Você está na página 1de 16

Volume 7 Número 1 (2021) ISSN 2317-3793

PATOLOGIAS DAS CONTRUÇÕES: TRINCAS, FISSURAS E


RACHADURAS
Ana Paula Lourenço Dias1
Ingrid Aparecida Rocha do Amaral¹
Mayara dos Santos Amarante2
RESUMO

O presente artigo, apresenta as patologias mais comuns na engenharia civil, suas causas e soluções, focando
principalmente nas trincas, rachaduras e fissuras. Com o desenvolvimento de novas tecnologias na
construção e a necessidade de aumento na demanda de edificações pelo crescimento do mercado, fez com
que as construtoras e também os profissionais solos da engenharia civil, construíssem em menos tempo e
muitas vezes com mão de obra não qualificada, apesar do desenvolvimento trazer benefícios pois uma obra
que levaria anos para ser desenvolvida pode ser feita em meses, também trouxe os malefícios, as
consequências de algo que foi projetado e feito para ser entregue no menor prazo e com menor custo
financeiro possível. As patologias são um problema que causam muitas preocupações aos profissionais da
construção civil, especialmente depois da promulgação do Código de Defesa do Consumidor (CDC) através
da Lei 8078 de 1990, a qual introduziu diversos direitos e garantias aos consumidores, ampliados ainda
mais com o novo Código Civil vigente desde janeiro de 2003. É extremante necessário saber como evitar
as patologias, mas depois do fim da construção quando os problemas surgem é importante saber como lidar
com cada tipo, pois em alguns casos uma patologia pode acarretar outra. As rachaduras, tricas e fissuras
são as que mais preocupam pois, dependendo da sua extensão e largura pode colapsar toda estrutura. Este
artigo fará uma apresentação resumida sobre as patologias em estruturas de concreto armado e suas causas
para um melhor entendimento das possíveis causas e soluções, buscando também tentar mostrar maneiras
para evitá-las.
Palavras-chave: patologia; construção civil; rachaduras; trincas; fissuras.

ABSTRACT
The present article presents the most common pathologies in the civil engineering, their causes, and solutions, focusing
mainly on cracks, split and fissures. With the development of new technologies in construction and the need to increase
the demand for buildings due to the growth of the market, it made the construction companies and also the civil
engineering professionals, to build in less time and often with unskilled labor, despite of development bring benefits
because a work that would take years to develop can be done in months, it also brought the harm, the consequences of
something that was designed and made to be delivered in the shortest time and with the lowest possible financial cost.
Pathologies are a problem that cause many concerns for civil construction professionals, especially after the enactment
of the Consumer Protection Code (CDC) through Law 8078 of 1990, which introduced several rights and guarantees to
consumers, further expanded with the new Civil Code in force since January 2003. It is extremely necessary to know
how to avoid pathologies, but after the end of the construction when problems arise it is important to know how to deal
with each type, as in some cases one pathology may lead to another. cracks, split, and fissures are the most worrisome,
because depending on its extension and width it can collapse the entire structure.
This article presents a brief presentation about the pathologies in reinforced concrete structures
and their causes for a better understanding of possible causes and solutions, also seeking to show ways to avoid them.
Keywords: cracks; split; fissures; pathologies; civil engineering.

