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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

GERMANO HENRIQUE RIBEIRO GOSLAR


GUILHERME ZAPPELINI BOBEL
GUILHERME DE MOURA JUNIOR
GUSTAVO DETZEL ZALASKO
IAN PABLO RECH
ISABELA ALVES DOS SANTOS

TRABALHO DE BOMBAS

CURITIBA
2024
GERMANO HENRIQUE RIBEIRO GOSLAR
GUILHERME ZAPPELINI BOBEL
GUILHERME DE MOURA JUNIOR
GUSTAVO DETZEL ZALASKO
IAN PABLO RECH
ISABELA ALVES DOS SANTOS

TRABALHO DE BOMBAS

Trabalho dissertativo apresentado à disciplina


Operações Unitárias I (ENQ054), pertencente ao
currículo do curso de Graduação em Engenharia
Química, Setor de Tecnologia, Universidade
Federal do Paraná, como requisito parcial para
aprovação na disciplina.

Prof. Ms. Alberto Tadeu Martins Cardoso


LISTA DE FIGURAS

FIGURA 1 - VÁLVULA ESFERA ............................................................................... 11


FIGURA 2 - VÁLVULA DE RETENÇÃO DE TIPO PORTINHOLA ............................ 12
FIGURA 3 - VÁLVULA DIAFRAGMA ........................................................................ 12
FIGURA 4 - DIAMETRO ECONOMICO DE TUBULAÇÕES ..................................... 14
FIGURA 5 - ESQUEMA DE BOMBEAMENTO.......................................................... 16
FIGURA 6 - K CARACTERÍSTICO............................................................................ 18
FIGURA 7 – CARTA DAS BOMBAS (3500 rpm)....................................................... 23
FIGURA 8 – CARTA DAS BOMBAS (1750 RPM) ..................................................... 24
FIGURA 9 – BOMBA 65-160, 3500 RPM .................................................................. 26
FIGURA 10 – BOMBA 80-315, 1750 RPM ................................................................ 27
FIGURA 11: AÇO CARBONO OD..............................................................................32
FIGURA 12: AÇO CARBONO SCH...........................................................................32
FIGURA 13: AÇO INOX 304 OD................................................................................33
FIGURA 14: AÇO INOX 304 SCH..............................................................................33
FIGURA 15: AÇO INOX 316 SCH..............................................................................34
FIGURA 16: VÁLVULA ESFERA...............................................................................34
FIGURA 17: VÁLVULA RETENÇÃO..........................................................................35
FIGURA 18: VÁLVULA DIAFRAGMA........................................................................35
LISTA DE TABELAS

TABELA 1 – LIGAS METÁLICAS ................................................................................ 9


TABELA 2 – PROPRIEDADES DA ÁGUA ................................................................ 13
TABELA 3 – PROPRIEDADES DA ÁCIDO NÍTRICO ............................................... 13
TABELA 4 – SUCÇÃO ÁGUA 20ºC .......................................................................... 17
TABELA 5 – PERDA DE CARGA DA SUCÇÃO 1 .................................................... 18
TABELA 6 – RECALQUE ÁGUA 20ºC ...................................................................... 19
TABELA 7 – PERDA DE CARGA RECALQUE 1 ...................................................... 19
TABELA 8 – SUCÇÃO ÁGUA 80ºC .......................................................................... 20
TABELA 9 – PERDA DE CARGA SUCÇÃO 2 .......................................................... 20
TABELA 10 – RECALQUE ÁGUA 80ºC .................................................................... 20
TABELA 11 – PERDA DE CARGA RECALQUE 2 .................................................... 21
TABELA 12 – SUCÇÃO ÁCIDO NÍTRICO 40ºC ....................................................... 21
TABELA 13 -PERDA DE CARGA SUCÇÃO 3 .......................................................... 22
TABELA 14 – RECALQUE ÁCIDO NÍTRICO 40ºC ................................................... 22
TABELA 15 – PERDA DE CARGA RECALQUE 3 .................................................... 22
TABELA 16 – COEFICIENTES ANTOINE PARA ÁGUA .......................................... 28
TABELA 17 – ANALÍSE FINAL DE CAVITAÇÃO ...................................................... 29
TABELA 18: PESO POR ESPESSURA DA TUBULAÇÃO........................................30
TABELA 19: CÁLCULO DE PREÇO DA TUBULAÇÃO.............................................31
LISTA DE SÍMBOLOS

