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Sistema de Reagentes na Flotação

A possibilidade do uso de reagentes para o enriquecimento


de espécies minerais em variadas associações
mineralógicas resulta em grande versatilidade da
tecnologia da flotação.
Os reagentes químicos são adicionados à polpa permitindo
reforçar ou inibir as propriedades hidrofóbicas/hidrofílicas
das espécies minerais. As proporções e tipos dos
reagentes que são adicionados a polpa dependem das
características mineralógicas das espécies minerais de
interesse comercial.
Os reagentes como parte mais importante da flotação,
sendo que os principais avanços da técnica estão
relacionados a estes compostos químicos.
No processo de flotação a atenção está voltada à
escolha dos reagentes que serão aplicados para
separação das espécies a serem flotadas.
A Classificação dos reagentes de flotação é elencada
conforme o papel que exercem no processo, podendo ser
classificados em coletores, espumantes, depressores,
reguladores e modificadores.
❖Coletores–São espécies químicas orgânicas com um grupo funcional iônico:
polar ou apolar.
Estes reagentes têm a finalidade básica de se adsorverem a superfície das
partículas a fim de induzir ou reforçar a hidrofobicidade de uma partícula
mineral objetivando aumentar a seletividade.
❖Modificadores – são espécies químicas que atuam tanto na interface
sólido/líquido como no seio da solução (bulk) podendo ser classificados de
acordo com sua função:
❖Depressores – são sais ou polímeros utilizados com o intuito de adsorverem-
se seletivamente na superfície dos minerais que não se tem interesse em
flotar.
Neste caso, os depressores competem com o coletor nos sítios da interface
sólido/líquido reforçando a hidrofilicidade dos minerais que não se deseja
flotar.
❖Ativadores - são sais inorgânicos que, quando adicionados
à polpa antes da adição do coletor, promovem ou facilitam a
adsorção do coletor na superfície do mineral. Um dos
principais reagentes usados como ativador é o Sulfato de
cobre em sistemas contendo esfarelita, cerussita e outros.
❖Reguladores - O principal objetivo destes reagentes é o de
modificar a ação do coletor na superfície mineral e, como
consequência, governar a seletividade do processo de
flotação.
Na presença dos reguladores, o coletor somente adsorve
nas partículas que são direcionadas para a recuperação
do mineral. A variação dos íons de hidrogênio na polpa,
aumentando ou diminuindo o pH, ajuda na interação
entre o coletor e o mineral, reduzindo a interação entre o
coletor e demais minerais indesejáveis.
Espumantes - são espécies que se concentram na
interface líquido/gás reduzindo a tensão
superficial.
A nova membrana estruturada com moléculas
surfactantes reduz os efeitos de coalescência,
proporcionando às bolhas diâmetros menores e
estáveis inclusive auxilia na formação e
estabilidade da espuma.
Coletores
Os coletores são agentes tensoativos adicionados a
polpa de minérios para adsorver seletivamente na
interface sólido/líquido, tornando as partículas
hidrofóbicas.
Eles possuem estrutura anfipática, ou seja, uma
parte polar que se liga a superfície polar das
partículas e uma parte apolar, que faz a ligação da
partícula com a bolha.
Adsorção : É a propriedade que apresentam
todos os sólidos de condensar, sobre suas
superfícies, uma película de qualquer gás ou
soluto que esteja em contacto com eles.
Absorção: É a penetração o de um liquido no
interior dos corpos sólidos nele submersos,
embora, geralmente os fenómenos de
adsorção seja acompanhados de absorção.
A flutuabilidade adquirida é o resultado da acção de
um grupo de reagentes denominados colectores. Esta
flutuabilidade é selectiva num sentido amplo.
Um grupo de minerais podem ser separados com
precisão, mas há diferença em grau de flutuabilidade
adquirida dentro de cada grupo.
A selectividade posterior na flutuabilidade adquirida é
obtida pela adição de outros reagentes, que são agrupados
como modificadores e que efectuam funções diferentes.
Modificadores: Espécies químicas (íons ou moléculas)
que atuam na interface e/ou no seio da solução.
Ativadores: Adsorvem na interface mineral/solução,
promovendo ou facilitando a adsorção do coletor na
mesma interface;
Depressores: Adsorvem na interface dos minerais que
não se deseja flotar, dificultando a adsorção do coletor
nessa interface;
Reguladores: Atuam nas interfaces ou no seio da
solução, criando condições ótimas para a atuação dos
demais reagentes.
Interação entre coletores e minerais
Para melhor compreender e sistematizar o comportamento dos minerais
frente ao processo de flotação, faz-se necessário agrupá-los em famílias
que apresentam características tecnológicas distintas .
Agrupamento dos minerais em famílias tecnológicas.
Função dos Colectores
➢Tem a função de interagir com a superfície do
mineral promovendo a adsorção.
➢O grupo polar é responsável pela selectividade e
pela intensidade da ligação com a superfície.
➢Contribui para aumentar a solubilidade da
molécula em meio
aquoso.
O Colector adsorvido na superfície mineral forma uma película
hidrofóbica que impede a hidratação da superfície,
possibilitando a adsorção da partícula à bolha de água.

