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Rio de Janeiro
Março de 2019
ESTUDO EXPERIMENTAL DO EFEITO DA TRANSPIRAÇÃO DE FLUIDO
EM ESCOAMENTOS MONOFÁSICO E BIFÁSICO (GÁS - LÍQUIDO) EM
TUBULAÇÕES HORIZONTAIS
Examinada por:
iii
Agradecimentos
Primeiramente gostaria de agradecer a Deus pelo dom da vida e por sempre ter
me conduzido aos melhores caminhos.
Agradeço à minha família por todas as motivações e auxílio, minha fonte de
inspiração para tudo. À minha mãe Maria Audenir e ao meu pai Jailson Bandeira,
a quem eu devo toda a gratidão do mundo por ter me educado, pelo carinho mesmo
longe. Aos meus irmãos Jadson Bandeira e Juliane Bandeira e minha sobrinha
querida Maria Júlia por todo amor e carinho, além de serem meus melhores amigos,
com quem eu sempre posso contar em todas as situações.
Gostaria agradecer aos meus orientadores, professor Atila Pantaleão Silva Freire,
que teve um papel fundamental na construção da minha pós-graduação, sempre
com objetivo de motivar desde o mestrado até o fim do doutorado. À professora
Juliana Braga Rodrigues Loureiro, agradeço por toda paciência e ensinamentos das
técnicas experimentais, bem como pela atenção e o rigor em reportar resultados de
excelência. Sou eternamente grato por tudo que fizeram por mim.
A todos os amigos do Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos, agradeço
pelo agradável convívio durante esses quatro anos. Em especial ao meu amigo Gus-
tavo Oviedo, que iniciou juntamente comigo na pós-graduação e sempre foi com-
panheiro nestes anos. À Ângela Suares, Yasmim Gavioli, Leonardo Castellanos,
agradeço pelo companheirismo no laboratório.
Ao corpo técnico do NIDF, em especial Alexandre, Vinícius e Thiago por todo
auxilio nos reparos e construções realizados para o funcionamento da bancada de
teste. Ao Sérgio pela amizade e motivação diária ao longo desses quatro anos. Ao
Laerte pela ajuda na tentativa de criação do sensor para medição do sistema bifásico.
Ao Daniel Rodrigues por toda ajuda computacional.
Aos meus amigos Natália, Marcos, Édina, Katia e os demais de forma direta ou
indireta me ajudaram ao longo do doutorado.
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) por
todo o suporte financeiro.
A COPPE/UFRJ, ao Departamento de Engenharia Mecânica pelo ensino de
qualidade, em especial a Vera Noronha por toda pronta assistência.
iv
Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários
para a obtenção do grau de Doutor em Ciências (D.Sc.)
Março/2019
v
Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Doctor of Science (D.Sc.)
March/2019
The present work investigates the changes on the properties of horizontal slug
flows subject to fluid injection at the wall. Pressure measurements were performed
for single-phase and two-phase gas-liquid flows in a fourteen meter long pipe, sub-
jected to two different injection rates. Pressure drop along the porous pipe was mea-
sured for nine different experimental conditions. The properties of the two-phase
flow were measured through a Shadow Sizer system and with the aid of resistivity
probes. The observed changes due to the effects of transpiration were the breakup
of long bubbles, with subsequent increase of the passage frequency and decrease of
the characteristic lengths of the unit cells. Besides the results for two-phase flows,
velocity field and turbulent intensity were measured using Laser-Doppler Anemom-
etry directly on the wall subject to transpiration. Given the present experimental
results, the work also performs a validation of the extended version of the model
of Dukler and Hubbard(1975) and Orell (2005) for flows with transpiration. For
single-phase flows, the data were compared with the law of resistance developed for
rough flows subject to transpiration.
vi
Sumário
Lista de Figuras ix
1 Introdução 1
2 Revisão Bibliográfica 4
2.1 Escoamentos com injeção na parede . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
2.2 Escoamentos em golfadas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
2.3 Modelo de célula unitária . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
2.3.1 Modelo de Dukler e Hubbard (1975) . . . . . . . . . . . . . . 17
2.3.2 Modelo de Orell (2005) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
3 Fundamentação Teórica 19
3.1 Lei de Resistência . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1.1 Lei da Resistência - Tubulações lisas . . . . . . . . . . . . . . 19
3.1.2 Lei da Resistência - Tubulações rugosas . . . . . . . . . . . . . 21
3.2 Perda de carga em tubulações com transpiração . . . . . . . . . . . . 22
3.3 Modelos de célula unitária para escoamento com transpiração . . . . 24
3.3.1 Modelo de Dukler e Hubbard (1975) . . . . . . . . . . . . . . 24
3.3.2 O modelo de célula unitária de Orell (2005) . . . . . . . . . . 27
4 Metologia experimental 30
4.1 Técnicas experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
4.1.1 Dimensionamento por Sombras . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
4.1.2 Anemometria Laser Doppler . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.2 Aparato Experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
4.3 Instrumentação, calibração e análise de incertezas . . . . . . . . . . . 50
5 Resultados e Discussões 57
5.1 Escoamento monofásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
5.1.1 Determinação do fator de forma - β . . . . . . . . . . . . . . . 60
vii
5.2 Escoamento bifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
5.2.1 Vazão de líquido 2,46 m3 /h . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
5.2.2 Vazão de líquido 2,7 m3 /h . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
5.2.3 Vazão de líquido 2,85 m3 /h . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5.3 Medição de pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5.3.1 Vazão de líquido de 2, 455m3 /h . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
5.3.2 Vazão de líquido de 2,85 m3 /h . . . . . . . . . . . . . . . . . . 74
5.4 Comprimento, velocidade e frequência de passagem de bolhas . . . . . 74
5.5 Validação dos modelos de Dukler e Hubbard (1975) e Orell (2005) . . 76
6 Conclusões 79
Referências Bibliográficas 81
A Dados de Pressão 90
A.1 Dados de Pressão Monofásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
A.2 Dados de Pressão bifásico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
D Calibração 101
D.1 Correção do Rotâmetro em função da pressão . . . . . . . . . . . . . 101
viii
Lista de Figuras
4.1 (a) Anotações de Leonardo da Vinci, (b) Reynolds e seu clássico ex-
perimento e (c) escoamento laminar e turbulento. Fonte: Adaptado
de Rott (1990). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
4.2 Principio de funcionamento do Dimensionamento por sombras (Sha-
dow sizer) - Fonte: Dantec Dynamics [1] . . . . . . . . . . . . . . . . 32
ix
4.3 Ilustração do método de janela fixa. Fonte: Matamoros et al. (2014). 34
4.4 Representação de uma imagem adquirida e a seleção da região de
interesse. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.5 Reconstrução de uma bolha longa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
4.6 Princípio de funcionamento do LDA - - Fonte: Adaptado de Dantec
Dynamics [1]. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
4.7 Transmissor ótico LDA - Fonte: Dantec Dynamics (2006). . . . . . . 37
4.8 LDA sistema em placa plana. Fonte: Zhang (2010). . . . . . . . . . . 37
4.9 Astigmatismo LDA. Fonte: Zhang (2010). . . . . . . . . . . . . . . . 38
4.10 LDA sistema em tubo circular. Fonte: Zhang (2010). . . . . . . . . . 39
4.11 Janela a ser usada com LDA em tubulações circulares - Fonte: Zhang
(2010). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.12 expansor do feixe do laser ou “beam expander”- Fonte: Dantec Dyna-
mics (2006). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
4.13 Laser LDA - Fonte: Dantec Dynamics (2006). . . . . . . . . . . . . . 40
4.14 Seção de um metro de comprimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 42
4.15 Seção de 0,3 metro usado para medição com LDA. . . . . . . . . . . . 43
4.16 Tecido de aço usado para fabricação do tubo transpirável. . . . . . . . 44
4.17 Tubo de tecido de aço com tomada de pressão. . . . . . . . . . . . . . 45
4.18 Meio poroso - Miçangas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
4.19 Tubo perfurado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
4.20 Tubo flangeado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
4.21 Conexões de isolamento da tomada de pressão. . . . . . . . . . . . . . 47
4.22 Janela de acrílico para medições ópticas. . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.23 Seção de teste para medição com LDA. . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
4.24 Seção de teste para medição com LDA. . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.25 Seção de teste instalada no NIDF. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
4.26 Experimento do Poço Horizontal - NIDF. . . . . . . . . . . . . . . . . 50
4.27 Diagrama esquemático do aparato experimental. . . . . . . . . . . . . 51
4.28 Medidor de vazão eletromagnético - CONAUT [1]. . . . . . . . . . . . 52
4.29 Medidor de vazão de gás: rotâmetro. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
4.30 Medidor de pressão diferencial. Fonte: EMERSON[1]. . . . . . . . . . 52
4.31 Calibração do sistema de Dimensionamento por sombras. . . . . . . . 54
x
5.5 Perfil de velocidade para o escoamento monofásico, Ql = 3, 31m3 /h. . 60
5.6 Flutuações turbulentas para o escoamento monofásico, Ql = 3, 31m3 /h. 61
5.7 Fator de forma β para condição de vazão de 3, 31m3 /h sem injeção. . 62
5.8 Fator de forma β para condição de vazão de 3, 31m3 /h com injeção
de 0,001. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 62
5.9 Fator de atrito. Fonte: Bandeira et al (2017). . . . . . . . . . . . . . 63
5.10 Escoamento em golfadas sem injeção na posição de 7 metros à jusante
da entrada do experimento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
5.11 Escoamento em golfadas com injeção de v + +wi = 0, 0005 na posição
de 7 metros à jusante da entrada do experimento. . . . . . . . . . . . 64
5.12 Escoamento em golfadas sem injeção, com vazão de liquido de 2,46
m3 /h e de gás igual a 0,52 m3 /h, na entrada do experimento. Sentido
do escoamento (⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5.13 Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás
igual a 0,52 m3 /h sujeito à injeção de 0,001. Sentido do escoamento
(⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 65
5.14 Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de
gás igual a 2,06 m3 /h, sem injeção de fluido na parede. Sentido do
escoamento (⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
5.15 Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás
igual a 1,8 m3 /h na posição de 7 metros à jusante da entrada: (a)
sem injeção, e (b) com injeção de 0,0005. . . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.16 Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de 1,81
m3 /h de ar, sujeito à injeção de 0.0005 a 7 m à jusante da entrada do
experimento. Sentido do escoamento (⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . 67
5.17 Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás
igual a 1,6 m3 /h na posição 7 metros à jusante da entrada: (a) sem
injeção, (b) com injeção de 0,001. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
5.18 Escoamento em golfadas com vazão de liquido igual a 2,46 m3 /h e
vazão de gás de 1, 60m3 /h sujeito a uma taxa de injeção de 0,001.
