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Instituto de Química
SUMÁRIO
p.
1. APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 2
2. NORMAS DE SEGURANÇA EM LABORATÓRIO ......................................................... 3
3. INSTRUÇÕES E OPERAÇÕES GERAIS EXECUTADAS NO LABORATÓRIO DE 5
QUÍMICA ANALITICA .................................................................................................
3.1. Organização ........................................................................................................ 5
3.2. Limpeza do material de vidro ............................................................................... 5
3.3. Caderno de Anotações.......................................................................................... 5
3.4. Relatórios ............................................................................................................. 6
4. MATERIAIS E OPERAÇÕES ENVOLVIDAS NA PRECIPITAÇÃO GRAVIMÉTRICA 8
4.1. Adição do agente precipitante ............................................................................... 8
4.2. Processo de digestão ............................................................................................. 8
4.3. Filtração .................................................................................................................. 8
4.4. Lavagem dos precipitados ...................................................................................... 10
5. BALANÇAS ANALÍTICAS ............................................................................................... 10
6. DESSECADORES .......................................................................................................... 11
7. APARELHOS VOLUMÉTRICOS EMPREGADOS EM TITULAÇÃO VOLUMÉTRICA 12
7.1. Buretas .................................................................................................................... 12
7.2. Pipetas (volumétrica e graduada) .................................................................................14
7.3. Balão volumétrico .................................................................................................. 14
8. CALIBRAÇÃO DE APARELHOS VOLUMÉTRICO ...............................................................15
9. QUALIDADE DOS REAGENTES ..................................................................................... 16
10. FICHA DE INFORMAÇÕES DE SEGURANÇA DE PRODUTOS QUÍMICOS (FISPQ) 17
11. SEGREGAÇÃO E DESCARTE DE RESIDUOS ........................................................... 17
-1
EXPERIMENTO 1: Padronização da solução de NaOH 0,1 mol L .................................. 19
EXPERIMENTO 2: Determinação da acidez do vinagre ..................................................... 20
EXPERIMENTO 3: Determinação do índice de acidez do leite ........................................... 21
EXPERIMENTO 4: Determinação da acidez de óleo comestível ........................................ 22
-1
EXPERIMENTO 5: Padronização da solução de HCl 0,1 mol L ....................................... 23
EXPERIMENTO 6: Determinação do teor de Mg(OH)2 no leite de magnésia ................ 24
EXPERIMENTO 7: Análise da soda cáustica comercial ..................................................................
25
EXPERIMENTO 8: Determinação do teor de H3PO4 no ácido fosfórico comercial ........... 27
EXPERIMENTO 9: Preparação e padronização de solução de EDTA ...........................................
29
EXPERIMENTO 10: Determinação da dureza da água ...................................................................
31
33
EXPERIMENTO 11: Determinação de H2O2 em água oxigenada comercial ..................................
EXPERIMENTO 12: Determinação de vitamina C .............................................................. 35
EXPERIMENTO 13: Determinação de matéria orgânica no solo ....................................................
37
EXPERIMENTO 14: Determinação de NaCl por titulação com AgNO3 – Método de Mohr ............ 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS (básica e complementar) ........................................... 40
1. APRESENTAÇÃO
Por fim, cabe destacar que os roteiros dos experimentos de Química Analítica Quantitativa
Experimental encontram-se ainda em fase de análise e alterações. Estes experimentos foram
inicialmente reformulados pelo projeto de ensino “Reformulação de experimentos e produção de
materiais didáticos visando a implantação de um programa de gerenciamento de resíduos perigosos
produzidos nas disciplinas experimentais dos Cursos de Química da Universidade Federal de
Uberlândia”, com a participação dos alunos bolsistas Vinícius A. B. Paiva (2007-2008), Hudson A.
Silvério (2007-2008) e João A. S. Neto (2008-2009), sob a coordenação da Profa. Yaico D. Tanimoto
de Albuquerque e supervisão do Prof. Sebastião de Paula Eiras, e com o apoio da Pro Reitoria de
Graduação da Universidade Federal de Uberlândia. Esta reformulação buscou atualizar as
metodologias dos procedimentos para que estes atendessem também aos aspectos relacionados à
educação ambiental e ao gerenciamento dos resíduos produzidos, tais como, a minimização da
produção de resíduos, a segregação, o tratamento e destinação final dos resíduos produzidos.
Embora não seja possível enumerar aqui todas as causas de possíveis acidentes
num laboratório, seguem abaixo certos cuidados básicos que devem ser observados:
2) Utilize sempre jaleco, sapatos fechados, calças compridas e quando necessários óculos
de proteção. Não se deve usar lentes de contato durante o trabalho em laboratório.
3) Não brinque durante a aula; lembre-se que o laboratório é lugar de trabalho sério.
5) Não prove, cheire, nem molhe as mãos com produtos químicos a menos que esteja
autorizado.
6) Caso tenha cabelo comprido, mantenha-o preso durante a realização dos experimentos.
10) Ler atentamente os rótulos dos frascos dos reagentes; antes de utilizá-los, fazer a
leitura, pelo menos duas vezes, a fim de evitar enganos.
11) Não jogue nas pias os materiais sólidos ou líquidos que possam contaminar o meio
ambiente.
12) Para evitar contaminação dos reagentes, nunca devolva reagentes para o frasco de
origem, mesmo quando não foi usado.Estes devem ser retornados para um frasco de
REUSO.
14) Jamais aqueça um frasco fechado. A elevação da pressão interna poderá causar
explosões.
15) Nunca empregar equipamento de vidro trincado ou quebrado. Não jogue vidro quebrado
no lixo comum. Deve haver um recipiente especifico para o descarte dos mesmos.
