Revista da Pós-Graduação da Faculdade do Centro Leste

MBA em Gestão da Produção e Manutenção

ESTUDO DA IMPLEMENTAÇÃO DE UM
APLICATIVO DE SOLICITAÇÃO DE SERVIÇOS
DE MANUTENÇÃO EM UMA INDUSTRIA
METALÚRGICA
Flávio da Silva Abreu e Igor Vinícius Oliveira de Souza

Faculdade do Centro Leste, Endereço, Rod. ES – 010, km 6, S/N, Manguinhos, Serra - ES

Resumo
A corrosão de estruturas metálicas é um fator crítico e visivelmente notável no setor de beneficiamento de rochas
ornamentais, haja vista, a necessidade de utilização de efluente industrial (água de reciclo) no processamento e
tratamento químico de chapas para remoção de oxidação. Os aços estruturais com baixo teor de carbono possuem
uma tendência natural à corrosão, este processo de degradação altera as propriedades físico-químicas e influencia
diretamente na resistência mecânica e durabilidade. A severidade da corrosão, depende dos microclimas,
condições do processo de beneficiamento e qualidade do sistema físico-químico para tratamento do efluente
industrial. A avaliação da corrosão torna-se relevante no setor, pois possui influência na vida útil dos ativos
principais do processo produtivo, tais como: Politrizes, Multifios, Teares, Monofios, entre outros. Portanto, o
presente artigo possui o objetivo de promover um estudo de parâmetros analíticos do sistema vinculados a corrosão
e recomendações para preservação.

