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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS

TOLEDO – PR

Março de 2012
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ

CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS


DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
CURSO DE ENGENHARIA QUÍMICA

ALAN ROBER TASCHIN

JANETE CHIMBIDA

PAULO EDUARDO SARTORI

SARAH MAYANE TEIXEIRA

EXPERIÊNCIA DE REYNOLDS

Relatório entregue como requisito


parcial de avaliação da disciplina de
Laboratório de Engenharia Química I
do curso de Engenharia Química da
Universidade Estadual do Oeste do
Paraná – Campus Toledo.

Profº.: Dra. Márcia Teresinha Veit

TOLEDO-PR

Março de 2012
i

RESUMO

Esta prática tem por objetivo observar, classificar e distinguir os tipos de


escoamentos em laminar, transitório e turbulento. Para tal classificação,
calculou-se o número de Reynolds através de características físicas do fluido,
água, tais como a velocidade de escoamento, a massa específica e a
viscosidade dinâmica do mesmo, além do diâmetro do tubo utilizado.
No escoamento laminar, verificou-se Re <2100, para o regime turbulento
Re >2500, já no transitório há uma faixa intermediária 2100<Re<2500.
Observou-se também que a distinção visual do regime transitório é muito difícil,
pois se assemelha muito aos dois extremos, sendo possível comprovar a
existência do mesmo apenas pelo número de Reynolds.
Ainda, foram realizadas coletas em dois tipos de tubos, um normal e
outro com estrangulamento para constatar a influência deste fenômeno no
número de Reynolds, pois visualmente, classificou-se o regime na forma inicial,
antes do estrangulamento, já que depois ele passa a ser aparentemente
turbulento.
Sendo assim, o número de Reynolds permite constatar que tipo de
escoamento se está trabalhando para que seja possível planejar, dimensionar
ou restaurar o sistema de acordo com suas necessidades.
ii

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO..................................................................................................1
1.1 OBJETIVOS............................................................................................2
1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA...............................................................3
2. METODOLOGIA...............................................................................................8
2.1 MATERIAIS.................................................................................................8
2.2 MÉTODOS................................................................................................10
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.....................................................................11
3.1 Conversão do tempo.................................................................................11
3.1.1 Erro do Tempo....................................................................................12
3.2 Vazão volumétrica.....................................................................................12
3.2.1 Erro da vazão volumétrica..................................................................12
3.3 Vazão mássica..........................................................................................13
3.3.1 Erro da massa.....................................................................................13
3.3.2 Erro da Vazão Mássica.......................................................................13
3.4 Velocidade do escoamento pela vazão mássica......................................14
3.4.1 Erro da velocidade pela Vazão Mássica.............................................14
3.5 Velocidade de Escoamento pela Vazão Volumétrica...............................15
3.5.1 Erro da Velocidade pela Vazão Volumétrica......................................15
3.6 Número de Reynolds com velocidade calculada pela vazão mássica.....16
3.6.1 Erro de Reynolds com velocidade calculada pela vazão mássica.....16
3.7 Números de Reynolds com velocidade calculada pela vazão volumétrica
.........................................................................................................................16
3.7.1 Erro de Reynolds com velocidade calculada pela vazão volumétrica17
4. CONCLUSÃO.................................................................................................21
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................22
ANEXO...............................................................................................................23
Anexo 1. Densidades e viscosidades da água sob condições normais de
temperatura e pressão:...................................................................................23
iii

LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Escoamento laminar e turbulento.....................................................3


Figura 02 – Dispositivo de Reynolds....................................................................4
Figura 03. Módulo experimental para a determinação do número de Reynolds. 9
iv

LISTA DE TABELAS

Tabela 1. Dados experimentais obtidos para diferentes tubulações.................11


Tabela 2. Valores das Vazões............................................................................17
Tabela 3. Número de Reynolds a partir da vazão volumétrica, sem
estrangulamento.................................................................................................18
Tabela 4. Número de Reynolds a partir da vazão volumétrica, com
estrangulamento.................................................................................................18
Tabela 5. Número de Reynolds a partir da vazão mássica, sem
estrangulamento.................................................................................................18
Tabela 6. Número de Reynolds a partir da vazão mássica, com
estrangulamento.................................................................................................18
Tabela 7. Desvio Padrão a partir da Vazão Volumétrica sem Estrangulamento
............................................................................................................................19
Tabela 8. Desvio Padrão a partir da Vazão Volumétrica com Estrangulamento
............................................................................................................................19
Tabela 9. Desvio Padrão a partir da Vazão Mássica sem Estrangulamento.....19
Tabela 10. Desvio Padrão a partir da Vazão Mássica com Estrangulamento...19
v

NOMENCLATURA

R1: Primeira repetição.