16) Não esquecer e nem transferir solventes inflamáveis (acetona, álcool, éter, por exemplo)
de um frasco a outro próximo á chama direta.
18) Abra frascos o mais longe possível do rosto, evitando respirar no momento da abertura.
19) Nunca pipete líquidos cáusticos ou tóxicos com a boca, utilize pípetadores.
20) Todas as experiências que envolvem a liberação de gases e/ou vapores tóxicos devem
ser realizadas na câmara de exaustão (capela).
21) Nunca aqueça o tubo de ensaio, apontando sua extremidade aberta para outra pessoa
ou para si mesmo. Utilize sempre a região fria da chama para efetuar este fim.
22) Dedique especial atenção a qualquer operação que necessite aquecimento prolongado
ou que libere grande quantidade de energia.
23) Cuidado ao aquecer vidros na chama do bico de Bunsen: o vidro quente tem
exatamente a mesma aparência do frio.
3.1. Organização
A análise quantitativa abrange operações de rotina que consomem tempo e que não exigem
atenção constante, tais como: secagem em estufa; calcinação em mufla; digestões; evaporações e
dissoluções. É de bom alvitre, durante esse tempo, trabalhar em outras atividades relacionadas ao
experimento, tais como, anotação dos dados do experimento, cálculos, organização das outras
etapas do experimento, etc. Elaborar uma lista com a seqüência, o número de etapas e o tempo
necessário para realizá-las aumenta em muito a eficiência do operador economizando-lhe tempo no
laboratório.
Deve-se ter sempre presente que não existe um método ideal para a limpeza da vidraria do
laboratório. A superfície do vidro (silicato) tem certa afinidade por determinados materiais, como
cátions em geral e moléculas capazes de formar ligação de hidrogênio. Assim, o vidro, mesmo sob
um prolongado aquecimento no vácuo, pode não ficar integralmente isento de traços de água de sua
superfície.
Frascos, béqueres, pesa-filtro, pipetas, buretas, etc, são geralmente limpos com uma escova
adequada e uma solução morna de detergente, enxaguados com água corrente e, finalmente, duas
vezes com água destilada ou deionizada, de maneira que o líquido no seu interior fique como uma
película lisa e uniforme. Nos casos mais renitentes e para pipetas onde a escova não pode chegar,
tornam-se necessárias soluções de lavagem mais ativa, como sulfonitrica, KOH alcoólico e peróxido
ácido.
O registro das informações sobre o experimento a ser realizado (ou seja, os aspectos
teóricos do método, as características de riscos dos reagentes e os dados do procedimento
experimental), bem como os resultados obtidos no experimento e o tratamento matemático dos
dados é condição imprescindível para se alcançar um bom trabalho científico no laboratório.
Resumidamente, o registro das informações no caderno de anotações deve seguir certa organização
e ordem, quais sejam:
a) Cada página deve estar numerada e datada. Colocar o título da experiência e uma breve
descrição sobre a atividade a ser desenvolvida e os aspectos teóricos envolvidos no experimento.
Essas anotações devem ser feitas de maneira que, num rápido olhar, sabe-se o que a página
contém,
d) Tratamento dos dados e apresentação dos resultados: o tratamento matemático dos dados deve
estar claramente descrito, pois uma página contendo somente números, fórmulas e cálculos sem
qualquer referência ou informação não tem significado algum. No exemplo citado anteriormente,
as concentrações de Cloreto (em mol.L-1 ou mg.L-1) obtidas para cada alíquota devem estar
resumidas numa Tabela. Nesta Tabela podem estar descritas outras informações, tais como as
quantidades (em mol) do titulante gasto e de Cl- encontrado em cada alíquota.
Finalmente, deve-se realizar também o tratamento estatístico dos dados e expressar
corretamente o resultado da análise acompanhado do respectivo desvio padrão. Todos os valores
numéricos calculados devem apresentar unidades.
3.4. Relatórios
O trabalho científico realizado por uma pessoa pode ser de grande valia para outras,
desde que transmitido adequadamente. A forma de transmissão mais difundida é a da
linguagem escrita, principalmente na forma de resumos, relatórios, artigos científicos, entre
outros, dependendo do público a ser atingido.
Não existem normas rígidas para a elaboração de um relatório, mas diante da
importância desse tipo de documento na carreira profissional do estudante, serão dadas
algumas recomendações que lhe serão úteis no progressivo aperfeiçoamento da sua técnica
de redação científica. Ao elaborar um relatório, o estudante deverá conhecer com clareza a
questão abordada pela experiência e qual a resposta que obteve para ela. Esta formulação
sintética servirá de linha diretriz para toda a redação, impedindo que se perca em divagações
sobre assuntos colaterais ou considerações sobre detalhes sem importância.
A redação deverá ser coerente quanto ao tempo dos verbos empregados,
recomendando-se expor os resultados das observações e experiências no passado,
reservando o presente para as generalidades ou para as referências a condições estáveis. É
sempre conveniente recorrer a tabelas e gráficos, pois permitem concentrar grande
quantidade de informações. Os valores numéricos deverão estar acompanhados de unidades
4.3. Filtração
A filtração é uma operação na qual uma mistura heterogênea constituída por fases líquida e
sólida pode ser separada em seus componentes, graças ao emprego de um meio filtrante que
permite a passagem do líquido, mas não das partículas sólidas.
No caso da gravimetria, a fase líquida é a solução na qual foi gerado o precipitado, ou a
substância pouco solúvel nesta solução. Este precipitado pode ser submetido a uma calcinação
utilizando-se um papel de filtro, ou a uma dessecação (em estufa), empregando-se cadinhos
filtrantes de fundo poroso.