© - copyright
@ - arroba
 - marca registrada
 - somatório de números
 - produtório de números
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 7
2 DEFINIÇÃO DE MATERIAIS ................................................................................... 8
2.1 TUBULAÇÃO ........................................................................................................ 8
2.2 LIGAÇÕES DE TUBUÇÃO.................................................................................... 9
2.3 NORMAS............................................................................................................. 10
2.4 ACESSÓRIOS ..................................................................................................... 10
3 MEMORIAL DE CÁLCULO ................................................................................... 12
3.1 PROPRIEDADE DOS FLUIDOS ......................................................................... 12
3.2 DIAMETRO ECONOMICO .................................................................................. 13
3.3 PERDA DE CARGA ............................................................................................ 15
3.4 HEAD DA BOMBA .............................................................................................. 16
3.4.1 ÁGUA (20ºC) .................................................................................................... 17
3.4.2 ÁGUA (80ºC) .................................................................................................... 19
3.4.3 ÁCIDO NÍTRICO 60% (40ºC) ........................................................................... 21
3.5 SELEÇÃO DA BOMBA........................................................................................ 23
3.6 CAVITAÇÃO........................................................................................................ 27
4 PRECIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS.................................................................29
4.1 TUBULAÇÃO........................................................................................................29
4.2 COTOVELOS 90°.................................................................................................31
4.3 VÁLVULAS...........................................................................................................34
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 36
REFERÊNCIAS......................................................................................................... 38
ANEXO 1 – FOLHA DA BOMBA ÁGUA 20ºC ......................................................... 39
ANEXO 2 – FOLHA DA BOMBA ÁGUA 80ºC ......................................................... 40
ANEXO 3 – FOLHA DA BOMBA ÁCIDO NÍTRICO 60% Á 40ºC ............................. 41
7

1 INTRODUÇÃO
Este trabalho tem como objetivo o estudo de dimensionamento e escolha de
bombas para uma vazão de 120 m3/h de água a 20ºC, água a 80ºC e solução de
ácido nítrico 60% a 40ºC. Primeiramente será feita a escolha dos materiais
adequados para a tubulação e seus acessórios. Posteriormente, iremos calcular o
diâmetro mais eficiente da tubulação bem como as perdas de carga distribuída e
localizada, essas análises nos permitirão verificar a carga necessária para a bomba,
assegurando o equilíbrio energético adequado para o sistema. Concluindo,
examinaremos a possibilidade de cavitação das bombas e forneceremos uma
estimativa do custo total do sistema.
8

2 DEFINIÇÃO DE MATERIAIS

Os materiais da tubulação assim como os acessórios serão escolhidos a fim


de diminuir o custo total do sistema, minimizar a perda de carga e assegurar
resistência às condições de pressão e temperatura e corrosão dos fluidos
transportados.

2.1 TUBULAÇÃO

O material que irá compor a tubulação do sistema será escolhido de modo a


reduzir o custo total e suportar as especificações estabelecidas. Para fazermos a
escolha mais adequada da tubulação tomamos em conta vários fatores, sendo eles:
• Natureza do fluido: Compreender o tipo de fluido sendo transportado, sua
composição química e se é corrosivo;
• Compatibilidade química: Verificar se o material não reage em contato com o
fluido transportado;
• Condições de operação: Avaliar as temperaturas e pressões na qual a
tubulação operará;
• Resistência mecânica: Verificar se o material que compõe a tubulação é
suficientemente forte para suportar tensões, como as pressões internas e
externas e possíveis impactos
• Segurança: Garantir a segurança do fluido transportado, evitando vazamentos
e falhas de processo;
• Durabilidade e manutenção: Escolher um material durável que exija pouca
manutenção ao longo do tempo;
• Eficiência: Considerar a eficiência da tubulação a fim de minimizar as perdas
de carga e maximizar a vazão;
• Normas e regulamentações: Seguir as diretrizes locais e nacionais para
garantir a qualidade e segurança da tubulação;
• Custo: Considerar o custo para a compra, instalação e manutenção do
sistema.

Neste trabalho os fluidos a serem transportados são água a 20ºC, água a


80ºC e ácido nítrico 60% a 40ºC, com uma vazão de 120m 3/h, operando a
700mmHg, sendo 3m de comprimento de tubulação para a área de sucção, e 40m
para a área de recalque. Para água a 20ºC e água a 80ºC escolhemos usar aço
carbono como material da tubulação, essa escolha foi feita seguindo os fatores
citados acima, além de ser padrão na indústria a utilização do aço carbono quanto
9

não apresentar fatores adversos a essa escolha. Isso se dá pelo fato que o aço
carbono é de muito versátil e de alta disponibilidade no comércio. Por esses motivos,
o aço carbono se torna uma escolha barata tanto para compra e instalação, quanto
para possíveis manutenções no sistema.
Para a escolha do material que comporá a tubulação para o transporte de
ácido nítrico 60% não foi possível a utilização de aço carbono, vez que este é
incompatível com o ácido devido a corrosividade. Logo, optamos por aço inoxidável,
um material que embora mais caro e que apresenta mais desafios no processo de
soldagem comparado ao aço carbono, apresenta qualidades superiores em
resistência a corrosividade, resistência mecânica e durabilidade. Dentre os aços
inoxidáveis optamos pelo aço inoxidável austenítico do tipo 304L, pois dentre os que
suportam a corrosão do ácido nítrico se mostra ser a escolha mais viável financeira.

