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Vila Velha/ES
Setembro 2023
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I -Introdução
Dentro das tubulações horizontais, encontramos diversos padrões de escoamento, cada um com
suas características distintas:
2.Tamponado: Nesse caso, formam-se bolsões alongados de gás na parte superior do tubo,
podendo haver pequenas bolhas abaixo deles.
3. Estratificado: Este padrão implica que as fases líquida e gasosa fluem separadamente, com
uma interface horizontal relativamente suave.
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4. Ondulado: Aqui, as fases líquida e gasosa fluem separadamente, mas com uma interface
irregular, apresentando ondulações.
6. Anular: Neste cenário, uma película de líquido se forma na parede do tubo, envolvendo o gás
que flui no centro. A espessura da película líquida na parte inferior do tubo é maior do que na
parte superior, e essa interface é instável, frequentemente exibindo bolhas no filme líquido.
7. Disperso: Neste padrão, o líquido é disperso na fase gasosa na forma de pequenas gotículas,
que são arrastadas pelo gás.
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II - Fundamentos
O fluxo bifásico liquido-gás em uma tubulação envolve duas ou mais substâncias fluindo juntas
na mesma direção. Isso geralmente resulta em uma queda de pressão maior do que um único
fluxo de material para a mesma quantidade de fluido fluindo. Isso ocorre porque o tecido está
fora de sincronia. Um flui mais lentamente que o outro.
Esta perda de pressão adicional pode ser explicada pela hidrodinâmica. A presença da segunda
substância reduz a área disponível para o fluxo da primeira substância. Isto aumenta a
velocidade inicial do material como se ele estivesse fluindo através de um tubo de pequeno
diâmetro. Esta área circular aumenta ainda mais este efeito.
Além disso, as interações entre substâncias também desempenham um papel importante. Estes
incluem a energia necessária para superar a tensão superficial, aumentando a área superficial, e
o momento e a turbulência causados pelo contato entre materiais que fluem em velocidades
diferentes. Esses efeitos são levados em consideração quando a energia é transferida entre
materiais ou quando é criada resistência adicional ao fluxo.
Estudos sobre esse tipo de fluxo identificaram diferentes padrões dependendo da velocidade
do material envolvido. A adição de uma pequena quantidade de uma substância a um fluxo
constante de outra substância pode resultar na formação de espuma não dissolvida, resultando
em uma "bolha". À medida que a quantidade de material inicial aumenta, estas bolhas podem
fundir-se para formar um “fluxo tamponado”. O primeiro material pode fluir em proporções
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variadas através do centro do tubo, enquanto o outro material flui ao longo das paredes, criando
um "fluxo em anel". Quando a quantidade de uma substância aumenta ainda mais, ocorre um
“fluxo disperso” no qual uma substância se torna a fase dominante e a outra se dispersa na
forma de uma névoa. Em tubulações horizontais, também pode ocorrer “fluxo estratificado”,
com o material mais leve na parte superior da tubulação e o material mais denso na parte inferior.
As transições entre esses padrões de fluxo dependem de mudanças nas taxas de fluxo de
materiais. No entanto, devido à complexidade das interações, não existem regras universais
para prever o comportamento de qualquer sistema específico. Para identificar esses padrões e
suas transições, são utilizados mapas como o 'mapa Baker' que leva em consideração a
velocidade do fluxo e as propriedades físicas do material. Isso ajuda a determinar onde o fluxo
bifásico está no mapa e prevê padrões de fluxo.
A correlação de Lockhart & Martinelli (L&M) é uma ferramenta para prever a queda de pressão
devido ao atrito viscoso em fluxos bifásicos de gás líquido em tubos horizontais. É utilizado
independentemente das condições de vazão prevalecentes e é utilizado para dimensionar
tubulações, válvulas, bombas e compressores em sistemas de transporte.
