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QUÍMICA E AMBIENTE| 21096

DOCENTE: Tiago A. Fernandes

A preencher pelo estudante

NOME: Elisabete Bourdain Dias

N.º DE ESTUDANTE: 2201714

CURSO: Licenciatura Ciências do Ambiente

DATA DE ENTREGA: 15/05/2023

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TRABALHO / RESOLUÇÃO:

PARTE I

1.

Historicamente a química orgânica e síntese orgânica andam de “mãos dadas”. Até à década

de 1950, as atividades relacionadas com a química orgânica sintetizada eram basicamente a

investigação de recções químicas, a preparação de novas substâncias químicas e elucidação

estrutural de produtos naturais. Com o desenvolvimento de novas reações orgânicas ainda

mais robustas e a sua forte associação à biologia, à medicina e às ciências ambientais e de

materiais; surgiu a necessidade na síntese orgânica de se organizar de uma forma mais

estrutural. A pressão da sociedade para o desenvolvimento de processos mais sustentáveis

por causa dos resíduos tóxicos da indústria, levou a uma mudança de interpretação da

síntese orgânica, passando a ser chamada de “química verde”.

Com esta necessidade emergente, recorreu-se a um elemento natural abundante na

natureza o carvão vegetal. O carvão como matéria orgânica é um dos elementos mais

versáteis da natureza, constituído por átomos de carbono e a sua ativação dá-se quando se

mistura com o oxigénio. O carvão ativado é obtido através da carbonização de várias

matérias primas e passa por um processo de gaseificação para aumentar o volume dos

poros. Conforme o tamanho dos poros, é definida a seleção do tamanho das partículas

retidas. A reação do carvão com o dióxido de carbono acima dos 800º faz com que as

moléculas de gás penetrem no interior do carvão e após a carbonização, o carvão ativado é

impregnado com prata coloidal que impede a propagação de bactérias. É considerado o

melhor absorvente até agora conhecido. O carvão ativado funciona como uma esponja

porosa e sólida de cor preta, pode ser fabricado na forma de pó ou granular a partir de

matérias primas diferentes. É usado em medicamentos, filtros de água e processos de

purificação química, essencialmente para filtrar soluções impuras, retirando as impurezas de

um meio sem que estas interfiram na sua composição.

Por esta razão se fala que este processo de purificação através da absorção com o carvão

ativado, até à relativamente pouco tempo, era dominante para o controle de resíduos

orgânicos e inorgânicos, principalmente a sua utilização na industria.

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Mas, apenas acontece o processo de absorção (química e física) durante um período de

tempo, e a evolução química orgânica criou um caminho exigente para alcançar novos

resultados para redução de resíduos desses compostos.

Em simultâneo com a utilização do carvão ativado através do processo de absorção e para

continuar a obter resultados de forma rápida na degradação de muitos compostos poluentes

de forma também eficiente, foram desenvolvidos métodos avançados de oxidação (MAO´s)

ou processos oxidativos avançados (POA´S), utilizando os radicais livres, mais

concretamente o radical Hidroxilo (-OH). Surgiram então novas ferramentas sintéticas para

que os resíduos fossem reduzidos em função de menor número de etapas. As reações

catalíticas, promovidas por uma molécula orgânica, aparecem como uma dessas

ferramentas. Este método foi inspirado na atuação de enzimas. Os mecanismos de reação

dos radicais hidroxilo podem ser pela:

ADIÇÂO ELECTROFÍLICA

HO* + X2C = CX2----X2C(oh)-C*X2

(adição eletrofílica de radicais de hidroxilo a compostos orgânicos com as suas ligações TT

resulta na formação de radicais orgânicos, como por exemplo com os hidrocarbonetos

insaturados ou compostos aromáticos)

TRANSFERÊNCIA DE ELECTRÕES

RX+HO*----RX+*+H2O

(quando são favorecidas, a remoção de hidrogénio e a adição de eletrofílica ocorrem reações

de transferência de eletrões, como nos hidrocarbonetos com coloração)

INTERÇÃO ENTRE RADICAIS

HO*+HO*---H2O2 H2O2+HO*---HO2+H2o

Em alguns casos a oxidação parcial do poluente é suficiente, tornando-o refratário e podendo

este sofrer a degradação oxidação biológica. Pode ser também feito um processo por

irradiação de UV por foto catálise, com reagentes bastante fortes como peróxido de

hidrogénio(H2O2), ozono(O3) e o dióxido de titânio (TiO2); de técnicas de oxidação com

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utilização de radiação ultrassónica (para criar ambiente oxidativo) e de processo

eletroquímico (oxidação anódica-destruição do poluente por transferência de eletrões).

