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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA - CCET


DEPARTAMENTO DE QUÍMICA - DEQUI

Estrutura Atômica
e
Propriedades Periódicas
P ro fa . D ra . SE RGIAN E M E N D ON ÇA

Referência:
ATKINS, P.; JONES, L.; Princípios de Química, questionando a vida moderna e o meio ambiente; 7ª Ed,
Bookman Companhia Ed., 2018.
BROWN, LEMAY, BURSTEN. Química: A ciência central. 9 ed. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005.
RUSSEL. J. B.; Química Geral; vol. 1 e 2, Makron, 1994.
Teoria atômica da matéria

• Filósofo Anaxágoras
• Imaginou dividir um composto inúmeras vezes em partículas menores sem
500 a.c.
chegar a um fim
Filosofia
grega
• Leucipo e Demócrito
478 a.c. • Propõem que todo universo é formado por átomos (partículas indivisíveis)

• Robert Boyle
• Considera o pensamento de Leucipo para explicar o comportamento dos
1627-1691
gases. Método
científico
• Isaac Newton
• Compactua com a proposta de Boyle, refletindo sobre os átomos como “as
1642-1727
pequenas partículas de corpos com certos poderes, virtudes e forças”.
• Antoine Laurent Lavoisier
• Propõe que “uma substância só pode ser considerada elementar se não se
1743-1794 subdividir em substâncias mais simples ao ser tratada quimicamente”
Teoria atômica da matéria

O átomo de Dalton

Lei da conservação da massa


“Em uma reação química feita em
recipiente fechado, a soma das
massas dos reagentes é igual à
soma das massas dos produtos.”

Lei das proporções constantes

Exp. Hidrogênio Oxigênio Água


(g) (g) (g)
I 1 8 9
II 2 16 18
Proporção constante de 1/8 em massa de
III 0,4 3,2 3,6 hidrogênio e oxigênio.
Teoria atômica da matéria

▪ Dalton usou sua teoria para deduzir a lei das proporções múltiplas:

Se dois elementos A e B são combinados para formar mais de um composto, as


diferentes massas de B que podem ser combinadas com uma dada massa de A
guardam entre si uma relação de números inteiros e pequenos.

Nitrogênio Oxigênio Óxido Proporção


formado
28 g 16 g N2O 2:1
28 g 32 g N2O2 2:2
28 g 48 g N2O3 2:3

▪ À medida que os cientistas desenvolveram métodos para investigar a natureza da


matéria, o átomo, supostamente indivisível, começou a mostrar sinais de que é
uma estrutura mais complexa. Hoje, sabemos que ele é composto de partículas
subatômicas.
▪ Parte do átomo é composta por partículas eletricamente carregadas, algumas com
carga positiva e outras com carga negativa.
Modelo nuclear do átomo

▪ (1887) Thomson investiga os “raios catódicos”, raios emitidos quando uma


grande diferença de potencial é aplicada entre dois contatos de metal
(eletrodos), em um tubo de vidro sob vácuo.

ânodo

cátodo
▪ Ao observar a direção do desvio do feixe causado por um campo elétrico
aplicado aos eletrodos, Thomson demonstrou que os raios catódicos são
fluxos de partículas com massa, carregados negativamente.
elétrons
Conseguiu medir o valor da razão entre a carga do elétron (e) e sua massa (m):
e/m
Modelo nuclear do átomo

▪ (1908) Robert Millikan projetou uma aparelhagem, que determinou a


magnitude da carga negativa no elétron.
Gotículas caíam
pelo ar sob ação
e = 1,602 x 10-19 C da gravidade

“uma unidade de
carga negativa”

Tópico 1A. A observação dos átomos


Modelo nuclear do átomo

▪ Thomson propôs que o átomo seria uma esfera de material gelatinoso


com carga positiva sobre o qual os elétrons estariam incrustados.

Em 1910, após uma série de


experimentos cujos resultados eram
incompatíveis com o modelo de
Descartado mais tarde Thomson, Rutherford postulou o
por outra observação modelo nuclear do átomo, segundo o
experimental qual a maior parte da massa do átomo
e toda sua carga positiva se concentra
em uma região muito pequena e
densa, o núcleo, e a maior parte do
volume de um átomo é constituído de
espaço vazio, no qual os elétrons se
Modelo “Pudim de passas” movem ao redor do núcleo.
Modelo nuclear do átomo

▪ Henry Becquerel descobriu a radioatividade, utilizando amostras de urânio -


emissões radioativas ocorriam espontaneamente;
▪ Marie e Pierre Curie fizeram experimentos para isolar os componentes radioativos
do mineral;
▪ Ernest Rutherford (1871–1937), em outro estudo, revelou três tipos de radiação:
alfa (α), beta (β) e gama (γ).
▪ As radiações α e β consistem em partículas de carga positiva e negativa,
respectivamente, que se movem rapidamente.

▪ A radiação gama é uma radiação de alta energia semelhante aos raios X; porém não é
composta por partículas e não tem carga.
Modelo nuclear do átomo

▪ Os resultados sugeriram um modelo nuclear do


átomo, no qual havia um centro muito pequeno e
denso de carga positiva.

▪ O átomo seria esférico, tendo no centro um núcleo, contendo a maior


parte da massa do átomo, com carga positiva e a região fora, ocupada
pelos elétrons. Tópico 1A. A observação dos átomos
Modelo nuclear do átomo

• Por convenção, as cargas das partículas atômicas e subatômicas geralmente são expressas
em múltiplos de 1,602 X 10-19 C (carga eletrônica ou carga elementar) em vez de
coulombs (C).
• Assim, a carga de um elétron é 1- e a de um próton é 1+. Os nêutrons são eletricamente
neutros.

Carga eletrônica do próton: + 1,602x10-19 C


Prótons – partículas positivas
1+
Núcleo
Não tem carga
Nêutrons – partículas neutras

Carga eletrônica do elétron: - 1,602x10-19 C


Elétrons – partículas negativas 1-

• Cada átomo tem um número igual de elétrons e prótons, portanto átomos são
eletricamente neutros.
• Prótons e nêutrons ficam localizados no minúsculo núcleo do átomo.
• A maior parte do seu volume é o espaço no qual os elétrons estão posicionados.
• O angstrom (Å) é a unidade utilizada para as dimensões atômicas.
Modelo nuclear do átomo

• Os átomos de cada elemento têm um número característico de prótons.


