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UBERABA - MG
2014
UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO
INSTITUTO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS E EXATAS
ENGENHARIA AMBIENTAL – TRATAMENTO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS
UBERABA - MG
2014
1
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3
1.1 EMBASAMENTO TEÓRICO PRELIMINAR .............................................................. 4
1.1.1 Tratamento preliminar ................................................................................................. 5
1.1.1.1 Gradeamento e peneiras ............................................................................................... 5
1.1.1.2 Desarenadores .............................................................................................................. 6
1.1.2 Tratamento primário .................................................................................................... 8
Figura 2 – Esquema de um decantador retangular .................................................................. 9
1.1.3 Tratamento secundário ............................................................................................... 10
1.1.3.1 Lagoas de Estabilização ............................................................................................. 10
1.1.3.2 Lodos Ativados .......................................................................................................... 12
1.1.3.3 Filtros Biológicos ....................................................................................................... 13
1.1.3.4 Tratamento Anaeróbio ............................................................................................... 14
1.1.3.5 Disposição no Solo .................................................................................................... 16
1.1.4 Pós-tratamento ........................................................................................................... 17
1.1.4.1 Lagoas de polimento .................................................................................................. 17
1.1.4.2 Filtro biológico percolador ........................................................................................ 17
1.1.4.3 Sistema de lodos ativados como pós-tratamento ....................................................... 18
1.1.4.4 Pós-tratamento por flotação ....................................................................................... 19
1.1.4.5 Desinfecção ................................................................................................................ 19
2 OBJETIVO ........................................................................................................................ 20
3 METODOLOGIA ............................................................................................................. 20
4 ESTUDO DE CONCEPÇÃO............................................................................................ 21
4.1 PROJEÇÃO POPULACIONAL ................................................................................... 21
4.1.1 Resultado da aplicação dos métodos ......................................................................... 23
4.2 CÁLCULO DAS VAZÕES .......................................................................................... 24
4.3 ADOÇÃO DE HIPÓTESES .......................................................................................... 25
5 DIMENSIONAMENTO ................................................................................................... 26
5.1 TRATAMENTO PRELIMINAR .................................................................................. 27
5.1.1 Canal de entrada ......................................................................................................... 27
5.1.2 Gradeamento .............................................................................................................. 29
5.1.3 Desarenador ............................................................................................................... 32
2
1 INTRODUÇÃO
Desde quando começou a surgir às primeiras civilizações a coleta de esgoto já era uma
preocupação dos homens. Algumas obras primitivas de saneamento já eram efetuadas
naqueles tempos, como a construção de galerias de esgoto na babilônia e Nipur (Índia) em
3750 a.C., emprego de manilhas cerâmicas para tal finalidade em 3100 a.C. e a
implementação de ligações diretas entre as casas e os canais na Roma imperial. Por outro
lado, na idade média não se tem evidencias de desenvolvimento do que diz respeito ao
saneamento e a população daquela época era despreocupada com esta questão, tendo como
consequência o surgimento de grandes epidemias na Europa, como por exemplo, a peste
bubônica. (AZEVEDO NETTO, 1984; METCALF E EDDY, 1977 apud NUVOLARI, 2011,
p.17).
Diferentemente daqueles tempos, hoje existem os sistemas de esgotamento sanitário
cuja definição, segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas NBR 9648, é um
“Conjunto de condutos, instalações e equipamentos destinados a coletar, transportar,
condicionar e encaminhar somente esgoto sanitário a uma disposição final conveniente, de
modo contínuo e higienicamente seguro”.
Um sistema de esgoto sanitário é composto por uma rede coletora com função de
receber e conduzir os esgotos, interceptor com a finalidade de receber a contribuição da rede
coletora ao longo do seu comprimento, emissário a qual é uma canalização que conduz o
esgoto a um determinado destino (estações de tratamento/lançamento) sem receber
contribuição, sifão invertido usado para transposição de obstáculos, corpo d’água receptor
onde os esgotos são lançados, estação elevatória que tem como função transportar os esgotos
de uma cota mais baixa para uma mais alta e a estação de tratamento de esgoto. (TSUTIYA;
ALEM SOBRINHO, 2000).
