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REPÚBLICA DE ANGOLA

Por: Manuel André Tchingui

LUBANGO, Setembro de 2022


Química-8ª classe.

Programa para as aulas de Química da 8ª classe:


Tema 1: Os átomos.
1.1- O que são os átomos? Dimensões dos átomos.
1.2- A constituição dos átomos. Partículas subatómicas.
 A organização dos electrões no átomo.
 Raio atómico e raio iónico.
 Número atómico e número de massa.
1.3- O que é um elemento químico. Isótopos e
isóbaros. 1.4- A massa dos átomos. Massa
atómica relativa.
Tema 2: A tabela periódica dos elementos.

2.1- Primeiras tentativas de classificação dos elementos químicos até Mendeleyev.


2.2- A estrutura da tabela periódica actual.
 Lei periódica de Mendeleyev.
 Metais e não-metais.
 Periodicidade do tamanho dos átomos(raio atómico).
2.3- Família de metais e não-metais.
 Metais alcalinos. Posição na tabela, configuração electrónica e
propriedades.
 Metais alcalinos terrosos. Posição na tabela, configuração electrónica e
propriedades.
 Halogéneos. Posição na tabela, configuração electrónica e propriedades.
 Gases nobres. Posição na tabela,configuração electrónica e propriedades.

Tema 3: As moléculas.

3.1- O que são moléculas?


 Constituição das moléculas de substâncias elementares e compostas.
3.2- ligações entre os átomos nas moléculas.
 Ligações covalentes(polar, apolar, simples, dupla e tripla). Ligação dativa.
3.3- Massa das moléculas(massa molecular relativa).

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Química-8ª classe.

Tema 1: Os átomos.
O que são os átomos? Dimensões dos átomos.
Há cerca de 350 anos, dois filósofos gregos de nomes Leucipo e
Demócrito diziam que a matéria é formada por partículas muitíssimo pequenas
(corpúsculos), e que segundo eles não poderiam ser criadas nem destruídas e
podiam ter formas e tamanhos diferentes. A estas partículas eles deram o nome
de átomos.
A palavra átomo vem do grego e resulta da união das palavras:

A = não e tomos = corte ou divisão. Assim poderemos definir átomos como


partículas muitíssimo pequenas que constituem a matéria.

Entre os anos de 1803 à 1808, um cientista inglês de nome John Dalton


também realizou alguns trabalhos em relação a constituição da matéria e
formulou teorias que ficaram conhecidas como postulados de Dalton:
1. Toda matéria é formada por partículas pequenas(átomos).
2. Os átomos são indivisíveis.
3. Os átomos do mesmo elemento são iguais.
4. Os átomos de um elemento são diferentes aos dos outros elementos.
5. Os átomos de diversos elementos podem combinar-se e formar compostos.
6. Os átomos não se criam nem se distroem.
Após Dalton ter apresentado sua teoria atômica, em 1808, vários
cientistas realizaram diversos experimentos que demonstraram que os
átomos são constituídos por partículas ainda menores, as quais veremos
posteriormente.

Dimensões dos átomos.


os átomos possuem tamanho, o que significa que possuem um certo diâmetro.
O diâmetro de um átomo é de aproximadamente 10-8cm ou seja de
0,00000001cm.
O diâmetro do núcleo varia entre 10-12cm à 10-13cm. A relação entre diâmetro
do átomo(DA) e do núcleo(DN) é representada pela seguinte expressão
matemática.

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= = 105 = 100.000

Isto indica que o diâmetro do átomo é 100.000 vezes maior que o do núcleo.

Exemplo: se o diâmetro do núcleo (DN) for de 15cm o diâmetro do átomo (DA) será:

DA=100.000 x DN

DA= 100.000 x 15cm

DA= 1500.000cm ou 15 km

 A constituição dos átomos. Partículas subatómicas.


Uma das experiências feitas para se saber sobre a constituição dos átomos foi
a experiência feita por Ernest Rutherford em 1911, onde ele bombardeou
uma placa de ouro com partículas alfa ( ) positivas.

Observação Conclusão
a) A maior parte das partículas α A maior parte do átomo deve ser vazio.
atravessava a lâmina sem sofrer desvios. Nesse espaço
(eletrosfera) devem estar localizados os
elétrons.

