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UNIFEI - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ - CAMPUS ITABIRA

EMEI44 - LABORATÓRIO DE MÁQUINAS DE FLUXO - T03


Prof: Dr. Ruben A. Miranda Carrillo

PRÁTICA 03 - Tipos de Escoamentos - Número de Reynolds

Nome Completo Matrícula

Agenor Nonato Guedes Torres 2020010821

Jessika Rosa Da Silva 2020019881

Maria Elena Pereira 2019000958

Matheus Fernandes de Miranda 2020005652

Thiago Carvalho Ramos 2020015873

ITABIRA
2023

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UNIFEI - UNIVERSIDADE FEDERAL DE ITAJUBÁ - CAMPUS ITABIRA
EMEI44 - LABORATÓRIO DE MÁQUINAS DE FLUXO - T03
Prof: Dr. Ruben A. Miranda Carrillo

Índice

1. Introdução 3
2. Objetivos 3
3. Metodologia 4
4. Revisão bibliográfica 4
5. Procedimento Experimental 7
6. Resultados 11
7. Conclusão 13
8. Referências Bibliográficas 14

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Prof: Dr. Ruben A. Miranda Carrillo

1. Introdução

O estudo das máquinas de fluxo é feito para se entender o funcionamento, o


desempenho e as aplicações de dispositivos mecânicos que transferem energia entre um
fluido, sendo ele um líquido ou um gás, e o ambiente ao seu redor. A importância desse
estudo pode ser justificada pela variedade de dispositivos, como bombas, turbinas,
compressores e ventiladores, que podem ser amplamente estudados e melhor compreendidos.
Os diferentes tipos de escoamento, seja ele laminar, transiente ou turbulento,
desempenham um papel fundamental na compreensão do comportamento das máquinas de
fluxo, bem como na otimização do seu desempenho. O projeto e a operação de máquinas de
fluxo, como bombas, compressores e turbinas, tornaram-se áreas de pesquisa cruciais, visto
que sua aplicação se faz presente em diversas indústrias, incluindo aeronáutica, petróleo e
gás, geração de energia e indústria química.
O número de Reynolds, que é uma dimensão adimensional, desempenha um papel
fundamental nesse contexto, por caracterizar a natureza do escoamento que ocorre em torno
de objetos imersos em um fluido. Esse número depende das propriedades do fluido, como
viscosidade e densidade, bem como das características geométricas do sistema, como a
velocidade e o diâmetro. Portanto, compreender o número de Reynolds e seus efeitos no
comportamento do escoamento é essencial para a análise e projeto adequados de máquinas de
fluxo.
Neste relatório serão explorados os diferentes tipos de escoamento (laminar, transiente
e turbulento) e como o número de Reynolds influencia esses padrões de escoamento em
máquinas de fluxo. Além disso, serão feitas análises quanto às implicações práticas desse
conhecimento no projeto e operação desses dispositivos.

2. Objetivos

Analisar e identificar os padrões de fluxo em escoamentos laminar, transicional e


turbulento, bem como determinar o número de Reynolds com base nos experimentos
conduzidos.

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3. Metodologia

Para executar a prática em análise, foram empregados os seguintes instrumentos:

● Bancada Hidráulica F1-10, projetada para mensurar o fluxo através da


quantificação de volume por intervalo de tempo;
● Dispositivo de Demonstração de Osborne Reynolds F1-20.

Inicialmente, o dispositivo de Osborne Reynolds é devidamente montado e um fluido,


geralmente água, é introduzido no tubo de material que permita a visualização do fluxo
interno. Ao dar início às medições, foram levadas em consideração o controle da velocidade e
a medição da viscosidade, visto que ambas são importantes e influenciam no cálculo do
número de Reynolds e, consequentemente, afetam a transição do fluxo.

À medida que a velocidade do fluido é gradualmente aumentada, é observado o


comportamento do fluxo no interior do tubo. Uma substância rastreadora, nesse caso um
corante azul, pode ser adicionada ao fluido para tornar o fluxo visível. A observação das
mudanças no comportamento do fluxo puderam ser notadas devido ao aumento do número de
Reynolds, pois em baixos valores de Reynolds, o fluxo é geralmente laminar, com camadas
de fluido movendo-se de maneira ordenada e, em valores mais altos, o fluxo pode se tornar
turbulento, com movimento caótico e vórtices.

Durante todo esse processo, os dados sobre a velocidade do fluido, viscosidade e


diâmetro do tubo foram registrados para que em cada etapa fosse calculado o número de
Reynolds e, assim, determinar o tipo do escoamento.

4. Revisão bibliográfica

Com o surgimento das vilas e cidades, a humanidade se deparou com um grande


problema de engenharia que consistia no suprimento de água para a irrigação de plantações
e também para o uso doméstico. Sendo assim, a mecânica dos fluidos surgiu como uma
ciência que estuda o comportamento dos fluidos, podendo estar em repouso ou em
movimento, com ou sem interação com sólidos ou outros fluidos em suas fronteiras (FOX,
McDONALD e PRITCHARD, 2006).

