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ESTUDO EXPERIMENTAL DO EFEITO DA TRANSPIRAÇÃO DE FLUIDO

EM ESCOAMENTOS MONOFÁSICO E BIFÁSICO (GÁS - LÍQUIDO) EM


TUBULAÇÕES HORIZONTAIS

Francisco Jarmeson Silva Bandeira

Tese de Doutorado apresentada ao Programa


de Pós-graduação em Engenharia Mecânica,
COPPE, da Universidade Federal do Rio de
Janeiro, como parte dos requisitos necessários
à obtenção do título de Doutor em Engenharia
Mecânica.

Orientadores: Juliana Braga Rodrigues


Loureiro
Atila Pantaleão Silva Freire

Rio de Janeiro
Março de 2019
ESTUDO EXPERIMENTAL DO EFEITO DA TRANSPIRAÇÃO DE FLUIDO
EM ESCOAMENTOS MONOFÁSICO E BIFÁSICO (GÁS - LÍQUIDO) EM
TUBULAÇÕES HORIZONTAIS

Francisco Jarmeson Silva Bandeira

TESE SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO LUIZ


COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE)
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE DOUTOR
EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA MECÂNICA.

Examinada por:

Prof. Juliana Braga Rodrigues Loureiro, D.Sc.

Prof. Atila Pantaleão Silva Freire, Ph.D.

Prof. Daniel Onofre de Almeida Cruz, D.Sc.

Prof. Luca Roberto Augusto Moriconi, D.Sc

Prof. Fábio Antônio Tavares Ramos, D.Sc

Prof. Norberto Mangiavacchi, Ph.D.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL


MARÇO DE 2019
Bandeira, Francisco Jarmeson Silva
Estudo Experimental do Efeito da Transpiração de
Fluido em Escoamentos Monofásico e Bifásico (Gás -
Líquido) em Tubulações Horizontais/Francisco Jarmeson
Silva Bandeira. – Rio de Janeiro: UFRJ/COPPE, 2019.
XIII, 109 p.: il.; 29, 7cm.
Orientadores: Juliana Braga Rodrigues Loureiro
Atila Pantaleão Silva Freire
Tese (doutorado) – UFRJ/COPPE/Programa de
Engenharia Mecânica, 2019.
Referências Bibliográficas: p. 81 – 89.
1. Injeção na parede. 2. Poço Horizontal. 3.
Escoamento. I. Loureiro, Juliana Braga Rodrigues
et al. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Engenharia Mecânica. III. Título.

iii
Agradecimentos

Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por sempre ter
me conduzido aos melhores caminhos.
Agradeço à minha família por todas as motivações e auxílio, minha fonte de
inspiração para tudo. À minha mãe Maria Audenir e ao meu pai Jailson Bandeira,
a quem eu devo toda a gratidão do mundo por ter me educado, pelo carinho mesmo
longe. Aos meus irmãos Jadson Bandeira e Juliane Bandeira e minha sobrinha
querida Maria Júlia por todo amor e carinho, além de serem meus melhores amigos,
com quem eu sempre posso contar em todas as situações.
Gostaria agradecer aos meus orientadores, professor Atila Pantaleão Silva Freire,
que teve um papel fundamental na construção da minha pós-graduação, sempre
com objetivo de motivar desde o mestrado até o fim do doutorado. À professora
Juliana Braga Rodrigues Loureiro, agradeço por toda paciência e ensinamentos das
técnicas experimentais, bem como pela atenção e o rigor em reportar resultados de
excelência. Sou eternamente grato por tudo que fizeram por mim.
A todos os amigos do Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos, agradeço
pelo agradável convívio durante esses quatro anos. Em especial ao meu amigo Gus-
tavo Oviedo, que iniciou juntamente comigo na pós-graduação e sempre foi com-
panheiro nestes anos. À Ângela Suares, Yasmim Gavioli, Leonardo Castellanos,
agradeço pelo companheirismo no laboratório.
Ao corpo técnico do NIDF, em especial Alexandre, Vinícius e Thiago por todo
auxilio nos reparos e construções realizados para o funcionamento da bancada de
teste. Ao Sérgio pela amizade e motivação diária ao longo desses quatro anos. Ao
Laerte pela ajuda na tentativa de criação do sensor para medição do sistema bifásico.
Ao Daniel Rodrigues por toda ajuda computacional.
Aos meus amigos Natália, Marcos, Édina, Katia e os demais de forma direta ou
indireta me ajudaram ao longo do doutorado.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) por
todo o suporte financeiro.
A COPPE/UFRJ, ao Departamento de Engenharia Mecânica pelo ensino de
qualidade, em especial a Vera Noronha por toda pronta assistência.

iv
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)

ESTUDO EXPERIMENTAL DO EFEITO DA TRANSPIRAÇÃO DE FLUIDO


EM ESCOAMENTOS MONOFÁSICO E BIFÁSICO (GÁS - LÍQUIDO) EM
TUBULAÇÕES HORIZONTAIS

Francisco Jarmeson Silva Bandeira

Março/2019

Orientadores: Juliana Braga Rodrigues Loureiro


Atila Pantaleão Silva Freire
Programa: Engenharia Mecânica

O presente trabalho realiza um estudo experimental das mudanças nas propri-


edades de escoamentos horizontais sujeitos à injeção de fluido na parede. Foram
realizadas medições de pressão para escoamentos monofásico e bifásico, em uma
tubulação com quatorze metros de comprimento, sujeitos a duas taxas de injeções
distintas, observando a queda de pressão para nove condições diferentes. As caracte-
rísticas do escoamento bifásico são quantificadas através de um sistema de detecção
de contorno de sombras (Shadow Sizer), que utiliza câmeras de alta velocidade, e
por sensores eletro-resistivos. A mudança do comportamento do escoamento em
função dos efeitos da transpiração é clara: observa-se a quebra de bolhas longas,
com consequente aumento da frequência de passagem e redução de comprimentos
característicos. Além dos resultados apresentados para escoamentos bifásicos, foram
realizadas medições do campo de velocidade e intensidade turbulenta utilizando a
Anemometria Laser-Doppler diretamente na parede sujeita à transpiração. Com os
dados experimentais obtidos, este trabalho realiza também uma validação da versão
estendida dos modelos de Dukler e Hubbard (1975) e Orell (2005) para escoamen-
tos pistonados sujeitos à transpiração. Para os casos de escoamento monofásico, os
dados foram comparados com a lei da resistência para escoamentos rugosos sujeitos
à transpiração de fluido.

v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)

EXPERIMENTAL STUDY OF THE EFFECT OF FLUID TRANSPIRATION IN


SINGLE AND TWO PHASE GAS - LIQUID FLOW IN HORIZONTAL PIPES

Francisco Jarmeson Silva Bandeira

March/2019

Advisors: Juliana Braga Rodrigues Loureiro


Atila Pantaleão Silva Freire
Department: Mechanical Engineering

The present work investigates the changes on the properties of horizontal slug
flows subject to fluid injection at the wall. Pressure measurements were performed
for single-phase and two-phase gas-liquid flows in a fourteen meter long pipe, sub-
jected to two different injection rates. Pressure drop along the porous pipe was mea-
sured for nine different experimental conditions. The properties of the two-phase
flow were measured through a Shadow Sizer system and with the aid of resistivity
probes. The observed changes due to the effects of transpiration were the breakup
of long bubbles, with subsequent increase of the passage frequency and decrease of
the characteristic lengths of the unit cells. Besides the results for two-phase flows,
velocity field and turbulent intensity were measured using Laser-Doppler Anemom-
etry directly on the wall subject to transpiration. Given the present experimental
results, the work also performs a validation of the extended version of the model
of Dukler and Hubbard(1975) and Orell (2005) for flows with transpiration. For
single-phase flows, the data were compared with the law of resistance developed for
rough flows subject to transpiration.

vi
Sumário

Lista de Figuras ix

Lista de Tabelas xiii

1 Introdução 1

2 Revisão Bibliográfica 4
2.1 Escoamentos com injeção na parede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Escoamentos em golfadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3 Modelo de célula unitária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3.1 Modelo de Dukler e Hubbard (1975) . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3.2 Modelo de Orell (2005) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

3 Fundamentação Teórica 19
3.1 Lei de Resistência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1.1 Lei da Resistência - Tubulações lisas . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1.2 Lei da Resistência - Tubulações rugosas . . . . . . . . . . . . . 21
3.2 Perda de carga em tubulações com transpiração . . . . . . . . . . . . 22
3.3 Modelos de célula unitária para escoamento com transpiração . . . . 24
3.3.1 Modelo de Dukler e Hubbard (1975) . . . . . . . . . . . . . . 24
3.3.2 O modelo de célula unitária de Orell (2005) . . . . . . . . . . 27

4 Metologia experimental 30
4.1 Técnicas experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.1.1 Dimensionamento por Sombras . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.1.2 Anemometria Laser Doppler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.2 Aparato Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.3 Instrumentação, calibração e análise de incertezas . . . . . . . . . . . 50

5 Resultados e Discussões 57
5.1 Escoamento monofásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.1.1 Determinação do fator de forma - β . . . . . . . . . . . . . . . 60

vii
5.2 Escoamento bifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.2.1 Vazão de líquido 2,46 m3 /h . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
5.2.2 Vazão de líquido 2,7 m3 /h . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
5.2.3 Vazão de líquido 2,85 m3 /h . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5.3 Medição de pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5.3.1 Vazão de líquido de 2, 455m3 /h . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5.3.2 Vazão de líquido de 2,85 m3 /h . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
5.4 Comprimento, velocidade e frequência de passagem de bolhas . . . . . 74
5.5 Validação dos modelos de Dukler e Hubbard (1975) e Orell (2005) . . 76

6 Conclusões 79

Referências Bibliográficas 81

A Dados de Pressão 90
A.1 Dados de Pressão Monofásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
A.2 Dados de Pressão bifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90

B Janela de acrílico para medição LDA 97

C Seção de Teste utilizando a Janela de FEP 98

D Calibração 101
D.1 Correção do Rotâmetro em função da pressão . . . . . . . . . . . . . 101

E Calibração medidor de vazão 105

viii
Lista de Figuras

1.1 Ilustração de configuração de poços de petróleo. Fonte: Petrobras[1]. 2

2.1 Comportamento da camada limite turbulenta em uma superfície su-


jeita à injeção do fluido na parede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
2.2 Distribuição de velocidade em um canal com paredes porosas, onde λ
representa a distância do centro do canal até as paredes e R denota
a taxa de injeção ou sucção. Fonte: adaptado de Yuan (1955). . . . . 6
2.3 Escoamento em poços horizontais. Fonte: Adaptado de Bandeira
(2015). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.4 Perfil de velocidade de um escoamento sujeito à injeção, sem escoa-
mento principal na entrada da seção de teste. Fonte: Adaptado de
Olson e Eckert (1966). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.5 Perfil de velocidade de um escoamento sujeito à injeção, com escoa-
mento principal na entrada da seção de teste. Fonte: Adaptado de
Olson e Eckert (1966). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.6 Exemplos de tubos telados. Fonte: Bandeira (2015). . . . . . . . . . . 12
2.7 Perfis de velocidade média ao longo da tubulação sujeita à injeção.
Fonte: Rempto (2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
2.8 Tipos de padrão de escoamento bifásicos horizontais. Fonte: adap-
tado de Alves (2015). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
2.9 Escoamento bifásico do tipo golfada em dutos verticais, horizontais e
inclinados. Fonte: Alves(2015). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.10 Modelo físico de Dukler e Hubbard (1975). Fonte: Bandeira et al
(2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
2.11 Modelo físico de Orell(2005). Fonte: Bandeira et al (2017). . . . . . . 18

4.1 (a) Anotações de Leonardo da Vinci, (b) Reynolds e seu clássico ex-
perimento e (c) escoamento laminar e turbulento. Fonte: Adaptado
de Rott (1990). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.2 Principio de funcionamento do Dimensionamento por sombras (Sha-
dow sizer) - Fonte: Dantec Dynamics [1] . . . . . . . . . . . . . . . . 32

ix
4.3 Ilustração do método de janela fixa. Fonte: Matamoros et al. (2014). 34
4.4 Representação de uma imagem adquirida e a seleção da região de
interesse. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.5 Reconstrução de uma bolha longa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.6 Princípio de funcionamento do LDA - - Fonte: Adaptado de Dantec
Dynamics [1]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.7 Transmissor ótico LDA - Fonte: Dantec Dynamics (2006). . . . . . . 37
4.8 LDA sistema em placa plana. Fonte: Zhang (2010). . . . . . . . . . . 37
4.9 Astigmatismo LDA. Fonte: Zhang (2010). . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.10 LDA sistema em tubo circular. Fonte: Zhang (2010). . . . . . . . . . 39
4.11 Janela a ser usada com LDA em tubulações circulares - Fonte: Zhang
(2010). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.12 expansor do feixe do laser ou “beam expander”- Fonte: Dantec Dyna-
mics (2006). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.13 Laser LDA - Fonte: Dantec Dynamics (2006). . . . . . . . . . . . . . 40
4.14 Seção de um metro de comprimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.15 Seção de 0,3 metro usado para medição com LDA. . . . . . . . . . . . 43
4.16 Tecido de aço usado para fabricação do tubo transpirável. . . . . . . . 44
4.17 Tubo de tecido de aço com tomada de pressão. . . . . . . . . . . . . . 45
4.18 Meio poroso - Miçangas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.19 Tubo perfurado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.20 Tubo flangeado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.21 Conexões de isolamento da tomada de pressão. . . . . . . . . . . . . . 47
4.22 Janela de acrílico para medições ópticas. . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.23 Seção de teste para medição com LDA. . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.24 Seção de teste para medição com LDA. . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.25 Seção de teste instalada no NIDF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.26 Experimento do Poço Horizontal - NIDF. . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.27 Diagrama esquemático do aparato experimental. . . . . . . . . . . . . 51
4.28 Medidor de vazão eletromagnético - CONAUT [1]. . . . . . . . . . . . 52
4.29 Medidor de vazão de gás: rotâmetro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.30 Medidor de pressão diferencial. Fonte: EMERSON[1]. . . . . . . . . . 52
4.31 Calibração do sistema de Dimensionamento por sombras. . . . . . . . 54

5.1 Gráfico de Moody com medições realizadas no tubo telado do presente


aparato experimental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.2 Variação de pressão para o escoamento monofásico, Ql = 2, 46m3 /h. . 58
5.3 Variação de pressão para o escoamento monofásico, Ql = 2, 85m3 /h. . 59
5.4 Variação de pressão para o escoamento monofásico, Ql = 3, 31m3 /h. . 59

x
5.5 Perfil de velocidade para o escoamento monofásico, Ql = 3, 31m3 /h. . 60
5.6 Flutuações turbulentas para o escoamento monofásico, Ql = 3, 31m3 /h. 61
5.7 Fator de forma β para condição de vazão de 3, 31m3 /h sem injeção. . 62
5.8 Fator de forma β para condição de vazão de 3, 31m3 /h com injeção
de 0,001. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.9 Fator de atrito. Fonte: Bandeira et al (2017). . . . . . . . . . . . . . 63
5.10 Escoamento em golfadas sem injeção na posição de 7 metros à jusante
da entrada do experimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
5.11 Escoamento em golfadas com injeção de v + +wi = 0, 0005 na posição
de 7 metros à jusante da entrada do experimento. . . . . . . . . . . . 64
5.12 Escoamento em golfadas sem injeção, com vazão de liquido de 2,46
m3 /h e de gás igual a 0,52 m3 /h, na entrada do experimento. Sentido
do escoamento (⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5.13 Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás
igual a 0,52 m3 /h sujeito à injeção de 0,001. Sentido do escoamento
(⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5.14 Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de
gás igual a 2,06 m3 /h, sem injeção de fluido na parede. Sentido do
escoamento (⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
5.15 Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás
igual a 1,8 m3 /h na posição de 7 metros à jusante da entrada: (a)
sem injeção, e (b) com injeção de 0,0005. . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.16 Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de 1,81
m3 /h de ar, sujeito à injeção de 0.0005 a 7 m à jusante da entrada do
experimento. Sentido do escoamento (⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.17 Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás
igual a 1,6 m3 /h na posição 7 metros à jusante da entrada: (a) sem
injeção, (b) com injeção de 0,001. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
5.18 Escoamento em golfadas com vazão de liquido igual a 2,46 m3 /h e
vazão de gás de 1, 60m3 /h sujeito a uma taxa de injeção de 0,001.
Sentido do escoamento (⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
5.19 Escoamento em golfadas com injeção de v + +wi = 0, 0001, posição 13
metros à jusante da entrada do experimento. Sentido do escoamento
(⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5.20 Escoamento em golfadas com injeção de v + +wi = 0, 0001, posição 13
metros à jusante da entrada do experimento. Sentido do escoamento
(⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5.21 Sinal do sensor de detecção de bolha em x=3m. Fonte: Bandeira et
al. (2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70

xi
5.22 Sinal do sensor de detecção de bolha em x = 13 m. Fonte: Bandeira
et al. (2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.23 Diferencial de pressão para escoamento monofásico com taxa de inje-
ção de 0.0000, 0.0005 e 0.0010. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.24 Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico com
taxa de injeção de 0,0005. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
5.25 Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico com
taxa de injeção de 0,001. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
5.26 Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico sem in-
jeção de fluido na parede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
5.27 Diferencial de pressão monofásico e bifásico, com e sem injeção de
fluido na parede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
5.28 Diferencial de pressão monofásico e bifásico, com e sem injeção de
fluido na parede para vazão de líquido de 2,85 m3 /h. . . . . . . . . . 74
5.29 Distribuição comprimento da bolha. Fonte: Adaptado de Bandeira
et al. (2017) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5.30 Distribuição velocidade da bolha. Fonte: Adaptado de Bandeira et
al. (2017) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5.31 Distribuição frequência de passagem de bolha. Fonte: Adaptado de
Bandeira et al. (2017) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5.32 Perda de carga para escoamento bifásico sem injeção. Fonte: Ban-
deira et al. (2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
5.33 Perda de carga para escoamento bifásico com taxa de injeção de (a)
0,0005 e (b) 0,001. Fonte: Bandeira et al. (2017). . . . . . . . . . . . 77
5.34 Perda de carga para escoamento bifásico com taxa de injeção de 0,001.
Fonte: Bandeira et al. (2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

