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Faculdade Multivix Vila Velha

Gustavo Dela Costa


Ian Auer Guss
Jõao Felipe Tellau Vago

Atividade Avaliativa Mecânica dos Fluidos: 1° Bimestre


Resumo do TCC - Escoamento Bifásico Líquido-gás: Previsão de
Gradientes de Pressão com a Correlação de Lockhart e Martinelli e
Fluidodinâmica Computacional

Vila Velha/ES
Setembro 2023
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I -Introdução

Os escoamentos bifásicos líquido-gás, desempenham um papel crucial na indústria,


especialmente em processos que envolvem a ebulição e condensação de fluidos, como os
encontrados em refinarias de petróleo. Além disso, esses escoamentos também são
fundamentais em sistemas de refrigeração.
Quando gás e líquido fluem em conjunto através de um tubo, uma variedade de padrões de
escoamento pode surgir, dependendo de múltiplos fatores, incluindo taxas de fluxo de líquido
e gás, propriedades dos fluidos, condições operacionais e características geométricas do tubo.

Dentro das tubulações horizontais, encontramos diversos padrões de escoamento, cada um com
suas características distintas:

1.Borbulhado: Neste padrão, bolhas de gás são dispersas no líquido, concentrando-se


principalmente na parte superior do tubo.

2.Tamponado: Nesse caso, formam-se bolsões alongados de gás na parte superior do tubo,
podendo haver pequenas bolhas abaixo deles.

3. Estratificado: Este padrão implica que as fases líquida e gasosa fluem separadamente, com
uma interface horizontal relativamente suave.
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4. Ondulado: Aqui, as fases líquida e gasosa fluem separadamente, mas com uma interface
irregular, apresentando ondulações.

5. Pistonado: Nesse padrão, ocorre o rompimento intermitente da interface líquido-gás,


resultando em gotículas de líquido na fase gasosa. À medida que a velocidade do gás aumenta,
esse tipo de escoamento se torna mais proeminente.

6. Anular: Neste cenário, uma película de líquido se forma na parede do tubo, envolvendo o gás
que flui no centro. A espessura da película líquida na parte inferior do tubo é maior do que na
parte superior, e essa interface é instável, frequentemente exibindo bolhas no filme líquido.

7. Disperso: Neste padrão, o líquido é disperso na fase gasosa na forma de pequenas gotículas,
que são arrastadas pelo gás.
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Apesar dos avanços na simulação computacional de escoamentos bifásicos, ainda enfrentamos


desafios na representação matemática da interface líquido-gás para todos os padrões de
escoamento conhecidos, devido à complexidade dinâmica dessas interfaces. Portanto, o
objetivo deste projeto de conclusão de curso é comparar gradientes de pressão em escoamentos
bifásicos líquido-gás em tubos horizontais, empregando a correlação de Lockhart & Martinelli
(1949) e o software ANSYS CFX 11.0 como ferramentas de análise.

II - Fundamentos

II .1 - Escoamento Bifásico Líquido-Gás

O fluxo bifásico liquido-gás em uma tubulação envolve duas ou mais substâncias fluindo juntas
na mesma direção. Isso geralmente resulta em uma queda de pressão maior do que um único
fluxo de material para a mesma quantidade de fluido fluindo. Isso ocorre porque o tecido está
fora de sincronia. Um flui mais lentamente que o outro.
Esta perda de pressão adicional pode ser explicada pela hidrodinâmica. A presença da segunda
substância reduz a área disponível para o fluxo da primeira substância. Isto aumenta a
velocidade inicial do material como se ele estivesse fluindo através de um tubo de pequeno
diâmetro. Esta área circular aumenta ainda mais este efeito.
Além disso, as interações entre substâncias também desempenham um papel importante. Estes
incluem a energia necessária para superar a tensão superficial, aumentando a área superficial, e
o momento e a turbulência causados pelo contato entre materiais que fluem em velocidades
diferentes. Esses efeitos são levados em consideração quando a energia é transferida entre
materiais ou quando é criada resistência adicional ao fluxo.
Estudos sobre esse tipo de fluxo identificaram diferentes padrões dependendo da velocidade
do material envolvido. A adição de uma pequena quantidade de uma substância a um fluxo
constante de outra substância pode resultar na formação de espuma não dissolvida, resultando
em uma "bolha". À medida que a quantidade de material inicial aumenta, estas bolhas podem
fundir-se para formar um “fluxo tamponado”. O primeiro material pode fluir em proporções
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variadas através do centro do tubo, enquanto o outro material flui ao longo das paredes, criando
um "fluxo em anel". Quando a quantidade de uma substância aumenta ainda mais, ocorre um
“fluxo disperso” no qual uma substância se torna a fase dominante e a outra se dispersa na
forma de uma névoa. Em tubulações horizontais, também pode ocorrer “fluxo estratificado”,
com o material mais leve na parte superior da tubulação e o material mais denso na parte inferior.
As transições entre esses padrões de fluxo dependem de mudanças nas taxas de fluxo de
materiais. No entanto, devido à complexidade das interações, não existem regras universais
para prever o comportamento de qualquer sistema específico. Para identificar esses padrões e
suas transições, são utilizados mapas como o 'mapa Baker' que leva em consideração a
velocidade do fluxo e as propriedades físicas do material. Isso ajuda a determinar onde o fluxo
bifásico está no mapa e prevê padrões de fluxo.

