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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA

BAHIA – IFBA
CAMPUS VITÓRIA DA CONQUISTA
ENGENHARIA AMBIENTAL

GABRIELA CARVALHO SILVA

FICHAMENTO DOS ASSUNTOS: COAGULAÇÃO, FLOCULAÇÃO,


DECANTAÇÃO E FILTRAÇÃO.

10/05/2022
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
GABRIELA CARVALHO SILVA

FICHAMENTO DOS ASSUNTOS: COAGULAÇÃO, FLOCULAÇÃO,


DECANTAÇÃO E FILTRAÇÃO.

Fichamento que deverá ser


utilizado como método de
avaliação na matéria de
Operações Unitárias ministrada
pela professora Me. Aline
Magalhães.

10/05/2022
VITÓRIA DA CONQUISTA – BA
Capítulo 07 – Coagulação.

 A coagulação consiste essencialmente na desestabilização das partículas


coloidais e suspensas realizada pela conjunção de ações físicas e reações
químicas, com duração de poucos segundos, entre o coagulante - usualmente um
sal de alumínio ou de ferro -, a água e as impurezas presentes. Em solução
aquosa os íons metálicos de ferro e de alumínio, positivamente carregados,
formam fortes ligações com os átomos de oxigênio podendo coordenar até seis
moléculas de água ao redor, liberando os átomos de hidrogênio (aumentando a
concentração do íon H+) e reduzindo o pH da suspensão. Este processo
denomina-se hidrólise e os produtos formados constituem-se as espécies
hidrolisadas de ferro e alumínio, podendo culminar, em função da dosagem, no
precipitado de hidróxido do metal.

 O processo de coagulação efetua-se na unidade de mistura rápida da estação e,


está presente na quase totalidade das tecnologias de tratamento, excetuando-se a
filtração lenta. Nas estações convencionais a eficiência da coagulação influi no
desempenho das demais etapas do tratamento, favorecendo a qualidade
microbiológica do efluente, aumentando a duração das carreiras dos filtros e
reduzindo o custo do metro cúbico de água tratada.

 O objetivo principal da coagulação, e da floculação como via de consequência,


consiste em elevar significativamente a velocidade de sedimentação do
aglomerado de partículas a ser formado pela adição do coagulante. Para estações
de tratamento dotadas de unidades de flotação, persiste o objetivo da coagulação
em fomentar a agregação das partículas, porém sem conferir-lhes elevada
velocidade de sedimentação que prejudique o arraste pelas bolhas de ar.

Compressão da Dupla camada.

 A introdução de um eletrólito indiferente num sistema coloidal causará um


aumento na densidade de cargas na camada difusa e diminuirá a “esfera” de
influência das partículas, ocorrendo a coagulação por Compressão da Camada
Difusa. Concentrações elevadas de íons positivos e negativos acarretam
acréscimo do número de íons na camada difusa que, para manter-se 18
eletricamente neutra, tem seu volume reduzido, de tal modo que as forças de
Van der Waals sejam dominantes, eliminando a estabilização eletrostática.

Adsorção-desestabilização

 O mecanismo de adsorção-neutralização de carga é muito importante quando o


tratamento é realizado através da tecnologia de filtração direta, pois as partículas
desestabilizadas são retidas no meio filtrante. A desestabilização de uma
dispersão coloidal consiste nas interações entre coagulante-coloide, coagulante
solvente e coloide-solvente. As interações coagulante-solvente são responsáveis
pela adsorção do coagulante na interface coloide-água. No caso de espécies
hidrolisadas de alumínio e ferro ou de polímeros sintéticos catiônicos, é comum
ocorrer a adsorção específica, causada pela interação entre coagulante e coloide.

Varredura

 A formação de precipitados do tipo Al(OH)3 ou Fe(OH)3 poderá ocorrer


dependendo da quantidade adicionada destes sais, do pH da mistura e da
concentração de alguns tipos de íons na água. As partículas coloidais são
envolvidas pelos precipitados e, como este mecanismo não depende da 19
neutralização da carga dos coloides, a condição ótima da coagulação pode não
corresponder àquela em que é mínimo o potencial zeta. O mecanismo de
varredura é intensamente utilizado nas estações de tratamento em que se tem a
floculação e a sedimentação antecedendo a filtração, pois os flocos resultantes
são de maior tamanho e apresentam velocidades de sedimentação relativamente
maiores do que os dos flocos obtidos com a coagulação realizada no mecanismo
de adsorção-neutralização.