TABELA 1 - LIGAS METÁLICAS

Fonte: Silva Telles (2001)

2.2 LIGAÇÕES DE TUBUÇÃO


Outro ponto importante quando projetando um sistema são as ligações de
tubulação, ao fazer a escolha destes equipamentos baseiam-se nestes princípios:
• Estanqueidade: A garantia da estanqueidade previne vazamentos de
fluido, que poderia resultar em perda de produto, risco ao equipamento
e a segurança dos operadores;
• Flexibilidade: Permiti a expansão, contração e movimento dos
componentes da tubulação quando há variação de temperatura e
pressão no sistema;
• Manutenção: A facilidade de acesso para reparo, limpeza ou
substituição de componentes do sistema;
• Custo: Valor do processo de ligação utilizado em cada caso, visando
diminuir o custo total do sistema.
10

A escolha dos modos de ligação dos sistemas foi feita baseada nas
recomendações do Silva Teles. Sabendo que tubulações são comumente vendidas
em tubos unitários de 6 metros de comprimento, torna-se evidente a necessidade da
solda nos tubos. Nos sistemas compostos de aço carbono (água a 20ºC e água a
80ºC) a soldagem escolhida foi a solda de todo, utilizando o método de soldagem
com eletrodo revestido (SMAW ou “stick”), por este ser o mais barato aplicável nesta
situação.
Para o sistema de ácido nítrico optamos também para solda de topo,
entretanto utilizando o método TIG (GTAW), o qual utiliza um eletrodo de tungstênio
não consumível para criar um arco elétrico entre o eletrodo e material a ser soldado,
com um gás inerte para proteger a poça de fusão. Foi necessário a utilização deste
método pois em tubos de aço inoxidável outros métodos podem causar sensitização
e contaminação na tubulação.
Nestes sistemas não foi visto a necessidade de aplicação de flanges
isoladas, porque consideramos que estariam já acopladas as válvulas. É importante
pontuar que o material que compõe os flanges são os mesmos que compõe a
tubulação nos quais eles estão conectados.

2.3 NORMAS
A etapa final na escolha da tubulação consiste na norma a ser seguida.
Paras os encanamentos compostos de aço carbono seguimos as diretrizes sujeitas
pela ASTM A53, o qual indica que os tubos, de diâmetro entre 1/8’’ e 26’’, podem ser
pretos (sem nenhum acabamento superficial) ou galvanizados, e inclui também
tubos com ou sem costura de solda de resistência elétrica.
Para os tubos de aço inoxidáveis escolhemos seguir a regra sujeita na
norma ASMT A312, que inclui os aços inoxidáveis austeníticos 304, 304L, 316 e
316L, a norma descreve que os tubos podem ser fornecidos com ou sem costura
soldada e pode possuir diâmetro entre 1/8’’ e 24’’, além de restrições sobre as
espessuras de parede, diâmetro externo, comprimento e acabamento superficial.

2.4 ACESSÓRIOS
Os acessórios em uma tubulação são utilizados para inúmeras finalidades
em um sistema, tais como diminuir ou aumentar a velocidade de um fluido, controlar
a vazão, dividir a corrente, mudar a direção do produto, entre outros. Neste trabalho
11

são impostas 3 válvulas, as quais devemos determinar o tipo que melhor nos
convém para cada uma das 3 situações, e 2 conexões de tubulação, ambas
estabelecidas como cotovelos de 90º.
A seleção das válvulas foi realizada considerando diversos aspectos, com
destaque para a função principal da válvula (bloqueio, regulagem, retenção etc.).
Além disso, priorizamos a redução da perda de carga e a minimização dos custos e
sempre optamos por válvulas que se adequam às condições de pressão,
temperatura e natureza do fluido transportado.
Para as situações no qual o fluido transportado constitui-se de água a 20ºC
e água a 80ºC, observamos que nossas válvulas 1 e 3 precedem uma bomba e um
tanque respectivamente. Desse modo, decidimos que a melhor escolha seria uma
válvula esfera, pois é uma válvula de fácil manuseio, com bloqueio confiável e como
fator decisivo, a menor perda de carga para uma válvula apropriada nestes pontos
do projeto.

