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Eletrofloculação para Tratamento de Efluentes
João Antônio Viana Neto, Lucas Ribeiro Lopes Leites, Mariana Ferreira Gonçalves, Rayan Schio e
Thays Mendes Santos
Resumo-- Nos últimos anos, o impacto causado pelas indústrias
ao meio ambiente tem sido agravado e afetado diversos recursos
naturais. Por conta disso, é encorajado buscar novos métodos
para reduzir esse dano a natureza. O artigo tem como objetivo
introduzir o tema de eletrofloculação para o tratamento de
efluentes em uma indústria têxtil, esclarecer cada etapa dos
processos de tratamento físicos e químicos, passar por uma base
teórica sobre coagulação e floculação para esclarecer e apresentar
as etapas da eletrofloculação e relatar um procedimento
experimental.
Palavras-chave—Eletrofloculação; Tratamento de Efluentes;
colóide.
I. INTRODUÇÃO
A atividade humana, industrial ou não, gera diversos
resíduos. São descarregadas grandes quantidades de
efluentes industriais, lixo e resíduos líquidos, causando a
poluição de fontes de água. Óleos, graxas e corantes e outros
subprodutos ocasionam inúmeros problemas ao meio
ambiente, sendo que uma parte do processo de contaminação
pode ser atribuída às atividades das indústrias têxteis,
farmacêuticas e químicas, da agricultura, resíduos domésticos,
esgotos sanitários e das refinarias de petróleo. Devido à
ausência de recursos hídricos, alternativas têm sido
desenvolvidas para o tratamento desses compostos orgânicos
tóxicos.
A água residual oriunda da indústria têxtil traz problemas ao
meio ambiente e corresponde a uma das principais fontes de
contaminação aquosa. O tingimento e as operações de
acabamento da indústria geram grandes quantidades de
resíduos com elevadas cargas orgânica e inorgânica, além de
elevada coloração. Estes resíduos possuem também grande
quantidade de surfactantes e agentes quelantes que podem
provocar a eutrofização, além de perturbações na vida aquática
(CRESPILHO et al., 2004). Para obter-se um ambiente limpo,
é necessário remover estes resíduos da água. Assim sendo,
J. A. Viana é acadêmico do curso de Engenharia Química da Universidade
Federal do Pampa, campus Bagé (e-mail: joaoantoniov@outlook.com).
L. R. L. Leites é acadêmico do curso de Engenharia Química da
Universidade Federal do Pampa, campus Bagé (e-mail:
lucaslopeslvt@gmail.com).
M. F. Gonçalves é acadêmica do curso de Engenharia Química da
Universidade Federal do Pampa, campus Bagé (e-mail:
mfg1999@hotmail.com).
R. Schio é acadêmico do curso de Engenharia Química da Universidade
Federal do Pampa, campus Bagé (e-mail: nayarschio@gmail.com).
T. M. Santos é acadêmica do curso de Engenharia Química da
Universidade Federal do Pampa, campus Bagé (e-mail:
thaysmends@outlook.com).
busca-se uma técnica de baixo custo e aplicação fácil para o
tratamento de efluentes industriais.
II. REFERENCIAL TEÓRICO
A. Tratamento de Efluentes
Hoje existem vários métodos para o tratamento de água
residual em todos ramos industriais. O objetivo do tratamento
é transferir a fase do material transformando compostos
tóxicos em compostos inertes ou em menos agressivos. Dentre
os principais processos físicos mais eficientes está a adsorção
em carvão ativado, coagulação e flotação (AQUINO NETO et
al., 2011).
As características físicas, químicas e biológicas do poluente
determinam a escolha do tratamento a ser realizado. O
processo é escolhido pelos contaminantes bem como pela sua
carga poluidora. Analisa-se, também, diversos parâmetros
como a matéria orgânica existente.
1) Processos Físicos
São os processos que removem principalmente os sólidos
sedimentáveis e flutuantes, através de peneiramento e flotação.
Esses processos removem, principalmente, matéria orgânica e
inorgânica que ficam em suspensão coloidal.
2) Processos Químicos
Utilizam- se de químicos como: neutralizadores de pH,
oxidantes, coagulantes e floculantes. Com esses produtos,
através de reações químicas, são removidos os poluentes em
diferentes etapas de tratamento. Exemplo de alguns processos
utilizando- se químicos: cloração; oxidação para desinfecção;
precipitação; redução de cromo.
3) Processos Biológicos
Basicamente nos processos biológicos, é removido a
matéria orgânica reproduzindo os fenômenos da natureza,
porém em menos tempo.
B. Processos Físicos e Químicos para o Tratamento de
Efluentes
1) Coagulação e Floculação
A coagulação e floculação são processos relacionados que
têm como finalidade a remoção de substâncias coloidais, isto
é, um material sólido em suspensão (cor) ou dissolvido
(turbidez).
Na coagulação acontece a eliminação das cargas repulsivas
que impossibilita que as superfícies coloidais se aproximem e
possam formar os flocos. Esse processo é alcançado na
utilização de eletrólitos químicos com cargas opostas às cargas