1 Bacharelandos do Curso de Engenharia de Civil, Centro Universitário Braz Cubas, Brasil.


2 Professor Titular do Centro Universitário Braz Cubas, Brasil. Doutora em Ciências e Tecnologias
Espaciais pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica, Brasil (2019).
66
1 INTRODUÇÃO
Desde o início da história, os humanos passaram a construir seus próprios
abrigos utilizando os elementos naturais ao seu redor. Posteriormente, as estruturas
adquiriram características cada vez mais complexas, reflexo do desenvolvimento das
técnicas. Passou-se então, a utilizar conhecimentos científicos nesta área, de forma que
as dimensões, a resistência e outros atributos de uma determinada obra podiam ser
estimados. Novos materiais passaram a ser utilizados, sobretudo ferro e cimento, que
possibilitaram o surgimento das grandes estruturas que hoje compõem o cenário do
mundo moderno (WIKIPÉDIA, 2013?).
A necessidade de executar as obras em prazos sempre menores, mais a
escassez de mão de obra qualificada, têm provocado um aumento significativo de
patologias nas construções (OLIVARI, 2003).
O termo patologia segundo o dicionário da língua portuguesa é: “Qualquer desvio
anatômico e/ou fisiológico, em relação à normalidade, que constitua uma doença ou
caracterize determinada doença.” Na construção civil pode-se atribuir patologia aos
estudos dos danos ocorridos em edificações. A patologia se resume ao estudo da
identificação das causas e dos efeitos dos problemas encontrados em uma edificação,
elaborando seu diagnóstico e correção (DE ANDRADE, 2010).
As patologias nas edificações muitas vezes causam preocupações e desconforto
pois esteticamente são desagradáveis e também podem oferecer riscos. Sendo de extrema
importância saber as diferentes causas de cada uma delas para que as recuperações sejam
feitas de forma correta.
O estudo das patologias em estruturas de concreto armado é o assunto abordado
neste trabalho, por ser a maioria das estruturas, no Brasil. Vamos informar as patologias
mais comuns que podem afetar as construções dando ênfase nas trincas, rachaduras e
fissuras, tentando ajudar os leigos no assunto a classificar essas patologias, e distinguir
em primeiro momento se elas representam risco ou não.

2 PRINCIPAIS PATOLOGIAS

2.1 Umidade
67

A umidade diz respeito ao que está impregnado de algum líquido ou de vapor de água, é
uma patologia muito comum, pode ser decorrente de:
Intempéries: Acontece quando há chuvas. A água penetra pela fachada e/ou cobertura
em consequência da falta de impermeabilização.
Condensação: É a umidade causada pelo vapor de água existente em um local no interior
da construção quando entra em contado com uma superfície mais fria forma pequenas
gotas de água. Esse tipo de umidade favorece o crescimento de microrganismos além de
deixar uma aparência desagradável no local onde ocorre.
Capilaridade: É a umidade que aparece no inferior das paredes, causada pela absorção
da água pela fundação da construção e depois pelas paredes.
Infiltração: É causada pela penetração direta da água no interior da construção.

2.1.1 Tratamento
A umidade na maioria dos casos é ocasionada pela falta de impermeabilização, é de suma
importância saber de onde está surgindo a umidade para que o problema possa ser
resolvido. A umidade além de ser esteticamente desagradável pode causas malefícios a
saúde já que um lugar úmido é propenso para proliferação de microrganismos.

2.2 Carbonatação
O processo de carbonatação ocorre quando a água e o carbono entram pelos poros do
concreto através das fissuras, ocorre então um processo químico que acaba resultando a
exposição do aço e na sua corrosão.

2.2.1 Tratamento
Para evitar problemas com a carbonatação, é preciso atenção com dois fatores
importantes, a homogeneidade e o cobrimento do concreto. Quanto a homogeneidade,
concretos mais densos ou homogêneos deixam menos espaços para a entrada de água e
outras partículas, desta forma, a reação de carbonatação se torna mais lenta e a proteção
da armadura é prolongada, quanto ao cobrimento da armadura a situação é semelhante,
quanto maior for o cobrimento da armadura, mais difícil de o gás carbônico alcançar a
camada protetora entre o concreto e o aço e consequentemente, a corrosão é evitada. Para
tratar à corrosão em estruturas de concreto faz-se necessário identificar às possíveis
68

origens da patologia e às áreas afetadas pela mesma. O tratamento do concreto corroído


ocorre com a remoção do concreto deteriorado. Se limpa a armadura corroída e analisam-
se cuidadosamente as barras corroídas avaliando a perda de resistência da barra
examinada. Caso a perda ultrapasse os 10% de área da barra de aço, as mesmas devem
ser suplementadas Depois da retirada de todos os detritos presentes na armadura, elas
devem ser pintadas com tinta antiferrugens e deve ser reposto o cobrimento da armadura
de aço.

