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Origem do Raio-X
Manaus
2022
Sumário
1 Fundamentação Teórica 3
1.1 A descoberta do Raio-X . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.2 Os Raios X e a Tabela Periódica . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Teoria do Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2 Objetivos 7
3 Parte Experimental 7
3.1 Material Necessário . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.2 Procedimento Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
4 Resultados e discussões 10
4.1 Voltagem de 18keV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.1.1 Gráfico 1 (Ângulos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
4.1.2 Gráfico 2 (Comprimentos de onda) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
4.2 Voltagem de 25keV . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.2.1 Gráfico 1 (Ângulos) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
4.2.2 Gráfico 2 (Comprimentos de onda) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
5 Conclusão 14
6 Bibliografia 15
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1 Fundamentação Teórica
1.1 A descoberta do Raio-X
Em 8/11/1895, Wilhelm Conrad Roentgen (1845-1923), procurando detectar a ra-
diação eletromagnética de alta freqüência prevista por Heinrich Hertz (1857-1894), repetiu
o experimento de Joseph John Thompson (1856-1940) em seu laboratório, na Universi-
dade de Wurzburgo, Alemanha. Com um tubo de Crookes, “Roentgen tentou observar
um estranho fenômeno descrito pelo fı́sico Philipp Lenard [1862-1947]: os raios catódicos
que escapavam do tubo termiônico iluminavam uma superfı́cie a uma certa distância do
tubo, que tinha recebido uma camada de material fosforecente”. Após embalar o tubo
com uma caixa de papelão preto, ligar o instrumento e apagar as luzes de seu laboratório,
observou algo notável: uma placa no fundo da sala, que continha tetracioanoplatinato
de Bário (Ba[Pt(CN)4], um material fosforescente) em uma das faces, se iluminou, e isso
acontecia mesmo se a superfı́cie da placa estivesse virada ao contrário.
Roentgen assim descreve algumas propriedades da radiação que acabara de descobrir:
“Ela produzia luminescência em certos materiais fluorescentes, sensibilizava chapas fo-
tográficas, mas em si era invisı́vel ao olho humano, não parecia sofrer refração, nem
reflexão, nem polarização. Não se tratava de luz (por ser invisı́vel e atravessar grandes
espessuras de madeira ou papel), não era igual aos raios catódicos (não sofria desvio com
ı́mãs e tinha poder de penetração muito superior), nem aos raios ultravioleta ou infraver-
melho (pelo seu poder de penetração)”. Com base nessas observações, Roentgen chegou à
conclusão de que se tratava de um novo tipo de raio invisı́vel, com poder de penetração
ainda desconhecido, capaz de atravessar materiais opacos à luz e a outras radiações co-
nhecidas (raios catódicos, raios ultravioleta e infravermelho).
Esse fenômeno aguçou tanto o interesse de Roentgen que continuou estudando inten-
samente suas propriedades e caracterı́sticas. Expondo diversos materiais de densidades
diferentes a fim de observar seu poder de penetração, e com auxı́lio de um detetor flu-
orescente, fez uma importante observação: segurando um disco de chumbo com a mão
na intenção de verificar o poder de penetração dos raios naquele metal, viu que, além da
sombra do disco, apareceu a sombra dos ossos da sua mão. Estava assim descoberta a
radiografia.
A 28/12/1895, menos de 2 meses depois de sua primeira observação, Roentgen fez o
primeiro comunicado sobre os dados de suas observações sobre os raios-x. Esse foi o nome
dado a eles porque não se tinha ideia da sua origem (mais tarde eles foram rebatizados
como raios Roentgen).
