma vez que o átomo de
hidrogénio estabelece uma ponte de ligação com os átomos de oxigénio.
41
Tarefa
Define ligações intermoleculares?

Subtema: A água. A qualidade da água em Angola. Normas da qualidade.

A água. Qualidade da água em Angola. Principais utilizações da água.


A água é o líquido mais comum, um recurso natural renovável e imprescindível
que existe e com maior aplicação no planeta Terra. Além disso, é o mais comum dos
dissolventes, sendo utilizado na indústria e no laboratório. Também é utilizado como
fonte de energia calorífica para aquecer ou arrefecer certas substâncias.
No nosso planeta podemos encontrar a água na superfície da terra, no subsolo
e na atmosfera.
Em Angola a qualidade da água para o consumo humano é classificada entre
as piores do mundo, e o elevado índice de doenças e mortes por parte é dada como
origem da elevada má qualidade da água.
Angola é um país em que a regulação da qualidade das águas naturais (águas
doces superficiais e subterrâneas), quer tratadas, necessitam de um laboratório para o
controlo e melhoria de qualidade da água consumida por muitos milhares de
angolanos, embora existam empresas públicas de águas que beneficiam cerca de 40%
da população do nosso país com água potável, que julgamos muito insuficiente para
um universo de mais de 35 000 000 de habitantes.
Este precioso líquido é indispensável na constituição dos seres vivos, tanto
animais como os vegetais. Na água estão presentes diferentes substâncias, que
formam as mais variadas misturas homogêneas, heterogêneas ou coloidais, de acordo
com a dimensão das partículas.
Normas de qualidade
Consoante a qualidade, as águas superficiais (residuais) para o consumo
humano são classificadas nas categorias A1, A2 e A3, de acordo com as normas de
qualidade afixadas, sendo:
Categoria A1 – tratamento físico e desinfecção.
Categoria A2 – tratamento físico e químico e desinfecção.
Categoria A3 – tratamento físico, químico de afinação e desinfecção.
OBS: Ver Decreto Presidencial nº 261/11, de 06 de Outubro. Anexos: I, II e III.
42
Subtema: Sólidos covalentes. Sólidos iónicos. Ligação iónica. Propriedades dos
sólidos iónicos.

Sólidos covalentes
Os sólidos covalentes são cristais covalentes atómicos existentes numa
estrutura gigante em que os átomos estão unidos por uma ligação covalente, sem se
formarem grupos individualizados.
Exemplo: O diamante e a grafite são dois exemplos típicos de sólidos ou
cristais covalentes.
O diamante e grafite são variedades do carbono puro, e estas duas variedades
de carbono chamam-se formas alotrópicas.
Alotropia – é a propriedade que certas substâncias possuem de se
apresentarem em formas diferentes com propriedades físicas e químicas específicas.
No diamante, cada átomo de carbono tem quatro (4) electrões de valência que
formam quatro ligações covalentes com outros átomos, que dão a facilidade de se
formar estruturas gigantes com a forma tetraédrica.
Na grafite, cada átomo de carbono forma três ligações com outros átomos,
formando estruturas gigantes com outros átomos vizinhos.
Sólidos iónicos – são substâncias formadas por iões como por exemplo, o
cloreto de sódio NaCl, o sulfato de cobre hidratado CuSO4 + H2O, o cloreto de
cobre(2) CuCl2, o cloreto de prata AgCl, o dicromato de potássio K2Cr2O7, entre
outros.
Quadro de alguns iões positivos (catiões) e negativos (aniões)
Catiões Aniões
Alumínio Al 3+
Brometo Br –
2
+ -
Amónio NH4 Carbonato CO3
Cálcio Ca2+ Cloreto Cl–
2
-
Chumbo (II) Pb2+ Cromato CrO4
2
-
Cobre (1)* Cu+ Dicromato Cr2O7
Cobre (2)* Cu2+ Fosfato 3
-
PO4
Ferro (2)* Fe2+ Hidrogenocarbonato HCO3–
Ferro (3)* Fe3+ Hidróxido HO– ou OH–
43
Hidrogénio H+ Iodeto I–
Magnésio Mg2+ Nitrato NO3–
Potássio K+ Óxido O2–
Prata Ag+ Permanganato MnO4–
2
-
Sódio Na+ Sulfato SO4
Zinco Zn2+ Sulfureto S2–

Ligação iónica – é aquela que se estabelece entre um catião e um anião.


Ex: Na+Cl–.
Os iões positivos e os negativos atraem-se mutuamente, enquanto os iões do
mesmo sinal repelem-se uns aos outros.
As estruturas cristalinas são estruturas constituídas por iões sódio (Na+) e
por iões de cloro (Cl-) em igual número de regulamento, dispostos nos vértices de
uma rede cristalina de uma malha cúbica.

