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UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Aplicação da Teoria da Vulnerabilidade Estrutural a Redes


Hidráulicas de Abastecimento de Água

Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil

Carlos Augusto Fernandes Bastos

Vila Real, Dezembro de 2008


UNIVERSIDADE DE TRÁS-OS-MONTES E ALTO DOURO

Aplicação da Teoria da Vulnerabilidade Estrutural a Redes


Hidráulicas de Abastecimento de Água

Carlos Augusto Fernandes Bastos

Dissertação apresentada na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro para


cumprimento dos requisitos à obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil,
realizada sob a orientação científica do Professor Jorge Tiago Queirós da Silva Pinto e
da Professora Isabel Maria A. de Marta Oliveira Bentes, da Universidade de Trás-os-
Montes e Alto Douro.
Resumo

A teoria da vulnerabilidade estrutural tem vindo a ser desenvolvida na Universidade de


Bristol, no Reino Unido. Esta teoria baseia-se na forma e na conectividade de uma
estrutura de engenharia civil e pretende identificar a(s) parte(s) mais vulnerável(is)
dessa estrutura.

O objectivo principal deste trabalho de investigação consiste em transpor os conceitos


de base desta teoria para o campo das redes hidráulicas de abastecimento de água e de
forma a ser possível dar início ao desenvolvimento de uma nova teoria, a teoria da
vulnerabilidade de redes hidráulicas de abastecimento de água, que seja capaz de
identificar a(s) parte(s) mais vulnerável(is) de uma rede hidráulica de abastecimento de
água.

Para o efeito, a teoria da vulnerabilidade estrutural foi, pela primeira vez, descrita em
português. A transposição dos conceitos teóricos da teoria da vulnerabilidade estrutural
para o campo das redes hidráulicas de abastecimento de água foi completada com o
recurso a exemplos de redes de abastecimento de água muito simples.

Um exemplo real de uma rede hidráulica de abastecimento de água serviu para


exemplificar a aplicação da nova teoria da vulnerabilidade de redes hidráulicas de
abastecimento de água e também mostrar o potencial desta teoria. Através desse
exemplo também se observou que ainda existem algumas limitações associadas a esta
teoria.

Palavras-chave: conectividade; vulnerabilidade; nó; ramo; aglutinação; desaglutinação;


cenário de dano.
Abstract

The structural vulnerability theory has been developed in the Bristol University, UK.
This theory is based in the form and the connectivity of a structure and its main
purposed is to identify the most vulnerable part of that structure.

The main goal of this research work is to adapt the concepts of the structural
vulnerability theory to the water supply network field and, consequently, to develop the
new theory of the vulnerability of water supply networks. This theory aims to identify
the most vulnerable part of a water supply network.

For the first time, the structural vulnerability theory was described in Portuguese. In the
order to simplify the adaptation of the concepts o the structural vulnerability theory to
the water supply networks, several examples of water supply networks were used.

A real water supply network example was used to exemplify the application of new
theory of the vulnerability of water supply network and to show the potential of this
theory. Meanwhile, through this example it was also possible to come across to some
limitations that still exist in this new theory.

Keywords: connectivity, vulnerability, net ring, clustering, unzipping, breakage


scenery.
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Índice Geral
Índice de texto .................................................................................................................. II
Índice de figuras ............................................................................................................... V
Índice de tabelas ............................................................................................................ VII
Siglas ............................................................................................................................ VIII
Capítulo 1 - Introdução ...................................................................................................... 1
Capítulo 2 - Introdução da Teoria da Vulnerabilidade Estrutural ..................................... 5
Capítulo 3 - Dimensionamento de redes de abastecimento de água................................ 40
Capítulo 4 - Aplicação dos conceitos da teoria da vulnerabilidade estrutural ao contexto
das redes hidráulicas de abastecimento de água .............................................................. 57
Capítulo 5 - Aplicação da nova teoria da vulnerabilidade das redes hidráulicas de
abastecimento de água a um caso real ............................................................................. 89
Capítulo 6 - Conclusão .................................................................................................. 117
Bibliografia .................................................................................................................... 121
Anexos ........................................................................................................................... 124