Sentido do escoamento (⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 68
5.19 Escoamento em golfadas com injeção de v + +wi = 0, 0001, posição 13
metros à jusante da entrada do experimento. Sentido do escoamento
(⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5.20 Escoamento em golfadas com injeção de v + +wi = 0, 0001, posição 13
metros à jusante da entrada do experimento. Sentido do escoamento
(⇐=). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 69
5.21 Sinal do sensor de detecção de bolha em x=3m. Fonte: Bandeira et
al. (2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 70
xi
5.22 Sinal do sensor de detecção de bolha em x = 13 m. Fonte: Bandeira
et al. (2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.23 Diferencial de pressão para escoamento monofásico com taxa de inje-
ção de 0.0000, 0.0005 e 0.0010. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
5.24 Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico com
taxa de injeção de 0,0005. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
5.25 Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico com
taxa de injeção de 0,001. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 72
5.26 Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico sem in-
jeção de fluido na parede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
5.27 Diferencial de pressão monofásico e bifásico, com e sem injeção de
fluido na parede. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
5.28 Diferencial de pressão monofásico e bifásico, com e sem injeção de
fluido na parede para vazão de líquido de 2,85 m3 /h. . . . . . . . . . 74
5.29 Distribuição comprimento da bolha. Fonte: Adaptado de Bandeira
et al. (2017) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5.30 Distribuição velocidade da bolha. Fonte: Adaptado de Bandeira et
al. (2017) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5.31 Distribuição frequência de passagem de bolha. Fonte: Adaptado de
Bandeira et al. (2017) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 75
5.32 Perda de carga para escoamento bifásico sem injeção. Fonte: Ban-
deira et al. (2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 76
5.33 Perda de carga para escoamento bifásico com taxa de injeção de (a)
0,0005 e (b) 0,001. Fonte: Bandeira et al. (2017). . . . . . . . . . . . 77
5.34 Perda de carga para escoamento bifásico com taxa de injeção de 0,001.
Fonte: Bandeira et al. (2017). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
B.1 Janela de acrílico com curvatura usada para medição com LDA . . . 97
xii
Lista de Tabelas
xiii
Capítulo 1
Introdução
1
Figura 1.1: Ilustração de configuração de poços de petróleo. Fonte: Petrobras[1].
2
códigos de previsão disponíveis hoje não é capaz de descrever efeitos como a rugo-
sidade da parede e as taxas de injeção. Esse é um problema sério que resulta em
estimativas pobres para fatores importantes como a queda de pressão ao longo do
poço horizontal.
O principal objetivo deste trabalho é realizar experimentos de referência em
uma tubulação horizontal com escoamento monofásico e bifásico gás-líquido, que
estão sujeitas à transpiração de fluido na parede. Esta caracterização experimental
permitirá modelar a influência da injeção na parede e descrever o comportamento
do fluido em termos de perda de carga e comportamento do perfil de velocidades.
Considerando o escoamento bifásico serão investigados experimentalmente: i) as
mudanças nas propriedades do escoamento gás-líquido em golfadas causadas pela
injeção de líquido na parede, através da utilização de sensores eletro-resistivos e da
técnica de dimensionamento por sombras; ii) o comportamento da perda de carga
nos escoamentos em golfadas sujeitos à injeção de fluido na parede.
Com respeito ao escoamento monofásico, serão analisados: i) os perfis de veloci-
dade locais, em termos de velocidades médias e estatísticas da turbulência, obtidas
através da Anemometria Laser-Doppler; e ii) as variações de pressão e vazão para
nove condições diferentes.
O presente documento está estruturado da seguinte forma: no Capítulo 2 é feita
a revisão da literatura referente a escoamentos bifásicos, escoamentos com injeção na
parede e modelos de células unitárias. Uma discussão sobre a fundamentação teórica
do escoamento monofásico e bifásico com transpiração na parede é apresentada no
Capítulo 3. Posteriormente, no Capítulo de Metodologia Experimental, as técnicas
experimentais de dimensionamento por sombras (Shadow Sizer) e Anemometria a
Laser-Doppler (LDA) são comentadas, assim como é feita a descrição do aparato
experimental projetado para simular a transpiração do fluido ao longo de quatorze
metros de comprimento. Ainda neste capítulo são descritos os procedimentos de
calibração e análise de incertezas dos sistemas de medições. Os resultados de pres-
são e os dados obtidos pelas técnicas de dimensionamento por sombras (Shadow
Sizer) e Anemometria a Laser Doppler (LDA) são apresentados no Capítulo 5. As
considerações finais do presente trabalho são feitas no Capítulo 6.
3
Capítulo 2
Revisão Bibliográfica
4
Figura 2.1: Comportamento da camada limite turbulenta em uma superfície sujeita
à injeção do fluido na parede.
velocidades de injeção (ou sucção) os valores das perturbações também são pequenos.
Mordouchow (1955) ainda relata que a injeção de fluido é de interesse prático em
conexão com o resfriamento de superfícies aquecidas, como pás de turbinas, paredes
de foguetes ou em voo de alta velocidade.
Yuan (1955) realizou uma investigação baseado na solução aproximada de Ber-
man (1953) para um escoamento laminar em um canal com paredes porosas. O autor
compara seu modelo com o de Mordouchow (1955) e apresenta seus resultados de
perfis de velocidade com uma validade para uma faixa de Reynolds na parede com
injeção ou sucção. Na Figura 2.2 é possível observar o aumento do perfil de velo-
cidade em função da adição de massa provocado pela injeção (R<0), já na sucção
(R>0) ocorre a redução do perfil de velocidade em função da retirada do fluido pelas
paredes.
Outros autores examinaram a solução de Berman para considerar a sucção na
parede dependente da pressão (Haldenwang, 2007) ou o efeito da condição de desli-
zamento (Chellam e Liu, 2006). Para o escoamento com altos números de Reynolds,
a busca de soluções analíticas é dificultada pela exigência natural do fechamento
de turbulência. Além disso, o escoamento turbulento é conhecido por ser sensível à
rugosidade da parede.
Para o escoamento externo, Stevenson (1963) mostra que a teoria envolvendo
injeção e sucção é baseada na teoria de Prandtl, assumindo um comprimento de
mistura proporcional à distância da parede, propondo uma lei da parede generalizada
para a injeção e a sucção, dada pela Equação 2.1. Stevenson (1963) realizou a
validação da sua lei com base em seus próprios experimentos.
5
Figura 2.2: Distribuição de velocidade em um canal com paredes porosas, onde λ
representa a distância do centro do canal até as paredes e R denota a taxa de injeção
ou sucção. Fonte: adaptado de Yuan (1955).
( 12 )
uτ vw u 1 uτ y
2 1+ 2 −1 = log + A. (2.1)
vw uτ κ υ
A lei proposta por Stevenson (1963) contempla a variável vw que quantifica a velo-
cidade da injeção ou sucção do fluido na parede e todas as outras variáveis seguem
suas definições clássicas.
Vigdorovich (2016) revisa a lei da parede de Stevenson (1963) considerando o
comportamento assintótico do perfil de velocidade na subcamada viscosa, contabili-
zando apenas o efeito de sucção. Estas análises foram realizadas em dutos simétri-
cos; a extensão das soluções para tubos circulares foi fornecida por Ergodan e Imrak
(2005) e Tsangaris et al. (2007).
Cheng e Chiew (1998) desenvolveram uma modelagem baseada na lei logarítmica
para descrever o escoamento com transpiração em um canal, a partir das equações
de conservação de quantidade de movimento e da equação para a energia cinética
turbulenta. Os autores incluem ainda efeitos de rugosidade na parede na formulação.