• O número de prótons de um átomo de qualquer elemento específico é
chamado de número atômico do elemento.
• Na representação dos átomos, o número atômico é indicado pelo número
subscrito;
• Já o número sobrescrito, chamado número de massa, representa a
quantidade de prótons somados ao número de nêutrons do átomo.
Modelo nuclear do átomo

• Átomos com números atômicos idênticos, mas diferentes números de massa


são chamados de isótopos.
Isótopos, grego,
significa “mesmo lugar”

• Uma vez que todos os átomos de um dado elemento possuem o mesmo número
atômico, o número subscrito é redundante e, muitas vezes, omitido.

n = A-Z
Massas atômicas

A unidade de massa atômica é A unidade de massa atômica é definida por


utilizada para lidar com números de meio da atribuição de uma massa de
massa extremamente pequenos. exatamente 12 uma a um átomo quimicamente
As massas e abundâncias isotópicas não ligado do isótopo de carbono 12C.
são determinadas pela técnica
Espectrometria de massas

• A massa atômica média de um elemento, ou a massa atômica do elemento, é


determinada pelo somatório das massas de seus isótopos multiplicadas pelas
abundâncias relativas.

Ex. 1: O cobre ocorre na natureza como uma mistura isotópica de 69,09% de 63Cu
(massa = 62,93 u por átomo) e 30,91% de 65Cu (massa = 64,95 u por átomo). Qual a massa
atômica do cobre ?
(0,6909)(62,93 u) + (0,3091(64,95 u) A massa média de um átomo
= 43,4783 + 20,076 u de cobre é 63,55 u.átomo-1
= 63,55 u.átomo-1
A radiação eletromagnética

▪ Para investigar a estrutura interna do átomo é necessário observá-los


indiretamente, analisando as propriedades da luz, que emitem quando
estimulados por calor ou descarga elétrica.

Carga em
Espectroscopia: gera Campo elétrico
repouso
Análise da luz emitida ou
absorvida por substâncias tempo
Carga em Campo
gera
A luz é uma fonte de movimento magnético
radiação eletromagnética,
que consiste em campos
elétricos e magnéticos
Onda Eletromagnética
oscilantes que atravessam
o vácuo a 2,998 x 108 m.s-1
▪ A luz é um fenômeno ondulatório, quando
um feixe de luz encontra um elétron o
campo oscila em direção e intensidade.
c: velocidade da luz Tópico 1A. A observação dos átomos
Modelo ondulatório da luz

▪ O diagrama corresponde a uma foto de uma onda eletromagnética em um


dado instante.
▪ O nº de ciclos por segundo é chamado de
frequência , ν (ni), da radiação.
▪ A unidade da frequência 1 Hertz, (1 Hz) é
definida como 1 ciclo por segundo.

1 Hz = 1 s-1

Onda eletromagnética se propagando

Tópico 1A. A observação dos átomos


A radiação eletromagnética de frequência 1 Hz empurra
uma carga em uma direção, depois na direção oposta, e
então retorna à direção original uma vez a cada segundo.
Modelo ondulatório da luz

▪ O nº de oscilações vai depender do comprimento de onda (λ)

Comprimento de onda curto Comprimento de onda longo


Radiação de alta frequência Radiação de baixa frequência

velocidade da luz
comprimento 𝛌.𝛎 = 𝐜 c = 2,998 x 108 m.s-1
de onda
frequência
Modelo ondulatório da luz

A radiação eletromagnética é uma onda que viaja pelo espaço com a


velocidade c e tem frequência e comprimento de onda característicos.

Ex. 1: O arco-íris forma-se quando os comprimentos de onda da luz solar são refratados
(tem sua direção alterada) em ângulos diferentes. Quando a luz do sol atravessa gotículas
de água, quanto menor for o comprimento de onda da luz, maior será a variacão angular
de seu percurso. Que radiação tem o maior comprimento de onda: a luz vermelha, de
frequência 4,3x1014 Hz, ou a luz azul, de frequência 6,4x1014 Hz ?
Luz vermelha Luz azul

2,998 . 108 𝑚𝑠 −1 2,998 . 108 𝑚𝑠 −1


𝜆= 𝜆=
4,3. 1014 𝑠 −1 6,4. 1014 𝑠 −1
𝜆 = 7,0.10−7 𝑚 𝜆 = 4,7.10−7 𝑚

𝜆 = 700 n𝑚 𝜆 = 470 n𝑚

Ex. 2: Calcule o comprimento de onda das três cores de luz de um sinal de trânsito.
Suponha que as frequências sejam: verde 5,75x1014 Hz, amarelo 5,15x1014 Hz e
vermelho 4,27x1014 Hz.
[Resposta: verde: 521 nm; amarelo: 582 nm; vermelho: 702 nm]
A radiação eletromagnética

▪ Os comprimentos de onda diferentes correspondem a


regiões diferentes do espectro eletromagnético.
▪ A radiação ultravioleta tem frequência mais alta que a
luz violeta.
▪ A radiação infravermelha tem frequência menor que
a luz vermelha.
▪ As micro-ondas tem comprimento de onda na faixa
de milímetro a centímetro.

Tópico 1A. A observação dos átomos


Energia quantizada e fótons

Apesar do modelo ondulatório da luz explicar muitos aspectos de seu


comportamento, existem vários fenômenos que ele não pode explicar.

• Três eventos são particularmente úteis para entendermos como a radiação


eletromagnética e os átomos interagem:

1. a emissão de luz de objetos quentes (conhecida como radiação de corpo


negro);
2. a emissão de elétrons por superfícies metálicas nos quais a luz incide (o
efeito fotoelétrico);
3. a emissão de luz por átomos de gases eletronicamente excitados (espectros
de emissão).
Energia quantizada e fótons

• Quando sólidos são aquecidos, eles emitem radiação.

• De acordo com o físico alemão Max Planck, a energia pode ser liberada ou absorvida
por átomos apenas em “porções” discretas múltiplas de uma quantidade mínima, o
quantum (que significa “quantidade fixa”).

• A constante h é chamada de constante de Planck e tem o valor de 6,626 X 10–34


joules-segundo (Js).
• Como a energia pode ser liberada somente em quantidades específicas, dizemos
que as energias permitidas são quantizadas.
• As regras de Planck sobre o ganho ou a perda de energia são sempre as mesmas
se estivermos lidando com objetos do cotidiano ou submicroscópicos.
Energia quantizada e fótons

• Albert Einstein recorreu à teoria de Planck para


explicar o efeito fotoelétrico.
• Uma luz incidindo em uma superfície de metal limpa
provoca a emissão de elétrons dessa superfície. É
necessária uma frequência mínima de luz, específica
para cada metal, para que ocorra a emissão de
elétrons.

A luz com frequência de 4,60 x 1014 s-1 ou maior faz


com que o césio metálico emita elétrons, mas a luz
de frequências mais baixas não tem efeito.
Energia quantizada e fótons

• Einstein assumiu que a energia radiante que atinge a superfície metálica se comporta
como um fluxo de pequenos pacotes de energia.
• Cada pacote, semelhante a uma “partícula” de energia, é chamado de fóton.

Mostraram que cada fóton tinha uma energia, que é proporcional à


frequência de radiação

frequência

𝐸𝑓ó𝑡𝑜𝑛 = ℎ . 𝜈 𝐜 = 𝛎. 𝛌
velocidade da luz
c = 2,998 x 108 m.s-1
Constante de Planck
= 6,63 x 10-34 J.s 𝑐
𝐸𝑓ó𝑡𝑜𝑛 = ℎ.
𝜆

Logo, um fóton de energia eletromagnética tem sua energia e


comprimento de onda inversamente proporcional.
Os espectros de linha e o modelo de Bohr

Os estudos de Planck e Einstein contribuiram, para compreensão de


como os elétrons são distribuídos nos átomos.

• (1913) Niels Bohr propôs uma explicação teórica para o fenômeno espectros de linhas:

• Uma fonte específica de energia radiante pode emitir um único comprimento de onda,
como a luz de um laser. A radiação com um único comprimento de onda é
monocromática.

• Já fontes de radiação mais comuns, como as lâmpadas e as estrelas, produzem


radiação com diferentes comprimentos de onda e são policromáticas - espectro.
• O arco-íris de cores resultante desse processo, que contém luz com todos os
comprimentos de onda, é chamado de espectro contínuo.
Os espectros de linha e o modelo de Bohr

• Quando uma alta voltagem é aplicada a


tubos com diferentes gases sob pressão
reduzida, os gases emitem diferentes
colorações da luz.
• Quando a luz proveniente de tais tubos
atravessa um prisma, o espectro resultante
consiste de apenas alguns comprimentos de
onda.

• Cada linha colorida nesses espectros


corresponde à luz com um dado
comprimento de onda.
• Um espectro formado por radiação com
apenas alguns comprimentos de onda
específicos é chamado de espectro de
linha.
Espectros do átomo de hidrogênio

Quando a luz branca, que é


formada por todos comprimentos
de onda da radiação visível, passa
por um prisma, obtém-se um
espectro contínuo de luz (a)

Quando a luz emitida pelos


átomos excitados de hidrogênio
passa pelo prisma, a radiação
mostra diversos componentes
distintos, i.e. linhas espectrais.

▪ A linha em 656 nm é vermelha e os átomos excitados brilham com


essa cor.
▪ Os átomos excitados de H também emitem as radiações
infravermelha e ultravioleta, que podem ser detectadas
eletronicamente. Tópico 1A. A observação dos átomos
Espectros do átomo de hidrogênio

▪ Johann Balmer identificou uma tendência na linha da região visível do


espectro de hidrogênio, percebendo que os comprimentos de todas as
linhas até então conhecidas obedeciam à expressão:
𝑛2
𝜆∝ 2 𝑛 = 3,4, …
𝑛 −4
▪ Johames Rydberg sugeriu uma
nova forma para expressão:
É formada pelo
conjunto de 1 1 1
linhas com n1 = ∝ − 𝑛 = 3,4, …
1 e n2 = 2,3 ...
𝜆 22 𝑛 2

▪ Esta série é estendida a outros


sinais de linhas descobertas,
substituindo 22 por 32 , 42 , etc.
1 1
𝜈 = 𝑅{ 2 − 2 }
Constante de Rydberg 𝑛1 𝑛2
R = 3,29 x 1015 Hz
𝑛1 = 1,2, …
É formada pelo conjunto de linhas 𝑛2 = 𝑛1 + 1, 𝑛1 + 2, …
com n1 = 2 e n2 = 3,4 ...
Espectros do átomo de hidrogênio

Ex. 5: É possível imaginar o entusiasmo de Rydberg logo apos provar que sua
fórmula era válida para todas as linhas conhecidas do espectro do hidrogênio atômico.
Calcule o comprimento de onda da radiação emitida por um átomo de hidrogênio para
n1 2 e n2 3. Identifique a linha espectral na Figura a seguir.

n1 = 2 n1 = 1 Como n1 2, o comprimento de
onda deve corresponder a uma
das linhas da serie de Balmer.

1 1 1 1 𝒄 Constante de Rydberg
𝜈 = 𝑅{ 2 − 2 } 𝜈 = 𝑅{ − } 𝝀= R = 3,29 x 1015 Hz
𝑛1 𝑛2 4 9 𝝂
1 1 2,998x108 m. s −1 𝜆 = 6,56.10−7 𝑚
𝜈 = 𝑅{ 2 − 2 } 5 λ=
2 3 𝜈= 𝑅 5 15 −1 𝝀 =656 𝐧𝒎
36 36 x3,29x10 s
𝒍𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒗𝒆𝒓𝒎𝒆𝒍𝒉𝒂
Espectros do átomo de hidrogênio

Ex. 6: Repita o cálculo para n1 2 e n2 4 e identifique a linha espectral na Figura a


seguir.
1 1
𝜈 = 𝑅{ 2 − 2 }
𝑛1 𝑛2

1 1
𝜈 = 𝑅{ 2 − 2 }
2 4
3
𝜈= 𝑅
16
𝒄
𝝀=
𝝂
2,998x108 m. s −1
Ex. 7: Repita o cálculo para n1 2 e n2 5 e λ=
3 15 −1
identifique a linha espectral na Figura a 16 x3,29x10 s
seguir. 𝝀 = 𝟒𝟖𝟔 𝐧𝒎
[Resposta: 434 nm; linha roxa] Linha azul
O modelo de Bohr

• Para explicar o espectro de linha do hidrogênio, Bohr assumiu que os elétrons, nos
átomos de hidrogênio, movem-se em órbitas circulares em torno do núcleo.