I
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Índice de texto
Capítulo 1 - Introdução ...................................................................................................... 1
1.1 Enquadramento e objectivos .................................................................................... 2
1.2 Estrutura da dissertação ........................................................................................... 3
Capítulo 2 - Introdução da Teoria da Vulnerabilidade Estrutural ..................................... 5
2.1 Objectivos ................................................................................................................ 6
2.2 Introdução ................................................................................................................ 6
2.3 Defenição dos principais conceitos ......................................................................... 7
2.4 Qualidade de forma ............................................................................................... 15
2.4.2 Conexão nodal ................................................................................................ 20
2.5 Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural ................................................. 26
2.6 Processo de aglutinação ......................................................................................... 27
2.6.1 Máxima qualidade de forma (Qfmáx) ............................................................... 28
2.6.2 Máxima capacidade resistente ao dano (Emáx) ................................................ 28
2.6.3 Máxima conexão nodal ( máx)......................................................................... 29
2.6.4 Máxima distância aos apoios (Dismáx) ............................................................ 29
2.6.5 Escolha livre (Fc) ........................................................................................... 30
2.6.6 Exemplificação da aplicação processo de aglutinação ................................... 30
2.7 Formação do modelo hierárquico .......................................................................... 33
2.8 Processo de desaglutinação ................................................................................... 35
2.8.1 Cenários de dano ............................................................................................ 36
2.8.2 Exemplificação do processo de desaglutinação com recurso a um exemplo . 37
2.9 Conclusões ............................................................................................................. 38
Capítulo 3 - Dimensionamento de redes de abastecimento de água................................ 40
3.1 Objectivos .............................................................................................................. 41
3.2 Definição dos principais conceitos ........................................................................ 41
3.3 Introdução .............................................................................................................. 42
3.4.1 Elementos base de dimensionamento ................................................................. 45
3.4.1.1 Levantamento topográfico ........................................................................... 45
3.4.1.2 Elementos para a determinação de caudais ................................................. 45
3.4.1.2.1 Caudais de cálculo .................................................................................... 45
3.4.1.2.2 Caudal de montante, jusante, equivalente e unitário de percurso ............. 46
3.4.1.2.3 Selecção da tubagem ................................................................................ 49
3.4.2 Critérios gerais e regulamentares ................................................................... 50
3.4.2.1 Velocidades recomendadas.......................................................................... 50
3.4.2.2 Diâmetros mínimos ..................................................................................... 50
3.4.2.3 Perdas de cargas principais .......................................................................... 51
3.4.2.4 Perdas de carga localizadas ......................................................................... 53
3.4.2.5 Pressões nas condutas de distribuição ......................................................... 54

II
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

3.5. Conclusões ............................................................................................................ 55


Capítulo 4 - Aplicação dos conceitos da teoria da vulnerabilidade estrutural ao contexto
das redes hidráulicas de abastecimento de água .............................................................. 57
4.1 Objectivos .............................................................................................................. 58
4.2 Introdução .............................................................................................................. 58
4.3 Adaptação dos principais conceitos teóricos da teoria da vulnerabilidade
estrutural ao contexto das redes hidráulicas de abastecimento de água ...................... 59
4.4 Definição mais aprofundada de alguns conceitos.................................................. 63
4.4.1 Qualidade de forma ........................................................................................ 63
4.4.2 Capacidade resistente ao dano ........................................................................ 66
4.4.3 Conexão nodal ................................................................................................ 67
4.5 Aplicação da teoria da vulnerabilidade de redes hidráulicas de abastecimento de
água.............................................................................................................................. 69
4.6 Processo de aglutinação da teoria da vulnerabilidade de redes hidráulicas de
abastecimento de água ................................................................................................. 69
4.6.1 Menor perda de carga total ( H min)................................................................ 70
4.6.2 Máxima capacidade resistente ao dano (Emáx) ................................................ 70
4.6.3 Máxima conexão nodal ( máx) ........................................................................ 71
4.6.4 Máxima distância ao reservatório (Dismáx) ..................................................... 71
4.6.5 Escolha livre (Fc) ........................................................................................... 73
4.7 Exemplificação da aplicação do processo de aglutinação da TVRHAA............... 73
4.8 Formação do modelo hierárquico na TVRHAA.................................................... 77
4.9 Processo de desaglutinação da TVRHAA ............................................................. 79
4.9.1 Cenários de dano da TVRHAA ...................................................................... 80
4.9.2 Exemplificação da aplicação do processo de desaglutinação na TVRHAA .. 82
4.10 Conclusões ........................................................................................................... 87
Capítulo 5 - Aplicação da nova teoria da vulnerabilidade das redes hidráulicas de
abastecimento de água a um caso real ............................................................................. 89
5.1 Objectivos .............................................................................................................. 90
5.2 Introdução .............................................................................................................. 90
5.3 Dimensionamento da RHAA real usada como exemplo ....................................... 90
5.4 Aplicação da TVRHAA à RHAA de S. Miguel de Rodrigues .............................. 98
5.4.1 Aplicação do processo de aglutinação à RHAA de S. Miguel Rodrigues ...... 98
5.4.2 Modelo hierárquico da RHAA de S. Miguel de Rodrigues .......................... 105
5.4.3 Aplicação do processo de desaglutinação à RHAA de S. Miguel de
Rodrigues ............................................................................................................... 108
5.4.4 Análise dos resultados da aplicação da TVRHAA à RHAA de S. Miguel de
Rodrigues ............................................................................................................... 113
5.5 Conclusões ........................................................................................................... 115

III
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Capítulo 6 - Conclusão .................................................................................................. 117

IV
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Índice de figuras

Figura 1: Exemplos de sistemas ........................................................................................ 7