Formação de pontes químicos

 Este mecanismo é desenvolvido por intermédio da utilização de compostos


orgânicos utilizados como coadjuvantes de coagulação. Existe uma variedade
significativa de compostos orgânicos sintéticos e naturais caracterizados por
grandes cadeias moleculares, que apresentam sítios ionizáveis ao longo da
cadeia e atuam como coagulantes.

Fatores intervenientes na coagulação


 Diversos fatores haverão de interferir em maior ou menor monta no processo de
coagulação. Embora não existam hierarquias absolutas em termos da
coagulação, dentre os principais fatores intervenientes destacam-se o tipo de
coagulante, o pH e a alcalinidade da água bruta, a natureza e a distribuição dos
tamanhos das partículas causadoras de cor e turbidez, e a uniformidade de
aplicação dos produtos químicos na massa líquida. Em menor grau podem
também ser mencionados a presença de íons, a concentração e a idade da
solução de coagulante, a temperatura da água e, dependendo do mecanismo
predominante, o gradiente de velocidade e o tempo de agitação na unidade de
mistura rápida.

Capítulo 8 – Floculação.
 A floculação é uma das operações unitárias106 da clarificação que se constitui
um conjunto de fenômenos físicos, nos quais se tenciona em última instância
reduzir o número de partículas suspensas e coloidais presentes na massa líquida.
Para tal, comecem-se condições, em termos de tempo e agitação - como para as
unidades de mistura rápida, vale afirmar, tempo de detenção e gradiente de
velocidade -, para que ocorram os choques entre as partículas anteriormente
desestabilizadas pela ação do coagulante objetivando a formação dos flocos a
serem posteriormente removidos por sedimentação/flotação ou, nas estações de
filtração direta, nas próprias unidades de filtração. Também no mesmo contexto
das unidades de mistura rápida, a energia dissipada na massa líquida para
fomentar a aglutinação das partículas pode ser de origem mecânica ou
hidráulica.

 Para as estações convencionais de tratamento a aferição do êxito da floculação


efetua-se pelas características da água decantada, cujo monitoramento centra-se
na turbidez e, com menor frequência, na cor aparente.

Mecanismos de transporte e intervenientes na floculação

 Na realidade a menção aos mecanismos intervenientes na floculação refere-se à


forma como o transporte das partículas desestabilizadas realiza-se para a
formação dos flocos. O mecanismo de transporte predominante será função das
dimensões das partículas desestabilizadas e da progressiva formação e
crescimento dos flocos. O transporte das partículas pode ocorrer em virtude
basicamente de três fenômenos:
i) ao movimento Browniano107 - denominado floculação pericinética;
ii) às diferenças de velocidade das linhas de corrente do fluido em escoamento-
denominado floculação ortocinética;
iii) às distintas velocidades de sedimentação dos flocos sedimentação
diferencial;

 O movimento aleatório das partículas coloidais de dimensão inferior a 1 µm


permite que ocorram os primeiros choques. Pode-se afirmar que os primeiros
contatos entre as partículas desestabilizadas iniciam-se já na unidade de mistura
rápida, decorrentes do movimento Browniano e da ação da gravidade. Nesta
fase, as partículas coloidais desestabilizadas chocam-se e aglomeram-se
formando pequenos flocos com dimensões usualmente inferiores a 1 µm. A
despeito da menor relevância da floculação pericinética na formação dos flocos,
possibilidade de contato entre os flocos já formados de maior dimensão com as
partículas desestabilizadas remanescentes é governada pelo movimento
Browniano.