Niels Bohr fundamentou seu modelo em três postulados:

1. Apenas órbitas com certos raios, correspondentes a energias específicas, são


permitidas ao elétron em um átomo de hidrogênio.
2. Um elétron em tal órbita encontra-se em um estado de energia “permitido”.
3. A energia é emitida ou absorvida pelo elétron apenas quando o elétron muda
de um estado de energia permitido para outro. Essa energia é emitida ou
absorvida na forma de um fóton com energia dada por E = h ν.
O modelo de Bohr

▪ A Eq. de Balmer foi estendida para uma equação mais geral, que permitiu calcular os
comprimentos de onda de todas as linhas espectrais do hidrogênio, através da
Equação de Rydberg:
1 1 1 RH = 1,096776 x 107 m-1
= 𝑅𝐻 ( 2 − 2 )
𝜆 𝑛1 𝑛2
▪ O que significa que ele poderia prever os comprimentos de onda da luz que
produzem as linhas do espectro de hidrogênio.

▪ Usando as equações clássicas de movimento e para interação entre cargas elétricas,


Bohr calculou as energias correspondentes a cada órbita permitida, usando a
seguinte fórmula: 1
E = (−2,18 𝑥10−18 𝐽)(𝑛2 )
▪ Bohr foi capaz de obter todos os comprimentos de onda no
espectro da linha do hidrogênio.
▪ Bohr propôs um modelo planetário modificado, no qual
cada nível de energia quantizada corresponde a uma órbita
eletrônica circular específica e estável com raio quantizado.
O modelo de Bohr

• O número n, que pode apresentar valores inteiros, é chamado de número quântico


principal. Cada órbita permitida corresponde a um valor diferente de n.

• O estado de energia mais baixo (n = 1) é


chamado de estado fundamental do átomo.
Quando o elétron está em um estado de
energia maior (n = 2 ou maior), fala-se que o
átomo está em um estado excitado.

Quando um átomo absorve energia de


uma chama ou descarga elétrica, alguns de
seus elétrons ganham energia e são
elevados a um nível de energia maior –
estado excitado.
O modelo de Bohr

▪ Em seu terceiro postulado, Bohr partiu do princípio de que o elétron pode “pular”
de uma órbita permitida para outra, absorvendo ou emitindo fótons cuja energia
radiante corresponde exatamente à diferença de energia entre as duas órbitas.

▪ A energia do fóton (Efóton) deve ser igual à diferença de energia entre os dois
estados (ΔE).

▪ Se nf é menor que ni, o elétron move-se para mais perto do núcleo e ∆E é um


número negativo, indicando que o átomo libera energia.
O modelo de Bohr

Ex. 7: Se o elétron move-se de ni =3 e nf =1, temos que:


1
E = (−2,18 𝑥10−18 𝐽)(𝑛2 )

𝑐 1 1
∆E = ℎν = ℎ. 𝜆 = (−2,18 𝑥10−18 𝐽)(𝑛 2 − )
𝑓 𝑛𝑖 2

1 1
∆E = (−2,18 𝑥10−18 𝐽)(12 − )
32

∆E = −1,94 𝑥10−18 𝐽 Energia para o fóton


emitido

Calculando o comprimento de onda (𝜆 ):


O sentido do fluxo de energia é
𝑐 indicado quando se diz que o fóton
∆E = ℎ. 𝜆 𝜆 = 1,03 x 10-7 m de 𝜆 1,03 x 10-7 m foi emitido

h(constante de Planck) = 6,63 x 10-34 J.s


Comprimento de onda e frequência são sempre
c (velocidade da luz) = 3,00 x 108 m.s-1 fornecidos como grandezas positivas
O modelo de Bohr

▪ Embora o modelo de Bohr explique o espectro de linha do átomo de hidrogênio, o


modelo não explica: o espectro de átomos polieletrônicos como o hélio; e por que
o elétron, de carga negativa, não se choca com o núcleo, de carga positiva.
▪ Além disso, há ainda um problema na descrição do elétron como uma pequena
partícula que circunda o núcleo.

Mas duas ideias importantes foram introduzidas por esse modelo:

1. Os elétrons são encontrados apenas em certos níveis discretos de energia,


descritos por números quânticos.
2. Há energia envolvida na transição de um elétron de um nível para o outro.
Comportamento ondulatório da matéria

▪ Anos após ao desenvolvimento do modelo de Bohr para o átomo de hidrogênio, a


radiação demostrava ter um caráter ondulatório ou de partícula (fóton).
▪ Louis De Broglie sugeriu que um elétron que se movimenta em torno do núcleo de
um átomo apresenta o comportamento de uma onda e, portanto, tem um
comprimento de onda, característico do elétron, depende de sua massa (m) e de
sua velocidade (v), associado ao seu movimento.

Constante
Grandeza de Planck
denominada
momento

De Broglie usou o termo ondas de matéria para descrever as características


ondulatórias das partículas, demonstradas experimentalmente mais tarde por meio
da difração dos elétrons.
Comportamento ondulatório da matéria

Ex. 1: Qual o comprimento de onda de um elétron com velocidade 5,97 x106 m/s ?
(a massa do elétron é 9,11 x 10-28 g)

Grandeza Constante de
denominada Planck
momento
Resposta: 1,22 x 10-10 m = 0,122 nm

Ex. 2: Calcule a velocidade de um nêutron cujo comprimento de onda de De Broglie é


500 pm? (a massa de um nêutron é 1,6749 x 10-27 Kg)

Resposta: 7,92 x 102 m/s


Comportamento ondulatório da matéria

▪ Ao aplicar as equações da física clássica, podemos calcular, com grande precisão, a


posição, a direção do movimento e a velocidade em qualquer instante de uma bola.

No entanto, podemos fazer isso com um elétron, que


apresenta propriedades ondulatórias?

▪ O físico alemão Werner Heisenberg propôs que a natureza dual da matéria limita a
precisão com que podemos determinar a posição e o momento de um objeto em
um dado instante.

▪ A limitação torna-se significativa somente quando lidamos com a matéria em nível


subatômico.

▪ A esse princípio Heisenberg deu o nome de princípio da incerteza.


Matematicamente:
Quantidade envolvendo
a constante de Planck
Incerteza
da posição Momento exato
Comportamento ondulatório da matéria

▪ A hipótese de De Broglie e o princípio da incerteza de Heisenberg abriram


caminho para uma teoria nova e mais abrangente sobre a estrutura atômica.

▪ Em 1926, o físico austríaco Erwin Schrödinger propôs uma equação, agora


conhecida como equação de onda de Schrödinger, que incorpora tanto o
comportamento ondulatório quanto o de partícula do elétron.

▪ Surgiu a mecânica quântica ou mecânica ondulatória.

Mecânica Clássica Mecânica Quântica


▪ Mecânica baseada nas leis do ▪ Estuda os sistemas da escala
movimento (Isaac Newton); atômica ou subatômica, como os
▪ Mas foi falha na descrição do átomos, as moléculas, os prótons,
movimento de pequenas os elétrons, dentre outras
partículas (elétrons) partículas subatômicas.
Mecânica quântica e orbitais atômicos

▪ De acordo com o princípio da incerteza, não podemos esperar que a localização


exata de um dado elétron em torno do núcleo seja especificada.
▪ Em vez disso, devemos nos contentar com uma espécie de conhecimento
estatístico, com probabilidades de se encontrar um elétron em determinado local.
▪ O quadrado da função de onda (ψ2), denominado densidade de probabilidade ou
densidade eletrônica, representa justamente isso.
Mecânica quântica e orbitais atômicos

• A resolução da equação de Schrödinger para o átomo de hidrogênio produz um conjunto de


funções de onda, chamadas de orbitais. Cada orbital tem forma e energia características, e
nada tem a ver com órbita.
• O modelo de Bohr introduziu um único número quântico, n, para descrever uma órbita.
• O modelo da mecânica quântica utiliza três números quânticos, n, l e ml, que resultam,
naturalmente, da matemática que descreve um orbital.
1. O número quântico principal, n, pode ter valores positivos inteiros 1, 2, 3, ...
2. O segundo número quântico — o número quântico do momento angular, l — pode
ter valores inteiros de 0 a (n – 1) para cada valor de n. Esse número quântico define o
formato do orbital.
3. O número quântico magnético, ml, pode ter valores inteiros entre –l e l, incluindo
zero. Esse número quântico descreve a orientação do orbital no espaço.
Números quânticos

1. O número quântico principal, n


▪ Á medida que n aumenta, o orbital torna-se maior, o elétron mais distante do núcleo e
o elétron tem energia alta, menos fortemente preso ao núcleo.

Número
quântico
principal (n)

Letras das
camadas

Energia mais baixa Energia mais alta


(+ próx. do núcleo e difícil remover) (+ distante do núcleo e fácil remover)
Números quânticos

2. O número quântico azimutal, l

▪ Define o formato do orbital, que são agrupados em conjuntos chamados subcamadas.


▪ O valor de l para determinado orbital é normalmente designados pelas letras s, p, d, f,
correspondendo aos valores 0, 1, 2 e 3, respectivamente
Valor de l 0 1 2 3
Tipo de orbital s p d f
Nº máximo de elétrons 2 6 10 14

3. O número quântico magnético, ml

▪ Descreve a orientação do orbital, pode ter valores inteiros entre l e – l, inclusive zero.

Nº máximo de elétrons
s: 2 e- d: 10 e-
p: 6 e- f: 14 e-
As formas dos orbitais

Orbital s

▪ O orbital s é o de mais baixa energia. O 1s tem uma


simetria esférica — em outras palavras, a densidade
eletrônica a uma determinada distância do núcleo é
sempre igual, independentemente da direção tomada
a partir do núcleo.

Orbital p
▪ A distribuição de densidade eletrônica está
concentrada em duas regiões ao lado do núcleo,
separada por um nó localizado no núcleo.
▪ O orbital p na forma de alteres tem 2 lóbulos.

Orbital d

▪ Os orbitais d têm formas e orientações diferentes no espaço.


Quatro tem formato de trevo de 4 folhas e outro possui 2
lóbulos ao longo do eixo z e uma rosquinha no plano xy.
O spin do elétron

4. O número quântico Magnético de Spin, ms

▪ Os elétrons possuem uma propriedade intrínseca, chamada spin eletrônico, que faz com que
cada elétron se comporte como uma pequena esfera que gira em torno do seu próprio eixo.
▪ Essa observação levou à atribuição de um novo número quântico ao elétron, o número
quântico magnético do spin, ou ms.

▪ Dois valores possíveis são permitidos para


o ms, + ½ ou – ½.
▪ Indicador dos dois sentidos opostos de
rotação, nos quais o elétron pode girar,
produzindo um campo magnético.

↿ : ms = +1/2 ⇂ : ms = -1/2

Ex.: Em um determinado estado, os 3 nºs quânticos de um elétron de um átomo


de H são n=4, l=2 e m = -1. Em que tipo de orbital esse elétron está localizado?
R= 4d
Configurações Eletrônicas

As estruturas eletrônicas são a chave das propriedades periódicas dos elementos e


da capacidade dos átomos de formar ligações químicas.
Princípio de Aufbau
▪ Aufbau vem da palavra alemã “Aufbauen”, que
significa “construir”.
▪ É usado para determinar a configuração
eletrônica de um átomo ou íon.
▪ O princípio postula um processo, no qual os
elétrons preenchem os orbitais atômicos
disponíveis dos níveis de energia mais baixos
antes de ocuparem níveis mais altos.

▪ No Brasil, o modelo é atribuído ao Químico


norte-americano Linus Pauling.
▪ O diagrama é uma forma simples, que permite
prever a ordem crescente de energia para
todos os átomos.
Configurações Eletrônicas

▪ Em 1925, o físico austríaco Wolfgang Pauli determinou o princípio que rege a


disposição dos elétrons em átomos polieletrônicos.