2.3 Deslocamento de reboco e pisos


Os destacamentos são caracterizados pela perda de aderência das placas cerâmicas do
substrato, ou da argamassa colante, quando as tensões surgidas no revestimento cerâmico
ultrapassam a capacidade de aderência das ligações entre a placa cerâmica e argamassa
colante.

2.3.1 Tratamento
Quando há destacamento dos pisos, ou descolamento do reboco é necessário retirar toda
a camada que cobre a área afetada e refazê-la, sempre se atentando as normas e materiais
especifico-os para cada tipo de revestimento. É necessário um cuidado especial quanto
as fachadas de casas e prédios de pedras cerâmicas (ou pedras colantes) pois seu
descolamento pode causar graves acidentes colocando a vida das pessoas em risco.

3 FISSURAS, TRINCAS E RACHADURAS

3.1 Fissuras
Nos termos da NBR 8802 (1994, apud TAGUCHI, 2010), a fissura é caracterizada pela
“ruptura ocorrida no material sob ações mecânicas ou físico-químicas com até 0,5 mm de
abertura”. Acima desse valor, considera-se trinca. Neste momento, é importante
compreender quais os motivos para o surgimento das fissuras. De acordo com Ernani
Magalhães (2004), Renato Sahade (2005) e Mário Taguchi (2010), as fissuras podem
surgir por diversos motivos, por exemplo: (I) sobrecargas; (II) variações de temperatura;
(III) retração e expansão; (IV) deformação de elementos da estrutura de concreto
69

armado; (V) recalque de fundações; (VI) reações químicas; e (VII) detalhesconstrutivos.


(Lacerda ES, Santos JB, Pinheiro I. FISSURAS EM ALVENARIA DE VEDAÇÃO.
Anais do 17 Simpósio de TCC e 14 Seminário de IC do Centro Universitário ICESP.
2019(17); 1080- 1092).
Temos fissuras ativas e passivas. As ativas são aquelas que apresentam variações ao longo
do tempo, já a passiva não tem essas variações. As fissuras em geral podem representar
perigo. Em período de obra deve ser bem analisado pois pode prejudicar todo o empenho
da obra. As fissuras podem ser verticais, horizontais, diagonais e uma mistura delas.
Renato Sahade (2005) complementa o conceito ao afirmar que a fissura decorre de ações,
internas ou externas, que superam a resistência dos materiais de construção.
Fissura vertical: Esse tipo de fissura ocorre devido excesso de carregamento na vertical
(Figura 1) o que acarreta a compressão e essa parede de alvenaria sofrerá uma tração. E
a argamassa sofre a deformação.

Figura 1 – Fissura vertical devido ao excesso de carregamento na vertical.


Fonte: Barbosa, Thiago. Fevereiro de 2012.

3.1.1 Vertical com sobrecarga


Fissura horizontal: Esse tipo de fissura ocorre em juntas de argamassa e em septos
(elemento laminar que divide vazamentos dos tijolos) e bloco de furo horizontal. Pois
essa patologia se dá quando o material não tem a resistência necessária e se rompe quando
sofre sobrecarga nas paredes tento a compressão. (Figura 2) mostra da fissura horizontal.
70

Figura 2 - Fissura horizontal.


Fonte: SOLODACTHA, Junho de 2008.

Fissura em apoio: Essa patologia ocorre quando existe sobrecarga em apoios como
pilares. E também quando esse elemento estrutural é mal dimensionado. (Figura 3) mostra
fissura devido à sobrecarga sobre o apoio.

Figura 3 - Fissura devido à sobrecarga sobre apoios.


Fonte: THOMAZ, 1988.

Essa fissura aparece em parede de alvenaria que é submetida a sobrecarga. Essa patologia
inicia nos vértices das aberturas. A Figura 4 mostra fissura devido à sobrecarga sobre a
abertura.