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b) Poucas partículas α (1 em 20 000) não Deve existir no átomo uma pequena região
atravessavam a lâmina e voltavam. onde está concentrada sua massa (o
núcleo).
c) Algumas partículas α sofriam desvios de O núcleo do átomo deve ser positivo,
trajetória ao atravessar a lâmina. o que provoca uma repulsão nas
partículas α (positivas).

 Modelos atómicos
Modelo atómico de Dalton (bola de Bilhar).

O primeiro modelo atómico foi proposto por John Dalton em 1808. Ele considerava
o átomo como uma esfera maciça, indivisível e indistrutível.

Modelo atómico de Thomson (pudim com passas).


Thomson foi o ciêntista que em 1897 descobriu o electrão através da sua
experiência com raios catódicos. O seu modelo atómico é designado modelo
“Pudim com passas”. Para ele o átomo é maciço e constituído por um fluido
com carga elétrica positiva, no qual estão dispersos os electrons, do mesmo
modo como as passas estão dispersas no pudim.

Modelo atómico de Rutherford (modelo planetário do átomo).


Depois da sua experiência com partículas sendo bombardeadas numa placa de ouro,
Rutherford em 1911 propós um novo modelo atómico.
Para ele o átomo seria como o nosso sistema solar, em que os electrões giram a
volta do núcleo com carga eléctrica positiva assim como os planetas giram a volta
do sol.

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Modelo atómico de Bohr.


O modelo atómico de Bohr é uma retificação dos erros cometidos por
Rutherford, por isso este modelo é conhecido como modelo “ Rutherford-
Bohr”.
Bohr em 1913 admitiu que o átomo é constituído por uma região central com carga
eléctrica positiva(núcleo). Mas para ele os electrões só podiam girar em torno do núcleo
em regiões específicas e bem definidas chamadas de órbitas.

Assim ficou-se sabendo que um átomo é constituído por um núcleo (região central) onde
encontramos os protões e os neutrões e pelo envoltório (região à volta do núcleo) onde
encontramos os electrões.
Átomo
Núcleo Envoltório
Protões e neutrões electrões

Os protões, neutrões e electrões chaman-se partículas fundamentais do átomo ou


partículas subatómicas.

A organização dos electrões no átomo.


Níveis electrónicos.
Num átomo existem sete camadas ou níveis de energia ordenados da seguinte forma:
Nível Camada
1 K
2 L
3 M
4 N
5 O
6 P
7 Q
De acordo com a teoria atómica, um certo nível ou camada so pode ter um
número de electrões determinado. Assim sendo para sabermos o número de
electrões existentes até ao 4º nível(N) usamos a seguinte fórmula: 2n2
Onde n representa o nível.

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Nível ou camada (n) Número de electrões existentes (2n2)


1 2x 12= 2
2 2x 22= 8
3 2x 32= 18
4 2x 42= 32
O número máximo de electrões para os restantes níveis é:
Nível ou camada Número de electrões existentes.
5 32
6 18
7 2

Elemento químico
Elemento químico: é o conjunto formado por átomos que apresentam o mesmo
número atômico (Z). A cada elemento químico corresponde um número atômico (Z) que
o identifica.

De acordo com a IUPAC (sigla em inglês da União Internacional de Química Pura e


Aplicada), ao representar um elemento químico, devem-se indicar, junto ao seu símbolo,
seu número atômico e seu número de massa.

Isótopos

Isótopos: são átomos que apresentam o mesmo número atômico (Z), por
pertencerem ao mesmo elemento químico, mas diferentes números de massa (A).

A maioria dos elementos químicos é constituída por uma mistura de isótopos, os


quais podem ser encontrados, na natureza, em proporção praticamente constante.

O único elemento químico cujos isótopos apresentam nome próprio é o hidrogênio


(H), que é formado pelos seguintes isótopos naturais.
Representação Nomes
1H 1
prótio
1H 2
deutério
1H3 trítio; tricério; tritério

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Isóbaros
Isóbaros: são átomos que apresentam diferentes números atômicos (Z), mas o mesmo
número de massa (A). p=20 p=18

Exemplos: o cálcio e o Árgon: Ca40


20 n= 20 18Ar40 n=22
A=40 A=40
O carbono e o nitrogénio: 6C14 e 7N14
Os isóbaros pertencem, portanto, a elementos químicos diferentes.