ρG – massa especifica do gás (lbm/ft³);


ρL – massa especifica do líquido (lbm/ft³);
μL – viscosidade dinâmica do líquido (cP);
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σ – tensão superficial (dina/cm);


GG – fluxo mássico da fase gasosa (lb/ft 2s);
GL – fluxo mássico da fase líquida (lb/ft 2s).

II .2 - Correlação de Lockhart & Martinelli

A correlação de Lockhart & Martinelli (L&M) é uma ferramenta para prever a queda de pressão
devido ao atrito viscoso em fluxos bifásicos de gás líquido em tubos horizontais. É utilizado
independentemente das condições de vazão prevalecentes e é utilizado para dimensionar
tubulações, válvulas, bombas e compressores em sistemas de transporte.
L&M assume que existe um equilíbrio termodinâmico entre as fases de contato. Isto significa
que não há transferência de massa entre as fases durante o fluxo e ambas as fases estão
permanentemente saturadas uma com a outra. No entanto, este equilíbrio nem sempre é mantido
devido às flutuações de pressão ao longo da tubulação e às mudanças na solubilidade da fase
devido ao aquecimento. Isto leva a erros nas previsões de correlação, que podem chegar a 50%.
A correlação L&M foi desenvolvida com base em experimentos com ar em tubulações de
diversos diâmetros e velocidades e líquidos como benzeno, querosene, água e óleo. São
considerados quatro tipos de mecanismos de fluxo bifásico de gás líquido: turbulento, líquido
laminar e gás turbulento, líquido turbulento e gás laminar, e ambos laminares.
Para usar a correlação, primeiro use a correlação empírica para fluxo monofásico para calcular
o gradiente de pressão para cada fase como se ela estivesse fluindo independentemente na
tubulação. Em seguida são determinados os parâmetros X e obtidos os multiplicadores γG e γL
pela correlação L&M. Finalmente, o gradiente de pressão do fluxo bifásico é calculado a partir
desses valores. Apesar de suas limitações, a correlação L&M é útil para estimar rapidamente
gradientes de pressão em fluxos bifásicos de gás líquido em tubos horizontais.
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(∆P/∆L)BF – gradiente de pressão do escoamento bifásico (Pa/m);


(∆P/∆L)L – gradiente de pressão do escoamento monofásico líquido (Pa/m);
(∆P/∆L)G – gradiente de pressão do escoamento monofásico gasoso (Pa/m);
γL – fator empírico adimensional de L&M para o líquido;
γG – fator empírico adimensional de L&M para o gás.

(∆P/∆L)F – gradiente de pressão do escoamento monofásico gás ou líquido (Pa/m) ;


(∆P/∆L)L – gradiente de pressão do escoamento monofásico líquido (Pa/m);
(∆P/∆L)G – gradiente de pressão do escoamento monofásico gasoso (Pa/m).
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II .3 - Correlação de Friedel

correlação de Friedel: é outra ferramenta para prever a queda de pressão ao longo do


comprimento no fluxo bifásico gás-líquido. Baseia-se no uso de um multiplicador, um
parâmetro empírico, para transformar o gradiente de pressão calculado para fluxo monofásico
em uma previsão para fluxo bifásico.