Figura 4 - Fissura devido à sobrecarga sobre a abertura.


71

Fonte: CONSTRUINDO DECOR, Janeiro de 2020.

3.1.2 Fissuras provocadas por temperatura


Esse tipo de patologia ocorre quando a estrutura se encontra exposta diariamente a tensão
provocada pelo efeito de dilatação e contração provocada pela variação detemperatura.
(Figura 5) mostra fissura provocada por variação de temperatura.

Figura 5 - Fissura provocada por variação de temperatura.


Fonte: GROSSI FERNANDES, Março de 2015.

3.1.3 Recuperação
Base A base, também conhecida como suporte ou substrato, é a superfície sobre a qual
serão aplicadas as ações de recuperação. Esta SIMP.TCC/Sem.IC. 2019(17);1080-1092
CENTRO UNIVERSITÁRIO ICESP / ISSN: 2595-4210 1090 superfície pode ser a
alvenaria de vedação, o concreto ou o revestimento existente (LORDSLEEM JÚNIOR,
1997; SAHADE, 2005).
A norma BS 6270 (BSI, 1982), sobre limpeza e recuperação das superfícies dos edifícios,
considera que existe diferentes formas para se fazer a limpeza da superfície que será
recuperada, com um diversificação de materiais a ser considerados, sendo assim, cada
projeto deve ser analisado cuidadosamente.

3.1.4 Camada de regularização


Camada de regularização ou camada de enchimento tem o objetivo de deixar a base plana
sem irregularidade, assim permite melhor aderência para as próximas camadas. Essa etapa
é dispensável quando a superfície se encontra sem porosidade e rugosidade. Normalmente
é utilizado gesso e argamassa.
72

3.1.5 Camada de dessolidarização


A camada de dessolidarização impede a ligação entre a camada de regularização e a de
recuperação. Distribuição das tensões no local da fissura. Nesta camada de recuperação
da fissura utiliza-se, por exemplo, o esparadrapo, a fita de polipropileno, bandagem
cirúrgica, gaze, fita crepe, tela de poliéster com bandagem central e saco de estopa.

3.1.6 Camada de recuperação


A camada de recuperação é formada por uma pasta ou argamassa, ou seja, um material
flexível. Dentro é possível encontrar um reforço, em uma ou em várias camadas.
(LORDSLEEM JÚNIOR, 1997; SAHADE, 2005). Alberto Lordsleem Júnior (1997)
destaca que a principal função desta camada é “acomodar as deformações intrínsecas do
próprio sistema de recuperação e de sua base”. Como dito inicialmente, é possível que
haja a presença de um reforço. Neste caso, os tipos de reforço mais usuais são as telas
de aço, telas de poliéster, tela de fibra de vidro, tela de polipropileno, véus de poliéster e
véus de fibra de vidro (LORDSLEEM JÚNIOR, 1997).
Camada de Acabamento Esta última camada tem como objetivo garantir uma textura
superficial fina ao sistema de recuperação e, ao final, harmonizar o aspecto.

3.1.7 Camada de proteção


A camada de proteção, tem o objetivo de proteger a alvenaria de vedação das ações da
natureza e mecânicas.
Camada de acabamento esta é a última camada e tem a função de obter a textura da
superfície fina ao toque. Nessa etapa podemos finalizar com a massa acrílica e a pintura.
4 TRINCAS
Trinca é uma abertura em forma de linha que aparece na superfície de qualquer material
sólido, proveniente de evidente ruptura de parte de sua massa, com espessura de 0,5mm
a 1,00mm.
Segundo THOMAZ (1996), as trincas provocadas por variação de umidade dos materiais
de construção civil são muito parecidas com as provocadas por variações de temperatura.
Podem acontecer, em casos específicos, aberturas variando em função das propriedades
hidrotérmicas dos materiais e das amplitudes de variação da temperatura
73

ou umidade (Monografia apresentada à Escola de Engenharia da UFMG como requisito


parcial para obtenção do título de Especialista em Construção Civil. Ênfase: Avaliações
e Perícias Orientador: Prof. Dr. Adriano de Paula e Silva).
4.1 Trinca vertical
A trinca vertical é causada pela expansão dos tijolos, quando à absolvição de umidade, o
fissuramento ocorre no canto da edificação, nas paredes de alvenaria (figura 6) mostra
Trinca vertical causada pela expansão de tijolos.

