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Em muitos aspectos, a ciência dos coloides interliga diversos campos das ciências exatas.
Particularmente importante é o emprego de técnicas físico-químicas ao estudo de sistemas
naturais, principalmente proteínas. O campo dos altos polímeros sintéticos constitui outro
notável objeto de estudo da ciência dos coloides. Os fenômenos coloidais são encontrados
com frequência em processos industriais — plásticos, borracha, tintas, detergentes, papel,
análise do solo, produtos alimentícios, tecidos, precipitação, cromatografia, troca iônica,
flotaçâo, catalise heterogênea são apenas alguns exemplos de materiais e técnicas em que
assumem importância as substâncias de dimensões coloidais. Devido à grande
complexidade dos sistemas coloidais, o assunto não pode, muitas vezes, ser tratado com a
exatidão associada a certos ramos da físico-química; é essa falta de exatidão, e não uma
possível falta de importância, a responsável por uma injustificável tendência a desprezar-se
a ciência dos coloides durante os cursos universitários. (referência - 1.11)
Até as últimas décadas, a ciência dos coloides era algo mais ou menos autônomo, um
assunto quase inteiramente descritivo, que não se ajustava aparentemente ao esquema geral
da física e da química. O emprego de materiais de composição duvidosa, que introduzia
considerável incerteza em questões de reprodutibilidade e interpretação, era parcialmente
responsável por esse estado de coisas. A tendência atual é trabalhar, sempre que possível,
com materiais puros, que funcionam como modelos para os sistemas reais em estudo. Um
exemplo típico disso é o trabalho de McBain sobre sabões e detergentes. Apesar do grande
número de variáveis que devem frequentemente ser considerados, pesquisas desse tipo,
associadas aos progressos feitos na compreensão dos princípios fundamentais da física e da
química, tornaram possíveis a formulação de teorias coerentes, e mesmo prováveis, com
respeito a muitos aspectos do comportamento coloidal. (referência - 1.11)
DISPERSÕES
Em quase todas as emulsões, uma das fases é a água e a outra é um líquido oleoso (no
sentido mais amplo desse termo), Se o óleo for a fase dispersa, a emulsão é chamada de
emulsão de óleo em água (O/A); se o meio aquoso for a fase dispersa, a emulsão é chamada
de emulsão de água em óleo (A/O). (referência - 1.11)
Teoria da emulsificação
Algumas teorias têm sido proposta na tentativa de explicar como os agentes emulsivos
promovem a emulsificação e mantêm a estabilidade da emulsão. Entre as teorias mais
prevalentes para explicar como os agentes emulsivos promovem a emulsificação estão as da
tensão superficial, da cunha orientada e do filme interfacial (referência - 1.5)
tensão superficial
Os líquidos têm a tendência de assumir a forma que produza menos área superficial
exposta, sendo essa a forma de uma esfera. Quando o líquido estiver em contacto com um
outro líquido no qual é insolúvel e imiscível, a força que faz com que cada um deles resista
à fragmentação em partículas menores é chamada de tensão superficial. substâncias como
tensoativos ou agentes molhantes reduzem essa resistência e facilitam a fragmentação em
gotas ou partículas menores, pois reduzem a tensão interfacial entre dois líquidos
imiscíveis, reduzindo a força repelente e a atração entre as suas próprias moléculas.
(referência - 1.5)
cunha orientada
filme interfacial
A teoria do filme interfacial descreve que o emulgente se encontra na interface entre o óleo
e água como uma fina camada de um filme adsorvido na superfície das mesmas. O filme
age evitando o contato e a coalescência da fase dispersa; entretanto quanto mais resistente e
flexível este for, maior será a estabilidade da emulsão(referência - 1.6)
ESPUMAS
Estabilidade de espumas
Com líquidos puros só é possível formar espumas transitórias (ou transientes); como no
caso de emulsões, é necessário um terceiro componente, tenso-ativo — um agente
espumante — para conseguir um nível razoável de estabilidade. Bons agentes
emulsificantes são em geral também bons agentes espumantes, já que os fatores que
influenciam a estabilidade de emulsões (frente à coalescência das gotículas) e a estabilidade
de espumas (frente à destruição das bolhas) são até certo ponto semelhantes. (referência -
1.6)
A estabilidade de uma espuma depende de dois fatores principais — a tendência dos filmes
líquidos de sofrerem uma drenagem e se tornarem mais finos, e sua tendência à ruptura em
conseqüência de perturbações aleatórias. 148 • 149
Por causa de sua elevada área interfacial (e energia livre de superfície), todas as espumas
são instáveis, de acordo com o ponto de vista termodinâmico. E possível, contudo, fazer
uma distinção entre estruturas de espumas instáveis e metaestáveis. Espumas instáveis são
exemplificadas pelas espumas formadas por soluções aquosas de ácidos ou álcoois
saturados de cadeia curta.
Ruptura da película
A razão principal para líquidos puros não formarem espumas é a ausência do efeito Gibbs-
Marangoni. Com relação a esse efeito, é interessante notar queespumas de soluções de
sabões, detergentes, etc., moderadamente concentradas, são em geral menos estáveis que as
espumas formadas por soluções mais diluídas. Nas soluções mais concentradas, o aumento
de tensão superficial, resultante de um adelgaçamento localizado do filme, é compensado
mais rapidamente pela difusão de moléculas de agente tenso-ativo, provenientes da solução.
Em conseqüência a compensação de variações na espessura da película pelas
correspondentes variações na tensão superficial será menos eficiente.