A correlação de Friedel é recomendada para fluxos com uma proporção de viscosidades


cinemáticas de líquido para gás inferior a 1.000 e vazões totais bifásicas superiores a 2.000
kg/m²s.
Esta correlação substitui a correlação de Lockhart-Martinelli e é usada para comparação com
simulações numéricas de fluxo em fluxo de ar líquido bifásico.
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II .4 - Simulação de Escoamento de Fluidos

Dinâmica de Fluidos Computacional (CFD) é um conjunto de técnicas para estudar o fluxo de


fluidos usando matemática e computação. Os usuários fornecem informações sobre geometria,
propriedades de fluidos, condições iniciais e de contorno para executar simulações CFD. Essa
metodologia é utilizada para prever o comportamento de produtos, processos ambientais,
fornecer detalhes, explorar riscos, otimizar projetos e evitar problemas de dimensionamento. O
desenvolvimento do CFD ocorreu em três etapas: desenvolvimento do método, investimento da
indústria em software comercial e refinamento do modelo e integração com simulação de
processos. ANSYS CFX é um software ANSYS CFD para simular fluxo de fluidos com a
capacidade de configurar, resolver e analisar resultados, incluindo visualizações e animações
3D.

II .4.1 - Fundamentos Físicos

As equações utilizadas pelo CFX para obter resultados numéricos são a equação de conservação
da massa (equação de continuidade) e a equação de momento linear (equação de movimento).

ρ – massa específica (kg/m³);


t – tempo (s);
V – velocidade (m/s); p – pressão (Pa);
τ - tensão cisalhante (Pa);
SM – força de campo por volume de fluido (Pa/m).
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O modelo -ε é utilizado para descrever a turbulência no escoamento e introduz duas variáveis,


(energia cinética turbulenta) e (taxa específica de dissipação turbulenta), para representar as
oscilações do movimento, sua velocidade e dissipação ao longo do tempo. Isto melhora a
modelagem do comportamento caótico do fluido e envolve a modificação das equações de
continuidade e momento.
Em um escoamento borbulhante bifásico, quatro forças estão envolvidas: Força de dispersão
turbulenta, que é afetada pela turbulência do escoamento; Força de arrasto, que é dividida em
resistência friccional (mais próxima da parede da bolha) e resistência conformacional (relativa
à área de contato entre o líquido e a bolha); Elevação, agindo perpendicularmente ao fluxo e
devido à diferença de pressão na superfície da bolha; Força lubrificante da parede, que ocorre
em regiões de velocidade transversal, move a bolha em direção ao centro do tubo. Estas forças
desempenham um papel importante na dinâmica do fluxo efervescente bifásico.

III - Metodologias e Procedimentos de Cálculos

A análise das fases separadamente será utilizada para estimar a queda de pressão por unidade
de comprimento de tubo em um fluxo bifásico líquido-gás, utilizando a correlação de L&M.
Para aplicação da metodologia foram avaliados os fluidos água e ar, a 25°C.

As seguintes considerações são relevantes:


• Escoamento isotérmico, cuja temperatura é 25°C;
• Escoamento no estado estacionário;
• Não há transferência de calor;
• Equilíbrio termodinâmico entre as fases.
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Uma vez definido o DI, a área da seção reta do tubo pode ser determinada através da fórmula
da área do círculo.

Cálculo das Velocidades Superficiais Para determinar as velocidades superficiais precisamos


calcular os parâmetros adimensionais λ e ψ. Os cálculos foram feitos através das equações nas
tabelas acima os valores para e λ e ψ:
λ=0,9924
ψ=0,9761

Para assegurar a conformidade com os padrões de escoamento borbulhado e estratificado, foram


selecionados aleatoriamente pontos no mapa de Baker, que correspondem aos padrões de fluxo
bifásico líquido-gás em um tubo horizontal. Para o escoamento borbulhado, foram escolhidos
dois pontos de modo a posicionar o número de Reynolds tanto à esquerda quanto à direita da
linha de turbulência completa.