do colóide.
As partículas coloidais têm como predominância a carga
negativa, o qual impede que colóides se aproximem
espontaneamente, visto isso, eles ficam separados e/ou
dissolvidos no efluente e não são retirados no tratamento
preliminar, nem no biológico, porque geralmente são
compostos químicos não biodegradáveis. Para a eliminação
das cargas negativas, são utilizados eletrólitos de alta valência
com carga positiva; geralmente utiliza-se Ferro (Fe3+) e
Alumínio (Al3+).
Para finalizar o processo de coagulação, ocorre uma
agitação mecânica do efluente para todas as cargas serem
anuladas, além disso, ocorre a interação das moléculas,
formando conglomerados de maior massa para facilitar a
extração.
No processo de floculação a agitação fica mais lenta para
que as partículas já coaguladas formem partículas de maior
escala, chamadas flocos, que em seguida serão retirados por
sedimentação. Estes processos seguintes da sedimentação
facilitam a remoção da cor e turbidez do efluente a ser tratado.
2) Eletrofloculação
A eletrofloculação é um processo eletrolítico, utilizado para
o tratamento de efluentes, o qual cria-se flocos do poluente
desejado e facilita a retirada do mesmo após o processo
aplicando outros métodos de separação.
Utiliza-se como coagulante íons de Ferro (Fe3+ ou Fe2+) ou
Alumínio (Al3+), que são gerados no local, tanque reator com
funcionalidade de uma célula eletrolítica, por meio de
oxidação dos eletrodos submersos em uma solução aquosa
após uma aplicação de corrente elétrica.
C. Etapas para Eletrofloculação
No ânodo (eletrodo metálico que aumenta seu nível de
oxidação) são formados os íons positivos (1), em seguida estes
reagem com moléculas de água para a formação de hidróxidos
(4), junto a isso a eletrólise da água (2) com a formação de
microbolhas de gás oxigênio [O2(g)]. Paralelamente, no
cátodo, é formado bolhas de gás hidrogênio [H2(g);4] que
auxiliará no processo de flotação dos flocos formados. Os
hidróxidos gerados no ânodo adsorvem-se em partículas
coloidais, dando origem aos flocos. Em seguida, os flocos
formados adsorvem o poluente por meio de complexação
como por atração eletrostática pelas forças de Van der Waals.
Ocorre a flotação dos flocos com ajuda das microbolhas de gás
hidrogênio e oxigênio na primeira etapa do processo.
D. Procedimento Experimental
Baseando-se no artigo postado na Revista Nacional de
Gerenciamento de Cidades, no qual o objetivo do trabalho foi
abordar sobre a “Utilização do método da eletrofloculação
para tratamento de efluentes industriais” o experimento se
inicia com a montagem de um béquer contendo o efluente com
dois tubos cilíndricos ligados à cabos banana que são ligados a
um transformador de energia.
Nesse béquer foi adicionado aproximadamente 15 gramas
do sal cloreto de sódio e outra de 10 gramas para serem
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comparados. Foi feita uma homogeneização e adicionado os
tubos cilíndricos para então se iniciar a eletrofloculação a
aproximadamente 15 V.
Após alguns minutos nota-se a uma mudança de cor do
efluente e uma leve camada que se forma na superfície. A cada
10 minutos de experimento amostras são retiradas a para
análise, determinando sua cor aparente, condutividade e pH.
No término do experimento a amostra deve ser
homogeneizada e filtrada com papel filtro. Para a
determinação da Demanda química de Oxigênio (DQO) o
efluente é colocado em um bloco digestor durante duas horas a
uma temperatura de 150°C e então a absorvância é medida
pelo método espectrofotométrico.
III. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com o artigo presente, foi possível entender os conceitos de
tratamento de efluentes através da eletrofloculação, química
ambiental (geração de resíduos e efluentes) e análise de
experimentos obtidos em laboratório. Conclui-se que a
eletrofloculação é um método ainda pouco aplicado, mas que
possui uma grande gama de utilidades para o tratamento de
efluentes industriais.
IV. AGRADECIMENTOS
Os autores do presente artigo agradecem ao professor
Doutor Carlos Nascimento Sonier por sua orientação.
V. REFERÊNCIAS
[1] AQUINO NETO, S.; MAGRI, T. C.; da Silva, G. M.; de Andrade, A.
R.. Tratamento de resíduos de corante por eletrofloculação: um
experimento para cursos de graduação em química. Química Nova, v.
34, n. 8, p. 1468-1471, 2011.
[2] Baia, A.C.F.; Rafael, T.N.; Baia, C.F.; Sena, J.A.; da Silva, E.F.; dos
Santos, M.A.B.. Aplicação da Técnica de Eletrofloculação para
Remoção de Corante Presente em Solução Aquosa. In: 58º Congresso
Brasileiro de Química, 2018, São Luís.
[3] CRESPILHO, Frank Nelson; SANTANA, Claudemir Gomes;
REZENDE, Maria Olímpia Oliveira. Tratamento de efluente da
indústria de processamento de coco utilizando eletroflotação. Química
Nova, v. 27, n. 3, p. 387-392, 2004.
[4] DE LIMA CARVALHO, Diéury; DE SOUZA, Marco Antonio Cardoso;
ZEMPULSKI, Denise Aparecida. UTILIZAÇÃO DO MÉTODO
ELETROFLOCULAÇÃO PARA TRATAMENTO DE EFLUENTES
INDUSTRIAIS. Revista Nacional de Gerenciamento de Cidades, v. 3, n.
14, 2015.
VI. BIOGRAFIAS
João Antônio Viana Neto, nascido em 05 de abril
de 1999, natural de Bagé- RS. Concluiu o ensino
médio, em Bagé, na escola estadual Carlos Antônio
Kluwe em 2016. Atualmente acadêmico do curso de
engenharia química, 5° semestre, na Universidade
Federal do Pampa. Vice-presidente do Diretório
Acadêmico de Engenharia Química (DAEQ).
Lucas Riberio Lopes Leites, nascido em 04 de
abril de 1999, natural de Santana do Livramento-
RS, concluiu seu ensino médio na E. E. Educ.
Básica General Neto em 2016. Atualmente
acadêmico no 5º semestre do curso de Bacharelado
em Engenharia Química na Universidade Federal do
Pampa, Bagé.
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Mariana Ferreira Gonçalves nasceu em 07 de