Figura 6 – Trinca vertical causada pela expansão de tijolos.


Fonte: THOMAZ, 1988.

4.2 Trinca vertical


Para tijolos maciços de solo-cimento, se constata que ocorre em paredes em torno deseis
ou sete metros de largura que significa uma parede longa. e ocorre devido acontração
quando tem a secagem do material, ele é altamente suscetível às variações de umidade.
Trinca vertical no terço médio da parede, causada por movimentações higroscópicas de
tijolos e solo-cimento (Figura 7) mostra trinca vertical em parede de tijolos.
74

Figura 7 – Trinca vertical em parede de tijolos.


Fonte: FAZ FÁCIL, 2017.

Trincas nas peças estruturais: a expansão da alvenaria solicita o concreto à tração.


(figura 8) mostra trincas em peças estruturais.

Figura 8 – Trincas em peças estruturais.


Fonte: THOMAZ, 1988.

4.3 Trincas horizontais


As trincas horizontais que ocorre na base das paredes, tem como causa, mal execução da
impermeabilização dos alicerces. Então a umidade do solo é absorvida pela parte inferior
da parede, quanto a parte superior recebe os raios solares e como consequência
75

a evaporação da água. Quando a umidade é absorvida ela gera uma movimentação


diferenciada em relação ao restante da parede. Esse tipo de trinca é fácil identificação
pois, geralmente é acompanhada por eflorescências (eflorescência são depósitos
cristalinos de cor branca). A Figura 9 mostra trinca na base de parede.

Figura 9 – Trincas horizontais na base da parede.


Fonte: THOMAZ, 1988.

A figura a seguir exemplifica trincas horizontais na alvenaria, provenientes da expansão


dos tijolos: o painel é solicitado à compressão na direção horizontal (Figura 10) mostra
trinca horizontais provocadas pela expansão dos tijolos.

Figura 10 – Trincas horizontais provocadas pela expansão dos tijolos.


Fonte THOMAZ, 1988.

RECUPERAÇÃO DAS TRINCAS


4.3.1 Recuperação das trincas ativas
No tratamento das trincas ativas, cujas causas não possam ser eliminadas, tornando-as
passivas, os procedimentos são os seguintes:
a) medir, através de monitoramento, a amplitude da 42 movimentação da trinca;
b) definir se é necessário tratar a trinca ativa como junta móvel;
76

c) selecionar um selante plástico e o comprimento que a junta móvel a ser criada deve
ter para absorver a movimentação da trinca ativa;
d) com um cinzel alargar a trinca ativa para o comprimento calculado da junta móvel;
e) limpar e secar a trinca alargada com jateamentos de água e ar;
f) encher cuidadosamente a abertura com o selante plástico.

4.4.2 Recuperação das trincas passivas


Nas trincas passivas, que não as de tipo especial, os procedimentos convencionais
obedecem às seguintes etapas:
a) adquirir os produtos recomendados no projeto e selecionar operador ou empresa com
reconhecida experiência em trabalhos semelhantes;
b) limpar a trinca de todos os contaminantes tais como óleos, graxas e qualquer tipo de
partícula, preferencialmente com jato de água;
c) secar a trinca com jato de ar;
d) selar as superfícies da trinca para impedir o epóxi de vazar quando de sua injeção;
e) fazer furos ao longo da trinca, espaçados de dez a trinta centímetros e ligeiramente
mais profundos que a trinca;
f) introduzir tubos plásticos nos furos, com pontas salientes de 10 cm e fixados no selante;
g) injetar o epóxi em um tubo de cada vez, começando pelo inferior se a trinca for
vertical e por uma das extremidades, se a trinca for horizontal; nesta fase, todos os
outros tubos estarão com a extremidade externa obturada;
h) terminada a injeção de todos os tubos, cortar as pontas salientes e limpar a superfície
tratada, lixando o material excedente com lixadeiras elétricas.