FIGURA 1 – VÁLVULA ESFERA

Fonte: MTI brasil (2024)

Nesses sistemas a válvula 2 está na linha de recalque de uma bomba para


um reservatório elevado, logo optamos por uma válvula de retenção, pois estas
permitem o escoamento em somente uma direção e impedem o retorno de líquido
em casos no qual a bomba pare de funcionar subitamente. Dentre as válvulas de
retenção disponíveis, escolhemos a tipo portinhola por ela apresentar uma menor
perda de carga comparada as válvulas de retenção por pistão. Esse tipo de válvula
também foi o selecionado para o processo de solução de ácido nítrico.
12

FIGURA 2 – VÁLVULA DE RETENÇÃO DE TIPO PORTINHOLA

Fonte: JEFFERSON (2024)

Para as válvulas 1 e 3 nos sistemas de ácido nítrico foi preciso tomar mais
cuidado quanto a corrosividade e vazamentos. Por estes motivos escolhemos a
válvula diafragma. Este modelo de válvulas foi desenvolvido essencialmente para
bloqueio e regulagem de fluidos que necessitam de total prevenção contra
vazamentos.

FIGURA 3 – VÁLVULA DIAFRAGMA

Fonte: GEMU group (2014)

3 MEMORIAL DE CÁLCULO
3.1 PROPRIEDADE DOS FLUIDOS
Para calcular o diâmetro econômico, avaliar a energia da planta e estudar a
cavitação, é essencial ter os dados das propriedades físico-químicas e
13

termodinâmicas dos fluidos. Assim, os quadros a seguir fornecem as informações


requeridas para as operações de cálculo.

TABELA 2 – PROPRIEDADES DA ÁGUA


ÁGUA – H2O
VISCOSIDADE (20°C) 1 Cp
DENSIDADE (20°C) 997,2323 Kg/m3
VISCOSIDADE (80°C) 0,35 Cp
DENSIDADE (80°C) 971,83 Kg/m3
Fonte: Adaptado de Perry (1978)

TABELA 3 – PROPRIEDADES DO ÁCIDO NÍTRICO 60%


ÁCIDO NÍTRICO (HNO3)
VISCOSIDADE (60°C) 1,7 Cp
DENSIDADE (60°C) 1339,8 Kg/m3
Fonte: Adaptado de Perry (1978)

3.2 DIAMETRO ECONOMICO


Como citado anteriormente, a escolha do diâmetro econômico foi feita
utilizando a FIGURA X como referência. Portanto, a Figura X abaixo expõe a
aplicação do nomograma, com as linhas traçadas para cada fluido, quando:
14

FIGURA 4 – DIAMETRO ECONOMICO DE TUBULAÇÕES

Fonte: Perry (1978)

Foi decidido que, para garantir a segurança e evitar velocidades excessivas, o


diâmetro nominal econômico será de 5 polegadas para o recalque e 6 polegadas
para a sucção, já que deve haver o aumento de uma bitola entre eles. Embora seja
comum optar por um diâmetro maior em situações de alto risco de cavitação para
reduzir a velocidade e, consequentemente, minimizar a perda de carga, após uma
análise detalhada e cálculos, concluiu-se que o diâmetro sugerido não resultará em
cavitação.
Dessa forma, com os valores do diâmetro, podemos calcular as velocidades
de sucção e de recalque da bomba.

Temos que:

Sabendo que temos que:


15

Logo:

3.3 PERDA DE CARGA


A perda de carga é a dissipação de energia associada à transferência de
momento no fluido. Diversos elementos influenciam essa perda, como a velocidade
do fluido, o comprimento e diâmetro da tubulação, a composição da tubulação e sua
rugosidade, além da presença de acessórios como válvulas e cotovelos. Essa perda
pode ser categorizada em duas partes distintas: cálculos relacionados às tubulações
e cálculos referentes aos acessórios.

(Eq. 1)

Para o termo (perda de carga no tubo), podemos utilizar a seguinte

equação:

(Eq. 2)

Onde:
16

Para calcular a perda de carga dos acessórios, utilizaremos a equação do


comprimento equivalente de tubulação, onde para cada acessório teremos um
comprimento de tubo reto que equivale a perda de carga dele. Dessa forma,
podemos somar esses comprimentos equivalentes e realizar um único cálculo para
todos os acessórios. A equação utilizada é a seguinte:

(Eq. 3)

O número de Reynolds é um adimensional utilizado para medir a turbulência


de um dado escoamento que pode ser calculado pela seguinte expressão algébrica.