B.1 Janela de acrílico com curvatura usada para medição com LDA . . . 97

C.1 Seção de 0,3 metro usado para medição com LDA . . . . . . . . . . . 99


C.2 Seção de teste para medição com LDA . . . . . . . . . . . . . . . . . 100
C.3 Visualização medição LDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 100

E.1 certificado de calibração pag. 1 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 105


E.2 certificado de calibração pag. 2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 106
E.3 certificado de calibração pag. 3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 107
E.4 certificado de calibração pag. 4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 108
E.5 certificado de calibração pag. 5 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109

xii
Lista de Tabelas

5.1 Condições experimentais utilizadas para o escoamento bifásico. . . . . 63

A.1 Vazão 2455 litros/hora sem injeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91


A.2 Vazão 2455 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005 . . . . . . . . . . 91
A.3 Vazão 2455 litros/hora com taxa de injeção 0, 001 . . . . . . . . . . . 92
A.4 Vazão 2850 litros/hora sem injeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
A.5 Vazão 2850 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005 . . . . . . . . . . 93
A.6 Vazão 2850 litros/hora com taxa de injeção 0, 001 . . . . . . . . . . . 93
A.7 Vazão 3310 litros/hora sem injeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 94
A.8 Vazão 3310 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005 . . . . . . . . . . 94
A.9 Vazão 3310 litros/hora com taxa de injeção 0, 001 . . . . . . . . . . . 95
A.10 Vazão de líquido de 2, 46 m3 /h e Vazão de gás de 1, 6 m3 /h com taxa
de injeção 0, 001 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96

D.1 Vazão 2, 455 m3 /h sem injeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101


D.2 Vazão 2, 85 m3 /h sem injeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
D.3 Vazão 3, 31 m3 /h sem injeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 102
D.4 Vazão 2, 455 m3 /h - taxa de injeção de 0,0005 . . . . . . . . . . . . . 102
D.5 Vazão 2, 455 m3 /h - taxa de injeção de 0,001 . . . . . . . . . . . . . . 103
D.6 Vazão 2, 85 m3 /h - taxa de injeção de 0,001 . . . . . . . . . . . . . . 103
D.7 Vazão 2, 7 m3 /h - taxa de injeção de 0,001 . . . . . . . . . . . . . . . 103
D.8 Vazão 2, 75 m3 /h - taxa de injeção de 0,001 . . . . . . . . . . . . . . 104

xiii
Capítulo 1

Introdução

Os escoamentos monofásicos limitados por paredes impermeáveis são os mais


simétricos e homogêneos de todos os escoamentos e têm a propriedade particular de
que todos os valores médios dependem de uma coordenada radial, com exceção da
pressão. O escoamento turbulento em dutos de superfície permeável é uma linha de
estudo crescente e de grande aplicação na indústria.
Na indústria petrolífera, tipicamente observamos o uso de tubulações com com-
primento longo e a presença de escoamentos turbulentos. Os poços de extração de
petróleo utilizam tubulações de paredes permeáveis, que admitem a migração do
fluido presente no reservatório para o seu interior. Assim, o estudo de tubulações
sujeitas à transpiração tem aplicação direta na indústria petrolífera.
Os tipos de poços podem ser classificados em função da sua geometria vertical,
horizontal ou inclinados. O trecho produtivo do reservatório é onde ocorre, de fato,
a transpiração do fluido para o interior do tubo de parede porosa, atualmente deno-
minado de tubo telado. A injeção uniforme de fluidos em escoamentos delimitados
por paredes porosas é normalmente referida na literatura como transpiração.
O desenvolvimento da indústria petrolífera e o grande aperfeiçoamento das téc-
nicas de perfuração permitiram construções de poços horizontais com mais de 2000
metros de comprimento. Prado (2003) faz uma comparação entre as estratégias de
produção dos poços verticais e horizontais, observando que a utilização dos poços
horizontais permite uma maior área de contato com o reservatório. O autor relata
ainda que, para uma mesma vazão fixa de fluido, a variação de pressão por metro no
poço vertical é maior que no poço horizontal, isso classifica o poço horizontal como
uma excelente ferramenta de exploração de petróleo, principalmente na aplicação de
recuperação de óleo, tornando-o mais atrativo que os poços verticais.
Savino (2009) comenta uma série de razões para se perfurar poços horizontais,
dentre as quais se podem destacar: a minimização do problema de cones de água e
de gás, o aumento da área de contato entre o poço e reservatório e o aumento da
produção de óleo pesado em reservatórios.

1
Figura 1.1: Ilustração de configuração de poços de petróleo. Fonte: Petrobras[1].

Segundo Camargo (1993), a análise de testes de pressão em poços horizontais


é importante para determinar as características e os parâmetros da formação do
poço horizontal. Camargo (1993) descreve que na literatura existem dois modelos
matemáticos para se tratar um poço horizontal: o primeiro seria a consideração de
que a distribuição da vazão é feita de maneira uniforme ao longo do comprimento
do poço e a pressão não é uniforme; o segundo seria um modelo no qual a pressão
é constante ao longo do poço. Entretanto, no fenômeno real do poço horizontal,
o escoamento não apresenta uma vazão uniforme ao longo do poço, pois existe a
adição de um fluxo de massa ao longo do comprimento devido à transpiração do
fluido na parede.
O escoamento em tubulações de paredes rugosas sujeito à transpiração de fluido,
apesar de ter grande relevância científica e um vasto campo de aplicação tecnológica,
ainda é um tema pouco estudado experimentalmente. Na literatura, são poucos os
trabalhos que descrevem os efeitos da transpiração na parede e apresentam dados
experimentais sobre as propriedades turbulentas do escoamento.
As estratégias de produção dos poços de petróleo são definidas através de ferra-
mentas de simulação numérica de reservatórios, que utilizam os modelos descritos
em Camargo (1993). O desempenho do poço horizontal é analisado a partir dos
diversos cenários geológicos e simulações de escoamentos. Contudo, a maioria dos

2
códigos de previsão disponíveis hoje não é capaz de descrever efeitos como a rugo-
sidade da parede e as taxas de injeção. Esse é um problema sério que resulta em
estimativas pobres para fatores importantes como a queda de pressão ao longo do
poço horizontal.
O principal objetivo deste trabalho é realizar experimentos de referência em
uma tubulação horizontal com escoamento monofásico e bifásico gás-líquido, que
estão sujeitas à transpiração de fluido na parede. Esta caracterização experimental
permitirá modelar a influência da injeção na parede e descrever o comportamento
do fluido em termos de perda de carga e comportamento do perfil de velocidades.
Considerando o escoamento bifásico serão investigados experimentalmente: i) as
mudanças nas propriedades do escoamento gás-líquido em golfadas causadas pela
injeção de líquido na parede, através da utilização de sensores eletro-resistivos e da
técnica de dimensionamento por sombras; ii) o comportamento da perda de carga
nos escoamentos em golfadas sujeitos à injeção de fluido na parede.
Com respeito ao escoamento monofásico, serão analisados: i) os perfis de veloci-
dade locais, em termos de velocidades médias e estatísticas da turbulência, obtidas
através da Anemometria Laser-Doppler; e ii) as variações de pressão e vazão para
nove condições diferentes.
O presente documento está estruturado da seguinte forma: no Capítulo 2 é feita
a revisão da literatura referente a escoamentos bifásicos, escoamentos com injeção na
parede e modelos de células unitárias. Uma discussão sobre a fundamentação teórica
do escoamento monofásico e bifásico com transpiração na parede é apresentada no
Capítulo 3. Posteriormente, no Capítulo de Metodologia Experimental, as técnicas
experimentais de dimensionamento por sombras (Shadow Sizer) e Anemometria a
Laser-Doppler (LDA) são comentadas, assim como é feita a descrição do aparato
experimental projetado para simular a transpiração do fluido ao longo de quatorze
metros de comprimento. Ainda neste capítulo são descritos os procedimentos de
calibração e análise de incertezas dos sistemas de medições. Os resultados de pres-
são e os dados obtidos pelas técnicas de dimensionamento por sombras (Shadow
Sizer) e Anemometria a Laser Doppler (LDA) são apresentados no Capítulo 5. As
considerações finais do presente trabalho são feitas no Capítulo 6.

3
Capítulo 2

Revisão Bibliográfica

O presente capítulo realiza um estudo do estado-da-arte sobre transpiração de


fluido na parede.

2.1 Escoamentos com injeção na parede


Em 1883, Osborne Reynolds observou, a partir de técnicas experimentais, que
os escoamentos podem ser classificados em dois tipos, o escoamento laminar e o
escoamento turbulento. Reynolds constatou que para o escoamento turbulento as
partículas apresentam movimento caótico. Algumas características importantes do
escoamento turbulento foram observadas, tais como: irregularidade, difusividade,
flutuações tridimensionais e dissipação de energia.
O escoamento turbulento despertou grande interesse da indústria e da comuni-
dade científica, a fim de compreender a sua natureza. Moller e Silvestrini (2004)
comentam que a transição à turbulência é fortemente influenciada pelo nível de
perturbação existente.
Deng e Adrian (2002) realizam um estudo da injeção de fluido na parede em um
canal e observaram que o escoamento era influenciado pela transpiração, gerando
uma turbulência de forma incomum na parede, pois o fluido injetado desloca-se na
direção normal à superfície interna da seção e ao escoamento principal. A figura 2.1
ilustra o comportamento da injeção do fluido na parede.
Ao longo das últimas décadas diversos pesquisadores desenvolveram modelos
para descrever esse efeito de injeção. Berman (1953) propôs uma solução clássica
para escoamento bidimensional, incompressível e constante em um canal.
Mordouchow (1955) apresentou uma solução para o escoamento sujeito à inje-
ção ou sucção através de canais, bem como uma aproximação para tubos circulares
com paredes porosas, utilizando os métodos das médias e equações diferenciais or-
dinárias. O modelo de Mordouchow (1955) foi desenvolvido para um escoamento
bidimensional, incompressível, com superfície porosa. Observa-se que para pequenas

4
Figura 2.1: Comportamento da camada limite turbulenta em uma superfície sujeita
à injeção do fluido na parede.

velocidades de injeção (ou sucção) os valores das perturbações também são pequenos.
Mordouchow (1955) ainda relata que a injeção de fluido é de interesse prático em
conexão com o resfriamento de superfícies aquecidas, como pás de turbinas, paredes
de foguetes ou em voo de alta velocidade.
Yuan (1955) realizou uma investigação baseado na solução aproximada de Ber-
man (1953) para um escoamento laminar em um canal com paredes porosas. O autor
compara seu modelo com o de Mordouchow (1955) e apresenta seus resultados de
perfis de velocidade com uma validade para uma faixa de Reynolds na parede com
injeção ou sucção. Na Figura 2.2 é possível observar o aumento do perfil de velo-
cidade em função da adição de massa provocado pela injeção (R<0), já na sucção
(R>0) ocorre a redução do perfil de velocidade em função da retirada do fluido pelas
paredes.
Outros autores examinaram a solução de Berman para considerar a sucção na
parede dependente da pressão (Haldenwang, 2007) ou o efeito da condição de desli-
zamento (Chellam e Liu, 2006). Para o escoamento com altos números de Reynolds,
a busca de soluções analíticas é dificultada pela exigência natural do fechamento
de turbulência. Além disso, o escoamento turbulento é conhecido por ser sensível à
rugosidade da parede.
Para o escoamento externo, Stevenson (1963) mostra que a teoria envolvendo
injeção e sucção é baseada na teoria de Prandtl, assumindo um comprimento de
mistura proporcional à distância da parede, propondo uma lei da parede generalizada
para a injeção e a sucção, dada pela Equação 2.1. Stevenson (1963) realizou a
validação da sua lei com base em seus próprios experimentos.

5
Figura 2.2: Distribuição de velocidade em um canal com paredes porosas, onde λ
representa a distância do centro do canal até as paredes e R denota a taxa de injeção
ou sucção. Fonte: adaptado de Yuan (1955).

(  12 )
uτ vw u 1 uτ y
2 1+ 2 −1 = log + A. (2.1)
vw uτ κ υ

A lei proposta por Stevenson (1963) contempla a variável vw que quantifica a velo-
cidade da injeção ou sucção do fluido na parede e todas as outras variáveis seguem
suas definições clássicas.
Vigdorovich (2016) revisa a lei da parede de Stevenson (1963) considerando o
comportamento assintótico do perfil de velocidade na subcamada viscosa, contabili-
zando apenas o efeito de sucção. Estas análises foram realizadas em dutos simétri-
cos; a extensão das soluções para tubos circulares foi fornecida por Ergodan e Imrak
(2005) e Tsangaris et al. (2007).
Cheng e Chiew (1998) desenvolveram uma modelagem baseada na lei logarítmica
para descrever o escoamento com transpiração em um canal, a partir das equações
de conservação de quantidade de movimento e da equação para a energia cinética
turbulenta. Os autores incluem ainda efeitos de rugosidade na parede na formulação.
Silva Freire (1988) utilizou métodos de perturbação para obter uma lei da pa-
rede bi-logarítmica e uma expressão para o fator de atrito em escoamentos com
transpiração em tubulação, desenvolvendo soluções analíticas locais para a região
totalmente turbulenta que incorporam os efeitos do número local de Reynolds e da
taxa de transpiração. Os resultados foram comparados a dados experimentais de

6
injeção e sucção e se obteve concordância.
Taylor (1956) e Culick (1966) realizaram estudo da dedução de um modelo para
um escoamento laminar em uma câmara cilíndrica, composto por um escoamento
central e uma quantidade de fluido sendo injetado de maneira uniforme na parede.
De acordo com Deng e Adrian (2002) a solução analítica de Taylor (1956) e Culick
(1966) também pode ser aplicada para o escoamento em canal retangular.
Dunlap et al. (1974) investigaram a solução de Culick (1966) utilizando a técnica
de anemometria a fio quente para um escoamento laminar viscoso, com número
de Reynolds entre 300 e 2500, em uma tubulação de bronze com os tamanhos dos
poros entre 5 e 15 µm, e descobriu que os resultados concordam surpreendentemente
bem com a previsão. Neste caso, os autores perceberam que as forças viscosas que
agem sobre o fluido eram insignificantes quando comparadas com as componentes de
pressão. Anos depois Dunlap et al. (1990) refez o experimento, mas para um número
de Reynolds entre 4.500 e 9.000 e mediram as propriedades de turbulência em vários
locais a jusante de uma câmara cilíndrica com velocidade de injeção relativamente
baixa.
Vários outros experimentos foram realizados para estudar os efeitos da injeção
na parede com diferentes técnicas de medição e aparatos experimentais. Traineau et
al. (1986) utilizou a anemometria a laser-Doppler para um experimento a número
de Reynolds igual a 7.840 e Couton et al. (1996) realizou medições com a mesma
técnica para ensaios com número de Reynolds igual a 4.900.
Na indústria do petróleo o escoamento turbulento em tubos com superfície porosa
tem grande importância, isso porque os poços horizontais são tubulações sujeitas à
transpiração de fluido na parede de grandes extensões horizontais dentro do reser-
vatório de petróleo. A Figura 2.3 ilustra de uma maneira geral o escoamento do
reservatório para o poço horizontal.
Nas últimas décadas houve uma maior utilização de poços horizontais e direci-
onais pela indústria petrolífera. Joshi et al. (2003) afirmam que este aumento é
função dos recentes avanços no desenvolvimento e aperfeiçoamento na tecnologia de
perfuração de poços. Uma das principais vantagens dos poços horizontais é o au-
mento da produção em função de uma maior área de exploração, isso ocorre devido
às grandes extensões das tubulações permeáveis no interior do reservatório.
A injeção uniforme de fluido na parede rugosa gera mudanças significativas no
escoamento, conforme mencionado por Deng e Adrian (2002). Schulkes e Utivk
(1998) consideram a perda de carga nos poços horizontais como um desafio para
os pesquisadores e para a indústria do petróleo, isso devido à dificuldade de dis-
cretização dos infinitos orifícios pelos quais o fluido transpira, além do aumento da
quantidade de massa no escoamento em virtude da injeção constante de fluido na
parede, sendo assim, impossível atingir um o regime completamente desenvolvido.