Silva Freire (1988) utilizou métodos de perturbação para obter uma lei da pa-
rede bi-logarítmica e uma expressão para o fator de atrito em escoamentos com
transpiração em tubulação, desenvolvendo soluções analíticas locais para a região
totalmente turbulenta que incorporam os efeitos do número local de Reynolds e da
taxa de transpiração. Os resultados foram comparados a dados experimentais de
6
injeção e sucção e se obteve concordância.
Taylor (1956) e Culick (1966) realizaram estudo da dedução de um modelo para
um escoamento laminar em uma câmara cilíndrica, composto por um escoamento
central e uma quantidade de fluido sendo injetado de maneira uniforme na parede.
De acordo com Deng e Adrian (2002) a solução analítica de Taylor (1956) e Culick
(1966) também pode ser aplicada para o escoamento em canal retangular.
Dunlap et al. (1974) investigaram a solução de Culick (1966) utilizando a técnica
de anemometria a fio quente para um escoamento laminar viscoso, com número
de Reynolds entre 300 e 2500, em uma tubulação de bronze com os tamanhos dos
poros entre 5 e 15 µm, e descobriu que os resultados concordam surpreendentemente
bem com a previsão. Neste caso, os autores perceberam que as forças viscosas que
agem sobre o fluido eram insignificantes quando comparadas com as componentes de
pressão. Anos depois Dunlap et al. (1990) refez o experimento, mas para um número
de Reynolds entre 4.500 e 9.000 e mediram as propriedades de turbulência em vários
locais a jusante de uma câmara cilíndrica com velocidade de injeção relativamente
baixa.
Vários outros experimentos foram realizados para estudar os efeitos da injeção
na parede com diferentes técnicas de medição e aparatos experimentais. Traineau et
al. (1986) utilizou a anemometria a laser-Doppler para um experimento a número
de Reynolds igual a 7.840 e Couton et al. (1996) realizou medições com a mesma
técnica para ensaios com número de Reynolds igual a 4.900.
Na indústria do petróleo o escoamento turbulento em tubos com superfície porosa
tem grande importância, isso porque os poços horizontais são tubulações sujeitas à
transpiração de fluido na parede de grandes extensões horizontais dentro do reser-
vatório de petróleo. A Figura 2.3 ilustra de uma maneira geral o escoamento do
reservatório para o poço horizontal.
Nas últimas décadas houve uma maior utilização de poços horizontais e direci-
onais pela indústria petrolífera. Joshi et al. (2003) afirmam que este aumento é
função dos recentes avanços no desenvolvimento e aperfeiçoamento na tecnologia de
perfuração de poços. Uma das principais vantagens dos poços horizontais é o au-
mento da produção em função de uma maior área de exploração, isso ocorre devido
às grandes extensões das tubulações permeáveis no interior do reservatório.
A injeção uniforme de fluido na parede rugosa gera mudanças significativas no
escoamento, conforme mencionado por Deng e Adrian (2002). Schulkes e Utivk
(1998) consideram a perda de carga nos poços horizontais como um desafio para
os pesquisadores e para a indústria do petróleo, isso devido à dificuldade de dis-
cretização dos infinitos orifícios pelos quais o fluido transpira, além do aumento da
quantidade de massa no escoamento em virtude da injeção constante de fluido na
parede, sendo assim, impossível atingir um o regime completamente desenvolvido.
7
Figura 2.3: Escoamento em poços horizontais. Fonte: Adaptado de Bandeira (2015).
8
2.3:
1 dp d 2
τw = − + (βρu ) , (2.3)
4 d(x/D) d(x/D)
enquanto o fator de atrito é definido pela Equação 2.4:
1 dp dβ 2β du 2β dṁ
f =− − 2 + + , (2.4)
ρu2 /2 d(x/D) d(x/D) u d(x/D) ṁ d(x/D)
Olson e Eckert (1966) concluíram que para o escoamento com um perfil de veloci-
dade totalmente desenvolvido na entrada do tubo poroso, as velocidades próximas à
parede do tubo foram reduzidas, com um aumento anormal das velocidades pontuais
no centro da seção transversal do tubo poroso; considerando a condição de veloci-
dade zero na entrada do tubo poroso, observou-se pouca ou nenhuma mudança na
forma dos perfis de velocidade normalizados a partir de x/D = 6.
Su e Gudmundsson (1993) desenvolveram um estudo que quantifica a perda de
carga em três componentes e verificaram que para pequenas taxas de injeção o fluido
injetado atuava como um lubrificante, diminuindo o atrito. Entretanto, quando a
9
Figura 2.5: Perfil de velocidade de um escoamento sujeito à injeção, com escoamento
principal na entrada da seção de teste. Fonte: Adaptado de Olson e Eckert (1966).
10
taxa era muito alta, o fluido atuava favorecendo o atrito. Schulkes e Utivk (1998)
refizeram os mesmos experimentos de Su e Gudmundsson (1993) para uma seção de
quinze metros de comprimento, decompondo a perda de carga em três componentes.
Os resultados obtidos foram semelhantes aos de seus antecessores.
Su e Gudmundsson (1998) decompõem a perda de carga em quatro termos: perda
devido ao atrito, à rugosidade, à aceleração do fluido, e a efeitos de mistura entre o
fluido de transpiração na parede com o escoamento principal. Em seu aparato expe-
rimental foram realizadas perfurações no tubo de teste de modo a gerar condições
semelhantes às utilizadas em um poço horizontal. Para isso, as perfurações foram
cobertas por um filtro, criando um meio poroso. A seção apresenta dois circuitos
de água, um para a tubulação principal e outro para a área com o revestimento,
justamente para ocorrer a transpiração na parede.
Yuan et al (1999), Mathebula (2011), Siwón (1987) abordam escoamentos com
transpiração de fluido na parede realizando experiências nas quais produzem uma
tubulação perfurada e de pequeno comprimento, com aberturas distantes entre si:
a injeção nesse caso é realizada por jatos na parede. O fenômeno real da transpira-
ção nos poços horizontais ocorre de forma contínua, através de inúmeros pequenos
orifícios.
Cruz (2009) propõe em seu trabalho uma lei da resistência para tubulações lisas
e rugosas para escoamentos com e sem transpiração. Cruz (2011) apresenta uma
seção de teste com uma tubulação interna de tecido de aço com um meio poroso e
um revestimento externo de modo a simular um tubo telado de um poço horizontal
de produção de petróleo, a seção de teste possuía seis metros de comprimento para
investigar a transpiração na parede.
A utilização de telas especiais para minimizar a passagem de material particulado
vindo do reservatório para a coluna de produção é muito comum na indústria do
petróleo. A Figura (2.6) ilustra alguns exemplos de tubos telados
Loureiro e Silva Freire (2014) utilizaram uma seção de teste semelhante à de Cruz
(2011) e apresentaram uma lei da resistência para tubos rugosos com a transpiração
de fluido na parede para escoamentos monofásico e bifásico.
Bandeira et al. (2014) desenvolveram um estudo de perda de carga em tubula-
ções horizontais com injeção na parede, com uma seção de teste de 14 metros de
comprimento e utilizaram seções com uma tubulação interna de tecido de aço na
presença de um meio poroso, configuração semelhante à utilizada por Cruz (2011).
Bandeira et al. (2014) apresentaram dados para uma única condição de vazão prin-
cipal fixa e duas condições com transpiração na parede. Os resultados mostraram
que a queda de pressão ao longo do comprimento da tubulação deixava de ter um
comportamento linear quando estava sujeito à transpiração de fluido na parede.
Bandeira et al. (2016a), Bandeira (2015), Bandeira et al. (2015) realizaram ex-
11
Figura 2.6: Exemplos de tubos telados. Fonte: Bandeira (2015).
12
e sucção de fluido na parede, com três condições de variação da taxa de injeção e
duas condições de sucção, realizando uma predição do comportamento da camada
limite para cada condição. Rempto (2017) obteve resultados dos perfis de velocidade
para a condição de injeção de fluido na parede e observou que a velocidade média do
escoamento aumenta a partir de x/D = 14. A Figura 2.7 ilustra os dados obtidos
por Rempto (2017).
13
Figura 2.7: Perfis de velocidade média ao longo da tubulação sujeita à injeção.
Fonte: Rempto (2017).
14
Figura 2.8: Tipos de padrão de escoamento bifásicos horizontais. Fonte: adaptado
de Alves (2015).
15
5. escoamento anular é observado em condições de elevadas vazões de gás, quando
o líquido forma uma película contínua em torno do perímetro da tubulação e
a fase gasosa se concentra na parte central da tubulação;
16
2.3.1 Modelo de Dukler e Hubbard (1975)
Dukler e Hubbard (1975) desenvolveram uma abordagem fenomenológica dos
mecanismos físicos e no comportamento do escoamento em golfadas em tubula-
ções horizontais ou levemente inclinadas. Este modelo teve grande subsídio para o
entendimento do princípio físico do escoamento em golfadas, podendo prever carac-
terísticas das células unitárias a partir das vazões, definição dos fluidos e tubulação
em que o fluido escoa.