Propriedades dos sólidos iónicos


Sabemos que os sólidos iónicos são constituídos por iões positivos e iões
negativos, estes iões (catiões e aniões) atraem-se fortemente uns aos outros
mutuamente, enquanto que os iões do mesmo sinal se repelem uns aos outros.
Propriedades
1- Apresentam pontos de fusão elevados, até 2000 ºC.
2- São insolúveis em solventes orgânicos, como o éter, o tetracloreto de
carbono (CCl4) e outros.
3- São na sua maioria solúveis em água.
4- Conduzem a corrente eléctrica quando fundidos ou em soluções aquosas.
5- Não conduzem a corrente eléctrica no estado sólido.

Tarefa
1- Escreve os nomes dos seguintes compostos:
a) NaCl; b) CuSO4; c) CuCl2; d) AgCl2; e) NiSO4; f) K2Cr2O7; g) Na2SO4; h)
NaMnO4.
44
TEMA 4: Funções inorgânicas. Óxidos, Bases, Ácidos e Sais.
Subtema: Conceito de funções inorgânicas. Óxidos

Funções inorgânicas
Funções inorgânicas são grupos de famílias de compostos inorgânicos que
apresentam características e propriedades semelhantes.
Existem 4 grupos de funções inorgânicas que são: Óxidos, Bases, Ácidos e
Sais.
Quase todos os elementos químicos existentes, com raras excepções, possuem
grande facilidade de ligar-se ao elemento oxigénio formando óxidos, pois o
oxigénio é altamente reactivo e, desse modo, podemos encontrar óxidos formados
por metais e outros formados por não-metais. Os óxidos metálicos possuem carácter
iônico, já os óxidos formados por não-metais possuem normalmente carácter
covalente.
Definição de Óxidos
Óxidos são substâncias formadas pela combinação de dois elementos, um dos
quais é sempre o oxigénio, como elemento mais electronegativo.
Em outras palavras, definimos que óxido é todo composto formado pelo
oxigénio e um outro elemento que não seja o flúor (F).
Nomenclatura dos Óxidos
A nomenclatura dos óxidos é feita de seguinte maneira: Óxido de + o nome
do metal ou não-metal.
Alguns nomes indicam a quantidade de oxigénio presente na molécula
utilizando os prefixos: mono, di, tri, pent, hex, etc., à frente do nome do metal ou
do oxigénio. Exemplo: monóxido de carbono (CO); dióxido de enxofre (SO2);
trióxido de enxofre (SO3); trióxido de dinitrogénio (N2O3); pentóxido difosfórico
(P2O5), etc.
Classificação dos Óxidos
Os óxidos são classificados em vários grupos diferentes, dos quais neste
capítulo falaremos apenas de óxidos moleculares e os óxidos iónicos, os demais serão
dados posteriormente.
Óxidos moleculares
Como o oxigénio é um elemento ametal (aparência de metal), para que um
óxido seja molecular basta que o oxigénio esteja combinado com outro ametal, pois
os compostos moleculares são formados por átomos de ametais unidos por ligações
covalentes.
45
Ametal + Oxigénio Óxido molecular. Exemplos:
N O NO2 N2O
Monóxido de Dióxido de Monóxido de
nitrogênio nitrogênio dinitrogénio

N2O3 N2O4 N2O5


Trióxido de Tetróxido de Pentóxido de
dinitrogénio dinitrogénio dinitrogénio

Existe uma considerável variedade de óxidos de nitrogénio (azoto). Essa


diversidade também ocorre com alguns outros elementos químicos, em que o prefixo
“mono” pode ser omitido (ocultado) quando utiliza-se na frente do nome do
elemento, conforme exemplos a seguir:
NO ---------- monóxido de nitrogénio
NO2 --------- dióxido de nitrogénio
CO ---------- monóxido de carbono
CO2 ---------- dióxido de carbono

Óxidos iônicos:
Esses óxidos apresentam oxigénio combinado com um metal, onde este
metal e o ametal se unem por uma ligação iónica.
Metal + Oxigénio Óxido iónico, nesse caso, é fácil prever a
fórmula do óxido de um determinado metal utilizando o que falamos sobre ligação
iónica. Como o oxigénio apresenta 6 electrões na última camada, em ligação
iónica ele recebe 2 electrões e fica com duas cargas negativas O2-.
Exemplos de óxidos de metais com carga fixa:
Na2O ------------- óxido de sódio
CaO -------------- óxido de cálcio
Al2O3 ------------- óxido de alumínio
Exemplos de óxidos de metais com carga variável:
Cu2O ----------- óxido de cobre (1)
CuO ------------ óxido de cobre (2)
FeO ------------- óxido de ferro (2)
Fe2O3 ----------- óxido de ferro (3)
Entre os óxidos já citados, destacamos alguns de capital importância:
Dióxido de silício (SiO2): é o óxido mais abundante na crosta terrestre e é
um dos componentes dos cristais, das rochas e da areia.