7
Figura 2.3: Escoamento em poços horizontais. Fonte: Adaptado de Bandeira (2015).

Para a hipótese de um escoamento multifásico no poço horizontal a dificuldade para


solução do problema ainda é maior.
Dikken (1990), Collins et al.(1991), Folefac et al.(1991), Landman et Goldthorpe
(1991), Ihara et al.(1992), Ozkan et al.(1993) consideram que a perda de carga em
tubulações horizontais com injeção na parede depende apenas do atrito na parede,
sendo este o principal responsável pela perda de carga total ao longo do comprimento.
Su e Gudmundsson (1998) observaram que o aumento da velocidade gerado de-
vido à transpiração do fluido provoca uma mudança na quantidade de movimento
que contribui para a queda de pressão, além de outros efeitos causados pela trans-
piração do fluido.
Olson e Eckert (1966) realizaram estudos experimentais de um escoamento tur-
bulento de ar, em um tubo de seção circular poroso, com injeção uniforme do fluido
através da parede do tubo, com número de Reynolds entre 28.000 a 82.000. O ar
foi injetado de maneira uniforme através da parede do tubo para várias razões de
velocidade. Olson e Eckert (1966) afirmam que o fator de atrito deve ser corrigido
em função de um fator β que representa a correção em função do transporte de
quantidade de movimento através da seção transversal na direção perpendicular à
direção do escoamento principal. O fator de forma β é dado pela Equação 2.2:
Z 1
1 2
 r 2
β= 2 ud . (2.2)
u 0 R
Segundo Olson e Eckert (1966) o cisalhamento na parede é dado pela Equação

8
2.3:
 
1 dp d 2
τw = − + (βρu ) , (2.3)
4 d(x/D) d(x/D)
enquanto o fator de atrito é definido pela Equação 2.4:

   
1 dp dβ 2β du 2β dṁ
f =− − 2 + + , (2.4)
ρu2 /2 d(x/D) d(x/D) u d(x/D) ṁ d(x/D)

onde: u é a velocidade média, ṁ o fluxo de massa e p é pressão.


Olson e Eckert (1966) realizaram medições com e sem velocidade a montante do
tubo poroso e obtiveram os perfis de velocidade ilustrados nas Figuras 2.4 e 2.5.

Figura 2.4: Perfil de velocidade de um escoamento sujeito à injeção, sem escoamento


principal na entrada da seção de teste. Fonte: Adaptado de Olson e Eckert (1966).

Olson e Eckert (1966) concluíram que para o escoamento com um perfil de veloci-
dade totalmente desenvolvido na entrada do tubo poroso, as velocidades próximas à
parede do tubo foram reduzidas, com um aumento anormal das velocidades pontuais
no centro da seção transversal do tubo poroso; considerando a condição de veloci-
dade zero na entrada do tubo poroso, observou-se pouca ou nenhuma mudança na
forma dos perfis de velocidade normalizados a partir de x/D = 6.
Su e Gudmundsson (1993) desenvolveram um estudo que quantifica a perda de
carga em três componentes e verificaram que para pequenas taxas de injeção o fluido
injetado atuava como um lubrificante, diminuindo o atrito. Entretanto, quando a

9
Figura 2.5: Perfil de velocidade de um escoamento sujeito à injeção, com escoamento
principal na entrada da seção de teste. Fonte: Adaptado de Olson e Eckert (1966).

10
taxa era muito alta, o fluido atuava favorecendo o atrito. Schulkes e Utivk (1998)
refizeram os mesmos experimentos de Su e Gudmundsson (1993) para uma seção de
quinze metros de comprimento, decompondo a perda de carga em três componentes.
Os resultados obtidos foram semelhantes aos de seus antecessores.
Su e Gudmundsson (1998) decompõem a perda de carga em quatro termos: perda
devido ao atrito, à rugosidade, à aceleração do fluido, e a efeitos de mistura entre o
fluido de transpiração na parede com o escoamento principal. Em seu aparato expe-
rimental foram realizadas perfurações no tubo de teste de modo a gerar condições
semelhantes às utilizadas em um poço horizontal. Para isso, as perfurações foram
cobertas por um filtro, criando um meio poroso. A seção apresenta dois circuitos
de água, um para a tubulação principal e outro para a área com o revestimento,
justamente para ocorrer a transpiração na parede.
Yuan et al (1999), Mathebula (2011), Siwón (1987) abordam escoamentos com
transpiração de fluido na parede realizando experiências nas quais produzem uma
tubulação perfurada e de pequeno comprimento, com aberturas distantes entre si:
a injeção nesse caso é realizada por jatos na parede. O fenômeno real da transpira-
ção nos poços horizontais ocorre de forma contínua, através de inúmeros pequenos
orifícios.
Cruz (2009) propõe em seu trabalho uma lei da resistência para tubulações lisas
e rugosas para escoamentos com e sem transpiração. Cruz (2011) apresenta uma
seção de teste com uma tubulação interna de tecido de aço com um meio poroso e
um revestimento externo de modo a simular um tubo telado de um poço horizontal
de produção de petróleo, a seção de teste possuía seis metros de comprimento para
investigar a transpiração na parede.
A utilização de telas especiais para minimizar a passagem de material particulado
vindo do reservatório para a coluna de produção é muito comum na indústria do
petróleo. A Figura (2.6) ilustra alguns exemplos de tubos telados
Loureiro e Silva Freire (2014) utilizaram uma seção de teste semelhante à de Cruz
(2011) e apresentaram uma lei da resistência para tubos rugosos com a transpiração
de fluido na parede para escoamentos monofásico e bifásico.
Bandeira et al. (2014) desenvolveram um estudo de perda de carga em tubula-
ções horizontais com injeção na parede, com uma seção de teste de 14 metros de
comprimento e utilizaram seções com uma tubulação interna de tecido de aço na
presença de um meio poroso, configuração semelhante à utilizada por Cruz (2011).
Bandeira et al. (2014) apresentaram dados para uma única condição de vazão prin-
cipal fixa e duas condições com transpiração na parede. Os resultados mostraram
que a queda de pressão ao longo do comprimento da tubulação deixava de ter um
comportamento linear quando estava sujeito à transpiração de fluido na parede.
Bandeira et al. (2016a), Bandeira (2015), Bandeira et al. (2015) realizaram ex-

11
Figura 2.6: Exemplos de tubos telados. Fonte: Bandeira (2015).

perimentos em uma tubulação de quatorze metros de comprimento sujeita à trans-


piração de fluido da parede sob nove diferentes condições de operação, realizando
medições locais e globais para duas taxas de injeção distintas, validando a lei da
resistência proposta por Loureiro e Silva Freire (2011). Foi observado que quanto
maior a taxa de injeção de fluido na parede, maior era a perda de carga.
Bandeira et al. (2016b) investigam experimentalmente as mudanças de proprie-
dades em um escoamento gás-líquido horizontal sujeito à injeção de fluido na parede.
Os dados apresentados incluem duas taxas de injeção e diferentes condições de vazão
de líquido e de gás.
Guimarães (2016) desenvolveu uma nova teoria para o cálculo do perfil de ve-
locidades e apresentou uma equação para o coeficiente de arrasto em escoamentos
com transpiração. Foi mostrado que a equação obtida para o perfil de velocidades
contém a lei logarítmica. A velocidade característica adotada foi obtida a partir de
equações propostas por Tennekes (1964). Guimarães (2016) testou sua teoria utili-
zando os dados experimentais obtidos por Andersen et al. (1972) e Simpson (1967),
obtendo boa concordância.
Gonçalves (2017) analisou o escoamento gás-líquido no padrão de golfadas con-
siderando dois efeitos de interesse industrial: o comportamento reológico não-
newtoniano e a injeção de líquido na parede.
Rempto (2017) realizou simulação numérica em um escoamento sujeito à injeção

12
e sucção de fluido na parede, com três condições de variação da taxa de injeção e
duas condições de sucção, realizando uma predição do comportamento da camada
limite para cada condição. Rempto (2017) obteve resultados dos perfis de velocidade
para a condição de injeção de fluido na parede e observou que a velocidade média do
escoamento aumenta a partir de x/D = 14. A Figura 2.7 ilustra os dados obtidos
por Rempto (2017).

2.2 Escoamentos em golfadas


Na indústria, os escoamentos multifásicos em tubulações podem ser observados
na geração de energia, na indústria química, na refrigeração e na produção de pe-
tróleo. Este tipo de escoamento pode se tornar mais complexo, pois depende de sua
configuração e de padrões de escoamento. Wallis, (1969), Collier, (1981), Dukler e
Hubbard (1975), Orell(2005), entre outros autores, buscaram entender quais são os
fenômenos físicos que estão presentes neste tipo de escoamento.
Quando uma quantidade de líquido e gás escoa simultaneamente em uma tubu-
lação, podem admitir diversas configurações, o que dependerá principalmente das
características geométricas, propriedades dos fluidos e a velocidade de cada fase.
Estas configurações são abordadas na literatura como padrões de escoamento. A
Figura 2.8 ilustra os tipos de padrões de escoamentos bifásicos em tubulações hori-
zontais.
De forma geral, os padrões de escoamento bifásico em tubulações horizontais
podem ser assim definidos:

1. o escoamento estratificado liso ocorre para baixas velocidades superficiais de


gás e de líquido, onde a fase líquida está localizada na parte inferior da tubu-
lação e a fase gasosa na parte superior;

2. escoamento estratificado ondulado tem origem quando a velocidade do gás é


maior que a do líquido formando ondulações na interface gás-líquido na direção
do escoamento;

3. escoamento de bolhas alongadas se faz presente quando o pistão de líquido se


apresenta livre de bolhas dispersas, isso ocorre quando o escoamento apresenta
baixas velocidades de mistura, surgindo assim bolhas alongadas em forma de
balas;

4. escoamento em golfadas é resultante da presença de altas vazões de gás,


observando-se um escoamento alternado entre gás e líquido. O pistão de lí-
quido ocupa todo o diâmetro do tubo separado por bolhas alongadas, as quais
se movem sobre um filme de líquido presente no inferior da tubulação;

13
Figura 2.7: Perfis de velocidade média ao longo da tubulação sujeita à injeção.
Fonte: Rempto (2017).

14
Figura 2.8: Tipos de padrão de escoamento bifásicos horizontais. Fonte: adaptado
de Alves (2015).

15
5. escoamento anular é observado em condições de elevadas vazões de gás, quando
o líquido forma uma película contínua em torno do perímetro da tubulação e
a fase gasosa se concentra na parte central da tubulação;

6. o Escoamento do tipo bolhas dispersas é caracterizado por uma fase gasosa


que estão dispersas na fase líquida contínua, as bolhas tendem a se aglomerar
na parte superior devido aos efeitos gravitacionais.

Para o escoamento em golfadas horizontal observa-se um comportamento mais


complexo devido à assimetria causada pela ação da gravidade na seção transversal,
onde o filme de líquido fica na parte inferior da tubulação e a fase gasosa na parte
superior.

2.3 Modelo de célula unitária


O escoamento bifásico ocorre em tubulações verticais, horizontais e inclinadas.
Alves (2015) apresenta uma ilustração do modelo de célula unitária, que consiste de
uma bolha alongada e um pistão líquido que se repete de uma forma periódica, este
conceito foi definido por Wallis (1969). A Figura 2.9 ilustra a observação da célula
unitária para um escoamento bifásico do tipo golfada em três direções distintas.

Figura 2.9: Escoamento bifásico do tipo golfada em dutos verticais, horizontais e


inclinados. Fonte: Alves(2015).

16
2.3.1 Modelo de Dukler e Hubbard (1975)
Dukler e Hubbard (1975) desenvolveram uma abordagem fenomenológica dos
mecanismos físicos e no comportamento do escoamento em golfadas em tubula-
ções horizontais ou levemente inclinadas. Este modelo teve grande subsídio para o
entendimento do princípio físico do escoamento em golfadas, podendo prever carac-
terísticas das células unitárias a partir das vazões, definição dos fluidos e tubulação
em que o fluido escoa.
O modelo de Dukler e Hubbard (1975) considera que o pistão líquido está pre-
sente em toda seção transversal do tubo e tem uma velocidade maior que a do filme
de líquido que se move a sua frente, assim é criado uma região de esteira na frente
do pistão, gerando uma queda de pressão.

Figura 2.10: Modelo físico de Dukler e Hubbard (1975). Fonte: Bandeira et al


(2017).

A velocidade de translação é obtida através de considerações hidrodinâmicas a


respeito do perfil de velocidade no filme. A perda de carga total é dividida em dois
termos: um devido ao atrito na região do pistão líquido e outro devido à aceleração
do filme líquido carregado pelo pistão; a queda de pressão na própria região da bolha
é desprezada. A Fig. (2.10) ilustra o modelo da célula de Dukler e Hubbard (1975).

2.3.2 Modelo de Orell (2005)


O modelo de Orell (2005) é baseado em um dos submodelos apresentados por
Taitel e Barnea (1990), propondo um modelo em que não considera o efeito de perda
na região de mistura. Este modelo contempla o aumento aparente da viscosidade
devido ao efeito das bolhas dispersas e inclui a espessura da película do filme de
líquido uniforme. A Figura 2.11 ilustra o modelo da célula de Orell (2005).

17
Figura 2.11: Modelo físico de Orell(2005). Fonte: Bandeira et al (2017).

18
Capítulo 3

Fundamentação Teórica

3.1 Lei de Resistência


Os escoamentos internos são naturalmente susceptíveis a simplificações quando
comparados a escoamentos externos. Desta forma, Cruz (2011) propôs uma lei
universal de resistência para tubulações lisas ou rugosas, com ou sem transpiração
de fluido na parede, válida para escoamentos monofásicos.
Cruz (2011) e Loureiro e Silva Freire (2011) adotaram uma abordagem para
representar a perda de carga diferente de outros autores, que têm preferido decompor
os efeitos da perda de carga em três parcelas: atrito da parede, atrito dos orifícios
de injeção e os efeitos de mistura.
Bandeira (2015) comparou seus dados experimentais com a lei universal da resis-
tência para tubulações rugosas sujeitas à transpiração na parede em um escoamento
horizontal e observou resultados bastante consistentes. A parcela de perda de carga
foi analisada como sendo função do atrito da parede e da aceleração do escoamento
devido à injeção de fluido ao longo do comprimento de quatorze metros.

3.1.1 Lei da Resistência - Tubulações lisas


Baseado no princípio da teoria do escoamento paralelo, em que as forças inerciais
se reduzem a zero, observa-se que os esforços cisalhantes são equilibrados com a
diferença de pressão presente no escoamento, resultando a seguinte equação:

(P1 − P2 ) yc
τ0 = (3.1)
L 2
Na Equação (3.1), τ0 é a tensão cisalhante , o L o comprimento da tubulação, e
yc representa o raio, na parede tem-se que yc = R, então:

(P1 − P2 ) R
τ0 = (3.2)
L 2

19
A equação do coeficiente de atrito λ é definida como:
2
(P1 − P2 ) λρUm
= (3.3)
L 2d
onde Um é a velocidade média e ρ é a massa especifica do fluido.
Para números de Reynolds muito grandes, a distribuição de velocidade na região
completamente turbulenta para o escoamento sobre a parede é dada pela chamada
lei da parede, expressa por:

u 1  yuτ 
= ln +A (3.4)
uτ κ ν
p
onde uτ é a velocidade de atrito = (τw /ρ), κ é a constante de von Karman (= 0, 4)
e A = 5, 5.
A integração da equação (3.4) através da seção transversal da tubulação com al-
gumas manipulações algébricas obtêm-se a equação para a lei universal da resistência
para tubulações lisas impermeáveis:
 
1 Um d
√ = 2.035 log − 0.91 (3.5)
λ ν
Diversos autores testaram a Eq.(3.5), sendo consenso ser ela válida para altos
números de Reynolds.
Para escoamentos sujeitos à transpiração na parede, a equação (3.5) deixa de
ser válida por não apresentar termos que consideram os efeitos da transpiração. A
influência da transpiração na parede altera a distribuição de velocidade ao longo
da camada limite, de modo que as perdas de carga são reduzidas ou aumentadas
dependendo da taxa de injeção.
A formulação de Silva Freire (1988) combina o método de expansão assintótica
aplicando às equações de movimento para encontrar uma lei da parede na qual o
termo A da equação (3.4) varia com a transpiração. A expressão resultante é:

 A 2 Π̃  y 
 
+ 1 +
 Π y  + 1 +
u = ln y + A + W + vw ln y + + W (3.6)
κ κ δ 2κ 2 κ δ

onde u+ = u/uτ , y + = yuτ /ν, vw+ = vw /uτ , vw = velocidade normal na parede e A


é dado por:
v 
w
A = 5 − 512 , (3.7)
U
e os parâmetros Π e Π̃ e a função W estão relacionados com a função universal de
Coles (1956).
A integração da Eq. (3.6) sobre a área da seção transversal da tubulação, resulta

20
em:

2
Um = U − 3.75uτ − vw (1.86A + 2.34 ln Re+ − 5.47) (3.8)

onde Re+ = Ruτ /ν.


Algumas outras manipulações algébricas com

Um 2 2
= √ , (3.9)
uτ λ

tem-se

λ
1 = √ (2, 5 ln(Re+ ) + A − 3, 75)
2 2 (3.10)
A2
+ vw++ (1, 56 ln2 (Re+ ) + (1, 25A − 4, 68) ln(Re+ ) + + 1, 86A + 5, 47)
4

onde √
vw U m D λ
vw++ = e Re+ = √ . (3.11)
Um ν 4 2

3.1.2 Lei da Resistência - Tubulações rugosas


A lei da resistência para escoamentos em tubulações rugosas foi apresentada por
Nikuradse (1933) e é dada pela seguinte equação:
 
u 1 y
= ln + B, (3.12)
uτ κ ks
onde ks é o comprimento característico da rugosidade e B=8,5 (para o regime com-
pletamente rugoso).
A constante B mostrou ser uma função de Rek (= ks uτ /ν). Ligrani e Moffat
(1986) sugeriram a seguinte dependência funcional:

1−σ
B = 8.5σ + ln (Rek ) + (1 − σ)C, (3.13)
κ
onde Rek = ks uτ /ν, C = 5.1 e σ=sin((1/2)πg) com

ln (Rek /Rek,s )
g= (3.14)
ln (Rek,r /Rek,s )
Rek,s = 5, Rek,r = 70 e essa aproximação é válida em 5 ≤ Rek ≤ 70.
A equação da resistência para escoamentos em tubulações rugosas pode ser obtida
através da integração da eq. (3.12) através da área da seção transversal do tubo.
Após a integração tem-se:

21
1
λ= (3.15)
[0.88 ln(R/ks ) + 0.35B − 1.33]2
Comparando a equação (3.15) com a apresentada no experimento de Nikuradse
que para um regime totalmente rugoso o termo aditivo deve ser substituído por 1,74.
A lei da resistência para tubulações rugosas com transpiração na parede pode ser
deduzida com base nas modelagens matemáticas abordadas nas seções anteriores.
Definindo Re+ = R/ks e Ak = B - 512 vw++ , Cruz (2011) propôs uma lei da resistência
capaz de incorporar efeitos da transpiração e da rugosidade, a partir das Eqs. (3.10)
e (3.15), conforme a Eq. (3.16) apresentada abaixo:

√     
λ R ++ 2 R
1 = √ (2.5 ln + Ak − 3.75) + vw 1.56 ln
2 2 ks ks
  2
(3.16)
R A
+ (1.25Ak − 4.68) ln + k + 1.86Ak + 5.47
ks 4

3.2 Perda de carga em tubulações com transpiração


A rugosidade superficial apresenta influência direta no perfil de velocidade de um
escoamento. Alguns fatores como densidade de distribuição dos elementos rugosos,
forma, altura e o modo como estão distribuídos são importantes. Diversos autores
realizaram experimentos modificando esses fatores para determinar o coeficiente de
atrito. Nikuradse (1933) possui a mais completa base de dados sobre comportamento
do escoamento em tubulações rugosas.
Analisando o perfil de velocidade para o escoamento turbulento, observa-se que
as tensões viscosas são dominantes na parede; essa região é conhecida como subca-
mada viscosa e a espessura dessa subcamada é dada por δν . Se a subcamada viscosa
apresentar uma espessura capaz de cobrir os elementos rugosos, pode-se dizer que
o escoamento está em regime hidraulicamente liso. A espessura da subcamada vis-
cosa é influenciada pelo número de Reynolds: à medida que se aumenta o número
de Reynolds a espessura da subcamada viscosa diminui. Para um dado Reynolds
elevado alguns elementos rugosos emergem, influenciando de forma significativa e,
nessa condição, o fator de atrito passa a ser função do número de Reynolds e da
rugosidade também. Para valores de números de Reynolds ainda maiores, todos os
elementos rugosos emergem através da subcamada viscosa e a perda de carga passa
a depender do tamanho dos elementos rugosos. Nesta condição o escoamento está
em regime completamente rugoso.
A perda de carga em tubulações sem transpiração na parede pode ser calculada
a partir da equação (3.17).

22
2
λLρUm
∆P = , (3.17)
2D
onde ∆P é a diferença de pressão entre dois pontos, L a distância entre os dois
pontos de pressão, ρ é a massa específica do fluido, Um a velocidade média do fluido
e D é o diâmetro da tubulação.
Para tubulação que possui injeção de fluido em determinados trechos, a perda
de carga não pode ser dada pela equação (3.17). De acordo com Su e Gudmunsson
(1993), a queda de pressão total em uma tubulação horizontal com injeção de fluido
na parede pode ser dada por uma perda de carga reversível, que ocorre devido a
mudança da quantidade de movimento gerada pela adição do fluido pelas paredes
acelerando dessa forma o fluido, mais um perda de carga irreversível, que seria devida
ao atrito da parede, o atrito dos orifícios perfurados. Desse modo, a perda de carga
total é calculada pelo somatório desses efeitos, dados pela Equação (3.18).

∆p = ∆pp + ∆pac + ∆pof (3.18)

onde ∆pp é a perda de carga na parede, ∆pac é a perda de carga devido a aceleração
do fluido e ∆pof é a perda de carga devida aos orifícios perfurados.
Bandeira (2015) realizou medições em uma tubulação sujeita à transpiração na
parede e encontrou a perda de carga como sendo uma perda em função dos efeitos
da parede e da aceleração do fluido, conforme a Equação (3.19).

∆p = ∆pp + ∆pac (3.19)

A equação para a parcela da perda de carga devido à aceleração é dada pela


equação (3.20):

∆pac = ρ Uf2 − Ui2 ,



(3.20)

onde Uf é a velocidade no final da seção e Ui é a velocidade no início da seção.


A partir dessa definição, a perda de carga é função dos efeitos da parede e da
aceleração, assim tem-se:
2
λLρUm
+ ρ Uf2 − Ui2 ,

∆P = (3.21)
2D

onde λ varia com o tipo de tubulação. Como visto na seção anterior, as tubulações
podem ser lisas ou rugosas, permeáveis ou impermeáveis.

23
3.3 Modelos de célula unitária para escoamento
com transpiração
A injeção de massa uniforme através da parede de um tubo altera a queda de
pressão, devido à aceleração do fluido injetado na direção axial. A queda de pressão
resultante do corte da parede também é afetada por um duplo efeito: a injeção de
fluido aumenta a velocidade da mistura do escoamento, mas diminui o fator de atrito
do líquido.
Em particular, os seguintes parâmetros de escoamento podem ser modificados
devido à transpiração de fluido na parede: a velocidade do pistão líquido, o compri-
mento da célula unitária, a frequência de passagem da bolha e a queda da pressão
devido à aceleração.

3.3.1 Modelo de Dukler e Hubbard (1975)


O modelo de célula unitária de Dukler e Hubbard, consiste em uma bolha longa
viajando sobre um filme de líquido e é seguido por um pistão de líquido com uma
região de mistura na parte posterior da bolha. A região do filme de líquido apresenta
um comportamento de pressão constante.
A velocidade média do pistão líquido (Vs ) é encontrada matematicamente pela
equação (3.22) abaixo:
 
1 WL WG
Vs = + (3.22)
A ρL ρG
onde WL é a vazão mássica de líquido, WG a vazão mássica de gás e ρL e ρG são as
massas específicas do líquido e gás, respectivamente.
O número de Reynolds efetivo para o pistão líquido é dado por:

ρL Rs + ρG (1 − Rs )
Res = DVs (3.23)
µL Rs + µG (1 − Rs )
onde D é o diâmetro da tubulação, µ é a viscosidade dinâmica e Rs é a fração
volumétrica da região do pistão.
O parâmetro CDH pode ser definido como a razão entre a vazão de líquido do
filme para o pistão e a vazão do líquido. Para valores de Re entre 30.000 e 40.000,
a relação dada pela equação (3.24) pode ser usada.

CDH = 0, 021ln(Res ) + 0, 022 (3.24)

A velocidade de translação da frente do pistão depende da velocidade média do


pistão mais a velocidade devido ao líquido adicionado:

24
Vt = (1 + CDH )Vs (3.25)

O momento e os balanços de massa aplicados à região do filme produzem:


Z Rf e
lf
W (Rf )dRf = , (3.26)
Rs D
e
 
Vt Vs WL
− lf = − Rf e + CDH (Rs − Rf e ) (3.27)
νs νs (Rs − Rf e) ρL AVs
onde νs é a frequência de passagem da célula unitária, lf o comprimento do filme
líquido.

Rf sin θ2 +sin2 θ2 cos θ2
2 R2

CDH 1
Rf2
s
− Fr
2
1−cosθ
− 12 cos 2θ
W (Rf ) = R
, (3.28)
ff B 2 πθ + Frf sinβ
 
Rs − Rf
B = 1 − CDH (3.29)
Rf

θ − sinθ
Rf = (3.30)

Vs2
Fr = (3.31)
gD

ff = 0, 0791Re−0,25
f (3.32)

A solução das equações (3.26) e (3.27) é dada por:


Z θf e
F(θf e ) = W ∗ (θ)dθ − G(θf e) = 0 (3.33)
θs

π 
2 R2
CDH 1 ( θ−sinθ )sin θ2 +sin2 θ2 cos θ2 1
s
2 − Fr
2 2π
1−cosθ
− 2
cos 2θ
( θ−sinθ
2π )
W ∗ (θ) = −0,25 (3.34)
( θ−sinθ )

B(θ−sinθ
0, 0791 θ
Res B 2 πθ + 2π
Fr
sinβ

Vs
G(θf e ) = h  i
θ −sinθ
νs D Rs − f e 2π f e
      (3.35)
WL θf e − sinθf e θf e − sinθf e Vt
− + CDH Rs − −
ρL AVs 2π 2π νs D

onde Rf e é conhecido e Vf e pode ser determinado por:

25
  
Rs − Rf e
Vf e = Vs 1 − CDH . (3.36)
Rf e
A taxa de transferência de líquido do filme para o pistão e o comprimento do
pistão são dados por:

x = (CDH )ρL ARf e (Vt − Vf e ), (3.37)

Vt
ls = − lf (3.38)
νs

0, 3(Vs − Vf e )2
 
ρL
lm = , (3.39)
2gc sL
onde gc é o fator de conversão e sL é o comprimento do líquido.
A perda de carga total é finalmente encontrada a partir de:

∆P = ∆Pa + ∆Pf , (3.40)

onde

x
∆Pa = (Vs − Vf e ) (3.41)
A

2fs [ρL Rs + ρG (1 − Rs )]Vs2 (ls − lm )


∆Pf = (3.42)
D
e fs é o fator de atrito do pistão líquido.
Uma vez que o comprimento da célula unitária é desconhecido e a velocidade da
mistura depende da quantidade de líquido que é transpirada através da parede, um
esquema interativo precisa ser usado para encontrar a velocidade média do pistão
líquido e todas as outras propriedades do escoamento, que agora, mudam de célula
para célula. Assim, na extensão do modelo de Dukler e Hubbard para paredes
transpiradas, a adição de massa deve ser considerada nas equações (3.22) a (3.42).
A equação (3.41) em particular precisa ser modificada para:

x Ww
∆Pa = (Vs − Vf e ) + Vt , (3.43)
A A
onde Ww é a taxa de quantidade de massa na parede.
O coeficiente de atrito precisa ser modificado devido à sua dependência da taxa
de injeção e da velocidade máxima.

26
3.3.2 O modelo de célula unitária de Orell (2005)
O modelo de Orell é baseado em modificações de outros modelos. A realização
de um balanço de massa para as fases líquido e gás fornece:

ls lf
VSL = Vs Rs + Vf Rf (3.44)
lu lu
e

ls lf
VSG = Vs (1 − Rs ) + VG (1 − Rf ) (3.45)
lu lu
onde VG é a velocidade da fase gasosa.
A conservação de massa líquida em relação a um sistema de coordenadas que se
move com a velocidade da célula unitária é dada pela seguinte equação:

(Vt − Vf )Rf = (Vt − Vs )Rs (3.46)

onde Vt é determinado através da expressão experimental avançada por Nicklin et


al. (1962).

Vt = CVm + Vd (3.47)

onde C = 1,2; Vm é a velocidade de mistura e Vd é a velocidade da deriva da bolha



(Vd = 0, 54 gD para escoamentos horizontais).
A combinação da equação momento para ambas as fases resulta em

τf Sf − τi Si τG SG − τi Si
= (3.48)
Af AG

1
τf = ff ρL Vf2 (3.49)
2

1
τG = fG ρG VG2 (3.50)
2

1
τi = fi ρG (VG − Vf )2 (3.51)
2

Cf
ff = (3.52)
[ρL Vf Dhf /µL ]m

CG
fG = (3.53)
[ρG Vf GDhG /µG ]m

fi = 0, 0142 (3.54)

27
com Cf = CG = 0,046 e m = 0,2 para escoamento turbulento.
A correção para o pistão líquido é dado pela correlação de Andreussi et al. (1993).

Vm / gD − F0
Rs = 1 − √ (3.55)
Vm / gD + 2400Bo−3/4
onde

Bo = f rac(ρL − ρG )gD2 σ (3.56)

 h
D0 2
 i √
2, 6 1 − 2 Se D >= 2D0
D
F (0) = (3.57)
0 ou

As equações (3.44) a (3.48) definem um sistema não-linear que precisa ser re-
solvido para quatro variáveis: θ, Vf , VG , ls /lu . Todas as quatro variáveis podem ser
escritas em termos de θ, de modo que apenas uma equação transcendental precisa
ser resolvida numericamente.
A queda de pressão pode ser calculada diretamente como a soma das perdas no
pistão e no filme líquido.

∆P fs ls τf Sf − τi Si lf
= 2 ρs Vs2 + (3.58)
lu D lu Af lu
onde

ρs = ρL Rs + ρG (1 − Rs ), (3.59)

µef f = µL [1 + 2, 5(1 − Rs )], (3.60)

ρ s Vs D
Res = , (3.61)
µef f

f s = 0, 046Re−0,2
s . (3.62)

O modelo avalia o gradiente de pressão diretamente, sem a necessidade de espe-


cificar a queda de pressão por unidade de célula.
O modelo de Orell fornece previsões de θ, Vf , VG , ls /lu . A injeção de fluido na
parede provoca modificações que variam de célula a célula. O termo de aceleração
adicional a ser considerado no modelo de Orell devido à injeção de fluido na parede
é

∆P Vt
= 4ρL νw . (3.63)
lu D

28
Um parâmetro de entrada importante em modelos de escoamento em golfadas é
a frequência de passagem de bolhas. Várias correlações podem ser encontradas na
literatura, com base em raciocínios empíricos. Zabaras (2000) analisou 339 pontos
de dados para propor a seguinte correlação:

 1,2  1,20
VSL 19, 75
0, 836 + 2, 75sin0,25 (β) ,
 
νs = 0, 0226 + Vm (3.64)
gD Vm

29
Capítulo 4

Metologia experimental

Neste capítulo são descritas as técnicas experimentais utilizadas, o aparto expe-


rimental e a análise de incerteza das grandezas medidas.

4.1 Técnicas experimentais


Ao longo das últimas décadas, houve o surgimento de diversas técnicas de medi-
ção em escoamento de fluidos, com diferentes níveis de resolução, afim de descrever
melhor a natureza do problema. As técnicas de medição baseadas na análise de ima-
gens tiveram grades avanços, permitindo realizar medições não intrusivas em quase
todos os domínios da pesquisa científica.
As técnicas de visualização de escoamento segundo Mansur e Viera (2004) já
eram realizadas muito antes da invenção do computador. Mansur e Vieira (2004)
relata que Leonardo da Vinci observou e realizou anotações sobre os movimentos
dos fluidos em embarcações, máquinas voadoras, dispositivos de bombeamentos,
comportamentos de ondas de superfície e muitos outros escoamentos. Osborne Rey-
nolds em 1883, também observou o escoamento por meio de técnicas simples ee
desenvolveu o número adimensional mais usado na mecânica dos fluidos. O clássico
experimento de Reynolds permitiu delimitar o escoamento laminar e turbulento. A
figura 4.1 ilustra uma anotação de Leonardo da Vinci e o experimento de Reynolds.
Uma medição não intrusiva significa a realização de experimentos sem alterações
no meio continuo por influência de um obstáculo que pode modificar o fenômeno, o
que pode ser causado quando ocorre a introdução de um sensor de medição, como
por exemplo um tubo de Pitot; o mesmo é utilizado para medições de velocidades a
partir de um diferencial de pressão, entretanto o escoamento sofre alterações ao se
deparar com a haste do medidor intrusivo.
No estudo dos escoamentos turbulentos as técnicas experimentais de medições
não intrusivas assumem um papel de elevada importância para descrição fenome-
nológica do escoamento. Assim, nesta sessão serão apresentadas duas técnicas de

30
Figura 4.1: (a) Anotações de Leonardo da Vinci, (b) Reynolds e seu clássico expe-
rimento e (c) escoamento laminar e turbulento. Fonte: Adaptado de Rott (1990).

31
medições experimentais, o Shadow Sizer e Anemometria Laser Doppler e os seus
princípios de funcionamento.

4.1.1 Dimensionamento por Sombras


Os valores de velocidade e sua distribuição são parâmetros cruciais principal-
mente para os escoamentos bifásicos, que apresentam velocidades das fases distintas.
Uma técnica de imagens e análises de partículas é conhecida como Dimensionamento
por sombras ou Shadow Sizer. O princípio de funcionamento desta técnica consiste
na captura imagens, com uma câmera de alta resolução, para identificar objetos
dentro de uma certa área de exposição, com uma fonte de luz, que é usada para
iluminar a área investigada, situada na frente da lente da câmera. O sensor capta
apenas a luz que viaja através das regiões livres de partículas e claras, as áreas ocu-
padas por partículas, por outro lado, correspondem a sombras escuras, daí o nome
dimensionamento por sombras. A Figura 4.2 apresenta o princípio de funcionamento
do Dimensionamento por sombras.

Figura 4.2: Principio de funcionamento do Dimensionamento por sombras (Shadow


sizer) - Fonte: Dantec Dynamics [1]

Um pulso rápido de luz sincronizado com o tempo de exposição da câmera congela


o movimento das partículas em um único quadro de imagem. Antes de iniciar o
processo de medição é necessário a realização de uma calibração da área exposta.
A técnica de medição Dimensionamento por sombras foi inicialmente criada para
a análise de gotículas de líquidos atomizados (sprays), pequenas partículas de corpos
sólidos e bolhas de gás dispersas em um líquido. A análise de imagens é realizada
de acordo com o procedimento comum: registro de imagens, identificação e diferen-
ciação de partículas, e a análise de processamento dos dados, o requisito para esta

32
técnica consiste em obter imagens que devem apresentar objetos com contornos bem
definidos.
Para um escoamento bifásico, as imagens devem ser captadas adequadamente de
modo a favorecer o contraste entre as bolhas e o fundo da imagem. Em seguida,
um algoritmo de detecção de contorno é utilizado para reconhecer as partículas e
calcular o seu diâmetro.