L&M assume que existe um equilíbrio termodinâmico entre as fases de contato. Isto significa
que não há transferência de massa entre as fases durante o fluxo e ambas as fases estão
permanentemente saturadas uma com a outra. No entanto, este equilíbrio nem sempre é mantido
devido às flutuações de pressão ao longo da tubulação e às mudanças na solubilidade da fase
devido ao aquecimento. Isto leva a erros nas previsões de correlação, que podem chegar a 50%.
A correlação L&M foi desenvolvida com base em experimentos com ar em tubulações de
diversos diâmetros e velocidades e líquidos como benzeno, querosene, água e óleo. São
considerados quatro tipos de mecanismos de fluxo bifásico de gás líquido: turbulento, líquido
laminar e gás turbulento, líquido turbulento e gás laminar, e ambos laminares.
Para usar a correlação, primeiro use a correlação empírica para fluxo monofásico para calcular
o gradiente de pressão para cada fase como se ela estivesse fluindo independentemente na
tubulação. Em seguida são determinados os parâmetros X e obtidos os multiplicadores γG e γL
pela correlação L&M. Finalmente, o gradiente de pressão do fluxo bifásico é calculado a partir
desses valores. Apesar de suas limitações, a correlação L&M é útil para estimar rapidamente
gradientes de pressão em fluxos bifásicos de gás líquido em tubos horizontais.
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II .3 - Correlação de Friedel
As equações utilizadas pelo CFX para obter resultados numéricos são a equação de conservação
da massa (equação de continuidade) e a equação de momento linear (equação de movimento).
A análise das fases separadamente será utilizada para estimar a queda de pressão por unidade
de comprimento de tubo em um fluxo bifásico líquido-gás, utilizando a correlação de L&M.
Para aplicação da metodologia foram avaliados os fluidos água e ar, a 25°C.
Uma vez definido o DI, a área da seção reta do tubo pode ser determinada através da fórmula
da área do círculo.
Uma vez definido os grupos adimensionais Gl* λψ/Gg e Gg/ λ bem como os parâmetros λ e ψ,
os fluxos mássicos de ambas as fases podem ser calculados. Pós os cálculos obtemos os
resultados.
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Fórmulas:
WF= GF. A
QF=WF/pF
VF=QF/A
Para o cálculo do gradiente de pressão para cada fase será utilizada a equação de Darcy.
Foram utilizados o ANSYS Workbench 9.0 para construir uma geometria para simulação no
desing modeler. consistindo em um tubo com diâmetro de 20,7 mm e 1 m de comprimento.
Foram utilizados os mesmos parâmetros das simulações anteriores e valores das propriedades
do líquido para o escoamento estratificado, foi simulado o escoamento monofásico da água em
um tubo horizontal, a seguir temos a pressão no tubo durante o escoamento monofásico
resultante da simulação.
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Tendo como referência às previsões de L&M e Friedel, pode-se fazer uma comparação com o
resultado da simulação, onde temos que os valores de desvio determinados foram 36 % e 58,3 %,
respectivamente.
VI - Conclusões e Resultados
Por outro lado, a força de lubrificação de parede, que também age transversalmente ao
escoamento, depende do tamanho das bolhas. O uso de um diâmetro de bolha (2 mm)
significativamente maior do que a espessura da camada limite 0,025 mm e 0,0026 mm,
respectivamente, para as regiões de turbulência completa e incompleta nas simulações levou a
desvios maiores em relação às previsões de L&M. As simulações que consideraram a força de
lubrificação de parede apresentaram desvios negativos nos gradientes de pressão de 9,80% e
13,71% para as regiões de turbulência incompleta e completa, respectivamente, em comparação
com as previsões de L&M. Em relação à correlação de Friedel, os desvios foram negativos e
iguais a 17,45% e 12,95%.
REFERÊNCIAS
SOUZA, Raquel Greice Silva de. Escoamento bifásico líquido-gás: previsão de gradientes de
pressão com a correlação de Lockhart e Martinelli e fluidodinâmica computacional. 2009. 74 f.
TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio
de Janeiro, 2009.