As estações de tratamento de esgoto (ETE) constituem uma das partes mais importantes
do sistema de esgotamento sanitário e estão associadas a uma gama de técnicas de tratamento
com a função de reduzir a carga poluidora dos esgotos para serem lançados no corpo receptor
seguindo os padrões de qualidade do efluente e condições da legislação vigente. O tratamento
de esgoto em uma ETE é composto basicamente por quatro etapas sendo algumas delas
indispensáveis para se chegar a uma eficiência de tratamento que atenda tais padrões e
condições.
4
Para possibilitar a escolha do melhor arranjo de unidades, que atendam o que se pede, é
necessário elucidar sobre as demais tecnologias de tratamento.
5
1.1.1.2 Desarenadores
O desarenador também pode ser conhecido como caixa de areia, por ter como função a
remoção de areia através de sedimentação, sem que ocorra a remoção conjunta de sólidos
orgânicos, o qual o grão de areia, devido as suas maiores dimensões e densidade vão para o
fundo do tanque, enquanto a matéria orgânica, sendo a sedimentação bem mais lenta,
permanece em suspensão.
Tipo canal com velocidade constante controlada por Calha Parshall: Há remoção da
areia com a ajuda de um medidor de vazão para manter a velocidade constante. A velocidade
tem que estar aproximadamente 0,30 m/s, quando as velocidades são baixas, por exemplo, as
inferiores a 0,15 m/s podem ocorrer um depósito de matéria orgânica na caixa e com
velocidades são consideradas altas, superiores a 0,40 m/s há arraste de areia e a redução da
quantidade retida e com profundidade mínima de 0,20m.
Secção quadrada e fluxo horizontal, com braços raspadores e lavador de areia para
remoção da areia retida.
Fluxo em espiral aerado, pela remoção da areia retida por meio de bomba aspiradora,
nesse tipo de desarenador a velocidade do escoamento longitudinal deve ser inferior a 0,25
m/s para vazão máxima e injetar uma quantidade ar regulável entre 0,25 e 0,75 m³/min.m e o
tempo de detenção de 3 min ou mais.
Fluxo tangencial, pela retirada da areia por bomba aspiradora ou air-lift, sendo a
velocidade de entrada de 0,75 a 1 m/s, e de saída no máximo 0,7 m/s e tempo de detenção
hidráulica igual ou superior a 25s.
Fluxo em vórtice (tipo ciclone ou similar), sendo sua taxa de escoamento superficial
entre 600 a 1300 m³/m².d, sem decantadores primários o limite é de 1000 m³/m².d
A limpeza ocorre quando a areia ocupar metade da altura ou dois terços de seu
comprimento total. Controlando a quantidade de material removido por m³ de esgoto, teor de
umidade e teor de sólidos voláteis.
8
Lagoas de estabilização
Lodos ativados
Filtros biológicos
Tratamento anaeróbio
Disposição sobre o solo
Lagoas facultativas;
Sistema de lagoas anaeróbias seguidas por facultativas;
Lagoas aeradas facultativas;
Sistema de lagoas aeradas de mistura completa.
As lagoas facultativas são as variantes mais simples dos sistemas de lagoas de
estabilização. Basicamente o processo consiste na retenção de esgotos por um período de
11
suspensão (biomassa) dispersos no meio líquido. O tempo de detenção típico de uma lagoa
aerada de mistura completa é de ordem de 2 a 4 dias. (VON SPERLING, 2009).
A qualidade do efluente de uma alagoa aerada de mistura completa não é adequada para
o lançamento direto, pelo fasto de conter elevados teores de sólidos em suspensão. Por esta
razão, estas lagoas são normalmente seguidas por outras lagoas, onde a sedimentação e
estabilização destes sólidos possam ocorrer. (VON SPERLING, 2009).