5 Rachaduras
As rachaduras geralmente são grandes, profundas e acentuadas. Sua espessura é acima de
3 mm. Em muitos casos podem abrir pequenas frestas na alvenaria, possibilitando a
entrada de luz, água e ar, isso pode ocorrer quando a estrutura de fundação começa a
ceder. Seu nível de gravidade é urgente. As rachaduras são os últimos aviso que a
estrutura não vai bem e que precisam ser tomadas providencias.
77

Figura 11- Rachadura.


Fonte: A SIRENE, 2018.

5.1 Causas
5.1.1 Dano estrutural
Se aparece uma rachadura na diagonal em sua casa, uma abertura grande pela qual consiga
ver o outro lado ou caem alguns pedaços de material, saia imediatamente de casa! Chame
um especialista em estrutura para que ele determine o nível de dano não apenas na parede,
mas na edificação completa.

5.1.2 Excesso de peso sobre a laje


O excesso de peso sobre a laje pode se dar pelos seguintes motivos: Aglomeração de
pessoas; Caixa d’água extra; Instalação de piso sobre piso; Acúmulo de água.

5.2 Tratamentos
Para tratar as rachaduras é necessário um estudo muito mais aprofundado, com o auxílio
de um especialista. Diferente das trincas e fissuras, as rachaduras são consideradas um
problema grave, e a recuperação costuma ser um processo muito complexo, tudo vai
depender da sua extensão.

6 CONCLUSÃO

Após a finalização deste artigo, evidenciou-se a relevância do tema abordado, apesar de


serem problemas recorrentes, as patologias ainda são persistentes em construções, seja
78

pela falta de planejamento ou pela mão de obra inadequada.


Ainda que haja um aumento na preocupação dos construtores em evitar as patologias,
padronizando os processos de construção, as vezes fatores externos acabam interferindo
no resultado final.
Fica claro que todas as etapas, desde a escolha dos produtos, projeto e execuçãointerferem
de forma direta no resultado final.
Cada patologia tem muitas subcategorias e é necessário que cada uma seja estudada de
forma individual para haver um melhor aprofundamento no conhecimento de cada uma,
os resultados apresentados nas questões de soluções dos problemas acabaram que por
incompletas por serem assuntos extensos com características únicas, sendo abordado
somente as causas mais comuns.
As trincas, fissuras e rachaduras, apesar de serem semelhantes na forma como se
apresentam, são distintas em suas causas e soluções, e caberia um estudo sobre cadauma
delas de forma individual para uma melhor conhecimento técnico, porém, o artigo
apresentou de forma clara o proposito, que é fazer com que em primeiro momento uma
pessoa sem conhecimento técnico reconheça rachadura, trinca ou fissura e se ela
apresenta risco ou não.

7 Referências

ANDRADE, Erika. Principais manifestações patológicas encontradas em


edificações. Disponível em
< https://monografias.brasilescola.uol.com.br/engenharia/principais-manifestacoes-
patologicas-encontradas-em-uma-edificacao.htm>. Acesso em: 12 de abril 2020.
A SIRENE . Rachadura. (FIGURA-11). Disponível em <
http://jornalasirene.com.br/papo-cumadres/2018/06/20/papo-de-cumadres-direito-a-
moradia/attachment/rachadura-parede > Acesso em: 15 de junho 2020.
BARBOSA, Thiago. Fissura vertical devido ao excesso de carregamento na vertical.
(FIGURA-1). Disponível em
< http://globoesporte.globo.com/se/noticia/2012/02/estadio-paulo-barreto-apresenta-
serios-problemas-de-estrutura.html> Acesso em: 05 de maio 2020.
BLOG DO CONCRETO . Patologias no concreto: Como prevenir?. Disponível em
< https://www.concretousinado.com.br/noticias/patologia-concreto/>. Acesso em: 20 de
abril 2020.
79