R2: Segunda repetição.

Q V : Vazão volumar (m3/s)

V : Volume

t: tempo (s).

Di: diâmetro interno da tubulação (cm).

ṁ : vazão mássica (kg/s).

ρ: densidade do fluido (m3/kg).

v: velocidade do fluido (m/s).

m: massa do fluido (kg).

A: área da seção transversal da tubulação (m2).

d: comprimento da tubulação (m).


1

1. INTRODUÇÃO

O número de Reynolds (abreviado como Re) é um número adimensional


usado em mecânica dos fluídos para o cálculo do regime de escoamento de
determinado fluido dentro de um tubo ou sobre uma superfície. É utilizado, por
exemplo, em projetos de tubulações industriais. O seu nome vem de Osborne
Reynolds, um físico e engenheiro irlandês. O seu significado físico é um
quociente entre as forças de inércia e as forças de viscosidade.
A importância fundamental do número de Reynolds é a possibilidade de
se avaliar a estabilidade do fluxo podendo obter uma indicação se o
escoamento flui de forma laminar ou turbulenta. Com isso, podem-se realizar
os dimensionamentos industriais e optar por materiais mais adequados para
cada processo.
2

1.1 OBJETIVOS

Esta prática tem por objetivo visualizar e distinguir os escoamentos


laminar e turbulento, além de identificar a transição desses regimes. Também
foi determinado experimentalmente o número de Reynolds para cada tipo de
escoamento.
3

1.2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

m 1883 Osborne Reynolds realizou um experimento que mostrou a


existência de dois tipos de escoamento: “o primeiro onde os elementos do
fluido seguem-se ao longo de linhas de movimento e que vão da maneira mais
direta possível ao seu destino, e outro em que se movem em trajetórias
sinuosas da maneira mais indireta possível” seguindo a redação original. Ou
seja, descreveu como visualizar escoamentos laminares e turbulentos.

Figura 01 – Escoamento laminar e turbulento

Para isso, Reynolds empregou um dispositivo como o utilizado na figura


1, que consiste de um tubo transparente inserido em um recipiente com
paredes de vidro. Um corante é introduzido na entrada do tubo. Ao abrir
gradualmente o obturador T, observa-se a formação de um filete retilíneo.
Neste tipo de movimento, definido como laminar, as partículas apresentam
trajetórias bem definidas, que não se cruzam. Ao abrir mais a torneira a
velocidade aumenta e o filamento de difunde no líquido, como consequência do
movimento desordenado das partículas. Este regime denomina-se turbulento.
(NETO, 2011).
4

Figura 02 – Dispositivo de Reynolds

Após investigações experimentais e teóricas, Reynolds concluiu que o


critério mais apropriado para se determinar o tipo de escoamento em uma
canalização não se atém exclusivamente ao valor da velocidade, mas a uma
expressão adimensional na qual a viscosidade do líquido também é levada em
consideração. Este adimensional, que passou a ser conhecido como número
de Reynolds.
Para escoamento de dutos com seção circular, verifica-se que, para
Re<2100, o escoamento é laminar em geral. Se Re >2500, o escoamento
geralmente é turbulento. Dessa forma, se estabelece uma faixa de transição na
qual os dois tipos de escoamento podem existir, sendo que para
2100<Re<2500 ocorre essa situação de transição, condição que depende de
condições ambientes, principalmente de vibrações no sistema (LIVI, 2004).
Na engenharia aeronáutica, por exemplo, o estudo do número de
Reynolds é de extrema importância, pois possibilita avaliar a estabilidade do
fluxo podendo obter uma indicação se o escoamento flui de forma laminar ou
turbulenta. Assim, pode-se fazer uma escolha e análise adequada das
características aerodinâmicas da superfície projetada, pois a eficiência de um
perfil em gerar sustentação está intimamente relacionada ao número de
Reynolds obtido (RODRIGUES, 2011).
Além disso, através do número de Reynolds estabelece-se o conceito de
semelhança fluidodinâmica: dizemos que dois sistemas geometricamente
semelhantes possuem semelhança fluidodinâmica quando os correspondentes
5