A oxidação dos compostos orgânicos pode ser caracterizada pela extensão da degradação

dos produtos finais como:

-Degradação primária-alteração da estrutura do composto inicial

-Degradação definitiva- conversão do carbono a CO2

-Degradação aceitável- através da alteração da estrutura do composto inicial para reduzir a

toxicidade

-Degradação inaceitável- alteração da estrutura do composto inicial que provoca um

aumento de toxicidade

Estas metodologias foram estabelecidas na década de noventa e foram até hoje utilizados

essencialmente no tratamento de águas residuais. As suas vantagens em relação aos

métodos tradicionais (como é o caso da absorção do carvão ativado) são várias:

-Os poluentes são transformados quimicamente levando na maioria dos casos à sua total

degradação e não são apenas transferidos de uma fase para outra.

-Úteis para o tratamento de poluentes refratários resistentes

-Para remover dos resíduos industriais as suas propriedades organoléticas (cor, brilho, luz,

odor, etc.)

Apesar da progressão destes métodos, existem ainda algumas desvantagens

comparativamente aos métodos tradicionais da absorção; alto consumo energético, mais

tempo de retenção, formação de subprodutos de reação e outros, e um custo mais elevado.

2.

As indústrias farmacêutica e de produtos de higiene pessoal são sem sombra de dúvida

responsáveis pela produção em massa de resíduos (a maioria tóxicos) que podem provocar

um impacto ambiental a vários níveis. Apesar de a engenharia química aplicada à indústria

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em geral ser fundamental, visto ser a área com conhecimento responsável de transformar

matérias primas, trata-las e aperfeiçoar novos produtos de modo a não descartar os seus

respetivos resíduos; muito há a fazer para contornar esta sociedade de consumo emergente.

Estes produtos designados PPCP´S, são introduzidos no meio ambiente de forma

ininterrupta, nas águas superficiais através de: misturas complexas resultando do nosso

metabolismo como através das fezes e da urina do ser humano; má reciclagem dos

medicamentos fora de validade (são deitados a maioria das vezes no lixo normal e na sanita

das habitações); os resíduos hospitalares que continuam a ter uma má estrutura de recolha

e tratamento das matérias utilizadas; os compostos dos produtos de higiene que usamos

diariamente( com um simples lavar de mãos ou a tomar banho).Mais de 150 substâncias

ativas de compostos farmacêuticos têm sido encontradas nas águas residuais e superficiais.

Apesar de existirem leis rígidas e das fiscalizações constantes na indústria, a engenharia

química continua a desenvolver técnicas, conceitos, métodos para aperfeiçoar novos

produtos de modo a que o seu impacto no ambiente seja minimizado.

Existe uma solução eficaz e intemporal para qualquer erro de manipulação, utilização e de

hábitos do ser humano:

EDUCAÇÃO CÌVICA/SOCIAL de todos os cidadãos à escala global.

A repetição de maneiras de procedimentos bons perante tudo o que nos rodeia nas

formações, sejam elas em que contexto forem.

Formação/repetição/ insistência.

3.a) Meteorização dos carbonatos

CARBONATAÇÃO/ dissolução

CaCO3(s) + CO2(g) + H2O(l)=== Ca2 +(aq) +2HCO3-(aq)

b) O calcário, composto por carbonato de cálcio(calcite) e de carbonato de

magnésio(dolomite), é uma rocha de fácil meteorização nas regiões húmidas. Os efeitos da

carbonatação, através da dissolução de carbonatos provocados pelas águas pluviais ácidas,

que se infiltram nas rochas calcárias, dá-se com o ácido carbónico (água da chuva com dióxido

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de carbono), com esta reação prossegue a permanência da água nas cavernas formadas com

o ácido carbónico e os iões dissolvidos. A dissolução deste mineral apresenta-se quimicamente

sob a forma de uma solução de bicarbonato de cálcio (Ca (HCO3)2(aq):

CaCO3(s) + CO2(g) + H2O(l)=== Ca2 +(aq) +2HCO3-(aq)

Após esta situação ocorre um processo inverso pela evaporação e libertação de CO2 para a

atmosfera: processo de PRECIPITAÇÃO.