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Desta forma, o estudo acerca de máquinas de fluxo consiste em analisar, projetar,


operar e otimizar dispositivos que manipulam fluidos, como líquidos e gases, no qual as
máquinas têm como função primordial gerar, controlar ou transferir energia a partir do
movimento do fluido, sendo elas bombas, compressores, turbinas, ventiladores ou hélices.
De acordo com Fox, McDonald e Pritchard (2006), fluido é a denominação para
uma substância no estado líquido ou gasoso. No estado líquido, as forças intermoleculares
são mais fracas em relação aos sólidos, entretanto ainda são mais fortes se comparadas com
os gases. Por outro lado, no estado gasoso, as forças intermoleculares são muito pequenas,
as moléculas estão distantes umas das outras e não existe ordem molecular.
Se faz necessário saber sobre os tipos de escoamento dos fluidos, já que muitos
processos dependem desta informação. Por isso, em geral, é conveniente classificar os
fluidos levando em conta características comuns, tais como:
● Escoamento viscoso: escoamento em que os efeitos do atrito são significativos;
● Escoamento não viscoso: escoamento onde as forças viscosas são desprezíveis se
comparadas às forças inerciais e de pressão;
● Escoamento interno: quando o fluido está inteiramente limitado por superfícies
sólidas de um tubo ou duto;
● Escoamento externo: escoamento sem limitação de um fluido sobre uma superfície;
● Escoamento laminar: movimento altamente ordenado dos fluidos, caracterizado por
camadas suaves;
● Escoamento turbulento: movimento altamente desordenado de fluidos em alta
velocidade, caracterizado por flutuações de velocidade;
● Escoamento natural: onde qualquer movimento do fluido se deve a meios naturais;
● Escoamento forçado: quando o fluido é obrigado a escoar sobre uma superfície ou
em um tubo com uso de meios externos (bomba ou compressor);
● Escoamento em regime permanente: quando não há mudança de propriedades com o
passar do tempo;
● Escoamento em regime não permanente: ocorrem variações das propriedades com o
passar do tempo.

Conforme Çengel e Cimbala (2011) observaram, ao examinarmos o movimento da


água em um tubo, podemos identificar duas fases distintas de escoamento dependendo da
velocidade. A baixas velocidades, o escoamento é aerodinâmico, apresentando linhas de

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corrente suaves e um movimento altamente organizado, caracterizando-o como laminar. No


entanto, quando a velocidade da água ultrapassa um valor crítico, o comportamento do fluido
se torna caótico e desordenado, resultando em flutuações de velocidade, o que é denominado
de escoamento turbulento. É importante salientar que a transição do escoamento laminar para
o turbulento não ocorre de forma instantânea. Ela acontece em uma região intermediária na
qual o escoamento oscila entre os dois tipos, conhecida como zona de transição. A ocorrência
dessa transição depende de fatores como a geometria do tubo, a rugosidade da superfície
interna, a velocidade do escoamento, a temperatura da superfície e as propriedades do fluido
em questão.

Figura 1: Desenvolvimento da camada limite da velocidade em um tubo.


(Fonte: ÇENGEL e CIMBALA (2011))

A experiência de Osborne Reynolds que aconteceu no ano de 1883 demonstrou a


existência dos dois tipos de escoamentos já citados anteriormente. O experimento teve como
objetivo a visualização do padrão de escoamento da água através de um tubo de vidro, com
o auxílio de um fluido colorido. Desta forma, ele descobriu uma relação que expressa o
escoamento interno em um tubo circular como sendo dependente principalmente da relação
entre forças inerciais e as forças viscosas do fluido, conforme a seguinte equação:

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Na maioria dos casos, o escoamento em um tubo circular apresenta os seguintes


valores para o número de Reynolds:

Tabela 01 - Número de Reynolds para os diferentes tipos de escoamento.


(Fonte: ÇENGEL e CIMBALA, 2011)

O estudo deste número se faz muito importante para a engenharia de forma em geral,
já que é amplamente utilizado em projetos de tubulações industriais, em asas de aviões e em
modelos reduzidos de automóveis e edificações.

5. Procedimento Experimental

A prática teve início com a montagem acerca dos dois equipamentos a serem
utilizados em conjunto: Bancada Hidráulica que permite medir o fluxo pela coleta de volume
por tempo F1-10; Aparato de demonstração de Osborne Reynolds F1-20.

Figura 2: Aparato de demonstração de Osborne Reynolds F1-20


(Fonte: CARRILLO, Ruben Alexis Miranda. Prática 3: Experiência de Reynolds)

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Figura 3: Bancada Hidráulica F1-10.


