Você está na página 1de 15

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO


ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA

Breno Affonso Silva


Diego Studart Mattos Di Piero
Diego Vasconcellos Passos
Paulo Vitor Granghelli Sisti
Luiz Felipe Biancolin Sacchi

Experimento I: Determinação experimental do número de Reynolds

Disciplina: Laboratório de Engenharia Química I- LOQ4060


Professor: Antonio Carlos da Silva
Turma: 20231D1

Lorena/SP
27/03/2023
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

RESUMO

Neste experimento, foi realizada a classificação do escoamento em laminar,


transicional ou turbulento por meio da visualização do comportamento do corante azul (azul
de metileno) em um tubo transparente. Para isso, foi montado um sistema que consistia em
dois tanques (um contendo água da torneira e o outro contendo uma solução concentrada do
corante), duas válvulas (uma controlava a vazão de corante para o tubo e o outro controlava a
vazão do tubo) e um tubo que despejava a solução resultante em um balde. A vazão foi
medida com o auxílio de um cronômetro e com isso foi possível relacionar a vazão do tubo
com o comportamento do “filete” de corante. Além disso, foram realizados os cálculos
relacionados ao Número de Reynolds (define os parâmetros matemáticos para o tipo de
escoamento de fluidos) para verificar se os resultados experimentais estavam condizentes
com a teoria proposta por Reynolds.

Palavras-chave: Número de Reynolds, escoamento de fluidos, corante azul

2
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

1. LISTA DE ILUSTRAÇÕES.......................................................................................... 3
2. OBJETIVO......................................................................................................................4
3. INTRODUÇÃO...............................................................................................................5
4. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................... 5
4.1. Lista de equações................................................................................................. 5
4.2. Simbologia................................................................................................................ 6
4.3. Lista de materiais.................................................................................................... 6
4.4. Método...................................................................................................................... 7
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES.................................................................................. 9
6. CONCLUSÃO...............................................................................................................15
7. REFERÊNCIAS............................................................................................................15

3
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

1. LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Lista de figuras
Figura 1 - Balde de 10 L…………………………………………………………………...…07
Figura 2 - Cronômetro...…………………………………………………………………...…07
Figura 3 - Pipetas graduadas (100 mL,250 mL, 1000 mL)...……………………………...…07
Figura 4 - Termômetro..………………………………………………………………………07
Figura 5 - Equipamento de Reynolds………...………………………………………………08
Figura 6 - Valor tabelado do número de Reynolds.……….………………………………….11
Figura 7 - Imagem da medição 1 a 3 (Regime Laminar)..........................................................12
Figura 8 - Imagem da medição 4 a 6 (Regime de Transição)..................................................13
Figura 9 - Imagem da medição 7 a 9 (Regime Turbulento)......................................................13

Lista de tabelas
Tabela 1 - Medições realizadas - Pt.1…………………………………………………..…….09
Tabela 2 - Medições realizadas - Pt.2……………………………………………………..…09
Tabela 3 - Tratamento dos dados obtidos nas medidas - Pt.1…………………………..……11
Tabela 4 - Tratamento dos dados obtidos nas medidas - Pt.2………………………...……...11
Tabela 5 - Comparação do número de Reynolds e classificação do tipo do regime - Pt.1..….12
Tabela 6 - Comparação do número de Reynolds e classificação do tipo do regime - Pt.2..….12

Lista de gráficos
Gráfico 1- Número de Reynolds x Vazão (m^3/s)....................................................................14
Gráfico 2- Fator de atrito x Número de Reynolds……………………………………………14

Lista de fórmulas
Fórmula 1 - Número de Reynolds……………………………………………………..……..06
Fórmula 2 - Vazão volumétrica……………………………………………………………….06
Fórmula 3 - Velocidade média……………………………………………………………..…06
Fórmula 4 - Massa específica…………………...……………………………………...…….06
Fórmula 5 - Viscosidade…………………………………………………………...…………06
Fórmula 6 - Fator de atrito para regime laminar…………………………………...…………06

4
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

2. OBJETIVO
Com o experimento realizado, queremos observar as 3 fases presentes na teoria de
Reynolds em relação ao comportamento do escoamento dentro da tubulação, observando em
regime laminar, regime transiente e regime turbulento, cada qual com suas características e
variáveis possíveis controladas no decorrer do experimento e determinar o número de
Reynolds nos diferentes regimes.

