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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DA BAHIA

DISCENTE: Laura Ribeiro Santos

DOCENTE: Aline Magalhães

DISCIPLINA: Tratamento e Abastecimento de Água

DATA DE ENTREGA: 13/09/2022

MECANISMOS DE COAGULAÇÃO

• Compressão da dupla camada:

É o primeiro mecanismo de coagulação e ocorre através do aumento da força


iônica, a partir da concentração de íons que ocasiona a compressão da camada difusa. É
o que ocorre nas estações de tratamento de água, onde se costuma usar sulfato de alumínio
para precipitar os sólidos em suspensão.

De acordo com Schulze-Hardy (1900), a intenção da compressão da dupla camada


é obter a dispersão de íons de carga positiva trivalentes como ferro ou alumínio. Assim,
os íons de carga positiva atravessam a camada compacta, reduzindo a magnitude do
potencial zeta e a espessura da dupla camada, permitindo a posterior aproximação das
partículas.

Além disso, as inconsistências da teoria da compressão da dupla camada residem


na independência da dosagem coagulante com a concentração de partículas coloidais e
nos maus resultados auferidos com o emprego de sais de cálcio e magnésio como
coagulantes com dosagens superiores às preconizadas pela lei de Shulze-Hardy.

• Adsorção-neutralização:

Ocorre imediatamente após a dispersão do coagulante na massa líquida.


Dependendo do pH do meio, há formação de diversas espécies hidrolisadas de carga
positiva que podem ser adsorvidas na superfície das partículas, desestabilizando-as.

Além disso, a adsorção-neutralização como mecanismo de coagulação deve


predominar em estações de filtração direta de escoamento ascendente e descendente, pois
os microflocos formados apresentam baixa velocidade de sedimentação e alta resistência
ao cisalhamento decorrente das forças hidrodinâmicas do escoamento, sendo assim
eficientemente retidos nos interstícios do meio filtrante.

• Varredura:

O processo de varredura se dá em função do pH de coagulação, pois à medida que


se eleva progressivamente, a dosagem do coagulante passa a predominar. Em função das
dosagens de coagulante e do pH do meio, as partículas coloidais são adsorvidas e as
suspensas envolvidas pelo precipitado de hidróxido de alumínio ou de ferro.

Além disso, o mecanismo da varredura inequivocadamente conduz a dosagens


mais elevadas, quando cotejadas às necessárias à adsorção-neutralização. Desta forma, o
floco formado adquire maior peso, sedimentando-se com maior facilidade nas unidades
de decantação, tomando tal mecanismo predominante nas estações convencionais de
tratamento de água. Também quando do emprego da flotação como etapa de separação
dos flocos, a coagulação ocorre por varredura.

• Ponte interparticular:

Essas substâncias podem ser definidas como compostos orgânicos de longas cadeias
constituindo-se de série repetitiva de unidades químicas unidas por ligações covalentes formando
moléculas denominadas monômeros, e o peso molecular do polímero é consequência da soma dos
pesos dos diversos monômeros.

No emprego dos polímeros, a coagulação pode efetuar-se por intermédio da formação de


pontes químicas, quando as partículas coloidais são adsorvidas na superfície das diversas cadeias
dos polímeros. Para tal finalidade, a molécula do polímero deve ser longa o suficiente para
minimizar o efeito repulsivo da dupla camada quando da aproximação de mais de uma partícula
e permitir a adsorção em sua superfície. Há relação direta entre a área superficial das partículas
coloidais e a dosagem ótima de polímeros, e a melhor agregação não necessariamente ocorre para
potencial zeta nulo. De acordo com Letterman, Amirtharajah, O’Melia (1999), íons como cálcio
podem afetar a formação destas pontes químicas por interagirem com a superfície das cadeias dos
polímeros.

A despeito do alto custo quando comparado aos sais de ferro e alumínio, os polímeros
são com alguma frequência, especialmente nos EUA, utilizados como coagulantes primários para
águas naturais de baixa cor verdadeira sobretudo em estações de filtração direta. Nestas
circunstâncias predominam os polímeros catiônicos de menor peso molecular e seu uso tem
apresentado algumas vantagens, tais como:
• Especificamente para estações de filtração direta, formação de microflocos
resistentes à erosão nos interstícios do meio filtrante;
• Redução do volume de iodo gerado;
• Redução de gastos com alcalinizantes para correção do pH final, uma vez que
menores dosagens de coagulante minimizam a queda mais acentuada do pH de
coagulação; e
• Maior facilidade de desidratação do iodo gerado compara aos sais de ferro e
alumínio.

REFERÊNCIAS

BALTAR, C.A.M. Processos de agregação. Disponível em:


http://mineralis.cetem.gov.br/bitstream/cetem/745/1/CCL00350010.pdf. Acesso em: 13
set. 2022.
LIBÂNIO, Marcelo. Características das águas naturais. In: LIBÂNIO, Marcelo.
Fundamentos de qualidade e tratamento de água. São Paulo: Editora átomo, 2010.

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