Os tempos de detenção nas lagoas de decantação são baixos, da ordem de dois dias. Este
tempo é suficiente para a eficiência de remoção dos sólidos em suspensão produzidos nas
lagoas aeradas, mas não contribui na remoção bioquímica de DBO, em virtude da baixa
concentração de biomassa mantida em suspensão. (VON SPERLING, 2009).
A área requerida por este sistema de lagoas é menos dentre os sistemas de lagoas. Os
requisitos de energia são similares aos demais sistemas de lagoas aeradas.
O filtro biológico é constituído de um leito que pode ser de pedras, ripas ou material
sintético. O efluente é lançado sobre este por meio de braços rotativos e percola através das
pedras (ou outro material) formando sobre estas uma película de bactérias. O esgoto passa
rapidamente pelo leito em direção ao dreno de fundo, porém a película de bactérias absorve
uma quantidade de matéria orgânica e faz sua digestão mais lentamente. É considerado um
processo aeróbio uma vez que o ar pode circular entre os vazios do material que constitui o
leito fornecendo oxigênio para as bactérias. Quando a película de bactérias fica muito espessa,
os vazios diminuem de dimensões e a velocidade com que o efluente passa aumenta, devido a
isso surgem forças cisalhantes que fazem com que a película se desgarre do material.
14
Os filtros podem ser Filtros Biológicos de baixa Carga e Filtros Biológicos de Alta
Carga No sistema de Filtros Biológicos de Baixa Carga, como a carga de DBO aplicada é
baixa, o lodo sai parcialmente estabilizado devido ao consumo da matéria orgânica presente
na células das bactérias em seus processos metabólicos por causa da escassez de alimento.
Tem eficiência comparável ao sistema de lodos ativados convencional. Ocupa uma maior área
e possui uma menor capacidade de adaptação as variações do efluente, porém consome menos
energia e é mais simples operacionalmente. (SPERLING,1995).
O sistema de Filtros Biológicos de Alta Carga é menos eficiente que o sistema de
filtros biológicos de baixa carga e o lodo não sai estabilizado. A área ocupada é menor e a
carga de DBO aplicada é maior. Há uma recirculação do efluente para que mantenha os
braços distribuidores funcionando durante a noite, quando a vazão é menor e, evitando assim
que leito seque. Com isto há também um novo contato das bactérias com a matéria orgânica
melhorando a eficiência. Uma outra forma de aumentar a eficiência é colocando filtros
biológicos em série. Há diferentes formas de combinar os filtros e a recirculação de efluentes.
(SPERLING,1995).
A instalação de filtros biológicos não requer área extensa e sua mecanização exige
equipamentos relativamente simples (distribuidor rotativo, raspadores de lodo, elevatória para
recirculação, misturador para digestor, etc.). O custo de implantação é alto e há necessidade
de tratamento do lodo gerado e sua disposição final. Entre os inconvenientes estão a
dificuldade na operação de limpeza e a possibilidade de proliferação de insetos. (TORRES;
LANARI, 2014).
Vantagens Desvantagens
Baixa produção de sólidos, cerca de 5 a 10 As bactérias anaeróbias são susceptíveis à
vezes inferior à que ocorre nos processos inibição por um grande número de
aeróbios. compostos.
Baixo consumo de energia, usualmente A partida do processo pode ser lenta, na
associado a uma elevatória de chegada. ausência de lodo de semeadura adaptado.
Isso faz com que o sistema tenha custos
operacionais muito baixos.
Baixa demanda de área. A bioquímica e a microbiologia da
digestão anaeróbia são complexas e ainda
precisam ser mais estudadas.
Baixo custo de implantação. Alguma forma de pós – tratamento é
usualmente necessária.
Produção de metano. Possibilidade da geração de maus odores,
porém controláveis
Possibilidade de preservação da biomassa, Possibilidade de geração de efluente com
sem alimentação do reator por vários aspecto desagradável.
meses.