As partículas não hidrofobizadas, cobertas por moléculas de


água, permanecem na polpa até a descarga.
Adsorção na Interface Sólido-Líquido
O colector em solução aquosa tende a adsorver-se na interface
líquido-gás.
A presença de sulfatantes provoca o abaxamento de tensão superficial
da interface e, por conseguinte contribui para a formação de espuma.

Formação de Micela
A tensão superficial diminui com a concentração do colector até um
determinado nível denominado concentração micelar crítica (CMC).
Depois dessa concentração a tensão superficial estabiliza e as
moléculas residuais do surfactante passam a formar micelas. a
concentração micelar crítica de cada superfície diminui com:
➢Tamanho da cadeia hidrocarbônica;
➢Concentração de sais na solução; e
➢Acidez do meio,

Por outro lado , aumenta com:


A temperatura;
E alcalinidade
Tipos de colectores
Os coletores podem ser: anionicos ou cationicos, conforme a
carga elétrica resultante da ionização da molécula.
Colectores Catiónicos
Os colectores cationíticos são representados pelas aminas e seus
sais.
Colectores Aniónicos
Os aniónicos podem ser sulfídrilicos ou axidrilicos.
Os sulfidrilicos
Mercaptantes; Diocarboxilicos; Diocarbonicos, Tiocarbânicos e o
tiofosfórico.
Oxidrílicos
Carboxílicos; Aquil sulfatos; Sulfonatos orgânicos;
Hidroxamatos e Succinamatos.
• a adsorção dos coletores sobre a superfície mineral pode ocorrer pela
atração eletrostática com a superfície do mineral, associação de
cadeias hidrocarbônicas do coletor ou por interação química do
coletor com os íons metálicos na superfície do mineral.
• Absorção Química
• Na absorção química, iões ou moléculas da solução reagem quimicamente com a
superfície, transformando-se numa união irreversível. Isto muda
permanentemente a natureza da
• superfície. A absorção química dos coletores é altamente seletiva, visto que as
uniões químicas são específicas para átomos em particular.
• 1.5.1.2. Absorção Física
• A absorção física, iões ou moléculas da solução são associados com a superfície,
ligação feita por atracão electroestática ou ligações de Van der Waals. A absorção
física das substâncias pode ser de absorvida da superfície se as condições de pH
ou composição da solução mudar. A absorção física é menos seletiva que a
absorção química, coletores irão absorver em qualquer superfície que tenha ideal
carga elétrica ou grau natura de hidrofobia.
• De acordo com sua carga elétrica do grupo polar, os coletores podem
ser classificados em aniônicos, catiônicos e não-iônicos, além de
serem classificados também de acordo com a estrutura do
hidrocarboneto presente. De acordo com Paiva (2011), os principais
coletores utilizados na flotação de fosfato são coletores aniônicos, tais
como o sulfossucinamato de sódio e os ácidos graxos.
• Os ácidos graxos possuem uma cadeia carbônica constituída de
hidrogênio e oxigênio e um grupo diferenciador denominado de
carboxila.
• Um grande problema enfrentado pelos ácidos graxos como coletores
de fosfato é a baixa seletividade, já que não interagem e adsorvem
apenas com a apatita, mas também outros minerais que contém
cálcio.
• Em solução, os coletores têm a sua parte polar ionizada. A parte
molecular (não polar) não é ionizável e, devido às características
elétricas das ligações covalentes, tem mais afinidade pela fase gasosa
que pela líquida. Havendo no sistema uma interface sólido-gás (a
interface das bolhas de ar sopradas para dentro da célula), a molécula
do coletor tenderá a se posicionar nessa interface, orientada de modo
que a sua parte não polar esteja em contato com o gás e a porção
iônica em contato com a água.
Os coletores são distinguidos em função da sua carga iônica, podendo
ser aniônicos ou catiônicos, conforme a carga elétrica do grupo polar,
resultante da ionização da molécula.
Existem ainda, alguns reagentes reforçadores de coleta, classificados
erroneamente como coletores não ionizáveis, sendo constituídos em
sua maioria por hidrocarbonetos líquidos (diesel, óleo combustível,
querosene) (Beraldo, 1983). Certos minerais como grafite, enxofre
nativo, molibdenita, talco e carvões betuminosos são naturalmente
hidrofóbicos. Os reagentes utilizados nestes casos são óleos minerais e
derivados da destilação do carvão ou então, simplesmente meros
espumantes.
Coletores Aniônicos Oxidrílicos
Os coletores aniônicos oxidrílicos representam a grande maioria dos coletores, mas,
apenas poucos
reagentes são utilizados na indútria, isto é devido principalmente à falta de uma pesquisa
aplicada.
Alguns coletores, como os sabões de ácidos graxos e as aminas, apresentam poder
espumante, que
tende a aumentar com o comprimento da cadeia não-polar. À primeira vista, esse caráter
espumante
pode parecer benéfico pela economia de um reagente mas, na realidade, em muitos casos
esse se
revela prejudicial, pois elimina a possibilidade de se controlar a espuma,
independentemente.
A seguir são mostrados os principais coletores deste grupo.
Ácidos Graxos e seus Sabões