46
Óxido de cálcio (CaO): é um óxido obtido a partir da decomposição do
calcário e é usado na agricultura para diminuir a acidez dos solos e também na
preparação de betume na construção civil.
Dióxido de enxofre (SO2): é usado para a obtenção de ácido sulfúrico e é
um dos principais poluentes atmosféricos em dias húmidos, combina-se com o vapor
de água e origina as chuvas ácidas.
Monóxido de carbono (CO): é um gás usado para obter certos produtos
químicos e na metalurgia do aço, também é o principal poluente da atmosfera nas
zonas urbanas; quando inspirado combina com a hemoglobina dos glóbulos
vermelhos do sangue neutralizando-as para o transporte do oxigénio no organismo.
Dióxido de carbono: Também conhecido como gás carbónico ou anidrido
carbónico, de fórmula molecular CO2, é um composto químico constituído por dois
átomos de oxigénio e um átomo de carbono, descoberto pelo cientista químico
escocês Joseph Black em 1754, encontra-se na atmosfera produzido pela respiração
dos seres humanos e dos animais, também é utilizado pelas plantas para realizarem a
fotossíntese.
Tarefa
1- Como se classificam as funções inorgânicas?
2- Define óxidos?
a) Dê 5 exemplos.

Aula nº 48
Subtema: Bases ou hidróxidos. Nomenclatura das bases ou hidróxidos.
Principais bases.

Segundo o químico sueco Svante Arhenius (1859-1927), hidróxidos são


compostos inorgânicos formados a partir de um catião e um grupo hidroxila (OH), ou
seja:
Bases: são todas as substâncias que em soluções aquosas se dissociam
libertando exclusivamente como anião o grupo hidroxila (OH-) como anião.
Muitos alimentos temperados, fritos em muita gordura ou ingeridos à
pressa, provocam acidez no estômago, e este ácido em excesso produz azia (azedo).
As pastilhas que aliviam as dores de estômago e os sais de frutos contêm bases que
actuam sobre o ácido combatendo a azia. O que distingue as bases é o seu sabor
adstringente que amarra a boca, ou seja, diminui a salivação, mas aconselha-se não
provar por meio da saliva, pois existem substâncias tóxicas.
47
Muitas bases podem ser obtidas artificialmente ao fazer reagir a água com
os óxidos de metais. Por exemplo, os produtos de limpeza e outros para desentupir
canos, têm hidróxido de sódio, por isso é necessário ter muito cuidado no seu
manuseamento.

Nomenclatura das bases ou hidróxidos


A nomenclatura dos hidróxidos é feita a partir da seguinte regra: Hidróxido
de ... + o nome do catião.
Exemplo de hidróxidos ou bases mais importantes no laboratório:
- Hidróxido de potássio: KOH
- Hidróxido de sódio: NaOH
- Hidróxido de cálcio: Ca(OH)2
- Hidróxido de magnésio: Mg(OH)2
- Hidróxido de amónio: NH4OH

Aula nº 49
Subtema: Ácidos. Nomenclatura dos ácidos. Propriedades e aplicações.

Ácidos
A palavra “ácido” provém do latim “acidus” que significa azedo.
Ácidos: são compostos covalentes que compartilham electrões nas suas ligações.
Exemplos:
• Ácido acético (CH3 – COOH)
• Ácido sulfúrico (H2SO4)
• Ácido Fluorídrico (HF)
• Ácido nítrico ou azótico (HNO3)
• Ácido fosfórico (H3PO4)
• Ácido carbónico (H2CO3)
• Ácido clorídrico (HCl)
Nomenclatura dos ácidos
Terminação do anião Terminação do ácido
eto Exemplo: cloreto (Cl) ídrico Exemplo: ácido clorídrico (HCl)
ato Exemplo: Clorato (ClO3) ico Exemplo: ácido clórico (HClO3)
ito Exemplo: nitrito (NO3) oso Exemplo: ácido nitroso (HNO2)

48
Propriedades físicas dos ácidos
• São incolores;
• Têm odor forte e asfixiante;
• Possuem sabor azedo, ácido ou amargo;
• Têm estado físico líquido ou aquoso;
• Apresentam pontos de fusão e de ebulição baixos;
• Conduzem a corrente eléctrica, pois são soluções eletrolíticas.