números de Reynolds são iguais (embora possam ser desiguais as


velocidades, as densidades e as viscosidades dos fluidos em escoamento). A
semelhança fluidodinâmica entre um sistema projetado e um modelo reduzido
do mesmo sistema permite aplicar ao sistema as conclusões obtidas do
comportamento experimental do modelo, reduzindo-se assim os custos
efetuando as experiências em modelos reduzidos (embarcações, aeronaves,
portos, barragens, regularização de rios, etc.) (NETTO, 2011).
A distinção visual entre os dois tipos de escoamento é bastante clara e
pode ser facilmente demonstrada pelo clássico filete de tinta conforme
esquema da Figura 02. Um líquido transparente escoa livremente através de
um tubo também transparente e a vazão pode ser ajustada por um registro na
extremidade. Um reservatório com líquido colorido injeta um filete no fluxo.
Se o registro é pouco aberto, proporcionando uma vazão baixa, observa-
se um filete contínuo e regular, sem perturbações transversais, (a) da figura.
Pode-se dizer que, nessa situação, as veias dos fluxos (ou lâminas, se
considerado o aspecto tridimensional) escoam de maneira uniforme, sem
mistura com as demais. Há então a situação de escoamento laminar.
Se a vazão é gradualmente aumentada, observa-se que, a partir de
determinado valor, o filete de tinta deixa de ser regular, mostrando claras
perturbações laterais como em (b) da figura. Isso significa que a velocidade
superou algum valor crítico, provocando instabilidades nas linhas de fluxo.
Essa condição é denominada escoamento turbulento.
De forma prática, é possível afirmar que forças inerciais predominam no
escoamento turbulento e que forças de viscosidade predominam no
escoamento laminar.
A simples análise da fórmula (1) mostra que o número de Reynolds é
uma grandeza adimensional. Entretanto, o produto das grandezas do
numerador pode ser visto como contribuição das forças inerciais e o
denominador como contribuição das forças de viscosidade. Assim, o número
de Reynolds deve ser maior para o escoamento turbulento e deve existir um
valor critico ou de transição.
Reynolds verificou que o valor de transição depende do sentido da
variação: se a velocidade de um fluxo laminar é gradualmente aumentada até
se tornar turbulento, o valor é 2500. Se a velocidade de um fluxo turbulento é
6

gradualmente reduzida até se tornar laminar, o valor é 2100. Em geral, o valor


2100 é adotado como crítico para transição entre laminar e turbulento.
A equação (1) demonstra a fórmula para o número de Reynolds:
.v. D
ℜ= (1)
µ

Onde,
 v - velocidade de escoamento
 D – diâmetro interno do tubo
 μ - viscosidade dinâmica do fluido
 ρ - massa específica do fluido
Para o cálculo do erro de Reynolds utilizou – se a seguinte fórmula de
propagação do erro, sendo a propagação deste encontrada na velocidade de
escoamento:
ρ.D
ΔRe = ( ) * (∆v)
μ
(2)
Onde,
∆v – erro inerente à velocidade
A vazão volumétrica pode ser determinada a partir do escoamento de
um fluido através de determinada seção transversal de um conduto livre (canal,
rio ou tubulação aberta) ou de um conduto forçado (tubulação com pressão
positiva ou negativa). Isto significa que a vazão representa a rapidez com a
qual um volume escoa. As unidades de medida adotadas são geralmente o
m³/s, m³/h, l/h ou o l/s. Para o cálculo da propagação do erro na vazão
volumétrica utiliza-se a seguinte equação:

ΔQv= ( ∂Qv
∂V ) . Δ V +(
∂ Qv
∂t )
. Δt (3)

Onde,
∆V – erro inerente ao volume
∆t – erro inerente ao tempo
A velocidade média de escoamento aplicada em condutos circulares é
dada por:
7

Qv
V=
π .r 2
(4)
Onde,
Qv= Vazão volumétrica
V = Velocidade de escoamento (m/s)
π = 3,1416 (constante)
r = raio interno do tubo (m)