• São coletores de minerais salinos, minerais oxidados e não-metálicos.


Os reagentes utilizados têm comprimento de cadeia entre 8 e 18
carbonos, pois abaixo de 8, as propriedades coletoras são muito
fracas e acima de 18, a solubilidade é muito baixa. Industrialmente
usam-se óleos naturais, como por exemplo o tall oil (que é um
subproduto da fabricação da celulose), óleo de arroz, óleo de soja,
óleo de mamona e óleos comestíveis brutos. Todos estes óleos são
misturas de ácidos graxos; por isso, dependendo da seletividade
desejada, podemos encontrar problemas. Outrossim, alguns óleos
solidificam-se na estação fria, dificultando a sua dosagem e adição ao
circuito industrial.
Outros Coletores Oxidrílicos

• O hidroximato é um coletor utilizado na flotação de minerais


cromógenos, como ferro e titânio em caulins. A Cytec dispõe dos
coletores Aero 6493 e 6494.
• Os sulfosuccinatos e sulfosuccinamatos são coletores utilizados na
flotação de minerais pesados, como ilmenita e zirconita, contido em
areias de praia. A Clariant dispõe dos coletores Flotinor V2875 e
Flotinor SM-35. A Cytec dispõe dos coletores Aero 830 e 845.
• Os derivados do ácido fosfônico e os estéres do ácido fosfórico são
utilizados na flotação de minerais oxidados como a cassiterita, a
ilmenita, o rutilo e o pirocloro.
Coletores Aniônicos Sulfidrílicos

• Os coletores aniônicos sulfidrílicos, também conhecidos como tióis ou


mercaptans, são compostos que contém o grupamento –SH,
associado a uma molécula orgânica. Esses grupos de coletores são
utilizados, principalmente, na flotação de minerais sulfetados. A
seguir são mostrados os principais coletores deste grupo
(Somasundaram e Moudgil, 1988).
• Existem regras gerais a respeito do comportamento dos coletores:
• (i) A primeira delas relaciona o comprimento da cadeia molecular
com a hidrofobicidade
• do reagente (medida pelo ângulo de contato de uma bolha de ar);
• (ii) A segunda é que as cadeias normais são mais fracas que as cadeias
isômeras
• ramificadas.
Xantatos