Figura 2: Sub-estrutura ...................................................................................................... 8
Figura 3: Anel estrutural .................................................................................................... 8
Figura 4: Sub-estrutura primitiva ...................................................................................... 9
Figura 5: Sub-estrutura de referência ................................................................................ 9
Figura 6: Sub-estrutura de origem ..................................................................................... 9
Figura 7: Analogia entre os sistemas árvore e estrutura de engenharia civil .................. 10
Figura 8: Ponte Velha do Arade de Portimão (Outubro 2007) ........................................ 13
Figura 9: Edifício de habitação em Setúbal (22 de Novembro de 2007) ........................ 14
Figura 10: World Trade Center, Nova York (11 de Setembro de 2001) ......................... 15
Figura 11: Ribeira do Jamor (18 de Fevereiro de 2008).................................................. 15
Figura 12: Factores que influenciam a qualidade de forma de uma estrutura ................. 18
Figura 13: Estrutura usada para ilustrar os conceitos de conexão nodal e de grau nodal
de uma ligação ................................................................................................................. 22
Figura 14: Grau total de ligações (ligações internas e externas) dos nós 3 e 5 ............... 24
Aplicando ........................................................................................................................ 24
Figura 15: Grau total de ligações de cada nó (Glt) .......................................................... 25
Figura 16: Sub-estruturas de a a m .................................................................................. 25
Figura 17: Estrutura para exemplificar a aplicação do processo de aglutinação ............. 31
Figura 18: Exemplificação da aplicação do processo de aglutinação ............................. 32
Figura 19: Modelo hierárquico da Figura 17 ................................................................... 34
Figura 20: Sub-estrutura 15 e respectivo anel estrutural ................................................. 34
Figura 21: Representação esquemática de um troço e os respectivos nós de
extremidade ..................................................................................................................... 42
Figura 22: Representação esquemática de um nó de junção ........................................... 42
Figura 23: Troço com distribuição de percurso ............................................................... 48
Figura 24: Factores que podem influenciar a qualidade de forma de uma RHAA ......... 64
Figura 25: Exemplo de uma sub-rede primitiva para a exemplificação do cálculo da
conexão nodal .................................................................................................................. 68
Figura 26: Exemplo de uma sub-rede para a exemplificação do cálculo da conexão
nodal ................................................................................................................................ 68

V
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 27: RHAA para a exemplificação da quantificação da distância ao reservatório 72


Figura 28: RHAA para exemplificar a aplicação do processo de aglutinação ................ 73
Figura 29: Modelo hierárquico da RHAA da Figura 28 .................................................. 78
Figura 30: Pormenor A .................................................................................................... 78
Figura 31: Exemplo de um dano parcial de uma RHAA................................................. 81
Figura 32: Sub-rede 7 ...................................................................................................... 83
Figura 33: Modelo hierárquico da sub-rede 7 ................................................................. 83
Figura 34: Sub-rede 7 sem a sub-rede primitiva 3........................................................... 84
Figura 35: Sub-rede 6 ...................................................................................................... 85
Figura 36: Modelo hierárquico da sub-rede 6 ................................................................. 85
Figura 37: RHAA de S. Miguel de Rodrigues................................................................. 91
Figura 38: Modelo hierárquico da RHAA de S. Miguel de Rodrigues ......................... 107

VI
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Índice de tabelas

Tabela 1: Conexão nodal ( ) de cada sub-estrutura ........................................................ 26


Tabela 2: Extrapolação dos conceitos mais simples ........................................................ 59
Tabela3: Variáveis intervenientes no dimensionamento de RHAA ................................ 65
Tabela 4: Comprimentos dos troços da rede da Figura 28 .............................................. 72
Tabela 5: Diâmetros comerciais e espessuras de tubos em PVC para uma pressão de
serviço de 6Kg/cm2.......................................................................................................... 74
Tabela 6: Características geométricas e hidráulicas para a aplicação da TVRHAA ....... 74
Tabela 7: Exemplificação da aplicação do 1º passo do processo de aglutinação ............ 75
Tabela 8: Exemplificação da aplicação do 2º passo do processo de aglutinação ............ 76
Tabela 9: Exemplificação da aplicação do 3º passo do processo de aglutinação ............ 76
Tabela 10: Cenários de dano da RHAA da Figura 28 ..................................................... 86
Tabela 11: Dados da RHAA de S. Miguel de Rodrigues ................................................ 92
Tabela 12: Características geométricas e hidráulicas para a aplicação da TVRHAA ..... 95
Tabela 13: 1º passo do processo de aglutinação da RHAA de S. Miguel de
Rodrigues ......................................................................................................................... 98
Tabela 14: Resultados da aplicação do processo de desaglutinação à RHAA de S.
Miguel de Rodrigues ..................................................................................................... 109
Tabela 15: Índice de vulnerabilidade ( ) dos cenários de dano da RHAA de S. Miguel
de Rodrigues .................................................................................................................. 112