Vazão mássica – É definida como sendo a quantidade em massa de um


fluido que escoa através de certa secção em um intervalo de tempo
considerado. As unidades de vazão mássica mais utilizada são: kg/s, kg/h, t/h,
lb//.
m
ṁ= (05)
t
Onde:
ṁ=¿ Vazão Mássica (Kg/s)
m= massa de água (Kg)
t= tempo (s)
Para o cálculo do erro da vazão mássica, usa-se a seguinte fórmula:

Δ ṁ= ( ∂∂mṁ ). Δm+( ∂∂ṁt ). Δt (06)

Δm = Erro referente à massa (Kg)


Δt = Erro referente ao tempo (s)
8

2. METODOLOGIA

2.1 MATERIAIS

1. Proveta 1000 mL;


2. Balança;
3. Seringa;
4. Béquer de 20 mL;
5. Balde;
6. Azul de metileno;
7. Cronômetro;
8. Termômetro.
9. Modulo experimental para determinação do número de Reynolds
(Figura 1). Partes do módulo:
o Tubo transparente com diâmetro (sem estrangulamento: D i=0,57
cm);
o Tubo transparente com diâmetro (com estrangulamento: D i=0,57
cm);
o Tanque de vazão constante;
o Válvula para encher o reservatório.
o Reservatório de água (caixa d’água), para o efluente;
o Válvulas controladoras de vazão;
o Tubos auxiliares;
9

Figura 03. Módulo experimental para a determinação do número de


Reynolds.
10

2.2 MÉTODOS

Utilizou-se o modulo experimental para determinação do número


de Reynolds, na figura 1. Composto por:
1. Uma válvula de entrada de água;
2. Um reservatório na parte superior com uma abertura na parte
superior para manter o nível da água constante (saída numa mangueira na
lateral), com o objetivo de manter a vazão constante;
3. Uma tubulação sem estrangulamento;
4. Uma tubulação com estrangulamento;
5. Constando na parte superior destas um pedaço de mangueira de
borracha para injetar o corante e na parte inferior uma válvula para cada
tubulação.
Modo de operação do sistema:
a) Inicialmente as válvulas inferiores fechadas (6), e abre-se a
válvula de entrada de água (1) lentamente até observar o transbordo do reciclo
(2).
b) Em seguida, retira-se o ar presente na tubulação com a abertura
das válvulas inferiores (6), fechando-as novamente.
c) Abre-se a válvula da tubulação sem estrangulamento (3) e regula-
se na vazão mínima, coletando aproximadamente 400 mL de água em uma
proveta volumétrica de 1000 mL , que foi anotados o volume e a massa obtido
na balança tarada com um balde sobre ela. Anotando-se o intervalo de tempo,
com a ajuda de um cronômetro digital. (dados da tabela 1).
d) Injetou-se o Azul de metileno com o auxílio de uma seringa no
topo da tubulação (5) na parte que continha a borracha e observou-se o tipo de
escoamento.
e) Repetiu-se a parte (c) e (d) para outras duas vazões.
Depois, fecha-se a válvula da tubulação sem estrangulamento (3), e
abre-se a válvula da tubulação com estrangulamento (4), realizando para três
vazões a parte (c) e (d).
11

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Tabela 1. Dados experimentais obtidos para diferentes tubulações.

Tubulação Sem estrangulamento Com estrangulamento

R1 R2 R1 R2

1:13:61 1:13:35 2:58:26 3:03:41

Tempo (s) 10:36 12:03 1:15:98 1:17:49

7:53 6:91 10:13 9:97

390 385 390 400

Volume de água
370 440 395 400
(cm3)

425 380 460 450

384 384 384 394

Massa de água (g) 364 432 388 394

416 370 456 444

Laminar Laminar Laminar Laminar

Escoamento
Turbulento Turbulento Intermediário Intermediário
observado

Turbulento Turbulento Turbulento Turbulento

R1: Primeira repetição. R2: Segunda repetição.

3.1 Conversão do tempo


12

No cronometro marca, os minutos, segundos seguido dos centésimos de


segundo. Para obter o tempo (1:13:61) em segundo, foram realizados os
seguintes cálculos.