Propriedades químicas dos ácidos


1- Reagem com muitos metais formando sais e água ou libertando o gás
hidrogénio. Exemplo: Mg (s) + 2 HCl (aq) MgCl2 (aq) + H2 (g)
2- Reagem com carbonatos e bicarbonatos, originando gás carbónico (CO 2).
Exemplo: CaCO3(s) + 2 HCl (aq) CaCl2 (aq) + H2O (l) + CO2 (g)
3- Formam o gás hidrogénio quando reagem com os metais. Exemplo:
Cu (s) + 2 HCl (aq) CuCl2 (aq) + H2 (g)

Aplicações dos ácidos


Os ácidos têm várias aplicações e estão presentes em muitos produtos do
nosso quotidiano como, por exemplo, nas frutas (limão e laranja) que possuem o
ácido cítrico (C6H8O7), nas baterias de automóveis há uma solução de ácido
sulfúrico (H2SO4), para a limpeza de azulejos usa-se o ácido muriático, o vinagre
possui o ácido acético (CH3 – COOH ou C2H4O2) e as pedras que têm como
principal componente o ácido clorídrico.

Aula nº 50
Subtema: Sais. Classificação dos sais.

Definição de Sais
Sais são compostos que contêm pelo menos um catião na sua base e um anião
de um ácido.
Portanto, os sais são compostos iónicos com sabor salgado e são sólidos, eles
podem ser obtidos por via laboratorial, através da reacção de uma base forte como o
hidróxido de sódio (NaOH), com um ácido forte como ácido clorídrico (HCl), cuja
reacção de neutralização forma sal e gera água.

49
HCl + NaOH NaCl + H2O

Classificação dos sais


A classificação principal dos sais é feita de acordo com os tipos de iões que os
compõem e a sua nomenclatura baseia-se também nessa classificação.
Os sais são compostos inorgânicos que em soluções aquosas dissociam-se e
formam iões correspondentes.

Exemplos de alguns Sais mais vulgares:


Cloreto de sódio (NaCl); Cloreto de hidrogénio (HCl); Cloreto de prata
(AgCl); Cloreto de amónio (NH4Cl); Cloreto de zinco (ZnCl2); Cloreto de cálcio
(CaCl2); Cloreto de bário (BaCl2); Cloreto de cobre (CuCl2); Cloreto de magnésio
(MgCl2); Sulfato de sódio (NaSO4); Sulfato de alumínio Al2(SO4)3; Sulfato de
cobre ( CuSO4); Cianeto de amónio (NH4CN); Nitrato de amónio (NH4NO3);
Nitrato de prata (AgNO3); Nitrato de sódio (NaNO3); Carbonato de cálcio
(CaCO3); Carbonato de sódio (Na2CO3); Carbonato de cobre (CuCO3).

III – TRIMESTRE
TEMA 5: Soluções aquosas. Concentração das soluções
Aula nº 51
Subtema: Soluções, soluto e solvente. Soluções saturadas e insaturadas.

Soluções. Soluto e Solvente.


Soluções: são misturas homogêneas de duas ou mais substâncias em que o
tamanho médio das partículas é inferior a 10–7 cm3.
Exemplo: Os refrigerantes são soluções constituídas por açúcar, corante e
gás dissolvido em água.
Soluções aquosas – São todas aquelas em que o solvente é a água.

50
Soluto e Solvente
Soluto: é a substância que se encontra na forma sólida.
Exemplo: Na solução de água açucarada, a água é o solvente e o açúcar é o
soluto.
Nas soluções uma substância dissolve e a outra é dissolvida. Nesse caso, a
substância que dissolve a outra chama-se solvente, ou seja, Solvente: é a substância
que se encontra na forma líquida. Exemplo: a água
 Quando se dissolve um gás num líquido, considera-se que o gás é o soluto
e o líquido é o dissolvente.
 Se a dissolução estiver formada por dois líquidos, o soluto será a substância
que estiver em maior proporção.
Soluções saturadas e insaturadas (não-saturadas)
As soluções obtêm-se quando juntamos arbitrárias de solvente e de soluto.
Quando o solvente não consegue dissolver totalmente a quantidade de soluto, diz-se
que a solução é saturada, e quando o solvente consegue dissolver toda a quantidade
de soluto, a solução é insaturada (não-saturada).
Solução saturada – é aquela em que o solvente não dissolve totalmente o
soluto.
Solução não-saturada (insaturada) – é aquela que o solvente tem
capacidade de dissolver todo o soluto.
Existem outros tipos de soluções, por exemplo, quando o solvente é o
álcool a mistura designa-se por solução alcoólica.

Aula nº 52
Subtema: Concentração de soluções.

Para se preparar soluções devemos ter em conta o tipo de soluto e do


solvente que se vai utilizar. Para isso convém recolher informação qualitativa e
quantitativa (quantidades acerca dos elementos da solução a utilizar).
Para indicar a concentração de uma solução, escreve-se a expressão que
indique a massa de soluto por unidade de volume de solução, ou seja:
Massa (soluto)
Concentração da solução =
Volume (solução)
51
M
C =
V
Exemplo:
1- Deseja-se pesar 6,0 g de permanganato de potássio para diluir num
copo de 250 cm3 de água. Qual será a concentração da solução?
Dados:
M = 6,0 g
V = 250 cm3
C=?
M
Fórmula: C =
V
6,0 g
C= = 24 g/dm3
0,250 dm3
Resposta: A concentração da solução é de 24 g/dm3.

2- Qual será a concentração de uma solução de cloreto de cálcio CaCl2,


que tem de massa de soluto 5 g e massa de solução de 235,0 g?
M
C =
massa
5 g
C = = 0,021
235 g
Resposta: A concentração de uma solução de CaCl2 terá o valor de 0,021 g.

3- Calcule em g/mol da substância dicromato de potássio a partir de g/mol


dos átomos.
M (soluto) = (K2Cr2O7) = 2 x 39 g/mol + 2 x 52 g/mol + 7 x 16 g/mol
M (molar) = 72 g/mol + 104 g/mol + 112 g/mol = 294 g/mol.
Se a solução de dicromato de potássio tiver uma concentração em massa
de 4 g/mol, temos que calcular o número de moles da solução (n):
massa (g) 4g
n (soluto) = = = 0,014 mol.
g/mol 294 g

Calcular a concentração da solução:


52
mol de soluto
C =
V de solução
0,014 mol
C= = 0,07 mol/dm3
0,2 dm3
Nota: A concentração pode ser calculada directamente pela seguinte fórmula:
C =_n_ C = 0,014 mol = 0,07 mol/dm3
V 0,2 dm3
Podemos calcular a concentração em mol/dm3, a partir dos seguintes dados:
m de soluto = 4 g
V de solução = 400 ml = 0,4 dm3
C= 4g = 10 g/dm3
0,4 dm3
Calcular o número de moles:
m=4g
M = K2Cr2O7 = 294 g/mol
m 4 g
n = n= = 0,014 mol.
M 294 g/mol
Calcular a concentração da nova solução:
C = n_ C = 0,014 mol C = 0,033 mol/dm3
V 0,4 dm3

Conclusão: Diluir uma solução, significa baixar a concentração.

Tarefa
1- Fale da importância que a água tem para a vida do homem e de outros
seres vivos.
2- Diferencie soluto e solvente?
3- Define solução saturada e solução não saturada?

Subtema: Solubilidade e temperatura. Mecanismo de dissolução.

Solubilidade de uma substância: é a quantidade necessária expressa em


gramas, para saturar 100 g de água à temperatura considerada.

53
A variação da solubilidade das substâncias é diferente de umas para outras,
e é expressa por meio de gráficos que se denominam por curvas de solubilidade.
As curvas de solubilidade são construídas num sistema de eixos
coordenados, onde no eixo das abcissas marca-se os valores das temperaturas e no
eixo das coordenadas marca-se as quantidades das substâncias (expressas em
gramas), para saturar 100 g de água.
O quadro a seguir indica o valor das temperaturas e a correspondente massa
de nitrato de potássio (KNO3) dissolvida em 100 g de água.
Temperatura ºC 0 20 40 60 80 100
Gramas de KNO3 13,3 31,6 63,9 110 169 260

Mecanismo de dissolução
Na formação de uma solução ocorre a dissolução, que é o fenómeno no
qual uma substância é posta em contacto com outra substância.
A dissolução pode efectuar-se nos três estados físicos: líquido, sólido e
gasoso.
Dissolução nos líquidos
As dissoluções líquidas são as mais comuns e importantes. Ocorrem
quando se junta a uma solução líquida outra substância em qualquer dos três estados
físicos. Exemplo: (açúcar) a um líquido (água).
A partir desta dissolução obtém-se uma mistura homogênea. Quando se
mistura álcool etílico com água não se distinguem as partículas do álcool nem da
água. Ao contrário, se juntar água à gasolina ou ao gasóleo, nota-se duas fases bem