O modelo de Dukler e Hubbard (1975) considera que o pistão líquido está pre-
sente em toda seção transversal do tubo e tem uma velocidade maior que a do filme
de líquido que se move a sua frente, assim é criado uma região de esteira na frente
do pistão, gerando uma queda de pressão.
17
Figura 2.11: Modelo físico de Orell(2005). Fonte: Bandeira et al (2017).
18
Capítulo 3
Fundamentação Teórica
(P1 − P2 ) yc
τ0 = (3.1)
L 2
Na Equação (3.1), τ0 é a tensão cisalhante , o L o comprimento da tubulação, e
yc representa o raio, na parede tem-se que yc = R, então:
(P1 − P2 ) R
τ0 = (3.2)
L 2
19
A equação do coeficiente de atrito λ é definida como:
2
(P1 − P2 ) λρUm
= (3.3)
L 2d
onde Um é a velocidade média e ρ é a massa especifica do fluido.
Para números de Reynolds muito grandes, a distribuição de velocidade na região
completamente turbulenta para o escoamento sobre a parede é dada pela chamada
lei da parede, expressa por:
u 1 yuτ
= ln +A (3.4)
uτ κ ν
p
onde uτ é a velocidade de atrito = (τw /ρ), κ é a constante de von Karman (= 0, 4)
e A = 5, 5.
A integração da equação (3.4) através da seção transversal da tubulação com al-
gumas manipulações algébricas obtêm-se a equação para a lei universal da resistência
para tubulações lisas impermeáveis:
1 Um d
√ = 2.035 log − 0.91 (3.5)
λ ν
Diversos autores testaram a Eq.(3.5), sendo consenso ser ela válida para altos
números de Reynolds.
Para escoamentos sujeitos à transpiração na parede, a equação (3.5) deixa de
ser válida por não apresentar termos que consideram os efeitos da transpiração. A
influência da transpiração na parede altera a distribuição de velocidade ao longo
da camada limite, de modo que as perdas de carga são reduzidas ou aumentadas
dependendo da taxa de injeção.
A formulação de Silva Freire (1988) combina o método de expansão assintótica
aplicando às equações de movimento para encontrar uma lei da parede na qual o
termo A da equação (3.4) varia com a transpiração. A expressão resultante é:
A 2 Π̃ y
+ 1 +
Π y + 1 +
u = ln y + A + W + vw ln y + + W (3.6)
κ κ δ 2κ 2 κ δ
20
em:
2
Um = U − 3.75uτ − vw (1.86A + 2.34 ln Re+ − 5.47) (3.8)
tem-se
√
λ
1 = √ (2, 5 ln(Re+ ) + A − 3, 75)
2 2 (3.10)
A2
+ vw++ (1, 56 ln2 (Re+ ) + (1, 25A − 4, 68) ln(Re+ ) + + 1, 86A + 5, 47)
4
onde √
vw U m D λ
vw++ = e Re+ = √ . (3.11)
Um ν 4 2
1−σ
B = 8.5σ + ln (Rek ) + (1 − σ)C, (3.13)
κ
onde Rek = ks uτ /ν, C = 5.1 e σ=sin((1/2)πg) com
ln (Rek /Rek,s )
g= (3.14)
ln (Rek,r /Rek,s )
Rek,s = 5, Rek,r = 70 e essa aproximação é válida em 5 ≤ Rek ≤ 70.
A equação da resistência para escoamentos em tubulações rugosas pode ser obtida
através da integração da eq. (3.12) através da área da seção transversal do tubo.
Após a integração tem-se:
21
1
λ= (3.15)
[0.88 ln(R/ks ) + 0.35B − 1.33]2
Comparando a equação (3.15) com a apresentada no experimento de Nikuradse
que para um regime totalmente rugoso o termo aditivo deve ser substituído por 1,74.
A lei da resistência para tubulações rugosas com transpiração na parede pode ser
deduzida com base nas modelagens matemáticas abordadas nas seções anteriores.
Definindo Re+ = R/ks e Ak = B - 512 vw++ , Cruz (2011) propôs uma lei da resistência
capaz de incorporar efeitos da transpiração e da rugosidade, a partir das Eqs. (3.10)
e (3.15), conforme a Eq. (3.16) apresentada abaixo:
√
λ R ++ 2 R
1 = √ (2.5 ln + Ak − 3.75) + vw 1.56 ln
2 2 ks ks
2
(3.16)
R A
+ (1.25Ak − 4.68) ln + k + 1.86Ak + 5.47
ks 4
22
2
λLρUm
∆P = , (3.17)
2D
onde ∆P é a diferença de pressão entre dois pontos, L a distância entre os dois
pontos de pressão, ρ é a massa específica do fluido, Um a velocidade média do fluido
e D é o diâmetro da tubulação.
Para tubulação que possui injeção de fluido em determinados trechos, a perda
de carga não pode ser dada pela equação (3.17). De acordo com Su e Gudmunsson
(1993), a queda de pressão total em uma tubulação horizontal com injeção de fluido
na parede pode ser dada por uma perda de carga reversível, que ocorre devido a
mudança da quantidade de movimento gerada pela adição do fluido pelas paredes
acelerando dessa forma o fluido, mais um perda de carga irreversível, que seria devida
ao atrito da parede, o atrito dos orifícios perfurados. Desse modo, a perda de carga
total é calculada pelo somatório desses efeitos, dados pela Equação (3.18).
onde ∆pp é a perda de carga na parede, ∆pac é a perda de carga devido a aceleração
do fluido e ∆pof é a perda de carga devida aos orifícios perfurados.
Bandeira (2015) realizou medições em uma tubulação sujeita à transpiração na
parede e encontrou a perda de carga como sendo uma perda em função dos efeitos
da parede e da aceleração do fluido, conforme a Equação (3.19).
onde λ varia com o tipo de tubulação. Como visto na seção anterior, as tubulações
podem ser lisas ou rugosas, permeáveis ou impermeáveis.
23
3.3 Modelos de célula unitária para escoamento
com transpiração
A injeção de massa uniforme através da parede de um tubo altera a queda de
pressão, devido à aceleração do fluido injetado na direção axial. A queda de pressão
resultante do corte da parede também é afetada por um duplo efeito: a injeção de
fluido aumenta a velocidade da mistura do escoamento, mas diminui o fator de atrito
do líquido.
Em particular, os seguintes parâmetros de escoamento podem ser modificados
devido à transpiração de fluido na parede: a velocidade do pistão líquido, o compri-
mento da célula unitária, a frequência de passagem da bolha e a queda da pressão
devido à aceleração.
ρL Rs + ρG (1 − Rs )
Res = DVs (3.23)
µL Rs + µG (1 − Rs )
onde D é o diâmetro da tubulação, µ é a viscosidade dinâmica e Rs é a fração
volumétrica da região do pistão.
O parâmetro CDH pode ser definido como a razão entre a vazão de líquido do
filme para o pistão e a vazão do líquido. Para valores de Re entre 30.000 e 40.000,
a relação dada pela equação (3.24) pode ser usada.
24
Vt = (1 + CDH )Vs (3.25)
θ − sinθ
Rf = (3.30)
2π
Vs2
Fr = (3.31)
gD
ff = 0, 0791Re−0,25
f (3.32)
π
2 R2
CDH 1 ( θ−sinθ )sin θ2 +sin2 θ2 cos θ2 1
s
2 − Fr
2 2π
1−cosθ
− 2
cos 2θ
( θ−sinθ
2π )
W ∗ (θ) = −0,25 (3.34)
( θ−sinθ )
B(θ−sinθ
0, 0791 θ
Res B 2 πθ + 2π
Fr
sinβ
Vs
G(θf e ) = h i
θ −sinθ
νs D Rs − f e 2π f e
(3.35)
WL θf e − sinθf e θf e − sinθf e Vt
− + CDH Rs − −
ρL AVs 2π 2π νs D
25
Rs − Rf e
Vf e = Vs 1 − CDH . (3.36)
Rf e
A taxa de transferência de líquido do filme para o pistão e o comprimento do
pistão são dados por:
Vt
ls = − lf (3.38)
νs
0, 3(Vs − Vf e )2
ρL
lm = , (3.39)
2gc sL
onde gc é o fator de conversão e sL é o comprimento do líquido.
A perda de carga total é finalmente encontrada a partir de:
onde
x
∆Pa = (Vs − Vf e ) (3.41)
A
x Ww
∆Pa = (Vs − Vf e ) + Vt , (3.43)
A A
onde Ww é a taxa de quantidade de massa na parede.
O coeficiente de atrito precisa ser modificado devido à sua dependência da taxa
de injeção e da velocidade máxima.
26
3.3.2 O modelo de célula unitária de Orell (2005)
O modelo de Orell é baseado em modificações de outros modelos. A realização
de um balanço de massa para as fases líquido e gás fornece:
ls lf
VSL = Vs Rs + Vf Rf (3.44)
lu lu
e
ls lf
VSG = Vs (1 − Rs ) + VG (1 − Rf ) (3.45)
lu lu
onde VG é a velocidade da fase gasosa.