Reconstrução de bolhas longas

Para a visualização do escoamento utilizando o Sistema de Dimensionamento por


Sombras, janelas transparentes foram posicionadas a 3, 7 e 13 metros a jusante da
seção de entrada. Uma câmera NanoSense MKIII forneceu imagens de alta resolução
(1289 x 1024 pixels) a 2000 fps.
A reconstrução da forma da bolha foi feita de acordo com o método da janela
fixa descrito em Matamoros et al. (2014).
Para determinar a velocidade, comprimento e frequência de passagem das bolhas,
foram adquiridos um conjunto de imagens obtidas em uma dada frequência. As
imagens foram então processadas para determinar as posições sucessivas do nariz
até a calda, podendo ser unidas e então formar a bolha. Segundo Matamoros et al.
(2014), quando o escoamento está totalmente desenvolvido as velocidades do nariz
e da cauda são quase as mesmas.
Para reconstruir a forma completa da bolha, a sequência ilustrada na Figura 4.3
foi utilizada de forma semelhante a Matamoros et al. (2014).
No presente trabalho o escoamento está sujeito à transpiração de fluido na parede.
++
A taxa de injeção na parede a tubulação é dada por vwi = vw /Um , onde vw é a
velocidade de injeção normal na parede e Um é a velocidade média na seção de
entrada do tubo. Em função da quantidade de massa injetada pela parede ao longo
do comprimento, as imagens obtidas na entrada, a sete metros e a treze metros, para
a mesma condição de vazão de entrada, tiveram frequências de aquisição diferentes,
uma vez que que a velocidade do líquido e da bolha variavam devido à injeção.
Na abordagem de janela fixa, uma janela de referência que representa um volume
de controle é usada para selecionar as regiões dos quadros sucessivos que devem ser
cortados e corrigidos para a reconstrução da bolha, conforme ilustrado na Figura
4.4.
Com intuito de manter as características do fluido sujeito à injeção, foi utilizado
uma janela para aquisição das imagens de 21 mm de espessura, onde não era possível
obter a bolha inteira em uma única imagem. Assim, o método da janela fixa foi
o mais adequado para reconstrução das bolhas, pois através de um conjunto de
imagens foi possível reconstruir as bolhas para cada condição desejada.

33
Figura 4.3: Ilustração do método de janela fixa. Fonte: Matamoros et al. (2014).

34
Figura 4.4: Representação de uma imagem adquirida e a seleção da região de inte-
resse.

A Figura 4.5 ilustra a reconstrução de uma bolha longa pelo método da janela
fixa.

Figura 4.5: Reconstrução de uma bolha longa.

4.1.2 Anemometria Laser Doppler


A anemometria laser Doppler é um sistema de medição que utiliza um processo
óptico, baseado na aplicação do efeito Doppler para a determinar a velocidade de
partículas que foram inseridas no escoamento e que possuem uma densidade próxima
a do fluido para que seja determinado indiretamente, desta forma, a velocidade local
do fluido. A condição de que as partículas tenham uma densidade parecida com a
do fluido que se encontra escoando é extremamente fundamental para garantir e

35
veracidade da medição.
Um sistema padrão de LDA, consiste em dois raios laser (A e B) de frequências
iguais que se cruzam gerando um volume de controle. Uma partícula que está
suspensa no escoamento ao passar pelo volume de controle, dispersa as luzes dos dois
raios laser simultaneamente. O sistema, incluindo a fonte de luz laser, partículas em
movimento no escoamento e um detector é ilustrado na figura (4.6).

Figura 4.6: Princípio de funcionamento do LDA - - Fonte: Adaptado de Dantec


Dynamics [1].

Pinto et al. (2008) afirma que o desenvolvimento do LDA proporcionou avanços


significativos na mecânica dos fluidos por apresentar as vantagens como: medição
não intrusiva; elevada precisão espacial e temporal; não requer calibração do ins-
trumento; medição das três componentes do campo de velocidade; determinação da
direção. De entre as desvantagens atribuídas à técnica encontram-se a necessidade
de acesso óptico e a necessidade de existência de partículas no fluido.
Segundo Loureiro e Pinho (2006) a anemometria a laser Doppler pode apresentar
um sistema com resolução para dois ou três componentes de velocidade, para estes
casos, a discriminação da velocidade é realizada utilizando raios de comprimentos
de onda diferentes. O LDA utilizado no presente trabalho apresenta um sistema
bidimensional com duas cores de laser e sonda de quatro raios, sendo dois feixes azuis
de comprimento de onda de 488 nm e dois verdes de comprimento de onda de 514,5
nm, os quatros raios estão dispostos na sonda formando ângulos perpendiculares

36
entre eles. A figura 4.7 ilustra o conjunto laser, transmissor ótico e sonda do LDA.

Figura 4.7: Transmissor ótico LDA - Fonte: Dantec Dynamics (2006).

O índice de refração das ondas de luz em uma interface média segue a lei da
refração de acordo com a Equação 4.1:

n1 sin(1 ) = n2 sin(2 ). (4.1)

Como resultado das refrações do raio laser na interface média, o ponto de inter-
seção de dois raios laser, isto é, o volume de controle, desloca-se para longe do ponto
de interseção do feixe virtual. A figura 4.8 ilustra o comportamento dos feixes de
laser em uma janela plana.

Figura 4.8: LDA sistema em placa plana. Fonte: Zhang (2010).

Zhang (2010) aborda métodos para medições em escoamentos de fluidos em tubos


circulares. Uma anomalia óptica que pode ser encontrada quando se utiliza quatro
feixes de laser é o astigmatismo, que ocorre quando o eixo óptico LDA está posicio-

37
nado fora do eixo normal de uma parede plana. A Figura 4.9 ilustra o problema de
astigmatismo em uma placa plana.

Figura 4.9: Astigmatismo LDA. Fonte: Zhang (2010).

Zhang (2010) afirma que as refrações do raio laser nas interfaces curvas de um
tubo circular complicam o cálculo das propagações do feixe em relação à localização
do volume de medição e que mesmo os métodos propostos não são aplicáveis à
maioria dos escoamentos industriais. A Figura 4.10 ilustra a distorção do feixe de
laser devido à influência da curvatura de uma seção circular. Observa-se que o
deslocamento do volume de controle na tubulação não corresponderá ao diâmetro
do tubo.
Uma forma de evitar o problema de deslocamento irregular do volume de controle
devido à curvatura é adicionar uma superfície plana de mesmo material da seção
circular, conforme pode ser observado na Figura 4.11.
O expansor do feixe do laser consiste de uma combinação de lentes que converte
os feixes que saem do sistema óptico para feixes de maior largura. Contando que
a distância focal f permaneça inalterada, o aumento da distância entre os feixes
provoca um aumento d ângulo entre os dois feixes, o que reduz o tamanho do volume
de medição. As vantagens em utilizar o expansor de raios são: reduzir o tamanho do
volume de controle, formado pelo cruzamento dos feixes; melhorar a relação sinal-
ruído; e maiores distâncias de medição sem sacrificar a relação sinal-ruído. A figura
4.12 ilustra o expansor com a sonda.

38
Figura 4.10: LDA sistema em tubo circular. Fonte: Zhang (2010).

Figura 4.11: Janela a ser usada com LDA em tubulações circulares - Fonte: Zhang
(2010).

39
Figura 4.12: expansor do feixe do laser ou “beam expander”- Fonte: Dantec Dyna-
mics (2006).

Figura 4.13: Laser LDA - Fonte: Dantec Dynamics (2006).

40
4.2 Aparato Experimental
O aparato experimental utilizado neste trabalho se encontra instalado no Núcleo
Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos - NIDF, o qual faz parte da Universidade
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. A seção de teste experimental consiste de uma
tubulação de quatorze metros de comprimento sujeitos à injeção de fluido na parede.
Diferentes seções de testes para simular a transpiração na parede em tubulações
podem ser encontradas na literatura. Autores como Su e Gusdmunsson (1993), Cruz
(2011), Loureiro e Silva Freire (2014) propõem seções que mais se aproximam das
condições reais de operação de um poço horizontal.
O aparato experimental do presente trabalho é semelhante ao utilizado por Ban-
deira(2015), o qual desenvolveu uma seção de teste de quatorze metros com injeção
na parede com condições semelhantes a de um poço horizontal. Neste aparato a fase
líquida é injetada radialmente em dada seção de testes de um metro de comprimento.
O líquido entra por uma câmara plenum, onde a pressão de injeção é estabilizada.
O fluido penetra então no meio poroso, alcançando o tubo telado. Esta parcela de
fluido injetada através da parede é acelerada na direção do escoamento principal.
A bancada de testes contém vinte e oito pontos (dois por sessão de teste) de
medição de pressão diferencial. Cada uma das quatorze seções de teste é composta
por:

• tubo de tecido de aço de 1.000 milímetros de comprimento e 31,75 milímetros


de diâmetro;

• 9,5 kg de miçangas de 2 milímetros de diâmetro;

• tubo perfurado com 1000 milímetros de comprimento e 97 milímetros de diâ-


metro;

• tubos flangeados para permitir a conexão entre as seções, feito de aço inox de
1000 milímetros de comprimento e 127 milímetros de diâmetro;

• dois tampos anulares de PVC de 34 milímetros de diâmetro interno e 93,5


milímetros de diâmetro externo;

• dois tampos anulares de PVC de 98 milímetros de diâmetro interno e 127


milímetros de diâmetro externo;

• dois tampos de aço flangeados;

• dois tampos de borracha de 34 milímetro interno e 127 milímetros de diâmetro


externo;

• dois pontos de pressão;

41
• 16 parafusos sextavados.

A figura 4.14 ilustra a montagem de uma das seções que compõem o circuito
experimental.

Figura 4.14: Seção de um metro de comprimento.

Para a medição do perfil de velocidade através do LDA é necessário haver um


acesso para a entrada do laser. Sendo assim, foi projetada uma seção especial com
uma janela plana de acrílico na parte externa e com uma curvatura (do mesmo raio
da tubulação) na parte interna, que é conectada ao tubo de tela, permitindo dessa
forma um acesso visual ao escoamento para realizar a medição na parede que ocorre
a transpiração do fluido.
Para o trecho especial do LDA

• tubo de tecido de aço de 300 milímetros de comprimento e 31,75 milímetros


de diâmetro;

• 2,9 kg de miçangas de 2 milímetros de diâmetro;

• tubo perfurado com 300 milímetros de comprimento e 97 milímetros de diâ-


metro;

• tubos flangeados para permitir a conexão entre as seções, feito de aço inox de
300 milímetros de comprimento e 127 milímetros de diâmetro;

• dois tampos anulares de PVC de 34 milímetros de diâmetro interno e 93,5


milímetros de diâmetro externo;

• dois tampos anulares de PVC de 98 milímetros de diâmetro interno e 127


milímetros de diâmetro externo;

• dois tampos de aço flangeados;

42
• dois tampos de borracha de 34 milímetro interno e 127 milímetros de diâmetro
externo;

• 16 parafusos sextavados;

• uma janela de acrílico de 17 milímetros de altura por 25 milímetros de largura


e 7,47 milímetros de espessura com um raio de curvatura interna de 15,88
milímetros.

A figura 4.15 ilustra a montagem de uma das seções que compõem o circuito
experimental.

Figura 4.15: Seção de 0,3 metro usado para medição com LDA.

Para que fosse possível realizar a medição com a técnica de Dimensionamento


por sombra, foi projetada uma janela de acrílico transparente, posicionada entre
as seções especificas para observar o comportamento da bolha no escoamento em
golfadas. Diferente da configuração usada para o LDA que será realizada diretamente
na parede que ocorre a injeção, o sistema da técnica Dimensionamento por sombras
necessita de um contraste da luz que fica de frente para câmera, dessa forma o trecho
de visualização deve ser inteiramente transparente.
O comprimento total da seção de teste em que ocorre a transpiração é de 14,3
metros. Esta parte do aparato está dividido em 14 seções de testes de 1 metro
cada, e um trecho de 30 cm a mais que é a seção que será realizada as medições
com o LDA. A posição das janelas de acrílicos usadas para a medição com a técnica
de Dimensionamento por sombras estão localizadas, uma na entrada do poço, uma
segunda a 7 metros da sua entrada e a terceira a 13 metros.

43
A tubulação de tecido de aço é a seção mais importante do experimento, pois
o fluido irá transpirar através de diversos pontos e encontrar o escoamento interno
principal, ou seja, será o tecido de aço o responsável pela transpiração do fluido. O
tubo de tecido de tela possui um metro de comprimento, 34 mm de diâmetro externo
e 31,75 mm de diâmetro interno.
O tecido de tela usado para fazer o tubo de aço possui espaçamento entre fios
da tela na ordem de 170 micrômetros de largura e 150 micrômetros de altura, a
figura (4.16) ilustra o espaçamento do tecido de tela obtida via microscopia óptica,
utilizando o microscópio digital KH − 8700 fabricado pela Hirox.

Figura 4.16: Tecido de aço usado para fabricação do tubo transpirável.

Os pontos de pressão estão conectados ao tubo de tecido de aço. A dificuldade


maior encontrada com esse conjunto é a garantia de alinhamento concêntrico entre
a montagem das quinze seções de teste (incluindo o trecho de medição do LDA) de
modo a não haver perturbações ocasionadas por um desalinhamento. Nos trechos
que foram utilizados a técnica de dimensionamento por sombras, a tubulação se
conecta diretamente com as janelas de acrílico de 15mm, ou seja, uma falha de
montagem na conexão entre o tubo de tela e a janela pode causar perturbações no
escoamento, comprometendo o resultado da medição. A Figura (4.17) ilustra o tubo
de tecido de aço.
Para criar um meio poroso no experimento foram utilizadas miçangas, que são
elementos que possuem uma rigidez capaz de permitir a transpiração do fluido sem
haver a ruptura do material. Este meio poroso foi constituído para que o fluido de
injeção possa atravessá-lo, encontrando a parede do tubo de tecido de aço. O meio
poroso fica localizado entre o tubo perfurado e o tubo de tecido de aço. A Figura
(4.18) ilustra a utilização das miçangas no experimento.
O tubo perfurado fica localizado entre as miçangas e o tubo flangeado e tem como
finalidade permitir a passagem do fluido ao seu redor para o meio poroso criado pelas

44
Figura 4.17: Tubo de tecido de aço com tomada de pressão.

Figura 4.18: Meio poroso - Miçangas.

45
miçangas, atuando como se fosse um reservatório do fluido que irá transpirar pela
parede. O tubo perfurado possui 1000 mm de comprimento, 97 mm de diâmetro
interno e espessura de 1,7 mm, possui distância entre os furos de 8 mm. A Figura
(4.19) ilustra o tubo perfurado.

Figura 4.19: Tubo perfurado.

O tubo flangeado realiza o isolamento da área do fluido de injeção com o ambiente


externo. O mesmo possui 123 mm de diâmetro interno com espessura de 4 mm. Os
tubos flangeados permitem realizar conexões, sendo responsáveis pela união entre
as seções. A Figura (4.20) ilustra o tubo flangeado.
O ponto de tomada de pressão é feito utilizando uma agulha com diâmetro de
1,5 mm posicionada na parte interna do tubo de tecido de aço, cujo objetivo é obter
apenas a pressão do escoamento no tubo sujeito a transpiração. Para obter a pressão
do escoamento principal, foi realizado uma conexão entre a agulha e uma mangueira
de 2 mm de diâmetro externo, onde a mesma é direcionada até o tubo flangeado que
se encontra com uma conexão de engate rápido, aumentando o diâmetro externo
para 6 mm. A mangueira de 6 mm é então conectada em um conjunto de conexões
de pontos de pressão e é direcionada ao medidor diferencial de pressão. A Figura
(4.21) ilustra a conexão entre as mangueiras.
A janela de acrílico foi projetada para realizar medições utilizando técnicas de
medições visuais, como a técnica de dimensionamento por sombras. A janela de
acrílico possui as seguintes dimensões 210 milímetros de altura, 210 milímetros com-
primento e 25 milímetros de espessura, as mesmas foram instaladas a três, sete e

46
Figura 4.20: Tubo flangeado.

Figura 4.21: Conexões de isolamento da tomada de pressão.

47
treze metros do início da seção de teste.

Figura 4.22: Janela de acrílico para medições ópticas.

A janela foi projetada especialmente para realizar medições utilizando a técnica


de Anemometria Laser Doppler (LDA). Para minimizar o problema de distorção do
volume de medição, foi construída uma seção de teste especial, ilustrada em fig.
(4.24). A seção de teste está localizada a 13 m a jusante da entrada do experimento,
a parede do tubo é parcialmente substituída por uma janela de 7,47 mm de espessura
feita de acrílico.

Figura 4.23: Seção de teste para medição com LDA.

As Figuras (4.25) e (4.26) ilustram a montagem da seção de testes utilizada para


fazer medições do escoamento com transpiração do fluido na parede.
A Figura (4.27) ilustra o diagrama esquemático do funcionamento da bancada
de teste. O experimento possui dois circuitos de tubulação, um é responsável pela
alimentação do escoamento principal no interior do tubo de tecido de aço e o outro
fornece o fluido para transpirar através da parede. O sistema utiliza dois reservató-
rios e duas bombas de cavidade progressiva.

48
Figura 4.24: Seção de teste para medição com LDA.

Figura 4.25: Seção de teste instalada no NIDF.

