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UNIDADE 1

ESTRUTURA ATÔMICA

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir desta unidade você será capaz de:

• identificar os modelos atômicos e as unidades fundamentais da matéria;

• reconhecer a organização atual dos elementos químicos na tabela periódi-


ca;

• utilizar o Diagrama de Linus Pauling; identificar o número de elétrons da


camada de valência dos elementos químicos e os quatro números quânti-
cos;

• estudar a estabilidade química dos elementos químicos através da Regra


do Octeto e de suas exceções;

• diferenciar e realizar as ligações iônicas, ligações covalentes ou molecula-


res e as ligações metálicas.

PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. Em cada um deles você encontrará
atividades visando à compreensão dos conteúdos apresentados.

TÓPICO 1 – MODELOS ATÔMICOS

TÓPICO 2 – TABELA PERIÓDICA

TÓPICO 3 – LIGAÇÕES QUÍMICAS

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UNIDADE 1
TÓPICO 1

ESTUTURA ATÔMICA

1 INTRODUÇÃO

Olá, caro acadêmico! Iremos iniciar o estudo da estrutura atômica, ou seja,


estudaremos a estrutura do átomo. Afinal, você já deve ter ouvido falar em átomo,
correto? E você sabe o que é um átomo? Então, convido-o a estudá-lo a partir de
agora.

Desde os primórdios o homem tentava entender a origem da vida, a relação


entre o homem e o seu meio e as transformações ocorridas na natureza. Povos da
antiguidade criaram mitos e lendas sobre deuses e figuras sobrenaturais. Com isso
explicavam a origem do mundo, do fogo, da água, dos alimentos etc.

Foi na Grécia, no século V a.C., que surgiram as primeiras tentativas de


se entender os fenômenos da natureza desvinculados de forças sobrenaturais ou
religiosas.

Empédocles, um filósofo grego, idealizou a explicação da constituição da


matéria. Para ele, a matéria era constituída por quatro elementos primários: o fogo,
o ar, a água e a terra. Tais elementos sofriam constantes mudanças, porém eram
indestrutíveis.

Em seguida, Aristóteles divulgou sua ideia de que esses quatro elementos


poderiam ser diferenciados através de suas propriedades:

• A terra seria fria e seca;


• A água seria fria e úmida;
• O fogo seria quente e seco;
• O ar seria quente e úmido.

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FIGURA 1 – OS QUATRO ELEMENTOS VITAIS: TERRA, ÁGUA, AR E


FOGO

FONTE: Disponível em: <https://lh4.googleusercontent.com/


B5LZph5Ghd0/TWj3BVoiTqI/AAAAAAAAB8Y/nq0EDmroH7w/s1600/
imagesCA2FH22G.jpg.>. Acesso em: 21 jan. 2016.

Assim, uma substância poderia ser transformada em outra, apenas


alterando suas propriedades. Ex.: a chuva era resultado do resfriamento do ar
quente e úmido.

Porém, por volta de 400 a.C., os filósofos Leucipo e Demócrito divulgaram


que a matéria seria formada por pequenas partículas indivisíveis, que seriam: os
átomos.

A alquimia foi muito importante para o desenvolvimento da química.


Os alquimistas criaram equipamentos de laboratório e desenvolveram várias
metodologias para a obtenção de metais, na produção de papiros, sabões e de
funções inorgânicas, como: o ácido sulfúrico, o ácido nítrico, o hidróxido de sódio
e o hidróxido de potássio.

CHYMIA = fundir, moldar. Origem grega.


KHEMEIA = terra ou país. Origem egípcia.

Atualmente, com o avanço da tecnologia, podemos comparar os químicos


com os antigos alquimistas.

2 OS QUATRO MODELOS ATÔMICOS


Como vimos anteriormente, no século V a.C., Demócrito e Leucipo
acreditavam que a matéria era constituída por pequenas partículas indivisíveis,
os átomos. Porém, em 1808, John Dalton retomou essa ideia através de sua teoria
atômica, sugerindo que os átomos eram esferas maciças (rígidas) e indivisíveis.
No final do século passado, muitos cientistas desenvolveram vários experimentos

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TÓPICO 1 | MODELOS ATÔMICOS

para demonstrar que os átomos são constituídos por partículas ainda menores,
subatômicas. (USBERCO; SALVADOR, 2006).

Modelo atômico é uma representação gráfica que procura explicar, de


maneira científica, os fenômenos relacionados à composição da matéria e suas
formas. Um modelo atômico tem como função explicar a estrutura microscópica
da matéria.

2.1 O MODELO ATÔMICO DE JOHN DALTON


O cientista inglês John Dalton (1766-1844) propôs, em meados de 1800, o
modelo conhecido como Teoria Atômica de Dalton:

• A matéria é constituída por pequenas partículas esféricas maciças e indivisíveis,


denominadas átomos;
• Elemento químico é a junção de átomos com a mesma massa, tamanho e as
mesmas propriedades;
• Elementos químicos diferentes possuem propriedades diferentes, tais como
tamanho e massa;
• A combinação de átomos de elementos diferentes forma substâncias diferentes;
• Durante uma reação química os átomos não são criados, nem destruídos, são
reorganizados, formando novas substâncias.

John Dalton ficou conhecido como o “Pai da Teoria Atômica” e o seu modelo
ficou conhecido conforme a Figura 2:

FIGURA 2 - MODELO ATÔMICO DE JOHN DALTON

FONTE: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/apresentaomodelosatmicos-


elenice 120323132857-phpapp02/95/apresentao-modelos-atmicos-elenice-6-728.
jpg?cb=1332509716.>. Acesso em: 21 jan. 2016.

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2.2 O MODELO ATÔMICO DE JOSEPH JOHN THOMSON


Joseph John Thomson (1856-1940), no final de 1800, conseguiu demonstrar
que o átomo não era divisível, utilizando uma aparelhagem denominada tubo de
raios catódicos. Com base nas evidências deste experimento, Joseph John Thomson
concluiu que:

• Os raios eram partículas (corpúsculos) menores que os átomos;


• Os raios apresentavam carga elétrica negativa, denominadas elétrons;
• O átomo era uma esfera maciça, positiva, incrustada de elétrons (carga negativa),
de modo que a carga total fosse nula;
• Em sua totalidade, o átomo seria eletricamente neutro.

DICAS

Para obter maiores informações sobre o experimento de Joseph John Thomson


com o Tubo de Raios Catódicos, consulte a referência: USBERCO, João; SALVADOR, Edgar.
Química. 5. ed. vol. único. São Paulo: Saraiva, 2006.

O modelo atômico de Joseph John Thomson ficou conhecido conforme a


Figura 3 ou “Pudim de Passas”.

FIGURA 3 - MODELO ATÔMICO DE THOMSON

FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/EoY21V>. Acesso em: 21 jan. 2016.

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2.3 O MODELO ATÔMICO DE ERNEST RUTHERFORD


Ernest Rutherford (1871-1937), em 1904, ao realizar um experimento
com gás hidrogênio (H2), detectou a presença de partículas com cargas elétricas
positivas ainda menores, as quais ele denominou prótons (p).

Ele propôs que o átomo seria constituído no centro por um núcleo positivo
que continha a massa e os nêutrons do átomo. A região fora do núcleo, chamada
de eletrosfera, deveria ser ocupada pelos elétrons de carga negativa, orbitando ao
redor do núcleo.

Este modelo lembrava um sistema solar, conhecido como modelo


planetário, representado pela Figura 4.

FIGURA 4 - MODELO ATÔMICO DE RUTHERFORD

FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/wp-content/


uploads/2009/08/1 db74253cba.jpg.>. Acesso em: 21 jan. 2016.

DICAS

Saiba mais sobre a experiência de Ernest Rutherford utilizando material radioativo


e uma finíssima lâmina de ouro para verificar se os átomos eram maciços, em: REIS, Martha.
Completamente Química: Química Geral. São Paulo: FDT, 2001.

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2.4 O MODELO ATÔMICO DE NIELS BOHR – TEORIA


ATÔMICA ATUAL
Niels Bohr (1885-1962) desenvolveu um modelo atômico partindo dos
seguintes postulados:

• Os elétrons movimentam-se em órbitas circulares ao redor do núcleo do átomo;


• Cada órbita possui energia constante, estacionária. Os elétrons que estiverem
nas órbitas mais afastadas do núcleo serão mais energéticos;
• Absorvendo certa quantidade de energia, o elétron salta para uma órbita mais
energética. Voltando à sua órbita original, perde a mesma quantidade de energia,
na forma de luz (ondas eletromagnéticas);
• O núcleo é positivo e as órbitas são regiões específicas disponíveis para acomodar
os elétrons, de carga negativa, as chamadas camadas eletrônicas ou níveis de
energia;
• Cada camada eletrônica ou nível de energia foi representado por uma letra: K,
L, M, N, O, P e Q, recebendo um número quântico principal (n): 1, 2, 3, 4, 5, 6 e
7, respectivamente;
• Cada camada eletrônica ou nível de energia comporta um número máximo de
elétrons, conforme a figura a seguir:

FIGURA 5 - NÚMERO MÁXIMO DE ELÉTRONS POR CAMADA ELETRÔNICA OU NÍVEL


DE ENERGIA

FONTE: Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/upload/conteudo/images/


diagrama-de-pauling.jpg.>. Acesso em: 22 jan. 2016.

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TÓPICO 1 | MODELOS ATÔMICOS

Obs.: A camada eletrônica ou nível de energia mais afastada do núcleo é a


mais energética e recebe o nome de Camada de Valência (CV), vide Figura 6.

FIGURA 6 - CRESCIMENTO DA ENERGIA NAS CAMADAS ELETRÔNICAS OU NÍVEIS DE


ENERGIA

FONTE: Disponível em: <http://crv.sistti.com.br/sistema_crv_dotnet/banco_objetos_


crv/%7B43F24AD0-8576-4F99-B6FE-FE558D94B194%7D_1306.gif.>. Acesso em: 22 jan. 2016.