3. INTRODUÇÃO
Na década de 1880, Osborn Reynolds pesquisou sobre a transição entre os regimes
laminar e turbulento. Durante seus estudos, o correlacionamento dos parâmetros resultou em
um critério de classificação para o regime de escoamento, que posteriormente ficou
conhecido como número de Reynolds, sendo ele a razão entre as forças de inércia e as forças
viscosas (FOX & MCDONALD, 2006).
O número de Reynolds é uma grandeza adimensional sendo utilizado para
determinar-se o regime de escoamento dos fluidos. Quando o número de Reynolds
encontrado é inferior a 2300 pode-se afirmar que o escoamento é laminar, enquanto que para
valores superiores a 4000 é considerado turbulento e de transição caso esteja situado na faixa
compreendida entre 2300 e 4000 (ÇENGEL, 2007).
No escoamento laminar as partículas fluidas movem-se em camadas, ou lâminas,
escoando suavemente numa trajetória definida e ordenada, como ao abrir cuidadosamente
uma torneira mantendo uma vazão pequena e constante, já no escoamento turbulento as
partículas fluidas sofrem flutuações aleatórias enquanto se movimentam e por isso
rapidamente misturam-se, como observado no experimento quando com a abertura da válvula
e o aumento da vazão o corante azul (azul de metileno) tingiu quase de maneira homogênea a
água presente no tubo (FOX & MCDONALD, 2006).
Quando o regime é de transição o escoamento oscila entre laminar e turbulento de
forma aleatória, é importante ainda ressaltar que a transição do regime de escoamento
depende de fatores como o grau das perturbações causadas pelas rugosidades superficiais e
vibrações no tubo (ÇENGEL, 2007).

5
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

4. MATERIAIS E MÉTODOS
4.1. Lista de equações

𝐷*𝑣*ρ 𝑉 𝑄 4𝑄
𝑅𝑒 = ㅆ
(1) 𝑄= 𝑡
(2) 𝑣= 𝐴
= 2 (3)
π𝐷

2 −5 3 −7 4
ρ = 999, 71704 + 0, 07894 * 𝑇 − 0, 00864 * 𝑇 + 5, 6752 * 10 * 𝑇 − 1, 94502 * 10 * 𝑇 (4)

−3
1,78*10 64
ㅆ= 2 (5) 𝑓= 𝑅𝑒
(6)
1+0,0337*𝑇+0,000221*𝑇

4.2. Simbologia
𝑣= velocidade média do fluido em m/s
D= diâmetro interno do tubo em m
V= volume
ㅆ= viscosidade dinâmica do fluido em kg/m.s
ρ= massa específica do fluido em kg/m3

4.3. Lista de materiais


1x Balde 10 L
1x Equipamento de Reynolds
1x Termômetro
1x Pipeta graduada de 100 ml
1x Pipeta graduada de 250 ml
1x Pipeta graduada de 1000ml
1x Cronômetro

6
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

4.4. Método
Primeiramente enchemos o tanque principal (Tanque 1) com água, utilizando um
balde, medimos a temperatura, e preparamos um tanque secundário (Tanque 2) com uma
mistura de água mais um corante azul (azul de metileno). Para regular a vazão da água do
tanque principal usamos a válvula 1 e com a válvula 2 controlamos o fluxo de corante, ao
qual deve se manter constante. Após encher os tanques até o topo começamos de fato o
experimento.

7
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

Figura 5 - Equipamento de Reynolds

Fonte: Autoria própria

Devidamente preparados e equipados, abrimos então a válvula 2 a um fluxo constante


de corante e colocamos um balde na outra extremidade, próximo a válvula 1, no final do tubo,
para recolher a água sobressalente enquanto nos preparamos para fazer as medições de tempo
e volume nas pipetas.
Com a válvula 2 já pré-definida a uma vazão, iniciamos o experimento de fato, onde o
principal objetivo é controlar a válvula 1 e observar como o feixe de corante responde com o
aumento/diminuição do fluxo principal de água, em resposta seu comportamento nos indica
em qual regime ele se encontra.
Dessa maneira fizemos 3 medidas em cada regime, buscando sempre a vazão inicial,
intermediário e final do regime que estamos analisando e fomos anotando cada medida
coletada com base no volume que decorria em determinado período de tempo com as pipetas
e um cronômetro no final da tubulação.
Com o tempo e o volume calculamos a Vazão volumétrica pela fórmula 1 e
encontramos a velocidade do regime pela fórmula 2, com a velocidade em mãos calculamos o
número de Reynolds para saber se com os nossos dados experimentais confirmam as
condições de sua teoria e o que foi observado no experimento.