A conservação de massa líquida em relação a um sistema de coordenadas que se
move com a velocidade da célula unitária é dada pela seguinte equação:
Vt = CVm + Vd (3.47)
τf Sf − τi Si τG SG − τi Si
= (3.48)
Af AG
1
τf = ff ρL Vf2 (3.49)
2
1
τG = fG ρG VG2 (3.50)
2
1
τi = fi ρG (VG − Vf )2 (3.51)
2
Cf
ff = (3.52)
[ρL Vf Dhf /µL ]m
CG
fG = (3.53)
[ρG Vf GDhG /µG ]m
fi = 0, 0142 (3.54)
27
com Cf = CG = 0,046 e m = 0,2 para escoamento turbulento.
A correção para o pistão líquido é dado pela correlação de Andreussi et al. (1993).
√
Vm / gD − F0
Rs = 1 − √ (3.55)
Vm / gD + 2400Bo−3/4
onde
h
D0 2
i √
2, 6 1 − 2 Se D >= 2D0
D
F (0) = (3.57)
0 ou
As equações (3.44) a (3.48) definem um sistema não-linear que precisa ser re-
solvido para quatro variáveis: θ, Vf , VG , ls /lu . Todas as quatro variáveis podem ser
escritas em termos de θ, de modo que apenas uma equação transcendental precisa
ser resolvida numericamente.
A queda de pressão pode ser calculada diretamente como a soma das perdas no
pistão e no filme líquido.
∆P fs ls τf Sf − τi Si lf
= 2 ρs Vs2 + (3.58)
lu D lu Af lu
onde
ρs = ρL Rs + ρG (1 − Rs ), (3.59)
ρ s Vs D
Res = , (3.61)
µef f
f s = 0, 046Re−0,2
s . (3.62)
∆P Vt
= 4ρL νw . (3.63)
lu D
28
Um parâmetro de entrada importante em modelos de escoamento em golfadas é
a frequência de passagem de bolhas. Várias correlações podem ser encontradas na
literatura, com base em raciocínios empíricos. Zabaras (2000) analisou 339 pontos
de dados para propor a seguinte correlação:
1,2 1,20
VSL 19, 75
0, 836 + 2, 75sin0,25 (β) ,
νs = 0, 0226 + Vm (3.64)
gD Vm
29
Capítulo 4
Metologia experimental
30
Figura 4.1: (a) Anotações de Leonardo da Vinci, (b) Reynolds e seu clássico expe-
rimento e (c) escoamento laminar e turbulento. Fonte: Adaptado de Rott (1990).
31
medições experimentais, o Shadow Sizer e Anemometria Laser Doppler e os seus
princípios de funcionamento.
32
técnica consiste em obter imagens que devem apresentar objetos com contornos bem
definidos.
Para um escoamento bifásico, as imagens devem ser captadas adequadamente de
modo a favorecer o contraste entre as bolhas e o fundo da imagem. Em seguida,
um algoritmo de detecção de contorno é utilizado para reconhecer as partículas e
calcular o seu diâmetro.
33
Figura 4.3: Ilustração do método de janela fixa. Fonte: Matamoros et al. (2014).
34
Figura 4.4: Representação de uma imagem adquirida e a seleção da região de inte-
resse.
A Figura 4.5 ilustra a reconstrução de uma bolha longa pelo método da janela
fixa.
35
veracidade da medição.
Um sistema padrão de LDA, consiste em dois raios laser (A e B) de frequências
iguais que se cruzam gerando um volume de controle. Uma partícula que está
suspensa no escoamento ao passar pelo volume de controle, dispersa as luzes dos dois
raios laser simultaneamente. O sistema, incluindo a fonte de luz laser, partículas em
movimento no escoamento e um detector é ilustrado na figura (4.6).
36
entre eles. A figura 4.7 ilustra o conjunto laser, transmissor ótico e sonda do LDA.
O índice de refração das ondas de luz em uma interface média segue a lei da
refração de acordo com a Equação 4.1:
Como resultado das refrações do raio laser na interface média, o ponto de inter-
seção de dois raios laser, isto é, o volume de controle, desloca-se para longe do ponto
de interseção do feixe virtual. A figura 4.8 ilustra o comportamento dos feixes de
laser em uma janela plana.
37
nado fora do eixo normal de uma parede plana. A Figura 4.9 ilustra o problema de
astigmatismo em uma placa plana.
Zhang (2010) afirma que as refrações do raio laser nas interfaces curvas de um
tubo circular complicam o cálculo das propagações do feixe em relação à localização
do volume de medição e que mesmo os métodos propostos não são aplicáveis à
maioria dos escoamentos industriais. A Figura 4.10 ilustra a distorção do feixe de
laser devido à influência da curvatura de uma seção circular. Observa-se que o
deslocamento do volume de controle na tubulação não corresponderá ao diâmetro
do tubo.
Uma forma de evitar o problema de deslocamento irregular do volume de controle
devido à curvatura é adicionar uma superfície plana de mesmo material da seção
circular, conforme pode ser observado na Figura 4.11.
O expansor do feixe do laser consiste de uma combinação de lentes que converte
os feixes que saem do sistema óptico para feixes de maior largura. Contando que
a distância focal f permaneça inalterada, o aumento da distância entre os feixes
provoca um aumento d ângulo entre os dois feixes, o que reduz o tamanho do volume
de medição. As vantagens em utilizar o expansor de raios são: reduzir o tamanho do
volume de controle, formado pelo cruzamento dos feixes; melhorar a relação sinal-
ruído; e maiores distâncias de medição sem sacrificar a relação sinal-ruído. A figura
4.12 ilustra o expansor com a sonda.
38
Figura 4.10: LDA sistema em tubo circular. Fonte: Zhang (2010).
Figura 4.11: Janela a ser usada com LDA em tubulações circulares - Fonte: Zhang
(2010).
39
Figura 4.12: expansor do feixe do laser ou “beam expander”- Fonte: Dantec Dyna-
mics (2006).
40
4.2 Aparato Experimental
O aparato experimental utilizado neste trabalho se encontra instalado no Núcleo
Interdisciplinar de Dinâmica dos Fluidos - NIDF, o qual faz parte da Universidade
Federal do Rio de Janeiro - UFRJ. A seção de teste experimental consiste de uma
tubulação de quatorze metros de comprimento sujeitos à injeção de fluido na parede.
Diferentes seções de testes para simular a transpiração na parede em tubulações
podem ser encontradas na literatura. Autores como Su e Gusdmunsson (1993), Cruz
(2011), Loureiro e Silva Freire (2014) propõem seções que mais se aproximam das
condições reais de operação de um poço horizontal.
O aparato experimental do presente trabalho é semelhante ao utilizado por Ban-
deira(2015), o qual desenvolveu uma seção de teste de quatorze metros com injeção
na parede com condições semelhantes a de um poço horizontal. Neste aparato a fase
líquida é injetada radialmente em dada seção de testes de um metro de comprimento.
O líquido entra por uma câmara plenum, onde a pressão de injeção é estabilizada.
O fluido penetra então no meio poroso, alcançando o tubo telado. Esta parcela de
fluido injetada através da parede é acelerada na direção do escoamento principal.
A bancada de testes contém vinte e oito pontos (dois por sessão de teste) de
medição de pressão diferencial. Cada uma das quatorze seções de teste é composta
por:
• tubos flangeados para permitir a conexão entre as seções, feito de aço inox de
1000 milímetros de comprimento e 127 milímetros de diâmetro;
41
• 16 parafusos sextavados.
A figura 4.14 ilustra a montagem de uma das seções que compõem o circuito
experimental.
• tubos flangeados para permitir a conexão entre as seções, feito de aço inox de
300 milímetros de comprimento e 127 milímetros de diâmetro;
42
• dois tampos de borracha de 34 milímetro interno e 127 milímetros de diâmetro
externo;
• 16 parafusos sextavados;
A figura 4.15 ilustra a montagem de uma das seções que compõem o circuito
experimental.
Figura 4.15: Seção de 0,3 metro usado para medição com LDA.
43
A tubulação de tecido de aço é a seção mais importante do experimento, pois
o fluido irá transpirar através de diversos pontos e encontrar o escoamento interno
principal, ou seja, será o tecido de aço o responsável pela transpiração do fluido. O
tubo de tecido de tela possui um metro de comprimento, 34 mm de diâmetro externo
e 31,75 mm de diâmetro interno.
O tecido de tela usado para fazer o tubo de aço possui espaçamento entre fios
da tela na ordem de 170 micrômetros de largura e 150 micrômetros de altura, a
figura (4.16) ilustra o espaçamento do tecido de tela obtida via microscopia óptica,
utilizando o microscópio digital KH − 8700 fabricado pela Hirox.
44
Figura 4.17: Tubo de tecido de aço com tomada de pressão.
45
miçangas, atuando como se fosse um reservatório do fluido que irá transpirar pela
parede. O tubo perfurado possui 1000 mm de comprimento, 97 mm de diâmetro
interno e espessura de 1,7 mm, possui distância entre os furos de 8 mm. A Figura
(4.19) ilustra o tubo perfurado.
46
Figura 4.20: Tubo flangeado.
47
treze metros do início da seção de teste.
48
Figura 4.24: Seção de teste para medição com LDA.
49
Figura 4.26: Experimento do Poço Horizontal - NIDF.
50
Figura 4.27: Diagrama esquemático do aparato experimental.
51
Figura 4.28: Medidor de vazão eletromagnético - CONAUT [1].