julho de 1999 em Pelotas, Rio Grande do Sul.
Concluiu o ensino médio no Colégio Franciscano
Espírito Santo, em Bagé, no ano de 2016. É discente
do curso de Engenharia Química na Universidade
Federal do Pampa e atual Presidente do Diretório
Acadêmico de Engenharia Química (DAEQ).

Rayan Schio nasceu em Bagé, no Rio Grande do

Sul, em 20 de janeiro de 2000. Seu ensino médio foi
concluído na Escola Estadual de 2º Grau Dr Carlos
Antônio Kluwe. Rayan em 2017 entrou na
Universidade Federal do Pampa, atualmente está
cursando o 5º semestre de engenharia química ,
atuou na diretoria de comunicação e marketing do
XXIII Congresso Regional dos Estudantes de
Engenharia Química (COREEQ) em Bagé,
participou do projeto arborizar indo além dos plantios e a secagem e
desidratação osmótica de materiais biológicos in natura e pré-tratado
osmoticamente. Prestando o processo seletivo para consultoria e projetos de
engenharia (CPEn Jr), atualmente com grande satisfação é diretor de gestão
de pessoas.

Thays Mendes Santos nasceu em 10 de novembro

de 1999. Concluiu seu ensino médio na ITB Prof.
Munir José em 2016. Atualmente cursa Engenharia
Química na Universidade Federal do Pampa.