Tolerância a elevadas cargas orgânicas Remoção de nitrogênio, fósforo e
Aplicabilidade em pequena e grande patógenos insatisfatória.
escala.
Baixo consumo de nutrientes.
Fonte : MORAES; FERREIRA, 2007
16
A disposição no solo é um sistema simplificado que requer áreas extensas nas quais os
esgotos são aplicados por aspersão, vala ou alagamento, sofrendo evaporação ou sendo
absorvidos pela vegetação. Grande parte do efluente é infiltrada no solo e o restante sai como
esgoto tratado na extremidade oposta do terreno. A eficiência na remoção de DBO está entre
85 e 99% e a de patogênicos está entre 90 e 99%. O custo de implantação e operação é
bastante reduzido e não apresenta geração de lodo. Pode gerar maus odores, insetos e vermes,
além de apresentar risco de contaminação da vegetação, no caso de agricultura, dos
trabalhadores envolvidos, do solo e do lençol freático.(TORRES; LANARI, 2014). Os
esgotos podem ser aplicados ao solo de modo a depurá-los, fundamentalmente, por um dos
seguintes processos: irrigação, infiltração/percolação e escoamento à superfície.
A irrigação com despejos residuários pode ser definida como a descarga controlada do
efluente sobre o solo com a finalidade de suportar o crescimento de plantações. Assim, os
esgotos são aplicados em solos cobertos por vegetação com o objetivo de auxiliar a
agricultura ou a silvicultura. A irrigação pode ser executada fundamentalmente por meio de
três sistemas distintos de aplicação: por aspersão, por sulcos, por inundação e por
gotejamento. (RINO; CORDEIRO, 2002).
A infiltração é similar aos filtros intermitentes de areia, onde a maior porção dos
esgotos infiltra-se no solo, ou a ele incorpora-se, embora uma parte evapore diretamente à
atmosfera. Tanto quanto na irrigação, a aplicabilidade da infiltração rápida depende de o solo
apresentar uma camada espessa acima do lençol freático, mais do que naquele método,
entretanto são exigidas grandes permeabilidades e boas características de drenagem, para que
se tornem viáveis as elevadas taxas de aplicação normalmente empregadas. (RINO;
CORDEIRO, 2002).
O escoamento à superfície é recomendado para terrenos que apresentam baixa
permeabilidade, o método de escoamento superficial também pode ser perfeitamente utilizado
para solos com maior porosidade. No processo de tratamento de esgotos por escoamento à
superfície, o afluente do tratamento é lançado na parte superior de um plano inclinado por
meio de aspersores ou através de tubos perfurados, sendo que a parcela líquida efluente é
recolhida na parte inferior através de canais de drenagem que transportam o líquido tratado ao
corpo receptor. (RINO; CORDEIRO, 2002).
17
1.1.4 Pós-tratamento
1.1.4.5 Desinfecção
2 OBJETIVO
3 METODOLOGIA
Visto que o alcance de plano seja de 10 anos, ou seja, que determinado componente do
sistema opere em sua máxima capacidade em 2025, prevê-se a população atendida (em 2015)
e a população atendível (2025) através de projeção populacional. Dentre os quatro principais
métodos de projeção populacional: aritmética, geométrica, crescimento logístico e taxa
decrescente de crescimento.
A aplicação dos métodos de projeção anteriormente citados requer que se tenham três
dados populacionais do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para a
localidade desejada e que tais dados estejam em intervalos de tempo equidistantes, no caso
apresentado devido a inexistência de demais dados, realiza-se a interpolação entre os dados de
2007 e 2015 enunciados para estimar os dados de 2011 possibilitando a realização da
projeção.
Para designar a melhor opção utilizam-se outros dados, que não os três já citados,
efetuando o método dos mínimos quadrados entre os valores projetados e os valores
existentes. O método de projeção populacional mais adequado à situação será o que
apresentar menor valor quando analisado o somatório dos quadrados dos erros. Como dito
anteriormente a carência de demais dados impossibilita a análise detalhada, então visando
superestimar a ETE, dentre os métodos o escolhido será o que para o alcance de 10 anos
apresentar maior população atendível. A partir dos dados obtidos, calculam-se as vazões
médias, de início e de final de plano.