1. Introdução resinagem e polimento. Na maioria dos processos,

A aplicação do aço para construção mecânica e
estrutural é o pilar central na industrialização devido a
sua versatilidade e características, que ao manuseadas,
atendem as mais diversas finalidades.
A corrosão é definida pela NACE (National
Association of Corrosion Engineers) como a
degradação de um material, geralmente metálico,
resultante da reação com o meio em que se encontra
[1]. Sendo assim, a interação físico-química
espontânea entre o material e o meio implica na perda
de massa impactando nas propriedades mecânicas e
características para o qual foi constituído.
Os materiais metálicos frequentemente são expostos a
meios corrosivos: a água, o solo, a atmosfera e a
produtos químicos, sendo possível ocorrer a
deterioração de formas distintas. A identificação da
tipologia de corrosão é fundamental para o controle de
ações envolvidas no processo.
A redução da durabilidade dos materiais é citada por
Wolynec (1993) como um dos principais efeitos da
corrosão. Sendo assim, no setor industrial, a corrosão
pode ser a causa raiz de falhas de equipamentos que
compõem a planta operacional gerando impactos na
produtividade, economia e segurança das instalações,
visto que, a maioria dos equipamentos e estruturas são
constituídas de materiais metálicos.
A indústria de beneficiamento de rochas ornamentais é
estruturada basicamente por equipamentos com a
finalidade de beneficiar os blocos de acordo com a
morfologia geológica nos processos de: serrada
diamantada ou convencional, levigamento, telagem,
exceto telagem e resinagem, há a utilização de água de
de reciclo direcionada às ferramentas de corte, sejam
elas: lâminas para teares, fios diamantados para
multifios ou abrasivos para levigadoras e politrizes.
A necessidade de utilização de água no processo de
beneficiamento e os aspectos ambientais para adoção
de uma sistemática de reutilização do efluente tornam
importantíssima a definição de parâmetros analíticos
no tratamento, os quais, o conhecimento e controle são
fundamentais na preservação dos ativos contra a
corrosão.
Segundo Uhlig (apud Vieira, 2004) há basicamente
dois tipos de custos ocasionados pela corrosão: os
diretos e os indiretos. Os custos diretos corretivos
referem-se aos custos de reparo, substituição das
estruturas, dos equipamentos corroídos e de seus
componentes. Os custos diretos preventivos são
atribuídos aos consumos com a prevenção da corrosão
pela adoção de materiais mais resistentes, como os
aços inoxidáveis ou ligas de alumínio e pelo emprego
de sistemáticas de proteção, como pintura ou
revestimentos. Os custos indiretos estão relacionados
as paralisações não previstas, perdas de produtos com
alto valor agregado, contaminação de materiais
durante o processamento ou perda de eficiência em
equipamentos como: bombas, válvulas, entre outros
[2].
Os custos correlacionados à corrosão podem ainda ser
incrementados se observados os riscos envolvendo a
segurança operacional, considerando que existem
determinações estabelecidas em Normas
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Regulamentadoras que determinam critérios de saúde
e segurança no ambiente de trabalho, as quais, são
passíveis de fiscalização pelos órgãos governamentais.
2. Os parâmetros físico-químicos da água e a
influência na corrosão
O processo de corrosão nos materiais metálicos
normalmente ocorre de forma eletroquímica, isto é, há
uma reação de transferência de elétrons entre
elementos denominada oxirredução.
A corrosividade da água é influenciada pelas
concentrações de espécies dissolvidas e variáveis de
processo, sendo elas: gases dissolvidos, sais
dissolvidos, sólidos em suspensão, microorganismos,
potencial hidrogeniônico (pH), condutividade, entre
outras. [3]. Além disso, deve-se considerar a
possibilidade de ação combinada de solicitações
mecânicas e o meio corrosivo.
Nesses casos, os materiais metálicos podem apresentar
corrosão acelerada pela ação conjunta de fatores
químicos e mecânicos como erosão, turbulência,
impingamento e cavitação podendo resultar em
deterioração dos equipamentos e tubulações, nas quais
há circulação de água.
2.1 Potencial Hidrogeniônico (pH)
O potencial hidrogeniônico (pH) trata-se de uma
escala logarítmica com variação numérica de 0 a 14
indicando a concentração de Hidrogênio [H+] na
solução. O pH < 7 (menor que sete) a solução é ácida,
pH = 7 (igual a sete) a solução é neutra e pH > 7
(maior que sete) a solução é alcalina (básica).
O efeito da acidez na velocidade de corrosão do ferro,
em água aerada e a temperatura ambiente, pode ser
verificada na figura abaixo (Gentil, 2011)[4]:
Figura 1. Correlação entre a taxa de corrosão e o pH
(Gentil, 2011)[4].
Observa-se que a taxa de corrosão, que é a perda de
massa em função do tempo, expressa em IPY (inches
penetration per year – Polegadas de Penetração por
Ano) aumenta substancialmente em função da
submissão dos materiais metálicos ao meio ácido.
2.2 Sais dissolvidos
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Os sais dissolvidos como cloretos de sódio, de ferro e
de magnésio, carbonato de sódio, bicarbonatos de
cálcio podem agir acelerando ou retardando a
velocidade do processo corrosivo.
O efeito do cloreto de sódio, na corrosão, deve-se ao
fato de este sal ser um eletrólito forte, ocasionando
portanto, aumento de condutividade, que é
fundamental no mecanismo eletroquímico de
corrosão.
O íon Cloreto (Cl-) também possui influência na
deterioração de aços inoxidáveis e das ligas de
alumínio, visto que ele pode penetrar na camada
passivante causando a corrosão por pite [5].
Na presença de íons de sulfato (SO42-) deve-se
considerar a possibilidade de ocorrência de corrosão
microbiológica, originada por bactérias redutoras de
sulfato.
Considera-se também, a presença de sais dissolvidos,
que poderiam ocasionar problemas de incrustação em
tubulações, estes sais solúveis se decompõem
formando Carbonato de Cálcio (CaCO 3), Mg(OH)2 e
Fe2O3, que são insolúveis e se depositam nos sistemas
ocasionando perdas de eficiência ou corrosão [5].
2.2 Gases dissolvidos
Entre os gases dissolvidos mais comumente
encontrados na água podem-se destacar: Oxigênio
(O2), gás sulfídrico (H2S), dióxido de enxofre (SO2),
trióxido de enxofre (SO3), dióxido de carbono (CO2)
e cloro (Cl2).
Alguns desses gases são encontrados sempre na água,
como o oxigênio e o dióxido de carbono, enquanto
outros aparecem na água proveniente da absorção de
poluentes atmosféricos ou devido ao tratamento com
cloro [5].
A presença de gás sulfídrico na água é, geralmente,
devido a causas químicas ou biológicas. Esse gás pode
ocasionar odor característico na água e ação corrosiva
dos materiais metálicos.
A presença de cloro, originado do tratamento de água,
para evitar o desenvolvimento de microorganismos,
ocasiona aumento do teor de cloreto, criando,
portanto, condições para a corrosão.
2.3 Sólidos em suspensão
A água contém as mais diversas partículas em
suspensão, como óxido de cálcio e matéria orgânica,
as quais necessitam ser removidas em processos
físicos de decantação e/ou filtração, e processos
químicos com a utilização, geralmente de sulfato de
alumínio, para coagulação afim de torna-la mais
apropriada.
Essas partículas podem formar depósitos reduzindo a
eficiência de equipamentos e também podem originar
corrosão sob depósito devido a formação de pilhas de
aeração diferencial. Nesse processo corrosivo a área
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menos aerada, abaixo do depósito, sofrerá corrosão
por pite.
As partículas em suspensão influenciam na velocidade
do processo de erosão devido à elevação da dureza da
água vinculada ao arrasto em superfícies metálicas.
2.4 Crescimento biológico (Microrganismos)
A corrosão induzida por microrganismos presentes na
água, pode ser chamada de microbiana ou
microbiológica.
O desenvolvimento de processos biológicos também
implica no aumento da corrosividade da água podendo
causar: crescimento de algas, fungos e bactérias;
formação de meio ácido por bactérias oxidantes de
enxofre; despolarização de área catódica por bactéria
redutora e formação de tubérculos de óxido de ferro
hidratado [5].
2.5 Condutividade
A condutividade do meio está relacionada com a
concentração de sais existentes, verifica-se que a
condutividade elétrica do meio favorece a corrosão
eletroquímica.
A condutividade aumentada faz crescer as áreas
catódicas e favorece a combinação dos produtos do
catodo e anodo com a água[6].
2.6 Dureza
A dureza da água é uma propriedade que decorre da
presença de metais alcalinos terrosos, onde o cálcio e
e magnésio são os principais constituintes. Em termos
de dureza em carbonato de cálcio (CaCO 3), podemos
classificar a água entre [7]:
 Mole: Menor que 60 mg/l CaCO3;
 Com dureza moderada: Entre 60 e 150 mg/l
CaCO3;
 Dura: Entre 150 e 300 mg/l CaCO3;
 Muito dura: Maior que 300 mg/l CaCO3.
A dureza da água possui influência na corrosão
quando associada a velocidade do fluido e o processo
de erosão em superfícies metálicas.
3. Estudo de caso
3.1 Síntese do processo de beneficiamento de
rochas ornamentais
O processo de beneficiamento de rochas ornamentais é
basicamente constituído por etapas que podem ser
variáveis em função da estrutura geológica do
material. A finalidade é transformar blocos de
mármore ou granito em chapas para comercialização.
Primeiramente, os blocos são recebidos e armazenados
em pátios para avaliação e definição de necessidade de
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moldura, processo de reforço estrutural em materiais
frágeis.
Em seguida, os blocos são direcionados para a
Serraria, onde podem ser regularizados
dimensionalmente por equipamentos chamados
Monofios, com a finalidade de adequar aos limites dos
processos posteriores ou em função da tipologia do
material serem direcionados para os processos de
serrada convencional, cujo os equipamentos adotados
são Teares do tipo biela-manivela, ou diamantada, em
que os equipamentos adotados são Multifios.
Após o processo básico de serrada transformando
estruturalmente os blocos em chapas, com variação
comercial entre 2cm e 3cm, os materiais que
apresentam oxidação podem ser tratados
quimicamente ou direcionados para os processos
posteriores de telagem e/ou levigamento.
A telagem consiste na aplicação de uma tela
constituída de lã de vidro na face posterior ao
acabamento da chapa com finalidade de reforço
estrutural para materiais frágeis.
O levigamento consiste no primeiro desbaste da face
acabada da chapa.
Após esses processos, aplica-se, se necessário para o
acabamento uma camada de resina em linhas de
processo apropriadas e sequencialmente as chapas são
encaminhadas para as politrizes executando o
polimento final.
Figura 2. Fluxograma simplificado do processo de
beneficiamento de rochas.
O processo de beneficiamento, nas etapas de serrada,
levigamento e polimento adota-se água com a
finalidade de refrigeração das ferramentas de corte,
sejam elas: lâminas, fios diamantados ou abrasivos. Os
equipamentos citados: teares, multifios, monofios e
politrizes necessitam de vazões significativas de água
que podem atingir 75 m³/h. Em virtude disso,
necessita-se de uma sistemática de tratamento desse
efluente com a finalidade de recirculação e
aproveitamento no processo.
A avaliação e acompanhamento de parâmetros
analíticos de performance do tratamento de água,
torna-se fundamental para a preservação dos
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principais ativos que constituem a planta industrial

contra a corrosão. (3)

3.2 Síntese do sistema de Tratamento de Água (4)

O sistema de tratamento de água no setor de rochas
ornamentais, normalmente é constituído por Silos
Decantadores, reservatórios de armazenamento, (5)
sistemas de bombeamento e sistema de dosagem
química de produtos em função dos índices (6)
qualitativos da água. Em virtude das condições
distintas de parâmetros de controle, o tratamento do O Índice de Estabilidade de Ryznar (RSI) infere sobre
efluente destinado a serrada diamantada é separado do o potencial de incrustação de uma solução aquosa
efluente do polimento. Porém, os expurgos com alta considerando a quantidade de carbonato de cálcio
concentração de sólidos dissolvidos dos silos potencialmente a ser formada e prevê a corrosividade
decantadores podem ser bombeados para um tanque de águas não formadoras de incrustação (MILLETTE
único, denominado tanque batedor de lama, e et al., 1980). O RSI é uma extensão prática do Índice
posteriormente bombeado para o filtro prensa com a de Saturação de Langelier com base em registro e
finalidade de compactar todo o resíduo proveniente do compilação de práticas e experimentos. Assim, o RSI
tratamento de água para descarte. oferece uma correspondência mais próxima entre os
Nos subsistemas de tratamento de água do polimento, resultados previstos e os obtidos no campo (AL-
teares e multifios o retorno do efluente é canalizado e RAWAJFEH, 2004).
direcionado para o poço central de cada subsistema e
consequente bombeamento para os silos decantadores. (7)
Na decantação, enquanto o efluente com maior
concentração de contaminantes é eliminado na parte Posteriormente, os resultados obtidos podem ser
inferior (expurgo), reserva-se na zona superior o analisados conforme tabela a seguir:
efluente com menor concentração de sólidos que é
canalizado para reservatórios com o intuito de retornar RSI Tendência
para as máquinas. >4 Incrustação Severa
No filtro prensa, ocorre o processo de filtragem 4a5 Incrustação forte
compactando os sólidos residuais e removendo a 5a6 Incrustação Leve
umidade. O resíduo compactado é armazenado em 6a7 Balanceado
caçambas, sendo mobilizado para empresas de 7 a 7,5 Corrosão moderada
tratamento ambiental e a água resultante deste 7,5 a 9 Corrosão forte
processo é armazenada em reservatórios para suprir >9 Corrosão severa
eventuais demandas complementares dos subsistemas. Tabela 1. Indicações de tendência da água em função do
RSI (Adaptado de GONDIM 2014)
3.3 Índices de Qualidade da Água
A tendência da água pode ser verificada através do O Índice de Larson-Skold (ILR) descreve a
Índice de Saturação de Langelier (ISL). É um modelo corrosividade da água, principalmente para o aço
de equilíbrio derivado de conceitos teóricos que indica (Corrosion-Doctors,1999)[9]:
o grau de saturação do carbonato de cálcio na água,
sendo proposto por Langelier no ano de 1946
(FERRAZ, 2007; GRADES, 2004; McNEILL, 2000). (8)
O cálculo é feito tomando-se a diferença entre o pH
medido da água e o pHs (Equação 1), quando essa De acordo com o ILR, podemos classificá-las quanto à
mesma água apresenta saturação com CaCO 3 ou em corrosividade mediante a ação de agentes nocivos
equilíbrio. O parâmetro pHs é obtido pela relação como cloretos e sulfatos. Segundo a AMERICAN
entre os coeficientes A, B, C e D (Equação 2), PUBLIC HEALTH ASSOCIATION, 1992, podemos
determinados pelas respectivas Equações 3, 4, 5 e 6. classificar:
[8] • Corrosão elevada ILR > 1.2
• Corrosão significativa 0.8 < ILR < 1.2
(1) • Não há corrosão ILR < 0.8