Tempo = ¿ ( 1 min ) . ( 160mins )+13 s+0,61=73,61s


3.1.1 Erro do Tempo

Como erro do tempo foi considerado metade da menor escala do cronômetro,


assim, o erro usado é de 0,005 s.

Os outros tempos também foram calculados e colocados na Tabela 2.

3.2 Vazão volumétrica

A vazão volumétrica é dado por

V
QV = (7)
t

Considerando que no primeiro experimento coletou-se um volume de


390 cm3 em um tempo de 73,61 segundos então a vazão volumar é
1m3
V
QV = =
( 390 cm3 ) . ( 6
10 cm
3 )
=5,3 x 10−6 m3 /s
t 73,61 s

3.2.1 Erro da vazão volumétrica

Como erro do volume da água coletada durante o experimento, foi


adotado a metade da menor escala da proveta usada, no caso será de 5 ml.
Transformando essa medida:
1L 1m 3
Δ Volume = ( 5 mL ) . ( .
1000 mL 1000 L )( )
=5,0 x 10−6 m3

Tendo o erro do volume, é possível calcular o erro da vazão volumétrica,


o cálculo dos erros tanto para a vazão volumétrica quanto para os outros, será
por meio de diferencial assim:
13

1
ΔQv= ( ∂Qv
∂V ) . Δ V +(
∂ Qv
∂t ) . Δ t ΔQv=( ) . ΔV + (
t
−V
t )
2
.Δ t

1 3,84 x 10−4 m 3
ΔQv= ( 73,61 s )
.5,0 x 10−6 m3 +
(
( 73,61 s )2
.0,005 s
)

ΔQv=6,76 x 10−8
s

3.3 Vazão mássica

Outra grandeza a ser determinada é o fluxo de massa (vazão mássica),


ṁ, que é definido como a massa de um fluido que escoa através da seção por
unidade de tempo, sendo dada por:
ṁ=ρ . v . A (8)
m d
Sabendo que ρ= , e que v= .
V t
Substituindo na expressão acima, temos:

ṁ=ρ . v . A= ( Vm ).( dt ). A
Se V =d . A, logo:

ṁ=ρ . v . A= ( Vm ).( dt ). A= mt
Para o primeiro experimento, substituindo o tempo de 73,61s e a massa
de 384g, resulta em:
1 kg
ṁ=
( 384 g ) . ( 1000 g)
=5,22 x 10 −3
kg/ s
73,61 s

3.3.1 Erro da massa

Para calcular o erro da massa deve ser considerado a temperatura


desta, que era de 27ºC, temos um ρ=996,48 Kg/m3 , e uma massa de 0,384 Kg,
substituindo na fórmula da densidade:
14

m
ρ= (09)
V

Kg
m=ρ . V (
(10) m= 996,48
m 3). ( 5,0 x 10−6 m3 ) =4,98 x 10−4 Kg

Assim, Δ m=4,98 x 10−4 Kg

3.3.2 Erro da Vazão Mássica

Dispondo do erro do tempo e erro da massa, é possível calcular o erro


da Vazão Mássica, assim:

Δ ṁ= ( ∂∂mṁ ). Δm+( ∂∂ṁt ). Δt (11) Δ ṁ=( 1t ) Δm+( −mt ). Δt


2

Δ ṁ= ( 73,611 s ) .4,98 x 10
−3
Kg+
−0,384 Kg
((
73,61 s )
2 )
.0,005 s

−5 Kg 3,54 x 10−7 Kg Δ ṁ=6,73 x 10−5 Kg


Δ ṁ=6,76 x 10 −
s s s

3.4 Velocidade do escoamento pela vazão mássica

A velocidade do escoamento pode ser determinada utilizando-se a


equação de vazão mássica (08). Isolando-se o termo da velocidade, temos:

v= (12)
ρ. A

Substituindo os valores de vazão mássica do primeiro experimento de


5,22 x 10−3 kg /s. O valor da densidade da água, para a temperatura do
experimento que se conduziu a 27ºC, foi obtida a partir do ANEXO I. Tendo os
valores de 997,0 kg /m3 a 25ºC e 995,7 kg /m3 a 30ºC, fazendo a interpolação
obtendo o valor de 996,48 kg /m3.
Sabendo que o diâmetro da tubulação transparente é circular de
diâmetro (Di=0,57cm)
Di 2 0,57 cm 2 1m 2
A=π .
2( ) (
=π .
2
. )(
100 cm )
−5 2
=2,55 x 10 m .
15

