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ELETRÔNICA ANALÓGICA II
5.1 Introdução
Apresenta maior eficiência quando trabalhando em altas frequências. Fontes chaveadas é um bom
exemplo de sua utilização.
São encontrados MOSFETs canal N e P. Desses, o de canal N suporta correntes maiores, sendo por
isto o mais utilizado.
Símbolo:
Como foi visto, o transistor bipolar é controlado pela corrente aplicada a sua base. Já o MOSFET,
como é um dispositivo da família do FET, é um dispositivo controlado por tensão.
Isso permite usar circuitos de controle mais simples, o que tem um grande impacto no custo final
do projeto. O Mosfet também possui uma perfeita isolação entre o Gate e o circuito de dreno e fonte.
Em outras palavras, sua impedância de entrada é praticamente infinita, portanto, não há corrente
entre o gate e a fonte.
Como nos transistores, o MOSFET possui três terminais:
MOSFET Bipolar
O MOSFET de canal n é constituído de um substrato tipo p no qual são difundidas duas regiões tipo
n. Estas regiões formam a fonte S e o Dreno D. A porta G é formada por uma camada de dióxido de silício
(isolante), em cima d qual é depositada uma placa de metal.
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A porta é isolada do canal. O diodo PN que existe no FET de junção (JFET) foi eliminado no
MOSFET.
Para formação do canal do MOSFET, a porta G é formada por uma camada de dióxido de silício
(SiO2) na qual é depositada uma placa de metal. Quando se coloca a porta G em um potencial positivo em
relação ao substrato, haverá então acumulação de elétrons, formando o canal.
O motivo do nome FET metal-óxido-semicondutor agora se torna óbvio: metal se refere às conexões
de dreno, fonte e porta; óxido, a camada isolante de dióxido de silício; e semicondutor, a estrutura básica
na qual as regiões do tipo p e n são difundidas. A camada isolante entre a porta e o canal resultou em outro
nome para o dispositivo: FET deporta isolada, ou IGFET, apesar de esse termo ser cada vez menos utilizado
atualmente.
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5.2 Funcionamento dos MOSFESTs
No modo depleção apresenta características semelhantes às dos JFETs entre corte e saturação em
𝐼 , e também possui o aspecto adicional de curvas características que se estendem até a região de
polaridade oposta de 𝑉 .
Os MOSFETs no modo depleção, também chamado normalmente ligado é porque conduz quando
𝑉 = 0. Seu funcionamento depende das regiões de depleção. A possibilidade do uso de uma tensão positiva
na porta é que distingue o MOSFET modo depleção de um JFET. O MOSFET tipo depleção tem seu aspecto
físico conforme a figura a seguir:
Este tipo de construção apresenta uma estreita camada tipo N que interliga a fonte S e que permitirá
o fluxo de corrente, mesmo quando nenhuma tensão for aplica à porta. A seguir a sua representação:
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5.2.2 Modo Intensificação
O MOSFET modo intensificação tem menor capacitância e impedância de entrada mais elevada.
Seu funcionamento depende da intensificação da condutividade do canal.
Para este tipo de construção, a corrente 𝐼 só vai aparecer quando houver tensão 𝑉 . A figura a
seguir apresenta símbolo, modelo, curva de dreno e curva de transferência:
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5.3 Funcionamento e Gráficos
O gráfico a seguir mostra a curva característica VxI de um Mosfet. Nela, vê-se a relação que há
entre a tensão Fonte Dreno (𝑉 ) e a corrente de Dreno (𝐼 ) em relação a valores diferentes de 𝑉 .
O Mosfet passará para o estado ligado quando 𝑉 ultrapassar o valor denominado tensão de limiar
(𝑉 ), que é normalmente de 2 a 4 V. Portanto, a tensão de Porta controla a corrente de Dreno (𝐼 ).
Quanto maior a 𝑉 maior será a corrente de Dreno (𝐼 ). Dentro de um limite conhecido como região
ôhmica ou não saturada, o canal N funcionará como uma resistência constante (𝑅 ).
Quando utilizado como chave, o Mosfet tem como função controlar a corrente de Dreno através da
tensão de Porta (𝑉 ).
A corrente de Dreno (𝐼 ) é igual a zero até que 𝑉 alcance a tensão limiar. A partir daí, 𝐼 aumenta
linearmente com a tensão 𝑉 . O valor mínimo de 𝑉 para se formar o canal é chamado de tensão de
limiar (threshold) ou 𝑉 .
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5.4 Equações
V = 𝐼 ·𝑅
𝐼 : Corrente de dreno;
𝑅 : Resistência entre Dreno e Fonte no estado ligado.
P = 𝐼 ·𝑅
Perdas no Mosfet:
E = 𝑇 /T
𝑃 = 𝑉 (𝑚𝑎𝑥)·𝐼 ·E
Região de Corte:
Quando 𝑉 < 𝑉 , onde 𝑉 é a tensão entre a porta (gate) e a fonte (source). O transistor
permanece desligado e, não há condução de corrente entre o dreno e a fonte. Enquanto a
corrente entre o dreno e fonte deve idealmente ser zero devido à chave estar desligada, há
uma fraca corrente invertida;
Região de Saturação:
Quando 𝑉 > 𝑉 e 𝑉 > 𝑉 − 𝑉 . O transistor fica ligado e, um canal que é criado permite o fluxo
de corrente entre o dreno e a fonte. Como a tensão de dreno é maior do que a tensão na porta, uma parte do
canal é desligado.
Observação: Para o transistor PMOS as equações são idênticas, lembrando que 𝑉 é negativo e as
inequações são inversas.
Em circuitos digitais, os Mosfets são utilizados somente em modos de corte e triodo. O modo de
saturação é utilizado em aplicações analógicas.