54
distintas: uma constituída pela gasolina/gasóleo e a outra pela água; este tipo de
mistura denomina-se mistura heterogênea.
Mistura homogênea – é aquela em que não se distinguem as partículas na
solução.
Mistura heterogênea – é aquela em que facilmente distinguem-se as
partículas na mistura.
Dissolução nos gases
Tendo em conta o comportamento físico das moléculas dos gases, sabemos
que estas encontram-se muito afastadas umas das outras e movem-se rapidamente.
Por exemplo, se um gás estiver em contacto com um líquido (água), as
moléculas gasosas chocam-se com a superfície deste líquido e são atraídas por este,
dando lugar à dissolução do gás na água, pois em alguns casos o gás é muito solúvel
em água.
Dissolução nos sólidos
A dissolução nos sólidos obtém-se quando se adiciona pequenas
quantidades de uma substância sólida a outra substância no estado líquido.
Quando um sólido se dissolve na água as suas partículas abandonam as
suas posições fixas e passam para o seio da massa de água, ficando rodeadas por
moléculas da água.

Tarefa
Define:
a) Solubilidade de uma substância.
b) Mistura homogénea e mistura heterogénea.
c) Soluto e solvente.

Subtema: Calor de solução. Factores que influem no processo de dissolução.


– Electrólitos e não-electrólitos.

Calor de solução
Durante o processo de dissolução ocorre a libertação de calor. Exemplo:
a dissolução de sulfato de lítio em água.
Por outro lado, na dissolução de nitrato de amónio nota-se a descida de
temperatura ao invés de libertação de calor.

55
Conclui-se que, durante a dissolução há libertação ou absorção de calor.

Factores que influem no processo de dissolução


Na solubilidade também se deve ter em conta a superfície de contacto,
pois este contacto se for maior com o solvente o número de partículas em interacção
também será maior e, por conseguinte, o sólido dissolve-se mais rapidamente.
Os factores que influem no processo de dissolução são:
 Aumento de temperatura.
 Agitação e aumento da superfície de contacto.
Electrólitos e não-electrólitos
Os sólidos iónicos não conduzem a corrente eléctrica no estado sólido,
porque neste estado os iões não possuem electrões livres.
 Electrólitos – são as substâncias que conduzem a corrente eléctrica em
soluções aquosas ou em estado de fusão.
 Não-electrólitos – são as substâncias que não conduzem a corrente
eléctrica em soluções aquosas ou em estado de fusão.
Equação de dissociação
A dissociação dos electrólitos pode ser representada por meio de uma
equação. Ex: A ionização da água.
H2O H+ + OH–
Dissociação dos ácidos
Os ácidos monopróticos só têm uma fase de dissociação. Exemplo:
Ácido clorídrico com a água.
HCl + água H+ (aq) + Cl– (aq)
Ácido azótico ou nítrico com a água.
HNO3 + água H+ (aq) + NO3– (aq)
Ácido acético com a água.
CH3OOH + água H+ (aq) + CH3COO– (aq)
Vinagre Ião acetato
Os ácidos polipróticos dissociam-se por fases e cedem electrões por
molécula. Exemplo:
Ácido sulfúrico com a água. 2-
1ª fase: H2SO4 + água H (aq) + HSO4– (aq)
+

2ª fase: HSO4– + água H+ (aq) + SO4 (aq)


Ião sulfato
56
Ácido carbónico com a água. 2-
1ª fase: H2CO3 + água H+ (aq) + HCO3– (aq)
2ª fase: HCO3– + água H+ (aq) + CO3 (aq)
Ião carbonato
Ácido fosfórico com a água. 2-
1ª fase: H3PO4 + água H (aq) + H2PO4– (aq)
+

2-
2ª fase: H2SO4– + água H+ (aq) + HPO4 (aq)
2-
+
3ª fase: HPO4 + água H (aq) + PO4 (aq)
Ião fosfato
Dissociação das bases
Ex:
a) Hidróxido de sódio com a água.
NaOH + água Na+ (aq) + OH– (aq)
b) Hidróxido de cálcio
Ca(OH)2 + água Ca2+ (aq) + 2 OH– (aq)
c) Hidróxido de potássio com a água.
KOH + água K+ (aq) + OH– (aq)

Dissociação dos sais


Ex: a) Cloreto de potássio com a água.
KCl + água K+ (aq) + Cl– (aq)
b) Cloreto de sódio com a água.
NaCl + água Na+ (aq) + Cl– (aq)
c) Sulfato de sódio com a água. 2–
Na2SO4 + água 2 Na+ (aq) + SO4 (aq)
Tarefa
Quais são os factores que influem no processo de dissolução dos sólidos?