A velocidade de escoamento é:
5,22 x 10−3 kg/ s
v= =0,205 m/s
( 996,48 kg /m 3 ) . ( 2,55 x 10−5 m2)

3.4.1 Erro da velocidade pela Vazão Mássica

1 Kg
∂v 1 Δv= . 6,73 x 10−5
Δv =( )∂ṁ
Δ ṁΔv =
A. ρ ( )
. Δṁ Kg
996,48 3 . 2,55 x 10−5 m2
m
s

m
Δv =2,65 x 10−3
s

3.5 Velocidade de Escoamento pela Vazão Volumétrica

A velocidade de escoamento pode, também, ser determinada por meio


da equação da vazão volumétrica, Equação (07), assim:
V
QV = (13)
t
E o volume é dado por
V =D . A (14)
Em que:

D = distância

A = área

Substituindo na Equação 1, temos


D.A
QV = (15)
t

E sendo a velocidade:
D
v= (16)
t

Obtém-se:
QV
v= (17)
A
16

Assim, substituindo os valores:


m3
5,3 x 10−6
s ¿m
v= −5 2
=0,208
2,55 x 10 m s

3.5.1 Erro da Velocidade pela Vazão Volumétrica

Δv = ( ∂∂Qvv ). ΔQv (18)

3
1 1 −8 m m
Δv = . ΔQv Δv = .6,76 x 10 Δv =2,65 x 10−3
A −5 2
2,55 x 10 m s s

3.6 Número de Reynolds com velocidade calculada pela vazão


mássica

O número de Reynolds foi calculado a partir da Equação (01). A


viscosidade foi obtida do ANEXO I, fazendo a interpolação, a partir da
viscosidade da água a 25ºC de 0,890 x10 -3 N.s/m2 e a 30ºC de 0,790 x10 -3
Ns/m2, sendo a 27ºC de 0,8532x10-3 N.s/m2.
ρ. v . Di ( 996,48 kg/m3 ) . ( 0,205 m/s ) . ( 0,57 x 10−2 m )
Logo, ℜ= = =1382,24
µ ( 0,8235 x 10−3 Ns/ m2)

3.6.1 Erro de Reynolds com velocidade calculada pela vazão mássica

ΔRe= ( ∂∂ℜv ) . Δv (19) ΔRe= ( ρ.µD ) . Δv


Kg
996,48 . 0,0057 m
m3 m
ΔRe= .2,65 x 10−3 ΔRe=18,23
Kg s
0,8253 x 10−3 .s
m
3.7 Números de Reynolds com velocidade calculada pela vazão
volumétrica

O número de Reynolds foi calculado a partir da expressão:


ρ. v . D i
ℜ=
µ
17

A viscosidade foi obtida do ANEXO I, fazendo a interpolação, a partir da


viscosidade da água a 25ºC de 0,890 x10 -3 N.s/m2 e a 30ºC de 0,790 x10 -3
Ns/m2, sendo a 27ºC de 0,8532x10-3 N.s/m2.
ρ. v . Di ( 996,48 kg/m 3 ) . ( 0,208 m/s ) . ( 0,57 x 10−2 m )
ℜ= = =1431,51
Logo, µ −3 Kg
(
0,8253 x 10
s )
.m

3.7.1 Erro de Reynolds com velocidade calculada pela vazão volumétrica

Kg
3
996,48
. 0,0057 m
∂ℜ ρ. D m m
ΔRe=
∂v ( )
. ΔvΔRe=
µ ( )
. Δv ΔRe=
0,8253 x 10−3
Kg
.s
.2,65 x 10−3 ΔRe=18,23
s
m

Estes resultados estão na Tabela 3, bem como, os dados dos outros


experimentos e as repetições.

Tabela 2. Valores das Vazões.

Tubulação Sem estrangulamento Com estrangulamento


R1 R2 R1 R2
73,61 73,35 178,26 183,41
Tempo (s) 10,36 12,03 75,98 77,49
7,53 6,91 10,17 9,97
5,30 5,25 2,19 2,18
-
Vazão Volumétrica (10
35,7 36,6 5,20 5,16
6
m3/s)
56,4 55,0 45,2 45,1

5,22 5,24 2,15 2,15


-3
Vazão Mássica (10
35,14 35,91 5,11 5,08
kg/s)
55,25 53,55 44,84 44,53

Tabela 3. Número de Reynolds a partir da vazão volumétrica, sem


estrangulamento.