(Eq. 4)

3.4 HEAD DA BOMBA


Para obter os dados das bombas, é necessário realizar inicialmente um
balanço energético para calcular o HEAD. Para isso, seguimos o esquema de
processo a seguir:

FIGURA 5 – ESQUEMA DE BOMBEAMENTO

ESFERA

RETENÇÃO

ESFERA
Fonte: Adaptado do enunciado (2024)
17

AB: 2m; BC: 3m; DE: 20m; EF: 20m; FG: 1m.
Para os cálculos de carga da bomba, adotaremos o volume de controle entre
os pontos A e F. Dessa forma, a equação do balanço de energia aplicado será:

(Eq. 5)

Com as equações listadas acima (Eq. 1 à Eq. 5), podemos calcular o Head da
bomba para os 3 fluidos:
3.4.1 ÁGUA (20ºC)

TABELA 4 – SUCÇÃO ÁGUA 20ºC


RUGOSIDADE AÇO CARBONO 0,045M
Ε/D 0,295275 1896,537126
FATOR DE 0,08103589793
ATRITO
Fonte: Os autores (2024)

Pela Eq. 4 temos que Reynolds é igual a: Re = 277715,0175


Para a perda de carga dos acessórios será utilizada como base a Tabela 1
abaixo:
18

FIGURA 6 – K CARACTERÍSTICO

Fonte: Guilherme Fillippo Filho (2024)

TABELA 5 – PERDA DE CARGA DA SUCÇÃO 1


Acessório Modelo K
Válvula 1 Esfera 0,05
Fonte: Os autores (2024)

Pela Eq. 2 temos que a perda de carga da tubulação na sucção é:

0,2717998833 m

Pela Eq. 1 temos que a perda de carga total na sucção é:

0,2803180928 m
19

TABELA 6 – RECALQUE ÁGUA 20ºC


Rugosidade Aço Carbono 0,045m
ε/D 0,35433 1580,447605
Fator de Atrito 0,08482095422
Fonte: Os autores (2024)

Pela Eq. 4 temos que Reynolds é igual a: Re = 333258,0211

TABELA 7 – PERDA DE CARGA RECALQUE 1


Acessório Modelo K
Válvula 2 Retenção 0,8
Válvula 3 Esfera 0,05
Cotovelo 90° 0,9
Cotovelo 90° 0,9
SOMA 2,65
Fonte: Os autores (2024)

Pela Eq. 2 temos que a perda de carga da tubulação no recalque é:

9,437606249 m

Pela Eq. 1 temos que a perda de carga total no recalque é:

10,37376429 m

Logo a perda de carga Total é igual a:

10,65408238 m

3.4.2 ÁGUA (80ºC)


20

TABELA 8 – SUCÇÃO ÁGUA 80ºC


Rugosidade Aço Carbono 0,045m
ε/D 0,295275 1896,537126

Fator de Atrito 0,08103589793


Fonte: Os autores (2024)

Pela Eq. 4 temos que Reynolds é igual a: Re = 773259,5376

TABELA 9 – PERDA DE CARGA SUCÇÃO 2


Acessório Modelo K
Válvula 1 Esfera 0,05
Fonte: Os autores (2024)

Pela Eq. 2 temos que a perda de carga da tubulação na sucção é:

0,2717635343 m

Pela Eq. 1 temos que a perda de carga total na sucção é:

0,2802817439 m

TABELA 10 – RECALQUE ÁGUA 80ºC


Rugosidade Aço Carbono 0,045m
ε/D 0,35433 1580,447605
Fator de Atrito 0,08482095422
Fonte: Os autores (2024)

Pela Eq. 4 temos que Reynolds é igual a: Re = 927911,4451


21

TABELA 11 – PERDA DE CARGA RECALQUE 2


Acessório Modelo K
Válvula 2 Retenção 0,8
Válvula 3 Esfera 0,05
Cotovelo 90° 0,9
Cotovelo 90° 0,9
SOMA 2,65
Fonte: Os autores (2024)

Pela Eq. 2 temos que a perda de carga da tubulação no recalque é:

9,436729598 m

Pela Eq. 1 temos que a perda de carga total no recalque é:

10,37288764 m

Logo a perda de carga Total é igual a:

10,65316938 m

3.4.3 ÁCIDO NÍTRICO 60% (40ºC)

TABELA 12 – SUCÇÃO ÁCIDO NÍTRICO 40ºC


Rugosidade Aço Inox 0,002 m
ε/D 0,01312333333 42672,08534

Fator de Atrito 0,03742405969


Fonte: Os autores (2024)
22

Pela Eq. 4 temos que Reynolds é igual a: Re = 219479,5598

TABELA 13 -PERDA DE CARGA SUCÇÃO 3


Acessório Modelo K
Válvula 1 Diafragma 2,3
Fonte: Os autores (2024)