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1.2 Os Raios X e a Tabela Periódica
Por volta de 1913, Moseley mediu as frequências das linhas espectrais dos raios X
caracterı́sticos de cerca de 40 elementos. A partir do gráfico da raiz quadrada da frequência
versus o número atômico Z do elemento, ele obteve uma relação que passou a ser conhecida
como lei de Moseley (veja detalhes no texto sobre os conceitos elementares de raios X). A
repercussão imediata deste resultado foi a alteração da tabela periódica. Esse trabalho de
Moseley teve papel importantı́ssimo na consolidação e aceitação internacional do modelo
de Bohr. Na verdade, foi o primeiro dos trabalhos experimentais a confirmar as predições
de Bohr. Em carta escrita a Bohr no dia 16 de novembro de 1913, Moseley observa que
a sua fórmula poderia ser escrita numa forma idêntica àquela obtida com o modelo de
Bohr.
Antes do trabalho de Moseley o número atômico era associado à posição do átomo
na tabela periódica de Mendelev, a qual distribuı́a os elementos de acordo com o seu
peso. Moseley mostrou, por exemplo, que o argônio deveria ter Z=18, ao invés de Z=19
(conforme a tabela de Mendelev). Por outro lado, o potássio deveria ter Z=19, ao invés
de Z=18. Ele também mostrou que o cobalto deve preceder ao nı́quel, apesar do peso
atômico do Co ser maior do que o do Ni. De acordo com Mendelev, o número atômico
era aproximadamente igual à metade do peso atômico. Moseley definiu o peso atômico
como igual ao número de elétrons do átomo eletricamente neutro.
Comparando-se as expressões obtidas por Moseley com a fórmula de Balmer-Rydberg
deduzida por Bohr, vê-se que elas diferem pela presença de uma constante subtrativa ao
valor de Z. Moseley explicou-a como sendo devido ao efeito de blindagem da carga nuclear
pelos elétrons orbitais mais intensos.
A lei de Moseley apresentava resultados bastante diferentes daqueles do paradigma
cientı́fico vigente. Através dela Moseley deduziu que entre o hidrogênio e o urânio, deveria
haver exatamente 92 tipos de átomos, cujas propriedades quı́micas eram governadas por
Z, e não pelo peso atômico. Isto significava dizer que a tabela periódica devia seguir a
ordem crescente do número atômico e não a do peso atômico. Obedecida essa sequencia,
alguns lugares daquela tabela ficaram vagos, os correspondentes a Z = 43, 61, 75, 85 e
87. Por essa época, havia uma grande polêmica entre os quı́micos a respeito do número
exato de terras raras; discutia-se se estas iam de Z=58 a Z=71 ou a Z=72.
Com relação aos elementos previstos por Moseley, é oportuno salientar que o elemento
75, o rénio, foi descoberto em 1925, pelo casal Noddack. O elemento 87, descoberto em
1939, por Marguerite Perey, recebeu o nome de frâncio e pertence a uma famı́lia radioativa
natural. Os demais elementos (43, 61 e 85) foram obtidos artificialmente. Sendo suas
vidas-médias muito curtas, esses elementos não podiam ser naturalmente produzidos, ou
pelo menos observados.
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K ou M → K são chamadas de linhas Ka e Kb , respectivamente. As transições M1 → K
e L1 → K não ocorrem devido às regras de seleção da mecânica quântica.
2dsenϑ = nλ (3)
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onde: d = espaçamento do cristal interplanar e n = ordem de difração.
Se d for conhecido, é possı́vel calcular a energia dos raios-X por meio do ângulo de
visão ϑ fornecido pelos espectros e baseando-se na seguinte relação:
hc
E = hf = (4)
λ
Combinando as equações (4) e (3), obtemos que:
nhc
E= (5)
2dsenϑ
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2 Objetivos
• Determinar no espectro (em keV) a energia dos picos e comparará-la à da literatura;
3 Parte Experimental
3.1 Material Necessário
• Espectrômetro;
• Multı́metro;
• Unidade de raios-X;
• Gravador;
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3.2 Procedimento Experimental
Para preparar a experiência, a saı́da de contador do equipamento de Raios X é conec-
tada ao módulo to tubo contador GM do Cobra 3, por meio de um cabo BNC. A saı́da
de registro de dados do equipamento de Raios X é conectada à Entrada Analógica 2 do
Cobra 3, por meio de duas linhas de conexão.
