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Introdução
Assim, por exemplo, águas muito "puras" (desde que não sejam originárias
de manancial superficial, pois, neste caso, elas deverão ser filtradas, por força
de legislação – ver Anexo 15 desta publicação) necessitam apenas a adição de
um desinfetante que permita preservá-la contra a possibilidade de uma eventual
contaminação no sistema distribuidor de água.
Entretanto, muitas vezes as águas originárias de fontes e poços, em seu
estado bruto, mostram-se corrosivas ou, ao contrário (ou até simultaneamente)
incrustantes em vista da presença (ou ausência) de compostos em solução.
Em tais casos, não basta desinfetar. A água bruta deverá passar por um
sistema de tratamento capaz de adicionar à água os íons que lhe faltam ou, ao
contrário, remover os que estão presentes em excesso.
Citam-se, por exemplo, as águas dos lençóis subterrâneos existentes no
complexo cristalino mineiro.
Evidentemente, ao percolar pelo solo para atingir o lençol subterrâneo, a
água não terá encontrado muita coisa para dissolver, e estará ávida por dissolver
íons de diversas origens.
Tal água será, em conseqüência, agressiva.
Por seu turno, nos lençóis subterrâneos existentes nas regiões calcárias do
estado de Minas Gerais, a água bruta dissolverá, entre outros compostos, os
carbonatos de cálcio e magnésio. Tal água poderá tornar-se incrustante e dura,
e precisará ser abrandada (denomina-se abrandamento à remoção dos agentes
responsáveis pela dureza), antes de ser encaminhada ao sistema público de
abastecimento, sob pena de causar estranheza à população e prejuízos às
indústrias. Tais prejuízos poderão atingir o extremo de levar aquecedores e
caldeiras à explosão, tendo em vista que, com o aumento da temperatura, os
bicarbonatos passam à forma química de carbonatos. Estes compostos, por
serem menos solúveis que os primeiros, propiciam a formação de depósitos no
interior das canalizações, que poderão obstrui-la com o passar do tempo.
Essa transformação ocorre segundo a reação:
∆
Ca +2 + 2HCO 3− → CaCO3 ↓ + CO2 ↑ +H 2O (1)
O termo correção do pH é, portanto, na realidade, empregado aqui para
designar um processo algumas vezes bem mais complicado que a simples
providência sugerida pelo termo.
Embora fuja ao objetivo central deste livro, algumas noções básicas sobre o
assunto serão tratadas no Item 5.7 do Capítulo 5.
4.3. Filtração
A primeira idéia que ocorre ao se lidar com uma água turva é a de filtrá-la, com o
4-2
objetivo de remover as partículas em suspensão.
Como forma de tratamento doméstico, talvez só perca a primazia para a
decantação.
Atualmente, os filtros podem ser classificados em lentos ou rápidos,
conforme a vazão tratada por unidade de área do filtro. Nos primeiros,
destinados a águas de baixa turbidez, o processo de filtração é
predominantemente biológico, enquanto que nos filtros rápidos o processo é
físico e químico (ver Capítulo 10). Assim sendo, o tratamento químico prévio da
água a ser filtrada, dispensável nos filtros lentos (que, por seu turno, só se aplica
a mananciais cuja água seja de boa qualidade) é fundamental nos filtros rápidos.
Em vista da dificuldade cada vez maior de se encontrar mananciais
adequados aos filtros lentos, e à área relativamente grande que essas unidades
devem ter (a superfície filtrante é de quarenta a cento e vinte vezes superior à
dos filtros rápidos), a filtração lenta vem se tornando cada vez mais rara,
enquanto que os filtros rápidos constituem a opção mais utilizada nas estações
de tratamento.
4.4. Decantação
4-4
Questões para recapitulação
(Respostas no final deste Item)
4-5
Respostas:
1(v); 2 (v); 3(f); 4(v); 5(v); 6(v); 7(f); 8 (v); 9(f); 10(v); 11(f); 12(v); 13(v); 14 (f);
15(v); 16(v)
Referências bibliográficas
4-6