VII
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Siglas
A Área do tubo
Ast Área da secção transversal
ADcom Área de um círculo usando o diâmetro comercial do tubo
ADint Área de um círculo usando o diâmetro interno do tubo
C Matriz de associação
CD Ligação directa com a sub-estrutura(rede) de referência
CL Última sub-estrutura(rede) a ser aglutinada
D Diâmetro
Dcom Diâmetro comercial
Dint Diâmetro interno
Dis Distância da sub-estrutura ao apoio (ou reservatório)
Disi Distância do nó i ao apoio (ou reservatório)
Dismáx Máxima distância ao apoio/reservatório
E Capacidade resistente ao dano
Etmáx Esforço máximo para a ocorrência do dano total da
estrutura
Emáx Máxima capacidade resistente ao dano
Er Capacidade resistente ao dano relativo
Etotal Capacidade resistente ao dano para a ocorrência do dano
total da rede ou sub-rede
Fc Escolha livre
FR Forma um anel de ligação com a sub-estrutura de
referência
Gl Grau nodal de uma ligação (ligações internas)
Glt Grau total de ligações de um nó
H Pressão de serviço
In Matriz de identidade
J Perda de carga contínua por unidade de comprimento
K Coeficiente de perda de carga localizada

VIII
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Ke Rugosidade absoluta equivalente


Kii Sub-matriz rigidez associada ao nó i da matriz de rigidez
da estrutura ou da sub-estrutura
KT Matriz rigidez da estrutura
L Comprimento do troço
Lc Escolha de uma sub-estrutura(rede) primitiva quando
comparada com uma sub-estrutura(rede)
NR Não é sub-estrutura(rede) de referência
Pop População
Q Caudal
Qe Caudal equivalente
Qf Qualidade de forma
Qf(S) Qualidade de forma da estrutura intacta
Qf(S’) Qualidade de forma da estrutura danificada
Qfmáx Máxima qualidade de forma
Qj Caudal a jusante
Qm Caudal a montante
Qpi Caudal de ponta instantâneo
Re Número de Reynolds
S Área da secção interior da tubagem
SE Esforço de dano mínimo
SPC Valor da maior perda de carga
SQf Qualidade de forma mínima
U Velocidade média da tubagem
Umáx Velocidade máxima
U2/2g Altura cinética
cap Capitação
e Espessura
det(Kii ) Determinante da sub-matriz associada ao nó i da matriz
de rigidez da estrutura ou da sub-estrutura
f Coeficiente de resistência
fpi Factor de ponta instantâneo
g Aceleração da gravidade

IX
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

mli Número de ligações/nós da sub-estrutura i


p Número de troços existentes na rede ou na sub-rede
q Caudal unitário de percurso
qL Caudal de percurso
qf Qualidade de forma de um nó
t Número de nós
u Número de perdas de carga localizadas existentes na rede
ou na sub-rede
H Perda de carga ao longo do troço
HL Perda de carga localizada
Hmin Menor perda de carga total
HT Perda de carga total de uma rede ou sub-rede
HT ( S’) Perda de carga total das sub-redes que ficam inutilizáveis
H total Perda de carga total de toda a rede
Q Compensação de caudais
Perda estrutural
r Perda de rede
Conexão nodal
máx Máxima conexão nodal
1, 2 Valores próprios dos coeficientes principais de rigidez
translacional do nó
3 Valor próprio do coeficiente de rigidez rotacional do nó
Viscosidade cinemática do líquido
Índice de vulnerabilidade

X
Capítulo 1

Introdução
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

1.1 Enquadramento e objectivos

A teoria da vulnerabilidade estrutural tem vindo a ser desenvolvida na universidade de


Bristol, no Reino Unido. Em 1993,os fundamentos teóricos de base desta teoria foram
definidos por Wu et al [9]. Hashimoto, em 1994, aplicou a teoria da vulnerabilidade
estrutural para a quantificação da probabilidade de ocorrência de um cenário de dano
[1]. Três anos mais tarde, 1997, Yu [2] aperfeiçoou as bases teóricas de teoria e
introduziu novos conceitos. Também iniciou a realização de um programa de cálculo
automático para tornar a teoria numa ferramenta de trabalho mais expedita. Lu [4], em
1999, integrou a teoria com as teorias clássicas da análise estrutural e também deu início
à aplicação da teoria no contexto 3D de estruturas. Em 2001, Argarwal [5] efectuou um
trabalho de investigação cujo objectivo principal consistiu em generalizar a teoria da
vulnerabilidade estrutural a outros campos de aplicação para além das estruturas de
engenharia civil. Pinto [6], em 2002, aplicou a teoria de forma a quantificar o risco
associado a um cenário de dano vulnerável.

A teoria da vulnerabilidade estrutural baseia-se fundamentalmente na forma e na


conectividade de uma estrutura e pretende identificar as partes mais vulneráveis dessa
estrutura. A teoria da vulnerabilidade estrutural pode ser aplicada na fase de projecto, na
fase de reabilitação, ou mesmo no processo de demolição.