O funil analítico utilizado na filtração pode ser de vidro com haste longa e
apresentando certo ângulo de abertura. Os funis de vidro podem ser de dois tipos:
- funis com ângulos de 60 graus e ranhuras longitudinais;
- funis com ângulos de 58 graus e sem ranhuras.
Figura 2 A: Filtração através do papel de filtro. Figura 2B: Lavagem e remoção de precipitado
São recipientes de vidro possuindo um fundo poroso sob a forma de discos, constituído de
partículas de vidro sinterizadas e fundidas ao corpo do cadinho. Os discos têm porosidades variáveis
designadas pelos números de 1 a 4, diminuindo o diâmetro dos poros à medida que aumenta a
numeração.
A filtração empregando esses cadinhos é feita sob pressão reduzida. O cadinho filtrante é
adaptado ao Kitassato por uma rolha de borracha; liga-se o Kitassato a um frasco de segurança, e este
a uma bomba de água ou de vácuo. A pressão atmosférica gerada impele o líquido através dos poros
do filtro, retendo o precipitado.
Empregam-se também cadinhos de porcelana de fundo poroso, pelo mesmo processo já
descrito anteriormente. Sua vantagem é de suportar grandes variações de temperaturas. As camadas
filtrantes são apresentadas com porosidade grossa, média e fina.
Nos cadinhos de Gooch, o meio filtrante é constituído de fibras longas de asbestos colocadas
sobre o fundo perfurado do cadinho. Sua utilização na filtração é feita através de sucção sendo
incluído com uma suspensão rala de amianto em água destilada. Após, aplica-se sucção fraca.
Quando a camada tiver um ou dois centímetros de espessura, sobre ela coloca-se um pequeno disco
de porcelana, perfurado, e adiciona-se mais um pouco de suspensão de asbesto. A finalidade do disco
é fixar a camada filtrante.
5. BALANÇA ANALÍTICA
A balança analítica é usada para se obter as massas das substâncias com alta
exatidão. Uma pesagem é denominada de analítica quando realizada em uma balança de
precisão que permite a medida de massas com um erro absoluto da ordem de 0,1 mg. Há
balanças, ainda, mais sensíveis que permitem determinar massas com erro absoluto da
ordem de 0,01 mg. Outras, denominadas de balanças semi-analíticas, menos sensíveis que
as analíticas e com erro absoluto da ordem de 1 mg.
As balanças analíticas por se tratarem de instrumentos delicados e caros, seu
manejo envolve a estrita observância dos seguintes cuidados gerais:
- As mãos do operador devem estar limpas e secas;
- Durante as pesagens, as portas laterais devem ser mantidas fechadas;
6. DESSECADORES
Em Gravimetria, a secagem da amostra ou da substância formada pela espécie química de
interesse é uma etapa necessária e importante, pois afeta diretamente o resultado. Geralmente, a
metodologia específica a temperatura, o tempo e as condições de secagem da amostra ou da
substância formada pela espécie química de interesse. A secagem tem a finalidade de proporcionar
um teor de umidade definido para a amostra ou para a substância de interesse. As estufas e os
dessecadores são equipamentos utilizados na operação de secagem. As estufas são aparelhos com
aquecimento elétrico e termostaticamente controlados, construídos para produzir temperatura desde
aproximadamente 40 até 200 graus centígrados. A temperatura é lida em um termômetro e
controlada com chave seletora. A circulação do ar pode ser feita por orifícios localizados interna ou
externamente no aparelho.
Os dessecadores são recipientes de vidro, de paredes grossas e com tampa perfeitamente
ajustável, que mantém, em seu interior, uma atmosfera do livre de vapor de água por meio de um
agente dessecante (desidratante), o qual é colocado no compartimento inferior do dessecador.
Acima deste agente dessecante, a uma determinada altura, é colocada uma placa de porcelana com
orifícios que sustenta os recipientes com as amostras ou substâncias para serem secos. As
superfícies da bordas da tampa e do dessecador são esmerilhadas, sendo usual o uso de
lubrificante para a melhor vedação do recipiente.
7.1. Buretas
São aparelhos volumétricos utilizadas para escoar volumes variáveis de líquidos e
são normalmente utilizados em titulações. As buretas são constituídas de um tubo de vidro
uniformemente calibrado em mL e 0,1 mL e providas de um dispositivo adequado para fácil
controle da vazão do líquido, situado entre o tubo e a ponta afilada. A vazão dos líquidos
contidos na buretas é controlada normalmente por uma torneira, que pode ser de vidro
esmerilhada ou de teflon. O tempo de escoamento total das buretas deve situar-se em
torno dos 3 minutos. Em se tratando de titulação, não se deve escoar mais de 10 mL por
minuto, salvo recomendação especial.
As buretas de uso mais corrente são de 25 e 50 mL. Nos trabalhos com escala
semimicro são usadas buretas de 5 a 10 mL graduadas em 0,01 ou 0,02 mL. Após limpa, a
bureta deve ser lavada 3 a 4 vezes com pequenas porções da solução a ser adicionada.
Enche-se a bureta por meio de um pequeno funil até um pouco acima do zero da sua
escala. Abre-se a torneira para encher a ponta afilada da bureta com a solução e expulsar o
ar. Deixa-se escoar a solução até que a parte inferior do menisco coincida exatamente com
a posição zero da escala da bureta, eliminando a gota do terminal do mesmo. A leitura na
bureta é feita pelo ponto mais baixo do menisco (Fig. 3A, 3B), desde que a linha de visão
do observador se situe em ângulo reto com o tubo. Caso contrário, o ajustamento e leitura
são afetados pelo erro de paralaxe. No caso de soluções fortemente coradas, os ajustes e
leituras são feitos em relação à parte superior do menisco.