O gráfico da característica 𝐼 − 𝑉 mostra que a corrente do dreno possui uma leve dependência
linear com 𝑉 na região de saturação.
𝐼 = K(𝑉 − 𝑉 )²·(1 + λ𝑉 )
Onde λ é um parâmetro do Mosfet. 𝑉 é uma tensão positiva semelhante a tensão Early do TBJ
(Transistor Bipolar de Junção), como mostra a seguinte figura:
A curva característica 𝐼 − 𝑉
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5.7 Polarização do MOSFET – Modo Depleção
Se a tensão 𝑉 for igual a zero, irá circular uma corrente 𝐼 no circuito, uma vez que existe canal
para que essa corrente possa fluir. Sendo a porta G negativa em relação à fonte S, tem-se que a camada de
metal fica negativa e polariza o isolante. Haverá estreitamento do canal N, diminuindo a corrente 𝐼 no
dispositivo.
Este estreitamento do canal é tanto maior, quanto maior for a polarização negativa da porta G. Se
for aplicado uma tensão positiva à porta G, haverá um alargamento no canal, aumentando a circulação da
corrente 𝐼 .
Note que no caso do MOSFET de canal N, a polarização será com a fonte 𝑉 na polaridade positiva.
Fazendo a porta G positiva em relação a fonte S e aumentando a tensão de 𝑉 , estabelece um contato entre
a fonte S e o dreno D, onde a correte 𝐼 que agora circulará entre estes dois elementos será função da tensão
positiva à porta G que controlará a largura do canal.
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Equações importantes no projeto do circuito de polarização:
𝐼 = K(𝑉 − 𝑉 )²
𝐼 =𝐼 , 𝐼 =0
Para a polarização do Mosfet em uma região de saturação, as seguintes condições devem ser
satisfeitas:
𝑉 >𝑉 𝑉 >𝑉 − 𝑉
Observação:
A equação da corrente de dreno pode fornecer dois valores de 𝑉 . Desses valores, apenas um
atenderá as condições para a polarização da região de saturação, o outro valor não tem significado físico.
Se os dois valores de 𝑉 não atenderem as condições, significa que o transistor não está em sua região de
saturação.
Quando um Mosfet de potência é utilizado como chave e está na condição ligado, é forçado a operar
na região ôhmica. Isso garante que a queda de tensão no dispositivo seja baixa, de tal modo que a corrente
de dreno fique determinada pela carga. Assim, a perda de potência é pequena.
𝑉 ≤𝑉 − 𝑉 e 𝑉 >0
Portanto, para uma aplicação de chaveamento, a resistência no estado ligado (𝑅 ( ) passa a ser um
parâmetro muito importante, uma vez que determina a perda de potência durante a condução, para um dado
valor de corrente de carga (dreno). Quanto mais baixo o valor de 𝑅 ( , mais alta a capacidade de corrente
do dispositivo.
𝑉 = 𝐼 ·𝑅 ( )
A dissipação de potência interna é:
P=𝑅 ( ) ·𝐼
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Quando o Mosfet está desligado, a corrente de dreno é igual a zero e a tensão 𝑉 , igual ao valor da
tensão de alimentação. Nessas condições, a resistência entre o dreno e a fonte 𝑅 é muito alta.
𝑉 ≥0 e 𝑉 <𝑉
𝑃 =𝑅 ( ) ·𝐼 ·
𝑃 =𝑉 ( ) ·𝐼 ·
A perda de energia no Mosfet quando a chave passa de desligado para ligado é dada por:
( )· ·
𝑊 =
Onde 𝑡 é o tempo de subida da corrente de dreno (𝐼 ).
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5.10.4 Perdas no Desligamento da Chave
A perda de energia no Mosfet quando a chave passa de ligado para desligado é dada por:
( )· ·
𝑊 =
𝑃 = (𝑊 +𝑊 )·f
𝑃 =𝑃 +𝑃 +𝑃
É importante ressaltar que nas baixas frequências de chaveamento a perda total de potência em um
Mosfet é mais alta do que em um BJT, por causa da perda de condução maior no Mosfet.
Entretanto, a medida que a frequência cresce, as perdas por chaveamento do BJT aumentam mais
que as do Mosfet.
Solução:
a) Cálculo do valor de K:
( ) ·
K= ∴ K=
[ ]
→ K = 0,061∙ 𝟏𝟎 𝟑
A/𝐕 𝟐
( ) ( )
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5.11.2) Determine no MOSFET da figura ao lado, qual a tensão dreno-fonte?
Resp.: 7,5 V
5.11.3) Um MOSTET tem a curva de transcondutância mostrada na figura ao lado. Qual a corrente de dreno
quando a tensão na porta for de – 2 V?
Resp.: 1,32 mA
𝐼 = ∴ 𝐼 = => 𝑰𝑫 = 11,9 A
( ) ,
T= ∴ T= => T = 40 𝝁s
·
( )· · · , · , ·
𝑊 = ∴ 𝑊 = => 𝑾𝑶𝑵 = 360 𝝁J
5.11.5) Um Mosfet tem os seguintes parâmetros: 𝐼 = 2 mA, 𝑅 ( ) = 0,3 Ω, ciclo de trabalho D = 50%,
𝐼 = 6 A, 𝑉 = 100 V, 𝑡 = 100 ns e 𝑡 = 200 ns. Se a frequência de chaveamento for de 40 kHz, determine:
5.11.6) Uma chave Mosfet controla a potência para uma carga resistiva de 5 Ω. O Mosft de 𝑅 ( ) = 0,l
Ω, está submetido a uma fonte de tensão CC de 120 V. Com uma frequência de chaveamento de 25 kHz,
𝑡 = 150 ns e ciclo de trabalho igual a 0,6, determine: