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FLUÍDO
Resumo: Na engenharia, entender o comportamento dos fluidos é crucial, sendo o número de Reynolds (Re)
fundamental para avaliar o tipo de escoamento. Este número relaciona o coeficiente de viscosidade, a densidade do
fluido e a dimensão linear do sistema. No experimento, a água flui por uma tubulação transparente, com sua vazão
variada por meio de uma válvula de controle, permitindo a identificação de diferentes tipos de escoamento, e assim
classificando-os como laminar, transiente ou turbulento. A análise desses padrões de fluxo fornece informações
valiosas para diversas áreas da engenharia, desde sistemas de tubulação até projetos em engenharia civil e mecânica.
1. INTRODUÇÃO
Na engenharia, compreender os diversos regimes de escoamento é fundamental para entender o comportamento dos
fluidos em diferentes situações. Isso proporciona uma visão mais clara das propriedades dos fluidos e permite garantir
sua utilização com segurança. Essa compreensão não apenas fornece uma visão mais clara das propriedades dos fluidos,
mas também é fundamental para garantir sua utilização segura e eficiente em uma ampla gama de aplicações.
Este relatório descreve os procedimentos, metodologias e resultados de um experimento realizado para analisar e
caracterizar os tipos de escoamento dos fluidos: laminar, transiente e turbulento. No escoamento laminar, as partículas
apresentam um comportamento mais suave e ordenado, sem mistura entre as camadas do fluido. Essa condição pode ser
observada visualmente, com fluxos uniformes e paralelos. Já no escoamento turbulento, o comportamento é caótico e
complexo, com movimentos aleatórios e uma mistura intensa entre as camadas fluidas. Esta condição é caracterizada
por vórtices, agitação e uma distribuição irregular do fluido. O escoamento transiente, por sua vez, é uma transição
entre o laminar e o turbulento, apresentando características de ambos os regimes.
2. METODOLOGIA
O experimento foi realizado no laboratório de mecânica dos fluidos, localizado no Núcleo de Tecnologia Industrial
(NTI) da UFRN. Este procedimento tem como objetivo analisar e caracterizar o escoamento de um fluido, podendo este
ser laminar ou turbulento, conforme exemplificado na Fig. (4).
Para alcançar tal objetivo, empregaram-se duas metodologias distintas. Inicialmente, realizou-se uma análise visual
do escoamento utilizando a bancada horizontal de Reynolds. Posteriormente, efetuou-se o cálculo do número de
Reynolds, cujos resultados estão apresentados na Tab. (1).
A bancada de Reynolds é composta por diversos componentes essenciais para o procedimento, tais como um
reservatório de alimentação com escala milimétrica, um reservatório para o corante (fluido capilar), um reservatório de
descarga, uma tubulação horizontal cilíndrica transparente, além de válvulas de controle, como mostra a Fig. (3).
A água foi usada como fluido de trabalho, e apresenta as seguintes propriedades:
Além disso, foram registrados os dados dos componentes essenciais da bancada de Reynolds:
• Diâmetro da Tubulação: 32 mm
• Medidas do Reservatório de Alimentação:
o Comprimento: 170 mm
o Largura: 375 mm
2.1. Materiais
Inicialmente, a preparação do experimento começou com a inserção do fluido com corante em uma tubulação
separada, seguida pela verificação do nível da água no reservatório de alimentação da bancada de Reynolds, conforme
ilustrado nas Fig. (1) e (2).
No primeiro experimento, designado como Ensaio 1, o procedimento é iniciado abrindo a torneira suavemente para
permitir que a água do reservatório flua pela tubulação transparente. Uma vez que o fluxo de água tenha começado, a
válvula de controle de vazão do corante é aberta. Essa válvula permanece aberta até que um filete de corante comece a
fluir, apresentando uma forma retilínea e centralizada dentro do tubo, juntamente com a água, conforme ilustrado na
Fig. (4). Em seguida, ao obter o perfil laminar, visível através da própria tubulação, inicia-se a contagem do tempo. Este
tempo medido será usado para determinar a vazão do fluido.