 Já a floculação ortocinética decorre da introdução de energia externa que


fomenta a aglutinação das partículas desestabilizadas e dos microflocos -
formados inicialmente por intermédio do movimento Browniano -, para a
formação de flocos de maior peso, passíveis de serem removidos por
sedimentação ou flotação. Os parâmetros inerentes à eficiência da floculação são
o gradiente de velocidade e o tempo de detenção hidráulico, quer no processo de
agregação das partículas, quer no processo de erosão dos flocos. Assim, a
floculação ortocinética é o único mecanismo no qual o profissional pode atuar de
forma a otimizar a operação. Cabe ressaltar que este mecanismo continua a atuar
mesmo após a unidade de floculação. Dependendo da configuração da estação
de tratamento, o canal de água floculada, as comportas de acesso aos
decantadores e a própria cortina de distribuição permitem que a floculação
ortocinética ainda ocorra.
Mecanismos de agregação e ruptura dos flocos
 O conjunto de fenômenos físicos que caracterizam os mecanismos de
transporte intervenientes na floculação abordados anteriormente converge
para outros dois mecanismos, tão essenciais quanto conflitantes à eficiência
desta operação: a agregação e a ruptura dos flocos. Nessa premissa, em
função das características da água e das condições de coagulação e
floculação, o crescimento dos flocos efetua-se até um tamanho limite para o
qual se equivalem as tensões de cisalhamento e as forças de aglutinação que
mantêm as partículas desestabilizadas aderidas à estrutura do floco. Com o
progressivo aumento das dimensões e da densidade, aliada à melhor
sedimentabilidade, ocorre elevação da área superficial dos flocos
favorecendo a prevalência das forças hidrodinâmicas que tendem a provocar
o descolamento destas partículas.

 Concorre para maximizar os efeitos da ruptura o fato dos flocos rompidos


dificilmente voltarem a se formar para as mesmas condições de floculação,
mesmo quando se verifica o emprego de polímeros orgânicos como
coagulantes primários. Nestes casos, após a ruptura do floco, há tendência de
que os segmentos dos polímeros envolvam completamente a mesma
partícula, reestabilizando-a e evitando a agregação.

 Embora a consistência do floco varie com as condições de coagulação e


características da água bruta, pode se afirmar que, em escala real, gradientes
de velocidade mais baixos (inferiores a 30 s') somente em circunstâncias
atípicas, em termos de tempo de floculação, haverão de favorecer a ruptura
dos flocos. Para gradientes mais baixos a tendência assintótica do aumento
da eficiência com o tempo de floculação deixa de ocorrer somente para
tempos mais elevados e neste contexto é absolutamente incomum no País
unidades de floculação com tempos de detenção superiores a 50 min. Em
contrapartida, para gradientes de velocidade mais elevados, o tempo a partir
do qual predominam os mecanismos de ruptura ocorre dentro do intervalo no
qual se insere a maioria das unidades de floculação em operação nas estações
de tratamento de água brasileiras. Desta forma, verifica-se, a não ser em
situações muito peculiares, o aumento na eficiência da floculação - obtenível
com a construção de novas câmaras ou de unidades de floculação em
paralelo - quando o tempo de detenção é elevado e os gradientes de
velocidade aplicados são de menor magnitude.
Fatores intervenientes na floculação

 Evidentemente que todos os fatores intervenientes no processo da


coagulação podem ser listados como relevantes na eficiência da floculação.
Além da coagulação propriamente dita, o gradiente de velocidade e o tempo
de detenção ou tempo de floculação constituem-se indubitavelmente nos
principais fatores intervenientes na floculação, ainda que para as unidades
mecanizadas as geometrias das câmaras e das paletas possam também ser
secundariamente mencionadas. Tais parâmetros governarão a densidade e o
tamanho dos flocos formados, reduzindo a turbidez e/ou cor aparente da
água decantada ou, para estações de filtração direta, conferindo aos flocos
maior resistência aos efeitos de cisalhamento provocado pelas forças
hidrodinâmicas do escoamento maximizando a retenção nos interstícios do
meio filtrante.

Comparação entre os tipos de floculadores

 Na definição do tipo de floculador a ser empregado, os métodos hidráulicos


têm sido, via de regra, preteridos pelos mecanizados nos recentes projetos de
construção e ampliação de estações de tratamento de água de médio e grande
porte. A despeito desta supremacia,' na comparação entre as distintas
unidades de floculação algumas constatações são inequívocas. Os
floculadores hidráulicos praticamente prescindem de manutenção e não
demandam gastos com energia elétrica, sendo a alternativa mais viável para
as localidades distantes dos centros mais desenvolvidos. Adicionalmente,
apresentam custo de implantação inferior ao das unidades mecanizadas, à
exceção, provavelmente, dos floculadores de escoamento horizontal de
menor profundidade.

 As principais restrições a este tipo de unidade residem na maior perda de


carga, como consequência do maior número de câmaras e do tamanho da
abertura relacionar-se com o gradiente de velocidade na câmara, e na
discutível dificuldade de alteração da magnitude dos gradientes de
velocidade, para adequá-los aos câmbios das características da água bruta.