Pela Eq. 2 temos que a perda de carga da tubulação na sucção é:

0,125506041

Pela Eq. 1 temos que a perda de carga total na sucção é:

0,5173436793

TABELA 14 – RECALQUE ÁCIDO NÍTRICO 40ºC


Rugosidade Aço Inox 0,002m
ε/D 0,015748 35560,07112

Fator de Atrito 0,03909965116


Fonte: Os autores (2024)

Pela Eq. 4 temos que Reynolds é igual a: Re = 263375,4717

TABELA 15 – PERDA DE CARGA RECALQUE 3


Acessório Modelo K
Válvula 2 Retenção 0,8
Válvula 3 Diafragma 2,3
Cotovelo 90° 0,9
Cotovelo 90° 0,9
23

SOMA 4,9
Fonte: Os autores (2024)

Pela Eq. 2 temos que a perda de carga da tubulação no recalque é:

4,350423967 m

Pela Eq. 1 temos que a perda de carga total no recalque é:

6,081433176 m

Logo a perda de carga Total é igual a:

6,598776855 m

3.5 SELEÇÃO DA BOMBA


Afim de se obter a bomba que melhor encaixaria nos processos propostos,
foram analisadas as cartas das bombas KSB, levando em consideração a
possibilidade da bomba cavitar e o balanço de energia previamente realizado.
Para uma vazão de 120 m³/h, para as bombas que estão transportando água
a 20 ºC e 80 ºC, foi selecionada a bomba de modelo 65-160 de n = 3500 rpm da
KSB. Já para ácido nítrico 60% a 40 ºC, foi escolhido o modelo 80-315 de n = 1750
rpm da mesma fabricante.
Com o Head da bomba calculado de aproximadamente 52 m para as
instalações de água e 42 m para o Ácido Nítrico, a seguir estão as cartas das
bombas:

FIGURA 7 – CARTA DAS BOMBAS (3500 rpm)


24

Fonte: adaptado de KSB (2024)

FIGURA 8 – CARTA DAS BOMBAS (1750 RPM)


25

Fonte: adaptado de KSB (2024)

Após a análise da carta KSB, certas bombas foram selecionadas que melhor
se encaixariam para nos processos. As informações sobre o desempenho da
bomba, fornecidas pelo fabricante, estão disponíveis nas figuras a seguir. Elas
mostram o rendimento, o tamanho do rotor, o NPSHr e a potência da bomba
selecionada
26

FIGURA 9 – BOMBA 65-160, 3500 RPM

Fonte: Adaptado de KSB (2024)

Dentro das bombas capazes de bombear água a uma grande vazão, a que
se tornou ideal foi a 65-160 de 3500 rpm. A bomba em questão atingiria o Head
necessário para o bombeamento de água requerindo uma menor potência para
trabalhar, com grande eficiência e dando uma certa folga de 7 m para o NPSHr que
passa uma certa tranquilidade em questão da cavitação dando certeza de que não
vai cavitar.
Pelo primeiro gráfico, foram obtidos os valores de eficiência e diâmetro do
rotor que correspondem a 80% e 172 mm respectivamente. Do segundo gráfico
obtemos o NPSHr de aproximadamente 3,7 m para o diâmetro em questão e do
último foi obtido a potência de 30 HP, que equivale a aproximadamente 22 Kw.
27

FIGURA 10 – BOMBA 80-315, 1750 RPM

Fonte: Adaptado de KSB (2024)

Para a bomba destinada ao bombeamento de ácido nítrico 60%, dentre as


bombas disponíveis necessárias para vazão de 120 m³/h, apenas uma delas
consegue garantir a potência e a eficiência necessárias. Do mesmo modo que a
bomba anterior, temos uma folga de aproximadamente 7 m entre o NPSHr e o
NPSHd o que novamente garante que a bomba trabalhe em máxima eficiência sem
cavitar.
Do primeiro gráfico foi obtido uma eficiência de 73% para um diâmetro de
332 mm. O segundo gráfico nos mostra que para esse diâmetro, temos um NPSHr
de 2,0 m e do último, a potência de 35 HP, que equivale a aproximadamente 26 Kw.