Tal como foi referido [5] a teoria da vulnerabilidade estrutural pode ser generalizada a
outros contextos desde que possam ser entendidos como sendo um sistema. Através de
[5] foi concluído que esses contextos podem ser estruturas, redes de tráfego, redes
hidráulicas de abastecimento de água, circuitos eléctricos ou mesmo uma empresa.
Contudo esse trabalho de investigação [5] não apresentou concretamente a transição dos
fundamentos da teoria da vulnerabilidade estrutural a esses possíveis contextos. É neste
sentido, que este trabalho de investigação se insere. Pretende-se aplicar os fundamentos
teóricos da teoria da vulnerabilidade estrutural a contexto das redes hidráulicas de
abastecimento de água (RHAA) e dar início ao desenvolvimento da nova teoria da
vulnerabilidade de redes hidráulicas de abastecimento de água (TVRHAA).

2
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Pensa-se que através da aplicação desta nova TVRHAA a uma RHAA seja possível
identificar a(s) parte(s) mais vulneráveis dessa RHAA e esta informação ser uma mais
valia no conhecimento do funcionamento dessa RHAA e, consequentemente, ser um
auxilio quer na fase de dimensionamento quer na fase de manutenção dessa RHAA.

Para o efeito, será necessário, numa primeira fase, apresentar a teoria da vulnerabilidade
estrutural e, em particular, identificar os seus conceitos teóricos de base. Numa segunda
fase, transpor esses conceitos que são relativos ao contexto das estruturas de engenharia
civil para o contexto das RHAA. E em última fase, proceder à validação dos novos
conceitos teóricos relativos ao contexto das RHAA através do recurso a exemplos de
RHAA de complexidade crescente.

Deste modo, através deste trabalho de investigação foi possível definir as bases teóricas
para a nova TVRHAA, descrever detalhadamente a aplicação desta teoria e validá-la
através de exemplos de RHAA em particular através de um exemplo de uma RHAA
real.

1.2 Estrutura da dissertação

Este trabalho apresenta-se estruturado em seis partes. No presente capítulo, é feito o


enquadramento do tema desenvolvido, indicados os objectivos do trabalho e
apresentada a estrutura da dissertação.

No Capítulo 2 será feita uma abordagem geral à teoria da vulnerabilidade estrutural.


Neste capítulo serão apresentados os conceitos teóricos da teoria da vulnerabilidade
estrutural, serão descritas as três etapas da aplicação desta teoria. Toda a descrição será
auxiliada com exemplos de estruturas de engenharia civil.

No Capítulo 3 serão descritos os tipos mais correntes de redes hidráulicas de


abastecimento de água e será processada uma breve revisão sobre o seu
dimensionamento.

3
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

No Capítulo 4 será apresentada a transcrição dos conceitos teóricos da vulnerabilidade


estrutural ao contexto as RHAA. Cada conceito teórico será descrito detalhadamente.
As etapas de aplicação da teoria (processo de aglutinação, formação do modelo
hierárquico e processo de desaglutinação) também serão detalhadamente descritas e
exemplos muito simples de RHAA servirão de auxílio a essa descrição.

No Capítulo 5 a nova TVRHAA será validada através de um caso de estudo que usa
uma RHAA real.

No Capítulo 6 apresentar-se-á as conclusões resultantes deste trabalho de investigação.

4
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Capítulo 2

Introdução da Teoria da Vulnerabilidade Estrutural

5
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

2.1 Objectivos

Os objectivos deste capítulo são:


- Descrever sucintamente a teoria da vulnerabilidade estrutural;
- Definir os conceitos mais importantes da teoria da vulnerabilidade estrutural;
- Explicar o processo de aglutinação, com o auxílio de um exemplo;
- Explicar a representação hierárquica de uma estrutura;
- Explicar o processo de desaglutinação, com o auxílio de um exemplo.

2.2 Introdução

A teoria da vulnerabilidade estrutural começou por ser desenvolvida na Universidade de


Bristol, no Reino Unido. Assume-se como sendo uma teoria baseada na forma e na
conectividade de uma estrutura e pretende identificar cenários de dano vulneráveis, nos
quais um pequeno esforço possa causar danos desproporcionais.

A palavra vulnerabilidade pode ter diferentes significados. Esta é usada, frequentemente


como algo associado a fraqueza. No contexto das estruturas de engenharia civil e
segundo [7], vulnerabilidade é entendida como sendo uma característica do que é frágil,
tem susceptibilidade de ser ferido ou atingido por mal físico, é um estado do que está
sujeito a agressões psicológicas sem meios suficientes de defesa [8], é uma qualidade
daquilo que é susceptível de ser atacado, ou seja, característica daquilo que é passível de
ser alvo de crítica, de contestação, por apresentar imperfeições, falhas e insuficiências.
A definição de vulnerabilidade usada no contexto desta investigação é a adoptada em
[9], no qual, um sistema é vulnerável quando um esforço possa produzir consequências
de dano que são desproporcionais a esse esforço. Isto é, um pequeno esforço a actuar
numa estrutura cria uma perda estrutural, desproporcional a esse esforço.

Segundo [10], a teoria da vulnerabilidade estrutural, deve ser capaz de prever, eliminar
ou reduzir os riscos a que uma estrutura possa estar sujeita.

6
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

O propósito desta teoria é identificar a parte ou as partes mais vulneráveis duma


estrutura. Na análise da vulnerabilidade estrutural, o dano estrutural pode resultar
devido a qualquer tipo de acção, incluindo, por exemplo, aquelas que são extremamente
difíceis de quantificar e também de ocorrer, tal como erro humano, sabotagem,
explosões.

Este facto torna a teoria uma mais-valia na análise de estruturas, pois permite identificar
cenários de dano que as teorias clássicas (teoria da elasticidade e teoria da plasticidade),
eventualmente, não permitem.

2.3 Defenição dos principais conceitos

Segundo [11] um sistema pode ser entendido como sendo um conjunto de objectos (i. e.
nós, ramos) que estão dispostos e ligados de uma forma apropriada.

Na Figura 1 estão representados exemplos de sistemas em que 1 representa um nó e 2


representa um ramo.

a) Estrutura em treliça b) Estrutura em pórtico

c) Rede hidráulica de abastecimento de água do d) Rede rodoviária


tipo emalhada
Figura 1: Exemplos de sistemas

7
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

No contexto de engenharia civil podem considerar-se sistemas as estruturas de


engenharia civil, as redes de abastecimento de água e as redes rodoviárias. Nas Figuras
1.a e 1.b estão representados dois tipos de estruturas, 1 (nó) interpreta as ligações
(soldaduras, aparafusadas, rebitadas, coladas, entre outras) que existem na estrutura e 2
(ramo) representa os elementos estruturais (montantes, diagonais, pilar, viga). Na Figura
1.c encontra-se representado um sistema de rede hidráulica de abastecimento de água do
tipo emalhada, 1 (nó) simula a ligação de troços e 2 (ramo) representa os troços da rede.
Na Figura 1.d está apresentado um exemplo de um sistema de rede rodoviária, onde 1
(nó) representa um cruzamento e 2 (ramo) simula os troços de estrada que convergem
para esse cruzamento.

Segundo [11] uma sub-estrutura (cluster) é um subconjunto de um modelo gráfico, no


qual os objectos estão mais fortemente interligados entre si do que com outros objectos
existentes no restante modelo gráfico, Figura 2.

Figura 2: Sub-estrutura

Para [11] um anel estrutural (strutural ring) é a forma mais simples de representar
abstractamente uma estrutura e corresponde a uma sequência de um máximo de três
sub-estruturas ligadas entre si, Figura 3.

Figura 3: Anel estrutural

8
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Segundo [11] uma sub-estrutura primitiva (leaf cluster) é constituída por um único
ramo e seu(s) nó(s), Figura 4.

Figura 4: Sub-estrutura primitiva

Uma sub-estrutura de referência (reference cluster) é considerada, por [11], como


sendo os apoios de uma estrutura que, nesta teoria e por simplificação, considera-se que
não sofrem qualquer tipo de dano. Um exemplo de uma sub-estrutura de referência pode
ser o solo de fundação, Figura 5.

Figura 5: Sub-estrutura de referência

Para [11] uma sub-estrutura de origem (root cluster) é referente a toda a estrutura,
incluindo os apoios, Figura 6.

Figura 6: Sub-estrutura de origem

De forma a classificar alguns dos conceitos definidos anteriormente será, seguidamente,


apresentada uma analogia entre uma árvore e estruturas de engenharia civil, Figura 7.

9
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-estrutura
primitiva
(Leaf Cluster)

Sub-estrutura
(Cluster)

Sub-estrutura
de origem
(Root
Cluster)

Figura 7: Analogia entre os sistemas árvore e estrutura de engenharia civil

Para [11] um dano estrutural (deteorating event) corresponde a uma deterioração da


estrutura (formação de uma rótula, colapso de uma barra) causada por uma acção. Em
termos de um anel estrutural, a ocorrência de um dano estrutural pode incapacitar a
transmissão de uma carga aos apoios.

Segundo [11] um cenário de dano (failure scenario) é uma sequência ordenada de danos
estruturais ou eventos de deterioração, através do qual o desempenho de uma estrutura
se degrada.

Para [9] a qualidade de forma (well formedness) de uma estrutura ou sub-estrutura (Qf)
é um indicador da sua boa ou má forma. Este indicador é independente do sistema de
coordenadas utilizado e tem sido definido como sendo uma função do coeficiente
principal de rigidez dos nós, do tipo de nós, da rigidez das barras e da distribuição das
barras na estrutura.

Segundo [11] a conexão nodal (nodal connectivity) de uma sub-estrutura ( ) é uma


grandeza que tem em conta a ligação entre as barras que constituem essa estrutura e,
também, a ligação de uma sub-estrutura à parte restante da estrutura. É um indicador da

10
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

apetência que uma sub-estrutura tem para formar anéis estruturais com outras sub-
estruturas.

Para [11] a capacidade resistente ao dano ou esforço de dano (damage demand) (E) é
uma medida do esforço requerido para ocorrência de um dano estrutural. A capacidade
resistente ao dano é assumida como sendo directamente proporcional à perda da rigidez
principal da estrutura, resultante da ocorrência desse dano estrutural. A capacidade
resistente ao dano de um cenário de dano corresponde ao somatório dos esforços de
dano requeridos para a ocorrência dos danos estruturais que caracterizam esse cenário.

Segundo [11] o cenário de dano de colapso total é aquele que requer o mínimo esforço
para que toda a estrutura se torne num mecanismo e que corresponde a uma total
separação da estrutura dos apoios.

Para [11] o cenário de dano de máxima vulnerabilidade é aquele que apresenta a maior
desproporcionalidade entre o esforço e o dano. É aquele que apresenta o maior valor da
relação dano/esforço (índice de vulnerabilidade).

Para [11] o cenário de dano de mínima vulnerabilidade é aquele que apresenta a menor
desproporcionalidade entre o esforço e o dano, apresentando um menor valor no que diz
respeito à relação dano/esforço (índice de vulnerabilidade).

Para [11] o cenário de menor esforço para haver dano corresponde ao elemento da
estrutura que requer menor esforço para sofrer dano.

Para [11] o cenário de dano de interesse é aquele que corresponde a um dano de uma
parte da estrutura específica e que o utilizador pretende estudar com maior detalhe.

11
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Segundo [11] a capacidade resistente ao dano relativa ou esforço de dano relativo


(relative damage demand) de um cenário de dano (Er) é a relação entre o esforço
requerido para a ocorrência desse cenário de dano e o esforço requerido para a
ocorrência do dano total da estrutura (Emáx) e pode ser quantificada através da Expressão
2.1.

E
Er = (2.1)
Et máx
Em que:
Er é a capacidade resistente ao dano relativa;
E é a capacidade resistente ao dano;
Etmáx é o esforço máximo requerido para a ocorrência do dano total da estrutura.

Perda estrutural (separateness) de um cenário de dano ( ) é para [11] uma grandeza que
avalia a consequência de um cenário de dano. A perda estrutural pode ser quantificada
através da Expressão 2.2 e corresponde a um indicador da degradação da qualidade de
forma (Qf) de uma estrutura (diferença entre a qualidade de forma da estrutura intacta
(S) e da estrutura danificada (S’)). Se = 0 então não ocorreu qualquer perda estrutural
ou degradação da qualidade de forma, se =1 então ocorreu uma perda estrutural total
(a estrutura passou a ser um mecanismo, o sistema estrutural separou-se da sub-estrutura
de referência).

Qf ( S ) − Qf ( S ' )
γ = (2.2)
Qf ( S )
Em que:
é a perda estrutural;
Qf(S) é a qualidade de forma da estrutura intacta;
Qf(S’) é a qualidade de forma da estrutura danificada.

Para [11] o índice de vulnerabilidade (vulnerability index) de um cenário de dano ( ) é


uma variável que permite avaliar a vulnerabilidade de uma estrutura em relação a esse
cenário de dano. O índice de vulnerabilidade pode ser quantificado através da razão
entre a perda estrutural e a capacidade resistente ao dano relativa (Expressão 2.3). Este
12
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

índice corresponde à desproporção existente entre a consequência de um cenário de


dano (perda estrutural) e o esforço requerido para a ocorrência desse cenário. É um
indicador da vulnerabilidade estrutural. Um elevado valor de corresponde a uma
grande vulnerabilidade estrutural.

γ
ϕ= (2.3)
Er
Em que:
é o índice de vulnerabilidade;
é a perda estrutural;
Er é a capacidade resistente ao dano relativo.

De forma a tornar mais claras as definições apresentadas anteriormente são


apresentados seguidamente alguns casos de cenários de dano. Esses casos são referentes
à ponte de Portimão (Outubro 2007), a um edifício de habitação em Setúbal (22 de
Novembro de 2007), às Torres Gémeas em Nova York, o “World Trade Center” (11 de
Setembro de 2001) e à queda de um muro na ribeira do Jamor em Sintra (18 de
Fevereiro de 2008).

Relativamente à Ponte Velha do Arade de Portimão (Figura 8), a principal acção que
provocou o dano estrutural foi a erosão provocada ao longo dos anos. O dano estrutural
que ocorreu foi a redução de secção transversal dos pilares. A consequência do cenário
de dano foi a degradação de alguns dos pilares.