8
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
As medições foram realizadas com base na observação do comportamento do fluido a
cada momento por 3 membros do grupo que sabiam quais eram as projeções no tubo de
acordo com cada regime, sendo esses dados gerados a partir do controle válvula 1, de modo
que variamos em 3 vazões diferentes, analisamos o seu comportamento e relacionamos com
cada regime, distinguindo um regime do outro por observação. Dessa maneira construímos a
Tabela 1 e 2.

Tabela 1: Medições realizadas - Pt.1

Medições Medição 1 Medição 2 Medição 3 Medição 4 Medição 5

Tempo (s) 61,69 46,2 41,89 21,76 19,9

Volume (m^3) 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001 0,0001

Fonte: Autoria própria

Tabela 2: Medições realizadas - Pt.2

Medições Medição 6 Medição 7 Medição 8 Medição 9

Tempo (s) 19,60 19,13 16,64 7,20

Volume (m^3) 0,00010 0,00025 0,00025 0,00025

Fonte: Autoria própria

Com base na Tabela 1 e 2 começamos os cálculos para determinar o número de


Reynolds e o fator de atrito. O primeiro cálculo que fizemos foi o da vazão, utilizando a
fórmula 2, com este valor calculamos a velocidade média no tubo com a fórmula 3 e antes de
calcular o número de Reynolds, precisamos da viscosidade,dada pela fórmula 5 e a massa
específica da água, fluido que estamos trabalhando, pela fórmula 4 e utilizando a temperatura
de 22°C que foi medida antes de começarmos o experimento. Com estes resultados em mãos
e utilizando a fórmula 1 calculamos o número de Reynolds para cada medida realizada
experimentalmente para cada vazão, com base no exemplo abaixo:

9
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

- Cálculo da vazão:

𝑉 0,1
𝑄= 𝑡
(2) →𝑄 = 61,69
→ Q = 0,000001621 m3/s

- Cálculo da velocidade média:

𝑄 4𝑄 4*0,000001621
𝑣= 𝐴
= 2 (3) → 𝑣 = 2 → 𝑣 = 0,014 m/s
π𝐷 3,14*(0,012)

- Cálculo da massa específica:

2 −5 3 −7 4
ρ = 999, 71704 + 0, 07894 * 𝑇 − 0, 00864 * 𝑇 + 5, 6752 * 10 * 𝑇 − 1, 94502 * 10 * 𝑇 (4)
2 −5 3 −7 4
ρ = 999, 71704 + 0, 07894 * 22 − 0, 00864 * (22) + 5, 6752 * 10 * (22) − 1, 94502 * 10 * (22)
ρ = 997,830692 kg/m3

- Cálculo da viscosidade:

−3 −3
1,78*10 1,78*10
ㅆ= 2 (5) → ㅆ = 2 → ㅆ= 9,630*10-4
1+0,0337*𝑇+0,000221*𝑇 1+0,0337*22+0,000221*(22)

Kg/m.s

- Número de Reynolds:

𝐷*𝑣*ρ 𝐷*𝑣*ρ 0,012*0,014*997,830692


𝑅𝑒 = ㅆ
(1) → 𝑅𝑒 = ㅆ
→ 𝑅𝑒 = 9,630*10−4

𝑅𝑒 = 178, 3030

- Fator de atrito

64 64
𝑓= 𝑅𝑒
(6) → 𝑓 = 178,3030
→ 𝑓 = 0, 3589

De maneira similar, realizamos todos os cálculos e montamos as tabelas 3 e 4 para


cada medição realizada.

10
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

Tabela 3 - Tratamento dos dados obtidos nas medidas - Pt.1

Medições Medição 1 Medição 2 Medição 3 Medição 4 Medição 5

Vazão (m3/s) 0,0000016 0,0000022 0,0000024 0,0000046 0,0000050

Velocidade (m/s) 0,0143401 0,0191481 0,0211182 0,0406545 0,0444544

N° de Reynolds 178,3030 238,0847 262,5809 505,4923 552,7393

Fator de atrito 0,3589 0,2688 0,2437 0,1266 0,1158

Fonte: Autoria própria

Tabela 4 - Tratamento dos dados obtidos nas medidas - Pt.2

Medições Medição 6 Medição 7 Medição 8 Medição 9

Vazão (m3/s) 0,0000051 0,0000131 0,0000150 0,0000347

Velocidade (m/s) 0,0451348 0,1156093 0,1329090 0,3071676

N° de Reynolds 561,1996 1437,4690 1652,5711 3819,2753

Fator de atrito 0,1140 0,0445 0,0387 0,0168

Fonte: Autoria própria

Com estes resultados em mãos, comparamos os valores que calculamos de Reynolds


com o valor tabelado em sua teoria, representado pela figura 6, e com essa comparação
chegamos no tipo do escoamento de acordo com cada medição, demonstrado pelas tabelas 5 e
6.

