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ENSAIO DE FLUIDIZAÇÃO

Ana P. Capelezzo², Eduarda Rosetto1, Giulia G. Costella1, Jennifer


Fávero1, João P. Eckert1, Paola F. de Vargas1
1
Alunos do ACEA/UNOCHAPECÓ ² Professor ACEA/UNOCHAPECÓ
Universidade Comunitária da Região de Chapecó

Resumo
A fluidização caracteriza-se pelo o escoamento de um determinado fluido por um leito de partículas.
Em tal fenômeno, o fluido precisa escoar a uma velocidade capaz de sustentar o peso das partículas
sem arrastá-las para fora do recipiente e dessa maneira, as partículas sólidas passam a comportar-se
similarmente a um líquido em ebulição. Tal operação unitária vem sendo utilizada em diversos ramos
industriais, como na geração de energia, calcinação, produção de cimento, craqueamento catalítico
de petróleo, na área alimentícia, metalúrgica, de pinturas, além de outros. Nesse sentido, o objetivo
desse procedimento experimental é estudar o comportamento fluidodinâmico de um leito de
partículas sólidas fluidizadas, através de medidas do gradiente de pressão, velocidade de mínima
fluidização e outras. O método utilizado para o experimento prático foi um ensaio de fluidização em
escala laboratorial, tendo como fluido de trabalho ar comprimido, para realização das medidas
utilizou-se um rotâmetro e dois manômetros de tubo em U. Os resultados indicam que a queda de
pressão capaz de sustentar o leito é de 2469,23 Pa e a velocidade mínima de fluidização
correlacionam-se com a apresentada na literatura.
Palavras-chave: Fluidização, perda de carga, leito fluidizado, queda de pressão.
1. Introdução Na velocidade mínima de fluidização
ocorre a expansão do leito, caracterizada pelo
Leito fluidizado é o nome que se dá a momento onde a força de arraste do fluido é
um leito de partículas por onde ocorre o fluxo igualada pelo peso das partículas. A perda de
ascendente de um fluido, podendo este ser carga passa a ser constante e o equilíbrio entre
líquido ou gasoso, ocasionando a fluidização força de arraste e peso não é alterado mesmo
das mesmas. O leito consiste basicamente em com o aumento da altura do leito (SANTOS et
uma coluna vertical recheada de partículas al, 2019). Na Figura 1 está exposto o gráfico
onde um jato de fluido entra pela parte inferior relacionando a velocidade de fluxo com a
da coluna, mantendo-as em suspensão perda de carga, tanto para fluidização sólido-
(COSTA, 2019). líquido quanto sólido-gás.
No fenômeno da fluidização, o fluido
é escoado a uma tal velocidade que sustente o Figura 1 – Gráfico da perda de em carga em
peso das partículas sem arrastá-las para fora do função da velocidade de fluxo.
recipiente, e assim os sólidos adquirem um
comportamento similar a um líquido em
ebulição. Como as partículas deixam a forma
de leito fixo depositadas umas sobre as outras
e passam a ficar em suspensão, têm-se um
aumento da área superficial e
consequentemente dos coeficientes de
transferência de calor e massa (SANTOS et al,
2019). Fonte: SANTOS et al, 2019.
Quando a velocidade do fluido é baixa,
o mesmo passa pelos sólidos praticamente sem Analisando o gráfico, percebe-se que
movê-los. Porém, conforme vai sendo para velocidades muito baixas o fluido (seja ele
aumentada, observa-se que as partículas gás ou líquido) escoa sem levantar as
deixam suas posições fixas e ficam em partículas, que permanecem em leito fixo, e
agitação com o fluido. A esta velocidade, dá-se perda de carga vai aumentando linearmente
o nome de velocidade mínima de fluidização. com o aumento da velocidade. Em um
determinado ponto, as partículas começam a
ser carregadas (início da fluidização) e no resíduos para a geração de energia,