O princípio de exclusão de Pauli estabelece que nenhum par de elétrons em um


átomo pode ter o mesmo conjunto de quatro números quânticos n, l, ml e ms

▪ Assim, dois elétrons só podem ocupar o mesmo orbital se, pelo menos, cada um
deles tiver um valor diferente de ms.

▪ Como há apenas dois desses valores, concluímos que um orbital pode ter no
máximo dois elétrons, que devem ter spins opostos.

▪ Conhecendo as energias relativas dos orbitais e o princípio de exclusão de Pauli,


pode-se considerar a disposição dos elétrons nos átomos.
Configurações Eletrônicas

▪ A forma como os elétrons estão distribuídos entre os vários orbitais de um átomo é


chamada de configuração eletrônica.
▪ A configuração eletrônica mais estável — chamada de configuração do estado
fundamental — é aquela em que os elétrons estão nos estados com as menores
energias possíveis.

▪ Os orbitais são ocupados em ordem crescente de energia, com no máximo dois


elétrons por orbital.
▪ Vamos utilizar o diagrama de orbital para representar a configuração do Lítio, que tem
três elétrons.
↿ : ms = +1/2

⇂ : ms = -1/2

▪ Cada orbital é indicado por um caixinha e cada elétron por uma meia seta.

▪ A meia seta que aponta para cima (spin-up) representa um elétron com um número
quântico de spin magnético positivo, e a meia seta que aponta para baixo (spin-
down) representa um elétron com um número quântico de spin magnético negativo.
Configurações Eletrônicas

▪ Elétrons com spins opostos estão emparelhados (↿⇂) quando se encontram no mesmo
orbital; um elétrons está desemparelhado quando não está acompanhado de outro de
spin oposto.

B (Z=5) ↿⇃ ↿⇂ ↿

C (Z=6) ↿⇃ ↿⇂ ↿ ↿

elétrons
emparelhados desemparelhados

▪ Com o carbono, deparamo-nos com uma nova situação. Sabemos que o sexto elétron
deve ser colocado em um orbital 2p. No entanto, esse novo elétron precisa ser
colocado no orbital 2p que já tem um elétron, ou em um dos outros dois orbitais 2p?

▪ Essa pergunta é respondida pela regra de Hund, a qual determina que, para orbitais
degenerados, a menor energia é alcançada quando o número de elétrons que têm o
mesmo spin é maximizado.
Configurações Eletrônicas

▪ A regra de Hund é baseada, em parte, no fato de que os elétrons se repelem. Ao


ocupar orbitais diferentes, os elétrons permanecem o mais longe possível uns dos
outros, minimizando, assim, a repulsão entre eles.
Configurações Eletrônicas Condensadas

▪ A configuração eletrônica condensada de um elemento é a configuração


eletrônica do gás nobre mais próximo de menor número atômico, representada
por seu símbolo químico entre chaves, mais os elétrons da camada mais externa.

Na (Z=11): [Ne] 3s1

▪ Referimo-nos aos elétrons representados pelo símbolo entre chaves como o caroço de
gás nobre do átomo. Elétrons das camadas mais internas costumam ser chamados de
elétrons do caroço.

▪ Os elétrons da camada mais externa são aqueles que participam das ligações químicas,
chamados de elétrons de valência.

▪ Depois do preenchimento completo do orbital 4s (isso ocorre no átomo de


cálcio), o próximo conjunto de orbitais a ser preenchido é o 3d.

Ca (Z=20) ↿⇃ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂ ↿⇂
1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2
Configurações Eletrônicas Condensadas

▪ Começando com o escândio e seguindo até o zinco, os elétrons são adicionados aos
cinco orbitais 3d, até que estes estejam completamente preenchidos.

Sc (Z=21): [Ar] 4s2 3d1 ou [Ar] ↿⇂ ↿


4s2 3d1
▪ Assim, o quarto período da tabela periódica tem dez elementos a mais que os dois
anteriores.

▪ Esses dez elementos são conhecidos como elementos de transição ou metais de


transição.
▪ As configurações eletrônicas condensadas e as representações correspondentes de
diagramas de orbitais de dois elementos de transição são as seguintes:
Configurações Eletrônicas Condensadas

▪ Chamamos os 14 elementos que cujos orbitais 4f são preenchidos de lantanídeos ou


terras raras.
▪ Esses elementos são posicionados abaixo dos outros na tabela para evitar que ela fique
larga demais.

▪ Como as energias dos orbitais 4f e 5d são bastante semelhantes, as configurações


eletrônicas de alguns lantanídeos envolvem elétrons 5d.

▪ O último período da tabela periódica começa com o preenchimento dos orbitais 7s.

▪ Em seguida, os actinídeos têm os orbitais 5f preenchidos, dos quais o urânio (U,


elemento 92) e o plutônio (Pu, elemento 94) são os mais conhecidos.

▪ Todos os elementos actinídeos são radioativos, e a maioria não é encontrada na


natureza.
Configurações Eletrônicas e Tabela Periódica

Assim como é atraído pelo núcleo, cada elétron de um átomo


Exemplos: 9F
é repelido de muitos elétrons;
17Cl
28Ni Cada elétron é blindado pelos demais contra a atração total do
57La núcleo. A blindagem reduz a atração entre núcleo e elétrons.
Carga Nuclear Efetiva

A variação da carga nuclear efetiva (Zef) na Tabela periódica influencia na explicação


das tendências da periodicidade, pois tem relação com a posição dos elétrons nas
camadas de valência dos átomos.

No período cresce da esquerda para direita e


cai na passagem de um período para outro
Carga Nuclear Efetiva

▪ A força de atração entre um elétron e o


núcleo depende da magnitude da carga
nuclear e da distância média entre o
núcleo e o elétron.

▪ A força aumenta à medida que a carga


nuclear aumenta, e diminui à medida
que o elétron se move para mais longe
do núcleo.

▪ Em um átomo polieletrônico, cada


elétron é blindado do núcleo pelos
demais elétrons, sofrendo, portanto,
uma atração líquida menor do que
sofreria se os outros elétrons não
estivessem presentes
Carga Nuclear Efetiva

Carga nuclear efetiva (Zef)

▪ O elétron experimenta uma atração líquida que é o


resultado da atração nuclear enfraquecida pelas repulsões
intereletrônicas, uma carga nuclear parcialmente
blindada, ou carga nuclear efetiva, Zef, que é sempre
menor que a carga nuclear real.