3.6 CAVITAÇÃO
Ao selecionar uma bomba, é crucial garantir que o fluido permaneça em
estado líquido. Por isso, é essencial avaliar a possibilidade de cavitação, onde a
queda de pressão durante o bombeamento pode causar a transição do fluido para
sua fase gasosa, devido ao aumento da pressão de vapor. Se a cavitação ocorrer, a
bomba deve ser substituída devido aos danos mecânicos que podem ser causados.
28

Se a pressão do vapor do fluido for menor do que a diferença entre o


NPSH(requerido) e o NPSH(disponível) a bomba não cavitará.
Para encontrar a pressão de vapor da água a 20ºC e a 80ºC, foi utilizada a
equação de Antoine listada abaixo, assim como seus coeficientes para água:

(Eq. 6)

TABELA 16 – COEFICIENTES ANTOINE PARA ÁGUA


COEFICIENTE ÁGUA 20ºC

A 18,3036

B 3816,44

C -46,13

Fonte: Adaptado de Perry (1978)

Com os dados necessários em mãos calculando a pressão de vapor


chegamos em 17,35 mmHg para água a 20ºC e 353,16 mmHg para água a 80ºC. Já
para o ácido Nítrico 60%, a pressão de vapor é de 18,1 mmHg de acordo com o
Perry (1978).
Os dados de NPSHrequerido são informados pela carta da bomba, já o
NPSHdisponível é necessário que seja calculado, pela formula abaixo:

(Eq. 7)

Em que P1, seria a pressão absoluta no ponto 1 no tanque, que é igual


a 700 mmHg, AB a altura do tanque = 2 m e Lw,sucção a perda de carga na sucção
da bomba. Convertendo todos os valores para metro por coluna de fluido (mcf)
temos:
29

TABELA 17 – ANALÍSE FINAL DE CAVITAÇÃO


NPSHdisponivel NPSHrequerido Pv (mmHg) Cavita?
Água 20ºC 11,27 m 3,7 m 17,35 não
Água 80ºC 11,52 m 3,7 m 353,16 não
Ácido Nítrico 8,59 m 2,0 m 18,1 não
Fonte: Os autores (2024)

Com isso, concluímos que nenhuma das bombas irá cavitar para os fluidos
em questão.

4 PRECIFICAÇÃO DE EQUIPAMENTOS

4.1 TUBULAÇÕES

Para a parte de tubulações foram orçados valores com a empresa AÇOS


CWB, conforme tabela de pesos e preços passados pelo agente comercial nas
tabelas abaixo:
30

TABELA 11: PESO POR ESPESSURA DA TUBULAÇÃO

FONTE: AÇOSCWB

PARA TUBULAÇÃO COM DIÂMETRO DE 5”


- Aço Carbono Valor por Kg (médio): R$ 14,92
- Aço Inox Schedule Valor por Kg (médio): R$ 50,40
- Aço Inox OD Valor por Kg (médio): R$ 41,10

PARA TUBULAÇÃO COM DIÂMETRO DE 6”


31

- Aço Carbono Valor por Kg (médio): R$ 17,88


- Aço Inox Schedule Valor por Kg (médio): R$ 62,80
- Aço Inox OD Valor por Kg (médio): R$ 47,40

Para os orçamentos foram feitas estimativas com os preços máximos e os


preços mínimos levando em consideração o material desejado para o uso:

TABELA 19: CÁLCULO DE PREÇO DA TUBULAÇÃO

FONTE: Os Autores 2024

4.2 COTOVELOS DE 90°


Os cotovelos foram orçados com os valores aproximados e disponíveis no site
da empresa 100% METAIS para Curvas de 90° de diâmetro 6”, conforme preços
encontrados abaixo:
32

FIGURA 11: Aço Carbono OD

FONTE: 100% METAIS


2 Curva 90º Aço Carbono OD: R$ 1.336,00

FIGURA 12: AÇO CARBONO SCH

FONTE: 100% METAIS

2 Curva 90º Aço Carbono SCH 40: R$ 608,00


2 Curva 90º Aço Carbono SCH 80: R$ 1.155,30
33

FIGURA 13: AÇO INOX 304 OD

FONTE: 100% METAIS

2 Curva 90º Aço Inox 304 OD: R$ 790,00

FIGURA 14: AÇO INOX 304 SCH

FONTE: 100% METAIS

2 Curva 90º Aço Inox 304 SCH 0.5: R$ 1.050,00


2 Curva 90º Aço Inox 304 SCH 10: R$ 1.986,00
2 Curva 90º Aço Inox 304 SCH 40: R$ 3.887,60
34

FIGURA 15: AÇO INOX 316 SCH

FONTE: 100% METAIS

2 Curva 90º Aço Inox 316 SCH 0.5: R$ 1.622,00


2 Curva 90º Aço Inox 316 SCH 10: R$ 2.108,20

4.3 VÁLVULAS
As válvulas de esfera e retenção foram orçadas valores disponíveis pelo site
da empresa WebInox, já a válvula de diafragma foi orçada com valores disponíveis
no site da empresa Swagelok Tecflux, conforme os preços disponíveis por tabelas e
catálogos:

VÁLVULA ESFERA INOX 304


FIGURA 16: VÁLVULA ESFERA

FONTE: WEBINOX
- Diâmetro 5”: R$ 1.667,50
- Diâmetro 6”: R$ 1.998,33
35

VÁLVULA RETENÇÃO INOX


FIGURA 17: VÁLVULA RETENÇÃO

FONTE: WEBINOX

- Diâmetro 6”; Vedação EDPM; Inox 304: R$ 1.397,47


- Diâmetro 6”; Vedação Silicone; Inox 304: R$ 1.464,88
- Diâmetro 6”; Vedação Viton; Inox 304: R$ 1.695,66
- Diâmetro 6”; Vedação EDPM; Inox 316: R$ 1.854,36
- Diâmetro 6”; Vedação Silicone; Inox 316: R$ 2.223,45
- Diâmetro 6”; Vedação Viton; Inox 316: R$ 2.443,89

VÁLVULAS DIAFRAGMA INOX 316


FIGURA 18: VÁLVULA DIAFRAGMA

FONTE: SWAGELOK TECFLUX

- Séries DL, Manopla Redonda, Conexão para Solda Tipo Encaixe para 5”:
R$ 1.556,29
36

- Séries DS, Manopla Redonda, Conexão para Solda Tipo Encaixe para 5”:
R$ 1.656,29
- Séries DL, Manopla Redonda, Conexão para Solda Tipo Encaixe para 6”:
R$ 1.998,29
- Séries DS, Manopla Redonda, Conexão para Solda Tipo Encaixe para 6”:
R$ 2.098,29

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O objetivo principal deste trabalho era projetar um sistema de


bombeamento para três líquidos diferentes, selecionando a bomba,
tubulações, acessórios e calculando o balanço de energia do sistema.
Durante a escolha das tubulações e acessórios, a prioridade foi garantir a
segurança da instalação para evitar vazamentos ou danos mecânicos ao
sistema causados pelos líquidos.
Além disso, foram analisados os custos de construção (CAPEX) e
operação (OPEX) para equilibrar os investimentos na construção e instalação,
priorizando a segurança do projeto, ao mesmo tempo em que se buscava
minimizar os custos operacionais para o escoamento dos líquidos.
Considerando que a bomba operaria de forma contínua, com poucas e breves
interrupções para manutenção preventiva, e que a empresa de energia
elétrica fornecedora era a Copel (Companhia Paranaense de Energia), uma
simulação no site da empresa indicou que o custo anual de operação da
bomba seria aproximadamente R$ 100.000,00.
O balanço de energia foi calculado para determinar a carga de projeto
da bomba para cada líquido a ser bombeado, sendo esse valor utilizado como
critério na seleção das bombas. Foi adicionada uma margem de segurança
de 10% à carga do projeto para a escolha da bomba, resultando na
necessidade de uma bomba com uma altura de 50 metros para os três
líquidos. Após analisar as bombas da empresa KSB com base nesse critério,
a bomba centrífuga 65-160 para água e 80-315 para o ácido, foram
selecionadas por atender aos requisitos do projeto e ter menor custo
energético.
37

Por fim, foi realizada uma análise de possíveis problemas de cavitação


para garantir a segurança do projeto, concluindo que a bomba selecionada
não apresentaria esse problema.
38

REFERÊNCIAS

GEMU GROUP. Válvula de diafragma de passagem reta. Disponível em:


https://www.mtibrasil.com.br/valvula-de-esfera.php

JEFFERSON. Válvula de retenção Portinhola. Disponível em:


https://www.jefferson.ind.br/conteudo/valvula-de-retencao-portinhola-.html

KSB. Manual de Curvas Características. Disponível em:


http://www.shs.eesc.usp.br/downloads/disciplinas/SHS0409/CatalogoBOMBA_KSB.p
df

MTI. Especialistas em válvulas de esfera e soluções. Disponível em:


https://www.mtibrasil.com.br/valvula-de-esfera.php

PERRY, CHILTON. Manual de Engenharia Química. Rio de Janeiro. Guanabara.


1978.

TELLES, P.C. Tubulações Industriais – Materiais, Projeto, Montagem. 10a.


edição, Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. 2001.
39

ANEXO 1 – FOLHA DA BOMBA ÁGUA 20ºC


40

ANEXO 2 – FOLHA DA BOMBA ÁGUA 80ºC


41

ANEXO 3 – FOLHA DA BOMBA ÁCIDO NÍTRICO 60% Á 40ºC

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