Figura 6 - Valor tabelado do número de Reynolds

Fonte: Slide Player

11
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

Tabela 5 - Comparação do número de Reynolds e classificação do tipo do regime - Pt.1

Número de Medição
Reynolds 1 Medição 2 Medição 3 Medição 4 Medição 5

Valor calculado 178,3030 238,0847 262,5809 505,4923 552,7393

Re <
Classificação 2000 Re < 2000 Re < 2000 Re < 2000 Re < 2000

Resultado Laminar Laminar Laminar Laminar Laminar

Fonte: Autoria própria

Tabela 6 - Comparação do número de Reynolds e classificação do tipo do regime - Pt.2

Número de Reynolds Medição 6 Medição 7 Medição 8 Medição 9

Valor calculado 561,1996 1437,4690 1652,5711 3819,2753

Classificação Re < 2000 Re < 2000 Re < 2000 Re > 2400

Resultado Laminar Laminar Laminar Turbulento

Fonte: Autoria própria

Para comparação da teoria com as medidas obtidas, abaixo, na imagem 7, 8 e 9


mostram-se as imagens tiradas no momento das medições feitas em cada regime, cada qual
demonstrando seu comportamento, como descrito por Reynolds.
Figura 7 - Imagem da medição 1 a 3 (Regime Laminar)

Fonte: Autoria própria

12
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

Figura 8 - Imagem da medição 4 a 6 (Regime de Transição)

Fonte: Autoria própria

Figura 9 - Imagem da medição 7 a 9 (Regime Turbulento)

Fonte: Autoria própria

De acordo com nossos dados, tabelas geradas e observações, construímos dois


gráficos com a finalidade de analisar a variação do número de Reynolds em função da
variação da vazão, gráfico 1, e o fator de atrito em relação ao número de Reynolds, gráfico 2.
Vale ressaltar que, quando calculamos esse fator de atrito usamos a fórmula 6, mesmo sendo
ela apenas do regime laminar, usando essa aproximação a efeito de comparar qualitativamente
essa variação, observado no gráfico abaixo:

13
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

Gráfico 1- Número de Reynolds x Vazão (m3/s)

Fonte: Autoria própria com base em dados experimentais

Gráfico 2- Fator de atrito x Número de Reynolds

Fonte: Autoria própria com base em dados experimentais

14
USP- Universidade de São Paulo
EEL- Escola de Engenharia de Lorena

6. CONCLUSÃO
Com base nos dados experimentais obtidos, cálculos, observações durante o
experimento e a comparação feita na tabela 5 e 6, concluímos que o experimento não
apresentou resultados pertinentes e válidos com a teoria, mesmo tomando todos os cuidados
com as medições e cálculos, visto que, as medições realizadas foram feitas com base na
observação das regiões de cada regime sendo formada, como mostrado na figura 7, 8 e 9,
porém quando calculamos o número de Reynolds, ele não correspondia como descrito na
teoria. Logo, relacionamos essa diferença aos erros apresentados pelo equipamento.
Como uma conclusão adicional, temos o gráfico 1 e 2, mostrando-nos a influência da
vazão em relação ao número de Reynolds e o número de Reynolds influenciando no fator de
atrito, respectivamente. Com base no Gráfico 1, vemos que com o aumento da vazão, o
número de Reynolds aumenta, levando-nos a um regime mais turbulento a cada momento e
com base no Gráfico 2, temos que com esse aumento do número de Reynolds o atrito entre a
superfície diminui, pelo fato da velocidade média aumentar.

7. REFERÊNCIAS

[1]: ÇENGEL, Y. A.; CIMBALA, J. M. Mecânica dos fluidos: fundamentos e aplicações.


São Paulo: McGraw-Hill, 2007

[2]: FOX, ROBERT W.; MCDONALD, ALAN T. Introdução à mecânica dos fluidos. 6ª.
ed. Rio de Janeiro: LTC - Livros Técnicos e Científicos, 2006.

15

Você também pode gostar