• Os ditiocarbonatos ou xantatos são sais do ácido xântico,


universalmente utilizados para a flotação de sulfetos e metais nativos.
Podem ser empregados na flotação de alguns minerais oxidados após
a sulfetação da superfície do mineral. São sais amarelos, solúveis em
água e estáveis em solução. Não podem ser usados em meio ácido,
pois ocorre hidrólise. Este inconveniente foi superado com a
introdução de outra classe de coletores, que são os dixantatos:
ROOSS-SSCOR, obtidos por oxidação dos xantatos.
• Os xantatos exibem maior poder coletor e maior seletividade que os
ácidos graxos de mesmo comprimento de cadeia. Estas propriedades,
aliadas ao seu baixo preço e à sua solubilidade em água, foram a
razão do seu sucesso comercial e, do ponto de vista histórico,
contribuíram decisivamente para a implantação definitiva da flotação,
como operação unitária de tratamento de minérios.
• O metil xantato é um colector fraco e só coleta minerais previamente
ativados. O poder colector aumenta com o comprimento da cadeia
carbônica, até o octil xantato e, a partir daí, se estabiliza. Na prática
industrial, usam-se soluções diluídas a 10% e os consumos variam
entre 5 e 100 g/t. Os produtos à venda, no comércio, contém
misturas de xantatos diferentes e produtos da sua decomposição.
Mercaptans

• São álcoois em que o oxigênio foi substituído por um enxofre. O


radical pode ser alquila ou arila e frequentemente é utilizado o sal
correspondente. São coletores seletivos para sulfetos de cobre e zinco
e bons coletores para minerais oxidados. O seu cheiro é desagradável,
o que tem limitado o seu uso.
Coletores Catiônicos

• Os coletores catiônicos são as aminas e seus acetatos. São coletados


eletricamente por um mecanismo de primeira espécie e, em consequência,
são adsorvidos e dessorvidos fácil e rapidamente. Em decorrência disso,
são menos seletivos que os coletores aniônicos e mais afetados por
modificadores de coleta. Sua aplicação típica é na flotação de não-
metálicos, tais como o quartzo (no beneficiamento do itabirito), silicatos,
aluminosilicatos e vários óxidos, talcos, micas etc.
• A variável operacional mais importante é o pH e depois o efeito nocivo das
lamas. Aumentando o comprimento da cadeia carbônica, aumentam as
propriedades coletoras e diminui a solubilidade. Minerais facilmente
flotáveis usam aminas de 8 a 15 carbonos e minerais difíceis precisam de
aminas de até 22 carbonos.
Coletores não iónicos

• Óleos hidrocarbonetos, e componentes similares, tem a afinidade para com superfícies que já são
parcialmente hidrofóbicos. Eles absorvem seletivamente nas superfícies, aumentado a sua
hidrofobia. O mais comum material naturalmente hidrofóbico é o carvão. Adição de coletores tais
como diesel e querosene melhora significativamente a hidrofobia das partículas de carvão sem
afetar as superfícies associadas ao material com cinza. Isto melhora a recuperação do carvão, e
aumenta a seletividade entre o carvão e as partículas minerais. Diesel e kerosene tem as
seguintes vantagens sobre os coletores especiais para flotação:
• 1) Eles tem baixa viscosidade para dispersar a polpa e espalhar se sobre as partículas de carvão
facilmente.
• 2) Tem baixo custo comparando com outros componentes que podem ser usados como coletores
de carvão.
• Além do carvão, é possível flutuar minerais naturalmente hidrofóbicos tais como molibdenite,
elementos sulfúricos, e talco com coletores não iónicos. Coletores não iónicos podem ser usados
como “extensores” para outros coletores. Se outros coletores mais caros tornarem a superfície
parcialmente hidrofóbica, adicionar um óleo não polar ira melhorar a hidrofobia a um baixo custo.
• Coletores Aniónicos
• Coletores aniónicos são ácidos fracos ou sais ácidos que ionizam a
água, produzindo o coletor que é negativamente carregados e que
irão juntar-se a superfície do mineral, e a cadeia de hidrocarbonetos
que estendem-se no líquido, mostrado na figura 7.
• Absorção do coletor aniónico na superfície solida. A porção aniónica é
responsável pela aderência da molécula do coletor na superfície,
enquanto a parte hidrofóbica altera a hidrofobia da superfície
SISTEMA DE REAGENTES

ESPUMANTES
Espuma refere-se a formação de muitas bolhas de um gás que
se formam na superfície de um líquido quando este é agitado,
movimentado, fermentado ou fervido ou pode se defir como
sendo, sistema termodinamicamente instavel formado por uma
dispersão de gás em liquido.