52
alcançado, cabendo então ao experimentalista a responsabilidade de apresentar uma
medida da confiabilidade de seus dados.
Calibração é o nome dado a uma série de conjuntos de experimentos, sob con-
dições específicas, que visa determinar a relação entre os valores indicados por um
instrumento ou sistema de medição e os valores representados por uma referência, ou
os correspondentes das grandezas estabelecidas por padrões. As operações de cali-
bração são baseadas na comparação dos instrumentos padrão de modo a determinar
a sua exatidão.
Na prática, calibração é uma ferramenta básica que visa a assegurar a confiabili-
dade de um instrumento de medição, por meio da comparação do valor medido com
um padrão rastreado.
A calibração de um transmissor de pressão envolve o ajuste de zero e da am-
plitude da faixa de medição. Usualmente a relação entre entrada e saída de um
transmissor de pressão é predominantemente linear (Y = ax + b), onde a é conhe-
cido como ganho e o b é o zero. O transmissor de pressão é calibrado para realizar
as medições respeitando os limites superior e inferior do sensor, definindo a faixa de
trabalho a que será operado.
A calibração do medidor de vazão de líquido foi realizada pelo método compa-
rativo por volume totalizado com outro medidor também eletromagnético calibrado
através do método gravimétrico. Para a calibração pelo método gravimétrico uti-
lizando uma balança com resolução de 50 gramas e capacidade máxima de 300kg,
como meio de comparação entre os pesos padrão e a massa de água totalizada. Foi
instalado um recipiente sobre a balança para coletar todo o volume totalizado pelo
medidor. A massa de água totalizada foi calculada como a diferença entre a massa
do recipiente cheio e a massa do recipiente vazio após a transferência. A massa de
água evaporada foi considerada e o certificado de calibração correspondente a este
medidor encontra-se em anexo.
O fator de correção do medidor foi calculando usando a Equação 4.2.
ρ( ab)
" #
1− ρ( b)
mrc −mrv +mev
ρl Tl ρ( a)Ta {1 − γm [(T̄l + δTl ) − TR ]}
1− ρ( l)Tl
fc = + δfm (4.2)
Vi
Para a calibração do sistema de Dimensionamento por sombras é feito o ajuste
do foco e posteriormente captura-se uma imagem para determinar a relação pi-
xel/comprimento. Esta imagem servirá como plano de referência para o proces-
samento dos dados adquiridos, por ser a referência não deve conter a presença de
partículas ou bolhas. A Figura 4.31 ilustra a calibração utilizando a dimensão do
diâmetro interno como referência entre a escala de comprimento para se determinar
a relação pixel/comprimento.
53
Figura 4.31: Calibração do sistema de Dimensionamento por sombras.
54
A incerteza de medição é um parâmetro associado com o resultado de uma me-
dição, que caracteriza a dispersão do valor que poderia razoavelmente ser atribuído
ao mensurando (valor verdadeiro convencional). O processo compreende diversos
componentes, que podem ser agrupados nas incertezas dos tipos A e B, definição
que está em função dos métodos usados para estimar os seus valores numéricos.
A incerteza padrão tipo A é determinada pela análise estatística de uma série de
observações e a do tipo B é um método de avaliação sem ser por análise estatística.
A repetição de uma medição da variável “x” nas mesmas condições experimen-
tais conduz a uma distribuição aleatória de resultados em torno de um valor médio
µ (média aritmética), que pode ser considerado como o melhor valor obtido nesta
medida. Num grande número de situações, devem ser realizada “N” medições nas
mesmas condições experimentais, conduzindo assim a um valor médio que se apro-
xima do “verdadeiro”.
Deve-se calcular o desvio padrão, que representa a dispersão dos resultados e o
melhor valor para a incerteza (i) do valor médio.
v
uX
u
2
u (xi − x)2
t i
i= (4.3)
N −1
A incerteza do Tipo B segundo Araujo (2017) são baseadas em um julgamento
científico por parte do operador utilizando informações relevantes disponíveis, tais
como: os dados de uma únicaleitura; o conhecimento prévio do comportamento ou
especificações do fabricante; e a calibração dos equipamentos.
Na medição de pressão, optou-se por determinar a incerteza através das repeti-
ções do mensurando variável, afim de eliminar erros aleatórios. Esta será conside-
rada a fonte de incerteza predominando sobre as demais. Assim, pode-se aplicar a
equação 4.3 para determinar a incerteza da pressão.
O mensurando é sempre afetado por muitos acontecimentos que ocorrem no uni-
verso e fogem ao conhecimento. Segundo INMETRO (2003) as variabilidades que
contribuem para a incerteza e o fato de que o resultado de uma medição não pode
ser caracterizado por um único valor, são denominados de fontes de variações ou
de incerteza, dentre as quais podem-se incluir as seguintes: incompleta definição
do mensurando; amostragem não-representativa do mensurando; não-conhecimento
do processo para definição completa do mensurando; inadequado conhecimento das
condições ambientais nos procedimentos de medição ou medidas imperfeitas das
condições ambientais; polarização entre operadores na leitura de um instrumento
analógico; método inadequado; valores inexatos dos padrões de medição e dos ma-
teriais de referência (não-calibrado); princípio de medição impróprio.
A calibração do rotâmetro foi realizada usando como referência padrão um me-
55
didor de vazão volumétrica tipo diafragma. O medidor de volume tipo diafragma
permitiu conferir as medições de diferentes vazões de ar que o rotâmetro indicava.
Assumindo também que o escoamento é permanente, incompressível e irrotaci-
onal, paralelo à parede do rotâmetro, e que as forças de atrito entre a parede e o
flutuador são desprezíveis, bem como os efeitos da viscosidade e que não há perda
de energia, pode-se usar a Equação 4.4 para determinar a real vazão de gás pelo
rotâmetro.
s
ρrg P Tr Z
Qc = (Qi + δQi )fmc (4.4)
ρg Pr Te Zr
A medição de vazão de líquido é problemática devido a diversas variabilidades,
tais como variações de propriedades, parâmetros, perfil assimétrico de velocidade,
regime de escoamento, interferência eletromagnética, influência externa da instala-
ção, turbulência etc. No caso do presente trabalho a incerteza da vazão de líquido
foi simplificada considerando uma fonte de incerteza predominando sobre as demais.
Assim, pode-se aplicar a equação 4.3 para determinar a incerteza da vazão de líquido.
56
Capítulo 5
Resultados e Discussões
Figura 5.1: Gráfico de Moody com medições realizadas no tubo telado do presente
aparato experimental.
57
Foram estudadas duas taxas de transpiração distintas para caracterizar o escoa-
mento no tubo poroso, sendo v ++ = 0, 0005 e v ++ = 0, 001. Nos testes, a taxa de
injeção foi mantida constante em todos os quatorze segmentos de tubo de um metro
de comprimento.
A seção de teste contém 28 pontos de medição de pressão, o ponto de medição
de referencia para o sistema diferencial de pressão está localizado a 3,25 metros da
entrada da seção de teste. Para cada ponto de medição de pressão foram obtidos
em média quarenta mil dados de medição de pressão instantânea.
A concordância fornecida pelas previsões da lei da resistência para tubulações
rugosas sujeitas à transpiração na parede com os dados experimentais são muito
boas, apesar do fato de que os parâmetros não foram particularmente ajustados para
os dados experimentais atuais. Os valores das constantes são os valores apresentados
pela formulação de Loureiro e Silva Freire (2011), e são baseados unicamente na
análise de Silva Freire (1988). Nas Figuras (5.2), (5.3) e (5.4) são apresentadas as
condições de pressão para três vazões de entrada distintas, considerando a perda de
carga sem injeção e com duas taxas de injeção de 0,0005 e 0,001.
A primeira medição com o LDA na seção de teste foi realizada na mesma janela
de acrílico utilizada para visualização com a técnica de dimensionamento por som-
bras. Entretanto, a janela de acrílico provocava modificação no escoamento devido
à mudança de rugosidade na parede. Com objetivo de melhor representar o fenô-
meno da transpiração do fluido na parede, optou-se por realizar medições pontuais
de velocidades percorrendo o raio de uma tubulação de aço sujeita à transpiração.
As medições foram realizadas com o LDA na configuração backscatter. A maior di-
ficuldade encontrada na medição foi o problema de reflexo originado do tubo telado,
que é feito de um material metálico. Com o intuito de reduzir esse reflexo o interior
da tubulação foi pintado com tinta preta fosco.
58
Figura 5.3: Variação de pressão para o escoamento monofásico, Ql = 2, 85m3 /h.
59
As medições com o LDA foram realizadas no escoamento monofásico, com uma
vazão de líquido no escoamento principal de 3, 31m3 /h e foram observadas duas
condições para injeção, uma com taxa de injeção igual a 0,001 e outra sem injeção.
A Figura 5.5 ilustra os dois perfis de velocidades medidos para as condições de injeção
na parede de 0,001 e 0,0005. É possível observar que a injeção do fluido na parede
aumenta a velocidade, isso acontece devido à quantidade de massa adicionada na
parede.
60
Figura 5.6: Flutuações turbulentas para o escoamento monofásico, Ql = 3, 31m3 /h.