Zef= carga nuclear efetiva


Z = número atômico (nº de prótons no núcleo)
S = constante de blindagem, nº de elétron que estão
entre o núcleo e o elétron considerado

▪ O valor de S é geralmente próximo do número de


elétrons de caroço do átomo.
Carga Nuclear Efetiva

Carga nuclear efetiva (Zef)

Os elétrons estão presos ao núcleo, mas são repelidos pelos elétrons que os protegem
da carga nuclear.
A carga nuclear sofrida por um elétron depende da sua distância do núcleo e do
número de elétrons mais internos.

1H e 2He : Se 2 ou + elétrons estiverem no mesmo nível não há impedimento

3Li , 4Be, 5B , 6C , 7N , 8O , 9F , 10Ne : Sofrem blindagem de 1s2

11Na: A blindagem é mais efetiva


Carga Nuclear Efetiva

Regras de Slater para determinar a Carga nuclear efetiva (Zef)

1. Agrupar os elétrons em ordem de distribuição:


(1s2) (2s22p6) (3s23p6) (3d10) (4s24p6) (4d10) (4f14) (5s2 5p6) ...

Para qualquer elétron de um dado grupo, a constante de blindagem S é a soma


das seguintes parcelas:

2. Os elétrons mais externos não contribuem para a blindagem (zero)


3. contribuição 0,35 de blindagem para elétrons do mesmo grupo;
0,85 para grupos n-1
1,0 para grupos n-2, n-3, n-4 ....
Carga Nuclear Efetiva

A carga nuclear efetiva que atua sobre o elétron mais Elemento Zef
externo dos elementos do mesmo grupo da tabela H 1,00
periódica é aproximadamente a mesma, como pode Li 1,30
ser vista na Tabela. Na 2,20
Ex.: 11Na K 2,20
Rb 2,20
1. Agrupar os elétrons em ordem de distribuição
Cs 2,20
(1s2) (2s2 2p6) (3s1)
n–2 n–1 n 2. Calcular a Constante de blindagem (S)
(e-.1,0) (e-. 0,85) e-. 0,35
S = (2.1,0) + (8. 0,85) + (0. 0,35)
(2.1,0) (8. 0,85) (0. 0,35) S = 2 + 6,8 + 0
S = 8,8
3. Calcular a Carga Nuclear Efetiva (Zef)

Zef = Z – S Zef = 11 – 8,8 Zef = 2,2


Carga Nuclear Efetiva

A carga nuclear efetiva que atua sobre o elétron mais externo dos elementos do
mesmo período da tabela periódica aumenta com o número atômico (da esquerda
para a direita), como pode ser visto na Tabela.

Elemento Na Mg Al Si P S Cl Ar
Zef 2,20 2,85 3,50 4,15 4,80 5,45 6,10 6,75

Ex.: 17Cl
1. Agrupar os elétrons em ordem de distribuição

(1s2) (2s2 2p6) (3s2 3p5)


n–2 n–1 n 2. Calcular a Constante de blindagem (S)
(e-.1,0) (e-. 0,85) e-. 0,35
S = (2.1,0) + (8. 0,85) + (6. 0,35)
(2.1,0) (8. 0,85) (6. 0,35) S = 2 + 6,8 + 2,1
S = 10,9
3. Calcular a Carga Nuclear Efetiva (Zef)
Zef = Z – S Zef = 17 – 10,9 Zef = 6,1
Raio Atômico

▪ O RA de um elemento é definido como a metade


da distância entre 2 núcleos vizinhos.

▪ Se o elemento é um metal, será a ½ da distância


entre os centros de átomos vizinhos em uma
amostra sólida;

▪ Se o elemento é um não-metal ou metalóide,


usa-se a distância entre os núcleos de átomos
unidos por ligação química (raio covalente ou
raio atômico ligante);

▪ Raio de van der Waals é usado quando o


elemento é um gás nobre;

Ex.1: A distância entre núcleos vizinhos de cobre sólido é 256 pm, logo o RA do cobre é 128 pm.

Ex. 2: A distância entre núcleos da molécula Cl2 é 198 pm, logo o RA covalente é 99 pm.
Raio Atômico

▪ A diminuição do raio atômico em cada período (Li – Ne), é pq novos elétrons estão
na mesma camada, logo a blindagem dos elétrons uns sobre os outros contra a
carga nuclear não é muito eficiente.
Quanto maior o “n” maior
será o raio. Assim, no mesmo
grupo o raio cresce de cima
para baixo.

Raio aumenta no grupo, de


cima para baixo, porque o
Raio aumenta no período, número quântico principal
da direita para a esquerda, aumenta.
porque a carga nuclear
efetiva diminui.
Raio Iônico

▪ Quando um cátion é formado a partir de um


átomo neutro, os elétrons são removidos Ex.: Ordene os átomos e íons
dos orbitais atômicos ocupados que estão em ordem decrescente de
mais distantes do núcleo. tamanho:
▪ Além disso, quando um cátion é formado, a
repulsão entre os elétrons é reduzida. 2
Mg2+ , Ca2+ , Ca
Assim, cátions são menores que os átomos Mg
que os formam.
Ca
Os CÁTIONS deixam vago o orbital mais volumoso e Ca > Ca2+ > Mg2+
são menores do que os átomos que lhes dão origem.