(2) 3.3.1 Metodologia

No período de 22 de Junho a 6 de Julho foram
coletadas amostras para análise laboratorial e obtenção
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dos parâmetros: cloretos, dureza total, sílica,
condutividade, sólidos totais dissolvidos, ferro total,
alcalinidade total e potencial hidrogeniônico (pH).
Os dados coletados foram utilizados para cálculo e
determinação dos índices de saturação e corrosividade.
Não foram realizadas amostragens de Sulfatos, logo, o
Índice de Larson considerará somente a influência
corrosiva de cloretos.
3.3.2 Análise dos Índices do Subsistema
Polimento
No subsistema do polimento foram coletadas amostras
do efluente para obtenção dos parâmetros analíticos:
06/07/2021 1,41 5,79 4,04 Incrustante/Corrosiva
Tabela 2. Índices de Rysnar e Larson-Skold área do
Polimento
O RSI apresentou uma variação entre 4,02
(incrustação forte) a 7,28 (corrosão moderada).
O ILR apresenta pico de 5,29 indicando corrosão
elevada por cloretos. Nota-se que no dia 04 de Julho o
ILR apresenta menor índice (0,62) sendo resultante de
redução de cloretos e aumento da alcalinidade total.
Os resultados obtidos indicam uma água corrosiva e
com características de formação de incrustação. As
figuras a seguir demonstram condições de corrosão em
equipamentos expostos a característica predominante
de corrosão elevada por agentes nocivos:

Figura 1. Corrosão na carenagem (traseira) de Politriz (A)

Gráfico 1. Índices de Qualidade da Água Subsistema
Polimento.

Calculando os Índices de Estabilidade e Corrosividade

por agentes nocivos, temos:

Data ISL RSI ILR Característica

22/06/2021 1,16 6,09 2,35 Corrosiva
23/06/2021 0,92 6,45 1,72 Corrosiva
24/06/2021 1,57 5,27 2,52 Incrustante/Corrosiva
25/06/2021 1,22 6,36 3,42 Corrosiva
26/06/2021 0,36 7,28 5,16 Corrosiva
27/06/2021 1,35 6,21 5,29 Corrosiva
28/06/2021 1,93 5,04 1,33 Corrosiva
29/06/2021 1,32 5,75 4,65 Incrustante/Corrosiva
30/06/2021 0,95 6,50 3,79 Corrosiva
01/07/2021 1,64 5,72 3,23 Incrustante/Corrosiva
02/07/2021 1,38 5,95 3,22 Incrustante/Corrosiva
03/07/2021 1,31 5,67 3,46 Incrustante/Corrosiva
04/07/2021 2,34 4,02 0,62 Incrustante/Corrosiva
05/07/2021 1,50 5,70 3,55 Incrustante/Corrosiva
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Data ISL RSI ILR Característica

22/06/2021 4,55 2,71 1,39 Incrustante/Corrosiva
23/06/2021 4,92 2,37 1,45 Incrustante/Corrosiva
24/06/2021 4,80 2,09 1,88 Incrustante/Corrosiva
25/06/2021 6,00 0,41 0,61 Incrustante
26/06/2021 1,59 4,82 0,74 Incrustante
27/06/2021 5,50 0,90 0,70 Incrustante
28/06/2021 4,98 1,65 1,31 Incrustante/Corrosiva
29/06/2021 5,20 1,40 1,17 Incrustante/Corrosiva
30/06/2021 3,51 4,28 2,25 Incrustante/Corrosiva
01/07/2021 6,06 0,47 0,91 Incrustante/Corrosiva
02/07/2021 6,49 -0,08 0,67 Incrustante
03/07/2021 5,88 0,43 0,46 Incrustante
04/07/2021 6,08 0,03 0,51 Incrustante
05/07/2021 6,17 -0,03 0,33 Incrustante
06/07/2021 6,31 -0,13 0,40 Incrustante
Tabela 3. Índices de Rysnar e Larson-Skold área dos
Teares

No período avaliado, o RSI apresentou uma variação

Figura 2. Corrosão na carenagem (lateral) de Politriz (A)
3.3.3 Análise dos Índices do Subsistema Teares
No subsistema dos teares foram coletadas amostras do
efluente para obtenção dos parâmetros analíticos:
de -0,13 a 4,82 sendo considerada uma água de intensa
formação de incrustação. Nota-se que na ocasião em
que o RSI apresenta valor com tendência a
neutralidade é resultante da redução do pH
extremamente alcalino.
O ILR apresenta oscilações entre 0,33 a 2,25
caracterizando situações de baixa e elevada ação
corrosiva influenciada por agentes nocivos (cloretos).
A figura a seguir relata corrosão sob depósito em
estruturas metálicas expostas frequentemente à água
com característica de incrustação severa. Este
fenômeno ocorre devido a formação de depósito sobre
a superfície metálica favorecendo a diferença de
aeração entre a região anódica (sob depósito) e a
catódica (sem depósito):

Gráfico 2. Índices de Qualidade da Água do Subsistema

Teares.