momento em que todas deixam o leito fixo e dessulfurização de gases, calcinação, produção
ficam em suspensão têm-se a velocidade de cimento, craqueamento catalítico de
mínima de fluidização (SANTOS et al, 2019). petróleo, na indústria alimentícia e metalúrgica
Conforme a velocidade é aumentada, gás e nos sistemas de torrefação de café, mistura,
líquidos passam a se comportar de maneira aquecimento e resfriamento de sólidos,
diferente (MOSKEN, 2020). congelamento, pelotização, adsorção e
Na fluidização sólido-líquido, o produção de borracha, além de outros
aumento da velocidade ocasiona uma suave e (MOSKEN, 2020).
progressiva expansão do leito, até a altura
máxima da coluna recipiente, sem a presença
de bolhas ou uniformidades, sendo 2. Materiais e Métodos
denominada homogênea. A partir de uma certa
velocidade a força de arraste carrega as O presente estudo foi realizado no
partículas para fora do recipiente, juntamente Laboratório de Operações Unitárias I da
com o fluido. Já na fluidização sólido-gás há a Universidade Comunitária da Região de
presença de bolhas e instabilidades no leito, Chapecó (Unochapecó) com o objetivo de
com o surgimento de caminhos preferenciais, analisar o comportamento fluidodinâmico de
sem grandes expansões, sendo denominada um leito de partículas sólidas fluidizadas com
fluidização heterogênea. Além disso, pode ar comprimido.
ocorrer o fenômeno chamado Slugging, onde
em colunas de diâmetro pequeno e alta 2.1. Aparato Experimental
velocidade de escoamento forma-se uma bolha
de mesmo diâmetro da coluna que arrasta os O equipamento utilizado para a
particulados para fora do recipiente. técnica de Fluidização Gás-Sólido é
(MOSKEN, 2020). constituído por um tubo de vidro de 7,0 cm de
Em uma velocidade suficientemente diâmetro interno recheado com 1700 gramas
alta do gás o leito atinge o regime chamado de partículas de sílica com diâmetro médio
fluidização com transporte pneumático, onde a (Dp) de 0,25mm perfazendo um leito;
fase densa (sólidos) desaparece, a porosidade Rotâmetro (Medidor de Vazão) contendo ar
do leito aumenta e as partículas são carregadas comprimido; e dois manômetros de tubo em U
juntamente com o gás. Essa velocidade é igual contendo tetracloreto de carbono (CCl4) como
ou superior à velocidade terminal das fluido manométrico.
partículas (MOSKEN, 2020).
Um cuidado especial deve ser tomado 2.2. Procedimento Experimental
em relação aos componentes internos
instalados nos reatores de leito fluidizado, tais Com o leito inicialmente compactado,
como defletores, tubos e sensores, usados tanto anotou-se a altura inicial do leito na régua do
para melhorar a eficiência da reação e troca de equipamento e calculou-se a porosidade inicial
calor quanto para medições. A agitação do leito pelo volume de vazios sobre o volume
excessiva destes componentes causada pelas total da amostra. Em seguida, aumentou-se a
forças dinâmicas em atuação pode levar à sua vazão de ar de 0,5 em 0,5 L/min, sendo que,
falha e até comprometer o funcionamento do para cada vazão, mediu-se a perda de carga no
reator como um todo, portanto é sempre leito pelo desnível nos dois manômetros e a
importante ter o conhecimento das forças variação de altura no leito.
atuantes em diferentes condições de operação Quando atingiu-se a vazão de 9,0
para garantir a segurança do reator (LIU et al, L/min, realizou-se o procedimento inverso,
2020). diminuiu-se a vazão de 0,5 em 0,5 L/min,
A tecnologia dos leitos fluidizados medindo-se para cada ponto a perda de carga
vêm sendo utilizada em diversos ramos da nos dois manômetros e a variação de altura no
indústria, como por exemplo na combustão de leito.
3. Resultados e Discussão

3.1. Obtenção da curva fluidodinâmica

Na Tabela 1 abaixo estão descritos os dados obtidos através da realização do experimento.

Tabela 1 – Dados experimentais obtidos


Vazão crescente Vazão decrescente
H na H na H na
Q (m³/s) H na H do leito Q (m³/s) H do leito
entrada entrada coluna
(∙ 𝟏𝟎−𝟒 ) coluna (m) (m) (∙ 𝟏𝟎−𝟒 ) (m)
(m) (m) (m)
0,0000 0,000 0,000 0,299 1,5000 0,270 0,252 0,306
0,0833 0,010 0,012 0,299 1,4166 0,258 0,242 0,305
0,1667 0,030 0,034 0,299 1,3333 0,254 0,232 0,304
0,2500 0,040 0,044 0,299 1,2500 0,236 0,214 0,303
0,3333 0,052 0,056 0,299 1,1667 0,226 0,202 0,303
0,4167 0,078 0,080 0,299 1,0833 0,204 0,184 0,302
0,5000 0,098 0,096 0,299 1,0000 0,190 0,172 0,302
0,5833 0,118 0,116 0,299 0,9166 0,174 0,146 0,302
0,6667 0,130 0,130 0,299 0,8333 0,158 0,132 0,302
0,7500 0,144 0,142 0,299 0,7500 0,142 0,116 0,302
0,8333 0,164 0,160 0,299 0,6667 0,126 0,098 0,302
0,9166 0,180 0,176 0,299 0,5833 0,108 0,082 0,302
1,0000 0,202 0,196 0,299 0,5000 0,090 0,062 0,302
1,0833 0,216 0,210 0,299 0,4167 0,074 0,048 0,302
1,1667 0,230 0,226 0,300 0,3333 0,052 0,034 0,302
1,2500 0,246 0,242 0,300 0,2500 0,038 0,034 0,302
1,3333 0,258 0,242 0,302 0,1667 0,030 0,018 0,302
1,4166 0,270 0,252 0,303 0,0833 0,010 0,012 0,302
1,5000 0,270 0,252 0,306 0,0000 0,000 0,000 0,302
Fonte: os autores (2023)

A partir destes dados e demais dados Para obtenção da curva


obtidos da literatura, foi possível obter as fluidodinâmica, foi necessário encontrar o
restantes variáveis necessárias para a valor de ΔP, conforme a variação da vazão
construção da curva fluidodinâmica, bem volumétrica. O valor de ΔP experimental foi
como o ponto de mínima fluidização e a queda obtido através da Equação 1 abaixo.
de pressão (ΔP) máxima para suportar o leito.
Na Tabela 2 estão representados os ∆Pexperimental = ρ ∙ g ∙ Hcoluna (1)
dados bibliográficos utilizados para resolução
das equações. Com o intuído de comparar o
resultado experimental com o teórico,
Tabela 2 – Dados de densidade e viscosidade calculou-se o valor de ΔP teórico, através da
dinâmica. equação de Ergun, truncada no primeiro termo,
Fluído (água) Fluído (ar) representada pela Equação 2.
ρ = 1000 kg/m³ ρ = 1,17 kg/m³
μ = 0,0000184 kg/m.s 150∙𝜇∙𝐻𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 ∙𝑢𝑏∙(1−𝜀)2
∆𝑃 = 𝐷𝑝2 ∙𝜀 3
(2)
Fonte: BERGMAN, Theodore L. 2019.
Inicialmente, verificou-se através do 𝑔∙(𝜌𝑠−𝜌)∙𝐷𝑝²∙𝜀𝑚³
𝑢𝑏𝑚 = (10)
valor da equação de Reynolds (Equação 4 e 150∙𝜇∙(1−𝜀𝑚)

Equação 5, respectivamente) a característica


do regime do leito. Sendo que o valor da Os valores de volume e massa
porosidade de 0,54 foi encontrado através da específica do sólido foram obtidos
relação entre o volume de vazios, demostrado respectivamente, pelas Equações 11 e 12
na Equação 3. apresentadas abaixo, onde a massa de sólido do
leito era de 1,7 kg.
𝑉𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜𝑠
𝜀= (3) 𝜋∙𝐷𝑖 2 ∙𝐻 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
𝑉= (11)
4
𝜌∙𝑢𝑏∙𝐷𝑝
𝑅𝑒 = (4) 𝑚
𝜇 𝜌𝑠 = (12)
𝑉
𝑅𝑒
𝑅𝑒′ = (5)
1−𝜀
3.2 Discussão dos dados experimentais
Realizou-se esse procedimento para
calcular todos os pontos, onde verificou-se que A curva característica da fluidização
os valores de Reynolds obtidos foram relaciona a queda de pressão em função da
inferiores a 5, caracterizando-se como regime velocidade superficial do fluido, conforme
laminar. Assim, a queda de pressão do fluido apresentado na Figura 2.
através do leito pode ser descrita pela Equação
de Ergun (Equação 2). Figura 2 - Curva característica de fluidização.
Como não se conhecia o valor da
velocidade média, este foi encontrado através
da Equação 6, que traz uma relação entre vazão
e área de escoamento.
𝑄
𝑢𝑏 = (6)
𝐴

Com todos os valores de ΔP


experimental e teórico calculados foi possível
encontrar o erro relativo, dado pela Equação 7.
Fonte: Mosken, 2020.
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 −𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑒𝑥𝑝
𝐸𝑟𝑟𝑜 = | | ∙ 100% (7)
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜
Inicialmente, a uma velocidade baixa,
o leito apresenta correspondência ao regime
Ademais, com o objetivo de
fixo, dessa forma, a queda de pressão (ΔP)
classificar a fluidização em homogênea ou
aumenta, não ocorrendo significativa expansão
heterogênea, realizou-se o cálculo do número
na altura da coluna (segmento AB). Quando se
de Froude (Equação 9), partindo-se, do cálculo
alcança a velocidade de mínima fluidização
da porosidade mínima de fluidização,
pode-se observar uma maior queda de pressão
representada pela Equação 8.
(ΔP máx.) em seu comportamento (ponto O)
(CASTILHO, 2011). Ocorrendo qualquer
𝜀𝑚 = 1 − [0,365 ∙ (log 𝐷𝑝 − 1)] (8)
aumento na velocidade após a condição de
𝑢𝑏²
mínima fluidização, o leito passa a ser
𝐹𝑟 = 𝐷𝑝∙𝑔 (9) caracterizado pelo regime de fluidização, onde
o mesmo expande, transcorrendo de uma
Ainda, a velocidade mínima de queda de pressão (segmento OC), se
fluidização, isto é, quando ocorre a expansão estabilizando (MOSKEN, 2020).
do leito foi calculada pela Equação 10. O ponto de maior queda de pressão,
ocorre porque o fluído precisa vencer as forças
resistivas do leito. Quando a velocidade é Figura 4 - Curva característica da unidade
diminuída, o fluido não precisa mais vencer experimental do leito fluidizado.
essa resistência, e por isso, quando atinge uma
velocidade inferior à de mínima fluidização ele
não obedece a curva do segmento AB, e sim a
curva D. Dessa forma, suas partículas irão se
reorganizar e o valor da fração de vazios será
maior que a do leito fixo (CREMASCO, 2012).
Após a realização de todos os cálculos
foi possível plotar a curva característica obtida
experimentalmente, sendo expressa na Figura
3. O leito em questão é composto por areia e, Fonte: Os autores, 2023.
segundo Valdo (2008), esse tipo de leito
abrange partículas de 40 a 500 µm e apresenta Durante o aumento da vazão (Q)
massa específica que pode variar entre 1400 e (pontos azuis), onde ocorre simultaneamente
4000 kg/m³. Ainda, segundo o autor, esses um aumento de velocidade de escoamento, a
leitos tendem a gerar borbulhamento já na fluidização se comportou em um regime fixo,
mínima fluidização, aumentando também a não havendo grande expansão do leito (0,7
altura da coluna com o aumento da vazão e da cm), devido à baixa vazão de ar. Quando o
velocidade do fluido. ponto mf é atingido, pode-se observar na curva
característica que o ponto de máxima queda de
Figura 3 - Curva característica de fluidização pressão (ΔP) foi de, aproximadamente,
com base nos dados experimentais de ΔP. 2469,23 Pa sendo a vazão mínima de
fluidização da unidade experimental igual a
0,000142 m³/s. Conforme o aumento da vazão
pode-se observar o surgimento de bolhas e a
estabilização da curva em uma queda de
pressão média de 2469,23 Pa e vazão de
0,00015 m³/s.
Com a redução da vazão de ar (pontos
alaranjados), a curva característica
experimental tem um comportamento
Fonte: Os autores, 2023.
variacional mais tênue, uma vez que as
Através do gráfico, representado partículas de sílica (areia) vão se acomodando
acima, é possível perceber o comportamento no leito com a diminuição da vazão. Esse
do leito descrito por Castilho, 2011, comportamento traz à tona o fenômeno de
anteriormente citado, onde ocorreu um histerese, onde o leito não volta a sua altura
aumento gradual de ΔP, conforme o aumento inicial, pois o sistema sofre um rearranjo na
da vazão. Este aumento pode ser observado até acomodação das partículas, deixando mais
dado momento, conforme sinalizado, quando o espaços vazios em seu meio.
leito atinge a velocidade de mínima fluidização Os valores do número de Fr, denotam
e se expande, nota-se este comportamento pela um regime de escoamento homogêneo em
presença de bolhas no sistema. Após a todos os pontos, onde todos seguiram a norma
fluidização, ocorre uma queda de pressão e o Fr<1. Segundo Santos (2013), este regime de
leito se estabiliza, representado pela constante fluidização é o ideal, pois garante que não haja
após o ponto de mínima fluidização. coalescência de bolhas, evitando maiores
A partir dos resultados, também foi gastos energéticos e problemas de baixa
possível plotar a curva característica do eficiência da operação.
experimento, representada na Figura 4. Em decorrência do uso do método
simplificado da equação de Ergun, que
despreza a parcela de regime turbulento
(considerando somente um sistema laminar
ideal, que não ocorre em toda fração na
prática), ou de defeitos nos equipamentos a ANA%20MARIA%20DE%20MEDEIROS%
curva característica de fluidização com base 20(2019).pdf. Acesso em: 14 fev. 2023.
nos dados experimentais de perda de carga
(ΔP) apresentou um erro médio de 296,26%, CREMASCO, M. A. Operações unitárias em
um valor alto, porém justificável levando em sistemas particulados e fluidomecânicos.
conta os fatos supracitados. 423 p. 2012.

LIU et al. Effect of particle properties on


4. Conclusão forces on an immersed horizontal slat
during star-up of a fluidized bed. Chemical
O aparato experimental de leito Engineering Research and Design. vol. 159,
fluidizado, mostra-se confiável à teoria da pg. 105-114. Julho de 2020. ISSN: 0263-8762.
fluidização. A curva característica do sistema Disponível em:
experimental indica que o leito, https://doi.org/10.1016/j.cherd.2020.04.011.
primeiramente, apontou características de Acesso em: 14 fev. 2023.
regime fixo, com limitada expansão. Após
atingir o ponto de máxima queda de pressão, MOSKEN, G. M. Adequação da prática de
ocorreu a expansão do leito e observou-se a laboratório de engenharia química de leito
formação de características de borbulhamento. fluidizado. Monografia (Graduação em
Com a diminuição da vazão, as partículas no Engenharia Química) – Universidade Federal
leito sofreram rearranjo e se acomodaram de de Uberlândia, UFU, Uberlândia, MG, 2020.
maneira distinta à inicial, revelando a Disponível em:
ocorrência do fenômeno de histerese. Levando https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789
em consideração todos os tópicos já citados, /30217/1/Adequa%C3%A7%C3%A3oDaPr%
torna-se possível destacar que o regime de C3%A1tica.pdf. Acesso em: 14 fev 2023.
fluidização para esse sistema é homogêneo em
todos os pontos analisados. SANTOS, K. A. L. Validação da simulação
por CFD do Riser de uma unidade piloto a
5. Referências frio de FCC utilizando transmissão gama.
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BERGMAN, Theodore L. Incropera - Engenharia Química) - Universidade Federal
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https://ppgem.ufcg.edu.br/arquivos/2019/TU fluidizado gasoso. Campinas, UNICAMP,
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Simbologia

ΔP Perda de carga (Pa) ub Velocidade média (m/s)


µ Viscosidade (kg/m*s) Re Reynolds ()

Di Diâmetro interno do leito (m) Dp Diâmetro da partícula (m)

g Gravidade (m/s²) ρs Massa específica do sólido (kg/m³)

Q Vazão volumétrica (m³/s) ε Porosidade ()

Q0 Vazão volumétrica inicial (m³/s) m Massa do sólido (kg)

V Volume (m³) εm Porosidade mínima de fluidização ()

A Área transversal (m²) Fr Froude ()

ρ Massa específica do fluido (kg/m³) Hm Altura máxima do leito (m)

H Altura (m) ubm Velocidade mínima de fluidização (m/s)

6. Memória de cálculo
A resolução dos cálculos apresentada abaixo, referem-se ao ponto dois, sendo os demais
pontos, resolvidos da mesma forma.

6.1 Equação do ΔP experimental

∆Pexperimental = ρ ∙ g ∙ Hcoluna
𝑘𝑔 𝑚
∆Pexperimental = 1000 ∙ 9,81 ∙0,012 m
𝑚³ 𝑠²
∆Pexperimental = 117,58 Pa

6.2 Equação do ΔP teórico


150 ∙ 𝜇 ∙ 𝐻𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 ∙ 𝑢𝑏 ∙ (1 − 𝜀)2
∆𝑃 =
𝐷𝑝2 ∙ 𝜀 3
𝑘𝑔 𝑚
150 ∙ 1,84 ∙ 10−5 𝑚 ∙ 𝑠 ∙ 0,299 𝑚 ∙ 0,00433 𝑠 ∙ (1 − 0,54)2
∆𝑃 =
(0,00025 𝑚)2 ∙ 0,543
∆𝑃 = 38,35 𝑃𝑎

6.3 Equação da porosidade


𝑉𝑣𝑎𝑧𝑖𝑜𝑠
𝜀=
𝑉𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙
5,4 ∙ 10−6 𝑚³
𝜀=
1,0 ∙ 10−5 𝑚³
𝜀 = 0,54

6.3 Equação de Reynolds

𝜌 ∙ 𝑢𝑏 ∙ 𝐷𝑝
𝑅𝑒 =
𝜇
𝑘𝑔 𝑚
1,17 ∙ 0,00025 𝑚 ∙ 0,00217 𝑠
𝑅𝑒 = 𝑚³
𝑘𝑔
1,85 ∙ 10−5 𝑚 ∙ 𝑠
𝑅𝑒 = 3,45 ∙ 10−2

𝑅𝑒
𝑅𝑒′ =
1−𝜀
3,45 ∙ 10−2
𝑅𝑒′ =
1 − 0,54
𝑅𝑒′ = 7,5 ∙ 10−2

6.4 Equação da velocidade média


𝑄
𝑢𝑏 =
𝐴
𝑚³
8,33 ∙ 10−6 𝑠
𝑢𝑏 =
0,03848 𝑚²
𝑚
𝑢𝑏 = 0,00433
𝑠

6.5 Equação do erro médio relativo

𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜 − 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟exp médio


𝐸𝑟𝑟𝑜 = | | ∙ 100%
𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑜
346,96 − 1374,89
𝐸𝑟𝑟𝑜 = | | ∙ 100%
346,96
𝐸𝑟𝑟𝑜 = 296,26%

6.6 Equação da porosidade mínima de fluidização

𝜀𝑚 = 1 − [0,365 ∙ (log 𝐷𝑝 − 1)]


𝜀𝑚 = 1 − [0,365 ∙ (log ( 250 𝜇𝑚) − 1)]
𝜀𝑚 = 0,49

6.7 Equação da velocidade mínima de fluidização

𝑔 ∙ (𝜌𝑠 − 𝜌) ∙ 𝐷𝑝² ∙ 𝜀𝑚³


𝑢𝑏𝑚 =
150 ∙ 𝜇 ∙ (1 − 𝜀𝑚)
𝑚 𝑘𝑔 𝑘𝑔
9,81 ∙ (1448,32 3 − 1,17 3 ) ∙ (0,00025 𝑚)² ∙ 0,49³
𝑠² 𝑚 𝑚
𝑢𝑏𝑚 =
𝑘𝑔
150 ∙ 1,84 ∙ 10−5 𝑚 ∙ 𝑠 ∙ (1 − 0,49)
𝑚
𝑢𝑏𝑚 = 7,42 ∙ 10−2
𝑠
6.8 Equação de Froud

𝑢𝑏²
𝐹𝑟 =
𝐷𝑝 ∙ 𝑔
𝑚
(2,17 ∙ 10−3 𝑠 )²
𝐹𝑟 = 𝑚
0,00025 𝑚 ∙ 9,81
𝑠²
𝐹𝑟 = 1,9 ∙ 10−3
6.9 Altura máxima do leito
𝑄 − 𝑄0
1+
𝐻𝑚 = 𝐻 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜 ∙ 𝐴 ∙ (𝑔 ∙ 𝐷𝑖)12
0,35
𝑚3
8,33 ∙ 10−6 𝑠
1+
3,85 ∙ 10−3 𝑚2 𝑚 1
𝐻𝑚 = 0,299 𝑚 ∙ ∙ (9,81 ∙ 0,07 𝑚)2
0,35 𝑠²
𝐻𝑚 = 0,301 𝑚

6.10 Equação do volume


𝜋 ∙ 𝐷𝑖2 ∙ 𝐻 𝑙𝑒𝑖𝑡𝑜
𝑉=
4
𝜋 ∙ (0,07 𝑚)2 ∙ 0,299 𝑚
𝑉=
4
𝑉 = 1,15 ∙ 10−3 𝑚³

6.11 Equação da massa específica do sólido


𝑚
𝜌𝑠 =
𝑉
1,17 𝑘𝑔
𝜌𝑠 =
1,15 ∙ 10−3 𝑚³
𝑘𝑔
𝜌𝑠 = 1477,38
𝑚³

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