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Relatório do experimento da bancada de Reynolds

Acadêmico João Paulo Fernandes da Silva – jhonpolfernandes@hotmail.com


Instituto Federal de Goiás - IFG
GOIÂNIA, 26 de agosto de 2019

Resumo

A mecânica dos fluidos estuda o comportamento físico dos fluidos bem como suas
propriedades. Os aspectos teóricos e práticos que serão apresentados neste trabalho são de
fundamental importância como auxílio para resolução de muitos problemas encontrados
tanto na engenharia, quanto em outras áreas que necessitam da mesma. Entre as principais
aplicações estão os estudos de escoamento de líquidos e gases, máquinas hidráulicas,
aplicações de pneumática e hidráulica industrial, sistemas de ventilação e ar condicionado
bem como diversas aplicações em outras áreas como: aerodinâmica e aeroespacial. Ao longo
desse relatório serão apresentados os materiais utilizados bem como métodos e resultados
obtidos durante o experimento da bancada de Reynolds.

Palavras-chave: Mecânica dos Fluidos, Bancada de Reynolds, Experimento.

1 Introdução

No estudo do escoamento dos fluidos dois regimes principais são observados: O laminar, e o
turbulento.
No regime laminar as partículas do fluido escoam em camadas sobrepostas, não sendo
observados cruzamentos de suas trajetórias. O movimento é lento e a perda de carga do
escoamento é função, principalmente, do atrito interno das partículas do fluido, ou seja, de sua
viscosidade.
Já no regime turbulento o movimento é mais rápido, as partículas não seguem uma trajetória
definida, cruzando-se, de forma aleatória, ao longo do fluxo. Nessas condições, as perdas de
carga estão relacionadas, principalmente, ao atrito do fluido com as paredes da tubulação, e,
por conseguinte, de sua rugosidade. A parcela de perda devida a viscosidade propriamente
dita, é menos importante.
Na figura abaixo podemos observar as linhas de fluxo tanto no regime laminar (a), quanto no
regime turbulento (b).

Figura 1. Linhas de fluxo


Fonte: UFJF, Engenharia Sanitária e Ambiental

Osborne Reynolds definiu critérios para se avaliar o tipo de regime de um determinado


escoamento, como pode ser observado na figura a seguir.
Figura 2. Regimes laminar, transição e turbulento
Fonte: UFJF, Engenharia Sanitária e Ambiental

1.1 Experiência de Reynolds

Colocando-se corante no reservatório A e abrindo-se pouco o registro B, observase que o


filete colorido flui sem quaisquer perturbações ou misturas. O movimento é lento,
apresentando o aspecto da figura 3.

Figura 3. Experiência de Reynolds


Fonte: UFJF, Engenharia Sanitária e Ambiental

Ao se abrir um pouco mais o registro, em dado momento o filete se desfaz, apresentando-se


com interrupções e bruscas variações de direção. Instala-se então o Regime de transição.
Continuando a abertura do registro, verifica-se que o filete desaparece por completo,
misturando-se totalmente ao corante. É a instalação do regime turbulento.
Reynolds estabeleceu a seguinte expressão adimensional

Onde:
D – diâmetro da canalização (m)
V – velocidade média do fluido ao duto (m/s)
υ – viscosidade cinemática do fluido (m²/s)

Além disso Reynolds percebeu que poderia definir o tipo de regime baseado no número
conhecido como número de Reynolds.
Tabela 1. Números de Reynolds

2 Metodologia

2.1 Materiais

Os materiais utilizados no experimento foram:

• Tubo de vidro com escala graduada de 0 a 1420 mm e diâmetro de 30 mm;


• Água;
• Corante.
• HD125 – Bancada horizontal de Reynolds

2.2 Equipamento

Figura 4. Registro

Figura 5. Tubo injetor de corante


Figura 6. Reservatório de acrílico

Figura 7. Tubo transparente de vidro

Figura 8. Reservatório para corante, registro para regulagem de corante e tubo de vidro

2.2 Procedimentos experimentais

Inicialmente foi regulado o fluxo de água através do registro (figura 1), e logo em seguida o
corante foi liberado aos poucos.

Figura 9. Fluído parado com registro fechado


Percebeu-se que antes de ligar o registro e até mesmo com ele ligado porém pouco, o corante
permanecia parado, porém a medida que ia abrindo o registro ele começava a ganhar
velocidade.

Figura 10. Fluído em movimento com regime laminar se estabilizando

A medida que se aumentava a velocidade do fluido, o corante alterava de um regime laminar


para um regime turbulento como pode ser observado na figura abaixo.

Figura 11. Fluído com escoamento turbulento

Além disso, por meio do experimento pôde-se perceber as linhas de emissão e trajeto, bem
como entender melhor o perfil de velocidade do fluído que como pode ser observado na
imagem abaixo, se concentra com a maior velocidade no centro do tubo.

Figura 12. Perfil de velocidade do fluido


2.3 Linha de corrente

É a linha que tangencia os vetores velocidade de diversas partículas, uma após as outras.
Duas linhas de corrente não podem se interceptar, pois o ponto teria duas velocidades.

Figura 13. Ilustração de linhas de corrente


Fonte: Cefet -BA

No interior de um fluido em escoamento existem infinitas linhas de corrente definidas por


suas partículas fluidas
A superfície constituída pelas linhas de corrente formada no interior do fluido é denominada
de tubo de corrente ou veia líquida (CEFET-BA).

Figura 14. Ilustração de linhas de corrente


Fonte: Cefet -BA
2.4 Linha de Emissão

Linha definida pela sucessão de partículas que tenham passado pelo mesmo ponto.
A pluma que se desprende de uma chaminé permite visualizar de forma grosseira uma linha
de emissão (CEFET-BA).
Figura 15. Ilustração de linhas de emissão
Fonte: Cefet -BA

2.5 Linha de Trajetória

Linha traçada por uma dada partícula ao longo de seu escoamento

Figura 16. Ilustração de linhas de trajetória


Fonte: Cefet -BA

3.4 Resultados e discussões

Utilizando os dados abaixo e a formula para cálculo do número de Reynolds, calculamos as


velocidades médias para os escoamentos laminar e turbulento.
Tabela 2. Dados do tubo e viscosidade da água
Diâmetro do tubo 30 mm
Viscosidade cinemática 1 x 10 ^ -6

Após calculados, foram obtidos os seguintes resultados:

Tabela 3. Resultados
Escoamento Re Velocidade (m/s)
Laminar 1999 0,06663
Turbulento 5001 0,16670
4 Conclusão
O experimento de Reynolds é importante para compreendermos muitos aspectos relacionados
aos fluídos. Através dele, pudemos observar a diferença entre um escoamento laminar e um
turbulento, bem como a transição de um para outro e o que levou a tal acontecimento.
Observou-se também os perfis de velocidade do fluído em que se concentra com maior
velocidade no centro e próximo as paredes do tubo, essa velocidade se reduz.
Tal experimento além de auxiliar no entendimento da teoria, foi de grande importância para
nossa formação como engenheiro, já que vimos na prática tais acontecimentos que geralmente
vemos apenas de forma teórica.

Referências

UFF. HIDRÁULICA GERAL – PRÁTICA 1. Disponível em <


http://www.ufjf.br/engsanitariaeambiental/files/2012/09/PR%C3%81TICA-N%C2%B0-
01.pdf>. Acesso em 26 de agosto de 2019

BRUNETTI, F. Mecânica dos Fluidos. São Paulo, 2008.

CEFET-BA. Slides Fundamentos da Cinemática dos Fluidos.

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