49
Figura 4.26: Experimento do Poço Horizontal - NIDF.

4.3 Instrumentação, calibração e análise de incerte-


zas
Para a medição de vazão de líquido foi utilizado um medidor do tipo eletromagné-
tico, cujo princípio de medição é baseado na lei de Faraday. O aparato experimental
possui seis medidores de vazão eletromagnéticos, um na entrada da seção de teste,
que é responsável pela medição da vazão do escoamento principal e os demais são
utilizados para medir a vazão do fluido de injeção na parede. A Figura (4.28) ilustra
o medidor de vazão.
Para a medição de vazão do gás no sistema bifásico foi utilizado um rotâmetro.
Este instrumento utiliza a energia do processo para deslocar um flutuador posicio-
nado dentro de um tubo vertical de vidro transparente de área variável com escala
calibrada. O Rotâmetro utilizado foi fabricado pela Conault, modelo 420, com uma
faixa de medição de 0,7 a 7 metros cúbicos por hora. A Figura 4.29 ilustra o rotâ-
metro.
Para a medição de pressão foi instalado no aparato experimental um transmissor
de pressão que utiliza a tecnologia do sensor de capacitância, com faixa de medição
entre 0 e 2,5 bar, ligados na tubulação através dos pontos de tomada de pressão.
Existe um sistema de válvulas conectadas que permite a realização da medição em
vinte e um pontos. As tomadas de pressão são feitas a partir de agulhas conectadas
diretamente no tubo de tecido de tela. A Figura(4.30) ilustra o medidor de pressão.
Todo dado experimental deve ser analisado através de algum tipo de procedi-
mento. Um bom experimentalista deve fazer todo o esforço possível para eliminar
todos os erros de seu experimento. Este objetivo, no entanto, nunca será plenamente

50
Figura 4.27: Diagrama esquemático do aparato experimental.

51
Figura 4.28: Medidor de vazão eletromagnético - CONAUT [1].

Figura 4.29: Medidor de vazão de gás: rotâmetro.

Figura 4.30: Medidor de pressão diferencial. Fonte: EMERSON[1].

52
alcançado, cabendo então ao experimentalista a responsabilidade de apresentar uma
medida da confiabilidade de seus dados.
Calibração é o nome dado a uma série de conjuntos de experimentos, sob con-
dições específicas, que visa determinar a relação entre os valores indicados por um
instrumento ou sistema de medição e os valores representados por uma referência, ou
os correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões. As operações de cali-
bração são baseadas na comparação dos instrumentos padrão de modo a determinar
a sua exatidão.
Na prática, calibração é uma ferramenta básica que visa a assegurar a confiabili-
dade de um instrumento de medição, por meio da comparação do valor medido com
um padrão rastreado.
A calibração de um transmissor de pressão envolve o ajuste de zero e da am-
plitude da faixa de medição. Usualmente a relação entre entrada e saída de um
transmissor de pressão é predominantemente linear (Y = ax + b), onde a é conhe-
cido como ganho e o b é o zero. O transmissor de pressão é calibrado para realizar
as medições respeitando os limites superior e inferior do sensor, definindo a faixa de
trabalho a que será operado.
A calibração do medidor de vazão de líquido foi realizada pelo método compa-
rativo por volume totalizado com outro medidor também eletromagnético calibrado
através do método gravimétrico. Para a calibração pelo método gravimétrico uti-
lizando uma balança com resolução de 50 gramas e capacidade máxima de 300kg,
como meio de comparação entre os pesos padrão e a massa de água totalizada. Foi
instalado um recipiente sobre a balança para coletar todo o volume totalizado pelo
medidor. A massa de água totalizada foi calculada como a diferença entre a massa
do recipiente cheio e a massa do recipiente vazio após a transferência. A massa de
água evaporada foi considerada e o certificado de calibração correspondente a este
medidor encontra-se em anexo.
O fator de correção do medidor foi calculando usando a Equação 4.2.
ρ( ab)
" #
1− ρ( b)
mrc −mrv +mev
ρl Tl ρ( a)Ta {1 − γm [(T̄l + δTl ) − TR ]}
1− ρ( l)Tl
fc = + δfm (4.2)
Vi
Para a calibração do sistema de Dimensionamento por sombras é feito o ajuste
do foco e posteriormente captura-se uma imagem para determinar a relação pi-
xel/comprimento. Esta imagem servirá como plano de referência para o proces-
samento dos dados adquiridos, por ser a referência não deve conter a presença de
partículas ou bolhas. A Figura 4.31 ilustra a calibração utilizando a dimensão do
diâmetro interno como referência entre a escala de comprimento para se determinar
a relação pixel/comprimento.

53
Figura 4.31: Calibração do sistema de Dimensionamento por sombras.

54
A incerteza de medição é um parâmetro associado com o resultado de uma me-
dição, que caracteriza a dispersão do valor que poderia razoavelmente ser atribuído
ao mensurando (valor verdadeiro convencional). O processo compreende diversos
componentes, que podem ser agrupados nas incertezas dos tipos A e B, definição
que está em função dos métodos usados para estimar os seus valores numéricos.
A incerteza padrão tipo A é determinada pela análise estatística de uma série de
observações e a do tipo B é um método de avaliação sem ser por análise estatística.
A repetição de uma medição da variável “x” nas mesmas condições experimen-
tais conduz a uma distribuição aleatória de resultados em torno de um valor médio
µ (média aritmética), que pode ser considerado como o melhor valor obtido nesta
medida. Num grande número de situações, devem ser realizada “N” medições nas
mesmas condições experimentais, conduzindo assim a um valor médio que se apro-
xima do “verdadeiro”.
Deve-se calcular o desvio padrão, que representa a dispersão dos resultados e o
melhor valor para a incerteza (i) do valor médio.
v
uX
u
2
u (xi − x)2
t i
i= (4.3)
N −1
A incerteza do Tipo B segundo Araujo (2017) são baseadas em um julgamento
científico por parte do operador utilizando informações relevantes disponíveis, tais
como: os dados de uma únicaleitura; o conhecimento prévio do comportamento ou
especificações do fabricante; e a calibração dos equipamentos.
Na medição de pressão, optou-se por determinar a incerteza através das repeti-
ções do mensurando variável, afim de eliminar erros aleatórios. Esta será conside-
rada a fonte de incerteza predominando sobre as demais. Assim, pode-se aplicar a
equação 4.3 para determinar a incerteza da pressão.
O mensurando é sempre afetado por muitos acontecimentos que ocorrem no uni-
verso e fogem ao conhecimento. Segundo INMETRO (2003) as variabilidades que
contribuem para a incerteza e o fato de que o resultado de uma medição não pode
ser caracterizado por um único valor, são denominados de fontes de variações ou
de incerteza, dentre as quais podem-se incluir as seguintes: incompleta definição
do mensurando; amostragem não-representativa do mensurando; não-conhecimento
do processo para definição completa do mensurando; inadequado conhecimento das
condições ambientais nos procedimentos de medição ou medidas imperfeitas das
condições ambientais; polarização entre operadores na leitura de um instrumento
analógico; método inadequado; valores inexatos dos padrões de medição e dos ma-
teriais de referência (não-calibrado); princípio de medição impróprio.
A calibração do rotâmetro foi realizada usando como referência padrão um me-

55
didor de vazão volumétrica tipo diafragma. O medidor de volume tipo diafragma
permitiu conferir as medições de diferentes vazões de ar que o rotâmetro indicava.
Assumindo também que o escoamento é permanente, incompressível e irrotaci-
onal, paralelo à parede do rotâmetro, e que as forças de atrito entre a parede e o
flutuador são desprezíveis, bem como os efeitos da viscosidade e que não há perda
de energia, pode-se usar a Equação 4.4 para determinar a real vazão de gás pelo
rotâmetro.
s
ρrg P Tr Z
Qc = (Qi + δQi )fmc (4.4)
ρg Pr Te Zr
A medição de vazão de líquido é problemática devido a diversas variabilidades,
tais como variações de propriedades, parâmetros, perfil assimétrico de velocidade,
regime de escoamento, interferência eletromagnética, influência externa da instala-
ção, turbulência etc. No caso do presente trabalho a incerteza da vazão de líquido
foi simplificada considerando uma fonte de incerteza predominando sobre as demais.
Assim, pode-se aplicar a equação 4.3 para determinar a incerteza da vazão de líquido.

56
Capítulo 5

Resultados e Discussões

5.1 Escoamento monofásico


Para a análise do escoamento monofásico, a primeira caracterização consistiu
em avaliar a rugosidade relativa do tubo telado utilizado no presente trabalho. O
comprimento de rugosidade (ks ) do tubo de teste foi determinado a partir de expe-
rimentos realizados com escoamentos monofásico sem injeção na parede. Os dados
foram obtidos para uma faixa de número de Reynolds variando entre 6.000 a 100.000.
Deste modo, foi possível determinar a rugosidade ks igual a 0.000334m. A Figura
(5.1) ilustra os dados obtidos.

Figura 5.1: Gráfico de Moody com medições realizadas no tubo telado do presente
aparato experimental.

Os dados experimentais utilizados para determinação do ks correspondem ao


elemento R/ks = 47, ilustrado na Figura 5.1.

57
Foram estudadas duas taxas de transpiração distintas para caracterizar o escoa-
mento no tubo poroso, sendo v ++ = 0, 0005 e v ++ = 0, 001. Nos testes, a taxa de
injeção foi mantida constante em todos os quatorze segmentos de tubo de um metro
de comprimento.
A seção de teste contém 28 pontos de medição de pressão, o ponto de medição
de referencia para o sistema diferencial de pressão está localizado a 3,25 metros da
entrada da seção de teste. Para cada ponto de medição de pressão foram obtidos
em média quarenta mil dados de medição de pressão instantânea.
A concordância fornecida pelas previsões da lei da resistência para tubulações
rugosas sujeitas à transpiração na parede com os dados experimentais são muito
boas, apesar do fato de que os parâmetros não foram particularmente ajustados para
os dados experimentais atuais. Os valores das constantes são os valores apresentados
pela formulação de Loureiro e Silva Freire (2011), e são baseados unicamente na
análise de Silva Freire (1988). Nas Figuras (5.2), (5.3) e (5.4) são apresentadas as
condições de pressão para três vazões de entrada distintas, considerando a perda de
carga sem injeção e com duas taxas de injeção de 0,0005 e 0,001.

Figura 5.2: Variação de pressão para o escoamento monofásico, Ql = 2, 46m3 /h.

A primeira medição com o LDA na seção de teste foi realizada na mesma janela
de acrílico utilizada para visualização com a técnica de dimensionamento por som-
bras. Entretanto, a janela de acrílico provocava modificação no escoamento devido
à mudança de rugosidade na parede. Com objetivo de melhor representar o fenô-
meno da transpiração do fluido na parede, optou-se por realizar medições pontuais
de velocidades percorrendo o raio de uma tubulação de aço sujeita à transpiração.
As medições foram realizadas com o LDA na configuração backscatter. A maior di-
ficuldade encontrada na medição foi o problema de reflexo originado do tubo telado,
que é feito de um material metálico. Com o intuito de reduzir esse reflexo o interior
da tubulação foi pintado com tinta preta fosco.

58
Figura 5.3: Variação de pressão para o escoamento monofásico, Ql = 2, 85m3 /h.

Figura 5.4: Variação de pressão para o escoamento monofásico, Ql = 3, 31m3 /h.

59
As medições com o LDA foram realizadas no escoamento monofásico, com uma
vazão de líquido no escoamento principal de 3, 31m3 /h e foram observadas duas
condições para injeção, uma com taxa de injeção igual a 0,001 e outra sem injeção.
A Figura 5.5 ilustra os dois perfis de velocidades medidos para as condições de injeção
na parede de 0,001 e 0,0005. É possível observar que a injeção do fluido na parede
aumenta a velocidade, isso acontece devido à quantidade de massa adicionada na
parede.

Figura 5.5: Perfil de velocidade para o escoamento monofásico, Ql = 3, 31m3 /h.

As flutuações da velocidade longitudinal são ilustradas na Figura 5.6. O que


atrai atenção é o aumento de < u02 >1/2 devido à transpiração do fluido na parede.
A agitação do escoamento próximo à parede devido à injeção eleva o nível da tur-
bulência, de modo que o maior valor de < u02 >1/2 é observado para a maior taxa
de injeção 0,001.

5.1.1 Determinação do fator de forma - β


Nesta seção foi determinado o fator de forma (β) proposto por Olson e Eckert
(1966), que representa a correção em função do transporte de quantidade de movi-
mento através da seção transversal na direção perpendicular à direção principal do
escoamento.
O fator de forma foi determinado para uma escoamento monofásico com a condi-
ção de vazão de líquido igual a 3, 31m3 /h. Nesta condição foram obtidos dois perfis

60
Figura 5.6: Flutuações turbulentas para o escoamento monofásico, Ql = 3, 31m3 /h.

de velocidade usando a técnica de Anemometria a Laser Doppler (LDA), sendo um


sem injeção de fluido na parede e outro com taxa de injeção de 0,001.
Para a condição de vazão de líquido igual 3, 31m3 /h sem injeção de fluido na
parede, foram obtidos dados de velocidades pontuais ao longo do diâmetro e reali-
zado uma interpolação e integração para determinar a velocidade média do perfil de
velocidade. Utilizando a Equação 2.2, um fator de forma igual a 1,23 foi calculado.
A Figura 5.7 ilustra o perfil de velocidade e o fator de forma β.
Para a condição de vazão de líquido igual 3, 31m3 /h sujeita à injeção de fluido
na parede de 0,001, foram obtidos dados de velocidades pontuais semelhante aos
mostrados anteriormente. Um fator de forma igual a 1,237 foi calculado para este
caso. A Figura 5.8 ilustra o perfil de velocidade e o fator de forma β.

5.2 Escoamento bifásico


As experiências com escoamento bifásico foram conduzidas para as condições
mostradas na tabela (5.1), afim de caracterizar a influência da taxa de transpiração
do fluido no escoamento principal e observar as modificações do comportamento de
um escoamento em golfadas.
O coeficiente de atrito sofre modificações em consequência da injeção de massa
através da parede. Conforme descrito na lei da parede para tubulações sujeitas a
transpiração, as mudanças são observadas em função da vazão, número de Reynolds

61
Figura 5.7: Fator de forma β para condição de vazão de 3, 31m3 /h sem injeção.

Figura 5.8: Fator de forma β para condição de vazão de 3, 31m3 /h com injeção de
0,001.

62
Tabela 5.1: Condições experimentais utilizadas para o escoamento bifásico.
++
Condição Ql [m3 h−1 ] Qg [m3 h−1 ] vwi
1 2,46 0,52 0,0
1 2,46 1,38 0,0
2 2,46 1,22 0,0005
3 2,46 2,06 0,0
4 2,46 1,81 0,0005
5 2,46 1,6 0,0010
6 2,85 1,45 0,0010
7 2,85 1,9 0,0010
8 2,85 3,59 0,0
9 2,85 2,54 0,0010

e taxa de injeção do fluido. Na Figura 5.9 observa-se a modificação de fs .

Figura 5.9: Fator de atrito. Fonte: Bandeira et al (2017).

Todas as condições descritas na Tabela 5.1 representam o padrão de escoamento


pistonado. Não foram observadas mudanças no padrão de escoamento, mesmo con-
siderando a quantidade de fluido injetado na parede da tubulação.
Uma bolha totalmente desenvolvida no escoamento em golfadas, sem injeção na
parede, posicionada a x = 7 m da entrada do experimento é mostrada na Fig. 5.10.
Observa-se que a bolha longa apresentada se encontra livres de bolhas pequenas
na parte líquida. Na posição x = 7 m, o comprimento de desenvolvimento do
escoamento pistonado era de cerca de 225 diâmetros de tubo. A literatura indica que
um escoamento gás-líquido está totalmente desenvolvido a partir de comprimentos
superiores a 75 diâmetros, o que indica que as medidas aqui realizadas refletem um

63
escoamento em regime permanente, completamente desenvolvido.

Figura 5.10: Escoamento em golfadas sem injeção na posição de 7 metros à jusante


da entrada do experimento.

Para o escoamento em golfadas sujeito à injeção de fluido na parede, com taxa de


++
injeção de vwi = 0, 0005 e na mesma posição observada na Fig. 5.10, percebe-se que
na Fig. 5.11 o alto nível de turbulência próximo da parede começa a desfragmentar
as bolhas longas, que arejam o escoamento com bolhas pequenas em toda a extensão
da célula unitária.

Figura 5.11: Escoamento em golfadas com injeção de v + +wi = 0, 0005 na posição


de 7 metros à jusante da entrada do experimento.

5.2.1 Vazão de líquido 2,46 m3 /h


Vazão de gás 0,52 m3 /h

A Figura 5.12 ilustra diferentes bolhas observadas no escoamento obtido com


uma vazão de líquido 2,46 m3 /h e de gás 0,52 m3 /h. Observa-se que o padrão de
escoamento é do tipo golfadas, onde o gás está ocupando uma pequena fração de
volume na parte superior da tubulação horizontal.
A Figura 5.13 ilustra a mudança na morfologia do escoamento quando é imposta
uma taxa de injeção de 0,001. Observa-se que o padrão de escoamento continua
sendo pistonado, entretanto, a fração de volume na parte superior da tubulação
horizontal ocupado pelo gás aumentou. Novas bolhas dispersas, que se concentram
na calda da bolha longa, também são observadas.

Vazão de gás 2,06 m3 /h

Quando a vazão de gás é elevada para 2,06 m3 /h, a bolha longa apresenta uma
melhor definição e ocupa uma maior área de fração volumétrica da seção transversal

64
Figura 5.12: Escoamento em golfadas sem injeção, com vazão de liquido de 2,46
m3 /h e de gás igual a 0,52 m3 /h, na entrada do experimento. Sentido do escoamento
(⇐=).