Durante a realização do segundo experimento, denominado como Ensaio 2, o procedimento segue uma linha
semelhante ao do Ensaio 1. No entanto, há uma diferença crucial: ao abrir a torneira para permitir o fluxo de água, a
abertura é mais vigorosa, resultando em um maior volume de água liberado. Em seguida, a válvula do corante é fechada
para que a água limpe a tubulação transparente. Após confirmar a passagem de água limpa pelo tubo transparente, a
válvula do corante é aberta novamente. Neste momento, a observação visual revela o corante fluindo de forma aleatória,
indicando um padrão de escoamento turbulento, conforme ilustrado na Fig. (4). Uma vez alcançado o perfil desejado de
escoamento turbulento na tubulação, é iniciada a contagem do tempo de vazão do fluido, seguindo um procedimento
similar ao do Ensaio 1.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Com base nos dados coletados durante a execução do experimento, foram registrados os volumes correspondentes
aos seus respectivos intervalos de tempo. Utilizando a Eq. (1), foi possível calcular a taxa de vazão. Os resultados estão
apresentados na Tab. (1).
(1)
Onde:
• Q: indica a vazão;
• V: indica o volume;
• t: indica o tempo em segundos.
Com os resultados das vazões e tendo o valor do diâmetro da tubulação, foi possível calcular a velocidade do
fluido, conforme mostra a Eq. (2)
(2)
(3)
Os critérios utilizados para identificar o tipo de escoamento foram baseados em valores estabelecidos na literatura.
De acordo com o livro do Fox (2004), para valores de número de Reynolds (Re) inferiores a 2300, o escoamento é
classificado como laminar, e o valor obtido foi 326,4. Para escoamento turbulento, o Re deve ser superior a 4000, e o
valor encontrado foi 2076,8. Ao analisar os dados mostrados na Tab. (3), constatou-se uma discrepância entre os valores
calculados pelo número de Reynolds e os regimes de escoamento observados, como evidenciado nas Fig. (5) e (6). Essa
inconsistência pode ser atribuída a possíveis erros experimentais ou limitações nos métodos de medição, ressaltando
ainda que os modelos teóricos empregados podem não abranger completamente todos os aspectos do escoamento real.
Considerando a análise visual das duas fotos, no primeiro escoamento é claramente observável a camada de água
com corante movendo-se de maneira linear, com pouca ou nenhuma perturbação, caracterizando-se, portanto, como um
regime laminar. No entanto, no segundo escoamento, não há mais um fluxo linear evidente, o corante está disperso por
toda a seção transversal e são perceptíveis múltiplas perturbações no fluxo, indicando a possibilidade de um regime
transiente ou turbulento. Dado que não há trechos lineares claros neste segundo escoamento, ele pode ser considerado
como um regime turbulento. Entretanto, ao calcular o número de Reynolds para ambos os escoamentos, a análise visual
não foi confirmada para o regime turbulento. Segundo o livro do Fox (2004), para valores menores que 2300, o
escoamento é laminar, e foi obtido um valor de 326,4, enquanto para o turbulento o Re deve ser maior que 4000, e foi
encontrado o valor de 2076,8. Portanto, embora a análise visual tenha confirmado o regime laminar no primeiro ensaio,
quando comparado com o número de Reynolds calculado, no segundo ensaio o número de Reynolds calculado não
corroborou com a imagem observada. Isso sugere a possibilidade de erros experimentais ou limitações nos métodos de
medição, destacando a necessidade de revisão.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FOX, R.W., McDonald, A.T. and Pritchard, P.J. . "Introdução à Mecânica dos Fluidos", LTC, 6a ed. (2004).
Standard Classification of Industrial Fluid Lubricants by Viscosity System.