▪ Quando elétrons são adicionados a um S-2 , S ou O-2


átomo para formar um ânion, o aumento 16
da repulsão entre os elétrons faz com O
S-2 > S > O2-
que eles se espalhem mais no espaço.
▪ Assim, os ânions são maiores que os S
átomos que os formam.
Para íons de mesma carga, os raios iônicos
Os ÂNIONS adicionam elétrons ao orbital mais volumoso aumentam à medida que descemos em
e são maiores do que os átomos que lhe dão origem. um grupo da tabela periódica.
Raio Iônico

Todos aos cátions são


menores que os
átomos neutros
e
Todos os ânions são
maiores que os
átomos neutros.
Raio Iônico

Ex.: Coloque os íons


Tamanho dos íons numa série isoeletrônica - + 2- 2+
17Cl , 19K , 16S , 20Ca em
ordem decrescente de
Todos os membros de uma série isoeletrônica têm o tamanho:
mesmo número de elétrons, mas seus raios são
diferentes pq tem cargas nucleares diferentes
2- > 17Cl- > 19K+ > 20Ca2+
16S

- -2 + 2+
17Cl - 16S - 19K - 20Ca
p= 17 p= 16 p= 19 p= 20
e= 18 e= 18 e= 18 e= 18

S Cl
O íon Ca2+ tem a maior carga nuclear, logo maior K Ca
atração sobre os núcleos e portanto menor raio;
O íon S2- tem a menor carga nuclear dentre os íons
isoeletrônicos, logo maior raio.
Energia de ionização

▪ A energia de ionização de um átomo ou íon representa a energia mínima


necessária para remover um elétron de um átomo ou íon gasoso isolado em seu
estado fundamental.
▪ Em geral, a primeira energia de ionização, I1, é a energia necessária para remover
o primeiro elétron de um átomo neutro.
▪ A segunda energia de ionização, I2, é a energia necessária para remover o segundo
elétron, e assim por diante.

As energias de ionização de um dado elemento aumentam à medida que


ocorrem remoções sucessivas de elétrons: I1 < I2 < I3, e assim por diante.
Energia de ionização

Quando um átomo, em seu estado


fundamental absorve energia, o elétron
pode se transferir de um nível mais
energético quantizado para outro;

O elétron mais facilmente removível é


1ª EI:
aquele menos firmemente preso no núcleo
Mg (g) → Mg+ (g) + e- (g)
e o de mais alta energia;
2ª EI:
A ionização é um processo de formação de
Mg+ (g) → Mg2+ (g) + e- (g)
um íon positivo pela remoção de um
elétron;
Unidades da EI:
Todas as energias de ionização para os átomos são • elétron-volts por átomo
positiva: a energia deve ser absorvida para que • quilocalorias por mol
ocorra a remoção de um elétron. • quilojoules por mol
No SI: KJ/mol
Energia de ionização

A 1ª energia de ionização (EI) tende


aumentar através de um período;

A EI é decrescente em um grupo, pois o


aumento da carga nuclear é compensado
pelo efeito de blindagem relativo ao
aumento do tamanho no nº de camadas
internas;

Gases nobres:
Possuem maiores Energia de
Ionização ;

Metais Alcalinos:
Grupo: aumenta de baixo para cima; Rb doa seus e- 5s com mais
Período: aumentam da esqueda para direira. facilidade que o Li com seu 2s;
Energia de ionização

▪ Vejamos as tendências periódicas das primeiras energias de ionização.


▪ Em geral, átomos menores têm energias de ionização mais elevadas.
Afinidade Eletrônica

▪ A maioria dos átomos também pode ganhar elétrons para formar ânions.
▪ A variação de energia que acontece quando um elétron é adicionado a um átomo
gasoso é chamada de afinidade eletrônica.

A energia de ionização mede a A afinidade eletrônica mede a


variação de energia quando ≠ variação de energia quando um
um átomo perde um elétron, átomo ganha um elétron.

▪ Para a maioria dos átomos, energia é liberada quando um elétron é adicionado,


produzindo um íon negativo.
X (g) + e- (g) → X- (g)
▪ Quanto maior for a atração entre um átomo e um elétron adicionado, mais negativa
será a afinidade eletrônica do átomo.
Afinidade Eletrônica

Ao ganhar um elétron, um
átomo de halogênio forma um
íon negativo estável que tem a
configuração do gás nobre

Cl(g) + e- → Cl-(g)
∆H = - 349KJ/mol

Para os gases nobres, a


Afinidade eletrônica tem valor
positivo, portanto o íon Ar - é
instável e não se forma.

A Afinidade eletrônica torna-se cada vez


mais negativa à proporção que caminhamos Ar(g) + e- → Ar -(g)
em direção aos halogênios. ∆H > 0
Eletronegatividade

A eletronegatividade é definida como a capacidade de um átomo em uma


molécula de atrair elétrons para si.

O químico norte-
americano Linus
Pauling (1901-1994)
desenvolveu a
primeira e a mais
amplamente utilizada
escala de
eletronegatividade,
feita com base em
dados
termoquímicos.
Eletronegatividade

▪ A eletronegatividade é utilizada para estimar se uma determinada ligação


covalente é apolar, covalente polar ou iônica.

Eletronegatividade
Podemos usar a diferença de < 0,5: Covalente Apolar
eletronegatividade entre C─H
dois átomos para medir a 0,5 - 1,9: Covalente Polar
polaridade da ligação. H─Cl
>1,9: Iônica
KCl
Eletronegatividade

▪ O deslocamento da densidade eletrônica no sentido do átomo mais


eletronegativo em uma ligação pode ser visto nos resultados de cálculos de
distribuições de densidade eletrônica.

No HF, o átomo de flúor mais


eletronegativo afasta a
densidade eletrônica do átomo
de hidrogênio menos
eletronegativo, resultando em
uma carga parcial positiva no
átomo de hidrogênio e uma
carga parcial negativa no átomo
de flúor.

Os deltas representam as cargas parciais.


Eletronegatividade

▪ Uma molécula na qual os centros de carga positiva e negativa não coincidem é uma
molécula polar.
▪ Assim, descrevemos tanto as ligações quanto as moléculas como polares e
apolares.

▪ Podemos quantificar a polaridade de uma molécula, sempre que duas cargas


elétricas de igual magnitude, mas de sinais opostos, estão separadas (r),
estabelecendo um dipolo.
▪ A medida quantitativa da magnitude de um dipolo é chamada de momento de
dipolo, indicado pela letra grega mu, μ.
Eletronegatividade

▪ Os momentos de dipolo são experimentalmente mensuráveis e costumam


ser registrados em debyes (D), uma unidade que equivale a 3,34 X 10-30
Coulomb x metros (C x m).

▪ Os dipolos de ligação no
CO2 se cancelam porque o
CO2 é linear.
Eletronegatividade

Na água, a molécula não é linear e os dipolos de


ligação não se cancelam;
Conseqüentemente, a água é uma molécula polar.
Obrigada !

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