Figura 5.13: Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás


igual a 0,52 m3 /h sujeito à injeção de 0,001. Sentido do escoamento (⇐=).

65
da tubulação, quando comparado com a condição anterior. A Figura 5.14 ilustra o
escoamento com uma vazão de líquido 2,46 m3 /h e de gás 2,06 m3 /h.

Figura 5.14: Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás


igual a 2,06 m3 /h, sem injeção de fluido na parede. Sentido do escoamento (⇐=).

Vazão de gás 1,81 m3 /h

A Figura 5.15a ilustra a bolha para a vazão de Ql = 2, 46m3 h−1 e Ql = 1, 8m3 h−1
sem injeção de fluido e a Fig. 5.15b corresponde ao trecho de sete metros à jusante
da entrada do experimento sujeito a uma taxa de injeção de 0,0005.
A Figura 5.16 ilustra a mudança na morfologia do escoamento quando é imposta
uma taxa de injeção de 0, 005. Com a injeção ocorre o aumento da pressão na seção

66
Figura 5.15: Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás
igual a 1,8 m3 /h na posição de 7 metros à jusante da entrada: (a) sem injeção, e
(b) com injeção de 0,0005.

transversal, sendo necessário corrigir a vazão de gás no rotâmetro, nesse caso a vazão
de gás é de 1, 81m3 /h.

Figura 5.16: Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de 1,81


m3 /h de ar, sujeito à injeção de 0.0005 a 7 m à jusante da entrada do experimento.
Sentido do escoamento (⇐=).

Vazão de gás 1,60 m3 /h

A Figura 5.17a ilustra a bolha para a vazão de Ql = 2, 45m3 h−1 e Ql = 1, 8m3 h−1
sem injeção, enquanto a Fig. 5.17b corresponde a uma taxa de injeção de 0,001, no
trecho de sete metros à jusante da entrada do experimento.

67
Figura 5.17: Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás
igual a 1,6 m3 /h na posição 7 metros à jusante da entrada: (a) sem injeção, (b) com
injeção de 0,001.

A Figura 5.18 ilustra a mudança na morfologia do escoamento quando é imposta


uma taxa de injeção de 0,001. Com a injeção ocorre o aumento da pressão na seção
transversal, sendo necessário corrigir a vazão de gás no rotâmetro, nesse caso a vazão
de gás é de 1, 60m3 /h.

Figura 5.18: Escoamento em golfadas com vazão de liquido igual a 2,46 m3 /h e vazão
de gás de 1, 60m3 /h sujeito a uma taxa de injeção de 0,001. Sentido do escoamento
(⇐=).

5.2.2 Vazão de líquido 2,7 m3 /h


Vazão de gás 2,58 m3 /h

Para a condição de vazão de líquido de 2,7 m3 /h e vazão de gás 2,58 m3 /h com


uma taxa de injeção v + +wi = 0, 001, é possível observar que as bolhas começam a
se desfragmentar. A turbulência devido à injeção na parede quebra a bolha, aumen-
tando assim a quantidade de bolhas pequenas ao longo do escoamento, conforme
ilustrado na Figura 5.19.

68
Figura 5.19: Escoamento em golfadas com injeção de v + +wi = 0, 0001, posição 13
metros à jusante da entrada do experimento. Sentido do escoamento (⇐=).

5.2.3 Vazão de líquido 2,85 m3 /h


Vazão de gás 2,56 m3 /h

Com um aumento na taxa de injeção (v + +wi = 0, 001) observado na Fig. 5.20


é possível verificar um aumento na quantidade de bolhas pequenas dispersas no
líquido, que tendem a migrar para a parte superior do tubo, formando uma camada
de bolhas pequenas que deslocam a bolha grande para a região central ou inferiro do
tubo. O processo de quebra de bolhas longas é atribuído ao aumento da turbulência
causado pela elevação da taxa de injeção.

Figura 5.20: Escoamento em golfadas com injeção de v + +wi = 0, 0001, posição 13


metros à jusante da entrada do experimento. Sentido do escoamento (⇐=).

69
O padrão de escoamento mostrado na Fig. 5.20 ilustra as dificuldades que são
encontradas na aplicação de técnicas experimentais para a determinação das propri-
edades do escoamento. A quantidade significativa de bolhas pequenas que ocupam
a parte superior da tubulação e em toda a célula unitária tende a distorcer o sinal
de sensores, gerando ruídos. Os sinais fornecidos por um sensor de detecção de fase
a laser posicionado em 3 m à jusante da entrada são mostrados na Fig. 5.21. As
formas das bolhas ainda são bem discernidas, de modo que seus comprimentos e
frequências de passagem podem ser caracterizados.

Figura 5.21: Sinal do sensor de detecção de bolha em x=3m. Fonte: Bandeira et al.
(2017).

A medida que o nível de turbulência aumenta em x = 13 m, a luz laser está


fortemente dispersa, dando origem a um sinal de análise difícil como ilustrado na
Fig. 5.22.

5.3 Medição de pressão


5.3.1 Vazão de líquido de 2, 455m3 /h
A Figura 5.23 ilustra o comportamento do diferencial de pressão para o escoa-
mento monofásico com taxa de injeção de 0.0000, 0.0005 e 0.0010.
A Figura 5.24 ilustra o comportamento do diferencial de pressão para o escoa-
mento monofásico e bifásico com vazão de gás de 1,21 m3 /h e 1,81 m3 /h sujeito a
uma taxa de injeção de 0.0005. Observa-se que quanto maior a vazão de gás, maior é
o diferencial de pressão. O comportamento gráfico das linhas de diferencial de pres-

70
Figura 5.22: Sinal do sensor de detecção de bolha em x = 13 m. Fonte: Bandeira
et al. (2017).

Figura 5.23: Diferencial de pressão para escoamento monofásico com taxa de injeção
de 0.0000, 0.0005 e 0.0010.

71
são mantém uma tendência de parabólica devido à aceleração do fluido adicionado
na parede.

Figura 5.24: Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico com taxa
de injeção de 0,0005.

A Figura 5.25 ilustra o comportamento do diferencial de pressão para o escoa-


mento monofásico e bifásico com vazão de gás de 1,61 m3 /h sujeito a uma taxa de
injeção de 0,001. O mesmo comportamento gráfico das linhas de diferencial de pres-
são mencionado no parágrafo anterior é observado para a taxa de 0,001, entretanto
o comportamento do diferencial de pressão é maior.

Figura 5.25: Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico com taxa
de injeção de 0,001.

Para a condição de taxa de injeção igual a zero, as pressões tanto do escoamento


monofásico quando do bifásico se comportam de uma forma linear, isso ocorre por

72
que o fluido não tem o termo da aceleração resultante da injeção de massa. A
Figura 5.26 ilustra o diferencial de pressão sem injeção de fluido na parede, para
escoamentos monofásico e bifásico.

Figura 5.26: Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico sem inje-
ção de fluido na parede.

A Figura 5.27 ilustra todas as condições com e sem injeção. Observa-se que
quanto maior é a vazão de ar e a injeção de fluido na parede, maior será o diferencial
de pressão.

Figura 5.27: Diferencial de pressão monofásico e bifásico, com e sem injeção de fluido
na parede.

73
5.3.2 Vazão de líquido de 2,85 m3 /h
Para a vazão de líquido igual a 2,85 m3 /h, o comportamento da distribuição de
pressões é semelhante aos das vazões anteriores. A variação de pressão é maior para
condição de maior vazão de gás e maior taxa de injeção, conforme ilustra a fFigura
5.28.

Figura 5.28: Diferencial de pressão monofásico e bifásico, com e sem injeção de fluido
na parede para vazão de líquido de 2,85 m3 /h.

5.4 Comprimento, velocidade e frequência de pas-


sagem de bolhas
As mudanças nos comprimentos das bolhas são resultado do aumento do nível
de turbulência devido à injeção da parede. Foram realizadas medições na posição
x = 7m. Para um valor fixo de Ql = 2, 6m3 h−1 e Qg = 2m3 h−1 (±0, 4), o aumento
++
de vwi reduz em grande parte o comprimento da bolha lf . Para a taxa de injeção
zero, o valor médio de lf é de 0, 443 m; com taxas de injeção de 0, 0005 e 0, 001 o
comprimento é reduzido para 0, 243 e 0, 194 m, respectivamente. A Fig. 5.29 ilustra
tal comportamento.
A injeção na parede também provoca modificações na velocidade de translação
das bolhas longas como mostrado na Fig. 5.30. A maior taxa de injeção provoca
um aumento de 20% em Vt .
Os efeitos da injeção na parede também provocam mudanças na frequência de
passagem das bolhas, conforme ilustra a Fig. 5.31.

74
Figura 5.29: Distribuição comprimento da bolha. Fonte: Adaptado de Bandeira et
al. (2017)

Figura 5.30: Distribuição velocidade da bolha. Fonte: Adaptado de Bandeira et al.


(2017)

Figura 5.31: Distribuição frequência de passagem de bolha. Fonte: Adaptado de


Bandeira et al. (2017)

75
5.5 Validação dos modelos de Dukler e Hubbard
(1975) e Orell (2005)
Os dados de diferencial de pressão experimentais são comparados com as previ-
sões obtidas através dos modelos de Dukler e Hubbard e Orell nas Figuras (5.32),
(5.33) e (5.34). O comportamento da pressão para escoamentos sem injeção de
fluido na parede é ilustrado na Fig. 5.32. Para as menores vazões de líquido e
gás (Ql = 2, 46m3 h−1 ; Qg = 1, 38m3 h−1 ), observa-se um bom resultado entre as
previsões teóricas e os resultados experimentais.

Figura 5.32: Perda de carga para escoamento bifásico sem injeção. Fonte: Bandeira
et al. (2017).

Considerando a perda de carga total para os escoamentos sem transpiração cuja


vazão de líquido é de 2, 46m3 h−1 e a de gás igual 1, 38m3 h−1 , o erro entre a previsão
teórica e os dados experimentais foi de 11% (Dukler e Hubbard) e 3% (ORREL).
Para as vazões de líquido igual a 2, 46m3 h−1 e a de gás igual a 2, 06m3 h−1 ), o
erro foi de 7% (Dukler e Hubbard) e 2% (ORELL). E para as maiores vazões de
líquido, igual a 2, 85m3 h−1 e a de gás igual a Qg = 3, 58m3 h−1 , as diferenças são
inferiores a 3, 5% (Dukler e Hubbard) e 3% (Orell).
O aumento da perda de carga é observado nos escoamentos sujeito à injeção
de fluido na parede. Para os Qg mais baixos, (Dukler e Hubbard) e (Orell) su-
bestimam os dados experimentais em 20% e 25%. Para maiores Qg , as diferenças
estão dentro de 15% (Dukler e Hubbard) e 18% (Orell). Para o escoamento com a
Ql = 2, 46m3 h−1 e taxa de injeção 0,001, os modelos estimaram a queda de pressão
em 10% (Dukler e Hubbard) e 11% (Orell) em relação ao dado experimental.
Para todas as três condições experimentais, as previsões fornecidas pelo mo-
delo Orell sempre forneceram resultados menores do que os calculados pelo modelo

76
Figura 5.33: Perda de carga para escoamento bifásico com taxa de injeção de (a)
0,0005 e (b) 0,001. Fonte: Bandeira et al. (2017).

Figura 5.34: Perda de carga para escoamento bifásico com taxa de injeção de 0,001.
Fonte: Bandeira et al. (2017).

77
de Dukler e Hubbard. Entretanto, observa-se que, à medida que Qg aumenta, os
resultados obtidos por ambos os modelos se tornam muito próximos.
Para o escoamento com Ql = 2, 85m3 h−1 e taxa de injeção de 0,001, três valores
diferentes de Qg foram testados: 1, 45; 1, 90 e 2, 54m3 h−1 . A distinção em previsões
entre os modelos de Dukler e Hubbard e Orell é muito pequena. Ambos os modelos
geraram resultados com uma diferença em relação os dados experimentais de 25%,
23% e 18% à medida que Qg aumenta.

78
Capítulo 6

Conclusões

O presente trabalho estudou o comportamento dos escoamentos monofásicos e


bifásicos em padrão de golfadas em tubos horizontais, com injeção de fluido na
parede. Foram apresentados nove novos conjuntos de dados experimentais. Em
particular, o trabalho discute a mecânica da quebra de bolhas pela turbulência e
os efeitos resultantes sobre mudanças na velocidade de translação, comprimento do
filme e a frequência de passagem das células unitárias.
Para o escoamento monofásico, os resultados observados nos perfis de veloci-
dades mostram que a medição diretamente na seção a qual está sujeita a injeção
descreve melhor o comportamento do fluido. Quando comparados os perfis com e
sem injeção observa-se que a turbulência aumenta devido à injeção do fluido e o
perfil de velocidade é modificado em função do fluxo de massa injetado ao longo do
comprimento.
Apesar do aumento da velocidade no centro da tubulação, quando determinado
o fator de forma (β), observa-se que para os dois casos estudados na mesma posição
de 13,15 m à jusante da entrada da seção de teste, os perfis tiveram o fator de forma
(β) relativamente próximos para condições de velocidades distintas.
Realizando uma análise do perfil de velocidade ilustrado na Figura 5.5, conclui-se
que os perfis se comportam de forma semelhante ao observado por Olson e Eckert
(1966), ou seja, a condição de injeção de fluido na parede em um escoamento total-
mente desenvolvido resulta em um aumento da velocidade no centro da tubulação.
O comportamento da pressão foi comparado com a equação da lei da resistência
e o efeito da aceleração fornece previsões de queda de pressão com uma precisão de
cerca de 3%.
Considerando o escoamento bifásico, observou-se que para todas as condições
experimentais ensaiadas, a perda de carga é maior que no escoamento monofásico e,
para a condição em que o escoamento está sujeito à injeção de fluido, essa diferença
aumenta ainda mais.
Com a técnica de visualização por Dimensionamento de Sombras, foi possível

79
observar que em todas as condições de escoamento bifásico (gás - líquido) sujeito à
transpiração de fluido na parede, houve quebra das bolhas longas. A turbulência
na parede aumenta devido à injeção de fluido, provocando a quebra de bolhas. No
caso de maior vazão de líquido e de gás ensaiados, a quantidade de bolhas menores
(bolhas dispersas) é tão grande que é criada uma resistência ao deslocamento da
bolha longa na parte superior da tubulação. Este efeito desloca as bolhas longas em
direção ao centro da tubulação.
As Figuras 5.29, 5.30 e 5.31 mostraram que quanto maior a injeção, menor será
o comprimento da bolha, maior será sua velocidade e sua frequência de passagem.
Isso ocorre porque a injeção desfragmenta a bolha, de modo a diminuir seu tamanho
ao longo do comprimento da tubulação.
No escoamento bifásico, todos os dados experimentais foram comparados com
versões estendidas das teorias de Dukler e Hubbard e de Orell. A ênfase foi colocada
na previsão da distribuição de pressão, mas os resultados para outras propriedades,
incluindo a velocidade e os comprimentos da bolha, também foram discutidos em
Bandeira et al. (2017). Os modelos de células unitárias foram capazes de fornecer
previsões de distribuição de pressão de cerca de 20% abaixo dos dados experimentais.
Verificou-se que as correções no coeficiente de atrito impactaram tanto quanto
11% nas previsões da perda de carga total, embora em mudanças médias tenham
sido da ordem de 4%. As correções de aceleração impactaram os resultados em
média em 12, 5%, com valores máximos de 14%.
A discrepância entre os resultados experimentais e os do modelo estendido de
Dukler e Hubbard, e de Orell, explica-se pelo fato de que o modelo estudado apre-
senta uma complexidade, pois além de descrever uma modelagem que caracterize as
velocidades de cada fase envolvida, torna-se necessário modelar matematicamente
dentro do modelo de célula unitária efeitos de rugosidade, turbulência, a parcela
de aceleração da fase líquida em função do aumento do fluxo de massa (ρu2 ) e ou-
tros efeitos que contribuem para a quebras de bolhas. Tais efeitos mencionados não
foram incorporados nos modelos utilizados.

80
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de fevereiro de 2019.

89
Apêndice A

Dados de Pressão

A.1 Dados de Pressão Monofásico


Esta seção contém os dados de diferencial de pressão obtido durante os experi-
mentos, como também os dados teóricos obtidos pela Lei da resistência. As tabelas
(A.1), (A.2) e (A.3) contém os dados para a vazão de 2455 litros/hora com taxas
de injeção de (v + = 0, 0000), (v + = 0, 0005) e (v + = 0, 0010) respectivamente. As
tabelas (A.4), (A.5) e (A.6) contém os dados para a vazão de 2850 litros/hora com
taxas de injeção de (v + = 0, 0000), (v + = 0, 0005) e (v + = 0, 0010) respectivamente.
E as tabelas (A.7), (A.8) e (A.9) apresentam os dados para a vazão de 3310 li-
tros/hora com taxas de injeção de (v + = 0, 0000), (v + = 0, 0005) e (v + = 0, 0010)
respectivamente.

A.2 Dados de Pressão bifásico


O Primeiro ponto de pressão está localizado a 3,25 metros da entrada da seção
de teste. A tabela A.10 apresenta os dados de pressão bifásico

90
Tabela A.1: Vazão 2455 litros/hora sem injeção
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 290,50 192,94
∆P 2 1 485,00 385,89
∆P 3 1,5 702,00 578,83
∆P 4 2 880,00 771,78
∆P 5 2,5 1080,00 964,72
∆P 6 3 1222,00 1157,67
∆P 7 3,5 1377,00 1350,61
∆P 8 4 1612,50 1543,55
∆P 9 4,5 1744,50 1736,50
∆P 10 5 1952,50 1929,44
∆P 11 5,5 2096,00 2122,39
∆P 12 6 2331,50 2315,33
∆P 13 6,5 2477,50 2508,28
∆P 14 7 2695,00 2701,22
∆P 15 7,5 2848,50 2894,16
∆P 16 8 3053,00 3087,11
∆P 17 8,5 3253,00 3280,05
∆P 18 9 3481,50 3473,00
∆P 19 9,5 3639,50 3665,94
∆P 20 10 3842,50 3858,89
∆P 21 10,5 4055,00 4051,83

Tabela A.2: Vazão 2455 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005


Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 418,50 348,82
∆P 2 1 878,00 717,12
∆P 3 1,5 1299,50 1105,51
∆P 4 2 1812,00 1514,59
∆P 5 2,5 2124,00 1944,95
∆P 6 3 2473,00 2397,19
∆P 7 3,5 2881,50 2871,93
∆P 8 4 3445,00 3369,76
∆P 9 4,5 3864,50 3891,29
∆P 10 5 4392,00 4437,11
∆P 11 5,5 4900,00 5007,82
∆P 12 6 5558,00 5604,04
∆P 13 6,5 6095,50 6226,35
∆P 14 7 6759,50 6875,35
∆P 15 7,5 7390,00 7551,64
∆P 16 8 8102,50 8255,81
∆P 17 8,5 8956,00 8988,46
∆P 18 9 9794,50 9750,17
∆P 19 9,5 10552,50 10541,50
∆P 20 10 11316,50 11363,10
∆P 21 10,5 12262,50 12215,50

91
Tabela A.3: Vazão 2455 litros/hora com taxa de injeção 0, 001
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 419,50 528,08
∆P 2 1 1183,50 1102,58
∆P 3 1,5 1819,00 1725,63
∆P 4 2 3052,00 2339,40
∆P 5 2,5 3308,00 3126,04
∆P 6 3 3875,00 3907,67
∆P 7 3,5 4564,50 4746,43
∆P 8 4 5476,50 5644,42
∆P 9 4,5 6340,50 6603,75
∆P 10 5 7341,50 7626,49
∆P 11 5,5 8304,50 8714,69
∆P 12 6 9568,00 9870,41
∆P 13 6,5 10644,50 11095,70
∆P 14 7 12036,00 12392,40
∆P 15 7,5 13355,50 13762,70
∆P 16 8 14763,00 15208,40
∆P 17 8,5 16488,00 16731,60
∆P 18 9 18361,00 17907,10
∆P 19 9,5 20020,50 20017,60
∆P 20 10 21671,50 21242,90
∆P 21 10,5 23665,50 23635,70

Tabela A.4: Vazão 2850 litros/hora sem injeção


Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 338,50 265,36
∆P 2 1 634,00 530,72
∆P 3 1,5 980,00 796,08
∆P 4 2 1260,50 1061,43
∆P 5 2,5 1500,00 1326,79
∆P 6 3 1723,50 1592,15
∆P 7 3,5 1936,50 1857,51
∆P 8 4 2249,50 2122,87
∆P 9 4,5 2435,00 2388,23
∆P 10 5 2712,50 2653,58
∆P 11 5,5 2894,00 2918,94
∆P 12 6 3224,50 3184,30
∆P 13 6,5 3411,00 3449,66
∆P 14 7 3701,50 3715,02
∆P 15 7,5 3912,50 3980,38
∆P 16 8 4177,00 4245,73
∆P 17 8,5 4433,50 4511,09
∆P 18 9 4729,50 4776,45
∆P 19 9,5 4926,50 5041,81
∆P 20 10 5169,50 5307,17
∆P 21 10,5 5431,50 5572,53

92
Tabela A.5: Vazão 2850 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 491,00 479,84
∆P 2 1 1119,50 986,32
∆P 3 1,5 1665,00 1520,25
∆P 4 2 2114,50 2082,42
∆P 5 2,5 2803,00 2673,63
∆P 6 3 3352,00 3294,68
∆P 7 3,5 3901,00 3946,35
∆P 8 4 4831,50 4629,44
∆P 9 4,5 5355,00 5344,74
∆P 10 5 6089,50 6093,05
∆P 11 5,5 6752,50 6875,15
∆P 12 6 7739,00 7691,82
∆P 13 6,5 8440,00 8543,86
∆P 14 7 9573,50 9432,04
∆P 15 7,5 10343,00 10357,10
∆P 16 8 11410,50 11319,90
∆P 17 8,5 12534,50 12321,20
∆P 18 9 13687,50 13361,70
∆P 19 9,5 14712,50 14442,20
∆P 20 10 15928,50 15563,40
∆P 21 10,5 17093,00 16726,20

Tabela A.6: Vazão 2850 litros/hora com taxa de injeção 0, 001


Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 687,00 768,01
∆P 2 1 1629,50 1606,46
∆P 3 1,5 3108,50 2518,63
∆P 4 2 5235,50 3507,76
∆P 5 2,5 6241,00 4577,07
∆P 6 3 6998,00 5729,74
∆P 7 3,5 8159,50 6968,94
∆P 8 4 9544,00 8297,75
∆P 9 4,5 10770,50 9719,27
∆P 10 5 12193,00 11236,50
∆P 11 5,5 13542,00 12852,40
∆P 12 6 15359,00 14570,00
∆P 13 6,5 16853,50 16392,20
∆P 14 7 19022,50 18321,70
∆P 15 7,5 20759,50 20361,40
∆P 16 8 22939,50 22514,10
∆P 17 8,5 25400,00 24728,40
∆P 18 9 27987,50 27169,10
∆P 19 9,5 30369,00 29676,70
∆P 20 10 32942,50 32307,90
∆P 21 10,5 35984,50 35065,20

93
Tabela A.7: Vazão 3310 litros/hora sem injeção
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 399,00 366,36
∆P 2 1 740,00 732,72
∆P 3 1,5 1124,00 1099,08
∆P 4 2 1504,00 1465,44
∆P 5 2,5 1750,00 1831,80
∆P 6 3 2010,00 2198,16
∆P 7 3,5 2304,00 2564,52
∆P 8 4 2747,00 2930,88
∆P 9 4,5 3011,00 3297,24
∆P 10 5 3411,00 3663,59
∆P 11 5,5 3684,00 4029,95
∆P 12 6 4134,00 4396,31
∆P 13 6,5 4416,00 4762,67
∆P 14 7 4840,00 5129,03
∆P 15 7,5 5151,00 5495,39
∆P 16 8 5533,00 5861,75
∆P 17 8,5 5937,00 6228,11
∆P 18 9 6390,00 6594,47
∆P 19 9,5 6710,00 6960,83
∆P 20 10 7111,00 7327,19
∆P 21 10,5 7528,00 7693,55

Tabela A.8: Vazão 3310 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005


Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 455,50 639,79
∆P 2 1 1312,50 1313,61
∆P 3 1,5 1941,00 2022,39
∆P 4 2 2782,50 2767,06
∆P 5 2,5 3358,50 3548,58
∆P 6 3 3983,50 4367,85
∆P 7 3,5 4741,00 5225,81
∆P 8 4 5714,50 6123,38
∆P 9 4,5 6493,50 7061,46
∆P 10 5 7465,00 8040,97
∆P 11 5,5 8292,50 9062,82
∆P 12 6 9573,00 10127,90
∆P 13 6,5 10498,00 11237,10
∆P 14 7 11705,50 12391,30
∆P 15 7,5 12748,00 13591,40
∆P 16 8 14106,50 14838,20
∆P 17 8,5 15470,50 16132,70
∆P 18 9 17093,50 17475,60
∆P 19 9,5 18380,50 18867,90
∆P 20 10 19909,50 20310,30
∆P 21 10,5 21433,50 21803,80

94
Tabela A.9: Vazão 3310 litros/hora com taxa de injeção 0, 001
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 705,71 989,72
∆P 2 1 2032,38 2065,56
∆P 3 1,5 3061,43 32131,16
∆P 4 2 4500,95 4490,10
∆P 5 2,5 5669,52 5845,91
∆P 6 3 6688,57 7302,07
∆P 7 3,5 8065,24 8861,98
∆P 8 4 9914,29 10529,00
∆P 9 4,5 11452,86 12306,50
∆P 10 5 13364,76 14197,60
∆P 11 5,5 15162,38 16205,60
∆P 12 6 17579,05 18333,60
∆P 13 6,5 19630,48 20584,60
∆P 14 7 22308,57 22961,70
∆P 15 7,5 24604,76 25467,70
∆P 16 8 27300,00 28105,70
∆P 17 8,5 30410,00 30878,50
∆P 18 9 33694,29 33788,80
∆P 19 9,5 36780,00 36839,40
∆P 20 10 40130,00 40032,90
∆P 21 10,5 43627,62 43372,40

95
Tabela A.10: Vazão de líquido de 2, 46 m3 /h e Vazão de gás de 1, 6 m3 /h com taxa
de injeção 0, 001
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa]
∆P 1 0,5 457,14
∆P 2 1 1061,43
∆P 3 1,5 1962
∆P 4 2 3321,43
∆P 5 2,5 3733,14
∆P 6 3 4401,14
∆P 7 3,5 5307,71
∆P 8 4 6388,29
∆P 9 4,5 7241,43
∆P 10 5 8343,14
∆P 11 5,5 9283,14
∆P 12 6 10625,43
∆P 13 6,5 11644,29
∆P 14 7 13132,57
∆P 15 7,5 1431343
∆P 16 8 15926,86
∆P 17 8,5 17631,71
∆P 18 9 19541,71
∆P 19 9,5 21252,86
∆P 20 10 22917,71
∆P 21 10,5 25000,86

96
Apêndice B

Janela de acrílico para medição LDA

Figura B.1: Janela de acrílico com curvatura usada para medição com LDA

97
Apêndice C

Seção de Teste utilizando a Janela de


FEP

O Anemômetro Laser Doppler, é uma técnica óptica de medição não intrusiva, o


qual utiliza dois feixes do laser que se cruzam no interior da tubulação, possibilitando
a medição do campo de velocidade do escoamento. Para a medição do perfil de
velocidade através do LDA, é necessário haver um acesso para a entrada dos lasers,
sendo assim, foi projetada uma seção especial com uma janela plana de acrílico e uma
janela de FEP no tubo de tela, permitindo dessa forma um acesso ao escoamento
para realizar a medição na parede que ocorre a transpiração do fluido.
Para o trecho especial do LDA

• tubo de tecido de aço de 300 milímetros de comprimento e 31,75 milímetros


de diâmetro;

• 2,9 kg de miçangas de 2 milímetros de diâmetro;

• tubo perfurado com 300 milímetros de comprimento e 97 milímetros de diâ-


metro;

• tubos flangeados para permitir a conexão entre as seções, feito de aço inox de
300 milímetros de comprimento e 127 milímetros de diâmetro.

• dois tampos anulares de PVC de 34 milímetros de diâmetro interno e 93,5


milímetros de diâmetro externo;

• dois tampos anulares de PVC de 98 milímetros de diâmetro interno e 127


milímetros de diâmetro externo;

• dois tampos de aço flangeados;

• dois tampos de borracha de 34 milímetro interno e 127 milímetros de diâmetro


externo;

98
• 16 parafusos sextavados;

• uma janela de acrílico de 130 milímetros de altura por 130 milímetros de


largura e 8 milímetros de espessura.

• uma janela de FEP (Etileno Propileno Fluorado)

A figura C.1 ilustra a montagem de uma das seções que compõem o circuito
experimental.

Figura C.1: Seção de 0,3 metro usado para medição com LDA

Esta secção de teste foi composta por uma janela de 1,6 mm de espessura feita
de etileno propileno fluorado Teflon FEP. Este material tem um índice de refração
de n = 1,334, que é bastante próximo do índice de refração da água que é o fluido
circulado no experimento, de modo que os efeitos da refração são bastante pequenos.
O uso desta janela em combinação de uma janela de acrílico plana e quadrada na
parte exterior, permite ter o acesso ao escoamento e minimiza a refração dos raios
laser. Como resultado, podemos realizar medições na parede viscosa sujeita a injeção
do fluido. As paredes da janela de acrílico têm uma espessura de 8 mm. A utilização
de tubos de FEP para realizar medições em tubulações curvas e foi abordado por
TOONDER e NIEUWSTADT (1997), HEWITT et al. (1990) e FARIAS (2010).
A figura C.3 ilustra o volume de controle na parede sujeita a injeção.

99
Figura C.2: Seção de teste para medição com LDA

Figura C.3: Visualização medição LDA

100
Apêndice D

Calibração

D.1 Correção do Rotâmetro em função da pressão


As tabelas D.1, D.2 e D.3 apresentam os dados de pressão absoluta e pressão
manométrica, além de dados da temperatura necessários para a correção de vazão
de ar no rotâmetro. Considerar:
QRot = Vazão de ar indicada pelo rotâmetro.
Pm = Pressão manométrica.
Pa = Pressão absoluta.
T = Temperatura.
QCRot = Vazão de ar corrigida.

Sem Injeção de fluido na parede

Tabela D.1: Vazão 2, 455 m3 /h sem injeção


QRot (m3 /h) Pm (bar) Pa (bar) T (◦C) QCRot (m3 /h)
0, 7 0,3455 1,3585 23,4000 0,5178
2 0,3650 1,3795 23,4000 1,3789
3 0,3836 1,3966 23,4000 2,0647
4 0,3931 1,4061 23,4000 2,7307
5 0,4080 1,4210 23,4000 3,2754
6 0,4147 1,4277 23,4000 3,7408

Taxa de injeção de 0,0005

A tabela D.4 apresenta os dados de pressão absoluta e pressão manométrica, além


de dados da temperatura necessários para a correção de vazão de ar no rotâmetro
para uma condição de injeção na seção de teste de 0,0005.

101
Tabela D.2: Vazão 2, 85 m3 /h sem injeção
3
QRot (m /h) Pm (bar) Pa (bar) T (◦C) QCRot (m3 /h)
1 0,3948 1,4078 23,5000 0,6947
2 0,4152 1,4282 23,5000 1,3316
3 0,4247 1,4377 23,5000 2,0054
4 0,4389 1,4519 23,5000 2,6441
5 0,4563 1,4693 23,5000 3,1671
6 0,4756 1,4886 23,5000 3,5871

Tabela D.3: Vazão 3, 31 m3 /h sem injeção


3
QRot (m /h) Pm (bar) Pa (bar) T (◦C) QCRot (m3 /h)
0, 7 0,4356 1,4486 23,5000 0,4855
2 0,4543 1,4673 23,5000 1,2962
3 0,4779 1,4909 23,5000 1,9338
4 0,5061 1,5191 23,5000 2,5272
5 0,5201 1,5331 23,5000 3,0354
6 0,5588 1,5718 23,4000 3,3971

Tabela D.4: Vazão 2, 455 m3 /h - taxa de injeção de 0,0005


QRot (m3 /h) Pm (bar) Pa (bar) T (◦C) QCRot (m3 /h)
0, 7 0,5134 1,5264 24,0000 0,4611
2 0,5468 1,5598 24,0000 1,2203
3 0,5845 1,5975 24,0000 1,8062
4 0,6048 1,6178 24,0000 2,3749
5 0,6386 1,6516 24,0000 2,8200
6 0,6609 1,6739 24,0000 3,1927

102
Taxa de injeção de 0,001

As tabelas D.5, D.6, D.7 e D.8 apresentam os dados de pressão absoluta e pressão
manométrica, além de dados da temperatura necessários para a correção de vazão
de ar no rotâmetro para uma condição de injeção na seção de teste de 0,001.

Tabela D.5: Vazão 2, 455 m3 /h - taxa de injeção de 0,001


QRot (m3 /h) Pm (bar) Pa (bar) T (◦C) QCRot (m3 /h)
0, 7 1,013 24,0000
2 0,7526 1,7656 24,0000 1,0781
3 0,7863 1,7993 24,0000 1,6037
4 0,8251 1,8381 24,0000 2,0903
5 0,8500 1,8630 24,0000 2,5000
6 0,8999 1,9129 24,0000 2,7938

Tabela D.6: Vazão 2, 85 m3 /h - taxa de injeção de 0,001


QRot (m3 /h) Pm (bar) Pa (bar) T (◦C) QCRot (m3 /h)
0, 7 0,8614 1,8744 23,5000 0,3572
2 0,9313 1,9443 23,5000 0,9782
3 0,9736 1,9866 23,5000 1,4513
4 1,0123 2,0253 23,5000 1,8955
5 1,0458 2,0588 23,5000 2,2603
6 1,0882 2,1012 23,5000 2,5413

Tabela D.7: Vazão 2, 7 m3 /h - taxa de injeção de 0,001


QRot (m3 /h) Pm (bar) Pa (bar) T (◦C) QCRot (m3 /h)
6 1,0552 2,0682 23,4000 2,5818

103
Tabela D.8: Vazão 2, 75 m3 /h - taxa de injeção de 0,001
QRot (m3 /h) Pm (bar) Pa (bar) T (◦C) QCRot (m3 /h)
3 0,9441 1,9571 23,5000 1,4732
6 1,0693 2,0823 23,4000 2,5644

104
Apêndice E

Calibração medidor de vazão

As figuras E.1,E.2,E.3,E.4 e E.5 ilustram o certificado de calibração do medidor


de vazão de líquido.

Figura E.1: certificado de calibração pag. 1

105
Figura E.2: certificado de calibração pag. 2

106
Figura E.3: certificado de calibração pag. 3

107
Figura E.4: certificado de calibração pag. 4

108
Figura E.5: certificado de calibração pag. 5

109

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