Uma vez definido os grupos adimensionais Gl* λψ/Gg e Gg/ λ bem como os parâmetros λ e ψ,
os fluxos mássicos de ambas as fases podem ser calculados. Pós os cálculos obtemos os
resultados.
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Fórmulas:
WF= GF. A
QF=WF/pF
VF=QF/A

WF – vazão mássica da fase (kg/s);


GF – fluxo mássico da fase (kg/m²s);
QF – vazão volumétrica da fase (m³/s);
A – área da seção reta do tubo (m²);
ρF – massa específica da fase (kg/m³);
VF – velocidade superficial da fase (m/s).

III .1 - Determinação do Regime de Escoamento

O grau de mistura de um fluido em movimento está relacionado ao seu regime de escoamento.


O escoamento será classificado como laminar quando o número de Reynolds (NRE) for inferior
a 2000. Quando o NRE exceder esse valor, o escoamento será classificado como turbulento.

III .1.2 - Escoamento Laminar


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NRE – número de Reynolds;


f – fator de atrito de Darcy.

III .1.3 - Escoamento Turbulento

NRE – número de Reynolds;


f – fator de atrito de Darcy;
ε – rugosidade absoluta (m);
DI – diâmetro interno (m).

III .2 - Cálculo do Gradiente de Pressão para Cada Fase

Para o cálculo do gradiente de pressão para cada fase será utilizada a equação de Darcy.

∆P/∆L – gradiente de pressão monofásico (Pa/m);


ρ - massa específica da fase (kg/m³);
υ - velocidade (m/s);
f – fator de atrito de Darcy;
DI – diâmetro interno do tubo (m) C.

III .3 - Cálculo do Gradiente de Pressão Bifásico

Obtém-se o gradiente de pressão do escoamento bifásico, através das correlações de L&M.


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III .4 - Cálculo do Desvio Percentual do Gradiente de Pressão

III .5 - Cálculo da Espessura da Camada Limite

δL – espessura da camada limite do escoamento turbulento (m);


DI – diâmetro interno do tubo (m);
NRE – número de Reynolds;
f – fator de atrito de Darcy.

IV - Resultados para Regime Borbulhado – Tubo Horizontal

Foram utilizados o ANSYS Workbench 9.0 para construir uma geometria para simulação no
desing modeler. consistindo em um tubo com diâmetro de 20,7 mm e 1 m de comprimento.

IV .1 - Na Região de Turbulência Incompleta

Foi simulado o escoamento monofásico da água na região de turbulência incompleta, em um


tubo horizontal.

O gradiente de pressão resultante para o escoamento monofásico simulado é 15.028 Pa/m.


Utilizando a equação de Darcy o desvio do gradiente de pressão obtido por CFD comparado
com a previsão da equação de Darcy é 3,2 %. Com esse resultado o escoamento monofásico
simulado no CFX dá erros pequenos comprado com a equação de Darcy.
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IV .2 - Região de Turbulência Completa

Foi simulado o escoamento monofásico da água em um tubo horizontal. Para visualizar os


modelos, considerações e condições de contorno utilizados no CFX-pre. O gradiente de pressão
resultante para o escoamento monofásico simulado é 1.425.762 Pa/m. O desvio do gradiente de
pressão obtido por CFD comparado com a previsão da equação de Darcy é 3,03 %.

IV .3 - Comparação das Simulações por CFD do Regime Borbulhado com Correlações


Empíricas

O valor do gradiente de pressão obtido para a simulação do escoamento bifásico borbulhado,


quando consideramos o modelo de equilíbrio homogêneo, demonstra desvios de 6,16% e 0,37%,
em comparação com as previsões das correlações de L&M e Friedel.

V- Resultados para Regime Estratificado

V.1 – Escoamento Monofásico

Foram utilizados os mesmos parâmetros das simulações anteriores e valores das propriedades
do líquido para o escoamento estratificado, foi simulado o escoamento monofásico da água em
um tubo horizontal, a seguir temos a pressão no tubo durante o escoamento monofásico
resultante da simulação.
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O gradiente de pressão resultante para o escoamento monofásico simulado é 26 Pa/m.


Utilizando a equação de Darcy é possível estimar o gradiente de pressão para comparar com o
obtido pelo ANSYS CFX-solve, tendo como resultado 32 Pa/m. O desvio do gradiente de
pressão obtido pelo ANSYS CFX-solve comparado com a previsão da equação de Darcy é
18,75 %. O desvio elevado pode ser devido ao fator de atrito, do escoamento estratificado
analisado, estar na região de transição (NRE = 4070).