Fig. 3A: L eitura na bureta. Fig. 3B: Leitura do menisco efetuada Fig. 3C: Técnica de manipulação com
com auxílio do cartão. a bureta.
5 0,01 0,01
10 0,05 ou 0,02 0,02
25 0,1 0,03
50 0,1 0,05
100 0,2 0,10
As pipetas com volumes superior ou igual a 5,00 mL têm uma tolerância menor ou
igual a 0,2% (Tabela 03). Assim, uma pipeta com volume de 25 mL deve ser expresso
como 25,00 0,03 mL. Para uma maior exatidão é necessário que se faça uma calibração
do volume total escoado. Deve ser lembrado que, exceto para as pipetas de sopro, a gota
de liquido que permanece na ponta da pipeta ao final da transferência, deve ser mantida. A
leitura na pipeta é feita pela parte mais baixo do menisco conforme já mencionado
anteriormente.
No caso de uma pipeta volumétrica não só a sua capacidade deve ser aferida, mas
também o seu tempo de escoamento para evitar erros devido ao filme de solução que
permanece nas paredes do material da pipeta sem ser escoado. Se o escoamento for muito
rápido, o diâmetro da abertura da ponta da pipeta deve ser diminuído, convenientemente,
na chama de um bico de Bunsen e se for muito lento torna-se necessário aumentá-lo,
lixando levemente a ponta da pipeta, até que o tempo de escoamento requerido seja obtido.
O tempo de escoamento para qualquer pipeta volumétrica deve ser tal que o escoamento
livre do líquido não ultrapasse um minuto e não seja inferior ao valor para os respectivos
volumes especificados na Tabela 05. Neste intervalo de tempo o escoamento é mais
uniforme, pois o líquido aderido nas paredes internas da pipeta tem uma velocidade de
escoamento aproximadamente igual a do menisco. Além disso, este tempo foi calculado de
modo que houvesse reprodutibilidade na quantidade de líquido retido na ponta da pipeta, após a
sua utilização. Um escoamento rápido pode levar a resultados não reprodutíveis, enquanto que
Elaborado por Yaico D. Tanimoto de Albuquerque e Sebastião de Paula Eiras - 2009 15
Química Analítica Quantitativa Experimental - Instruções Gerais, Técnicas Básicas e Práticas de Laboratório
um escoamento muito lento tem como único inconveniente o tempo excessivo necessário para
uma operação de transferência de líquido.
principal fonte destes padrões é o National Institute of Standard and Technology (NIST) que
também fornece materiais de referência (Reference Standard).
EXPERIMENTO 1
PADRONIZAÇÃO DA SOLUÇÃO DE NaOH 0,1 mol L -1
I. Considerações Gerais
O hidróxido de sódio não é padrão primário porque contém uma quantidade indeterminada de água
e de Na2CO3 adsorvida. Por essa razão, a concentração real da solução de NaOH é obtida pela
padronização desta solução contra um padrão primário, hidrogenoftalato de Potássio (KH(C8H4O4),
conhecido como biftalato de potássio. Como o hidrogenoftalato de potássio é um ácido relativamente
fraco (Ka=5,4x10-5), a padronização da solução de NaOH com esse ácido faz uso de um indicador como
a fenolftaleína ou azul de bromotimol. A padronização da solução de NaOH pode ser feita usando uma
massa conhecida de biftalato de potássio sólido, puro e seco, ou com solução padrão deste ácido. A
padronização da solução de NaOH pode ser ainda conduzida contra uma solução padrão secundário (ou
solução padronizada), por exemplo, de HCl.
Atenção: Antes de iniciar o experimento, informe-se sobre os riscos dos produtos químicos utilizados
no procedimento, as medidas de segurança no laboratório e as instruções de primeiros socorros em
casos de derramamento, inalação e demais acidentes que poderão ocorrer com esses produtos.
III. Tratamento dos Dados: efetue os cálculos para obter a concentração da solução de NaOH.
Referências Bibliográficas
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
a
Quantitativa Elementar”. 3 Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
2- MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise Inorgânica
Quantitativa”. 6a Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
EXPERIMENTO 2
DETERMINAÇÃO DA ACIDEZ DO VINAGRE
I. Considerações Gerais
O vinagre pode ser obtido pela fermentação acética de líquidos alcoólicos provenientes de
produtos contendo amido e/ou açúcar, através de uma fermentação alcoólica após alcalinização com
solução de hidróxido de sódio a 50%. O índice de acidez do vinagre expresso em ácido acético
(H3CCOOH) permite uma quantificação do estado de conservação do mesmo. O índice de 4% a 8% m/v
permite afirmar que o vinagre apresenta estado de conservação próprio para o consumo. O índice de
acidez do vinagre pode ser determinado por titulação com solução padrão de hidróxido de sódio.
Atenção: Antes de iniciar o experimento, informe-se sobre os riscos dos produtos químicos utilizados
no procedimento, as medidas de segurança no laboratório e as instruções de primeiros socorros em
casos de derramamento, inalação e demais acidentes que poderão ocorrer com esses produtos.
III. Tratamento dos Dados: efetue os cálculos para obter a acidez do vinagre em %.
Bibliografia
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
Quantitativa Elementar”. 3a Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
2- MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise Inorgânica
a
Quantitativa”. 6 Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
EXPERIMENTO 3
DETERMINAÇÃO DO ÍNDICE DE ACIDEZ DO LEITE
I. Considerações Gerais
Atenção: Antes de iniciar o experimento, informe-se sobre os riscos dos produtos químicos utilizados
no procedimento, as medidas de segurança no laboratório e as instruções de primeiros socorros em
casos de derramamento, inalação e demais acidentes que poderão ocorrer com esses produtos.
III. Tratamento dos Dados: efetue os cálculos para obter a acidez do leite em 0 Dornic.
Referências Bibliográficas
1- INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1. Métodos Físicos e
Químicos para Análise de Alimentos. 3ª ed. São Paulo. 1985
2- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
Quantitativa Elementar”. 3a Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
3- MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise Inorgânica
a
Quantitativa”. 6 Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
EXPERIMENTO 4
DETERMINAÇÃO DA ACIDEZ DE ÓLEO COMESTÍVEL
I. Considerações Gerais
Os óleos e gorduras são constituídos por substâncias que podem ser reunidas em duas
categorias: glicerídeos e não-glicerídeos. Os ácidos graxos livres, componentes naturais das gorduras,
ocorrem em quantidades geralmente pequenas. No entanto, eles têm uma participação tão importante na
constituição das moléculas dos glicerídeos e de certos não-glicerídeos, que chegam a representar até
96% do peso total dessas moléculas, contribuindo nas propriedades mais características dos diferentes
óleos e gorduras. A diferença entre óleos e gorduras reside exclusivamente na aparência física. As
gorduras apresentam aspecto sólido enquanto os óleos líquidos. O termo gordura, contudo, é o mais
abrangente e é usualmente empregado quando o estado físico não tem maior significância. A palavra
azeite é usada somente para os óleos provenientes de frutos, como por exemplo: azeite de oliva, azeite
de dendê, etc. O índice de acidez de óleos e gorduras revela o estado de conservação dos mesmos,
uma vez que, com o tempo, pode ocorrer o fenômeno da hidrólise com o aparecimento de ácidos graxos
livres. A concentração de ácidos graxos livres é expressa em percentagem de ácido oléico. Quanto
menor o índice de acidez, melhor a qualidade do óleo, que deve apresentar um índice 0,1% em ácido
oléico [CH3(CH2)7CH=CH(CH2)7-COOH].
Atenção: Antes de iniciar o experimento, informe-se sobre os riscos dos produtos químicos utilizados
no procedimento, as medidas de segurança no laboratório e as instruções de primeiros socorros em
casos de derramamento, inalação e demais acidentes que poderão ocorrer com esses produtos.
Referências Bibliográficas
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica Quantitativa
a
Elementar”. 3 Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
2- INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1. Métodos Físicos e Químicos para
Análise de Alimentos. 3ª ed. São Paulo. 1985
EXPERIMENTO 5
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE H3PO4 NO ÁCIDO FOSFÓRICO COMERCIAL
I. Considerações Gerais
Os ácidos polipróticos contêm mais de um átomo de hidrogênio substituível por
molécula. Em geral, quando se titula um ácido poliprótico (ex: ácido oxálico, ácido fosfórico)
contra uma solução padrão de NaOH surgem às seguintes perguntas:
- É possível titular apenas um ou todos os hidrogênio substituíveis?
- No caso de ser possível titular todos os hidrogênios substituíveis, será possível titulá-los
separadamente? Qual indicador deve ser empregado na titulação de cada hidrogênio
ionizável?
Pesar cerca de 0,8 g (com precisão de 1 mg) da solução de ácido fosfórico comercial e transferir
quantitativamente para um balão volumétrico de 100,0 mL contendo uma certa quantidade de água.
Completar o volume com água e homogeneizar.
III. Tratamento dos Dados: Compare os resultados obtidos nos procedimentos (B) e (C) com ambos
indicadores e verifique quais são os volumes mais adequados para obter a concentração de H3PO4
na solução amostra. Efetue os cálculos para obter o teor de H3PO4 (em %) no ácido fosfórico
comercial.
Referências Bibliográficas
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
Quantitativa Elementar”. 3a Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise Inorgânica
a
Quantitativa”. 6 Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
I. Considerações Gerais
O ácido clorídrico não é um padrão primário e as soluções diluídas desse ácido são obtidas a
partir da solução concentrada ou solução saturada em HCl (g), contendo normalmente entre 35 a 37%
(m/m) de HCl. A padronização da solução de HCl é feita usando uma massa conhecida de um padrão
primário, o carbonato de sódio P.A. (Na2CO3) previamente seco a 270-300oC, até peso constante. O
tratamento térmico elimina a umidade e converte qualquer NaHCO3 existente em Na2CO3. A
padronização da solução de HCl pode ser também efetuada por titulação de um volume conhecido de
solução padrão de Na2CO3, ou ainda por titulação da solução de HCl com solução padrão secundário,
por exemplo, de NaOH.
Atenção: Antes de iniciar o experimento, informe-se sobre os riscos dos produtos químicos utilizados
no procedimento, as medidas de segurança no laboratório e as instruções de primeiros socorros em
casos de derramamento, inalação e demais acidentes que poderão ocorrer com esses produtos.
1) Pesar de 0,04 a 0,05 g de Na2CO3 seco, com precisão de 0,1 mg, e transferir quantitativamente para
um erlenmeyer de 125 mL (se necessário chame o professor). Adicione 20 mL de água destilada
para dissolver o composto.
2) Adicionar 3 gotas de solução do indicador alaranjado de metila 0,1% e em seguida titular com a
solução de HCl previamente colocada numa bureta. Continuar a adição até que a solução passe da
coloração amarela para alaranjada.
3) Ferver a solução durante uns 2 minutos para eliminar o CO2, resfriar e, se a coloração amarela
retornar, adicionar mais algumas gotas da solução de HCl até a solução do erlenmeyer tornar-se
alaranjada. Anotar o volume total gasto na titulação. Reservar a solução titulada para tratamento
posterior.
4) Repetir a titulação (itens 1 a 3) por mais duas vezes, reservando a solução titulada para tratamento
posterior.
5) Transferir a solução de HCl titulante (da bureta e becker) para um frasco rotulado como reagente de
reuso.
6) Efetuar o tratamento das soluções tituladas conforme orientação do professor ou monitor.
III. Tratamento dos Dados: efetue os cálculos para obter a concentração da solução de HCl.
Referências Bibliográficas
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
Quantitativa Elementar”. 3a Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
2- MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise Inorgânica
a
Quantitativa”. 6 Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
EXPERIMENTO 7
DETERMINAÇÃO DO TEOR DE Mg(OH)2 NO LEITE DE MAGNÉSIA
I. Considerações Gerais
O leite de magnésia é uma suspensão branca e opaca de hidróxido de magnésio, com uma
especificação média estabelecida de 7% m/m. A titulação direta de uma alíquota da amostra de leite de
magnésia é difícil de ser realizada, pois as partículas de hidróxido de magnésio em suspensão podem
causar erros ao aderirem às paredes do frasco erlenmeyer, ficando fora de contato com o titulante. Outro
problema que pode surgir em conseqüência da amostra ser uma suspensão opaca que dificulta a
percepção da mudança da cor do indicador no ponto final da titulação.
Para contornar tais problemas, adiciona-se um volume definido de solução padrão de HCl, em
excesso, para dissolver e neutralizar completamente as partículas suspensas de hidróxido de magnésio
e produzir uma solução transparente ácida. Em seguida, o excesso de HCl é titulado com uma solução-
padrão de NaOH.
1) Pesar 0,5 g de leite de magnésia previamente homogeneizado, com precisão de 0,1 mg, para um
erlenmeyer de 125 mL. Anotar a massa.
2) Pipetar 25,00 mL de solução padronizada de HCl (~0,1 mol L-1) e transferir ao frasco erlenmeyer.
3) Adicionar 2 gotas de solução alcoólica de fenolftaleína 1%, e titular com solução padronizada de
NaOH 0,1 mol L-1 até o aparecimento de coloração levemente rósea. Reservar a solução titulada
para tratamento posterior.
4) Repetir a titulação (itens 1 a 3) por mais duas vezes, reservando a solução titulada para tratamento
posterior.
5) Transferir a solução de NaOH titulante (da bureta e becker) para um frasco rotulado como reagente
de reuso.
6) Efetuar o tratamento da solução titulada conforme orientação do professor ou monitor.
III. Tratamento dos Dados: efetue os cálculos para obter o teor de Mg(OH)2 (em %) no leite magnésia.
Referências Bibliográficas
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
Quantitativa Elementar”. 3a Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
2- MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise Inorgânica
a
Quantitativa”. 6 Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
EXPERIMENTO 8
ANÁLISE DA SODA CÁUSTICA COMERCIAL
I. Considerações Gerais
A soda cáustica apresenta como substância principal o NaOH, porém sempre contém
impurezas de NaHCO3 e ou de Na2CO3 devido à absorção de umidade e de CO 2. Por essa
razão, a determinação do teor de NaOH deverá considerar a presença de Na2CO3.
Para análise de uma mistura de carbonato e hidróxido, o método mais empregado
consiste na determinação do álcali total (carbonato + hidróxido) por titulação com ácido padrão,
usando-se alaranjado de metila ou azul de bromofenol como indicador. Numa segunda porção
da solução amostra o carbonato é precipitado com ligeiro excesso de solução de cloreto de
bário e, sem filtração, a solução é titulada com ácido padrão usando-se como indicador
fenolftaleína ou azul de timol. A última titulação dá o conteúdo de hidróxido e, por diferença
deste da primeira titulação, obtém-se o volume de ácido consumido pelo carbonato.
-
C) Determinação da alcalinidade devido a OH
1) Pipetar uma alíquota de 10,00 mL da solução estoque para um erlenmeyer limpo de 125 mL
e aquecer a 70o C.
2) Adicionar à solução ainda quente, devagar e agitando, uma solução de CaCl2 1% até cessar
a precipitação total de CaCO3. Deixar esfriar.
3) Juntar 2 gotas de solução fenolftaleína 1%, agitar e titular com solução padrão de HCl 0,100
mol L-1 até descoloração da solução. Reservar a solução titulada para tratamento posterior.
4) Repetir a titulação (itens 1 a 3) por mais duas vezes, reservando a solução titulada para
tratamento posterior.
5) Transferir a solução de HCl titulante (da bureta e becker) para um frasco rotulado como
reagente de reuso.
Referências Bibliográficas
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
Quantitativa Elementar”. 3a Edição. São Paulo: Edgard-Blucher, 2001.
2- MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise Inorgânica
Quantitativa”. 6a Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
EXPERIMENTO 9
PREPARAÇÃO E PADRONIZAÇÃO DE SOLUÇÃO DE EDTA
I. Considerações Gerais
O ácido etilenodiaminotetracético (EDTA) pertence a uma classe de substâncias chamadas de
agentes complexantes, quelantes ou ligantes. O EDTA é um ácido tetraprótico, com dois átomos
básicos de nitrogênio (Fig.1), atuando como um ligante hexadentado, ou seja, que pode se ligar
covalentemente ao íon metálico (Mn+) através de seis sítios de ligação (Fig. 2), os quais são: os
quatro ânions carboxilato (-COO-), após a saída dos 4H+ dos grupos carboxílicos, e também através
dos dois N. O EDTA pode formar complexos estáveis de estequiometria 1:1 com um grande número
de íons metálicos em solução aquosa.
O EDTA pode ser obtido com alta pureza, na forma do ácido propriamente dito ou na forma
do sal dissódico dihidratado (Na2H2Y.2H2O; Massa Molar = 372,3 g/mol). As duas formas possuem
alta massa molar, mas o sal dissódico tem a vantagem de ser mais facilmente solúvel em água.
Neste caso, as reações com os íons metálicos podem ser escritas da seguinte forma:
Mn+(aq) + H2Y2-(aq) MY(4-n) - + 2H+
A solução recém-preparada a partir de sal dissódico puro e de água destilada de alta pureza
pode ser considerada solução padrão. Porém, as soluções de EDTA estocadas devem ser
padronizadas periodicamente com solução padrão de Ca 2+ seguindo metodologia descrita na
literatura. Na padronização da solução de EDTA usa-se como padrão primário o carbonato de cálcio
PA, CaCO3, previamente seco a 105 °C, durante 15 h, ou, até peso constante. A secagem de
CaCO3 destina-se a eliminar não só a umidade como também algum eventual CaHCO 3 existente no
carbonato. A padronização da solução de EDTA também pode ser efetuada contra uma solução
padrão de CaCO3 ou uma solução padrão secundário, por exemplo de Zn2+.
Referências Bibliográficas
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
Quantitativa Elementar”. 3a Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
2- MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise
Inorgânica Quantitativa”. 6a Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
EXPERIMENTO 10
DETERMINAÇÃO DA DUREZA DA ÁGUA
I. Considerações Gerais
O índice de dureza é um parâmetro muito importante para avaliar a qualidade da água. Este
parâmetro refere-se à presença de íons Ca2+ e Mg2+ em águas e é classificada em dois tipos:
dureza temporária (também conhecida como dureza carbonatada, devido à associação destes
metais com o CO32- e HCO3-) e dureza permanente (ou dureza não carbonatada, onde os íons
metálicos estão associados a anions diferentes de CO32- e HCO32-. A “dureza total” (DT)
corresponde à soma das durezas devido a Ca2+ (DCa) e Mg2+ (DMg) e é expressa em mg de
carbonato de cálcio por litro, mg L-1 de CaCO3.
Referências Bibliográficas
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
Quantitativa Elementar”. 3a Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
2- MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise
Inorgânica Quantitativa”. 6a Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
EXPERIMENTO 11
DETERMINAÇÃO DE H2O2 EM ÁGUA OXIGENADA COMERCIAL
I. Considerações Gerais
O peróxido de hidrogênio é usualmente encontrado em soluções aquosas conhecidas
como “Água Oxigenada”. Estas soluções contêm cerca de 6%, 12% ou 30% de peróxido de
hidrogênio (H2O2), denominadas comercialmente como “20 volumes”, “40 volumes” e “100
volumes”, respectivamente. Esta terminologia é baseada no volume de oxigênio que é liberado
quando a solução é decomposta por aquecimento. Assim, 1 cm3 de água oxigenada a “100
volumes” produzirá 100 cm3 de oxigênio a CNTP. A concentração de H2O2 em água oxigenada
é normalmente determinada pelos métodos: permanganometria ou iodometria. A
permanganometria é um dos métodos de titulação mais importantes envolvendo oxi-redução e
utiliza como solução padrão a solução de KMnO4 (massa molar de 158,03 g/mol). O MnO4- é
um poderoso agente oxidante, em meio ácido, sendo reduzido a Mn2+ de acordo com a
seguinte reação:
MnO4-(aq) + 8H+(aq) + 5e- Mn2+(aq) + 4H2O
A principal desvantagem da permanganometria deve-se ao fato do KMnO4 não
apresentar características de padrão primário. Em solução aquosa sofre auto-decomposição a
MnO2, com desprendimento de O2, como mostra a equação química abaixo:
Na titulação da solução de H2O2 com MnO4-, em meio acidificado com ácido sulfúrico,
ocorre a seguinte reação química:
2 MnO4- + 5 H2O2 + 6 H+ 2 Mn2+ + 8 H2O + 5 O2.
O ponto final desta titulação é percebido pela coloração rósea permanente por alguns
segundos, que ocorre devido ao excesso de MnO4-, dispensando-se o uso de indicadores.
Referências Bibliográficas
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
a
Quantitativa Elementar”. 3 Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
2- MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise Inorgânica
a
Quantitativa”. 6 Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
Elaborado por Yaico D. Tanimoto de Albuquerque e Sebastião de Paula Eiras - 2009 34
Química Analítica Quantitativa Experimental - Instruções Gerais, Técnicas Básicas e Práticas de Laboratório
EXPERIMENTO 12
ANÁLISE DE COMPRIMIDO DE VITAMINA C
I. Considerações Gerais
A vitamina C, nome popular do ácido ascórbico, é um nutriente essencial e não é
sintetizada pelo nosso organismo, devendo, portanto, ser fornecida por ingestão de alimentos
ou medicamentos. Esta substância ajuda a evitar rugas, atuando também no clareamento e na
firmeza da pele, além de atuar na prevenção de gripes e resfriados, por agir no sistema
imunológico, e contribuir para a absorção de ferro e cálcio pelo organismo. A vitamina C tem
importante participação na síntese das proteínas, colágeno e elastina, sendo o colágeno o
principal componente dos vasos sangüíneos, ossos, cartilagens, dentes e sistemas que
sustentam os órgãos. A vitamina C atua também como um agente antioxidante natural em
cervejas, bebidas não alcoólicas, leite em pó, frutas e derivados de carne. A vitamina C é muito
solúvel em água e pode ser rapidamente oxidada pelo oxigênio dissolvido na solução
(esquema abaixo), principalmente na presença de calor e luz.
(*) A solução padrão de Iodato de Potássio (padrão primário) é preparada a partir do sal, de
pureza > 99,9%, e seco à 1200C até peso constante.
Referências Bibliográficas
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
a
Quantitativa Elementar”. 3 Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
2- MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise Inorgânica
a
Quantitativa”. 6 Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
EXPERIMENTO 13
DETERMINAÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA NO SOLO
I. Considerações Gerais
A matéria orgânica no solo constitui-se no sentido amplo por organismos vivos e
resíduos de plantas e de animais, em estágio inicial ou avançado de decomposição. Os
principais componentes da MO do solo são o húmus, que são os resíduos da decomposição de
plantas; gorduras, resinas, gomas e ceras; os polissacarideos como a celulose, amido,
hemicelulose; aminoácidos e demais formas de N orgânico; enxofre orgânico e os compostos
orgânicos de fósforo. A matéria orgânica é de importância fundamental para as propriedades
físicas, químicas e biológicas do solo. É em grande parte graças à matéria orgânica que as
partículas do solo formam agregados, apresentam boa porosidade e alta capacidade de
retenção de água e de nutrientes. Além disso, a matéria orgânica é uma fonte de nutrientes,
principalmente de nitrogênio, fósforo e enxofre.
Referências Bibliográficas
1- BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
Quantitativa Elementar”. 3a Edição. São Paulo: Edgard Blucher, 2001.
2- MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise Inorgânica
a
Quantitativa”. 6 Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
EXPERIMENTO 14
DETERMINAÇÃO DE NaCl POR TITULAÇÃO COM AgNO3
(Método de Mohr)
I. Considerações Gerais
A determinação de haletos com AgNO3 é um dos métodos da volumetria de precipitação
mais empregados em análises químicas. Essa determinação pode ser conduzida por método
direto ou indireto, diferenciando-se quanto à detecção do ponto final (PF) da titulação. Os
principais métodos usados na determinação de haletos são:
Método de Mohr (método direto): o PF da titulação do haleto com a solução padrão de AgNO 3
é detectado pela formação de um composto colorido, pouco solúvel formado pelo indicador
(CrO42-) com o excesso de Ag+. A formação de Ag2CrO4 está baseada no princípio da
precipitação fracionada, o qual é controlado pelas solubilidades do haleto de prata e do
cromato de prata.
Método de Volhard (método indireto): nesse método, a determinação do haleto envolve a
titulação do excesso de Ag+ com uma solução padrão de tiocianato de potássio, sendo o PF
detectado pela formação de um complexo solúvel colorido formado pelo indicador (Fe3+) com o
excesso de SCN-.
Método de Fajans (método direto): o PF da titulação do haleto com a solução padrão de
AgNO3 é detectado pela mudança de cor sobre a superfície do precipitado de haleto de prata
devido à adsorção do indicador, por exemplo, a fluoresceína.
O método de Mohr é muito usado na determinação de cloreto. Porém, tem como principal
desvantagem a necessidade do controle do pH da solução, entre 6,5 e 10,5. Em pH<6,5 a reação
entre CrO42- e H+ para formar HCrO4- (Ka = 3,1x10-7) é favorecida, diminuindo a atuação do
indicador. E, quando o pH da solução é superior a 10,5 ocorre a precipitação de hidróxido de
prata.
1. BACCAN, N.; de ANDRADE, J.C.; GODINHO, O.E.S.; BARONE, J.S.. “Química Analítica
Quantitativa Elementar”. 3a Edição. São Paulo: Edgard-Blucher, 2001.
2. MENDAHAM, B.J.; DENNEY, R.C.; BARNES, J.D.; THOMAS, M.J.K. “VOGEL-Análise
Inorgânica Quantitativa”. 6a Edição. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos - LTC, 2002.
3. SKOOG, D. A., WEST, D. M. and HOLLER, F. J. Fundamentals of Analytical Chemistry. 7th
ed. New York: Saunders College Publishing, 1996.
4. HARRIS, D. Quantitative Chemical Analysis, 4th ed. New York: W. H. Freeman and Company,
1996.
5. INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas Analíticas do Instituto Adolfo Lutz. v.1. Métodos Físicos
e Químicos para Análise de Alimentos. 3ª ed. São Paulo. 1985.
6. GAUBEUR, I.; GUEKEZIAN, M.; BONETTO, N.C.F. Laboratório de Química Analítica
Quantitativa. São Paulo: Universidade Presbiteriana Mackenzie, 2004.
7. da CUNHA, A.A.V.; COSTA, E.D.; MARTINS, J.L. MARTINS e LESSA, R.TA. Manual de
Práticas de Química Analítica. Pelotas : Editora da Universidade, 1984.
8. MACÊDO, J.A.B. Métodos Laboratoriais de Análises Físico-Químicas e Microbiológicas. 3ª
ed., Editado por CRQ, Belo Horizonte, 2005.
9. LIMA, L.S. Erros encontrados na utilização inadequada de pipetas. Trabalho apresentado no
IV Congresso Latino-Americano de Metrologia - METROSUL IV, 09 a 12 de Novembro, 2004,
Foz do Iguaçu, Paraná – BRASIL.
10. CARVALHO, P.R. Boas Práticas Químicas em Biosegurança. Rio de Janeiro: Interciência,
1999.
11. FIGUEIREDO, D. V. Manual para Gestão de Resíduos Químicos Perigosos de Instituições de
Ensino e de Pesquisa, 1° ed. Belo Horizonte: CRQ-MG, 2006.