Subtema: Exercícios.

1- Qual é a concentração de uma solução de cloreto de sódio, sabendo que se


pesou 20 g de sal para perfazer 1 litro de solução?
Resolução
Gastou-se 20 por litro de soluto (20 g/dm3), atendendo a tabela da massa
molar, temos:
57
M (Na) = 23 g/mol
M (Cl) =35,5 g/mol
M (NaCl) = 23 g/mol + 35,5 g/mol = 58 g/mol
58,5g_____1 mol
20g/dm3 _____x
x = 20 g/dm3 x 1 mol_ x = 0,34 ml/dm3
58,5 g
Resposta: A concentração do cloreto de sódio é de 0,34 mol/dm3.

2- Determina a massa de cloreto de sódio a dissolver em água, de modo a


obter 1 litro de soluto com uma concentração de 0,30 mol/litro.
Resolução
Cálculo da massa de cloreto de sódio:
M (NaCl) = 23 g/mol + 35,5 g/mol = 58,5 g/mol.
58,5 g ___________ 1 mol/dm3
x _______________ 0,30 mol/dm3
x = 58,5 g x 0,30 mol/dm3 = 17,55 g
1 mol/dm3
Resposta: Para obter 1 dm3 ou 1 litro de NaCl com a concentração de 0,30
mol/dm3, será necessário dissolver 17,55 g de NaCl em água.
3- Das seguintes afirmações, assinale as verdadeiras com (V) e as falsas com
(F), justificando, se necessário:
a) A água influencia o desenvolvimento da agricultura V . A água contribui
para o desenvolvimento da agricultura dissolvendo os sais existentes no solo.
b) A água não serve para arrefecer certas substâncias F.
c) Numa solução aquosa, a água recebe o nome de solvente V.
d) Se misturar duas substâncias (1 g de açúcar com 1 litro de água), a água
dissolve completamente o açúcar e a mistura resultante não é homogénea F.
e) Os metais não conduzem a electricidade F. Os metais são designados por
condutores da corrente eléctrica.
f) A variação da solubilidade das substâncias representa-se por meio de
gráficos V. Esta variação de solubilidade também pode ser chamada por curva de
solubilidade.
4- Das seguintes questões, assinale com 1, X ou 2, de acordo com os
conhecimentos adquiridos:
 O ácido nítrico ou azótico de fórmula química HNO3, é constituído por:
1- Um átomo de hidrogénio, um átomo de nitrogénio e três átomos de oxigénio

58
X- Dois átomos de hidrogénio, um átomo de oxigénio e dois átomos de nitrogénio
(azoto).

2- Um átomo de hidrogénio, dois átomos de azoto e um átomo de oxigénio


1 X 2
1
 As massas atómicas relativas de hidrogénio, enxofre e oxigénio são: 1;
32; 16. Qual é a massa molecular relativa do ácido sulfúrico?
1- 108 1 X 2
X
X- 98
2- 58
 Qual é a massa molécula relativa de uma substância composta por dois átomos
de hidrogénio e um átomo de oxigénio?
1- 15 1 X 2
2
X- 21
2- 18
 A molécula de hidrogénio forma uma ligação covalente. Em que consiste essa
ligação?
1- Na cedência de um electrão 1 X 2
X
X- Na partilha de dois electrões pelos dois átomos
2- Na partilha de um electrão pelos dois átomos
 A molécula de cloreto de sódio forma uma ligação iónica. Em que consiste?
1- Na partilha de dois electrões pelos dois átomos 1 X 2
X
X- Na cedência de um electrão de um átomo ao outro
2- Na cedência de dois electrões de um átomo ao outro
 Qual das seguintes substâncias não é um sólido molecular?
1- Gelo 1 X 2
2
X- Sacarose
2- Diamante
 Qual dos seguintes compostos é um sólido iónico?
1- Açúcar 1 X 2
2
X- Ouro
2- Cloreto de sódio
 Os factores que influem no processo de dissolução são:
59
1- Temperatura e agitação 1 X 2
2
X- Agitação e superfície de contacto
2- Temperatura, agitação e superfície de
contacto
 Electrólitos são substâncias que:
1- Conduzem a corrente eléctrica em solução aquosa ou em fusão 1 X 2
X – Não conduzem a corrente eléctrica
1
2- Conduzem mal a corrente eléctrica

5- Ligue os conceitos das duas colunas com uma seta, de acordo com os
conhecimentos adquiridos:

Fe2O3 - Líquido mais útil e o mais comum dos dissolventes


Água - Gás de cozinha (butano)
C4H10 - Gasolina
Mistura de hidrocarbonetos - Hematite

ALGUNS CONCEITOS BÁSICOS DE QUÍMICA


Tiveram a oportunidade de verificar em síntese que a Química é a ciência
que estuda a composição e as propriedades das diferentes substâncias e matérias, suas
transformações e variações de energia.
O contributo da Química é importante em áreas como a agricultura, a
educação, a saúde, a pecuária, a indústria e outros serviços públicos.
Substância – é tudo aquilo que constitui um corpo.
Átomo – é uma partícula ínfima que possui as propriedades de um
determinado elemento químico. O átomo é a unidade estrutural de uma substância e
é constituído por partículas mais pequenas denominadas por protões, neutrões e
electrões.
Elemento químico – é uma espécie determinada de átomos que possuem
propriedades iguais.
60
Símbolo químico – é uma simplificação universal adoptada pelos químicos
para representar um elemento químico ou átomos desse elemento, representado pela
primeira letra maiúscula do seu nome, em latim ou grego e, em muitos casos por duas
letras, onde a primeira deve ser sempre maiúscula e a segunda minúscula.
O símbolo químico representa o nome desse elemento químico, um átomo
desse elemento ou mole do átomo desse elemento.
Molécula – é um conjunto ou associação de átomos que constituem as
substâncias.
Mole – é a quantidade química de matéria (substância) de um sistema que
contém 6,022 x 1023 partículas, esse número denomina-se Constante de Avogadro.
Massa molecular relativa (Mr) – é a soma das massas atómicas relativas
(Ar) de todos os átomos dos elementos que constituem a substância, Mr (x).
Exemplo: A água (H2O).
Ar (H) = 1
Ar (O) = 16
Mr = 2 x 1 + 1 x 16
Mr(H2O) = 2 + 16 = 18 u.m.a.
Massa molar – é a relação existente entre a massa de amostra e a quantidade
de substância ou (número de moles). M(x) = m(x) / n(x), ou seja:
M = m_ e n = m_
n M
Transformações: são mudanças ou alterações de substâncias que ocorrem
na Natureza. Em Química consideram-se dois tipos fundamentais de transformações
que são: transformações físicas e transformações químicas.
Transformações físicas – são aquelas que ocorrem sem a formação de novas
substâncias. Ex: rasgar um papel.
Transformações químicas – são aquelas que acontecem quando ocorre a
formação de novas substâncias com novas propriedades.
As transformações químicas são chamadas por reacções químicas.
Reacção química – é a transformação de uma ou mais substâncias em
outra(s) com novas propriedades.

61
Equação química – é forma de representação convencional das reacções
químicas mediante fórmulas e símbolos químicos.

A representação das equações químicas obedece as seguintes regras:


1- As substâncias reagentes e as de produtos de reacção devem ser representadas
pelas respectivas fórmulas.
2- As substâncias reagentes escrevem-se à esquerda da seta ( ) e as que são
produtos de reacção à direita.
3- Os estados de agregação das substâncias envolvidas na reacção devem ser
indicados e colocados à direita das fórmulas das substâncias, entre parênteses.
Exemplo: sólido (s), líquido (l), gasoso (g), e para as substâncias em solução
aquosa escreve-se (aq), respectivamente.
4- Deve-se acertar a equação química com base na lei da conservação da massa
ou Lei de Antoine Lavoisier.
Lei da conservação da massa (Lei de Lavoisier)
Numa reacção química, a massa total das «substâncias reagentes» deve ser
igual à massa total das substâncias formadas (obtidas), as quais são denominadas
«produtos de reacção». Exemplo:
2 Mg (s) + O2 (g) 2 MgO (s)
2 H2O (l) 2 H2 (g) + O2 (g)
CaO (s) + H2O (l) Ca(OH)2 (aq)
Na2CO3 (aq) + CaCl2 (aq) CaCO3 (s) + 2 NaCl (aq)
AgNO3 (aq) + NaCl (aq) AgCl (s) + NaNO3 (aq)
CuCl2 (aq) + H2O (l) + CO2 (g) CuCO3 (s) + 2 HCl (aq)
A operação de acertos das reacções consiste em igualar o número de átomos
de cada elemento em ambos os membros, ou seja, coloca-se os coeficientes
estequiométricos antes das fórmulas, de forma a tornar o número de átomos igual.

OBS: A numeração das aulas não é taxativa, sofrerá alterações em função das
aulas de revisão e avaliações contínuas.

ELABORADO POR: COORDENAÇÃO DE QUÍMICA – 2022/2023


62
.../AM – Magas, Lic.

63

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