CALISTO, Aline. Efeito do recalque diferencial de fundações em estruturas de


concreto armado e alvenaria de vedação. Estudo de caso. Disponível em
< http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/3930/1/CT_EPC_2014_2_03.pdf
>. Acesso em: 12 de abril 2020.
CONSTRUINDO DECOR. Fissura devido à sobrecarga sobre a abertura (FIGURA-
4). Disponível em < http://construindodecor.com.br/vergas-contravergas-cintas-de-
amarracao/ > Acesso em: 15 de maio 2020.
FAZ FÁCIL. Trinca vertical em parede de tijolos. (FIGURA-7). Disponível em <
https://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/fissuras-trincas-rachaduras/> Acesso
em: 18 de maio 2020.
GROSSI FERNANDES. Fissura provocada por variação de temperatura. (FIGURA-
5). Disponível em <
https://fernandesgrossi.com.br/pericias_de_engenharia/principais-erros-encontrados-em-
fachadas/> Acesso em: 08 de maio 2020.
LACERDA. Eduardo. Fissuras em alvenaria de vedação. Disponível em <
http://nippromove.hospedagemdesites.ws/anais_simposio/arquivos_up/documentos/
artigos/d02d2ff4a59e910c24ac729be9987f67.pdf>. Acesso em: 05 de maio 2020.
MATCON. Patologia na construção civil: O que é e como tratar. Disponível em
< http://matconsupply.com.br/patologia-na-construcao-civil-o-que-e-e-como-tratar/
>. Acesso em: 12 de abril de 2020.
OLIVEIRA, Daniel. Levantamento de causas de patologias na construção civil.
Disponível em
< http://www.monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10007893.pdf>. Acesso
em: 09 de abril de 2020.
SERQUEIRA, Gustavo. Concreto armado: Uma análise de patologia e reparo.
Disponível em < https://www.unileste.edu.br/noticia/2813/concreto-armado-uma-
analise-de-patologia-e-reparo>
>. Acesso em: 20 de abril 2020.
SOLODACTHA. Fissura horizontal. (FIGURA-2). Disponível em <
http://www.solodactha.com.br/obras/ricardopassarella1.htm> Acesso em: 08 de maio
2020.
THOMAZ. Fissura devido à sobrecarga sobre apoios. (FIGURA-3). Disponível em <
http://fumec.br/revistas/construindo/article/download/5789/3008> Acesso em: 08 de
maio 2020.
THOMAZ. Trinca vertical causada pela expansão de tijolos. (FIGURA6). Disponível
em <http://fumec.br/revistas/construindo/article/download/5789/3008> Acesso em: 08
de maio 2020.
THOMAZ. Trincas em peças estruturais. (FIGURA-8). Disponível em <
http://fumec.br/revistas/construindo/article/download/5789/3008 > Acesso em: 08 de
maio 2020.
80

THOMAZ. Trincas horizontais na base da parede. (FIGURA-9). Disponível em <


http://fumec.br/revistas/construindo/article/download/5789/3008 > Acesso em: 08 de
maio 2020.
THOMAZ. Trincas horizontais provocadas pela expansão dos tijolos. (FIGURA- 10).
Disponível em < http://fumec.br/revistas/construindo/article/download/5789/3008 >
Acesso em: 08 de maio 2020.
VELOSO, Helen. Descolamento de rebocos e pisos. Disponível em
< http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=17&Cod=1708>. Acesso em:
15 de abril 2020.
WIKIPEDIA. Engenharia Civil. Disponível em:
<https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_civil#cite_note-1>. Acesso em: data de
acesso: 07 de abril 2020.

Você também pode gostar