Como não enunciou-se o município de implementação da estação de tratamento de
efluentes em questão, adota-se o Estado em que se localiza o município hipotético para que se
21
4 ESTUDO DE CONCEPÇÃO
a. Projeção aritmética
e (1)
22
b. Projeção geométrica
e (2)
e (3)
d. Crescimento logístico
O crescimento populacional segue uma relação matemática, que estabelece uma curva
em forma de S. A população tende assintoticamente a um valor de saturação. Os parâmetros
podem ser também estimados por regressão não linear. Condições necessárias:
e . O ponto de inflexão na curva ocorre no tempo e com
. Para serem aplicados nas equações os dados devem ser equidistantes no tempo.
, , . ln (4)
Em que,
= População em função do tempo;
23
= População de saturação;
, , = Populações selecionadas para intervalos de tempo equidistantes;
= Coeficientes.
A compilação dos dados foi realizada no software Microsoft Excel, utilizados como
dados correspondentes à , , , as respectivas populações dos anos de 2007, 2011 e 2015.
Observa-se novamente que para os dados fornecidos não se visualizou nenhum com
espaçamentos temporais equidistantes, realizou-se então a interpolação entre os dados de
2007 e 2015 para obtenção de um valor aproximado de 95769 habitantes para 2011. Abaixo
tabela contendo crescimento da população ano a ano através das equações (1), (2), (3) e (4):
(5)
Em que:
= vazão de distribuição (L/s);
P = população de projeto;
C = coeficiente de retorno;
q = consumo médio per capita de água, incluindo as perdas de água no sistema público de
abastecimento (L/hab.dia).
O consumo médio per capita (q) é adotado conforme a população a ser abastecida no
alcance de plano, segundo enunciado (q) é igual a 172 L/hab.d; na ausência de dados
específicos o coeficiente de retorno (C) utilizado é 0,8.
O consumo não é uniforme em todos os dias do ano, ocorre sempre um dia de maior
consumo, há também determinadas horas do dia em que o consumo é mais acentuado. A
relação entre o maior consumo diário do ano e o consumo médio diário no mesmo ano
fornece o coeficiente do dia de maior consumo (k1) cujo valor varia de 1,2 a 2,0 enquanto o
coeficiente de hora de maior consumo (k2) é calculado pela razão entre a maior vazão horária
no dia e a vazão média horária no dia podendo variar entre 1,5 e 3. Ambos dependem das
condições locais, no caso em questão serão adotados valores de 1,2 e 1,5 respectivamente para
k1 e k2. A vazão mínima é calculada utilizando-se o coeficiente da hora de menor consumo
(k3) usualmente 0,5.
Portanto são (6), (7) e (8) nessa ordem as equações das vazões máximas de início (Q ip),
final de plano (Qfp) e vazão mínima (Qmín), derivadas da vazão média (Qmed) de final de plano
igual a 204, 64 L/s.
25
(6)
(7)
í (8)
Resultando em Qip = 246,87 L/s; Qfp = 368,34 L/s; e Qmín = 82,29 L/s.
Tabela 2 – Amostragem das ETEs dos municípios e suas respectivas unidades de tratamento
ETE Arrudas
ETE Itabira ETE Vespasiano*
(Sabará)
Tratamento Gradeamento Gradeamento
Gradeamento Manual
Preliminar Manual/Mecanizado Manual/Mecanizado
Tratamento Decantadores
_ _
Primário primários
Tratamento Lodos ativados, Uasb + Decantador Lodos ativados
Secundário convencional secundário aeração prolongada
26
+ Dec. secundário
Digestor anaeróbio +
Tratamento do
Desidratação Filtro Prensa Filtro Prensa
Lodo
mecanizada
Fonte: Autoria própria
*Na tabela encontra-se apenas uma das três Estações de Tratamento de Efluentes de Vespasiano
Outra hipótese é que o terreno possui declividade uniforme em toda sua extensão;
visando utilização de mínima área e analisando o caso das situações existentes acima citadas,
tem-se que as unidades de tratamento a serem dimensionadas são: gradeamento manual,
desarenador, medidor Parshall, reator Uasb, reator aeróbio, decantador secundário. O
tratamento do lodo será realizado por desidratação mecanizada.