61
Figura 5.7: Fator de forma β para condição de vazão de 3, 31m3 /h sem injeção.
Figura 5.8: Fator de forma β para condição de vazão de 3, 31m3 /h com injeção de
0,001.
62
Tabela 5.1: Condições experimentais utilizadas para o escoamento bifásico.
++
Condição Ql [m3 h−1 ] Qg [m3 h−1 ] vwi
1 2,46 0,52 0,0
1 2,46 1,38 0,0
2 2,46 1,22 0,0005
3 2,46 2,06 0,0
4 2,46 1,81 0,0005
5 2,46 1,6 0,0010
6 2,85 1,45 0,0010
7 2,85 1,9 0,0010
8 2,85 3,59 0,0
9 2,85 2,54 0,0010
63
escoamento em regime permanente, completamente desenvolvido.
Quando a vazão de gás é elevada para 2,06 m3 /h, a bolha longa apresenta uma
melhor definição e ocupa uma maior área de fração volumétrica da seção transversal
64
Figura 5.12: Escoamento em golfadas sem injeção, com vazão de liquido de 2,46
m3 /h e de gás igual a 0,52 m3 /h, na entrada do experimento. Sentido do escoamento
(⇐=).
65
da tubulação, quando comparado com a condição anterior. A Figura 5.14 ilustra o
escoamento com uma vazão de líquido 2,46 m3 /h e de gás 2,06 m3 /h.
A Figura 5.15a ilustra a bolha para a vazão de Ql = 2, 46m3 h−1 e Ql = 1, 8m3 h−1
sem injeção de fluido e a Fig. 5.15b corresponde ao trecho de sete metros à jusante
da entrada do experimento sujeito a uma taxa de injeção de 0,0005.
A Figura 5.16 ilustra a mudança na morfologia do escoamento quando é imposta
uma taxa de injeção de 0, 005. Com a injeção ocorre o aumento da pressão na seção
66
Figura 5.15: Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás
igual a 1,8 m3 /h na posição de 7 metros à jusante da entrada: (a) sem injeção, e
(b) com injeção de 0,0005.
transversal, sendo necessário corrigir a vazão de gás no rotâmetro, nesse caso a vazão
de gás é de 1, 81m3 /h.
A Figura 5.17a ilustra a bolha para a vazão de Ql = 2, 45m3 h−1 e Ql = 1, 8m3 h−1
sem injeção, enquanto a Fig. 5.17b corresponde a uma taxa de injeção de 0,001, no
trecho de sete metros à jusante da entrada do experimento.
67
Figura 5.17: Escoamento em golfadas com vazão de liquido de 2,46 m3 /h e de gás
igual a 1,6 m3 /h na posição 7 metros à jusante da entrada: (a) sem injeção, (b) com
injeção de 0,001.
Figura 5.18: Escoamento em golfadas com vazão de liquido igual a 2,46 m3 /h e vazão
de gás de 1, 60m3 /h sujeito a uma taxa de injeção de 0,001. Sentido do escoamento
(⇐=).
68
Figura 5.19: Escoamento em golfadas com injeção de v + +wi = 0, 0001, posição 13
metros à jusante da entrada do experimento. Sentido do escoamento (⇐=).
69
O padrão de escoamento mostrado na Fig. 5.20 ilustra as dificuldades que são
encontradas na aplicação de técnicas experimentais para a determinação das propri-
edades do escoamento. A quantidade significativa de bolhas pequenas que ocupam
a parte superior da tubulação e em toda a célula unitária tende a distorcer o sinal
de sensores, gerando ruídos. Os sinais fornecidos por um sensor de detecção de fase
a laser posicionado em 3 m à jusante da entrada são mostrados na Fig. 5.21. As
formas das bolhas ainda são bem discernidas, de modo que seus comprimentos e
frequências de passagem podem ser caracterizados.
Figura 5.21: Sinal do sensor de detecção de bolha em x=3m. Fonte: Bandeira et al.
(2017).
70
Figura 5.22: Sinal do sensor de detecção de bolha em x = 13 m. Fonte: Bandeira
et al. (2017).
Figura 5.23: Diferencial de pressão para escoamento monofásico com taxa de injeção
de 0.0000, 0.0005 e 0.0010.
71
são mantém uma tendência de parabólica devido à aceleração do fluido adicionado
na parede.
Figura 5.24: Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico com taxa
de injeção de 0,0005.
Figura 5.25: Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico com taxa
de injeção de 0,001.
72
que o fluido não tem o termo da aceleração resultante da injeção de massa. A
Figura 5.26 ilustra o diferencial de pressão sem injeção de fluido na parede, para
escoamentos monofásico e bifásico.
Figura 5.26: Diferencial de pressão para escoamento monofásico e bifásico sem inje-
ção de fluido na parede.
A Figura 5.27 ilustra todas as condições com e sem injeção. Observa-se que
quanto maior é a vazão de ar e a injeção de fluido na parede, maior será o diferencial
de pressão.
Figura 5.27: Diferencial de pressão monofásico e bifásico, com e sem injeção de fluido
na parede.
73
5.3.2 Vazão de líquido de 2,85 m3 /h
Para a vazão de líquido igual a 2,85 m3 /h, o comportamento da distribuição de
pressões é semelhante aos das vazões anteriores. A variação de pressão é maior para
condição de maior vazão de gás e maior taxa de injeção, conforme ilustra a fFigura
5.28.
Figura 5.28: Diferencial de pressão monofásico e bifásico, com e sem injeção de fluido
na parede para vazão de líquido de 2,85 m3 /h.
74
Figura 5.29: Distribuição comprimento da bolha. Fonte: Adaptado de Bandeira et
al. (2017)
75
5.5 Validação dos modelos de Dukler e Hubbard
(1975) e Orell (2005)
Os dados de diferencial de pressão experimentais são comparados com as previ-
sões obtidas através dos modelos de Dukler e Hubbard e Orell nas Figuras (5.32),
(5.33) e (5.34). O comportamento da pressão para escoamentos sem injeção de
fluido na parede é ilustrado na Fig. 5.32. Para as menores vazões de líquido e
gás (Ql = 2, 46m3 h−1 ; Qg = 1, 38m3 h−1 ), observa-se um bom resultado entre as
previsões teóricas e os resultados experimentais.
Figura 5.32: Perda de carga para escoamento bifásico sem injeção. Fonte: Bandeira
et al. (2017).
76
Figura 5.33: Perda de carga para escoamento bifásico com taxa de injeção de (a)
0,0005 e (b) 0,001. Fonte: Bandeira et al. (2017).
Figura 5.34: Perda de carga para escoamento bifásico com taxa de injeção de 0,001.
Fonte: Bandeira et al. (2017).
77
de Dukler e Hubbard. Entretanto, observa-se que, à medida que Qg aumenta, os
resultados obtidos por ambos os modelos se tornam muito próximos.
Para o escoamento com Ql = 2, 85m3 h−1 e taxa de injeção de 0,001, três valores
diferentes de Qg foram testados: 1, 45; 1, 90 e 2, 54m3 h−1 . A distinção em previsões
entre os modelos de Dukler e Hubbard e Orell é muito pequena. Ambos os modelos
geraram resultados com uma diferença em relação os dados experimentais de 25%,
23% e 18% à medida que Qg aumenta.
78
Capítulo 6
Conclusões
79
observar que em todas as condições de escoamento bifásico (gás - líquido) sujeito à
transpiração de fluido na parede, houve quebra das bolhas longas. A turbulência
na parede aumenta devido à injeção de fluido, provocando a quebra de bolhas. No
caso de maior vazão de líquido e de gás ensaiados, a quantidade de bolhas menores
(bolhas dispersas) é tão grande que é criada uma resistência ao deslocamento da
bolha longa na parte superior da tubulação. Este efeito desloca as bolhas longas em
direção ao centro da tubulação.
As Figuras 5.29, 5.30 e 5.31 mostraram que quanto maior a injeção, menor será
o comprimento da bolha, maior será sua velocidade e sua frequência de passagem.
Isso ocorre porque a injeção desfragmenta a bolha, de modo a diminuir seu tamanho
ao longo do comprimento da tubulação.
No escoamento bifásico, todos os dados experimentais foram comparados com
versões estendidas das teorias de Dukler e Hubbard e de Orell. A ênfase foi colocada
na previsão da distribuição de pressão, mas os resultados para outras propriedades,
incluindo a velocidade e os comprimentos da bolha, também foram discutidos em
Bandeira et al. (2017). Os modelos de células unitárias foram capazes de fornecer
previsões de distribuição de pressão de cerca de 20% abaixo dos dados experimentais.
Verificou-se que as correções no coeficiente de atrito impactaram tanto quanto
11% nas previsões da perda de carga total, embora em mudanças médias tenham
sido da ordem de 4%. As correções de aceleração impactaram os resultados em
média em 12, 5%, com valores máximos de 14%.
A discrepância entre os resultados experimentais e os do modelo estendido de
Dukler e Hubbard, e de Orell, explica-se pelo fato de que o modelo estudado apre-
senta uma complexidade, pois além de descrever uma modelagem que caracterize as
velocidades de cada fase envolvida, torna-se necessário modelar matematicamente
dentro do modelo de célula unitária efeitos de rugosidade, turbulência, a parcela
de aceleração da fase líquida em função do aumento do fluxo de massa (ρu2 ) e ou-
tros efeitos que contribuem para a quebras de bolhas. Tais efeitos mencionados não
foram incorporados nos modelos utilizados.