3 A MATÉRIA
A matéria é definida como tudo o que possui massa, volume e ocupa
lugar no espaço. Se olharmos ao nosso redor, perceberemos que estamos cercados
de matéria, como árvores, carros, ar, alimentos, água etc. Porém, devemos ter o
cuidado para não confundir energia com matéria. Energia não pode ser considerada
como matéria, pois não ocupa lugar no espaço. Existem vários tipos de energia,
como solar, elétrica, cinética, sonora, mecânica etc. Sendo assim, energia é uma
transformação, realização de trabalho.

Toda matéria é formada por átomos, e estes são definidos como as menores
partículas que constituem a matéria. Ao se definir a composição de um material ou
substâncias, consegue-se identificar quais os átomos que a formam, ou seja, quais
os elementos químicos que estão presentes.

Exemplo: A água do mar é composta principalmente por sais como cloreto


de sódio (NaCl), gases dissolvidos como o nitrogênio (N2), oxigênio (O2) e dióxido
de carbono (CO2), macronutrientes como fósforo (P) e enxofre (S), íons de magnésio
(Mg+2), potássio (K+1), cálcio (Ca+2) e sulfato (SO4)-2.

A matéria é dividida em substâncias e misturas. Confira as subdivisões das


mesmas.

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QUADRO 1 - SUBDIVISÕES DAS SUBSTÂNCIAS E MISTURAS

SUBSTÂNCIA É formada por um mesmo elemento


Ex.: He, Al, Fe, etc.
ELEMENTAR químico.
SUBSTÂNCIA Não pode ser separada, pois
Ex.: H2O, O2, CO2 etc.
PURA apresenta composição constante.
SUBSTÂNCIA É formada por átomos do mesmo
Ex.: O3, N2, Cl2, etc.
SIMPLES elemento químico.
SUBSTÂNCIA É formada por átomos de elementos Ex.: Ca(OH)2, SO3, Al2(SO4)3,
COMPOSTA químicos diferentes. etc.
É a junção de duas ou mais substâncias,
simples ou compostas. Podem Ex.: H2O + NaCl, H2O + CO2,
MISTURA
ser classificadas como misturas O2 + N2, etc.
homogêneas ou heterogêneas.
Apresenta apenas uma fase, um Ex.: H2O + açúcar, misturas
HOMOGÊNEA
aspecto visual. de gases, ligas metálicas, etc.
Apresenta duas ou mais fases, dois EX: H2O + óleo, EX: H2O +
HETEROGÊNEA
ou mais aspectos visuais. pedra + CO2, etc.
FONTE: A autora

Para finalizar este conteúdo veremos: As Partículas Fundamentais da


Matéria: Prótons, Elétrons e Nêutrons.

• Prótons: são partículas positivas. Representadas por: p+


• Elétrons: são partículas negativas. Representadas por: e-
• Nêutrons: são partículas neutras, ou seja, não apresentam carga positiva ou
negativa. São representadas por: n.

3.1 DEFINIÇÃO DE ELEMENTO QUÍMICO


A junção de vários átomos iguais, ou seja, que apresentam o mesmo número
atômico (Z), é chamada de Elemento químico.

O número atômico (Z) é a característica mais importante de um elemento


químico, pois ele indica o número de prótons (p) e o número de elétrons (e-) do
elemento.

Logo, em um elemento químico: Z = p = e-

Traduzindo, número atômico é igual ao número de prótons e número de


elétrons.

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TÓPICO 1 | MODELOS ATÔMICOS

Os elementos químicos são representados por um símbolo, seguindo a


padronização da IUPAC (União Internacional de Química Pura e Aplicada), onde
a primeira letra do elemento químico deve ser maiúscula e a segunda letra, se
houver, deve ser minúscula. Em relação à nomenclatura dos elementos químicos,
esta origina do latim.

Todo elemento apresenta um número atômico (Z), um número de massa


atômica (A) e um número de nêutrons (n). Para verificar estas informações, basta
consultar uma Tabela Periódica, contudo o número de nêutrons deve ser calculado
através da fórmula a seguir:

n=A–Z

Lembrando:

n = número de nêutrons
A = número de massa atômica
Z = número atômico

Exemplo: 20
Ca 40 n = A – Z ------ n = 40 – 20 ------ n = 20

Assim, o valor de massa atômica é a soma do número atômico com o


número de nêutrons. A = Z + n

3.1.1 Íons
Os elementos químicos apresentam a tendência de perder ou ganhar
elétrons para se estabilizar quimicamente, ou seja, alcançar os oito elétrons na
camada de valência. Tal estabilidade é explicada pela regra do octeto. Quando
um elemento químico perde ou ganha elétrons, ele se torna uma espécie química
carregada eletricamente chamada de íon.

A REGRA DO OCTETO: Os gases nobres, elementos da família 8A ou grupo


zero da Tabela Periódica, são elementos estáveis, pois já apresentam a camada de
valência completa com oito elétrons, com exceção do gás hélio, que é estável com
dois elétrons na camada de valência, o que é explicado pela regra do dueto. Por
este motivo, os gases nobres não perdem ou ganham elétrons.

Os íons são espécies químicas carregadas eletricamente. Íons carregados


com carga positiva são chamados de cátions e íons carregados com carga negativa
são chamados de ânions.

OS CÁTIONS: são íons que doam (perdem) elétrons, desta forma adquirem
carga positiva. Ex.: Na+1, Ca+2, Al+3 etc.

OS ÂNIONS: são íons que ganham (recebem) elétrons, desta forma


adquirem carga negativa. Ex.: N-3, O-2, F-1 etc.
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UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

E
IMPORTANT

Certo cátion trivalente (+3) contém 10 elétrons e 14 nêutrons. Determine o seu


número atômico e o seu número de massa atômica.

Resolução:
O cátion trivalente pode ser representado por X3+, que contém: 10 elétrons e 14 nêutrons, logo,
por ser um cátion trivalente, significa que ele doou três elétrons e assim o seu número atômico
(Z) é igual a 13.

13
X3+ = 13 – 3 = 10.

Lembre-se: a perda ou ganho de elétrons ocorre sempre no número atômico da espécie


química.
Como a massa atômica (A) = Z + n: A = 13 + 14 = 27

3.2 AS SEMELHANÇAS ATÔMICAS


No início do século XX, experiências realizadas por Soddy e outros
cientistas com elementos radioativos mostraram evidências de que um elemento
químico pode ser constituído por uma mistura de vários átomos com o mesmo
número atômico, mas com diferentes números de massa. Esses átomos foram
chamados por Soddy de isótopos. A diferença no número de massa é produzida
pelas diferentes quantidades de nêutrons existentes em casa isótopo. (USBERCO;
SALVADOR, 2006)

Outros átomos com semelhanças atômicas também são estudados, como os


isóbaros, isótonos e isoeletrônicos.

E
IMPORTANT

Radioisótopo é um isótopo que emite radiação. Os radioisótopos podem ser


aplicados na medicina, no diagnóstico de muitas doenças e problemas fisiológicos, permitindo
sua identificação para um futuro tratamento. Confira no Quadro 2 alguns exemplos.

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QUADRO 2 – APLICAÇÃO DE RADIOISÓTOPOS NA MEDICINA

RADIOISÓTOPOS APLICAÇÃO

F18 (Flúor) Mapeamento ósseo

Tc99 (Tecnécio) Mapeamento do coração, fígado, rins, cérebro

I131 (Iodo) Mapeamento da tireoide

Cr51 (Cromo) Mapeamento das hemácias


FONTE: A autora

3.2.1 Isótopos
São átomos de um mesmo elemento químico que apresentam o mesmo
número atômico (Z) e diferentes números de massa atômica (A). O magnésio, por
exemplo, é um elemento químico que ocorre na natureza na forma de três isótopos.

12
Mg24 12
Mg25 12
Mg26

A maioria dos elementos químicos é encontrada na natureza na forma de


mistura isotópica, ou seja, com um ou mais isótopos. Os isótopos apresentam-se
em porcentagens diferentes, os mais estáveis são aqueles que ocorrem com maior
frequência, que é representada por porcentagem.

Por exemplo, o hidrogênio é o único elemento químico que tem seus


isótopos apresentando nomes diferentes. Observe o quadro a seguir:

QUADRO 3 - ISÓTOPOS DO HIDROGÊNIO E SUA OCORRÊNCIA NA NATUREZA

ISÓTOPO NOMENCLATURA OCORRÊNCIA (aproximada)

H1 Prótio, hidrogênio comum,


1
99,985%
leve

H2
1
Deutério 0,015%

H3
1
Trítio, Tricédio, Tritério 10-7%

FONTE: A autora

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UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

3.2.2 Isóbaros
São átomos que apresentam o mesmo número de massa atômica (A) e
diferente número atômico (Z), logo, pertencem a elementos químicos diferentes.
Na tabela periódica encontram-se vários elementos químicos com o mesmo valor
de massa atômica.

Ex.: 18 Ar40 (Argônio) e 20


Ca40 (Cálcio)

3.2.3 Isótonos
São átomos de diferentes elementos químicos com números atômicos (Z)
e números de massas atômicas (A) diferentes, porém, com mesmo número de
nêutrons. Sendo: n = A – Z.

Ex.: 7N14 14 – 7 = 7 nêutrons


6
C13 13 – 6 = 7 nêutrons

3.2.4 Isoeletrônicos
São espécies químicas diferentes que apresentam o mesmo número de
elétrons. Tais espécies englobam os íons, cátions e ânions, e também os elementos
químicos.

Ex: 13 Al+3 -> Z = 13, como é um cátion trivalente (+3) perde três elétrons e
finaliza com 10 elétrons.

O-2 -> Z = 8, como é um ânion bivalente (-2) ganha dois elétrons e finaliza
8
com 10 elétrons.