Calculando os Índices de Estabilidade e Corrosividade

por agentes nocivos, temos: Figura 3. Corrosão em estruturas metálicas
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Gráfico 3. Índices de Qualidade da Água do Subsistema

A água de reciclo deste subsistema é classificada Multifios.
como muito dura o que pode ser associada a processos
erosivos em tubulações devido a associação mecânica. Calculando os Índices de Estabilidade e Corrosividade
por agentes nocivos, temos:

Data ISL RSI ILR Característica

22/06/2021 0,99 6,42 1,59
23/06/2021 1,08 6,23 2,10
24/06/2021 1,44 5,52 2,20
25/06/2021 1,14 6,22 2,13
26/06/2021 0,56 6,88 2,03
27/06/2021 1,23 5,84 2,10
28/06/2021 1,02 6,36 2,13
29/06/2021 1,25 5,90 2,24
30/06/2021 1,08 6,45 2,37
01/07/2021 1,67 5,76 2,17
02/07/2021 1,15 6,40 2,06
03/07/2021 1,32 5,77 1,90
04/07/2021 2,40 4,50 1,55
05/07/2021 2,12 4,77 1,59
06/07/2021 2,30 4,41 1,28
Tabela 4. Índices de Rysnar e Larson-Skold área dos
Multifios
Corrosiva
Corrosiva
Incrustante/Corrosiva
Corrosiva
Corrosiva
Incrustante/Corrosiva
Corrosiva
Incrustante/Corrosiva
Corrosiva
Incrustante/Corrosiva
Corrosiva
Incrustante/Corrosiva
Incrustante/Corrosiva
Incrustante/Corrosiva
Incrustante/Corrosiva

O RSI apresenta variação de 4,41 (intensamente

Figura 4. Corrosão em trecho de tubulação
3.3.4 Análise dos Índices do Subsistema
Multifios
No subsistema dos multifios foram coletadas amostras
do efluente para obtenção dos parâmetros analíticos:
incrustante) a 6,88 (balanceado).
O ILR apresenta variação 1,28 a 2,37 sendo
caraterizada uma água de corrosão elevada por
cloretos. Neste cálculo não foi considerada a
influência de sulfatos, que poderiam potencializar o
grau de corrosividade.
As figuras a seguir relatam condições de
equipamentos expostos a água com característica
predominante de corrosão elevada por agentes
nocivos:

Figura 5. Corrosão na carenagem de Multifio (A)

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Figura 6. Corrosão na carenagem de Multifio (B) Figura 7. Medição de pH em Tanque de Tratamento

4. Influências do Tratamento Químico de

Chapas
O processo de tratamento químico de chapas de
mármore e granito no setor de beneficiamento de
rochas possui basicamente a finalidade de remover a
oxidação. Neste processo, as chapas podem ser
imersas em tanques ou serem submetidas a aplicações
superficiais com fluidos de característica ácida.
No processo avaliado, as chapas podem ou não serem
imersas em tanques de água com o objetivo de
neutralização. O pH dos tanques de ácido,
neutralização e residual de chapas que foram ou não
submetidas a neutralização foram avaliados com a
utilização de um pHmetro manual.
A foto a seguir, demonstra a medição do pH do tanque
de tratamento químico com a utilização de pHmetro
manual:

Figura 8. Medição de pH em Tanque de Neutralização

Nota-se que o residual ácido nas chapas imersas no

tanque de neutralização é suficiente para alterar o pH
da água promovendo uma característica ácida.
A avaliação da acidez residual das chapas foi
analisada com a utilização de água desmineralizada
(pH = 7; neutro) escoando sobre a superficie da chapa
e identificando a alteração de pH. As figuras a seguir
demonstram a avaliação:
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Em função dos resultados, é possível observar que as

chapas independente de serem submetidas ao processo
de neutralização possuem uma característica
superficial ácida.
Os analítos dos sistemas de tratamento de água
indicam que o volume de produtos químicos residuais
em chapas não é suficiente para alterar o pH da água
de reciclo, entretanto, certamente ao serem
processadas nas linhas de levigamento, polimento e
resinagem podem influenciar em corrosão localizada
de materiais metálicos devido a submissão ao meio
ácido.
A composição química dos produtos adotados no
tratamento químico não é conhecida, e portanto, não
foi possível identificar influências na concentração de
cloretos, sultafos ou outros agentes nocivos presentes
na água de reciclo.

5. Monitoramento da corrosão
Figura 9. Medição de pH em chapa neutralizada. O monitoramento da corrosão pode ser definido como
uma forma sistemática de medição da corrosão ou da
degradação de um determinado equipamento, com o
objetivo de auxiliar a compreensão do processo
corrosivo e obter informações úteis para o controle.
O monitoramento da corrosão pode ser realizado com
métodos de ensaios laboratoriais ou de campo. Os
ensaios realizados em laboratórios consistem na
adoção de corpos de prova submissos ao meio
corrosivo analítico, sendo úteis para análise do
mecanismo de corrosão, indicação de material
metálico mais apropriado ao meio, entre outros. Os
ensaios de campo consistem na aplicação de corpos de
prova em condições específicas de análise, sendo úteis
para estudar a eficiência de medidas de proteção
anticorrosiva, estimar a durabilidade de materiais e
selecionar o material mais apropriado para a
aplicação.
O programa de monitoramento da corrosão pode ser
estabelecido com vários objetivos, podendo-se
destacar[10]:
 Identificar o mecanismo de corrosão;
Figura 10. Medição de pH em chapa não – neutralizada.  Determinar a taxa de corrosão;
 Avaliar procedimentos de prevenção e
A tabela a seguir resume os resultados obtidos nas controle;
medições:  Analisar falhas decorrentes da corrosão;
 Promover ensaios para a avaliação do
Ponto de Medição pH comportamento de materiais, inibidores,
revestimentos, entre outros.
Tanque de Tratamento 0,5
Tanque de 5.1 Taxa de corrosão
2,7
Neutralização A taxa de corrosão ou medida de remoção de material
Chapa Não- é uma consequência de ação química e parâmetro
2,8
Neutralizada relevante, podendo ser expressa como perda de
Chapa Neutralizada 3,4 espessura do material por unidade de tempo
Tabela 5. Avaliação do pH de chapas submetidas a (CALLISTER, 2012).
tratamento químico.
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A NACE Standard TM-01-69 recomenda expressar a
taxa de corrosão em mpy, isto é, milésimo de polegada
de penetração por ano, expressa por [10]:
(9)
Os valores de taxas de corrosão só podem ser
utilizados para corrosão uniforme, não se aplicando
para casos de corrosão localizada como, por exemplo,
puntiforme, intergranular e transgranular.
O método de preparação, instalação, análise e
interpretação da taxa de corrosão com ensaios em
corpo de prova podem ser categorizados de acordo
com a norma NACE SP 0775 – 2013[11]:
Categorização Taxa média de
Corrosão
Baixa <1
Moderada 1,0 a 4,9
Alta 5,0 – 10,0
Severa > 10
Tabela 6. Categorização da taxa média de corrosão do aço
caborno.
6. Recomendações para preservação de
materiais metálicos
As análises da água de reciclo dos subsistemas
Polimento, Teares e Multifio e as avaliações dos
Índices de Rysnar (RSI) e Larson-Skold (ILR)
indicam uma característica incrustante e corrosiva
influenciando na vida útil de materiais metálicos.
A deficiência no processo de neutralização, no
Tratamento Químico de chapas, favorece a
concentração de agentes nocivos na superfície,
caracterizando pH ácido e influenciando na corrosão.
Portanto, em função das características da água de
reciclo e a influência de agentes químicos recomenda-
se o seguinte esquema de pintura para a preservação
de materiais metálicos:
1. Descontaminação química da superfície com
água de condutividade 45μS/cm;
2. Jateamento da superfície, grau Sa2.1/2 com
75μm ± 10μm de perfil de rugosidade;
3. Aplicação de produto Epóxi, catalisado de
alta densidade e alto volume de sólidos
(99%) indicada para alta resistência
anticorrosiva e abrasiva com espessura a
filme seco total de 1000μm.
4. Aplicação de acabamento final em
Poliuretano acrílico de alto desempenho para
exposições externas.
Para os casos apontados de corrosão por frestas,
cantos vivos, bordas, parafusos, porcas,
contraventamentos, em complemento, recomenda-se a
adoção de um sistema de revestimento elastômero de
MBA em Gestão da Produção e Manutenção
alta performance, composição asfáltica e presença de
borracha, proporcionando impermeabilidade,
durabilidade e resistência química a meios corrosivos
extremamente agressivos.
7. Recomendações gerais
A observação dos analítos do Tratamento de Água e
influências de processo na corrosão permitem
recomendar:
1. Acompanhamento dos análitos do sistema e
identificação da fonte de agentes nocivos
influenciadores do Índice de corrosividade de
Larson-Skold;
2. Inclusão do analíto Sulfato (SO42-) para
complemento do Índice de Larson-Skold;
3. Acompanhamento de performance dos
produtos (insumos) do tratamento de água,
concentrações, composições químicas e
custos relacionados;
4. Acompanhamento de variáveis físicas do
sistema geral de Tratamento de Água que
podem influenciar na instabilidade dos
índices. Cita-se oscilações na concentração
de Sólidos Totais Dissolvidos possivelmente
influenciando na condutividade e
consequentemente corrosão eletroquímica;
5. O estado de saturação de Carbonato de
Cálcio (CaCO3) na água de reciclo dos
Teares indica uma necessidade de correção
do pH para minimizar a característica de
incrustação severa e consequente preservar
tubulações e equipamentos rotativos como
bombas;
6. Análise e acompanhamento da Taxa de
Corrosão em conformidade com a norma
NACE SP0775-2013.
7. Correção do pH dos Tanques de
Neutralização minimizando o residual ácido
nas superfícies das chapas;
8. Avaliação da sistemática de limpeza dos
equipamentos e periodicidade minimizando a
concentração de agentes nocivos na
superfície de materiais metálicos
influenciadores de corrosão.
8. Referências
[1] Divisão Técnica de Corrosão e Proteção de
Materiais, “Definições de Corrosão”, acesso em
04/09/2021(https://www.spmateriais.pt/corrosaoep
rotecao/?page_id=24).
[2] Souza, E. S., 2021, “Estudo da Influência de
Microclimas na geração de condições inseguras
decorrentes de corrosão”, pp. 11.
[3] Vasconcelos, J. S. e Broseguini, M., 2013, “Estudo
de Corrosão em Tubulação de Aço Carbono
provocada por Água Doce”, pp. 23.
 Revista da Pós-Graduação da Faculdade do Centro Leste
MBA em Gestão da Produção e Manutenção