 Por fim, assim como para a tecnologia de tratamento, para definição do tipo
de unidade de floculação a ser utilizada há de se considerar primordialmente
a localização geográfica da estação e as características da população a ser
abastecida — permitindo estimar os custos, e a perspectiva de manutenção
adequada dos equipamentos e da qualidade da operação além do nível de
proteção do manancial, visando a avaliar as possibilidades de alterações
significativas das características da água bruta.
Capítulo 09 – Decantação.

 A decantação, junto com a flotação, consiste na operação unitária que via de


regra traduz a eficiência das etapas que a precedeu, ou seja, a coagulação e
floculação, e em alguns casos mesmo a pré-desinfecção quando se objetiva a
remoção de ferro e manganês. Na decantação aos flocos formados anteriormente
são fornecidas condições que os permitam depositar pela ação da gravidade.
Ambas operações objetivam diminuir o afluxo de partículas às unidades
filtrantes, consistindo na última etapa da clarificação dentro do contexto de
múltiplas barreiras no qual o tratamento de água se insere. Desta forma, a
nomenclatura correta preconiza referir às partículas sedimentadas e ao efluente
como água decantada.

 A decantação realizada conjuntamente com a floculação nas unidades


denominadas decantadores de manto de Iodos é muito mais recente remontando
ao século passado na índia. Por volta de 1932, a empresa inglesa Candy
Company construiu um tanque de sedimentação piramidal, semelhante ao
denominado Tanque Imhoff extensivamente utilizado a partir de 1906 no
tratamento de águas residuárias. Objetivando conferir melhor distribuição do
afluente à unidade e reduzir os custos de construção, diversos modelos de
decantadores de manto de Iodos foram posteriormente desenvolvidos na
Inglaterra, França e Hungria, após a 2a Guerra (Gregory; Zabel, 1990).

Distribuição de água floculada

 Provavelmente o primeiro fator interveniente relacionado especificamente à


decantação consiste na equânime distribuição da água floculada. Em diversas
estações, as unidades de floculação são construídas contiguamente em relação
aos decantadores, de tal forma que se prescinde de dispositivo específico para
permitir a afluência da água floculada. A saída do floculador conecta-se
diretamente à entrada do decantador e nestas circunstâncias comumente associa-
se uma unidade de floculação a uma de decantação.

 Para estações de tratamento operando com sobrecarga, por vezes, o


prosseguimento da floculação ao longo dos canais de distribuição de água
floculada, nos quais há baixa velocidade de escoamento, resulta em maior
sedimentabilidade aos flocos formados. Todavia, os benefícios advindos da
floculação incidental - consubstanciados, em última instância, em carreiras de
filtração123 mais longas - frequentemente anulam-se em função da
desuniformidade na distribuição de água floculada aos decantadores.
Adicionalmente, a elevação dos gradientes de velocidades por meio das
comportas concorre também para reduzir a eficiência da decantação pela
possibilidade de ruptura dos flocos precocemente formados.

Sedimentação de partículas discretas


 A agregação das partículas e a perspectiva da formação dos flocos perdurar na
unidade de decantação inviabilizam o delineamento de um modelo matemático
que estime a velocidade de sedimentação e a consequente remoção das
partículas suspensas e coloidais presentes na água bruta. Tais estimativas
acabam por ser realizadas por meio de ensaios em reatores estáticos ou, de forma
muito mais restrita no País, em colunas de sedimentação.

 A premissa que a deposição dos flocos dar-se-á como sedimentação discreta


fundamenta a determinação do parâmetro mais importante no dimensionamento
e também no funcionamento das unidades de decantação.127 A velocidade de
sedimentação ou taxa de aplicação superficial é delineada com base no conceito
de que as partículas, ao adentrarem à unidade de decantação, haverão de se
sedimentar mantendo sua individualidade ou, em outras palavras, eventuais
choques não causarão agregação e formação de flocos mais pesados. Além da
sedimentação discreta, a taxa de aplicação superficial encontra respaldo no
conceito de decantador ideal, para o qual os efeitos adversos a esta operação
unitária não se manifestam.

