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11.

1 Introducao

Os leitos fluidizados são caracterizados, basicamente, por apresentar particulas


suspensas e distanciadas entre si quando submetidas ao escoamento da fase fluida
sem, contudo, sofrerem arraste.
Tais leitos são largamente utilizados em processos industriais por proporcionarem
mistura intensa entre as fases fluída e particulada, criando, dessa maneira, taxas
elevadas de transferencia de calor e de massa, assim como acarretando uniformidade
de distribuicoes de temperatura e de concentracao das fases no interior do
equipamento. Exemplos tipicos de aplicacoes industriais de leitos fluidizados
incluem sinteses e reacoes catalíticas, regeneracao catalitica, combustao e
gaseificacao de carvao etc.
Os leitos fluidizados sao também empregados em processos fisicos (nao reacionais)
como, por exemplo, na secagem de partículas, recobrimento e granulacao de sólidos
etc.

11.2 Regimes fluidodinamicos na fluidizacao

Os regimes fiuidodinamicos na fluidizacao dependem das caracteristicas fisicas da


fase particulada (distribuicao granulometrica, tamanho médio de partículas, forma,
massa específica) e da fase fluida (viscosidade dinamica, massa específica), bem
como das condicoes operacionais da coluna (temperatura e vazão da fase fluida,
compactacao da fase particulada, altura efetiva, diametro).
Podem ser identificados, classicamente, os seguintes regimes fluidodinamicos:
fluidização homogêna, fluidizacao bortulhante, fiuidizacao do tipo slug,
fluidizacao turbulenta, fluidizacao rapida.

Grupo A - particulados ao serem fluidizados (por gás) acarretam a expansão do


leito, apresentam fiuidizacao homogenea ao atingir a velocidade de minima
fluidizacao, seguido por fluidizacao borbulhante a medida que se aumenta a
velocidade do gás. Partículas de FCC, utilizadas no craqueamento catalítico do
petroleo são
exemplos desse grupo.

Grupo B - particulados que acarretam somente a fluidizacao borbulhante. A areia


utilizada em construção é o exemplo típico desse grupo.

Grupo C - partículas coesivas (particulados finos e aderentes, como a farinha de


trigo) que sao quase incapazes de fluidizar, provocando canais preferenciais e/ou
slugs.

Grupo D - particulados grandes cuja fluidizacao é levada a termo em leitos de


jorro. São exemplos de partículas: grãos de produtos agricolas, tais como arroz,
milho, feijao.

11.3 Fluidodinamica da fluidizacao

A diferença fiuidodinamica fundamental entre o leito fixo é o fluidizado e que,


este pode ser tratado, no mínimo, feito leito expandido, ou seja, as partículas
guardam, entre si, certa distancia, diferentemente do que acontece no leito fixo,
no qual
as partículas sempre estao em contato umas com as outras.

pode-se dividir a fluidização em tres grandes famlias: fuidizacao homogenea,


fluidização heterogenea, fluidizacao com transporte ou arraste de sólidos. Esta
última família arraste de sólidos por fluidos (transporte pneumático e hidraulico);
ja em relação às fluidizacoes homogenea e heterogenea pode-se, de maneira bastante
simples, diferencia-las quanto a uniformidade da matriz (leito) porosa; a
fluidização homogenea apresenta a distribuicao uniforme de concentração de
particulas no leito, ou seja, a matriz porosa é isotropica; ja a fluidizacao
heterogenea,
e caracterizada, sobretudo, por uma matriz porosa ser nao isotropica em termos da
concentração de partículas (ou da fracao de vazios).

11.3.1 fluidizacao homogenea

A fluidizacao homogenea e encontrada, usualmente, quando o fiuido de trabalho e


líquido, assim como, por aproximacao, quando este fluído vir a ser gás com
velocidade proxima a condicao de minima fluidizacao, utilizando-se particulas do
tipo A e, em alguns casos, partículas do tipo B. Admite-se para a fiuidizacao
homegenea, a semelhanca do escoamento de fluídos em leitos fixos

* Curva caracteristica da fluidizacao homogenea

Este tipo de curva e construído correlacionando-se a queda de pressao em função da


velocidade (superficial ou intersticial) do fluido de trabalho. Quando se trabalha
com baixos valores de velocidade do fuido, a resposta do leito e semelhante a
daquela de leito fixo, ou seja, o fluido percola
por entre as particulas (segmento OA), as quais nao se movimentam umas em relacao
as outras.
Ao se aumentar a velocidade do flvido, aumenta-se a queda de pressão, até a
situação de minima fluidizacao (ponto B). Esta se caracteriza por apresentar a
máxima queda
e pressao no Jeito. Ao se aumentar um pouco (por menor que seja) a velocidade
superficial do fluido, o leito de partícula se expande, tendo em vista o
distanciamento entre as particulas, provocando a condição de mínima fluidizacao
(Ponto F)

A fração de vazios no leito aumenta de e (valor do leito fixo) para emf (valor na
mínima fluidização). Ao se aumentar o valor da velocidade superficial do fluido,o
leito, ainda que apresente expansao, mantém a queda de pressao praticamente
constante e se estabiliza. Após o leito comportar-se de forma estável e se proceder
a diminuicao do valor da velocidade superficial do fluido até o limite de mínima
fluidizacao, não se detectará de maneira proeminente o valor máximo da queda de
pressão (ponto B), uma vez que o fluido não necessita vencer a resistência do leito
para o
aforamento de partículas na sua superfície.

Assim, na medida em que se diminui a velocidade superficial do fluido, inferior a


de mínima fluidizacao, as partículas se acomodarao e a queda de pressao será
governada por equacoes que descrevem a fluidodinamica em leito fixo, contudo
apresentando valor de fracao de vazios maior do que aquele em leito fixo, e o leito
- em tal Situação - é reconhecido como leito expandido.

11.3.2 Fluidizacao heterogenea

a fluidodinamica em leitos fluidizados de regimes heterogeneos e caracterizada pela


distribuicao nao uniforme de concentracao de particulas, tendo em vista as
propriedades de interaçao entre as partículas que compoem o leito.
bolhas decorrentes da fluidizacao heterogenea, considerando-se a classificacao de
Geldart para as particulas coesivas (grupo C), aeradas (grupo A) e borbulhante
(grupo E).

* A curva característica da fluidizacao heterogenea

Exemplos de fluidizacao heterogenea, sendo:


fluidizacao tipo slug, na qual existem flutuacoes de pressao apos a condição de
mínima fluidizacao.
partículas do tipo C, as quais, por serem coesivas, podem
aglomerar-se e, com isso propiciar o surgimento de canais preferenciais para o
fluido (mais especificamente gás).

No grupo C as forças interpartículas sao grandes quando comparadas com à ação das
forças inerciais sobre partículas, de modo que as partículas são suportadas pelas
forças de arraste e de empuxo, em vez de sê-las completamente pelo
fluido. Por conseguinte, o valor da queda de pressão no leito é menor que o peso
aparente do leito por unidade área da secao reta.

11.4 Elutriacao (arraste de particulas)

Pode-se retomar a ilustracao dos regimes de fluidizacao em termos de curva


característica da fluidizacao, conforme
Note-se, que, ao se aumentar a velocidade superficial do fluido (nesse caso, gas)
além daquela velocidade na qual se detecta a formação de bolhas (ou de slugs) e,
posteriormente, a condição de fluidizacao turtulenta. a partir da fiuidizacao
turbrlenta, um pequeno acréscimo na velocidade superficial do fluído, a partir do
ponto M, a ação do arraste do fluido acarreta o carreamenteo ou elutriacao da fase
particulada.
No regime de elutriacao, as partículas menores e/ou menos
densas e que apresentam velocidade terminal inferior à velocidade superficial do
gás serão arrastadas para além da superfície do leito, provocando distintas regioes
fuidodinamicas.

Região de respingo: região imediatamente acima a superfície do leito, na qual


partículas maiores retornam ao leito.

Região de desprendimento: a região acima da zona de respingo, caracterizada por


apresentar gradiente de concentracao da fase particulada e movimento intenso
de circulacao o de partículas no leito.

Região de transporte: região sobre a zona de desprendimento, em que há o


transporte (pneumático) ascendente de partícula

11.5 Leito de jorro

A tecnica do leito de jorro e um caso particular da fluidizacao, sendo utilizada


para a promocao do contato fiuidoparticulas no caso de partículas excessivamente
grandes para o contato normal de fluidizacao (partículas do tivo D ca classificacao
de Geldalt).
As suas principais características são: altas taxas de circulacao de particulas no
leito; mistura intensa das partículas; contato íntimo entre as fases
fuida e particulada; altas laxas de transferência de calor e de massa.
Tais características permitem que esse tipo de contato possa ser utilizado em
diversas operacoes, podendo-se ressaliar a sua aplicação na granulação,
recobrimento, reações químicas gás partículas, combustao, aquecimento e
resfriamento de sólidos, secagem de cereais e de pastas,

O leito de jorro é formado devido à injecao de um fluido através de um leito de


partículas, por meio da sua injeao por um orifício junto à base da coluna,
provocando um canal preferencial de escoamento desse fluido no leito de partículas.
O fluido aoo ser injetado no sistema a baixas vazões, irá apenas percolar pelo
leito, caracterizando-o como fixo.
À partir de um determinado valor para a velocidade superficial do fiuido, este
provocará o movimento ascendente das partículas, originando uma cavidade central
com poro-
sidade (fração de vazios) maior do que aquela encontrada na situação de leito fixo.

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