V.2 - Simulação do Regime Estratificado pelo Software ANSYS CFX-solve

A imagem a seguir apresenta a queda de pressão ao longo do tubo durante o escoamento


bifásico estratificado.

O resultado do gradiente para o escoamento estratificado bifásico é 48 Pa/m.

V.3 - Comparação da Simulação do Software com às Correlações Empíricas

Comparando o resultado da simulação computacional com a correlação de L&M e de Friedel,


temos:
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Tendo como referência às previsões de L&M e Friedel, pode-se fazer uma comparação com o
resultado da simulação, onde temos que os valores de desvio determinados foram 36 % e 58,3 %,
respectivamente.

VI - Conclusões e Resultados

VI. 1 - Escoamento Monofásico

O autor conclui que as simulações computacionais de escoamento monofásico líquido em


diferentes regimes de turbulência mostraram resultados semelhantes às previsões baseadas na
equação de Darcy com o uso do modelo de turbulência κ-ε. No entanto, quando o escoamento
entrou na região de transição com um número de Reynolds entre 2000 e 4000, houve um desvio
significativo das previsões devido à natureza instável dessa zona. O fator de atrito variou
abruptamente nesse cenário, tornando as previsões menos precisas, resultando em um desvio
de 18,75% em relação à correlação de L&M.

VI. 2 - Escoamento Bifásico

Como esperado e conforme documentado na literatura, o escoamento bifásico apresenta uma


perda de carga por comprimento de tubulação maior do que quando apenas uma fase escoa com
a mesma vazão mássica. As simulações utilizaram o modelo de equilíbrio homogêneo, que
simplifica as velocidades, temperaturas e pressões das fases, e mostraram uma boa
concordância com o escoamento borbulhado, tanto na região de turbulência incompleta quanto
na completa. Os desvios em relação às previsões da correlação de L&M foram de 6,16% e
2,51%, e em relação à correlação de Friedel foram -0,37% e 3,16%, respectivamente.

As bolhas de ar formadas durante o escoamento bifásico líquido-gás podem ter formatos


semelhantes a aerofólios, influenciando a direção da força de sustentação transversal. No
entanto, quando as bolhas são pequenas, elas não assumem a forma de aerofólios, e a força de
sustentação não desempenha um papel significativo no escoamento. Portanto, as simulações
que consideraram a força de sustentação como atuante apresentaram desvios positivos nos
gradientes de pressão de 20,90% e 9,18% para as regiões de turbulência completa e incompleta,
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respectivamente, em comparação com as previsões de L&M. Em relação à correlação de Friedel,


os desvios foram de 15,40% e 9,80%, respectivamente.

Por outro lado, a força de lubrificação de parede, que também age transversalmente ao
escoamento, depende do tamanho das bolhas. O uso de um diâmetro de bolha (2 mm)
significativamente maior do que a espessura da camada limite 0,025 mm e 0,0026 mm,
respectivamente, para as regiões de turbulência completa e incompleta nas simulações levou a
desvios maiores em relação às previsões de L&M. As simulações que consideraram a força de
lubrificação de parede apresentaram desvios negativos nos gradientes de pressão de 9,80% e
13,71% para as regiões de turbulência incompleta e completa, respectivamente, em comparação
com as previsões de L&M. Em relação à correlação de Friedel, os desvios foram negativos e
iguais a 17,45% e 12,95%.

As simulações que não levaram em conta as forças de sustentação e de lubrificação de parede


nos escoamentos borbulhados, tanto na região de turbulência completa quanto na incompleta,
apresentaram desvios de 8,04% e 0,59%, respectivamente, em relação à correlação de L&M.
Em relação à correlação de Friedel, os desvios foram de 1,64% e 1,26%, respectivamente,
confirmando que essas duas forças não são significativas em escoamentos borbulhados com
bolhas de pequeno diâmetro.
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REFERÊNCIAS

SOUZA, Raquel Greice Silva de. Escoamento bifásico líquido-gás: previsão de gradientes de
pressão com a correlação de Lockhart e Martinelli e fluidodinâmica computacional. 2009. 74 f.
TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 2009.

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