É então fechada a porta do equipamento de Raios X e é pré-selecionada uma tensão
de válvulas de 25 kV.
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Figura 6: Espectro tı́pico com cristal de LiF.
Fonte: Guia do Experimento
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4 Resultados e discussões
A partir dos procedimentos enumerados no capı́tulo anterior, realizou-se o experi-
mento, do qual extraı́mos os gráficos a seguir, com base nos quais responderemos às
questões propostas como objetivo do relatório.
Os picos estão em 20.8º e 23.0º. Para saber a que energias esses ângulos correspondem,
vamos usar a equação
E = hf (6)
A frequência podemos extrair de
c
f= (7)
λ
Finalmente, usamos a lei de Bragg para transformar ângulos (que é o que temos) em
comprimentos de onda:
nλ = 2dsin(θ) (8)
Substituindo as duas últimas equações na equação da Energia, temos:
nhc
E= (9)
2dsin(θ)
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Usando n = 1 (primeiro máximo de interferência) e o valor angular do pico mais alto
(23.0º), encontramos:
E23◦ = 7.93keV
que é um valor bastante próximo do registrado na literatura, segundo o guia da
PHYWE para o experimento. Fazendo o mesmo processo para o pico de 20.8º, obte-
mos:
E20.8◦ = 8.69keV (12)
Esses picos se repetem exatamente no mesmo lugar para todas as voltagens aplicadas.
Por isso, não calcularemos as energias para os picos do gráfico de 25kV, pois elas são as
mesmas.
O que muda quando variamos a voltagem é o ângulo no qual começa a emissão de
raio-X. E essa energia correspondente, junto com a voltagem resultante, calcularemos a
fim de saber se esta voltagem ”bate”com a voltagem aplicada.
Como se pode perceber pelo primeiro gráfico deste capı́tulo, quando uma voltagem de
18kV é aplicada as emissões se iniciam em torno de 9º. Isso dá uma energia de
V = 19.7kV (12)
Esperávamos 18.0 kV. É possı́vel que não tenhamos sido precisos o bastante em apontar
onde as emissões começam.No entanto, podemos determinar isso fazendo E = 18.0 keV
na eq. da energia e resolvendo para θ. Assim, encontramos:
θ = 9.8◦ (12)
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Gráfico da voltagem de 18keV, com o eixo das abscissas em comprimentos de onda
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Aqui, as emissões começam em torno de 6.6º.Para esse ângulo, encontramos:
V = 26.8kV (12)
Novamente houve uma pequena falta de assertividade, pois se esperava 25kV. Mas,
como no caso anterior (voltagem de 18kV), é fácil determinar o ângulo em que as emissões
começam. Substituindo 25keV na eq. da energia e resolvendo para θ, encontramos:
θ = 7.1◦ (12)
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5 Conclusão
Este experimento foi extremamente importante para a nossa compreensão de como os
raios-X são gerados, em que faixa do espectro eletromagnético estão, bem como sobre os
cuidados que se deve ter ao trabalhar com semelhante fenômeno. Pudemos constatar, de
fato, que quando elétrons bombardeiam um alvo metálico (por exemplo, cobre Cu) eles
ionizam o material, e a parte eletronicamente vaga é preenchida por elétrons vindos de
outras camadas de energia. Nesse processo de transição, os raios-X são emitidos.
Do ponto de vista quantitativo, não tivemos problemas, a não ser por ligeiras dis-
crepâncias na determinação da voltagem aplicada.
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6 Bibliografia
LIMA, R. S, et al. Raios-X: fascinação, medo e ciência. Quim. Nova, Vol. 32, No. 1,
263-270, 2009.
PHYWE. Characteristc X-ray and Bragg Scattering with higher order.
HALLIDAY, D., RESNICK, R. Fundamentos de Fı́sica. Vol. 4: Ótica e Fı́sica Moderna.
Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Cientı́ficos (1991).
TIPLER, P.A. Fı́sica Moderna. Rio de Janeiro: Guanabara Dois (1981)
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