[4] Maia, J. D.,Segre,N.,Scatigno,C.A.,Stella,B.M.

2015, “Experimento sobre a influência do pH na
corrosão do Ferro”, pp. 72.
[5] Gentil, V., 2003, “Corrosão”. Rio de Janeiro:
LTC- Livros Técnicos e Científicos Editora, 3ª
Ed., Sec.16, pg 155 - 159.
[6] Vasconcelos, J. S. e Broseguini, M., 2013, “Estudo
de Corrosão em Tubulação de Aço Carbono
provocada por Água Doce”, pp. 15.
[7] Universidade Federal de Juiz de For a – MG, 2017,
“Laboratório de Química dos Elementos –
QUI081”, pp. 28.
[8]Cavazanna,G.H.,Lastoria,G.,Gabas,S.G.,Bezerra,M
.P., 2012, “Análise de agressividade e incrustação
das águas subterrâneas na região urbana de Campo
Grande - MS”.
[9] Fernandes, M.R., Lima, A.M.,Melo,H.N.S., 2º
Congresso Brasileiro de P&D em Petróleo & Gás,
“Determinação do Índice de Larson-Skold e
Saturação em Lagoa Poluída com Efluentes
oriundos da produção de Petróleo”, pp. 2.
[10] Gentil, V., 2003, “Corrosão”. Rio de Janeiro:
LTC- Livros Técnicos e Científicos Editora, 3ª
Ed., Sec.16, pg 293-295.
[11] NACE INTERNATIONAL, The Corrosion
Society, “Preparation, Installation, Analysis, and
Interpretation of Corrosion Coupons in Oilfield
Operations”. SP0775-2013.