Portanto, o Al+3 e o O-2 são isoeletrônicos, pois no final apresentam o


mesmo número de elétrons. Lembre-se de que a perda ou o ganho de elétrons
sempre ocorre com número atômico (Z) da espécie química.

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TÓPICO 1 | MODELOS ATÔMICOS

NOTA

Considere as representações:

3x + 32
R11x + 15 5x – 8
S12x – 2 4x + 10
T10x + 35

Sabendo que R e S são isótopos, determine os números atômicos (Z) e os números de massa
(A) de R, S e T.

Resolução:

Como sabemos que R e S são isótopos, temos:


3x + 32 = 5x – 8
40 = 2x
20 = x
Substituindo o x nas representações, teremos:

92
R235 92
S238 90
T 235

3.3 O DIAGRAMA DE LINUS PAULING E A DISTRIBUIÇÃO


ELETRÔNICA
Linus Pauling desenvolveu um diagrama para o preenchimento da
eletrosfera pelos elétrons de um átomo em ordem crescente de energia, definida
pelo diagrama em níveis e em subníveis de energia.

DICAS

Linus Carl Pauling foi um ilustríssimo químico norte-americano. Nasceu em 1901


e faleceu em 1994, com 93 anos de muita dedicação à pesquisa. Pauling foi um dos mais
reconhecidos cientistas do século XX, prova disso é que ele foi o único prestigiado com dois
Prêmios Nobel não compartilhados. Um deles foi em 1954, em decorrência de um de seus
trabalhos relacionados à Química (A natureza das ligações químicas - publicado em 1939). A
segunda premiação foi em 1962, na qual Pauling recebeu o Prêmio Nobel da Paz pelas suas
intervenções contra testes nucleares, o uso de bombas atômicas como armas de guerra e a
construção de usinas nucleares.

FONTE: Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/quimica/linus-pauling.htm.>. Acesso


em: 25 jan. 2016.

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UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

Cada camada eletrônica ou nível de energia apresenta um número quântico


principal (n), que é o valor numérico que se localiza antes do subnível de energia.
Confira no Quadro 4 abaixo:

QUADRO 4 - NÚMEROS QUÂNTICOS PRINCIPAIS

Camadas eletrônicas ou Níveis de energia K L M N O P Q


Número Quântico Principal (n) 1 2 3 4 5 6 7
FONTE: A autora

Ex.: 1s2: 1 = número quântico principal = camada eletrônica ou nível de


energia = K
s = subnível.

As camadas eletrônicas ou níveis de energia (K, L, M, N, O, P e Q) são


subdivididos em quatro subníveis de energia, s, p, d e f. Cada subnível de energia
comporta um número máximo de elétrons, que é representado sobre o subnível de
energia. Confira na Figura 7, a seguir, o Diagrama de Linus Pauling.

FIGURA 7 - DIAGRAMA DE LINUS PAULING

FONTE: Disponível em: <http://image.slidesharecdn.com/7-nveisdeenergia


120411182505phpapp02/95/7-nveis-de-energia-9-728.jpg?cb=1334169472 25/01/16.>.
Acesso em: 16 fev.2016.

16
TÓPICO 1 | MODELOS ATÔMICOS

E
IMPORTANT

Caro acadêmico, caso seja necessário, volte ao assunto sobre o modelo atômico
de Niels Bohr para relembrar as camadas ou níveis de energia.

Para realizar uma distribuição eletrônica deve-se usar o número atômico


(Z) do átomo e respeitar a ordem do Diagrama de Linus Pauling. Para isso, basta
seguir as setas de cima para baixo na diagonal. A soma dos elétrons dos subníveis
deve ser igual ao valor do número atômico do átomo. No final deve-se indicar a
Camada de Valência, ou seja, a camada ou nível com o maior número quântico
principal. Veja o exemplo a seguir:

Ex.: Ba56 - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2

Neste caso a Camada de Valência é 6s2, pois apresenta o maior número


quântico principal, que neste caso é 6.

3.4 OS NÚMEROS QUÂNTICOS

3.4.1 Número quântico principal (n)


Como foi visto anteriormente, o número quântico principal indica a camada
eletrônica ou nível de energia. Confira no Quadro 5 o número máximo de elétrons
em cada camada eletrônica ou nível de energia.

QUADRO 5 – NÚMERO MÁXIMO DE ELÉTRONS EM CADA CAMADA ELETRÔNICA OU NÍVEL DE


ENERGIA

Camada eletrônica ou Nível de energia K L M N O P Q

Número quântico Principal (n) 1 2 3 4 5 6 7

Número máximo de elétrons nas camadas


2 8 18 32 32 18 8
eletrônicas ou níveis de energia

FONTE: A autora

3.4.2 Número quântico secundário (ℓ)


Conforme estudamos anteriormente, cada camada eletrônica ou nível
de energia é subdividido em subníveis de energia, s, p, d e f, e cada subnível é
17
UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

representado por um número quântico secundário (ℓ), 0, 1, 2 e 3, respectivamente.

Logo, cada subnível de energia recebe um número quântico secundário (ℓ)


e, ainda, comporta um número máximo de elétrons.

QUADRO 6 - NÚMERO QUÂNTICO SECUNDÁRIO E NÚMERO MÁXIMO DE ELÉTRONS NOS


SUBNÍVEIS DE ENERGIA

Subníveis s p d f
N° máx. de
2 elétrons 6 elétrons 10 elétrons 14 elétrons
elétrons
N° quântico
0 1 2 3
secundário
FONTE: A autora.

3.4.3 Orbitais atômicos


Orbital atômico é o local mais provável de se encontrar os elétrons de um
átomo. O orbital atômico é representado por um “quadradinho”.

Cada subnível de energia possui um número de orbital, que será sempre a


metade do número de elétrons que o subnível comporta. Cada orbital possui um
número quântico magnético ou azimutal (ml) que se encontra abaixo do mesmo.
Veja na Figura 7 a quantidade de orbitais que cada subnível de energia comporta e
também a representação dos orbitais (“quadradinhos”).

FIGURA 8 - SUBNÍVEIS DE ENERGIA E QUANTIDADE DE ORBITAIS ATÔMICOS

FONTE: Disponível em: <http://alunosonline.uol.com.br/upload/conteudo/images/numero-


quantico-magnetico.jpg>. Acesso em: 18 mar. 2016.

18
TÓPICO 1 | MODELOS ATÔMICOS

3.4.4 Número quântico magnético ou azimutal (mℓ)


O número quântico magnético ou azimutal está relacionado com a região
de maior probabilidade de se encontrar um elétron, chamada de orbital. Como
cada orbital comporta no máximo dois elétrons, estes são associados aos subníveis
de energia, e devido a isso apresentam valores variados, -mℓ, à esquerda do zero
e +mℓ, à direita do zero. Cada subnível de energia pode apresentar um ou mais
orbitais.

3.4.5 Número quântico de Spin (ms)


O número quântico de spin indica a rotação do elétron dentro do orbital.
Esse número quântico diferencia os elétrons de um mesmo orbital. Conforme o
princípio de exclusão de Pauli, cada orbital comporta no máximo dois elétrons de
rotações contrárias. Os elétrons são representados por Spins (setas).

Note na Figura 8 que o orbital do subnível s está preenchido com dois


elétrons, representados pelos spins.

Obs: Tanto o número quântico magnético ou azimutal quanto o número


de spin é definido através do elétron de diferenciação ou diferenciador, que é o
último elétron (spin) distribuído nos orbitais.

FIGURA 9 – SUBNÍVEIS DE ENERGIA E SEUS ORBITAIS ATÔMICOS

FONTE: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/9/2571210/slides/slide_4.


jpg.>. Acesso em: 21jan. 2016.

19
UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

Número quântico de spin (ms): para cima ↑ = +1/2


Número quântico de spin (ms) para baixo ↓ = -1/2

Regra de Hund: Os orbitais devem ser preenchidos primeiramente com


todos os spins para cima, e depois, se necessário, para baixo. Confira na Figura 9
que o elétron de diferenciação ou diferenciador se encontra no primeiro orbital,
que foi o último elétron (spin) distribuído.

FIGURA 10 - UTILIZAÇÃO DA REGRA DE HUND

FONTE: Disponível em: <http://images.slideplayer.com.br/3/1223908/slides/slide_12.


jpg.>. Acesso em: 21 jan. 2016.

E
IMPORTANT

Caro acadêmico, os orbitais completos com dois elétrons são chamados de


emparelhados ou completos, com um elétron é chamado de desemparelhado ou incompleto,
e sem elétron, vazio.
Para se definir os quatro números quânticos deve-se utilizar o subnível mais energético que
se encontra no final da distribuição eletrônica.
A Figura 10 demonstra a configuração completa dos quatro números quânticos que acabamos
de estudar.

20
TÓPICO 1 | MODELOS ATÔMICOS

FIGURA 11 - NÚMEROS QUÂNTICOS

21
RESUMO DO TÓPICO 1
Nesse tópico você aprendeu que:

• Os alquimistas criaram equipamentos de laboratório e desenvolveram várias


metodologias para a obtenção de metais, na produção de papiros, sabões e de
funções inorgânicas.

• Modelo atômico é uma representação gráfica que procura explicar, de maneira


científica, os fenômenos relacionados à composição da matéria e suas formas.

• Modelo de Dalton: a matéria é constituída por pequenas partículas esféricas


maciças e indivisíveis, denominadas átomos.

• Modelo de Thomson: o átomo era uma esfera maciça, positiva, incrustada de


elétrons (carga negativa), de modo que a carga total fosse nula.

• Modelo de Rutherford: o átomo seria constituído no centro por um núcleo


positivo que continha a massa e os nêutrons do átomo. A região fora do núcleo,
chamada de eletrosfera, deveria ser ocupada pelos elétrons de carga negativa,
orbitando ao redor do núcleo.

• Modelo de Bohr: O núcleo é positivo e as órbitas são regiões específicas


disponíveis para acomodar os elétrons, de carga negativa, as chamadas camadas
eletrônicas ou níveis de energia.

• A matéria é definida como tudo que possui massa, volume e ocupa lugar no
espaço.

• A junção de vários átomos iguais, ou seja, que apresentam o mesmo número


atômico (Z), é chamada de Elemento químico.

• O número atômico (Z) é a característica mais importante de um elemento


químico, pois ele indica o número de prótons (p) e o número de elétrons (e-) do
elemento.

• Quando um elemento químico perde ou ganha elétrons ele se torna uma espécie
química carregada eletricamente, chamada de íon.

• Átomos com semelhanças atômicas podem ser classificados em: isótopos,


isóbaros, isótonos e isoeletrônicos.

22
AUTOATIVIDADE

1 Quatro modelos atômicos foram estudados durante esta unidade a fim de


entender a estrutura do átomo. Com relação ao modelo atômico que se refere
à teoria atômica atual, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) John Dalton.
b) ( ) Ernest Rutherford.
c) ( ) Niels Bohr.
d) ( ) J. J. Thomson.

2 O titânio já foi conhecido como o “metal maravilha”, devido às suas


qualidades. É mais resistente à corrosão que o aço inoxidável, suas ligas
metálicas são empregadas na indústria aeronáutica, em próteses e em
implantes dentários. A produção mundial anual de titânio é de cerca de 10
milhões de toneladas, e as principais reservas estão no Canadá e na Austrália.
Sobre o titânio (Z=22), determine a configuração eletrônica dos elétrons:

23
24
UNIDADE 1
TÓPICO 2

A TABELA PERIÓDICA

1 INTRODUÇÃO
Sempre foi preocupação dos cientistas organizar os resultados obtidos
experimentalmente de tal maneira que semelhanças, diferenças e
tendências se tornassem mais evidentes. Isto facilitaria previsões a partir
de conhecimentos anteriores. Um dos recursos mais usados em Química
para atingir essa finalidade é a Tabela Periódica. As primeiras tabelas
foram propostas no início do século XIX; porém, apresentavam mais
erros do que acertos.Foi somente em 1869 que surgiu uma tabela que
atendia às necessidades dos químicos e que se tornou a base da Tabela
Periódica atual. Foi proposta por Dimitri Ivanovitch Mendeleev (1834-
1907) e organizava os elementos em linhas horizontais, os períodos ou
séries, e em linhas verticais, os grupos ou famílias. (S/A. Disponível em:
<http://slideplayer.com.br/slide/337072/>. Acesso em: 18 mar.2016).

À medida que percorremos um período, as propriedades físicas variam


regularmente, uniformemente. Num grupo, os elementos apresentam propriedades
químicas semelhantes. Esquematicamente:

Períodos – regularidade na variação das propriedades físicas.


Grupos: semelhanças das propriedades químicas.
FONTE: Usberco; Salvador (1998, p. 78.)

DICAS

Caro acadêmico, você conhece todas as informações que a Tabela Periódica


oferece sobre os elementos químicos? Aprofunde os conhecimentos sobre o histórico desta
ferramenta indispensável para o entendimento desta disciplina tão fascinante que é a química.

25
UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

2 A ORGANIZAÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS NA TABELA


PERIÓDICA
A Tabela Periódica atual é constituída por 18 famílias. Cada família
contém elementos com propriedades químicas semelhantes, devido ao fato de
apresentarem o mesmo número de elétrons na camada de valência. Na família 1A,
por exemplo, todos os elementos apresentam um elétron na camada de valência.
Atualmente, 118 elementos químicos estão organizados na Tabela Periódica em
ordem crescente de seus números atômicos (Z). Confira na Figura 12:

FIGURA 12 – FAMÍLIAS E PERÍODOS DA TABELA PERIÓDICA

FONTE: Disponível em: <www.maristas.org.br/colegios/assuncao/.../tabela_periodica.ppt>.


Acesso em: 18 mar. 2016.

E
IMPORTANT

Caro acadêmico, verifique na Figura 13 a representação de uma legenda presente


numa Tabela Periódica, onde estão as informações citadas anteriormente. Note que a massa
atômica ou peso atômico apresenta valor maior que o número atômico.

26
TÓPICO 2 | TABELA PERIÓDICA

FIGURA 13 - INFORMAÇÕES PERIÓDICAS DO ELEMENTO FERRO

FONTE: Disponível em: <http://rede.novaescolaclube.org.br/sites/default/files/


importadas/img/geral/tabela-periodica-legendada.jpg.> Acesso em: 22 jan. 2016.

Na Tabela Periódica os elementos foram classificados segundo suas


propriedades físicas e químicas, agrupando-se em metais, não metais, semimetais,
gases nobres ou grupo zero e hidrogênio.

E
IMPORTANT

A Tabela Periódica sofreu algumas alterações e por isso é necessário estarmos


atentos às atualizações. Acesse a leitura complementar no final desta unidade e fique por
dentro. Boa leitura!

Elementos artificiais - Os elementos químicos que apresentam número


atômico superior a 92 são artificiais, isto é, foram sintetizados em laboratório
químico através de pesquisas nucleares. Com exceção dos elementos promécio,
com número atômico igual a 43, e tecnécio, com número atômico igual a 61. Dos
118 elementos químicos reconhecidos, os elementos artificiais classificam-se em:

• Cisurânicos: recebem esse nome (cis = “aquém de”) porque apresentam número
atômico inferior a 92, o do elemento urânio. São os seguintes: tecnécio (Tc),
ástato (At), frâncio (Fr) e promécio (Pm).

• Transurânicos: recebem esse nome (trans = “além de”) porque apresentam


número atômico superior a 92, ou seja, que se encontram depois do urânio.

2.1 PERÍODOS DA TABELA PERIÓDICA


A Tabela Periódica possui sete períodos ou séries, que são as linhas
horizontais, numeradas de 1 a 7 através dos números quânticos principais, que
representam as sete camadas eletrônicas ou níveis de energia, K, L, M, N, O, P
e Q, respectivamente. Lembre-se de que as séries dos lantanídeos e actinídeos
pertencem ao sexto e sétimo período, respectivamente. Vide Figura 1. Após a

27
UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

realização de uma distribuição eletrônica, define-se como camada de valência


aquela que apresentar o maior número quântico principal, e você pode utilizá-la
também para definir o período em que o elemento se encontra na Tabela Periódica.
Ex.: Camada de valência do K (potássio) = 4s1, o 4 indica que o potássio está no
quarto período da Tabela Periódica, ou seja, na quarta linha horizontal.

2.2 FAMÍLIAS OU GRUPOS


As 18 famílias estão dispostas em linhas verticais que são divididas em
dois grupos, o grupo A, que são as colunas verticais mais altas, e o grupo B, que
são as colunas verticais mais baixas e centrais da Tabela Periódica.

Os elementos químicos presentes nas famílias do grupo A são chamados


de elementos representativos, do grupo B são chamados metais de transição, e as
séries dos lantanídeos e actinídeos são chamados de metais de transição interna.
Todas as famílias recebem uma classificação diferenciada por cores, conforme
representado na Figura 14:

FIGURA 14 - A TABELA PERIÓDICA E A LEGENDA DE CORES

FONTE: Disponível em: <http://www.brdicas.com.br/wp-content/uploads/2014/01/tabela-


periodica-2014-imprimir.png.>. Acesso em: 22 jan. 2016.

28
TÓPICO 2 | TABELA PERIÓDICA

DICAS

Caro acadêmico, lembre-se de que a Tabela Periódica é uma ferramenta de apoio


para as aulas de Química, por isso não se preocupe em decorá-la, basta saber usá-la.
Adquira uma Tabela Periódica atualizada e aprenda a utilizá-la na prática. Livrarias e papelarias
comercializam esse material didático. Para um aprofundamento neste assunto consulte
a bibliografia: CHANG, Raymond. Química Geral: conceitos essenciais. 4. ed. Porto Alegre:
McGraw Hill – Artmed 2010.

2.3 METAIS, SEMIMETAIS E NÃO METAIS


METAIS – Ocupam cerca de 80% da Tabela Periódica. São sólidos em
temperatura ambiente, com exceção do mercúrio (Hg), que é o único metal líquido.
São bons condutores de calor e eletricidade, são maleáveis (capacidade de formar
lâminas), apresentam ductibilidade (capacidade de formar fios), tenacidade
(resistência à tração) e brilho metálico. São cátions, ou seja, possuem a capacidade
de doar elétrons e geralmente apresentam 1, 2 ou 3 elétrons na camada de valência
(última camada).

NÃO METAIS – Representam cerca de 10% da Tabela Periódica, porém


são os mais abundantes na natureza. Não há um estado físico definido. Não
apresentam brilho, não conduzem calor nem eletricidade e são utilizados na
produção de pólvora e pneus.

SEMIMETAIS – Estes elementos apresentam características intermediárias


entre os metais e os não metais.

DICAS

Para saber mais sobre os elementos químicos, acesse: http://educar.sc.usp.br/


quimica/tabela.html

29
RESUMO DO TÓPICO 2
• A Tabela Periódica atual é constituída por 18 famílias. Cada família contém
elementos com propriedades químicas semelhantes, devido ao fato de
apresentarem o mesmo número de elétrons na camada de valência.

• Atualmente, 118 elementos químicos estão organizados na Tabela Periódica, em


ordem crescente de seus números atômicos (Z).

• Na Tabela Periódica os elementos foram classificados segundo suas propriedades


físicas e químicas, agrupando-se em metais, não metais, semimetais, gases
nobres ou grupo zero e hidrogênio.

• Elementos artificiais - Os elementos químicos que apresentam número atômico


superior a 92 são artificiais, isto é, foram sintetizados em laboratório químico
através de pesquisas nucleares. Com exceção dos elementos promécio, com
número atômico igual a 43, e tecnécio, com número atômico igual a 61.

• Cisurânicos: recebem esse nome (cis = “aquém de”) porque apresentam número
atômico inferior a 92, o do elemento urânio. São os seguintes: tecnécio (Tc),
ástato (At), frâncio (Fr) e promécio (Pm).

• Transurânicos: recebem esse nome (trans = “além de”) porque apresentam


número atômico superior a 92, ou seja, que se encontram depois do urânio.

• A Tabela Periódica possui sete períodos ou séries, que são as linhas horizontais,
numeradas de 1 a 7 através dos números quânticos principais, que representam
as sete camadas eletrônicas ou níveis de energia, K, L, M, N, O, P e Q,
respectivamente.

• Os elementos químicos presentes nas famílias do grupo A são chamados de


elementos representativos, do grupo B são chamados metais de transição, e as
séries dos lantanídeos e actinídeos são chamados de metais de transição interna.

30
AUTOATIVIDADE

1 Identifique o elemento químico que se encontra na família 3A e no 3° período.

2 Com relação à organização da Tabela Periódica, correlacione a 1° coluna com


a segunda:
a) metais alcalinos ( ) coluna 0
b) metais alcalinos-terrosos ( ) coluna 6A
c) calcogênios ( ) coluna 7A
d) halogênios ( ) coluna 2A
e) gases nobres ( ) coluna 1A

31
32
UNIDADE 1
TÓPICO 3

LIGAÇÕES QUÍMICAS

1 INTRODUÇÃO
Na natureza são raros os elementos químicos que se encontram de forma
isolada. Na verdade, os únicos elementos que formam substâncias elementares
são os elementos pertencentes à família 8A ou grupo zero da Tabela Periódica. Os
gases nobres (família 8A) são estáveis, pois apresentam oito elétrons na camada de
valência, com exceção do gás hélio (He), que é estável com dois elétrons na camada
de valência, e são pouco reativos, pois não necessitam realizar ligações químicas
com outros elementos.

Os demais elementos químicos tendem a se ligar uns com os outros em


busca da estabilidade química, ou seja, adquirir os oito elétrons na camada de
valência, semelhante aos gases nobres. As ligações químicas são responsáveis
pelas centenas de compostos presentes em nosso dia a dia.

Muitas vezes nos perguntamos: como funciona a atração eletromagnética


de um ímã? Como uma lagartixa consegue andar pelas paredes? Todos esses fatos
são explicados pelas forças de atração e, no contrário, as forças de repulsão.

2 LIGAÇÕES QUÍMICAS
Ligação química é o nome dado às formas de associação existentes entre
os átomos. (COVRE, Geraldo José, 2001, p. 109). Qualquer fenômeno químico
ocorre na eletrosfera (local onde se encontram os elétrons) do átomo. As ligações
químicas, por exemplo, acontecem devido às interações entre as eletrosferas dos
átomos ligantes. E por qual motivo isso acontece? Se observarmos os gases nobres,
que já são estáveis, perceberemos que esses elementos possuem uma característica
típica em relação às suas configurações eletrônicas e o número de elétrons na
camada de valência.

Resumindo, os gases nobres apresentam duas características fundamentais:


são estáveis quimicamente e apresentam a última camada completa com oito
elétrons (no caso do hélio, dois elétrons). Com exceção do grupo 8A, os outros
átomos apresentam a capacidade de se combinar.

Segundo Lewis: “Os átomos de diferentes elementos ligam-se entre si,


cedendo, recebendo ou compartilhando elétrons, na tentativa de adquirir uma

33
UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

configuração eletrônica igual à de um gás nobre, ou seja, estável”.

Valência - É o que determina o número de ligações que o átomo necessita


fazer.

Eletrovalência - É o valor da valência (carga elétrica) seguida do respectivo


sinal. Os cátions, por perderem elétrons, apresentam eletrovalência positiva e os
ânions, por ganharem elétrons, apresentam eletrovalência negativa.

No Quadro 7, segue a tendência que os elementos químicos das famílias


dos elementos típicos ou representativos (grupo A) apresentam em ganhar ou
perder elétrons da camada de valência para se estabilizarem.

QUADRO 7 - FAMÍLIAS (GRUPO A), ELÉTRONS DA CAMADA DE VALÊNCIA E A ELETROVALÊNCIA

Famílias do Família Família Família Família Família Família Família


Grupo A 1A 2A 3A 4A 5A 6A 7A
Nº elétrons na
1 2 4 5 6 7
Camada de 3 elétrons
elétron elétrons elétrons elétrons elétrons elétrons
Valência
Eletrovalência +1 +2 +3 +4 / -4 -3 -2 -1

FONTE: A autora

Em relação aos elementos do grupo B, metais de transição e transição-


interna, devemos lembrar que todos apresentam carga positiva, pois são metais e
apresentam a tendência de perder elétrons para se estabilizar. Ainda, como citado
anteriormente, nem todos os elementos se estabilizam conforme a regra do octeto.
Existe a chamada Pseudoconfiguração-gás-nobre, a qual não possui nenhuma
semelhança com a configuração de um gás nobre. Contudo, o que temos de
semelhança é que todos os orbitais da camada de valência estão completos. Alguns
elementos de transição, após a ligação, não apresentam nem a configuração do
gás nobre nem a pseudoconfiguração. Como exemplo podemos citar as espécies
catiônicas Cu+1 e Cu+2.

DICAS

Caro acadêmico, confira na tabela de cátions esses dois íons. Aproveite para
realizar suas distribuições eletrônicas e verifique os números de elétrons nas respectivas
camadas de valência.

34
TÓPICO 3 | LIGAÇÕES QUÍMICAS

3 AS LIGAÇÕES IÔNICAS
“Ligação iônica ou eletrovalente é aquela que se estabelece por meio da
transferência definitiva de elétrons entre átomos”. (COVRE, Geraldo José, 2001,
p. 110). Este tipo de ligação ocorre entre um elemento metálico e um elemento não
metálico por transferência de elétrons. Os metais são catiônicos, por isso doam seus
elétrons da camada de valência para os não metais, que são aniônicos e por isso
recebem esses elétrons, ambos com o intuito de se estabilizar. Essa transferência de
elétrons pode ser representada através da notação de Lewis.

Notação de Lewis ou Fórmula eletrônica: é a representação dos elétrons


da camada de valência ao redor do átomo. Tais elétrons podem ser representados
por pontos (.) ou (x).

Fórmula molecular: é a representação final do número de elementos


utilizados na ligação. Coloca-se em primeiro lugar o cátion (metal) e em seguida o
ânion (não metal).

Note a seguir a junção entre a fórmula molecular, os íons formados e a


notação de Lewis.

Note que foram necessários dois íons Cℓ-1 para estabilizar o íon Ca+2 e
formar o composto CaCℓ2 e que as cargas dos íons desceram de forma invertida.

Observação:

1 - Quando as valências (cargas) apresentam valores diferentes, a valência de um


indica a quantidade do outro elemento.
K .................. + 1
1º)
K2O
O ...................... - 2

35
UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

Ca................... + 2
2º)
Ca3P2
P........................... - 3

1 - Ao montar a fórmula molecular, colocamos os elementos em ordem crescente


de eletronegatividade. No caso específico de ligação iônica, metal (cátion) à
esquerda, não metal (ânion) à direita.

2 - Os números colocados junto aos símbolos indicam a quantidade de átomos


(atomicidade) na referida fórmula molecular, são denominados índices e devem
permanecer na parte inferior dos elementos.

Ex. 1: Caro acadêmico, note que na figura a seguir os elétrons da camada de


valência estão ao redor dos átomos (Notação de Lewis), mostrando que o elétron
do cátion metálico é transferido para o ânion não metálico. Ou seja, o Na (sódio)
apresenta apenas um elétron na camada de valência (família 1A) para ser doado,
por isso é nomeado como cátion (carga positiva) monovalente. Já o cloro (Cl)
recebe a nomeação de ânion (carga negativa) monovalente, pois só precisa receber
um elétron para se estabilizar, afinal apresenta sete elétrons na camada de valência
(família 7A).

FIGURA 15 - NOTAÇÃO DE LEWIS OU FÓRMULA ELETRÔNICA DO NACL

FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com>. Acesso em: 18 mar. 2016.

A fórmula molecular é então: NaCl. Foi necessário apenas um átomo de


sódio (Na) para estabilizar um átomo de cloro (Cl). Note que o cátion permanece
à frente do ânion.

Ex. 2: Repare mais uma vez, na figura seguinte, que os elétrons da camada
de valência estão ao redor dos átomos (Notação de Lewis), mostrando que o elétron
do cátion metálico é transferido para o ânion não metálico. Ou seja, o Al (alumínio)
apresenta três elétrons na camada de valência (família 3A) para ser doado, por isso
é nomeado como cátion (carga positiva) trivalente. Já o flúor (O) recebe a nomeação
de ânion (carga negativa) monovalente, pois só precisa receber um elétron para se
estabilizar, afinal apresenta sete elétrons na camada de valência (família 7A).

36
TÓPICO 3 | LIGAÇÕES QUÍMICAS

FIGURA 16 - NOTAÇÃO DE LEWIS OU FÓRMULA ELETRÔNICA


DO ALF3

FONTE: Disponível em: <https://goo.gl/k4jbkt>. Acesso em: 22


jan. 2016.

A fórmula molecular é então: AlF3. Foram necessários três átomos de


alumínio (Al) para estabilizar um átomo de flúor (F). Note que o cátion permanece
à frente do ânion.

Obs.: A ligação iônica ocorre entre um elemento metálico com outro


elemento não metálico, onde a diferença de eletronegatividade é igual ou superior
a 1,7.

4 AS LIGAÇÕES COVALENTES OU MOLECULARES


Os não metais e o hidrogênio (H) apresentam alta eletronegatividade
(capacidade de atrair elétrons). A ligação entre seus átomos, estabelecida para
alcançarem a estabilidade, é chamada de ligação covalente ou molecular (COVRE,
Geraldo José, 2001). Ligação covalente é aquela que envolve um par eletrônico
que é compartilhado pelos dois átomos.

A. xB A ----- B

Um elemento químico pode efetuar uma ou mais ligações covalentes,


dependendo do número de elétrons disponíveis em sua camada de valência para
formar outros pares de elétrons e do número de elétrons que deve compartilhar
para se tornar estável. Cada compartilhamento de elétrons – ou seja, cada ligação
covalente – realizada é representada por um traço (-----). Este tipo de ligação
apresentará a fórmula eletrônica ou notação de Lewis, a fórmula estrutural e,
finalmente, a fórmula molecular. No caso da fórmula estrutural, o número de
ligações realizadas (elétrons compartilhados) será representado por tantos traços,
ou seja, o número de traços equivale ao número de ligações efetivadas.

37
UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

5 A OCORRÊNCIA DAS LIGAÇÕES COVALENTES OU


MOLECULARES
Este tipo de ligação ocorre entre um elemento não metálico com outro não
metálico, hidrogênio com hidrogênio e hidrogênio com um elemento não metálico
por compartilhamento de elétrons, com diferença de eletronegatividade inferior
a 1,7.

As ligações covalentes ou moleculares podem ser classificadas como:

• Simples: representada por um traço e chamada de sigma (σ);


• Dupla: representada por dois traços;
• Tripla: representada por três traços.

Confira na Figura 17 os tipos de ligações covalentes ou moleculares e


suas respectivas representações, lembrando que cada traço significa uma ligação
covalente ou molecular realizada.

FIGURA 17 - REPRESENTAÇÃO DAS LIGAÇÕES COVALENTES OU


MOLECULARES

FONTE: Disponível em: <http://www.laifi.com/usuario/10801/


laifi/30480537_10801_65142708_1067.jpg.>. Acesso em: 22 jan. 2016.

Resumindo:

• As ligações covalentes ou moleculares só são realizadas através dos elétrons da


camada de valência dos átomos (última camada);
• Um par de elétrons compartilhado é formado por um elétron de cada átomo e
assim respectivamente;
• Para atingir a estabilidade química conforme a regra do octeto, o átomo pode
formar até três pares de elétrons compartilhados.

38
TÓPICO 3 | LIGAÇÕES QUÍMICAS

Veja abaixo o exemplo de compartilhamento de um par de elétrons e suas


respectivas fórmulas:

Notação de Lewis ou Fórmula eletrônica: H. xH


Fórmula estrutural: H ------- H
Fórmula molecular: H2

Neste exemplo pode-se verificar o compartilhamento de apenas dois


elétrons, um elétron de cada átomo, formando-se assim uma ligação covalente
simples ou sigma (σ), representada por um traço. Em outros casos, pode-se verificar
o compartilhamento de quatro elétrons (dois elétrons de cada átomo), e assim há
formação de uma ligação dupla ou pi (π). Um exemplo é a formação da molécula
do gás oxigênio (O=O): como o oxigênio pertence à família 6A da Tabela Periódica,
apresenta seis elétrons na camada de valência e para se estabilizar necessita realizar
duas ligações covalentes.

Enfim, quando são compartilhados seis elétrons (três de cada átomo) há


formação de ligação tripla. Um exemplo é o que ocorre com a formação do gás
nitrogênio (N2). Como o nitrogênio pertence à família 5A da Tabela Periódica,
precisa realizar três ligações para se estabilizar, conforme a regra do octeto.

5.1 A LIGAÇÃO COVALENTE COORDENADA DATIVA


Existe outro tipo de ligação covalente entre átomos de elementos (iguais
ou diferentes) de alta eletronegatividade. Esse tipo de ligação recebe o nome de
ligação covalente coordenada dativa ou ligação covalente coordenada ou dativa,
que ocorre quando o par eletrônico compartilhado é formado por elétrons de
apenas um dos átomos participantes. A ligação coordenada dativa é representada
por uma flecha que parte do átomo que contribuiu com o par eletrônico para aquele
que o está utilizando. Na fórmula estrutural da substância existem tantas flechas
quantas ligações dativas forem realizadas (COVRE, Geraldo José, 2001).

Caro acadêmico, você sabe quando ocorre uma ligação coordenada


dativa?

Este é um caso especial de ligação covalente, onde só realizará a ligação


coordenada dativa o elemento que já tenha realizado suas ligações, ou seja, já
está estável (octeto completo, ou seja, oito elétrons na camada de valência), e que
apresente pelo menos um par de elétrons para compartilhar com o elemento que
ainda não realizou suas ligações.

Confira a Figura 18: este exemplo apresenta a fórmula estrutural do HClO3


(Ácido clórico) onde ocorrem duas ligações covalentes simples (entre o hidrogênio
e o oxigênio) e duas coordenadas dativas (entre o cloro e os outros dois oxigênios),
que são representadas por flechas. O cloro (família 7A da Tabela Periódica) se
estabilizou fazendo uma ligação covalente simples com o oxigênio. Como esse
elemento apresenta sete elétrons na camada de valência após sua estabilização,
39
UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

ainda apresenta pares de elétrons sobrando, por isso pode realizar duas ligações
coordenadas dativas com os outros oxigênios que necessitam desses pares de
elétrons para se estabilizar.

FIGURA 18 - FÓRMULA ESTRUTURAL DO HCLO3

FONTE: Disponível em: <http://www.reocities.com/Area51/


Hollow/9495/es_HClO3.gif.>. Acesso em: 22 jan. 2016.

Já na Figura 19 podemos observar a formação do dióxido de enxofre (SO2).


Repare que o enxofre (S) realiza uma dupla ligação com o oxigênio da direita
(afinal, ambos são da família 6A da Tabela Periódica, apresentam seis elétrons
na camada de valência e necessitam realizar duas ligações para se estabilizar) e,
após sua estabilização com os pares de elétrons sobrantes, realiza uma ligação
coordenada dativa com oxigênio da esquerda.

FIGURA 19 - NOTAÇÃO DE LEWIS OU FÓRMULA ELETRÔNICA DO SO2

FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/wp-content/


uploads/2009/08/ligacao-covalente-dativa-so2.jpg.>. Acesso em: 22
jan. 2016.

Note que a figura anterior apresenta a Notação de Lewis (fórmula eletrônica)


do SO2.

FIGURA 20 - FÓRMULA ESTRUTURAL DO SO2

FONTE: Disponível em: <http://www.geocities.ws/Penna100/


estr_SO2.gif.>. Acesso em: 22 jan. 2016.

40
TÓPICO 3 | LIGAÇÕES QUÍMICAS

Note que a figura anterior apresenta a fórmula estrutural do SO2 finalizando


com uma ligação coordenada dativa (à esquerda) e uma dupla ligação.

6 A LIGAÇÃO METÁLICA
“Ligação metálica é aquela realizada entre átomos e cátions de metais cujos
elétrons mais externos migram do átomo para o cátion e vice-versa” (COVRE,
Geraldo José, 2001 p. 120).

Caro acadêmico, como o próprio nome diz, este tipo de ligação química
ocorre entre metais. Os metais apresentam várias características, como boa
condutividade de calor e eletricidade, maleabilidade (capacidade de formar
lâminas), ductibilidade (capacidade de formar fios), tenacidade (resistência à
tração), são sólidos à temperatura ambiente (25°C), com exceção do mercúrio (Hg),
que é o único metal líquido, e são doadores de elétrons, ou seja, são catiônicos.
Este tipo de ligação é conhecido como “mar de elétrons” ou “nuvem de elétrons”.
Veja a Figura 21:

FIGURA 21 - REPRESENTAÇÃO DA LIGAÇÃO METÁLICA

FONTE: Disponível em: <http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/


quimica/cd1/conteudo/aulas/2_aula/imagens/md.0000000
489.jpg.>. Acesso em: 22 jan. 2016.

As ligações metálicas não apresentam fórmula eletrônica e fórmula


estrutural, dependem do conhecimento específico dos retículos cristalinos. Os
metais, em sua maioria, são representados por seus símbolos, sem valores de
atomicidade (quantidade de átomos), que é muito grande e indeterminada.

41
UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

6.1 AS LIGAS METÁLICAS


Uma liga metálica é a junção de dois ou mais metais ou de metais com
ametais, cujo componente principal é um metal. Porém, raramente um metal
possui todas as qualidades necessárias para determinada aplicação.

Por isso o objetivo de uma liga metálica é de melhorar as propriedades


físico-químicas do material resultante e, se possível, diminuir o custo. As ligações
metálicas justificam a ocorrência das ligas metálicas, pois estão presentes nelas.

DICAS

Você sabia que usamos várias ligas metálicas em nosso dia a dia? O aço inoxidável
(ferro, carbono e cromo) e o bronze (cobre e estanho) são alguns exemplos. A seguir veremos
mais alguns no Quadro 8.

QUADRO 8 – EXEMPLOS DE LIGAS METÁLICAS E SUAS APLICAÇÕES

Nome comercial Composição Aplicação


Ouro 18 quilates Au (75%) e Ag, Cu (25%) Joias e ornamentos
Amálgama Hg (50%), Ag (35%) e Sn (15%) Obturações odontológicas
Solda comum Pb (67%) e Sn (33%) Solda elétrica
Níquel-crômio Ni (60%), Cr (15%) e Fe (25%) Fios de resistência elétrica
Duralumínio Aℓ (95%) e Cu, Mg, Mn (5%) Peças de automóveis e aviões
Latões, parafusos, válvulas e
Latão Cu (70%) e Zn (30%)
bijuterias
Aço comum Fe e C (0,1% a 1,5%) Peças, estruturas e fios
Ouro branco Au (90%) e Pd (10%) Joias e ornamentos
FONTE: A autora.

DICAS

Caro acadêmico, para aprofundar seu conhecimento sobre as ligações químicas,


pesquise a referência: CHANG, Raymond. Química Geral: conceitos essenciais. 4. ed. Porto
Alegre: McGraw Hill – Artmed 2010.

42
TÓPICO 3 | LIGAÇÕES QUÍMICAS

7 GEOMETRIA E POLARIDADE DAS MOLÉCULAS


Caro acadêmico, o termo geometria refere-se à maneira com que os átomos
que formam uma molécula estão dispostos no espaço. Em outras palavras, é o
“desenho geométrico” da molécula.

“Pelo estudo das ligações químicas e dos átomos presentes na estrutura,


pode-se identificar a forma geométrica das moléculas. Existe um especial interesse
em se conhecer a geometria das moléculas que têm entre dois e cinco átomos”.
(COVRE, 2001, p. 132).

• Geometria molecular

“É a forma como os átomos estão distribuídos espacialmente em uma


molécula. Podendo assumir várias formas geométricas, dependendo dos átomos
que a compõem. As geometrias moleculares mais estudadas são linear, angular,
trigonal plana, piramidal e tetraédrica.”

FONTE: Disponível em: <http://br.answers.yahoo.com/question


index?qid=20090914184824AAH9c4y>. Acesso em: 13 mar. 2012.

• Geometria linear: formada por dois elementos ou por três elementos sem sobra
de pares de elétrons no átomo central. Com ângulo de ligação igual a 180º.

FIGURA 22 – GEOMETRIA LINEAR DA MOLÉCULA DO CO2

FONTE: Disponível em: <http://desconversa.com.br/wp-


content/uploads/2015/03/co21.jpg.>. Acesso em: 26 jan.
2016.

• Geometria angular: formada por três elementos e há sobras de pares de elétrons


no átomo central, com ângulo de ligação igual a 104,5º.

FIGURA 23 – GEOMETRIA ANGULAR DA MOLÉCULA DA H2O

FONTE: Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/


upload/e/mol%20dois.jpg.>. Acesso em: 26 jan. 2016.

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UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

• Geometria Trigonal Plana: formada por quatro elementos e não há sobra de


pares de elétrons no átomo central, com ângulo de ligação igual a 120º.

FIGURA 24 – GEOMETRIA TRIGONAL PLANA DA MOLÉCULA


DO BH3

FONTE: Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/


upload/e/mol%20tres.jpg.>. Acesso em: 26 jan. 2016.

• Geometria Piramidal: formada por quatro elementos e há sobra de pares de


elétrons no átomo central, com ângulo de ligação igual a 107º.

FIGURA 25 - GEOMETRIA PIRAMIDAL DA MOLÉCULA DE NH3

FONTE: Disponível em: <http://zeus.qui.ufmg.br/~qgeral/wp-content/


uploads/2012/08/Piramidal-trigonal-NH3.jpg.>. Acesso em: 26 jan. 2016.

• Geometria Tetraédrica: formada por cinco elementos e não há sobra de pares de


elétrons no átomo central, com ângulo de ligação igual a 109,25º.

FIGURA 26 - GEOMETRIA TETRAÉDRICA DA MOLÉCULA


DO CH4

FONTE: Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/


upload/e/mol%20quatro(1).jpg.> Acesso em: 26 jan. 2016.

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TÓPICO 3 | LIGAÇÕES QUÍMICAS

7.1 POLARIDADE
Caro acadêmico, você já ouviu falar em polaridade? E em polos contrários?
Polos positivos e negativos? Neste momento iremos estudar um assunto que irá
contemplar esses termos, e ainda nos ajudará a entender inúmeros fenômenos que
ocorrem em nosso cotidiano.

Lembrando do que foi estudado em ligações químicas, sabe-se que entre


dois átomos, A e B, que estabelecem ligação covalente ou molecular, o par eletrônico
pertencerá simultaneamente aos dois átomos ligantes; porém, dependendo da
eletronegatividade, um átomo poderá atraí-lo com maior intensidade que outro.
Neste sentido, podemos definir o termo polaridade.

“Polaridade da ligação é o resultado da diferença entre as eletronegatividades


dos átomos que estão ligados”. (COVRE, 2001, p. 135).

Lembre-se de que eletronegatividade é a capacidade que um átomo tem


de atrair elétrons de outro átomo, quando os dois realizam uma ligação química.

Ainda falando sobre as ligações covalentes ou moleculares, podemos


classificá-las segundo sua polaridade em:

• Ligação covalente polar: formada por elementos diferentes, ou seja, há


diferença de eletronegatividade e formação de cargas parciais d+ e d-, pois
podemos identificar polos elétricos opostos. Quanto maior a diferença de
eletronegatividade, maior a polaridade da ligação. Ex.: HCl

• Ligação covalente apolar: formada por elementos iguais, ou seja, não há


diferença de eletronegatividade, ou essa é muito pequena ou igual a zero. Se
os elementos são iguais, os valores de eletronegatividade também são, logo, a
ligação é apolar. Ex.: H2

NOTA

Não se esqueça de consultar os valores de eletronegatividade dos elementos


químicos em sua Tabela Periódica.

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UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

7.1.1 Polaridade Molecular


Para verificarmos se uma molécula é polar ou apolar, devemos utilizar o
vetor µ (momento dipolar), que apresenta as seguintes características:

• Sentido: do átomo menos eletronegativo para o mais eletronegativo.


• Módulo: é a diferença entre a eletronegatividade dos átomos.
• Quando os vetores forem para o mesmo sentido o µ= 0 e a molécula será polar.
• Quando os vetores forem para sentidos opostos o µ = 0 e a molécula será apolar.

Veja os exemplos na figura a seguir.

FIGURA 27 - LIGAÇÃO POLAR – LIGAÇÃO APOLAR

FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/wp-content/uploads/2012/03/


van-der-waals1.jpg.>. Acesso em: 26 jan. 2016.

E
IMPORTANT

“A polaridade de uma molécula depende da polaridade das ligações estabelecidas


entre os átomos constituintes e da sua geometria”. (COVRE, 2001, p. 138).

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TÓPICO 3 | LIGAÇÕES QUÍMICAS

7.1.2 A polaridade e a solubilidade


A solubilidade de uma substância em outra depende diretamente da
polaridade de suas moléculas. Regra de solubilidade: “Semelhante dissolve
semelhante”, ou seja: Polar dissolve substância polar. Apolar dissolve substância
apolar.

Ex.: O KCl (polar) dissolve-se em H2O (polar), mas não se dissolve em C6H6
(apolar). O CH4 (apolar) dissolve-se em C6H6 (apolar), mas não se dissolve em H2O
(polar).

8 FORÇAS INTERMOLECULARES
“Força intermolecular é o nome dado à atração existente entre unidades
elementares”. (COVRE, 2001, p. 141). São forças de interações entre moléculas. As
forças intermoleculares justificam a presença dos estados físicos das substâncias:
estado sólido, estado líquido e estado gasoso, o que nos faz concluir que, entre
as moléculas, existem forças de atração de diferentes intensidades. As forças
intermoleculares interferem diretamente nas temperaturas de fusão (PF) e nas
temperaturas de ebulição (PE) de uma substância. Quanto mais intensa for a força
de atração entre as moléculas, mais difícil será separá-las, ou seja, será necessário
fornecer muita energia para que tal separação ocorra, o que justifica as altas
temperaturas de fusão e ebulição.

NOTA

Ligações intermoleculares fortes x altas temperaturas de fusão e ebulição.

Uma substância no estado sólido apresenta altas forças de atração entre


suas moléculas em relação ao estado líquido. No estado gasoso, as forças de atração
entre as moléculas são muito baixas, ou quase nulas. As forças intermoleculares
se dividem em dois tipos: Forças de Van der Waals e Ligação de hidrogênio, ou
Pontes de hidrogênio.

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UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

8.1 FORÇAS DE VAN DER WAALS


As Forças de Van der Waals ocorrem entre moléculas polares. A formação
do dipolo se dá através da diferença de eletronegatividade entre os ligantes: o polo
da extremidade negativa de uma molécula atrai o polo da extremidade positiva da
molécula vizinha.

FIGURA 28 - FORMAÇÃO DO DIPOLO NA MOLÉCULO DE ÁCIDO CLORÍDRICO (HCl)

FONTE: Disponível em: <http://webeduc.mec.gov.br/portaldoprofessor/quimica/cd1/


conteudo/aulas/1_aula/imagens/0000000539.jpg>. Acesso em: 26 jan. 2016.

Esse tipo de interação também ocorre nas ligações iônicas, porém com
uma intensidade bem menor. Na figura anterior temos o exemplo do HCl, a uma
temperatura de –84 ºC, onde já se consegue quebrar as ligações das moléculas do
ácido clorídrico no estado líquido e, assim, pode ocorrer a passagem para o estado
gasoso.

• FORÇAS DE VAN DER WAALS: São interações fracas e são classificadas em:
Dipolo-Dipolo e Dipolo-Instantâneo - Dipolo Induzido (ou Forças de London).

8.2 DIPOLO-DIPOLO OU DIPOLO INSTANTÂNEO


São forças de atração que ocorrem em moléculas apolares no estado sólido
ou líquido. A nuvem de elétrons nas moléculas apolares é contínua, não aparecendo
cargas elétricas. Essa nuvem pode ser deformada por alguma ação externa, como a
elevação da pressão e o abaixamento da temperatura, o que ocasiona uma distribuição
desigual de cargas e o aparecimento de um dipolo. O dipolo instantâneo induz a
polarização da molécula vizinha, resultando em uma fraca atração entre elas. Veja o
exemplo das moléculas de O2, na figura a seguir.

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TÓPICO 3 | LIGAÇÕES QUÍMICAS

FIGURA 29 - DIPOLO INSTANTÂNEO DO O2 INDUZ A POLARIZAÇÃO DA MOLÉCULA VIZINHA

FONTE: Disponível em: <http://brasilescola.uol.com.br/upload/conteudo/images/


polarizacao%20do%20oxigenio.jpg.>. Acesso em: 26 jan. 2016.

Com o oxigênio em estado líquido, as forças de atração entre as moléculas


de O2 são tão fracas que a –183 ºC já se consegue quebrar essas ligações, e o oxigênio
passa para o estado gasoso.

8.3 PONTES DE HIDROGÊNIO OU LIGAÇÕES DE HIDROGÊNIO


“Ponte de hidrogênio ou ligação de hidrogênio é o nome dado à força
de atração existente entre dipolos permanentes quando o hidrogênio está
ligado a átomos de alta eletronegatividade e pequenos, ou seja, flúor, oxigênio
e nitrogênio”. (COVRE, 2001, p. 142). As Pontes de hidrogênio ou ligações de
hidrogênio se encaixam a um caso particular de interação dipolo-dipolo, em que
o dipolo formado é muito intenso. Esse fenômeno ocorre quando a diferença de
eletronegatividade entre os elementos ligantes é muito alta. Esse tipo de interação
ocorre em moléculas polares. Exemplos: Moléculas de ácido fluorídrico, água,
amônia e metanol.

A intensidade das pontes de hidrogênio é muito maior que a força de Van


der Waals, pois para a água passar do estado líquido para o estado gasoso, ou seja,
evaporar, necessita-se de 100ºC, o que é uma temperatura muito elevada.

ATENCAO

Quanto mais intensa for a força intermolecular, maior será a energia necessária
para separar as moléculas, ou seja, maior serão as temperaturas de fusão e ebulição.

Veja a seguir a ordem de crescimento das forças intermoleculares:

49
UNIDADE 1 | ESTRUTURA ATÔMICA

Forças de Van der Waals -> Dipolo -Instantâneo -> Pontes de Hidrogênio

ATENCAO

Quanto maior o tamanho da molécula, mais fácil a ocorrência de distorções da


nuvem eletrônica; em consequência, mais fácil será a formação de polos. Logo, à medida
que o tamanho da molécula aumenta (aumento da massa molecular), aumenta também a
temperatura de ebulição. O tamanho da molécula e a temperatura de ebulição são diretamente
proporcionais.

LEITURA COMPLEMENTAR

Elementos químicos recentemente adicionados à Tabela Periódica

Desde a sua composição pelo químico e inventor Dimitri Mendeleev,


na segunda metade do século XIX, a Tabela Periódica ficou sujeita a constantes
atualizações. Algum tempo depois de sua ampla adoção, foram descobertos o gálio
e o germânio, cujas propriedades preenchiam satisfatoriamente as lacunas da tabela,
previstas anos antes por Mendeleev. O último elemento químico que se presumia
ocorresse espontaneamente na natureza, o frâncio, foi descoberto em 1939. Em 1971,
porém, cientistas identificaram pequenas partículas de plutônio que se formavam
naturalmente. Quase ao mesmo tempo em que os últimos elementos de formação
espontânea iam sendo adicionados à tabela, pesquisadores realizavam experiências
com o urânio e o plutônio, que, ao terem seus átomos bombardeados por outras
partículas (como, por exemplo, nêutrons ou partículas carregadas de movimento
rápido), dão origem a novos entes, os chamados elementos sintéticos. É esta a
principal vertente na qual a química atual investe, no que tange à descoberta de novos
elementos, todos artificiais em essência, ou seja, sintetizados em laboratório. Assim, os
elementos mais recentes da Tabela Periódica são ao mesmo tempo classificados como
transurânicos, por terem número atômico maior que 92, e sintéticos, pela fabricação
artificial. Como a Tabela Periódica conta, ao momento da composição deste artigo
(04/2012), com 118 elementos classificados, temos 26 elementos transurânicos e 20
elementos sintéticos. Nos últimos 20 anos nove foram os elementos adicionados à
Tabela Periódica:

110 - Darmstadtium (Ds) - 1994


111 - Roentgenium (Rg) - 1994
112 - Copernicium (Cn) - 1996
113 - Ununtrium (Uut) - 2003
114 - Ununquadium (Uuq) - 1999
115 - Ununpentium (Uup) - 2003
116 - Ununhexium (Uuh) - 2000

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TÓPICO 3 | LIGAÇÕES QUÍMICAS

117 - Ununseptium (Uus) - 2010


118 - Ununoctium (Uuo) – 2012

As principais características de todos estes elementos, além de não terem na


prática um uso definido, é que são todos radioativos, têm uma vida média brevíssima,
em muitos casos, poucos segundos ou às vezes menos, e em consequência, sofrem
um processo chamado “decaimento”, que consiste na conversão, ao momento em
que sua vida média cessa, em elementos de massa atômica menor. Até o momento,
apenas três destes elementos listados possuem nome definido, que é selecionado
pelo IUPAC - em inglês, International Union of Pure and Applied Chemistry ou
União Internacional de Química Pura e Aplicada. O Darmstadium recebe o nome
da cidade onde foi pela primeira vez sintetizado - Darmstad, na Alemanha; o
Roentgenium, batizado em homenagem a Wilhelm Conrad Röntgen, o descobridor
do Raio-X; o Copernicium deve seu nome ao astrônomo polonês Nicolau Copérnico.
Os elementos seguintes não possuem nome definido. Seu nome provisório é apenas
o equivalente em latim para os numerais 113 a 118 (ununtrium é a forma latina
de 13, e assim por diante). Mas a qualquer momento a IUPAC pode atribuir uma
nomenclatura definitiva a estes elementos, que receberão, provavelmente, nomes
de personalidades, ou das cidades onde foram sintetizados pela primeira vez.
FONTE: Disponível em: <http://www.infoescola.com/quimica/elementos-quimicos-
recentemente-adicionados-a-tabela-periodica/>. Acesso em: 22 jan. 2016.

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RESUMO DO TÓPICO 3
• Os átomos apresentam a tendência de perder ou ganhar elétrons para obter os
oito elétrons na camada de valência.

• Ligação iônica ocorre por transferência de elétrons, entre um metal e um não


metal.

• A ligação covalente ou molecular ocorre por compartilhamento de elétrons entre


não metal com não metal.

• A ligação coordenada dativa é um caso particular de ligação covalente.

• As ligações metálicas ocorrem entre metais e são conhecidas como “nuvem de


elétrons” ou “mar de elétrons”.

• As ligas metálicas são junções de dois ou mais metais, podendo conter um não
metal, com o intuito de melhorar suas propriedades.

• O termo geometria refere-se à maneira como os átomos que formam uma molécula
estão dispostos no espaço. Em outras palavras, é o “desenho geométrico” da
molécula.

• Geometria é a forma como os átomos estão distribuídos espacialmente em uma


molécula, podendo assumir várias formas geométricas, dependendo dos átomos
que a compõem.

• As geometrias moleculares mais estudadas são linear, angular, trigonal plana,


piramidal e tetraédrica.

• Polaridade da ligação é o resultado da diferença entre as eletronegatividades dos


átomos que estão ligados, e eletronegatividade é a capacidade que um átomo
tem de atrair elétrons de outro átomo, quando os dois realizam uma ligação
química.

• Ligação covalente polar: formada por elementos diferentes, ou seja, há


diferença de eletronegatividade e formação de cargas parciais d+ e d-, pois
podemos identificar polos elétricos opostos. Quanto maior a diferença de
eletronegatividade, maior a polaridade da ligação. Ex.: HCl.

• Ligação covalente apolar: formada por elementos iguais, ou seja, não há


diferença de eletronegatividade, ou essa é muito pequena ou igual a zero. Se
os elementos são iguais, os valores de eletronegatividade também são, logo, a
ligação é apolar. Ex.: H2.

52
• Para verificarmos se uma molécula é polar ou apolar, devemos utilizar o vetor
µ (momento dipolar), que apresenta as seguintes características:
a) Sentido: do átomo menos eletronegativo para o mais eletronegativo.
b) Módulo: é a diferença entre a eletronegatividade dos átomos.
c) Quando os vetores forem para o mesmo sentido o µ= 0 e a molécula será polar.
d) Quando os vetores forem para sentidos opostos o µ = 0 e a molécula será apolar.

• A solubilidade de uma substância em outra depende diretamente da polaridade


de suas moléculas. Regra de solubilidade: “Semelhante dissolve semelhante”,
ou seja: Polar dissolve substância polar, apolar dissolve substância apolar.

• Força intermolecular é o nome dado à atração existente entre unidades


elementares.

• As Forças de Van der Waals ocorrem entre moléculas polares. A formação do


dipolo se dá através da diferença de eletronegatividade entre os ligantes: o polo
da extremidade negativa de uma molécula atrai o polo da extremidade positiva
da molécula vizinha.

• Ponte de hidrogênio ou ligação de hidrogênio é o nome dado à força de atração


existente entre dipolos permanentes quando o hidrogênio está ligado a átomos
de alta eletronegatividade e pequenos, ou seja, flúor, oxigênio e nitrogênio.

• Tamanho da molécula: Quanto maior o tamanho da molécula, mais fácil a


ocorrência de distorções da nuvem eletrônica; em consequência, mais fácil será
a formação de polos.

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AUTOATIVIDADE

1 Dois elementos, X e Y, apresentam valores de números atômicos 20 e 17,


respectivamente. A fórmula molecular e o tipo de ligação do composto
formado são:

Assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) XY2 ligação covalente.


b) ( ) X2Y ligação iônica.
c) ( ) XY2 ligação iônica.
d) ( ) X2Y ligação covalente.
e) ( ) X2Y2 ligação iônica.

2 Explique por que o íon cloreto (Cl-) é estável e o átomo de cloro (Cl) não, ou
seja, é instável.

3 Após os estudos realizados sobre polaridade, assinale a alternativa CORRETA:

a) ( ) A polaridade é dependente da eletropositividade.


b) ( ) Ligações polares ocorrem entre elementos iguais.
c) ( ) Ligações apolares ocorrem entre elementos diferentes.
d) ( ) As moléculas polares são solúveis em água.

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