5 DIMENSIONAMENTO
Tabela 3: Tabela para determinação de Hmín e Hmáx a partir das vazões mínima e máxima
A vazão máxima tabelada que abrange a vazão de final de plano está para a largura
nominal de 1” (γ0,5 metros), ou seja, N e K serão respectivamente 1,5ββ e 0,690.
Para determinar o degrau da calha Parshall que influenciará na largura dos canais de
entrada e do gradeamento, utiliza-se a relação:
í í
= (10)
á á
Aplicando a vazão mínima e máxima as vazões de início e final de plano nessa ordem,
tem-se que Z é igual a 0,2 metros.
1°) É necessária a adoção de parâmetros como a velocidade (vc) e comprimento (Lc) do canal,
respectivamente 0,4 m/s e 1 metro.
= = 1,67 (11)
3°) Área molhada no início de plano (Am ip), e área molhada no final de plano (Am fp):
= 0,62 (12)
= 0,92 (13)
= 0,37 (14)
29
= 0,55 (15)
5°) O perímetro molhado no início de plano (Pm ip) e final de plano (Pm fp):
= 2,41 (16)
= 2,77 (17)
= (18)
5.1.2 Gradeamento
1°) São adotadas a velocidade de entrada do canal de gradeamento(0,6 m/s), a altura da grade
(1 metro), o ângulo das barras (θ = 60°) e (1,67), visando a menor perda de carga e maior
eficiência.
Em que,
Em que,
31
E= = 0,79 (21)
6°) O número de barras é calculado por B (mesmo que o canal de entrada) / (t + a), resultando
em 44 barras.
7°) O comprimento da seção do gradeamento (Lg) é B.cos (θ), portanto Lg é igual a 0,84.
Em que,
(24)
5.1.3 Desarenador
A caixa de areia utilizada será tipo canal com velocidade constante controlada por Calha
Parshall, a velocidade de entrada considerada no desarenador, será a velocidade de saída do
gradeamento (0,37 m/s).
1°) Como a velocidade de sedimentação das partículas (vs) está relacionada a velocidade
horizontal (vh) pela expressão:
33
(25)
= 2,14 m (26)
= 0,00115 m³ (27)
(28)
5°) Considerando que a limpeza da caixa de areia seja manual e que deve ser realizada de 6
em 6 dias, quando o material sólido completar a seção de rebaixo (Z = 0,2 metros).
6°) A largura total ocupada pela caixa de areia devido a inserção de uma divisão que
possibilitará que haja dois canais, para não interromper o fluxo durante a limpeza, será de
4,28 metros. A entrada nos canais será controlada por stop log, equipamento hidromecânico
geralmente instalado em estações de tratamento de efluentes para vedar a entrada de água em
recintos onde haja necessidade de efetuar trabalhos de manutenção.
34
7°) Como foi dito inicialmente a largura nominal selecionada foi de 30 cm, resultando que os
parâmetros da calha Parshall serão os da quarta coluna da tabela 10 apresentada, o
comprimento total da Calha será de 3,246 metros.
Os custos de construção dos reatores UASB têm sido bastante variados (10 a 40 dólares
per capita), com valores médios usuais se situando na faixa de US$ 20/hab a US$ 30/hab,
excluído o valor de aquisição do terreno.
Com relação aos custos de operação e manutenção de reatores UASB, os valores
reportados também têm variado bastante (cinquenta centavos a dois dólares per capita por na),
com valores médios se situando na faixa de US$ 1,00 A US$ 1,5/hab.ano.
5.2.1.1 Dimensionamento
Em que,
Qméd: Vazão afluente média (m³/d);
S0-UASB-DQO: Concentração média de DQO afluente ao UASB (kg/m³).
= méd t (30)
37
Em que,
t: Tempo (h).
(30)
(31)
(32)
(33)
(34)
Em que ,
At: área total corrigida (m²);
Vt: volume corrigido (m³).
38
8°) Verificação das cargas aplicadas, sendo elas a carga hidráulica volumétrica e a carga
orgânica volumétrica.
(35)
- -
(36)
Em que,
CHV: carga hidráulica volumétrica (m³/m³.d);
Cv: carga orgânica volumétrica (kgDQO/m³.d).
9°) Verificação das velocidades superficiais para a vazão média afluente, vazão afluente
máxima diária e vazão afluente máxima horária.
méd
v= (37)
At
-
(38)
-
(39)
Em que,
Qmáx-d: vazão afluente máxima diária (m³/h);
Qmáx-h: vazão afluente máxima horária (m³/h);
v: velocidade supercial (m/h).
Tabela 6 - Velocidades superficiais recomendadas para o projeto de reatores UASB, tratando esgotos
domésticos.
(40)
Em que,
Nd: número de tubos;
Ad: área de influencia (m²).
-
- (43)
40
-
- (44)
Em que,
Yobs: Coeficiente de produção de sólidos em termos de DQO (KgDQOlodo/KgDQOapl).
(46)
Em que,
f(T): fator de correção para a temperatura operacional do reator ( KgDQO/m³);
P: pressão atmosférica (1atm);
KDQO : DQO correspondente a um mol de CH4 (64 gDBO/mol);
R: constante de gases (0,08206 atm.L/mol.K);
T: temperatura operacional do reator (°C).
(47)
Em que,
QCH4 : produção volumétrica de metano (m³/d);
(48)
Em que,
41
- - (49)
- - (50)
- - (51)
- - (52)
- - - (53)
- - - - - - (54)
- - (55)
- - - - (56)
18°) Verificação das velocidades através das aberturas para a vazão média, vazão máxima
diária e para a vazão máxima horária (Vab em m/h):
(57)
-
(58)
-
(59)
Lg = Li + (2 x e) = 0,26 m (61)
Em que :
e: é a espessura da parede do coletor de gás (m).
-
(62)
20°) Verificação das taxas de aplicação superficiais nos decantadores para a vazão média,
máxima diária e máxima horária (qsdec em m/h).
44
(64)
-
(65)
-
(66)
- (67)
(68)
Adecβ = h1 (β a) (69)
(70)
(71)
(72)
(73)
22°) Verificação dos tempos de detenção hidráulica para a vazão média, para a vazão
máxima diária e para a vazão máxima horária (tdec em h):
(74)
(75)
-
(76)
-
46
CTg = Nc Cg (77)
Adotar a largura de cada coletor, junto á interface líquido-gás (Li = 0,25 m).
Ai = Ctg Li (78)
(79)
- - (80)
Em que,
Y: coeficiente de sólidos no sistema (KgSST/KgDQOaplicada).
47
(81)
Em que,
: massa específica do lodo (da ordem de 10β0 kg/m );
Clodo: concentração do lodo (%).
Massa de lodo retirada dos reatores por ciclo de operação dos leitos (Mc em KgSST):
(82)
Volume de lodo retirado dos reatores por ciclo de operação dos leitos;
(83)
(84)
Adotando 6 células de secagem a área de cada célula será 636,52 m², sendo a largura
igual a 20 metros e comprimento igual a 31,9 metros.
c
lodo = A (85)
leito
5.3 PÓS-TRATAMENTO
48
Tabela 10: Parâmetros de projeto do sistema de lodos ativados como pós-tratamento de efluentes de
reatores anaeróbios
m³ (87)
(88)
Em que,
51
n: Número de reatores.
(89)
Em que,
H: Profundidade (m).
(90)
Em que,
L: Comprimento (m);
B: Largura (m).
(91)
Em que:
Em que,
(93)
53
16°) Produção per capita de sólidos em suspensão aeróbio (Px per capita em kgSS/hab.d):
= (94)
Em que,
P: População (habitantes).
(95)
= (96)
= (97)
Em que,
20°)Vazão de lodo aeróbio excedente, retornado ao reator UASB (Qex aeróbio em m3/d):
(98)
Em que,
é á
é á
= (99)
Adotando a carga de NTK afluente igual 803,7 KgNTK/d sendo esse valor adotado por
analogia a outras ETEs que possuem vazões e cargas de DBO semelhantes.
(101)
é
é í
(102)
(103)
á
á é = (104)
é
ã
çõ ã çã
(105)
çõ ã
(106)
çã
(107)
(108)
57
(109)
(110)
(111)
1°) Área superficial com base na taxa de aplicação hidráulica (As1 em m2):
(112)
Em que,
2°) Área superficial com base na taxa de aplicação de sólidos (As2 em m2):
(113)
Em que,
TAS: Taxa de aplicação dos sólidos (KgSS/m2.d), adotada através da Tabela 10.
A área superficial a ser adotada para os decantadores secundários será a maior entre os
valores obtidos no 1° e no 2° passo, logo a área superficial a ser adotada será A s1 =
.
(114)
Em que,
(115)
(116)
(117)
Em que,
No tratamento do lodo, apenas a etapa de desidratação foi levada em consideração, uma vez
que, o reator UASB tem a característica de promover o adensamento e a digestão do lodo, não
necessitando de tais etapas para o lodo excedente. Com isso foi feito uma análise entre as
alternativas de desidratação do lodo considerando as vantagens e desvantagens destas.
60
Os leitos de secagem são tanques rasos de piso com drenos nos quais se descarrega o
lodo úmido até uma altura de cerca de 30 cm e seu mecanismo básico é a secagem natural do
lodo. As principais vantagens e desvantagens desta técnica são:
Vantagens:
Baixo investimento;
Operação simples e baio nível de atenção quanto ao processo;
Consumo baixo de energia elétrica e produtos químicos;
Alto teor de sólidos na torta;
Sensibilidade a variações nas características do lodo baixas.
Desvantagens:
Requer uma área maior comparada com os outros métodos;
Exige estabilização prévia do material;
61
5.4.1.2 Centrífugas
5.4.1.3 Filtros-prensa
Este equipamento foi desenvolvido para uso industrial e posteriormente foi adaptado
para a desidratação do lodo. Ele opera em batelada e tem um grau de confiabilidade alto. Os
benefícios do filtro-prensa são alta captura de sólidos, alta qualidade do efluente líquido,
baixo consumo de produtos químicos no condicionamento do material e superioridade, em
relação aos outros processos mecânicos, no que diz respeito a concentração de sólidos na
torta.
62
O sistema de prensa desaguadora é dividido em três etapas sendo elas zona de separação
por peneiramento, zona de baixa pressão e zona de alta pressão. Na zona de separação o lodo
é retido por uma tela superior e a água é percolada livremente na tela pela ação da gravidade.
O lodo então é encaminhado para a zona de baixa pressão onde ocorre a remoção do restante
da água e a compressão suave do lodo entre as telas superior e inferior. Por último, na zona de
alta pressão é removida a água que fica entre os interstícios do lodo por uma compressão
progressiva entre as telas. (PROSAB, 2001).
Dentre as desvantagens da utilização desse processo estão a emissão de aerossol
(equipamento aberto), produção de ruídos, emissão de odores desagradáveis dependendo do
tipo de lodo, além de exigência de atenção na operação devido ao grande número de
rolamentos presentes no equipamento o que leva a substituição destes regularmente. As
vantagens estão no baixo custo de aquisição e consumo de energia elétrica. (PROSAB, 2001).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS