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ESTUDO TEÓRICO E EXPERIMENTAL DO ESCOAMENTO HORIZONTAL

SUJEITO A TRANSPIRAÇÃO DE FLUIDO NA PAREDE

Francisco Jarmeson Silva Bandeira

Dissertação de Mestrado apresentada ao


Programa de Pós-graduação em Engenharia
Mecânica, COPPE, da Universidade Federal
do Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do tı́tulo de Mestre em
Engenharia Mecânica.

Orientadores: Juliana Braga Rodrigues


Loureiro
Átila Pantaleão Silva Freire

Rio de Janeiro
Março de 2015
ESTUDO TEÓRICO E EXPERIMENTAL DO ESCOAMENTO HORIZONTAL
SUJEITO A TRANSPIRAÇÃO DE FLUIDO NA PAREDE

Francisco Jarmeson Silva Bandeira

DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO


LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA (COPPE)
DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM
CIÊNCIAS EM ENGENHARIA MECÂNICA.

Examinada por:

Prof. Juliana Braga Rodrigues Loureiro, D.Sc.

Prof. Átila Pantaleão Silva Freire, Ph.D.

Prof. Luca Roberto Augusto Moriconi, D.Sc.

Prof. Fabio Antônio Tavares Ramos, D.Sc.

RIO DE JANEIRO, RJ – BRASIL


MARÇO DE 2015
Bandeira, Francisco Jarmeson Silva
Estudo Teórico e Experimental do Escoamento
Horizontal Sujeito a Transpiração de Fluido na
Parede/Francisco Jarmeson Silva Bandeira. – Rio de
Janeiro: UFRJ/COPPE, 2015.
XIII, 65 p.: il.; 29, 7cm.
Orientadores: Juliana Braga Rodrigues Loureiro
Átila Pantaleão Silva Freire
Dissertação (mestrado) – UFRJ/COPPE/Programa de
Engenharia Mecânica, 2015.
Referências Bibliográficas: p. 53 – 55.
1. Transpiração. 2. Escoamento Horizontal. 3.
Perda de Carga. I. Loureiro, Juliana Braga Rodrigues
et al. II. Universidade Federal do Rio de Janeiro, COPPE,
Programa de Engenharia Mecânica. III. Tı́tulo.

iii
À meus Pais pelo dom da vida e
aos meus irmãos pelo amparo ao
longo desses anos.

iv
Agradecimentos

Agradeço primeiramente a Deus, que me proporcionou toda sabedoria e conhecimento ao


longo de todos esses anos.
Aos meus pais, Maria Audenir e Jailson Bandeira por ter me educado e ensinado os
caminhos da vida, motivando e inspirando sempre.
Aos meus irmãos Jadson Bandeira e Juliane Bandeira, por ter me dado força e com-
panheirismo durante toda minha vida.
Aos meus orientadores Juliana Loureiro e Atila Freire, pela orientação e confiança no
desenvolvimento deste projeto. Ao professor Daniel Onofre por todo auxı́lio.
Aos meus amigos Pamela Lacerda e Gustavo Oviedo que me acompanharam e incen-
tivaram desde o inicio do mestrado. Aos meus amigos Calvino, Flávia da Silva, Angela
Suárez, Ricardo, Luiz, Diogo Coelho, Roberta Kamei, Hediuilli Franklin, Natália Alexan-
dre, Daniela Horácio, Deize e outros que por ventura esqueci-me de mencionar que me
ajudaram de alguma maneira ao longo dessa jornada.
Ao meu amigo Eric em especial, pela ajuda, paciência, ensinamento e dedicação no
desenvolvimento de programas.
Ao Alexandre e equipe da Detek que me ajudaram na fabricação do experimento, ao
Sérgio e João por todo apoio.
A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nı́vel Superior (Capes) pelo suporte
financeiro.
Ao Departamento de Engenharia Mecânica da UFRJ, em especial a Vera por toda
pronta assistência.

v
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

ESTUDO TEÓRICO E EXPERIMENTAL DO ESCOAMENTO HORIZONTAL


SUJEITO A TRANSPIRAÇÃO DE FLUIDO NA PAREDE

Francisco Jarmeson Silva Bandeira

Março/2015

Orientadores: Juliana Braga Rodrigues Loureiro


Átila Pantaleão Silva Freire
Programa: Engenharia Mecânica

O presente trabalho investiga o estudo experimental e teórico da transpiração do fluido


na parede de uma tubulação horizontal. O estudo apresenta uma seção de teste de 14
metros de comprimento que apresenta um meio poroso e uma tubulação que permite a
transpiração em N pontos com objetivo de aproximar-se a realidade e incorporar os efeitos
da transpiração. São realizadas medições globais e locais da perda de carga e velocidade
para nove condições de escoamento diferente, ao longo de uma seção de teste. Os efeitos da
transpiração e do coeficiente de atrito são estudados para duas taxas de injeção distintas
para cada condição de vazão principal. As medições do campo de velocidade e intensidade
turbulenta utilizou-se a Anemometria Laser Doppler. Os resultados são comparados com
a teoria da lei da resistência para tubulações rugosas.

vi
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

STUDY THEORETICAL AND EXPERIMENTAL FLOW HORIZONTAL SUBJECT


TO FLUID TRANSPIRATION ON THE WALL

Francisco Jarmeson Silva Bandeira

March/2015

Advisors: Juliana Braga Rodrigues Loureiro


Átila Pantaleão Silva Freire
Department: Mechanical Engineering

The present work investigates the experimental and theoretical study of transpiration
fluid on the wall of a horizontal pipe. The study presents a test section of 14 meters in
length which features a porous medium and a pipe that allows transpiration in N points
in order to get closer to the reality and incorporate the effects of transpiration. Held are
global and local measurements of pressure loss and speed to nine different flow conditions,
over a test section. The effects of transpiration and the friction coefficient are studied
for two different injection rates for each main flow condition. The measurements of the
velocity field intensity and turbulent used to Laser Doppler Anemometry. The results are
compared with the theory of strength of the law for rough pipes.

vii
Sumário

Lista de Figuras x

Lista de Tabelas xiii

1 Introdução 1
1.1 Histórico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
1.2 Objetivo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.3 Estrutura do trabalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

2 Revisão bibliográfica 6
2.1 Trabalhos sobre escoamentos com injeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6
2.2 Técnicas Experimentais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
2.2.1 Anemometria Laser Doppler - LDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8

3 Fundamentação Teórica 12
3.1 Fundamentação Teórica: Lei da Resistência . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
3.1.1 Lei da Resistência - Tubulações lisas e impermeáveis . . . . . . . . 12
3.1.2 Lei da Resistência - Tubulações lisas e permeáveis . . . . . . . . . . 13
3.1.3 Lei da Resistência - Tubulações rugosas e impermeáveis . . . . . . . 14
3.1.4 Lei da Resistência - Tubulações rugosas e permeáveis . . . . . . . . 15
3.1.5 Efeito da rugosidade na perda de carga . . . . . . . . . . . . . . . . 15
3.2 Perda de carga para tubulações com transpiração na parede . . . . . . . . 17

4 Aparato Experimental 19
4.1 Descrição do Experimento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
4.1.1 Tubo de tecido de aço . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
4.1.2 Meio Poroso . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.1.3 Tubo perfurado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.1.4 Tubo flangeado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23

viii
4.1.5 Conexões de isolamento da tomada de pressão . . . . . . . . . . . . 23
4.1.6 Janela de Acrı́lico . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.1.7 Aparato experimental . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.2 Equipamentos de medição . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.2.1 Equipamentos de medição de Vazão . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.2.2 Equipamentos de medição de Pressão . . . . . . . . . . . . . . . . . 26

5 Resultados 30
5.1 Resultados Experimentais - Rugosidade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
5.2 Resultados Experimentais - LDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.3 Resultados Experimentais - Perda de Carga . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.3.1 Experimento monofásico com vazão de 2,455 m3 /h . . . . . . . . . 34
5.3.2 Experimento monofásico com vazão de 2,85 m3 /h . . . . . . . . . . 38
5.3.3 Experimento monofásico com vazão de 3,31 m3 /h . . . . . . . . . . 40
5.4 Resultados Experimentais - Perda de Carga em tubulações lisas . . . . . . 43
5.4.1 Experimento monofásico com vazão de 2,455 m3 /h . . . . . . . . . 45
5.4.2 Experimento monofásico com vazão de 2,85 m3 /h . . . . . . . . . . 45
5.4.3 Experimento monofásico com vazão de 3,31 m3 /h . . . . . . . . . . 49

6 Considerações Finais 51

Referências Bibliográficas 53

A Dados de Pressão 56

ix
Lista de Figuras

1.1 Recorde mundial de produção marı́tima de petróleo. Retirada de Moraes


(2013) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1.2 Configuração do poço horizontal e vertical. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
1.3 Produção no poço horizontal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

2.1 Seção de teste de Schulkes e Utivik (1998) . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7


2.2 Seção de teste de Su e Gudmundsson (1998) . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
2.3 LDA . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
2.4 cruzamento dos feixes gerando um volume de controle. Retirado de Silva
Freire (2006) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
2.5 Configuração óptica de dois raios - efeito Doppler. Retirado de Silva Freire
(2006) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10

3.1 Rugosidade da superfı́cie. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16


3.2 Rugosidade da superfı́cie. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17

4.1 Exemplos de Gravel Packing . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20


4.2 Tubo de tecido de aço com tomada de pressão . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.3 Meio poroso - Miçangas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
4.4 Tubo perfurado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
4.5 Tubo flangeado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.6 Conexões de isolamento da tomada de pressão. . . . . . . . . . . . . . . . . 24
4.7 Janela de acrı́lico para medições visuais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
4.8 Montagem do LDA na seção de teste . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
4.9 Experimento do Poço Horizontal - NIDF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.10 Seção de teste - NIDF . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
4.11 Diagrama esquemático do aparato experimental . . . . . . . . . . . . . . . 28
4.12 Principio do medidor de vazão eletromagnético . . . . . . . . . . . . . . . . 29
4.13 Medidor de vazão eletromagnético. Retirado do manual da Krohne . . . . 29

x
4.14 Medidor de pressão diferencial. Retirado do manual da Emerson . . . . . . 29

5.1 Determinação do ks . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
5.2 Distribuição de velocidade na seção de teste x=13 metros para vazão de
3310 litros por hora . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
5.3 Escoamento Sem Injeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
5.4 Escoamento na entrada do tubo. Retirado de FOX (2011). . . . . . . . . . 33
5.5 Escoamento sem injeção - vazão 2, 455m3 /h experimental . . . . . . . . . . 34
5.6 Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 455m3 /h experimental 35
5.7 Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 455m3 /h experimental 35
5.8 Escoamento sem Injeção - vazão 2, 455m3 /h (teórico e experimental) . . . . 36
5.9 Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 455m3 /h (teórico e
experimental) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.10 Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 455m3 /h (teórico e
experimental) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
5.11 Escoamento sem injeção - vazão 2, 85m3 /h experimental . . . . . . . . . . 38
5.12 Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 85m3 /h experimental 39
5.13 Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 85m3 /h experimental . 39
5.14 Escoamento sem Injeção - vazão 2, 85m3 /h (teórico e experimental) . . . . 40
5.15 Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 85m3 /h (teórico e
experimental) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.16 Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 85m3 /h (teórico e
experimental) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5.17 Escoamento sem injeção - vazão 3, 31m3 /h experimental . . . . . . . . . . 42
5.18 Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 3, 31m3 /h experimental 42
5.19 Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 3, 31m3 /h experimental . 43
5.20 Escoamento sem Injeção - vazão 3, 31m3 /h (teórico e experimental) . . . . 44
5.21 Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 3, 31m3 /h(teórico e
experimental) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
5.22 Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 3, 31m3 /h (teórico e
experimental) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
5.23 Escoamento sem Injeção - vazão 2, 455m3 /h (com e sem rugosidade) . . . . 46
5.24 Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 455m3 /h (com e sem
rugosidade) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
5.25 Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 455m3 /h (com e sem
rugosidade) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.26 Escoamento sem Injeção - vazão 2, 85m3 /h (com e sem rugosidade) . . . . 47

xi
5.27 Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 85m3 /h (com e sem
rugosidade) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.28 Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 85m3 /h (com e sem
rugosidade) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
5.29 Escoamento sem Injeção - vazão 3, 31m3 /h (com e sem rugosidade) . . . . 49
5.30 Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 3, 31m3 /h (com e sem
rugosidade) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5.31 Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 3, 31m3 /h (com e sem
rugosidade) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50

xii
Lista de Tabelas

5.1 Condições Experimentais do escoamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34


5.2 Valores de ∆P para vazão 2, 455m3 /h (Experimental e Teórico) . . . . . . 36
5.3 Valores de ∆P para vazão 2, 85m3 /h(Experimental e Teórico) . . . . . . . 40
5.4 Valores de ∆P para vazão 3, 31m3 /h(Experimental e Teórico) . . . . . . . 43

A.1 Vazão 2455 litros/hora sem injeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57


A.2 Vazão 2455 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005 . . . . . . . . . . . . . 58
A.3 Vazão 2455 litros/hora com taxa de injeção 0, 001 . . . . . . . . . . . . . . 59
A.4 Vazão 2850 litros/hora sem injeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 60
A.5 Vazão 2850 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005 . . . . . . . . . . . . . 61
A.6 Vazão 2850 litros/hora com taxa de injeção 0, 001 . . . . . . . . . . . . . . 62
A.7 Vazão 3310 litros/hora sem injeção . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
A.8 Vazão 3310 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005 . . . . . . . . . . . . . 64
A.9 Vazão 3310 litros/hora com taxa de injeção 0, 001 . . . . . . . . . . . . . . 65

xiii
Capı́tulo 1

Introdução

1.1 Histórico
O petróleo é uma das matérias-primas que possui maior valor para o desenvolvimento da
sociedade. Grande parte dos bens de consumos são derivados do petróleo ou de alguma
forma direta ou indiretamente necessita do mesmo. A dependência deste fluido faz com
que a indústria petrolı́fera melhore suas técnicas de exploração para aumentar a produção
e atender a demanda, o efeito disso é a exploração de petróleo em águas profundas e ultra
profundas.
Segundo Thomas (2001), a indústria petrolı́fera teve inicio com o primeiro poço pro-
dutor em agosto de 1859, quando o americano Cel. Edwin Lauretine Drake perfurou na
Pensilvânia. Ainda segundo Thomas (2001) a história do petróleo no Brasil teve seu pri-
meiro poço em 1897 quando Eugênio Ferreira Camargo perfurou um poço de 488 metros
de profundidade no municı́pio de Bofete em São Paulo. A produção de petróleo no Brasil
cresceu proporcionando grandes avanços tecnológicos de perfuração e produção. A figura
(1.1) ilustra os recordes mundiais de produção marı́tima de petróleo até 1998, dados mais
recendes mostram que em 2009 o Brasil conseguiu perfurar poços a 2172 metros de abaixo
do nı́vel do mar.
Durante muito tempo a exploração de petróleo era feita a partir de poços verticais, que
era conhecido como poço convencional, muito utilizado por Drake. O poço vertical é mais
barato de ser perfurado, não necessita da utilização de tecnologias direcionais, entretanto,
comparado com outras técnicas a área de contato com o reservatório é pequena. Até
meados dos anos 80, a técnica mais utilizada era a de poços verticais, mas nas ultimas
décadas, os poços horizontais tem despertado o maior interesse a indústria do petróleo
e também de instituições de pesquisas. A figura (1.2) ilustra a configuração do poço
horizontal e o poço vertical.

1
Figura 1.1: Recorde mundial de produção marı́tima de petróleo. Retirada de Moraes
(2013) 2
Figura 1.2: Configuração do poço horizontal e vertical.

De acordo com Prado (2003) que realizou um estudo da comparação entre as estratégias
de produção dos poços verticais e horizontais, a utilização dos poços horizontais oferece
uma maior área de contato com o reservatório. Prado (2003) ainda relata que para uma
mesma vazão fixa de fluido a variação de pressão por metro quadrado no poço vertical e
maior que no poço horizontal, isso permite melhor aplicação na recuperação de óleo em
situações onde o cone de água é um problema.
A exploração de reservatórios utilizando poços horizontais é considerada excelente.
A justificativa para a perfuração de poços horizontais ocorre principalmente devido a
fatores econômicos, entretanto, fatores técnicos também são destacados em relação a
poços verticais, Savino (2009) afirma existir uma série de razões para se perfurar poços
horizontais dentre essas razões pode-se destacar:

• Minimizar o problema de cones de água e de gás;

• Aumentar a área de contato entre o poço e reservatório;

• Aumentar a produção de óleo pesado em reservatórios.

Segundo Camargo (1993), a análise de testes de pressão em poços horizontais são


importantes para determinar caracterı́sticas e parâmetros da formação do poço horizontal.
Camargo (1993) afirma que na literatura existem dois modelos matemáticos para se tratar
um poço horizontal, um primeiro seria a consideração que a distribuição de vazão é de
maneira uniforme ao longo do comprimento do poço e a pressão não uniforme, e o segundo
seria um modelo que a pressão é constante ao longo do poço.
Os modelos abordados na literatura segundo Camargo (1993) para comportamento
da pressão ao longo do poço horizontal é feito de maneira equivocada, uma vez que o

3
escoamento não é uniforme ao longo do poço devido a transpiração do fluido na parede,
como também a pressão não é constante.
A figura (1.3) ilustra a produção de petróleo em um poço horizontal. Durante toda
extensão da área do poço ocorre a transpiração de modo que o comportamento da pressão
deixa de ser linear, justamente devido a influência da adição do fluido ao longo do escoa-
mento.

Figura 1.3: Produção no poço horizontal

As grandes melhorias em técnicas de perfuração permitiram aplicações de poços ho-


rizontais com mais de 2000 metros de comprimento. Entretanto estratégias de produção
são definidas através de ferramentas de simulação numérica de reservatórios que usam os
modelos abordados em Camargo (1993), o desempenho do poço horizontal e analisado a
partir dos diversos cenários geológicos e simulações de fluxos, porém a maioria dos códigos
de previsão não conseguem incorporar tais recursos simples como a rugosidade da parede
e as taxas de injeção e que passam a ser um problema sério, gerando erros nas estimativas
de queda de pressão.

1.2 Objetivo
O objetivo principal do presente trabalho consiste em realizar um trabalho experimental de
referência para tubulações sujeitas a transpiração na parede. Para isso foram realizadas

4
medições de vazões globais e locais e de queda de pressão simultaneamente, para um
escoamento sem injeção e depois com duas taxas de injeção, com objetivo de caracterizar
da melhor forma a influência da transpiração.
Os resultados experimentais são comparados com a teoria desenvolvida por Loureiro
e Silva Freire (2011). As medidas foram realizadas em um escoamento no interior de um
tubo com a injeção de fluido na parede. As técnicas de medições de pressão e velocidade
serão empregadas para caracterizar a perda de carga total no experimento como também
a perda de carga local. O presente trabalho irá abordar a influência da transpiração na
perda de carga.

1.3 Estrutura do trabalho


O presente trabalho está descrito em capı́tulos, que abordam a fundamentação teórica,
o desenvolvimento experimental, resultados e conclusões. Apresenta-se um total de seis
capı́tulos distribuı́dos da seguinte forma:
O Capı́tulo 2 é composto por uma breve revisão bibliográfica sobre os principais tra-
balhos que abordam escoamentos com injeção na parede
O Capı́tulo 3 aborda uma fundamentação teórica da perda de carga em escoamentos
em tubos com injeção, a partir da lei da parede para tubulações lisas e rugosas.
O Capı́tulo 4 descreve o aparato experimental projetado para que o fluido possa ser
injetado de maneira uniforme ao longo da seção de teste.
O Capı́tulo 5 aborda os resultados obtidos através das medições de pressão e um
comparativo com os resultados teóricos, como também o comportamento do fator de
atrito no diagrama de Moody e os perfis de velocidade e intensidade turbulenta.
Capitulo 6 apresenta as conclusões e as sugestões para trabalhos futuros
Por fim, serão apresentadas as referências bibliográficas.

5
Capı́tulo 2

Revisão bibliográfica

2.1 Trabalhos sobre escoamentos com injeção


A grande utilização de poços horizontais e direcionais tem gerado grande interesse das
universidade e centros de pesquisas pelo assunto. Schulkes e Utivk (1998) ver a perda
de carga nos poços horizontais como um desafio para os pesquisadores e a indústria de
petróleo devido a constante injeção de fluido na tubulação aumentando gradativamente na
direção do fluxo, tornando-se improvável que o escoamento atinja o regime completamente
desenvolvido dificultando a discretização dos milhares orifı́cios que o fluido transpira, essa
dificuldade aumenta para o escoamento multifásico no poço horizontal o que torna-se
complicado a solução do problema.
Diversos autores abordam na literatura a perda de carga em tubulações horizontais,
grande parte desses autores consideram apenas o atrito na parede como responsável pela
perda de carga total. Por ter o aumento gradativo da velocidade devido a transpiração,
ocorre uma mudança na quantidade de movimento que de acordo com Su e Gudmundsson
(1998) contribui para a queda de pressão, além de outros efeitos devido a transpiração do
fluido. Outros autores, abordam escoamentos com transpiração de fluido na parede reali-
zando experiências na qual produzem uma tubulação perfurada com aberturas distantes
entre si, essa configuração tende a gerar micro jatos. Para um resultado ideal ou mais
próximo da realidade da transpiração, a adição do fluido deveria ser de forma homogênea.
Olson and Eckert (1966) realizaram estudos experimentais de um escoamento turbu-
lento de ar em um tubo de seção circular poroso com injeção uniforme do fluido através da
parede do tubo, com Re = 28.000 a 82.000. O ar foi injetado de maneira uniformemente
através da parede do tubo para 18 diâmetros em várias razões de velocidade de massa
através da parede. Também foram realizados testes com velocidade de entrada nula na
extremidade a montante do tubo poroso de modo a que o escoamento desenvolvido no

6
tubo exclusivamente como um resultado de os perfis de velocidade.
Su e Gudmundsson (1993) desenvolveram um estudo o qual quantifica a perda de carga
em três componentes, e verificam que para pequenas taxas de injeção o fluido injetado
atuava como um lubrificante diminuindo o atrito; entretanto, quando a taxa era muito
alta o fluido atuava favorecendo o atrito.
Schulkes e Utivik (1998) refizeram os mesmos experimentos de Su e Gudmundsson
(1993) para uma seção de 15 metros de comprimento, decompondo a perda de carga em
três componentes. Os resultados obtidos foram semelhantes aos de seus antecessores.

Figura 2.1: Seção de teste de Schulkes e Utivik (1998)

Su e Gudmundsson (1998) decompõem a perda de carga em quatro termos: perda


devido o atrito, a rugosidade, a aceleração do fluido, e por efeitos de mistura entre o fluido
de transpiração na parede com o escoamento principal. Em seu aparato experimental
foram realizadas perfurações no tubo de teste de modo a deixar semelhante as utilizadas
em um poço horizontal, para isso as perfurações foram cobertas por um filtro criando
um meio poroso, a seção apresenta dois loops de circulação de água um para a tubulação
principal e outro para a área com o revestimento, justamente para ocorrer a transpiração
na parede.

Figura 2.2: Seção de teste de Su e Gudmundsson (1998)

7
Yuang et al (1999) realizou um estudo experimental e teórico sobre injeção de fluido
em um único ponto e depois em diversos pontos em tubulações experimentais. Os expe-
rimentos foram realizados para Reynolds variando entre 5000 e 60000 em uma seção de
teste de 3,048 metros.
Cruz (2009) propõe em seu trabalho a lei da resistência para tubulações lisas e rugosas
para escoamentos com e sem transpiração.
Cruz (2011) apresenta uma seção de teste com uma tubulação interna de tecido de aço
com um meio poroso e um revestimento externo de modo a simular um poço horizontal
de produção de petróleo, a seção de teste possui 6 metros de comprimento para investigar
a transpiração na parede.
Mathebula (2011) realizou um estudo de correlações do fator de atrito para tubos
perfurados com baixas taxas de injeção, em seu aparato experimental é apresentado uma
estrutura com perfurações organizadas ao longo da seção formando triângulos, com uma
densidade de furos conhecida. A estrutura usada por Mathebula (2011) foi usada por
Siwón (1987) que realizou um estudo com água usando tubulações de PVC.
Loureiro e Silva Freire (2014) possui uma seção de teste semelhante a de Cruz (2011)
e apresenta a lei da resistência para tubos rugosos com a transpiração de fluido na parede
para escoamento monofásico e bifásico.
Bandeira et al (2014) desenvolvem um estudo de perda de carga em tubulações ho-
rizontais com injeção na parede com uma seção de teste de 14 metros de comprimento
semelhante a usada por Cruz (2011). Bandeira et al (2014) apresentam dados para uma
única condição de vazão principal fixa e duas condições com transpiração na parede.
Os aparatos experimentais propostos por Su e Gudmundsson (1998), Cruz (2009),
Cruz (2011) Loureiro e Silva Freire (2014) permite que o fluido seja injetado de forma
homogênea. As configurações e os resultados de Bandeira et al. (2014) fazem parte do
presente trabalho.

2.2 Técnicas Experimentais


2.2.1 Anemometria Laser Doppler - LDA
A Anemometria Laser Doppler (LDA) também conhecida por Velocimetria Laser Doppler
(LDV) é uma técnica óptica não intrusiva, ideal para medições de velocidade e distribuição
de turbulência em escoamentos confinados e não confinados, a figura (2.3) ilustra o sistema
LDA. Esta técnica permite a resolução das três componentes do vetor velocidade, mesmo
com sistemas unidirecionais.

8
Figura 2.3: LDA

A técnica do Doppler é baseada na utilização de dois feixes de igual intensidade que


são focalizados e que se cruzam num ponto de interesse no escoamento. Nesse cruzamento
dos feixes forma-se um volume de controle, a figura (2.4) ilustra um volume de controle.
Quando a luz é refletida em um objeto em movimento, a frequência da luz espalhada
é deslocada por um valor proporcional à velocidade do objeto, desta forma, é possı́vel
estimar a velocidade observando a mudança da frequência, este é o principio base da
técnica do LDA.
O escoamento deve conter partı́culas pequenas capazes de espalhar a luz. Em alguns
casos as próprias impurezas contidas no fluido são capazes de gerar um espalhamento da
luz.
A luz espalhada pela partı́cula ao atravessar as franjas de interferências é captada por
um foto detector de uma lente de recepção. Este sinal luminoso é transformado num sinal
elétrico no domı́nio do tempo. Após seu processamento, resulta num domı́nio de frequência
que possui uma relação direta com a velocidade. É interessante que a frequência vista
pelo detector (fd ) é independente da pressão, temperatura e/ou densidade do fluido. A
figura (2.5) ilustra a configuração óptica de dois raios incidentes ilustrando a aplicação
do efeito Doppler. Esta frequência (fd ) é dada pela Eq. (2.1) abaixo.

2Ux θ
fd = sen( ) (2.1)
ζonda 2
onde ζonda é o comprimento da onda, θ é o angulo entre as duas franjas e Ux é a velocidade
do escoamento na direção x.
De acordo com Silva Freire (2006) o tamanho do volume de controle ilustrado na

9
Figura 2.4: cruzamento dos feixes gerando um volume de controle. Retirado de Silva
Freire (2006)

Figura 2.5: Configuração óptica de dois raios - efeito Doppler. Retirado de Silva Freire
(2006)

10
figura (2.4), pode ser calculado a partir do diâmetro da cintura do raio (dc ) e do ângulo de
interseção θ. Para ter um volume precisa-se saber a altura dx , a largura dy e o comprimento
dz do volume de controle, que são dadas pelas equações (2.2), (2.3) e (2.4) respectivamente:

4F ζonda
dx = dc = (2.2)
πd(x)
onde F é o comprimento focal da lente da sonda, d(x) é o seu diâmetro.

dc
dy = (2.3)
cos(θ/2)
e

dc
dz = (2.4)
sen(θ/2)
O numero total de franjas gerado pelo cruzamento de dois feixes pode ser calculado
pela relação entre a largura dx do volume de controle e a distância entre as franjas %f . A
equação (2.5) mostra esta relação.

dx
Nf = (2.5)
%f
O tratamento dos dados aquisitados através do sinal elétrico gerado no fotodetector é
realizado por programas de aquisição e tratamentos que transformam a frequência Doppler
em velocidade e estatı́sticas de interesse, como intensidade turbulenta, momentos de ordem
superior e outros.

11
Capı́tulo 3

Fundamentação Teórica

3.1 Fundamentação Teórica: Lei da Resistência


A lei Universal da resistência introduzida por Cruz(2011) é válida para o fluxo monofásico
e incorpora o efeitos da rugosidade. A expressão pode ser usada para descrever o esco-
amento com a transpiração fluido distribuı́do na parede . A abordagem usada por Cruz
(2011) e Loureiro e Silva Feire (2011) é diferente de outros autores, que têm preferido des-
crever a perda de carga na tubulação perfurada através de uma decomposição de efeitos:
atrito da parede , atrito dos orifı́cios de injeção e os efeitos de mistura. Na maioria dos
casos , o atrito dos orifı́cios está associada com um aumento da rugosidade. Os efeitos de
mistura , por outro lado , são comparados com o problema de múltiplos jatos interagem
num fluxo transversal. Esta estratégia solução resulta em uma análise complexa para
determinar o comportamento correto da parte correspondente ao atrito.
Os escoamentos internos são naturalmente susceptı́veis a simplificações quando com-
parados a escoamentos externos, desta forma Cruz (2011) propõe a ”‘Lei Universal da
Resistência ”‘ para tubulações lisas ou rugosas e com ou sem transpiração na parede. O
presente trabalho irá realizar uma comparação entre a teoria proposta por Cruz (2011)
com os resultados experimentais na seção de teste com a transpiração.

3.1.1 Lei da Resistência - Tubulações lisas e impermeáveis


A partir do principio da teoria do escoamento paralelo, cujo as forças inerciais se reduzem
a zero. Dessa forma, os esforços cisalhantes são equilibrados com a diferença de pressão
presente no escoamento, resultando a seguinte equação:

(P1 − P2 ) yc
τ0 = (3.1)
L 2

12
Na equação acima, τ0 é a tensão cisalhante, o L o comprimento da tubulação, e yc
representa o raio, na parede tem-se que yc = R, então:

P1 − P2 R
τ0 = (3.2)
L 2
A equação do coeficiente de atrito λ é definida como:
2
(P1 − P2 ) λρUm
= (3.3)
L 2d
onde Um é a velocidade média e ρ é a massa especifica do fluido.
Para números de Reynolds muito grande, a distribuição de velocidade na região com-
pletamente turbulenta para o escoamento sobre a parede é dada pela ”‘lei assintótica da
parede”’, normalmente conhecida como ”‘lei da parede”’ expressa por:

u 1  yu∗ 
= ln +A (3.4)
u∗ χ ν
p
onde u∗ é a velocidade de atrito = (τw /ρ), χ é a constante de von Karman (= 0, 4) e
A=5,5.
A integração da Eq. (3.4) através da seção transversal da tubulação com algumas
manipulações algébricas obtêm-se a equação para a lei universal da resistência para tu-
bulações lisas impermeáveis.
 
1 um d
√ = 2.035 log − 0.91 (3.5)
λ ν
Diversos autores testaram a Eq.(3.5, sendo consenso ser ela válida para altos números
de Reynolds.

3.1.2 Lei da Resistência - Tubulações lisas e permeáveis


Para escoamentos sujeitos a transpiração na parede a equação (3.5) não é mais valida por
não possuir termos que represente os efeitos da transpiração. A influência da transpiração
na parede que altera a distribuição de velocidade ao longo da camada limite, de modo
que as perdas de carga são reduzidos ou aumentados dependendo da taxa de injeção.
A formulação de Silva Freire (1988) combina o método de expansão assintótica apli-
cando às equações de movimento para encontrar uma lei da parede na qual o termo A da
equação (3.4) varia com a transpiração. A expressão resultante é:

13
 A 2 Π̃  y 
 
+ 1 +
 Π y  + 1 +
u = ln y + A + W + vw ln y + + W (3.6)
κ κ δ 2κ 2 κ δ

onde u+ = u/u∗ , y + = yu∗ /ν, vw+ = vw /u∗ , vw = velocidade normal na parede e A é dado
por: v 
w
A = 5 − 512 (3.7)
U
e os parâmetros Π e Π̃ e a função W estão relacionados com a função universal de Coles
(1956).
A integração da Eq. (3.6) sobre a área da seção transversal da tubulação, resulta em:

2
Um = U − 3.75u∗ − vw (1.86A + 2.34 ln Re+ − 5.47) (3.8)

onde Re+ = Ru∗ /ν.


Algumas outras manipulações algébricas com

Um 2 2
= √ , (3.9)
u∗ λ

tem-se

λ
1 = √ (2, 5 ln(Re+ ) + A − 3, 75)
2 2 (3.10)
A2
+ vw++ (1, 56 ln2 (Re+ ) + (1, 25A − 4, 68) ln(Re+ ) + + 1, 86A + 5, 47)
4

onde √
vw Um D λ
vw++ = e Re = +
√ . (3.11)
Um ν 4 2

3.1.3 Lei da Resistência - Tubulações rugosas e impermeáveis


A lei da resistência para escoamentos em tubulações rugosas foi apresentando por Niku-
radse (1933) e é dada pela seguinte equação:
 
u 1 y
= ln + B, (3.12)
u∗ κ ks
onde ks é o comprimento caracterı́stico da rugosidade e B=8,5 (para o regime completa-
mente rugoso).
Na verdade, B mostrou ser uma função de Rek (= ks u∗ /ν). O comportamento de

14
B para os três tipos de regime de escoamento discutidos por Nikuradse (1933) tem sido
estudada por vários autores. Por exemplo, Ligrani e Moffat (1986) sugerem a seguinte
dependência funcional.

1−σ
B = 8.5σ + ln (Rek ) + (1 − σ)C, (3.13)
κ
onde Rek = ks u∗ /ν, C = 5.1 e σ=sin((1/2)πg) com

ln (Rek /Rek,s )
g= (3.14)
ln (Rek,r /Rek,s )
Rek,s = 5, Rek,r = 70 e essa aproximação é válida em 5 ≤ Rek ≤ 70.
A equação da resistência para escoamentos em tubulações rugosas pode ser obtida
através da integração da eq. (3.12) através da área da seção transversal do tubo. Após a
integração tem-se:
1
λ= (3.15)
[0.88 ln(R/ks ) + 0.35B − 1.33]2
Comparando a equação ((3.15) com a apresentada no experimento de Nikuradse que
para um regime totalmente rugoso o termo aditivo deve ser substituı́do por 1,74.

3.1.4 Lei da Resistência - Tubulações rugosas e permeáveis


A lei da resistência para tubulações rugosas com transpiração na parede, agora pode ser
deduzida fornecidos os resultados das seções anteriores são levados em conta. Pode-se
definir Re+ = R/ks e Ak = B - 512 vw++ . Daı́ resulta imediatamente a partir das equações
(3.10) e (3.15) que:

√     
λ R ++ 2 R
1 = √ (2.5 ln + Ak − 3.75) + vw 1.56 ln
2 2 ks ks
  2
(3.16)
R A
+ (1.25Ak − 4.68) ln + k + 1.86Ak + 5.47
ks 4

3.1.5 Efeito da rugosidade na perda de carga


A maioria das aplicações da engenharia que utiliza tubulações não pode ser considerado
como sendo hidraulicamente liso, em número de Reynolds mais elevados. A resistência ao
fluxo oferecido por paredes em geral é maior do que a resultante pelas equações anteriores,
para os tubos lisos.
A rugosidade superficial apresenta influência direta no perfil de velocidade de um

15
escoamento, alguns fatores como densidade de distribuição dos elementos rugosos, forma,
altura e o modo como estão distribuı́dos são importantes. Diversos autores realizaram
experimentos modificando esses fatores para determinar o coeficiente de atrito, Nikuradse
(1993) possui a mais completa base de dados sobre comportamento do escoamento em
tubulações rugosas. A figura (3.1) abaixo ilustra os dados de Nikuradse.

Figura 3.1: Rugosidade da superfı́cie.

Considerando o perfil de velocidade para o escoamento turbulento, conclui-se que as


tensões viscosas são dominantes na parede, essa região é conhecida como subcamada vis-
cosa e a espessura dessa subcamada é dada por δν . Se a subcamada viscosa apresentar
uma espessura a qual seja capaz de cobrir os elementos rugosos, não terá uma perda sig-
nificativa, nesta condição pode-se dizer que o escoamento está em regime hidraulicamente
liso. Contudo, a espessura da subcamada viscosa é influenciada pelo numero de Reynolds,
a medida que se aumenta o numero de Reynolds a espessura da subcamada viscosa dimi-
nui e para um dado Reynolds elevado alguns elementos rugosos emergem influenciando
de forma significativa, nesse momento o fator de atrito passa a ser função de Reynolds
e da rugosidade também. Para valores de Reynolds ainda maiores, todos os elementos
rugosos emergem através da subcamada viscosa e a perda de carga passa a depender do
tamanho dos elementos rugosos, nesta condição o escoamento está em regime rugoso. A

16
figura (3.2) ilustra o regime hidraulicamente liso e o regime rugoso.

Figura 3.2: Rugosidade da superfı́cie.

3.2 Perda de carga para tubulações com transpiração


na parede
A perda de carga em tubulações sem transpiração na parede pode ser calculada a partir
da equação (3.17).
2
λLρUm
∆P = (3.17)
2D
onde ∆P é a diferença de pressão entre dois pontos, L a distância entre os dois pontos
de pressão, ρ é a massa especı́fica do fluido , Um a velocidade média do fluido e D é o
diâmetro da tubulação
Para tubulações que possui a injeção de fluido em determinados trechos, a perda de
carga não pode ser dada pela equação (3.17). De acordo com Su e Gudmundsson (1993)
o aumento da velocidade do escoamento devido a adição do fluido, proporciona uma
mudança da quantidade de movimento que contribui para a queda de pressão, além disso
os orifı́cios feitos para a injeção do fluido, também contribuem para a perda de carga,
agindo como elementos rugosos.

17
A queda de pressão total em uma tubulação horizontal com injeção de fluido na parede
pode ser dada por uma parcela de perda de carga reversı́vel e outra irreversı́vel. Su e
Gudmundsson (1993) comenta que a perda de carga reversı́vel ocorre devido a mudança
da quantidade de movimento gerada pela adição do fluido pelas paredes acelerando dessa
forma o fluido, enquanto que a perda de carga irreversı́vel seria devido o atrito da parede,
o atrito dos orifı́cios de perfurados. Desse modo, a perda de carga total é calculado pela
somatória desses efeitos, dados pela equação (3.18).

∆p = ∆pparede + ∆paceleração + ∆porif icos (3.18)

Su e Gudmundsson (1993) utilizaram o ∆porif icos porque em seu experimento era de


interesse realizar um teste para determinar a perda de carga devido a parede antes e
depois de perfurar o tubo. Para o presente trabalho a tubulação já é perfurada, então os
termos ∆porif icos e ∆pparede são agrupados em um único termo. Sendo assim, a equação
(3.18) é dada pela seguinte equação:

∆p = ∆pparede + ∆paceleração (3.19)

A equação para a perda de carga devido a aceleração e dada pela equação (3.20):

∆paceleração = ρ Uf2 − Ui2



(3.20)

onde Uf e a velocidade no final da seção e Ui é a velocidade no inı́cio da seção.


A partir dessa definição, para o presente trabalho será considerado para perda de carga
apenas os efeitos da parede e aceleração, assim tem-se:

λLρU m2
+ ρ Uf2 − Ui2

∆P = (3.21)
2D
onde λ varia com a tubulação, como visto na seção anterior as equações para tubulações
lisas e rugosas podendo considerar também os efeitos da permeabilidade.

18
Capı́tulo 4

Aparato Experimental

4.1 Descrição do Experimento


Esta seção descreve a configuração experimental empregada na construção da bancada
de teste do poço horizontal que se encontra no Núcleo Interdisciplinar de Dinâmica dos
Fluidos.
No poço horizontal existe um problema de material particulado vindo do reservatório
para a coluna de produção, segundo LaFontaine et al (1999) esse problema ocorre de-
vido o poço apresentar uma pressão de fundo em fluxo menor que a pressão estática do
reservatório, esse problema e conhecido como ”Produção de Areia”.
Com objetivo de amenizar o problema de ”Produção de Areia”, a indústria do petróleo
utiliza uma técnica conhecida como ”Gravel Packing”que consiste na utilização de telas
especiais para minimizar a passagem deste material particulado. A figura (4.1) ilustra o
”Gravel Packing”.
A realização de várias seções de testes para simular a transpiração na parede em
tubulações são encontradas na literatura, alguns abordam a transpiração em apenas um
ponto da seção e outros abordam múltiplos pontos. Su e Gusdmunsson (1993), Cruz
(2011), Loureiro e Silva Freire (2014) propõem seções que mais se aproximam das condições
reais de operação de um poço horizontal.
Cruz (2011) utiliza seis seções de tubos de tecido de aço com espaçamento de 0,12 mm
e fio de espessura de 0,10 mm, produzindo dessa forma uma tubulação com N pontos de
injeção ao longo da seção de teste, representando melhor as condições reais de produção
dos poços horizontais.
A proposta do aparato experimental do presente trabalho é desenvolver uma seção
de teste de 14 metros com injeção na parede com condições semelhantes a de um poço
horizontal que possui um fluido escoando em seu interior e um segundo sendo injetado na

19
//

Figura 4.1: Exemplos de Gravel Packing

parede da tubulação, de forma a ter uma migração do fluido vindo do reservatório para o
poço através da parede. Para isso, torna-se necessário criar um meio poroso (simulando
o material rochoso) em que o fluido irá transpirar na direção axial, sendo adicionado ao
escoamento principal.
O Aparato experimental foi projetada para realizar medições de pressão em pontos
conhecidos e medição do perfil de velocidade através o LDA. O Anemômetro Laser Dop-
pler, como visto no capı́tulo 2, é uma técnica de medição não intrusiva, o qual utiliza dois
feixes do laser que se cruzam no interior da tubulação, possibilitando a medição do campo
de velocidade do escoamento. Para que fosse possı́vel realizar esta medição, foi projetada
uma janela de acrı́lico transparente com as seguintes dimensões 210x210x25 milı́metros e
posicionada entre as seções de teste.
O comprimento total da seção de teste em que ocorre a transpiração é de 14 metros.
Esta parte do aparato está dividido em 14 seções de testes de 1 metro cada, que apresenta
três seções de acrı́licos localizadas uma na entrada do poço, a segunda a 7 metros da sua
entrada e outra no 13 metros.
Cada uma das 14 seção de teste são composta por:

• tubo de tecido de aço de 1000 milı́metros de comprimento e 31,75 milı́metros de

20
diâmetro;

• 133 kg de miçangas de 2 milı́metros de diâmetro;

• tubo perfurado com 1000 milı́metros de comprimento e 97 milı́metros de diâmetro;

• tubos flangeados para permitir a conexão entre as seções, feito de aço inox de 1000
milı́metros de comprimento e 127 milı́metros de diâmetro.

• dois tampos anulares de PVC de 34 milı́metros de diâmetro interno e 93,5 milı́metros


de diâmetro externo;

• dois tampos anulares de PVC de 98 milı́metros de diâmetro interno e 127 milı́metros


de diâmetro externo;

• dois tampos de aço flangeados;

• dois tampos de borracha de 34 milı́metro interno e 127 milı́metros de diâmetro


externo;

• 16 parafusos sextavados

4.1.1 Tubo de tecido de aço


O tubo de tecido de aço é a seção mais importante do experimento, consiste de uma
tubulação fabricada manualmente a partir de uma tela de aço maleável, com a finalidade
de construir uma tubulação similar ao ”‘gravel packing”’ usado na indústria de petróleo.
Esta seção é tão importante porque justamente será a tubulação que irá permitir o
encontro do fluido injetado com o escoamento principal através da transpiração por N
pontos, outro fator importante é que no tubo de tecido de aço estão conectados os pontos
de tomada de pressão, além de se conectar diretamente nas janelas de acrı́lico que são
usadas para a medição com LDA. Os dados geométricos do tubo de tecido de aço são:

• possui 1000 mm de comprimento;


• 31,75 mm de diâmetro interno; e
• 34 mm de diâmetro externo.

A figura (4.2) ilustra o tubo de tecido de aço.

21
Figura 4.2: Tubo de tecido de aço com tomada de pressão

4.1.2 Meio Poroso


Para criar um meio poroso no experimento foi usado ”‘miçangas”’, que são elementos que
possuem uma rigidez capaz de permitir a transpiração do fluido sem haver a ruptura do
material. O uso das miçangas se dar pela necessidade de criação de um meio poroso para
que o fluido de injeção possa atravessa-lo e transpirar na parece do tubo de tecido de aço.
O meio poroso fica localizadas entre o tubo perfurado e o tubo de tecido de aço, a figura
(4.3) ilustra a utilização das miçangas no experimento.

Figura 4.3: Meio poroso - Miçangas.

4.1.3 Tubo perfurado


O tubo perfurado fica localizado entre as miçangas e o tubo flangeados, tem como finali-
dade permitir a passagem do fluido ao seu redor para o meio poroso (miçangas), a região
entre o tubo perfurado e o flangeado atuam como se fosse um mini reservatório. O tubo
perfurado possui 1000 mm de comprimento, 97 mm de diâmetro interno e espessura de

22
1,7 mm, possui furos distancia entre os furos de 8 mm. A figura (4.4) ilustra o tubo
perfurado.

Figura 4.4: Tubo perfurado.

4.1.4 Tubo flangeado


O tubo flangeado tem a finalidade de isolar a área do fluido injeção com o ambiente
externo. O mesmo possui 123 mm de diâmetro interno com espessura de 4 mm, nele
também estão o ponto de injeção localizado a 500 milı́metros de suas extremidades e as
saı́das de tomadas de pressão localizadas a 250 milı́metros das extremidades. Os tubos
flangeados possui os flanges responsáveis pelas conexões entre as seções. A figura (4.5)
ilustra o tubo flangeado.

4.1.5 Conexões de isolamento da tomada de pressão


O ponto de tomada de pressão é realizado diretamente na parte interna do tubo de tecido
de aço, cujo objetivo é obter apenas a pressão sobre o escoamento. Para obter apenas a
pressão do escoamento principal, utilizou-se uma agulha de 1,5 mm de diâmetro interno
que encontra-se fixada no tubo de tecido de aço a qual é conectada uma mangueira de 2
mm de diâmetro externo, onde a mesma é acoplada com o tubo flangeado que encontra-se
com uma conexão aumentando o diâmetro externo para 6 mm, que se conecta diretamente
no diferencial de pressão. Foi desprezada qualquer perda de carga entre essas conexões
pelo simples fato de que o fluido se encontra estático, a diferença de pressão ocorre pela
transmissão do pulso de pressão. A figura (4.6) ilustra a conexão entre as mangueiras.

23
Figura 4.5: Tubo flangeado.

Figura 4.6: Conexões de isolamento da tomada de pressão.

4.1.6 Janela de Acrı́lico


A janela de acrı́lico foi projetada para realizar medições utilizando técnicas de medições
visuais, tais como, Anemometria Laser Doppler (LDA), Velocimetria por Imagens de
Partı́culas (PIV), shadow size. Para o presente trabalho, utilizou-se apenas a técnica de
Anemometria Laser Doppler.
A janela de acrı́lico possui as seguintes dimensões 210 milı́metros de altura,210
milı́metros comprimento e 25 milı́metros de espessura, a mesma foi instalada a uma
distância de 13 metros do inicio da seção de teste.
A figura (4.8) ilustra a montagem do LDA no aparato experimental.

4.1.7 Aparato experimental


As figuras (4.9) e (4.10) ilustram a montagem da seção de testes utilizado para fazer
medições do escoamento com transpiração do fluido na parede.
A figura (4.11) ilustra o diagrama esquemático do funcionamento da bancada de teste.

24
Figura 4.7: Janela de acrı́lico para medições visuais

O experimento possui dois loop de circulação, um é responsável pela alimentação do


escoamento principal no interior do tubo de tecido de aço e o outro fornece o fluido para
transpirar na parede. O sistema utiliza dois reservatórios e duas bombas de cavidade
progressiva.

4.2 Equipamentos de medição


4.2.1 Equipamentos de medição de Vazão
Para a medição de vazão, foi utilizado o medidor do tipo eletromagnético. O principio
de medição é baseado na lei de Faraday o qual um condutor movendo-se em um campo
magnético produz uma força eletromotriz proporcional a sua velocidade. A figura (4.12)
ilustra os componentes do medidor na tubulação.
A velocidade é dada pela equação (4.1).

E
V = (4.1)
BD
onde, B é a densidade do fluxo magnético, D a distância entre os eletrodos, V a velocidade
do fluxo e E a tensão induzida.
Sabendo que a vazão (Q) para um tubo é dada pela equação (4.2), pode-se observar
que para um diâmetro constante, o valor da vazão é dado pela variação da tensão induzida
e a densidade de fluxo magnético.

πE
Q= D (4.2)
4B
O aparato experimental possui seis medidores de vazão eletromagnético, um na entrada
da seção de teste que é responsáveis pela medição da vazão do escoamento principal e os

25
Figura 4.8: Montagem do LDA na seção de teste

demais são utilizados para medir a vazão do fluido de injeção na parede. A figura(4.13)
ilustra o medidor de vazão.

4.2.2 Equipamentos de medição de Pressão


Para a medição de pressão foi utilizado um transmissor de pressão capacitivo. Este tipo de
medidor tem sua funcionalidade através da variação de capacitância, onde é introduzida
num capacitor, quando através de sua deslocação das placas em virtude de uma aplicada
pressão.
No aparato experimental foi instalado um transmissor de pressão que utiliza a tecno-
logia do sensor de capacitância da Emerson Process Management, de faixa de medição
entre 0 e 2,5 bar, ligados na tubulação através dos pontos de tomada de pressão. Existe
um sistema de válvulas que permite a realização da medição em vinte e um pontos.
As tomadas de pressão são feitas a partir de agulhas conectadas diretamente no tubo
de tecido de tela e ligadas pelo sistema de conexões e isolamento da tomada de pressão,
dessa forma tem-se apenas leitura real da pressão no interior da tubulação de tecido de
aço. A figura(4.14) ilustra o medidor de pressão.

26
Figura 4.9: Experimento do Poço Horizontal - NIDF

Figura 4.10: Seção de teste - NIDF

27
Figura 4.11: Diagrama esquemático do aparato experimental

28
Figura 4.12: Principio do medidor de vazão eletromagnético

Figura 4.13: Medidor de vazão eletromagnético. Retirado do manual da Krohne

Figura 4.14: Medidor de pressão diferencial. Retirado do manual da Emerson

29
Capı́tulo 5

Resultados

5.1 Resultados Experimentais - Rugosidade


O comprimento da rugosidade (ks ) foi determinado a partir da equação da lei da resistência
para tubulações rugosas sem injeção na parede, para a condição de Reynolds variando
entre 6000 e 100000, o qual foi realizado diversos ensaios sem injeção para determinar
a queda de pressão ao longo da seção de 14 metros de comprimento. Para o presente
trabalho foi encontrado um valor de ks = 0, 00034m. A figura (5.1) ilustra os resultados
obtidos (pontos em azul) em comparação com os dados de Nikuradse.

Figura 5.1: Determinação do ks

30
5.2 Resultados Experimentais - LDA
O conhecimento do campo de velocidade de um escoamento é fundamental para o enten-
dimento do mecanismo que governa a dinâmica dos fluidos. A presente seção apresenta
os perfis de velocidade e de intensidade turbulenta obtida através da Anemometria Laser
Doppler (LDA), na estação de medição localizada em x=13 metros do inicio da seção
experimental, para o escoamento monofásico com uma vazão média de 3310 litros por
hora.
Os perfis de velocidade média ilustrados na figura (5.2) foram obtidos para o escoa-
mento com mesma vazão de entrada nas condições de operação sem injeção de fluido na
parede, com taxa de injeção de 0,0005 e taxa de injeção de 0,0010.

Figura 5.2: Distribuição de velocidade na seção de teste x=13 metros para vazão de 3310
litros por hora

É possı́vel observar na figura (5.2) que a injeção do fluido na parede modifica da


distribuição de velocidades.
As flutuações da velocidade longitudinal é ilustrado na figura (5.3). O que atrai
atenção na figura (5.3) é o grande aumento de < u2 >1/2 devido a transpiração do fluido
na parede. A agitação do escoamento próximo a parede devido a injeção, eleva o nı́vel da
turbulência, de modo que o maior valor de < u2 >1/2 é observado para a maior taxa de
injeção 0,001.

31
Figura 5.3: Escoamento Sem Injeção

5.3 Resultados Experimentais - Perda de Carga


O presente trabalho divide a perda de carga em função do atrito na parede e da aceleração
do escoamento. Os efeitos na parede são calculados através da ”‘lei da resistência”’ e a
aceleração pode ser dada pela equação (3.20). As medições de pressão devem ocorrem
em um trecho da tubulação que o regime estivesse completamente desenvolvido. Após a
entrada do escoamento na tubulação a camada limite passa a crescer sobre a parede do
tubo, reduzindo a velocidade perto da parede, dessa forma, a velocidade na linha de centro
deve crescer na direção da corrente para transportar a mesma vazão mássica através de
cada seção do tubo. Efeitos de atrito estão concentrados nas camadas limites.
O escoamento fora das camadas limites é permanente. A equação de Bernoulli pode
ser aplicada como um modelo razoável para o escoamento real fora das camadas limites.
A mesma prediz que a pressão decresce quando a velocidade do escoamento cresce. Após
as camadas limites atingirem a linha de centro do canal, o escoamento inteiro é afetado
pelo atrito. Então, não é mais possı́vel aplicar a equação de Bernoulli.
Quando o escoamento torna-se completamente desenvolvido, a taxa de variação de
pressão com a distância torna-se constante. Na região de entrada, a pressão cai mais
rapidamente; o gradiente de pressão crescente é causado pelo aumento da tensão de cisa-
lhamento de parede e pelo perfil de velocidade em desenvolvimento, o qual faz aumentar
o fluxo de quantidade de movimento.

32
Para o escoamento completamente desenvolvido sem transpiração, o comportamento
da pressão torna-se linear; o gradiente de pressão é constante ao longo do tubo.
A tensão de cisalhamento de parede é inicialmente grande e decresce à medida que
as camadas limites tornam-se mais espessas. A figura (5.4) ilustra o comportamento do
escoamento na entrada de um tubo.

Figura 5.4: Escoamento na entrada do tubo. Retirado de FOX (2011).

Segundo Cruz (2011) observações experimentais para escoamentos laminares o com-


primento de acomodação é da ordem de 130 a 300 diâmetros, Fox et al (2011) afirma que
o comprimento de acomodação é uma função de Reynolds dado pela equação (5.1) abaixo:

L ρV D
≈ 0.006 (5.1)
D µ
Fox et al (2011) afirma que para escoamentos laminar em tubos espera-se numero de
Reynolds menores que 2300, então o comprimento de acomodação pode ser aproximado
a 140 diâmetros do tubo. Para escoamento turbulento Fox et al (2011) afirma baseado
em experiências que o escoamento está totalmente desenvolvido para distancias entre 25
e 40 diâmetros a partir da sua entrada, entretanto, o movimento turbulento pode fazer
com que para distâncias de 80 ou superiores o escoamento ainda não esteja completamente
turbulento. Cruz (2011) afirma que para escoamentos turbulentos esse comprimento varia
se o tubo for liso ou rugoso, para tubo liso o comprimento de acomodação varia entre 50
e 100 diâmetros e para tubulações rugosas esse numero se reduz a 25 e 40 diâmetros.
Como o objetivo desse trabalho não é definir qual seria o comprimento de acomodação
e os dados devem ser adquiridos em regiões com o regime completamente desenvolvido o
primeiro ponto de pressão está localizado a 3,25 metros da sua entrada, aproximadamente
100 diâmetros.
As condições experimentais já realizadas na presente seção de testes, são mostradas a
seguir na Tabela (5.1), abaixo.

33
Tabela 5.1: Condições Experimentais do escoamento
Escoamento Qe m3 /h Umax [m/s] vw+ Quantidade Medida
Monofásico 2,455 0,86 0.0 U (Velocidade), P (Pressão)
Monofásico 2,455 0,86 0,0005 U, P
Monofásico 2,455 0,86 0,001 U, P
Monofásico 2,85 1,0 0,0 U, P
Monofásico 2,85 1,0 0,0005 U, P
Monofásico 2,85 1,0 0,001 U, P
Monofásico 3,31 1,16 0,0 U, P
Monofásico 3,31 1,16 0,0005 U, P
Monofásico 3,31 1,16 0,001 U, P

5.3.1 Experimento monofásico com vazão de 2,455 m3 /h


Para os escoamentos monofásico com vazão de 2, 455m3 /h foram realizados três experi-
mentos, o primeiro sem injeção (vw+ = 0), o segundo com uma taxa de injeção de 0,0005
(vw+ =0,0005) e o terceiro com uma taxa de (vw+ =0,001). Os resultados experimentais
podem ser vistos nas figuras (5.5),(5.6) e (5.7) respectivamente.

Figura 5.5: Escoamento sem injeção - vazão 2, 455m3 /h experimental

Para o escoamento sem injeção, observa-se o comportamento linear da diferença de


pressão, a figura (5.5) ilustra tal comportamento. Entretanto, para escoamentos com
transpiração na parede, o diferencial de pressão ao longo da seção deixa de ser linear. As

34
Figura 5.6: Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 455m3 /h experimental

Figura 5.7: Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 455m3 /h experimental

35
figuras (5.6) e (5.7) mostram que quanto maior é a taxa de injeção, mais o comportamento
da pressão deixa de ser linear.
Utilizando a equação (3.21), também foram obtido valores teóricos para os mesmos
padrões de vazão e taxa de injeção experimentais. A tabela (5.2) abaixo mostra a com-
paração da diferença de pressão teórica e experimental no ultimo ponto de pressão locali-
zado a 13,75 metros do inicio da seção experimental. Para esta vazão o maior erro relativo
entre a diferença de pressão teórica e experimental foi de 0,358%.

Tabela 5.2: Valores de ∆P para vazão 2, 455m3 /h (Experimental e Teórico)


Reentrada Um vw+ ∆P (experimental) ∆P (teórico) Erro relativo (%)
27361 0,86 0.0 4055 4051,83 0,078
27361 0,86 0.0005 12262,5 12215,5 0,385
27361 0,86 0.001 23665,5 23635,7 0,126

As figuras (5.8),(5.9) e (5.10) ilustram uma comparação entre os resultados teóricos


e experimentais. As medidas experimentais foram obtidos nos 21 pontos de medições de
pressão ao longo de toda a seção de teste, com as seguintes condições: escoamento sem
injeção, taxa de injeção de 0,0005 e taxa de injeção de 0,001, respectivamente.

Figura 5.8: Escoamento sem Injeção - vazão 2, 455m3 /h (teórico e experimental)

36
Figura 5.9: Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 455m3 /h (teórico e
experimental)

Figura 5.10: Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 455m3 /h (teórico e
experimental)

37
5.3.2 Experimento monofásico com vazão de 2,85 m3 /h
A configuração experimental e as taxas de injeção são iguais para os três tipos de vazão,
semelhante a vazão de 2455 litros/hora, para os escoamentos monofásico com vazão de
2, 85m3 /h foram realizados três ensaios, o primeiro sem injeção (vw+ = 0), o segundo com
uma taxa de injeção de 0,0005 (vw+ =0,0005) e o terceiro com uma taxa de (vw+ =0,001).
Os resultados experimentais podem ser vistos nas figuras (5.11),(5.12) e (5.13) respecti-
vamente.

Figura 5.11: Escoamento sem injeção - vazão 2, 85m3 /h experimental

O comportamento da diferença de pressão se comporta de forma semelhante ao mos-


trando na subseção anterior, para o escoamento sem injeção o comportamento da diferença
de pressão continua linear, conforme a figura (5.11), e para escoamentos com transpiração
na parede, o diferencial de pressão ao longo da seção deixa de ser linear, as figuras (5.12)
e (5.13) mostram que quanto maior é a taxa de injeção, mais o comportamento da pressão
deixa de ser linear.
Utilizando a equação (3.21), também foram obtido valores teóricos para os mesmos
padrões de vazão e taxa de injeção experimentais. A tabela (5.3) abaixo mostra a com-
paração da diferença de pressão teórica e experimental no ultimo ponto de pressão locali-
zado a 13,75 metros do inicio da seção experimental. Para esta vazão o maior erro relativo
entre a diferença de pressão teórica e experimental foi de 2,622%.
As figuras (5.14),(5.15) e (5.16) ilustram uma comparação entre os resultados teóricos

38
Figura 5.12: Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 85m3 /h experimental

Figura 5.13: Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 85m3 /h experimental

39
Tabela 5.3: Valores de ∆P para vazão 2, 85m3 /h(Experimental e Teórico)
Reentrada Um vw+ ∆P (experimental) ∆P (teórico) Errorelativo(%)
27361 1,00 0,000 5156,00 5572,53 2,531
27361 1,00 0,0005 17093,00 16726,20 2,193
27361 1,00 0,0010 35984,50 35065,20 2,622

e experimentais. As medidas experimentais foram obtidos nos 21 pontos de medições de


pressão ao longo de toda a seção de teste, com as seguintes condições: escoamento sem
injeção, taxa de injeção de 0,0005 e taxa de injeção de 0,001, respectivamente.

Figura 5.14: Escoamento sem Injeção - vazão 2, 85m3 /h (teórico e experimental)

5.3.3 Experimento monofásico com vazão de 3,31 m3 /h


No escoamentos monofásico com vazão de 3, 31m3 /h foram realizados três experimentos, o
primeiro sem injeção (vw+ = 0), o segundo com uma taxa de injeção de 0,0005 (vw+ =0,0005)
e o terceiro com uma taxa de (vw+ =0,001). Os resultados experimentais podem ser visua-
lizados nas figuras (5.17),(5.18) e (5.19) respectivamente.
Foi utilizada a equação (3.21) para obter valores teóricos para os mesmos padrões de
vazão e taxa de injeção experimentais. A tabela (5.4) abaixo mostra a comparação da
diferença de pressão teórica e experimental no ultimo ponto de pressão localizado a 13,75

40
Figura 5.15: Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 85m3 /h (teórico e
experimental)

Figura 5.16: Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 85m3 /h (teórico e
experimental)

41
Figura 5.17: Escoamento sem injeção - vazão 3, 31m3 /h experimental

Figura 5.18: Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 3, 31m3 /h experimental

42
Figura 5.19: Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 3, 31m3 /h experimental

metros do inicio da seção experimental. Para esta vazão o maior erro relativo entre a
diferença de pressão teórica e experimental foi de 2,152%.

Tabela 5.4: Valores de ∆P para vazão 3, 31m3 /h(Experimental e Teórico)


Reentrada Um vw+ ∆P (experimental) ∆P (teórico) Errorelativo(%)
36890 1,16 0,0000 7528,00 7693,55 2,152
36890 1,16 0,0005 21433,50 21803,80 1,698
36890 1,16 0.0010 43627,62 43372,40 0,588

As figuras (5.20),(5.21) e (5.22) ilustram uma comparação entre os resultados teóricos


e experimentais. As medidas experimentais foram obtidos nos 21 pontos de medições de
pressão ao longo de toda a seção de teste, com as seguintes condições: escoamento sem
injeção, taxa de injeção de 0,0005 e taxa de injeção de 0,001, respectivamente.

5.4 Resultados Experimentais - Perda de Carga em


tubulações lisas
De modo a obter a comparação entre a tubulação lisa e rugosa, foram realizados cálculos a
partir da equação da lei da resistência para tubulações lisas e comparados com os resultado

43
Figura 5.20: Escoamento sem Injeção - vazão 3, 31m3 /h (teórico e experimental)

Figura 5.21: Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 3, 31m3 /h(teórico e
experimental)

44
Figura 5.22: Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 3, 31m3 /h (teórico e
experimental)

teóricos apresentados na seção anterior, assim pode-se observar o feito da rugosidade na


queda de pressão em tubulações sujeitas a injeção de fluido na parede.

5.4.1 Experimento monofásico com vazão de 2,455 m3 /h


Para o escoamento monofásico cuja vazão de entrada é de 2, 455m3 /h foram realizados
cálculos a partir da equação (3.10) para as condições sem injeção e com as taxas de
injeção de 0,0005 e 0,001 e comparados com os resultados da tubulação de rugosidade. Os
respectivos resultados são ilustrados nas figuras (5.23),(5.24) e (5.25), é possı́vel observar
que o efeito da rugosidade aumenta a perda de carga e para a condição de taxa de injeção
igual a 0,001 observa-se que o valor aumenta em torno de 45%.

5.4.2 Experimento monofásico com vazão de 2,85 m3 /h


Para o escoamento monofásico cuja vazão de entrada é de 2, 85m3 /h foram realizados
cálculos a partir da equação (3.10) para as condições sem injeção e com as taxas de
injeção de 0,0005 e 0,001 e comparados com os resultados da tubulação de rugosidade. Os
respectivos resultados são ilustrados nas figuras (5.26),(5.27) e (5.28), é possı́vel observar
que o efeito da rugosidade aumenta a perda de carga e para a condição de taxa de injeção

45
Figura 5.23: Escoamento sem Injeção - vazão 2, 455m3 /h (com e sem rugosidade)

Figura 5.24: Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 455m3 /h (com e sem
rugosidade)

46
Figura 5.25: Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 455m3 /h (com e sem
rugosidade)

igual a 0,001 observa-se que o valor aumenta em torno de 52%.

Figura 5.26: Escoamento sem Injeção - vazão 2, 85m3 /h (com e sem rugosidade)

47
Figura 5.27: Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 2, 85m3 /h (com e sem
rugosidade)

Figura 5.28: Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 2, 85m3 /h (com e sem
rugosidade)

48
5.4.3 Experimento monofásico com vazão de 3,31 m3 /h
Para o escoamento monofásico cuja vazão de entrada é de 3, 31m3 /h foram realizados
cálculos a partir da equação (3.10) para as condições sem injeção e com as taxas de
injeção de 0,0005 e 0,001 e comparados com os resultados da tubulação de rugosidade. Os
respectivos resultados são ilustrados nas figuras (5.29),(5.30) e (5.31), é possı́vel observar
que o efeito da rugosidade aumenta a perda de carga e para a condição de taxa de injeção
igual a 0,001 observa-se que o valor aumenta em torno de 50%.

Figura 5.29: Escoamento sem Injeção - vazão 3, 31m3 /h (com e sem rugosidade)

49
Figura 5.30: Escoamento com taxa de injeção de 0, 0005 - vazão 3, 31m3 /h (com e sem
rugosidade)

Figura 5.31: Escoamento com taxa de injeção de 0, 001 - vazão 3, 31m3 /h (com e sem
rugosidade)

50
Capı́tulo 6

Considerações Finais

O presente trabalho mostrou um estudo de escoamento monofásico em tubulações hori-


zontais com a transpiração de fluido na parede, apresentando um aparato experimental
capaz de validar a teoria da lei da resistência para diferentes vazões e taxas de injeção,
além de analisar o comportamento da queda de pressão ao longo de uma seção de 15
metros de comprimento.
O estudo feito para escoamento sem injeção, tem como objetivo a observar a dinâmica
no escoamento sem a interferência do fluido de injeção, comparando os valores experi-
mentais com a teoria e posteriormente para as mesmas condições de vazão de entrada
e tomadas de pressão, alterava-se a taxa de injeção e examinava a influência do fluido
injetado, sendo possı́vel realizar duas comparações:
• Primeiramente pode-se comparar o comportamento da diferença de pressão do esco-
amento com injeção e sem injeção, observando que a medida que aumenta o compri-
mento x em metros (distancia entre a inicio e termino da seção de teste) a diferença
de pressão sofre um amortecimento devido o termo de aceleração, quanto maior a
taxa de injeção maior o amortecimento ao longo do perfil de pressão.
• A partir da equação teórica é possı́vel comparar os valores teóricos estimados para
a pressão com os valores experimentais.
Neste trabalho, foram estudadas três condições variando apenas a vazão do escoamento
principal. As vazões estudadas foram 2, 455m3 /h, 2, 85m3 /h e 3, 31m3 /h e para cada
vazão, foram realizadas três medições de perfil de diferencial de pressão variando apenas
a taxa de injeção. Obtendo ao todo nove perfis de pressão.
Os resultados obtidos para os nove perfis de pressão quando comparados com a teoria
(Eq. (3.21)) mostraram ser bastante consistente e confiáveis. A teoria fornece previsões
precisas como observados nas tabelas (5.2), (5.3) e (5.4).

51
O modelo do aparato experimental, mostra que a criação do meio poroso e a utilização
do tecido de aço na fabricação de uma nova tubulação, realmente permite com que o fluido
transpire de uma melhor forma, quando comparado a outros autores que realizam a injeção
direta em pontos especı́ficos.
Para trabalhos futuros propõe-se:
• analisar o comportamento da pressão de um escoamento bifásico sujeito a trans-
piração de fluido na parede.
• analisar o comportamento de quebra de bolhas ou coalescência devido a injeção do
fluido na parede.
• realizar um estudo do comportamento da pressão no escoamento multifásico (ar,
água, óleo).
• realizar estudos de campos de velocidade e de propriedades turbulentas para escoa-
mentos bifásico e multifásicos.
• propor e validar teorias com escoamentos sujeito a injeção.

52
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55
Apêndice A

Dados de Pressão

Esta seção contém os dados de diferencial de pressão obtido durante os experimentos,


como também os dados teóricos obtidos pela Lei da resistência. As tabelas (A.1), (A.2)
e (A.3) contém os dados para a vazão de 2455 litros/hora com taxas de injeção de (v + =
0, 0000), (v + = 0, 0005) e (v + = 0, 0010) respectivamente. As tabelas (A.4), (A.5) e
(A.6) contém os dados para a vazão de 2850 litros/hora com taxas de injeção de (v + =
0, 0000), (v + = 0, 0005) e (v + = 0, 0010) respectivamente. E as tabelas (A.7), (A.8) e
(A.9) apresentam os dados para a vazão de 3310 litros/hora com taxas de injeção de
(v + = 0, 0000), (v + = 0, 0005) e (v + = 0, 0010) respectivamente.

56
Tabela A.1: Vazão 2455 litros/hora sem injeção
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 290,50 192,94
∆P 2 1 485,00 385,89
∆P 3 1,5 702,00 578,83
∆P 4 2 880,00 771,78
∆P 5 2,5 1080,00 964,72
∆P 6 3 1222,00 1157,67
∆P 7 3,5 1377,00 1350,61
∆P 8 4 1612,50 1543,55
∆P 9 4,5 1744,50 1736,50
∆P 10 5 1952,50 1929,44
∆P 11 5,5 2096,00 2122,39
∆P 12 6 2331,50 2315,33
∆P 13 6,5 2477,50 2508,28
∆P 14 7 2695,00 2701,22
∆P 15 7,5 2848,50 2894,16
∆P 16 8 3053,00 3087,11
∆P 17 8,5 3253,00 3280,05
∆P 18 9 3481,50 3473,00
∆P 19 9,5 3639,50 3665,94
∆P 20 10 3842,50 3858,89
∆P 21 10,5 4055,00 4051,83

57
Tabela A.2: Vazão 2455 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 418,50 348,82
∆P 2 1 878,00 717,12
∆P 3 1,5 1299,50 1105,51
∆P 4 2 1812,00 1514,59
∆P 5 2,5 2124,00 1944,95
∆P 6 3 2473,00 2397,19
∆P 7 3,5 2881,50 2871,93
∆P 8 4 3445,00 3369,76
∆P 9 4,5 3864,50 3891,29
∆P 10 5 4392,00 4437,11
∆P 11 5,5 4900,00 5007,82
∆P 12 6 5558,00 5604,04
∆P 13 6,5 6095,50 6226,35
∆P 14 7 6759,50 6875,35
∆P 15 7,5 7390,00 7551,64
∆P 16 8 8102,50 8255,81
∆P 17 8,5 8956,00 8988,46
∆P 18 9 9794,50 9750,17
∆P 19 9,5 10552,50 10541,50
∆P 20 10 11316,50 11363,10
∆P 21 10,5 12262,50 12215,50

58
Tabela A.3: Vazão 2455 litros/hora com taxa de injeção 0, 001
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 419,50 528,08
∆P 2 1 1183,50 1102,58
∆P 3 1,5 1819,00 1725,63
∆P 4 2 3052,00 2339,40
∆P 5 2,5 3308,00 3126,04
∆P 6 3 3875,00 3907,67
∆P 7 3,5 4564,50 4746,43
∆P 8 4 5476,50 5644,42
∆P 9 4,5 6340,50 6603,75
∆P 10 5 7341,50 7626,49
∆P 11 5,5 8304,50 8714,69
∆P 12 6 9568,00 9870,41
∆P 13 6,5 10644,50 11095,70
∆P 14 7 12036,00 12392,40
∆P 15 7,5 13355,50 13762,70
∆P 16 8 14763,00 15208,40
∆P 17 8,5 16488,00 16731,60
∆P 18 9 18361,00 17907,10
∆P 19 9,5 20020,50 20017,60
∆P 20 10 21671,50 21242,90
∆P 21 10,5 23665,50 23635,70

59
Tabela A.4: Vazão 2850 litros/hora sem injeção
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 338,50 265,36
∆P 2 1 634,00 530,72
∆P 3 1,5 980,00 796,08
∆P 4 2 1260,50 1061,43
∆P 5 2,5 1500,00 1326,79
∆P 6 3 1723,50 1592,15
∆P 7 3,5 1936,50 1857,51
∆P 8 4 2249,50 2122,87
∆P 9 4,5 2435,00 2388,23
∆P 10 5 2712,50 2653,58
∆P 11 5,5 2894,00 2918,94
∆P 12 6 3224,50 3184,30
∆P 13 6,5 3411,00 3449,66
∆P 14 7 3701,50 3715,02
∆P 15 7,5 3912,50 3980,38
∆P 16 8 4177,00 4245,73
∆P 17 8,5 4433,50 4511,09
∆P 18 9 4729,50 4776,45
∆P 19 9,5 4926,50 5041,81
∆P 20 10 5169,50 5307,17
∆P 21 10,5 5431,50 5572,53

60
Tabela A.5: Vazão 2850 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 491,00 479,84
∆P 2 1 1119,50 986,32
∆P 3 1,5 1665,00 1520,25
∆P 4 2 2114,50 2082,42
∆P 5 2,5 2803,00 2673,63
∆P 6 3 3352,00 3294,68
∆P 7 3,5 3901,00 3946,35
∆P 8 4 4831,50 4629,44
∆P 9 4,5 5355,00 5344,74
∆P 10 5 6089,50 6093,05
∆P 11 5,5 6752,50 6875,15
∆P 12 6 7739,00 7691,82
∆P 13 6,5 8440,00 8543,86
∆P 14 7 9573,50 9432,04
∆P 15 7,5 10343,00 10357,10
∆P 16 8 11410,50 11319,90
∆P 17 8,5 12534,50 12321,20
∆P 18 9 13687,50 13361,70
∆P 19 9,5 14712,50 14442,20
∆P 20 10 15928,50 15563,40
∆P 21 10,5 17093,00 16726,20

61
Tabela A.6: Vazão 2850 litros/hora com taxa de injeção 0, 001
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 687,00 768,01
∆P 2 1 1629,50 1606,46
∆P 3 1,5 3108,50 2518,63
∆P 4 2 5235,50 3507,76
∆P 5 2,5 6241,00 4577,07
∆P 6 3 6998,00 5729,74
∆P 7 3,5 8159,50 6968,94
∆P 8 4 9544,00 8297,75
∆P 9 4,5 10770,50 9719,27
∆P 10 5 12193,00 11236,50
∆P 11 5,5 13542,00 12852,40
∆P 12 6 15359,00 14570,00
∆P 13 6,5 16853,50 16392,20
∆P 14 7 19022,50 18321,70
∆P 15 7,5 20759,50 20361,40
∆P 16 8 22939,50 22514,10
∆P 17 8,5 25400,00 24728,40
∆P 18 9 27987,50 27169,10
∆P 19 9,5 30369,00 29676,70
∆P 20 10 32942,50 32307,90
∆P 21 10,5 35984,50 35065,20

62
Tabela A.7: Vazão 3310 litros/hora sem injeção
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 399,00 366,36
∆P 2 1 740,00 732,72
∆P 3 1,5 1124,00 1099,08
∆P 4 2 1504,00 1465,44
∆P 5 2,5 1750,00 1831,80
∆P 6 3 2010,00 2198,16
∆P 7 3,5 2304,00 2564,52
∆P 8 4 2747,00 2930,88
∆P 9 4,5 3011,00 3297,24
∆P 10 5 3411,00 3663,59
∆P 11 5,5 3684,00 4029,95
∆P 12 6 4134,00 4396,31
∆P 13 6,5 4416,00 4762,67
∆P 14 7 4840,00 5129,03
∆P 15 7,5 5151,00 5495,39
∆P 16 8 5533,00 5861,75
∆P 17 8,5 5937,00 6228,11
∆P 18 9 6390,00 6594,47
∆P 19 9,5 6710,00 6960,83
∆P 20 10 7111,00 7327,19
∆P 21 10,5 7528,00 7693,55

63
Tabela A.8: Vazão 3310 litros/hora com taxa de injeção 0, 0005
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 455,50 639,79
∆P 2 1 1312,50 1313,61
∆P 3 1,5 1941,00 2022,39
∆P 4 2 2782,50 2767,06
∆P 5 2,5 3358,50 3548,58
∆P 6 3 3983,50 4367,85
∆P 7 3,5 4741,00 5225,81
∆P 8 4 5714,50 6123,38
∆P 9 4,5 6493,50 7061,46
∆P 10 5 7465,00 8040,97
∆P 11 5,5 8292,50 9062,82
∆P 12 6 9573,00 10127,90
∆P 13 6,5 10498,00 11237,10
∆P 14 7 11705,50 12391,30
∆P 15 7,5 12748,00 13591,40
∆P 16 8 14106,50 14838,20
∆P 17 8,5 15470,50 16132,70
∆P 18 9 17093,50 17475,60
∆P 19 9,5 18380,50 18867,90
∆P 20 10 19909,50 20310,30
∆P 21 10,5 21433,50 21803,80

64
Tabela A.9: Vazão 3310 litros/hora com taxa de injeção 0, 001
Diferencial de pressão x (metros) Experimental [Pa] Teórico [Pa]
∆P 1 0,5 705,71 989,72
∆P 2 1 2032,38 2065,56
∆P 3 1,5 3061,43 32131,16
∆P 4 2 4500,95 4490,10
∆P 5 2,5 5669,52 5845,91
∆P 6 3 6688,57 7302,07
∆P 7 3,5 8065,24 8861,98
∆P 8 4 9914,29 10529,00
∆P 9 4,5 11452,86 12306,50
∆P 10 5 13364,76 14197,60
∆P 11 5,5 15162,38 16205,60
∆P 12 6 17579,05 18333,60
∆P 13 6,5 19630,48 20584,60
∆P 14 7 22308,57 22961,70
∆P 15 7,5 24604,76 25467,70
∆P 16 8 27300,00 28105,70
∆P 17 8,5 30410,00 30878,50
∆P 18 9 33694,29 33788,80
∆P 19 9,5 36780,00 36839,40
∆P 20 10 40130,00 40032,90
∆P 21 10,5 43627,62 43372,40

65

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