(Fonte: CARRILLO, Ruben Alexis Miranda. Prática 3: Experiência de Reynolds)

Abaixo é mostrado um diagrama esquemático de um equipamento de demonstração


de Osborne Reynolds F1-20.

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Figura 4: Diagrama Esquemático do Equipamento de Demonstração de Fluxômetros F1-21


(Fonte: CARRILLO, Ruben Alexis Miranda. Prática 3: Experiência de Reynolds)

Com o equipamento montado em uma mesa especial chamada bancada hidráulica e


com tudo conectado corretamente, começaram a coleta de informações.
Com a válvula de controle de fluxo do equipamento ligeiramente aberta e a válvula da
bancada ajustada a válvula de controle de corante foi ajustada até alcançar uma vazão lenta
com indicação de corante transparente; posteriormente, para observar o perfil de velocidade
em fluxo laminar, a válvula da bancada foi fechada e a válvula de controle de corante aberta
para depositar uma gota de corante na entrada do funil; em seguida foi medida a taxa de fluxo
do volume (vazão). Foi considerado o tempo de 1 minuto para a leitura do volume, assim
obteve-se a vazão final em m³/s.
Além disso, foi aferida a temperatura do ambiente, apresentada na figura 5, com um
termômetro de mercúrio na escala Celsius. Esta temperatura foi utilizada para determinar a
viscosidade cinemática do fluido, apresentada na tabela 2 abaixo.

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Figura 5 - Medição de temperatura do fluido.


(Fonte: Autores, Setembro 2023)

Tabela 2: Tabela de Viscosidade Cinemática da Água à Pressão Atmosférica


(Fonte: CARRILLO, Ruben Alexis Miranda. Prática 3: Experiência de Reynolds)

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6. Resultados

De acordo com as instruções fornecidas na aula prática e com base nas informações
do roteiro, foram realizados três testes distintos: um para o regime laminar, outro para o
regime transiente e, finalmente, um para o regime turbulento. Os resultados alcançados estão
apresentados na tabela 03 a seguir:

Tabela 03 - Número de Reynolds calculado à partir dos experimentos


(Fonte: Autores, Setembro 2023)

Os resultados de número de reynolds acima apresentados, condizem com os 3 testes


realizados. No primeiro experimento, no qual foi obtido número de Reynolds de 792,11.
Tem-se um regime laminar, o comportamento do fluxo observado também obedeceu o
comportamento laminar, foi possível acompanhar todo o feixe do corante de forma bastante
uniforme e homogênea, sem grandes variações e/ou agitações e com velocidade
consideravelmente baixa.

Figura 6 - Comportamento do fluido em regime laminar


(Fonte: Autores, Setembro 2023)

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Para o segundo teste foi obtido número de Reynolds de 2574,36. Logo tem-se um
regime transiente. Observa-se o corante um pouco mais disperso em relação ao teste 1, com
maior velocidade, mas ainda com certo grau de homogeneidade.

Figura 7 - Comportamento do fluido em regime transiente


(Fonte: Autores, Setembro 2023)

Por fim, no terceiro teste, tem-se o número de Reynolds de 6336,89. Logo tem-se um
regime turbulento. Observa-se que o corante se tornou bastante disperso, com alta velocidade,
de forma a ficar difícil de ser visualizado no aparato.

Figura 8 - Comportamento do fluido em regime turbulento


(Fonte: Autores, Setembro 2023)

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7. Conclusão

Embasado nos resultados apresentados anteriormente, podemos observar os diversos


tipos de comportamento do fluido em seus variados regimes, sendo eles: fluxo laminar,
transicional e turbulento. Cada um desses tipos de escoamento apresenta uma característica
diferente em questão da ordenação das partículas durante o fluxo, sendo possível de observar
através da aplicação do contraste durante os ensaios, em que podem se apresentar de maneira
linear, levemente alterada, ou até mesmo completamente desordenada, em virtude da
turbulência.
Através dos cálculos realizados, foi possível obter os Números de Reynolds para cada
experimento, em que todos se apresentaram coerentes com o comportamento do fluido que
foi observado através do aparelho de ensaio.
Em quesitos comparativos, conseguimos destacar a diferença de velocidade do fluido
nos experimentos como o único agente que afetou diretamente no tipo de escoamento a ser
analisado, tendo em vista que todas as características geométricas da tubulação foram
preservadas, além de se manter o mesmo fluido das análises anteriores.

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8. Referências Bibliográficas

FOX, Robert W.; PRITCHARD, P. J.; MCDONALD, A. T. Introdução à Mecânica dos Fluidos. Rio
de Janeiro. Editora LTC. 8ª Edição. 2014.

Roteiro da aula prática 03: Experiência de Reynolds - Ruben A. Miranda Carrillo.

WHITE, F. M. Mecânica dos Fluidos. Porto Alegre. Editora McGraw Hill – Artmed. 6ª Edição. 2010.

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