80
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89
Apêndice A
Dados de Pressão
90
Tabela A.1: Vazão 2455 litros/hora sem injeção
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 290,50 192,94
∆P 2 1 485,00 385,89
∆P 3 1,5 702,00 578,83
∆P 4 2 880,00 771,78
∆P 5 2,5 1080,00 964,72
∆P 6 3 1222,00 1157,67
∆P 7 3,5 1377,00 1350,61
∆P 8 4 1612,50 1543,55
∆P 9 4,5 1744,50 1736,50
∆P 10 5 1952,50 1929,44
∆P 11 5,5 2096,00 2122,39
∆P 12 6 2331,50 2315,33
∆P 13 6,5 2477,50 2508,28
∆P 14 7 2695,00 2701,22
∆P 15 7,5 2848,50 2894,16
∆P 16 8 3053,00 3087,11
∆P 17 8,5 3253,00 3280,05
∆P 18 9 3481,50 3473,00
∆P 19 9,5 3639,50 3665,94
∆P 20 10 3842,50 3858,89
∆P 21 10,5 4055,00 4051,83
91
Tabela A.3: Vazão 2455 litros/hora com taxa de injeção 0, 001
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 419,50 528,08
∆P 2 1 1183,50 1102,58
∆P 3 1,5 1819,00 1725,63
∆P 4 2 3052,00 2339,40
∆P 5 2,5 3308,00 3126,04
∆P 6 3 3875,00 3907,67
∆P 7 3,5 4564,50 4746,43
∆P 8 4 5476,50 5644,42
∆P 9 4,5 6340,50 6603,75
∆P 10 5 7341,50 7626,49
∆P 11 5,5 8304,50 8714,69
∆P 12 6 9568,00 9870,41
∆P 13 6,5 10644,50 11095,70
∆P 14 7 12036,00 12392,40
∆P 15 7,5 13355,50 13762,70
∆P 16 8 14763,00 15208,40
∆P 17 8,5 16488,00 16731,60
∆P 18 9 18361,00 17907,10
∆P 19 9,5 20020,50 20017,60
∆P 20 10 21671,50 21242,90
∆P 21 10,5 23665,50 23635,70
92
Tabela A.5: Vazão 2850 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 491,00 479,84
∆P 2 1 1119,50 986,32
∆P 3 1,5 1665,00 1520,25
∆P 4 2 2114,50 2082,42
∆P 5 2,5 2803,00 2673,63
∆P 6 3 3352,00 3294,68
∆P 7 3,5 3901,00 3946,35
∆P 8 4 4831,50 4629,44
∆P 9 4,5 5355,00 5344,74
∆P 10 5 6089,50 6093,05
∆P 11 5,5 6752,50 6875,15
∆P 12 6 7739,00 7691,82
∆P 13 6,5 8440,00 8543,86
∆P 14 7 9573,50 9432,04
∆P 15 7,5 10343,00 10357,10
∆P 16 8 11410,50 11319,90
∆P 17 8,5 12534,50 12321,20
∆P 18 9 13687,50 13361,70
∆P 19 9,5 14712,50 14442,20
∆P 20 10 15928,50 15563,40
∆P 21 10,5 17093,00 16726,20
93
Tabela A.7: Vazão 3310 litros/hora sem injeção
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 399,00 366,36
∆P 2 1 740,00 732,72
∆P 3 1,5 1124,00 1099,08
∆P 4 2 1504,00 1465,44
∆P 5 2,5 1750,00 1831,80
∆P 6 3 2010,00 2198,16
∆P 7 3,5 2304,00 2564,52
∆P 8 4 2747,00 2930,88
∆P 9 4,5 3011,00 3297,24
∆P 10 5 3411,00 3663,59
∆P 11 5,5 3684,00 4029,95
∆P 12 6 4134,00 4396,31
∆P 13 6,5 4416,00 4762,67
∆P 14 7 4840,00 5129,03
∆P 15 7,5 5151,00 5495,39
∆P 16 8 5533,00 5861,75
∆P 17 8,5 5937,00 6228,11
∆P 18 9 6390,00 6594,47
∆P 19 9,5 6710,00 6960,83
∆P 20 10 7111,00 7327,19
∆P 21 10,5 7528,00 7693,55
94
Tabela A.9: Vazão 3310 litros/hora com taxa de injeção 0, 001
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 705,71 989,72
∆P 2 1 2032,38 2065,56
∆P 3 1,5 3061,43 32131,16
∆P 4 2 4500,95 4490,10
∆P 5 2,5 5669,52 5845,91
∆P 6 3 6688,57 7302,07
∆P 7 3,5 8065,24 8861,98
∆P 8 4 9914,29 10529,00
∆P 9 4,5 11452,86 12306,50
∆P 10 5 13364,76 14197,60
∆P 11 5,5 15162,38 16205,60
∆P 12 6 17579,05 18333,60
∆P 13 6,5 19630,48 20584,60
∆P 14 7 22308,57 22961,70
∆P 15 7,5 24604,76 25467,70
∆P 16 8 27300,00 28105,70
∆P 17 8,5 30410,00 30878,50
∆P 18 9 33694,29 33788,80
∆P 19 9,5 36780,00 36839,40
∆P 20 10 40130,00 40032,90
∆P 21 10,5 43627,62 43372,40
95
Tabela A.10: Vazão de líquido de 2, 46 m3 /h e Vazão de gás de 1, 6 m3 /h com taxa
de injeção 0, 001
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa]
∆P 1 0,5 457,14
∆P 2 1 1061,43
∆P 3 1,5 1962
∆P 4 2 3321,43
∆P 5 2,5 3733,14
∆P 6 3 4401,14
∆P 7 3,5 5307,71
∆P 8 4 6388,29
∆P 9 4,5 7241,43
∆P 10 5 8343,14
∆P 11 5,5 9283,14
∆P 12 6 10625,43
∆P 13 6,5 11644,29
∆P 14 7 13132,57
∆P 15 7,5 1431343
∆P 16 8 15926,86
∆P 17 8,5 17631,71
∆P 18 9 19541,71
∆P 19 9,5 21252,86
∆P 20 10 22917,71
∆P 21 10,5 25000,86
96
Apêndice B
Figura B.1: Janela de acrílico com curvatura usada para medição com LDA
97
Apêndice C
• tubos flangeados para permitir a conexão entre as seções, feito de aço inox de
300 milímetros de comprimento e 127 milímetros de diâmetro.
98
• 16 parafusos sextavados;
A figura C.1 ilustra a montagem de uma das seções que compõem o circuito
experimental.
Figura C.1: Seção de 0,3 metro usado para medição com LDA
Esta secção de teste foi composta por uma janela de 1,6 mm de espessura feita
de etileno propileno fluorado Teflon FEP. Este material tem um índice de refração
de n = 1,334, que é bastante próximo do índice de refração da água que é o fluido
circulado no experimento, de modo que os efeitos da refração são bastante pequenos.
O uso desta janela em combinação de uma janela de acrílico plana e quadrada na
parte exterior, permite ter o acesso ao escoamento e minimiza a refração dos raios
laser. Como resultado, podemos realizar medições na parede viscosa sujeita a injeção
do fluido. As paredes da janela de acrílico têm uma espessura de 8 mm. A utilização
de tubos de FEP para realizar medições em tubulações curvas e foi abordado por
TOONDER e NIEUWSTADT (1997), HEWITT et al. (1990) e FARIAS (2010).
A figura C.3 ilustra o volume de controle na parede sujeita a injeção.
99
Figura C.2: Seção de teste para medição com LDA
100
Apêndice D
Calibração
101
Tabela D.2: Vazão 2, 85 m3 /h sem injeção
3
QRot (m /h) Pm (bar) Pa (bar) T (◦C) QCRot (m3 /h)
1 0,3948 1,4078 23,5000 0,6947
2 0,4152 1,4282 23,5000 1,3316
3 0,4247 1,4377 23,5000 2,0054
4 0,4389 1,4519 23,5000 2,6441
5 0,4563 1,4693 23,5000 3,1671
6 0,4756 1,4886 23,5000 3,5871
102
Taxa de injeção de 0,001
As tabelas D.5, D.6, D.7 e D.8 apresentam os dados de pressão absoluta e pressão
manométrica, além de dados da temperatura necessários para a correção de vazão
de ar no rotâmetro para uma condição de injeção na seção de teste de 0,001.
103
Tabela D.8: Vazão 2, 75 m3 /h - taxa de injeção de 0,001
QRot (m3 /h) Pm (bar) Pa (bar) T (◦C) QCRot (m3 /h)
3 0,9441 1,9571 23,5000 1,4732
6 1,0693 2,0823 23,4000 2,5644
104
Apêndice E
105
Figura E.2: certificado de calibração pag. 2
106
Figura E.3: certificado de calibração pag. 3
107
Figura E.4: certificado de calibração pag. 4
108
Figura E.5: certificado de calibração pag. 5
109