Ca (HCO3)2(aq)=== H2O (vapor) +CO2(g) +CaCo3(s)

Normalmente, como estamos a falar de terrenos de formação geológica muito cárstica, rica

em iões de sais de cálcio e formações de rochas maioritariamente calcárias, é por consequência

uma água sim de carácter muito básico. O bicarbonato de cálcio dissolvido em água deixa a

solução básica com um PH geralmente dos 7,5 aos 8,5, mas, nem toda água das grutas acumulam

águas pesadas com um grau de alcalinidade elevado. Depende sempre da estrutura geológica

e química que está envolvida.

4.

a) M M(MOD)𝐶37 𝐻43 𝑂20 𝑁5 𝑆2 =943g/mg/mol

2,9𝑥10−3 𝑔/𝑑𝑚3
𝐶(𝑀𝑂𝐷) 𝐶37 𝐻43 𝑂20 𝑁5 𝑆2 = 𝐶(𝑀𝑂𝐷) ≈ 3,08𝑥10−6
943/𝑚𝑜𝑙

R: O valor da concentração molar da matéria dissolvida é de 3,08x10−6g/l.

37𝑥12
b) 𝐶(𝐶) = 943
≈0,47mg/𝑑𝑚 3

𝐶(𝐶)=0,47𝑥2,9𝑚𝑔/𝑑𝑚3 𝐶(𝑀𝑂𝐷)=1,36𝑥10−3 g/𝑑𝑚3

R: A concentração da massa de carbono(C) na matéria orgânica é de 1,36x10−3 g/𝑑𝑚 3.

5. Embora possa variar a escolha de qual dos métodos a usar para reduzir o sal nas águas
residuais, pois cada um pode trazer vantagens ou desvantagens consoante o a apresentação

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da água, se tem muito ou pouco sal e também de soluções económicas e o grau de exigência
de qualidade para que vai ser utilizada.

Podemos usar o processo de:

DESTILAÇÃO, apesar de ser um processo ainda caro e dos mais antigos a ser utilizados como
técnica de dessalinização, através da evaporação pelo aquecimento da água os sais ficam
acumulados no fundo e a água evaporada passa a destilada para água mais pura. Muito usado
agora também na sociedade para sustentação de campos de golfe e regas municipais
(finalmente).

TROCA IÒNICA, usada para remover iões de cálcio e sódio. Ajuda a tornar a água mais leve.
A troca de iões é feita com a ajuda de uma resina (que tem uma carga adicional de iões) que
retém os iões indesejados e liberta a sua dureza.

OSMOSE INVERSA, muito usada esta técnica não só para dessalinizar a água do mar, mas
também a água dos lagos e rios (salobra). Este processo è uma separação feita através de
uma membrana semipermeável em que a água é forçada a passar para ser feita a separação
dos sais pretendidos. Este processo na maioria das vezes conjugado com outros, sendo
provavelmente de maior eficácia pois consegue remover cerca de 99% dos sais existentes nas
águas.

6.

a) O índice de dureza da água é uma medida que define o número de iões de cálcio (Ca2+) e
também de magnésio (Mg2+). A sua medida apresenta-se por “partes por milhão” (ppm) ou
também por “miligramas por litro” (mg/l) de carbonato de cálcio (CaCO3), como já havia falado
anteriormente. Por este índice de dados, conseguimos chegar a um valor de concentração de
sais nas águas.

6b) O índice de cálculo dos valores de concentração de sal nas águas (sejam residuais ou não)
é de uma importância absoluta. O grau de dureza das águas pode interferir na produção
industrial; desde indústria farmacêutica, alimentar, de higiene (como também já foi
referenciado anteriormente). Também nos equipamentos da indústria, mas essencialmente
nos de casa, para não falar na importância que isso transfere para o organismo humano,
causando problema de saúde muitas vezes irreversíveis (como na formação de pedra nos rins
e problemas digestivos).

PS: Sem ferir suscetibilidades…. Prefiro escrever manualmente. UF

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