Você está na página 1de 4

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

Departamento de Mineralogia

ESPUMANTES

De

NIVALDO DOMINGOS PAULO

NELSON DIONISIO

TETE

OUTUBRO DE 2022
Espumantes

Espuma refere-se a formação de muitas bolhas de um gás que se formam na superfície de um


líquido quando este é agitado, movimentado, fermentado ou fervido ou pode se definido
como sendo, sistema Termo dinamicamente instável formado por uma dispersão de gás em
líquido.

Espumante - é um reagente que reduz a tensão superficial na interface água ar de modo a


proporcionar um maior tempo de vida à bolha para que se complete a 3 ª etapa da flotação (o
de transporte).

Espuma - fase mais ou menos estável, composta de ar, água e partículas minerais.

Líquidos puros sejam de natureza polar água apolar querosene ou Heteropolar álcool não
possuem a capacidade de deformar espumas em um sistema aquoso isento de agentes
orgânicos não ocorre espumação mesmo que esteja sob agitação ou introdução de um fluxo
de ar. As bolhas formadas são rapidamente quebradas.

São compostos tenso-ativos heteropolares, não ionizáveis, que contêm um grupo polar e uma
cadeia hidrocarbônica, capazes de se adsorverem na interface água/ar. Sua função principal
na flotação é reduzir a tensão superficial na interface água/ar, aumentando a resistência das
bolhas, tornando-as mais dispersas e estáveis, melhorando as condições para coleta das
partículas de mineral hidrofobizado (BULATOVIC, 2007).

Os espumantes utilizados na flotação são compostos orgânicos heteropolares com estrutura


parecida com a dos coletores. A diferença reside no caráter funcional do grupo polar: o
radical dos coletores é quimicamente ativo e capaz, em princípio, de interagir elétrica ou
quimicamente com a superfície do mineral a ser coletado. Já os espumantes têm um radical
liofílico de grande afinidade pela água. Esta diferença funcional determina o comportamento
dos dois grupos de reagentes: enquanto os coletores tendem a migrar para a interface sólido-
gás, os espumantes se dirigem para a interface líquido-gás.

Reagente que reduz a tensão superficial na interface água-ar, proporcionando um maior


"tempo de vida" à bolha. Indispensável para que se complete a terceira etapa da flotação: o
transporte.

Coalescência - A membrana interfacial existente nas bolhas é permeável, permitindo a


migração do ar. No contato entre duas bolhas de diferentes tamanhos, ocorre a passagem do
ar da bolha menor para a bolha maior. Esse fenômeno é conhecido como coalescência e
resulta na formação de bolhas cada vez maiores, de forma a diminuir a área superficial total
disponível e, consequentemente, a probabilidade de colisão bolha- partícula.

O espumante também favorece a probabilidade de colisão pelo fato de reduzir a velocidade


de movimento das bolhas (Jameson, 1984; Laskowski, 1989): Maior permanência na célula
e, consequentemente, mais oportunidades de choques bolha-partícula.

Favorecer a adesão partícula-bolha - No momento da aproximação da bolha com a


partícula mineral, a interação hidrofóbica entre as cadeias hidrocarbônicas do espumante e do
coletor contribui favoravelmente para a adesão partícula-bolha. O tempo de contato da
partícula com a bolha após o choque, é maior quando a bolha está recoberta com moléculas
do espumante: favorece a probabilidade de adesão.

Como requisitos de qualidade para um bom espumante, os mesmos devem apresentar as


seguintes características (BALTAR, 2008): não ter propriedades coletoras, isto é, não
adsorver na superfície do mineral; formar bolhas estáveis, permitindo o transporte de
partículas minerais e a drenagem da água; formar bolhas estáveis durante o transporte do
mineral até a superfície, mas que colapsem na descarga; insensível à variação de pH e a
presença de sais dissolvidos; ter baixo custo e disponibilidade no mercado.

Produtos Naturais - Os primeiros e principais espumantes naturais usados pela indústria


mineral foram o óleo de pinho e o ácido cresílico, mas, atualmente, vem sendo substituídos,
na maioria dos processos de flotação, por produtos de síntese derivados do polipropileno
glicol e por alcoóis de cadeia cíclica ou ramificada.

Produtos de Síntese - Os principais produtos de síntese usados como espumante pela


indústria mineral são os alcoóis e os éteres poliglicólicos, cada qual formador de um
determinado tipo de espuma. Os álcoois formam uma espuma com uma película muito fina
nas bolhas, transportam menos água e arrastam menos lamas, sendo menos estáveis e
persistentes.

Os éteres poliglicólicos formam espumas com uma película grossa nas bolhas, transportam
mais água e arrastam mais lamas, sendo bastante estáveis e persistentes. Os alcoóis são
formados por uma cadeia de hidrocarbonetos (5 a 8 carbonos) cíclica ou ramificada e uma ou
mais hidroxilas. O metil-isobutil-carbinol (MIBC) é o álcool espumante mais importante em
termos de aplicação e fornece uma espuma muito aberta, que permite uma boa drenagem da
ganga, favorecendo, portanto, a seletividade do processo.

Você também pode gostar