Sem Estrangulamento
1º Teste 2º Teste
Escoamento Escoamento Escoamento Escoamento
Reynolds Reynolds
Calculado Observado Calculado Observado
18

1428,964± 18,223 1415,644±18,2885


Laminar Laminar Laminar Laminar
9632,421± 125,519 9864,624± 07,998
Turbulento Turbulento Turbulento Turbulento
15222,55± 168,981 14831,98±184,425
Turbulento Turbulento Turbulento Turbulento
Tabela 4. Número de Reynolds a partir da vazão volumétrica, com
estrangulamento.

Com Estrangulamento
1º Teste 2º Teste
Escoamento Escoamento Escoamento Escoamento
Reynolds Reynolds
Calculado Observado Calculado Observado
590,0709±7,54846 Laminar 588,2074± 7,33656
Laminar Laminar Laminar
1392,22± 17,3129
1402,14± 17,6563 Laminar Intermediário Laminar Intermediário
12199,17± 126,602 12173,37±129,155
Turbulento Turbulento Turbulento Turbulento

Tabela 5. Número de Reynolds a partir da vazão mássica, sem


estrangulamento.

Sem Estrangulamento
1º Teste 2º Teste
Escoamento Escoamento Escoamento Escoamento
Reynolds Reynolds
Calculado Observado Calculado Observado
1411,95± 18,224
Laminar Laminar 1416,955± 18,288 Laminar Laminar
9509,693± 125,58 9719,479± 108,06
Turbulento Turbulento Turbulento Turbulento
14952,82± 169,16 14492,68± 184,67
Turbulento Turbulento Turbulento Turbulento

Tabela 6. Número de Reynolds a partir da vazão mássica, com


estrangulamento

Com Estrangulamento
1º Teste 2º Teste
Escoamento Escoamento Escoamento Escoamento
Reynolds Reynolds
Calculado Observado Calculado Observado
583,0452± 7,5487
Laminar Laminar 581,4309± 7,3367 Laminar Laminar
1376,181± 17,314
1382,157± 17,658 Laminar Intermediário Laminar Intermediário
12053,49± 129,21
12135,81± 126,63 Turbulento Turbulento Turbulento Turbulento
19

Tabela 7. Desvio Padrão a partir da Vazão Volumétrica sem Estrangulamento

R1 R2 Média Desvio
Reynolds 1382,236 1369,352 1375,794 9,110364
Reynolds 9317,436 9542,046 9429,741 158,8233
Reynolds 14724,77 14346,96 14535,87 267,152

Tabela 8. Desvio Padrão a partir da Vazão Volumétrica com Estrangulamento

R1 R2 Média Desvio
Reynolds 570,7753 568,9727 569,874 1,274631
Reynolds 1356,289 1346,694 1351,492 6,78469
Reynolds 11800,25 11775,3 11787,78 17,64231

Tabela 9. Desvio Padrão a partir da Vazão Mássica sem Estrangulamento

R1 R2 Média Desvio
Reynolds 1411,95 1416,955 1414,453 3,539069
Reynolds 9509,693 9719,479 9614,586 148,3411
Reynolds 14952,82 14492,68 14722,75 325,3681

Tabela 10. Desvio Padrão a partir da Vazão Mássica com Estrangulamento

R1 R2 Média Desvio
Reynolds 583,0452 581,4309 582,2381 1,141482
Reynolds 1382,157 1376,181 1379,169 4,22567
Reynolds 12135,81 12053,49 12094,65 58,20903

Após uma análise entre os valores obtidos para velocidade, Reynolds e


Desvio padrão determinados através da vazão volumétrica e posteriormente
pela Vazão Mássica, foi possível determinar que esses valores citados
anteriormente são próximos, demonstrando então que não há uma variação
significativa entre os valores.
Baseado nos resultados obtidos comparou-se o regime de escoamento
visualizado no dia da aula prática, com os valores obtidos para o número de
Reynolds e o seu respectivo regime de escoamento (Tabela 3). No decorrer da
aula prática tinha como objetivo obter em cada mangueira três tipos de
escoamento laminar, transitório e turbulento. Sem estrangulamento, foi possível
observar com clareza o primeiro e o terceiro, neste caso laminar e turbulento,
confirmando com os cálculos do número de Reynolds. Já o segundo, embora
20

foi observado turbulento, apenas com a realização dos cálculos houve esta
confirmação e devido ao valor do número de Reynolds pode se afirmar que o
valor está próximo do regime intermediário.
Já com a mangueira que obtinha o estrangulamento foi mais difícil de
visualizar o estado intermediário. No primeiro experimento visualizou-se o
regime laminar mesmo depois do estrangulamento. No Segundo experimento,
não foi possível visualizar o regime laminar depois do estrangulamento e
imaginou-se que encontrávamos o estado intermediário, porém, pelo número
de Reynolds calculado, o regime é laminar. No terceiro experimento, não houve
dúvida que o regime fosse turbulento, confirmando com os cálculos.
Entretanto, analisando o desvio padrão ocorrido em todos os
experimentos, segue que quando aumenta o número de Reynolds aumenta o
desvio padrão. Sabendo que o número de Reynolds aumenta devido ao
aumento da vazão, logo para diminuir o desvio padrão deveria ser coletado um
volume maior de água.

4. CONCLUSÃO

Somente é possível dizer com certeza se o regime é laminar,


intermediário ou turbulento, através dos cálculos do Número de Reynolds, mas
a visualização ajuda a encontrar a faixa desejada. Sendo o regime transiente o
mais difícil de identificar visualmente, pois compreende uma faixa muito
pequena que vai de 2100 < Re < 2500.
21

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BUSSAB, W. O. e MORETTIN, P. A. Estatística Básica, 5ª edição,


Editora Saraiva, São Paulo, 2003.
THOMAZIELLO, A.C.F.B. Coeficiente de descarga para “manifolds” e
perfis de lâmina d’água em canaletas para fins hidropônicos, Campinas,
1999, DISSERTAÇÃO DE MESTRADO. Unicamp
BASTOS, FRANCISCO DE ASSIS A., Problemas de Mecânica dos
Fluidos, Editora Guanabara Dois, RJ, 1983.
GILES, RONALD V., Mecânica dos Fluidos e Hidráulicos, Editora
McGraw-Hill do Brasil, SP, 1976.
22

FOX E MACDONALD, Introdução à Mecânica dos Fluidos, 2ª Edição,


Editora Guanabara Dois, RJ, 1981.
LIVI, C.P., Fundamentos de Fenômenos de Transporte, Editora LTC,
Rio de Janeiro – RJ, 2004.
PIMENTA, C.F., Curso de Hidráulica geral, Rio de Janeiro, Editora
Guanabara, 4ª Edição, 1981.
http://www.dec.ufcg.edu.br/saneamento/Agua02.html Acesso: Dia
09/03/2012
VEIT, MARCIA TERESINHA, Apostila dos Roteiros da Disciplina de
Laboratório de Engenharia Química I, Toledo, PR.

ANEXO

Anexo 1. Densidades e viscosidades da água sob condições


normais de temperatura e pressão:

Temperatur Densidade Viscosidade Viscosidade Densidade


a- absoluta - dinâmica - cinemática - relativa - d
q r m n

(°C) (kg/m3)* (10-3 N.s/m2) (10-6m2/s)


23

0 (gelo) 917,0 - - 0,9170

0(água) 999,8 1,781 1,785 0,9998

4 1000,0 1,558 1,558 1,0000

5 1000,0 1,518 1,519 1,0000

10 999,7 1,307 1,308 0,9997

15 999,1 1,139 1,140 0,9991

20 998,2 1,002 1,003 0,9982

25 997,0 0,890 0,893 0,9970

30 995,7 0,798 0,801 0,9967

40 992,2 0,653 0,658 0,9922

50 988,0 0,547 0,553 0,9880

60 983,2 0,466 0,474 0,9832

70 977,8 0,404 0,413 0,9788

80 971,8 0,354 0,364 0,9728

90 965,3 0,315 0,326 0,9653

100 958,4 0,282 0,294 0,9584


(*) para se obter em kgf.s2/m4 divide-se o valor tabelado por 9,80665

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