Sedimentação de partículas floculentas

 A impossibilidade de se prever a ocorrência e a efetividade dos choques entre os


flocos na unidade de decantação, toma difícil sintetizar a sedimentação de
partículas floculentas em termos de modelação matemática. Assim, a estimativa
da taxa de aplicação superficial poderia ser realizada por meio de um contador
de partículas que fornecesse o número e a distribuição dos tamanhos dos flocos -
ainda assim seria necessário estimar a densidade destes. Todavia, ao contrário do
que se sucede com partículas de areia, a possibilidade de quebra dos flocos
quando do uso deste equipamento é muito significativa.

 Alternativa de razoável fidedignidade aos ensaios para estimativa da velocidade


de sedimentação consiste em se utilizar dados de outra unidade de decantação à
qual aflua água de características semelhantes. Logicamente esta alternativa
viabiliza-se no caso de ampliação da própria unidade de tratamento ou para
construção de estação cujo manancial já é utilizado por outra estação e a
coagulação e floculação dar-se-ão nas mesmas condições.

Adensamento e Desidratação de Lodos

 Os lodos gerados na potabilização usualmente necessitam de adensamento antes


de se promover a desidratação. O adensamento consiste na produção de um lodo
concentrado obtida comumente com a adição de polímeros, na qual seja possível
a remoção do máximo de água de modo a reduzir os custos com os processos
posteriores.

 O adensamento por flotação promove a ascensão do lodo em direção à superfície


da unidade de flotação, utilizando-se de microbolhas de ar. As microbolhas
aderem-se às partículas de lodo pré-condicionado com polieletrólitos,
aumentando o empuxo atuante, provocando a flutuação do resíduo. A
concentração de sólidos dos lodos adensados por flotação também se apresenta
da ordem de 3 %.

 A desidratação, ou remoção da parcela da água do resíduo, tem por objetivo a


redução de seu volume. A definição do tipo de sistema a ser utilizado depende
de vários fatores, entre eles, a área necessária para a implantação, o custo do
terreno, a distância da estação até o destino final do resíduo, volume de resíduo a
ser desidratado, condições climáticas, custo de equipamentos e capacitação de
recursos humanos. Os sistemas de desidratação são classificados como naturais e
mecânicos, os últimos quando é necessária a utilização de equipamentos.

Disposição final de Iodos

 Uma das opções possíveis é a utilização de lagoas de lodo, como disposição


final dos resíduos. Essa alternativa, além de não ser um dos métodos mais
eficientes, não permite o armazenamento do resíduo por tempo muito longo.
Esgotada a capacidade de acumulação da lagoa, a torta deve ser removida e
disposta em outro local. Entre os métodos alternativos de disposição final do
lodo destacando-se a aplicação no solo, a disposição em aterro sanitário, o
lançamento em estações de tratamento de esgoto, a incineração e a fabricação de
produtos.

 A disposição do lodo em aterro sanitário, consiste na colocação controlada em


depressão natural ou vala escavada para posterior cobertura com terra. Esta
alternativa tem elevados custos de implantação. A incineração do lodo é uma
prática pouco usual em função de seu baixo teor calórico e dos elevados custos
inerentes ao processo.

 Com relação à fabricação de produtos, várias pesquisas têm sido feitas com a
incorporação de resíduos na fabricação de tijolos, material refratário,
pavimentação de estradas e na produção de cimentos. A adição dos resíduos na
fabricação desses produtos geralmente não altera suas características, entretanto
deve-se levar em conta os custos envolvidos no transporte até o ponto de
utilização.

Capítulo 10 – Filtração.
 No que tange ao tratamento de água, a filtração constitui-se no processo que tem
como função primordial a remoção das partículas responsáveis pela cor e
turbidez, cuja presença reduziria a eficácia da desinfecção na inativação dos
microrganismos patogênicos. Apesar desta evidência, a filtração e outras etapas
do tratamento tomam-se prescindíveis quando a qualidade da água bruta,
oriunda sobretudo de mananciais subterrâneos, permite efetuar apenas a
desinfecção. Nas estações de tratamento convencionais cabe à filtração
provavelmente a função mais relevante, por se constituir na etapa na qual as
falhas - porventura ocorridas na coagulação, floculação e sedimentação/flotação
podem ser corrigidas, assegurando a qualidade da água tratada.