Número atómico (z)


O número atómico de um elemento químico, é o número que indica a quantidade de
protões existentes no núcleo de um átomo. Este número é simbolizado pela letra z.
O número atómico também pode ser chamado de carga nuclear e
zX
representa-se:

Exemplo: Ferro: 26Fe, ouro: 79Au, Oxigénio 8O.


Como os átomos são partículas eletricamente neutras, o número de prótons é igual
ao de elétrons.
Exemplos: cloro (Cl) Z = 17 prótons = 17,
elétrons = 17. sódio (Na) Z = 11 prótons =
11, elétrons = 11.

Número de massa (A)


O número de massa é a soma do número de protões (p) e do número de neutrões (n) que
existem no núcleo de um átomo. A = p + n
Num elemento químico, o número de massa é representado pela letra A.
Exemplo: Cloro: 35Cl, Cobre: 63
Cu.
Por convenção, pode-se representar simbolicamente o número atómico e o índice de
massa de um elemento químico da seguinte forma:
XA
z

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Actividades
1. Determina o número de massa do átomo de Fluor, sabendo que este átomo
tem 9 protões e 9 neutões.
2. Sabendo que o oxigénio tem massa 16 e 8 neutrões, qual é o seu número
atímico.

Exemplos de distribuições electrónicas.

A distribuição electrónica por níneis de energia dos átomos sódio (Na), cloro(Cl)
e cálcio (Ca) é a seguinte:

Sódio 11Na: K2 L8 M1
Cloro 17Cl: K2 L8 M7
Cálcio 20Ca: K2 L8 M8 N1

Obs: ao fazermos uma distribuição electrónica começamos sempre pelos níveis


de menor energia e so passamos para os de maior energia quando os de menor
estiverem completamente preenchidos.

Quando o número de electrões a serem colocados em um nível for inferior ao


número máximo que este pode suportar, colocamos nele o número de electrões
iguais ao da camada anterior.

Actividades
1.Quais são as diferentes partes que compoem um átomo?
2.Como estão organizados os electrões num átomo?
3.Faz a distribuições electrónicas dos seguintes átomos:
a. Potássio 19K
b. Flúor 9F
c. Árgon 18Ar
d. Oxigénio 8O
e. Enxofre 16S
f. Bromo 35Br

Os electrões do último nível.


É importante conhecermos a distribuição dos electrões de um átomo, e
principalmente o número de electrões da última camada (camada de valência),
porque permite-nos prever o comportamento deste átomo perante outros.

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Os electrões do último nível, são chamados de electrões de valência. Os átomos


que têm 8 electrões na última camada com excepção da primeira que so pode ter
dois, são estáveis quimicamente, isto é não reagem facilmente com outros
átomos(são inertes), como por exemplo o Hélio(He), o Néon (Ne), o Árgon (Ar)
e os demais gases nobres.

2He: K2

10Ne: K2 L8

18Ar: K2 L8 M8

O Árgon com 18 electrões ao todo, possui 8 electrões de valência, o que


corresponde ao número de electrões necessários para se adquirir estabilidade.

Os átomos que não têm 8 electrões de valência tentam alcançá-la perdendo ou


ganhando electrões. E assim explica-se como os elementos natureza reagem uns com
os outros.

Exemplo-1: o átomo de sódio (Na).

Na + 497 kj Na+ + 1e-

Para adquirir uma configuração estável, o sódio perde o seu electrão de valência
quando recebe energia suficiente.

Exemplo-2: o átomo de cloro (Cl).

Cl + 1e- Cl + 368 kj

Para adquirir configuração estável o cloro ganha um electrão e liberta uma certa
quantidade de energia.

Raio atómico

Não é fácil determinar a medida de um raio atómico, mas este pode ser determinado
esperimentalmente.

O raio atómico é a metade da distância entre o núcleo de dois átomos ligados, ou ainda
é a distância entre o núcleo do átomo e a camada mais externa(camada de valência).

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O raio atómico é expresso em picómetro (pm) que é um submúltiplo do


metro.

1pm = 0,000000000001 m =10-12m

O raio atómico também pode ser expresso em Nanómetro (nm), que é a


milhonésima parte do picómetro.

1nm = 0,000000001 m= 10-9 m

Na molécula do hidrogénio o raio atómico mede 0,079 nm ou 79 pm.

A tabela abaixo mostra o raio atómico de alguns elementos.

Átomo Raio atómico


(pm)
Li 205
Be 140
C 91
O 65

Conversões de unidades: (de Pm à m)

Na conversão de unidades deve-se ter em conta as proporções acima estabelecidas.

Exemplo: expressa em metros o raio atómico do carbono(91 pm).

Resolução: sabe-se que: 1pm --------------- 10-12 m

91p ----------------- x

X= 91x 10-12 m

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Raio iónico
Já é do nosso conhecimento que os átomos podem perder ou ganhar electrões para
atingirem uma configuração estável.

Quando um átomo perde electrões, o ião adquire a configuração electrónica de um gás


nobre, os electrões da camada de valência ficam a uma menor distância do núcleo. Esse
ião é chamado de catião.

Os raios dos catiões são menores do que o dos seus correspondentes átomos, por causa
da remoção de electrão ou electrões da camada de valência.

Exemplo: o átomo de sódio (Na)

Na + 497 kj Na+ + 1e-

2.8.1 ------------------- 2.8

Se um átomo ganha electrões transforma-se em um ião negativo (anião) e o seu raio


aumenta devido a adição de um ou mais electrões à camada de valência.

Exemplo: o átomo de cloro.

Cl + 1e- Cl + 368 kj

2.8.7 --------------- 2.8.8

O raio dos catiões e aniões é dado pela distância do núcleo à camada mais externa.

Massas dos átomos

É muito importante, tanto nas atividades em laboratório como nas indústrias, saber
antecipadamente as quantidades de reagentes que devemos usar para obter a quantidade
desejada de produtos.
A previsão das quantidades só é possível através de cálculos das massas e dos volumes
das substâncias envolvidas nas reações químicas. No entanto, muitas vezes é
necessário determinar também o número de átomos ou de moléculas das substâncias
que reagem ou são produzidas. Para isso, um primeiro passo é conhecer a massa dos
átomos. Como átomos ou moléculas são entidades muito pequenas para serem
“pesadas” isoladamente, foi estabelecido um padrão para comparar suas massas.

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Massa atómica relativa

ACtualmente, nossa escala de massas atômicas está baseada no isótopo mais comum do
carbono, com número de massa igual a 12 (12C), ao qual foi atribuída exatamente a massa
de 12 unidades de massa atômica (u).
• O 12C foi escolhido em 1962 e é usado atualmente em todos os países do mundo.
A massa atómica relativa de um átomo é a grandeza que indica quantas vezes a
massa deste átomo é mais pesado que 1/12 da massa do caobono.

Tema 2: A tabela periódica dos elementos.


2.1- Primeiras tentativas de classificação dos elementos químicos até Mendeleyev.

Até o final do século XVII eram apenas cconhecidos 14 elementos químicos e um século
mais tarde este número aumentou para 33; conforme o número de elementos descobertos
ia crescendo tornou-se necessário organizá-los de forma coerente para facilitar o seu
estudo.

Foi assim que alguns ciêntístas daquela época começaram a trabalhar a fim de encontrar
formas de organizar os elementos. Entre eles destacaram-se Dobereiner (alem ão),
Alexandre de Chancourtois (francês), Newlands (inglês) e Dimitry Mendeleyev (russo).
Lei das tríades.
No ano de 1817 o alemão Dobereiner, percebeu que em alguns grupos de 3 elementos
com propriedades iguais um deles sempre apresentava uma massa atómica que era a média
aritmética das massas dos dois outros. A partir daí dobereiner organizou grupos de três
elementos que ficaram conhecidos como Lei das tríades.

Exemplo: a primeira tríade de Dobereiner tinha os seguintes elementos (lítio,


sódio e potássio).

A média aritmética entre a massa atómica do lítio (7), e do potássio (39) é a massa atómica
do Sódio (23).

que é a massa do Sódio

Lei das oitavas.

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Em 1863, Newlands cientísta inglês, organizando os elementos de acordo com as suas


massas atómicas, formou grupos de 7 elementos e viu que as propriedades eram repetidas
no oitavo elemento, por isso é chamada essa teoria de Lei das aoitavas. Newlands
associou a lei das oitavas com a sequência das notas musicais.

Lei peródica de Medeleyev.


Em 1869 Dimitri Mendeleyev cientista russo formulou a sua teoria que é actualmente
conhecida como Lei periódica de Mendeleyev e que serve até hoje como base de
classificação moderna. Este lei diz que:

As propriedades e composiçaõ das substâncias símples e compostas dos diferentes


elementos químicos dependem forma periódica das suas massas atómicas.

Segundo esta lei os elementos que possuem propriedades iguais posicionam-se numa
mesma coluna vertical chamada de grupo ou família.

Mendeleyev é considerado pai da tabela periódica por ter dado um contributo muitíssimo
valioso na organização dos elementos. A tabela periódica de Mendeleyev é a que ainda
hoje usamos, embora bastante mais completa pois, naquele tempo eram conhecidos
apenas 60 elementos e actualmente já são conhecidos 118 e estes estão organizados por
ordem crescente de números atómicos e não de massas atómicas como disse Mendeleyev.

Assim podemos definir a tabela periódica como a representação grafica dos


elementos químicos.

2.2- A estrutura da tabela periódica actual.


Os 118 elementos conhecidos actualmente estão ordenados da esquerda para direita e de
cima para baixo de forma crescente dos seus números atómicos. Sendo as regras e a
nomenclatura estabelecidas pela IUPAC(União Internacional da Química Pura e
Aplicada).

1. A tabela periódica possui 18 colunas verticais que são representadas por números
de 1 à 18 e 7 linhas horizontais numeradas de 1 à 7.
2. As colunas verticais chaman-se grupos ou famílias e as linhas horizontais períodos
ou séries.
3. Os elementos de um mesmo grupo têm propriedades físicas e comportamento
químico semelhante e o mesmo número de electrões de valência.

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4. Os elementos de um mesmo período posuem o mesmo número de níveis ou


camadas na distribuição electrónica.
5. Os elementos dos grupos 1,2, 13, 14, 15, 16, 17 e 18 são chamados elementos
representativos e os demais grupos são de transição e transição interna.

6. O primeiro período é formado por dois elementos, seguindo-se dois períodos


curtos (2º e 3º) com 8 elementos cada.
Os períodos (4º e 5º) são mais extensos com 18 elementos cada, seguido do 6º com
32 elementos e finalmente o 7º que encontra-se incompleto e aberto a elementos
por descobrir.

Metais e não metais.


As subâncias elementares ou simples podem ser classificadas em metais e não metais. Na
tabela periódica, os metais estão á esquerda e no centro e os não metais à direita em um
número muito pequeno.

Propriedades e características dos metais.

Os metais diferenciam-se dos não metais pelas seguintes características:

1. Todos metais são sólidos à temperatura ambiente (250c), com excepção do


mercúrio(Hg).
2. Apresentam cor cinzenta, com excepção do cobre que é castanho-
avermelhado e do ouro que é amarelo.
3. São maleáveis, isto é podem ser transformados em lâminas ou em chapas.
4. São dúcteis ( podem ser transformados em em fios).
5. São tenases( dificilmente quebram).
6. São bons condutores de calor e de electricidade.

Por causa destas propriedades, o ser humano utiliza os metais no fabrico de


vários materiais, utensílios e instrumentos de trabalho.
Actividade.

1. Qual é aimportância dos metais?

Periodicidade do tamanho dos átomos(raio atómico).

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O tamanho dos átomos tem a ver com a variação do raio atómico ao longo dos grupos e
períodos da tabela periódica. Este tamanho varia com o aumento do número atómico.

Com o aumento do número atómico o tamanho dos átomos diminui nos períodos da
esquerda para direita e aumenta nos grupos de cima para baixo.

Nos períodos diminui porque a medida que vai aumentando o número atómico sendo o
número de camadas o mesmo a carga positiva dos protões vai atrair com mais força os
electões de valência fazendo com que o átomo fique pequeno.

Nos grupos aumenta porque a medida que aumenta o número atómico, também aumenta
o número de camadas.

2-3: Família de metais e não-metais.

Metais alcalinos.
Os metais alcalinos, são os elementos do grupo 1 da tabela periódica. São chamados de
alcalinos por serem muito reactivos e quando reagem com a água formam soluções básicas
também conhecidas com hidróxidos ou álcalis.

Os elementos deste grupo são: o Líto (Li), o sódio (Na), o potássio (K), o
Rubídio(Rb), o Césio (Cs) e o Frâncio (Fr).

Posição na tabela e configuração electrónica.


Todos os metais alcalinos possuem 1 electão de valência, o que justifica a sua posição no
grupo 1 da tabela periódica. A sua configuração electrónica é a seguinte:
Lítio ( 3Li) Sódio Potássio Rubídio(37Rb) Césio(55Cs) Frâncio(87Fr)
(11Na) (19K)
2.1 2.8.1 2.8.8.1 2.8.18.8.1 2.8.18.18.8.1 2.8.18.32.18.8.1

Propriedades físicas dos metais alcalinos.


1. Todos metais alcalinos são sólidos a temperatura ambiente (250c).

2. Os pontos de fusão e de ebuliçaõ diminuem a medida que aumenta o número


atómico.
Propriedades químicas dos metais alcalinos.
1. Quando reagem com o oxigénio formam óxidos.

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Exemplo: 4 K(s) O2(g) 2K2O(s)

2. Quando reagem com a água formam hidróxidos e libertam hidrogénio.

Exemplo: 2K(s) 2H2O (l) 2KOH (aq) H2(g)

Actividade
1. Quando os óxodos dos metais alcalinos reagem com a água formam Hidróxidos
segundo a seguinte equação.
Li2O (s) H2O (l) KOH (aq)
Acerta a equação.

Metais alcalinos-terrosos.
Os metais alcalinos-terrosos são os elementos do grupo 2 da tabela periódica. São
chamados de terrosos por serem abundantes na crosta terrestre e resistentes ao
aquecimento.

Os elementos deste grupo são: o Berílio (Be), o Magnésio (Mg), o cálcio (Ca), o
estrôncio (Sr), o Bário (Ba) e o Rádio (Ra).

Posição na tabela e configuração electrónica.


No seu último nívem (nível ou camada de valência) todos metais alcalinos possuem 2
electrões.
Berílio Magnésio(12Mg) cálcio estrôncio(38Sr) Bário (56Ba) Rádio (88Ra)
(4Be) (20Ca)
2.2 2.8.2 2.8.8.2 2.8.18.8.2 2.8.18.18.8.2 2.8.18.32.18.8.2

Uso dos metais alcalinos-terrosos

O berílio é muito utilizado nas estruturas dos reactores nucleares e em tubos de raio x.

As suas ligas metálicas são muito duras. O magnésio é utilizado na indústria de aviação.

Propriedades físicas dos metais alcalinos-terrosos.


1. Todos metais alcalinos são sólidos à temperatura ambiente.
2. Os pontos de fusão e ebulição são mais elevados que dos metais alcalinos.
3. São mais densos que os metais alcalinos.

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4. Apresentam características metálicas a centuadas e são bons condutores de calor e


electricidade.

Propriedades químicas dos metais alcalinos-terrosos.


1.Quando regem com o oxigénio formam óxidos destes metais.

Exemplo: 2Mg (s) O2 (g) 2MgO (s)

2.Quando reagem com a água formam hidróxidos.

Exemplo: Ca (s) 2H2O (l) Ca(OH)2 H2 (g)

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Os halogéneos
Os halogéneos constituem o 17 grupo da tabela periódica. O seu nome deriva do grego e
resulta da união das palavras halo = sal e geno = formador. Assim os halogéneos são
conhecidos como formadores de sais.

Os elementos deste grupo são: o Flúor (F), o Cloro (Cl), o Bromo (Br), o Iodo (I) e o
Astato (At).

Posição na tabela e configuração electrónica.


Os átomos destes elementos possuem 7 electrões de valência.
Flúor (9F) Cloro (17Cl) Bromo (35Br) Iódo(53I) Astato (85At)
2.7 2.8.7 2.8.18.7 2.8.18.18.7 2.8.18.32.18.7

Os halogéneos formam moléculas diatómicas.

F Exemplo: F F2

Cl Cl Cl2

Uso dos halogéneos


Os halogéneos formam compostos muito importantes pelas suas aplicações práticas como
por exemplo:

1. O flúor é usado na composição de pastas dentárias.


2. O cloro é usado para desinfectar águas de consumo.
3. O cloreto de sódio (NaCl) é usado como sal de cozinha etc.

Propriedades físicas dos halogéneos.


1. O Flúor é o primeiro elemento do grupo, com o menor número atómico e é gasoso.
2. O cloro é também gasoso à temperatura ambiente.
3. O Bromo é líquido à temperatura ambiente. Normalmente é guardado em frascos
de vidro bem fechados pois é volátil (evapora rapidamente).

4. O iódo é sólido, é também volátil e sublimável (passa directamente de sólido para


gás).
Propriedades químicas dos halogéneos.
1. Quando reagem com os metais formam sais.

Exemplo:

F2(g) 2Na (s) 2NaF (s)

Cl2 (g) 2K (s) 2KCl (s)

Br2 (l) Mg (s) MgBr2 (s)

Os halogéneos são muito reactivos por possuirem 7 electrões de valência. Em


determinadas circunstâncias recebem um electrão, completando a última camada com 8 e
ficando mais estáveis denominando-se iões halogenetos.

Exemplo: F- (Fluoreto), Cl-(cloreto), Br- (Brometo) e I- ( iodeto)

Gases Raros.

Os gases raros são os elementos do grupo 18. São chamados de gases raros ou gases
nobres.

Os elementos deste grupo são: Hélio (He), o Néon (Ne), o Argon (Ar), o Kripton
(Kr), o Xénon (Xe) e o Rádon (Rn).

Posição na tabela e configuração electrónica.


Com a excepção do Hélio que só tem 2 electrões os restantes gases têm todos 8 electrões
de valência justificando assim a posição no grupo 18 da tabela periódica.

Hélio(2He) Néon(10Ne) Árgon(18Ar) Krípton(36Kr) Xénon(54Xe) Rádon(86Rn)


2 2.8 2.8.8 2.8.18.8 2.8.18.18.8 2.8.18.32.18.8

Os átomos destes elementos são os mais estáveis de todos que existem no universo; não
reagem condições normais com átomos diferentes ou da mesma espécie, por isso são
também chamados de inertes.
Tema 3: As moléculas.
3.1- O que são moléculas?
Constituição das moléculas de substâncias elementares e compostas.

Existem na natureza forças atractivas que fazem com que átomos de um mesmo elemento
ou de elementos diferentes agrupem-se dando origem a estruturas que recebem o nome
de moléculas.

Assim, uma molécula é um conjunto de átomos ligados entre si por forças de


atracção.

Classificação das moléculas.


As moléculas podem ser classificadas tendo em conta:

1. O tipo de elementos que as constituem: quanto ao tipo de átomos ou espécie


química as moléculas podem ser:
a. Molécula de substância elementar: quando é formada por átomos do mesmo
elemento químico.

Exemplo: a molécula do oxigénio (O2), do hidrogénio (H2), do ozono (O3), do


cloro (Cl2) etc.

b. Moléculas de substância composta: quando é formada por átomos de elementos


diferentes.

Exemplo: a molécula da água (H2O), do dióxido de carbono (CO2), do metano


(CH4)etc.
2. O número de átomos que as constituem: quanto ao número de átomos as
moléculas podem ser:
a. Monoatómicas: quando são formadas por um único átomo.

Exemplo: os gases raros (He, Ne, Ar, Kr, Xe e Rn).

b. Diatómicas: quando são formadas por dois átomos.

Exemplo: a molécula do oxigénio (O2), do Cloro (Cl2), do cloreto de hidogénio


(HCl) etc.

c. Triatómica: quando são formadas por três átomos.

Exemplo: a molécula do Ozono (O3), do dióxido de carbono (CO2).

d. Poliatómicas: quado são formadas por vários átomos.

Exemplo: A molécula do álcool etílico (C2H6O), da glicose (C6H12O6) etc.

Actividades

1. Classifica as seguintes moléculas ( monóxido de carbono- CO, dióxido de enxofre


SO2- Bromo- Br2, ácido sulfúrico- H2SO4) de acordo com:
a. Tipo de elementos que as constituem.
b. Número de átomos que as constituem.

3.2- ligações entre os átomos nas moléculas.


No interior dos átomos existem forças eléctricas que os matêm unidos a outros átmos
formando moléculas.

Num átomo neutro, os electrões mais afastados do núcleo (electrões de valência) são os
intermediários da união entre os átomos. Um ou mais electrões são partilhados por dois
ou mais átomos ficando presos um no outro, formando-se assim uma núvem electrónica
molecular em que a carga de alguns electrões é partilhada.

Ligações covalentes(polar, apolar, simples, dupla e tripla).

As ligações formadas pela partilha de dois ou mais pares de electrões entre átomos
chamam-se ligações covalentes. Para representar as ligações covalentes usa-se a notação
de Lewis, em que o símbolo do elemento representa o núcleo e os electrões de valência
são colocados a volta do símbolo em forma de pontos.

As ligações covalentes podem ser:

1. Ligação covalente polar: aquela que ocorre entre átomos de elementos químicos
diferentes.

Exemplo: molécula do fluoreto de hidrogénio (HF).

2. Ligação covalente apolar: aquela que ocorre entre átomos do mesmo elemento
químico.

Exemplo: molécula do oxigénio (O2). ou

As ligações covalentes polar e apolar ainda podem ser classificadas quanto ao


número de ligações entre os átomos em:

a. Ligação covalente simples: quando existe a partilha so existe a partilha de um


par de electrões.

Exemplo: na molécula de hidrogénio (H2). ou

b. Ligação covalente dupla: quando existe a partilha de dois pares de electrões.

Exemplo: na molécula do oxigénio (O2). ou

c. Ligação covalente tripla: quando existe a partilha de três pares de electrões.

Exemplo: na molécula do nitrogénio (N2). ou

 Ligação dativa.
A ligação dativa, também conhecida como ligação coordenada é aqula em que o par
electrónico a ser partilhado para formar a ligação é dado por um dos átomos. Esta ligação
ocorre entre um átomo que já atingiu a estabilidade electrónica e outro que precisa de dois
electrões para completar a sua camada de valência.

A ligação dativa é representada por uma seta direccionada do elemento que doa para o
que recebe. (A B).

Exemplo: a molécula do dióxido de enxofre (SO2).

Actividade
1. O que é a ligação covalente?
2. Como se classificam as ligações covalentes?
3. Que tipo de ligação covalente existe nas seguintes moléculas: bromo (Br2),
água (H2O) e dióxido de carbono (CO2)

3.3- Massa das moléculas (massa molecular relativa).


Aprendemos anteriormente que os átomos possuem massa e esta é conhecida como massa
atómica relativa.

Sendo as moléculas conjuntos formados por átomos também possuem massa. A massa
das moléculas chama-se massa molecular relativa.

Podemos assim definir massa molecular relativa como a grandeza que indica
quantas vezes a massa de uma molécula é superior a massa do carbono 12.

A massa molecular relativa é representada por (Mr) e a massa atómica por (Ar).
Para calcular-mos a massa molecular relativa de uma molécula temos que somar as massas
atómicas relativas dos elementos que constituem a molécula tendo em conta os seus
números de átomos.

Exemplos:

1. Calcula a massa molecular relativa da molécula da água (H2O).

Obs: as massas atómicas relativas encontram-se na tabela periódica.

Dados: Ar (H)= 1, Ar(O)=16 fórmula: Mr (H2O) = Ar(H)×2 + Ar(O)


Mr (H2O) =1×2 + 16

Mr(H2O) = 18

2. Calcula a massa molecular relativa da molécula metano dióxido de carbono


(CO2)

Dados: Ar (C)=12, Ar(O)=16 fórmula Mr(CO2)= Ar(C) + Ar(O) ×2

Mr(CO2)= 12 + 16 ×2

Mr CO2)= 12+ 32

Mr(CO2)=44

3. Calcula a massa molecular do ácido fosfórico (H3PO4).

Dados: Ar(H)=1, Ar(P)=31, Ar(O)=16


fórmula Mr(H3PO4)=Ar(H) ×3 + Ar(P) + Ar(O) ×4

Mr(H3PO4)= 1×3 + 31 +16 ×4 Mr(H3PO4)= 98

Actividades
1. Calcula a massa molecular relativa das seguintes moléculas: ácido nítrico
(HNO3), hidróxido de cálcio Ca(OH)2, carbonato de cálcio (CaCO3) e ozono (O3)

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