Espumantes: é um reagente que reduz a tensão superficial na


interface água-ar de modo a proporcionar um maior tempo de
vida à bolha para que se complete a 3ª etapa da flotação (o de
transporte).
Líqidos puros sejam de natureza polar (água), apolar (querosene) ou
Heteropolar (álcool) não possuem a capacida de deformar espumas. Em
um sistema aquoso isento de agentes orgánicos não ocorre espumação,
mesmo que esteja sob agitação ou introdução de um fluxo de ar. As
bolhas formadas são rapidamente quebradas.
Isso se deve à elevada tenção superficial na
interface líquido – gás que provoca a destruição
das bolhas de ar, impendido a formação de uma
espuma estável.
A adição de um reagente que reduz a tenção superficial na interface
água – ar de modo a proporcionar um maior ‘’tempo de vida’’ à bolha é
indispensável para que se complete a Terceira etapa de flotação – o
trasporte. Esse reagente é denominado espumante já que a sua

presença resulta na formação de espuma.


• Tensão superficial: Segundo Toral é a força em dinas que atua na
direção perpendicular à superfície do líquido sobre uma linha de 1 cm.

• Tensão superficial na interface líquido-gás: é o resultado do


desequilíbrio originado por forças perpendiculares à superfície da água
e dirigidas no sentido da fase líquida.
• Coalescência
• É a passagem do ar da bolha menor para a bolha maior no contácto entre duas
bolhas de
• diferentes tamanhos.
• Nesta acção, resulta a formação de bolhas cada vez maiores, a probabilidade de
colisão
• bolha-partícula.
• A coalescência que pode provocar o colapso da bolha, ocorre devido à maior
pressão interna
• existente na bolha maior.
• A pressão do gás nas bolhas com raios R1 e R2 é dada por:
• Funções de espumantes
▪ reduzir a tensão superficial na interface líquido gás
▪Evitar a coalescencia e de interagir com a cadeia
hidrocarbónica
A redução da tensão superficial é proporcional à
concentração do espumante.
• O valor da tensão superficial de uma solução e a intensidade de espumação são
sempre indicadores da actividade do surfatantes presentes.

• A estabilidade da espuma atinge o seu máximo em um ponto ainda distante da


máxima redução da tensão superficial.

• A contribuição do espumante à estabilidade da bolha também se dá pelo


fortalecimento da membrana interfacial, protegendo a parede da bolha contra
esforços provocados por choques externos.
O espumante também favorece a probabilidade de colisão pelo facto de
reduzir a velocidade de movimento das bolhas, o que implica em uma
maior permanência na célula e, consequentimente em mais
oportunidades de choques bolha-partícula.

A outra função da espuma é de favorecer a adesão partícula-bolha, isto


acontece no momento da aproximação da bolha com a partícula
mineral, a interação hidrofóbica entre as cadeias hidrocarbônicas do
espumante e do colector contribuir favoravelmente para a adesão
partícula-bolha.
O tempo de contacto da partícula com a bolha, após o choque,
é maior quando a bolha está
recoberta com moléculas do espumante, o que favorece a
probabilidade de adesão. O facto de que espumantes
aumentar as oportunidades de contacto da bolha com a
partícula, favorecer a adesão, e proporcionar mais estabilidade
para o transporte, significa que tem uma participação
importante no aumento da velocidade da flotação.
Estrutura molecular da espuma
As espumas são surfatantes, ou seja, possuem uma cadeia
hidrocarbônica e um grupo polar que pode ser iônico ou não-iônicos.

Os iônicos apresentam grupos do tipo carboxil (-COOH) carbonil (= C


=O), sulfo (-OSOO2OH ou - SO2OH) ou amino (- NH3).

Estes são reagentes que produzem uma espuma bastante estável e


persistente, e caracterízam-se por uma forte actividade na interface
Diferença entre Espuma e Collector

As moleculas dos espumantes apresentam caracteristicas semelhantes


aquelas das moleculas dos colectores.

A diferença esta no grupo funcional.

Enquanto o colector tem na parte polar da molecula um grupo ativo, ionico


e solidofilico, a molecula do espumante possui o grupo polar não ionizavel.

Dessa forma, o colector tende a adsorver-se na interface solido-liquido


enquanto a molecula do espumante tem preferencia pela interface liquido-
gas.
• Espumantes mais Utilizados
• Os espumantes mais utilizados em plantas industriais de flotação são o
metilisobutilcarbinol (MIBC) e os esters poliglicóis. Entre os espumantes naturais,
merecem destaque: óleo de pinho, óleo de eocalípto e o ácido crescilico.

• Principais reagents utilizados como espumantes em flotação


ESPUMANTES

Álcoois aromáticos
Öleo de pinho
Ácido crescilico
Álcoois alifáticos
Metil isobutil carbinol
Poliglicois
Eter glicólico polipropileno
• Características do óleo de pinho
❖Falta de padronização na composição dos produtos comerciais, o que acarreta
uma variação no desempenho que dificulta o controle do processo;

❖Leve actividade na superficie mineral (pouco poder colector) que é atribuida à

• presença de pequenas quantidades de ácidos orgânicos;

❖O terpinhol tem uma solubilidade de 2 g/l (klimpel e hansen, 1988);

❖Favorece a preservação das bolhas com pequeno diâmentro;

❖Forma espuma com dificulidade de drenagem;

❖Proporciona espumas com facilidade de colapso na descarga do concentrado.


• Ácido Cresilico

• É um espumante natural obtido a partir da destilação do alcatrão do carvão.

• É constituido essencialmente, de uma mistura de fenóis, xilenóis e cresóis.

• Na verdade, não é um ácido, mas um fenol.

• Principais caracteristicas são:


✓Falta de uniformidade na composição;

✓Actividade na superficie mineral;

✓Reagente tóxico;

✓Pouca solubilidade em água (em torno de 1,7 g/l);

✓Produz espumas frágeis;


• Metilisobuticarbinol (MIBC)
• É o espumante mais utilizado na industria mineiral, produzindo uma espuma
fragil
• com textura fina;
• As principais caracteristicas são:
➢Composição definida, contribuimdo para facilitar o controle do processo;
➢Facilidade de colapso da espuma na descarga;
➢Actividade na superficie mineral quase inexistentel (contribui para a seletividade
• do sistema);
➢Elevada solubilidade de água (17g/l);
➢Produz uma espuma aberta que facilita a drenagem da ganga;
➢Inflamavel e volatil;
➢O MIBC é considerado um espumante bastante seletivo, sendo recomendado por
• diversos autores para a flotação de ultrafinos.
Éteres poliglicolicos
É bastante utilizado em flotação. Algumas das caracteristicas de espumantes
poliglicolico depende do seu peso molecular que pode variar entre 200 e 450.
Caracteristicas dos espumantes poliglicolico
✓Padronização na qualidade (composição quimica definida);
✓A solubilidade depende do seu peso molecular. Os que possuem moleculas
• menores exibem uma elevad solubilidade em água;
✓Não apresentam acção colectora (seletivos)
✓Produzem uma espuma fragil que colapsa na descarga.
• Requisitos das espumas
De forma geral pode-se um bom espumante deve atender os seguintes requisitos:
• Não adsorve-se na superficie mineral, ou seja não apresentar actividade de
• coletor;
• Proporcionar bolhas suficientes estaveis para completar o transporte das
• particulas hidrofobicas;
• Produzir espumas que permite a drenagem da água retidas entrre as bolhas;
• Espuma produzida deve sofrer colapso na descarga do flotado;
• Ser, o tanto quanto possivel, insensivel a variação do pH e á presença dos sais
• dissolvidos na polpa;
• Ser activo em pequenas concentrações;
• Atender ao requesitos da disponibilidade;
• Ter baixo custo;
Dosagem
• A concentração de espumante utilizadas em flotação,
geralmente varia de 5 a 50g/t. O aumento da concentração do
espumante, em geral, resulta em crescimento na recuperação
e na velocidade de flotação.

• Ao contrario, o teor de concentrado tende a diminui. Por sua


vez, a espumação aumenta ate uma determinada
concentração a partir dai um excesso de espumante provoca a
diminuição e desaparecimento da espuma.

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