Mecanismos intervenientes na filtração


 A filtração rápida consiste na conjunção dos mecanismos de transporte e de
aderência. Os primeiros constituem-se fenômenos físicos e hidráulicos afetados
pelos parâmetros que governam a transferência de massa. Em outro contexto, os
mecanismos de aderência são influenciados por fenômenos predominantemente
químicos, tais como formação de pontes químicas - quando do emprego de
polímeros como auxiliares de coagulação -, forças eletrostáticas e de van der
Waals, balizados por parâmetros físicos e químicos também intervenientes nas
etapas de coagulação e floculação (0 ’Melia; Stumm, 1967). Desta forma,
conforme assinalado, espera-se remover na filtração ampla gama de partículas
que, se presentes na água filtrada, reduziríam a eficiência da desinfecção.

Mecanismos de transporte
 Os mecanismos de transporte são significativamente influenciados pela
temperatura da água - que por sua vez há de intervir, por meio da viscosidade, na
laminaridade do escoamento -, pelas características do meio filtrante (diâmetro e
forma dos grãos, espessura e porosidade) e pela taxa de filtração. A prevalência
de um ou outro mecanismo de transporte dependerá da concentração e,
sobretudo, da distribuição dos tamanhos das partículas do afluente, além dos
fatores intervenientes na velocidade intersticial, quais sejam, a porosidade do
meio filtrante e a taxa de filtração. A velocidade intersticial é o quociente entre a
taxa de filtração e a porosidade do meio filtrante, por consequência, cresce
gradativamente à medida que a retenção de partículas se sucede no interior do
filtro.
Mecanismos de aderência
 A atuação dos mecanismos de aderência fomenta a retenção das partículas
suspensas afluentes às unidades filtrantes na superfície dos grãos ou por
agregação às partículas anteriormente retidas. Estes mecanismos congregam
forças de van der Waals, interações eletrostáticas, pontes químicas e adsorção
específica.
Forças de van der Waals
 O êxito da coagulação há de produzir a plena desestabilização das partículas
reduzindo a magnitude das forças de repulsão eletrostáticas e favorecendo a
supremacia das forças de Van der Waals. Estas forças constituem-se sempre
forças de atração, podendo existir entre partículas de mesma carga, neutras ou de
cargas opostas, sendo, porém, seu campo de ação limitado a distâncias muito
curtas. A grandeza das forças de van der Waals e, por conseguinte, a adesão das
partículas ao meio filtrante são também governadas pela dimensão e densidade
das partículas afluentes à unidade filtrante, tendendo a aumentar com a redução
da distância entre as mesmas e os grãos.

Tipos de filtros empregados no tratamento de água

 Diversos tipos de unidades filtrantes têm sido empregados na clarificação de


águas de abastecimento. Face à relevância desta etapa na potabilização e ao fato
da literatura técnica ainda não dispor de uma classificação abrangente, há
necessidade de se estabelecer algumas premissas. Desta forma, privilegiaram-se
alguns aspectos fundamentais do processo - em primeira instância a taxa de
filtração e secundariamente o sentido do escoamento -, objetivando conferir-lhe
maior abrangência, e distinguindo os filtros de pedregulho utilizados como
unidades de pré-tratamento, comumente associados à filtração lenta. A inserção
dos diversos tipos de filtros nesta classificação balizou-se nas características
predominantes do seu funcionamento. Poder-se-ia também classificar a filtração
segundo outros critérios, tais como o tipo de meio filtrante - granular ou poroso,
simples ou múltiplos -, a natureza biológica ou físico-química do processo
purificador, entre outros.

Sistemas de controle de filtros

 Pode-se afirmar que o controle de filtros realiza-se por meio de duas variáveis: a
taxa de filtração e a perda de carga total na unidade filtrante ou, em outras
palavras, pelo controle das vazões afluente e efluente. Igualmente, pode-se
afirmar que tais considerações, embora em tese, possam também se aplicar aos
filtros lentos, centram-se nas unidades de filtração rápida, não somente pela
magnitude das taxas de filtração como pelos equipamentos que algumas destas
alternativas haverão de demandar. Da combinação destas duas variáveis
emergem quatro situações distintas para o controle dos
filtros:
i) taxa de filtração constante e perda de carga variável;
ii) taxa de filtração e perda de carga constantes;
iii) taxa de filtração variável e perda de carga constante;
iv) taxa de filtração e perda de carga variáveis.

 REFERÊNCIAS
LIBÂNIO, Marcelo. Fundamentos de qualidade e tratamento de água. 3ª edição,
editora Átomo. p. 153-384.

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