Figura 8: Ponte Velha do Arade de Portimão (Outubro 2007) [12]

13
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Para o edifício de habitação em Setúbal a acção que causou o dano estrutural foi uma
explosão de gás, sendo o dano estrutural a formação de rótulas em pilares ao nível do
11º andar, tal como se pode observar na Figura 9. A consequência do cenário de dano
foi a deterioração da estrutura ao nível do 11º, 12º e 13º andar.

Figura 9: Edifício de habitação em Setúbal (22 de Novembro de 2007) [13]

No World Trade Center (W.T.C.), Nova York, a acção que provocou o dano estrutural
foi o impacto de um avião seguido de explosão em cada uma das torres. O dano
estrutural provocado por essa acção foi a danificação da estrutura do edifício ao nível do
78º andar até ao 84º andar (W.T.C. II) e ao nível do 94º ao 98 andar (W.T.C. I), tal
como se pode observar na Figura 10. A consequência do cenário de dano para este caso
foi a perda total da estrutura.

14
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 10: World Trade Center, Nova York (11 de Setembro de 2001) [14]

Relativamente ao caso da ribeira do Jamor, situada em Sintra a acção que provocou o


dano estrutural foi a erosão, resultante da elevada precipitação ocorrida nessa época do
ano. O dano estrutural provocado por essa acção foi a degradação do muro de suporte.
O cenário de dano foi a degradação do muro de suporte.

Figura 11: Ribeira do Jamor (18 de Fevereiro de 2008) [15]

2.4 Qualidade de forma

Tal como foi referido anteriormente a qualidade de forma (well formedness) de uma
estrutura ou sub-estrutura (Qf) é um indicador da sua boa ou má forma.

15
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

A qualidade de forma de um nó (qf) é obtida através dos valores próprios da matriz de


rigidez associados a esse nó (Expressão 2.4).
qf i = det( K ii ) = λ1 × λ 2 × λ3 (2.4)
Em que:
qfi é qualidade forma do nó i existente na estrutura ou sub-estrutura;
Kii é a da sub-matriz rigidez associada ao nó i da matriz de rigidez da estrutura
ou da sub-estrutura;
1, 2 são os valores próprios dos coeficientes principais de rigidez translacional
do nó i;
3 é o valor próprio do coeficiente de rigidez rotacional do nó i.

A qualidade de forma de uma estrutura ou sub-estrutura (Qf) é a média aritmética da


qualidade de forma dos nós existentes nessa estrutura ou sub-estrutura, Expressão 2.5.

t
qf i
i =1 (2.5)
Qf =
t
Em que:
t é o número total de nós existentes na estrutura ou sub-estrutura;
qfi é qualidade forma do nó i existente na estrutura ou sub-estrutura.

Para [16] a qualidade de forma (Qf) é função de quatro factores. Estes factores
encontram-se apresentados na Figura 12 e são a orientação existente entre as barras de
uma estrutura, o tipo de ligação existente entre barras, a conexão e a rigidez das barras.
De forma a explicar como esses quatro factores influenciam a qualidade de forma de
uma estrutura são usadas na Figura 12 estruturas muito simples em que as barras das
estruturas são construídas com um perfil metálico do tipo IPE160. Este perfil possui
uma área de secção transversal de 20,1 cm2 e um momento de inércia de 869 cm4. O
material usado é o aço, cujo módulo de elasticidade é 260 GPa. Todas as estruturas
ilustradas na Figura 12 apresentam estas características, sendo excepção aquela relativa
à Figura 12.d.2 cujo material adoptado foi o alumínio (módulo de elasticidade é 70
GPa).

16
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

a.1 a.2
a- Orientação entre barras

b.1 b.2
b- Tipo de ligação de barras

c.1 c.2
c- Conexão

17
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

d.1 d.2
d- Rigidez das barras
Figura 12: Factores que influenciam a qualidade de forma de uma estrutura(unidades
de distância em metros) [16]

De forma a analisar a influência destes factores no valor da qualidade de forma de uma


estrutura, esta grandeza foi quantificada para as estruturas representadas na Figura 12.

Segundo [9], para se quantificar a qualidade de forma de uma estrutura terá que se
determinar inicialmente a matriz de rigidez da estrutura. De forma a simplificar este
cálculo recorreu-se ao programa de cálculo aritmético Visual Barras 1.5 [17].

A matriz de rigidez da estrutura (KT) da Figura 12.a.2 é a seguinte, atendendo que se


trata de uma estrutura plana (2D):

2,054 ×105 62324 − 1,742 ×105 0 − 31162 − 62324


62324 1,2465× 105 0 0 − 62324 − 1,2465× 105
− 1,742 ×105 0 1,2465×105
62324 − 31162 62324
KT =
0 0 − 62324 1,2465×105 62324 − 1,2465×105
− 31162 − 62324 − 31162 62324 62324 0
− 62324 − 1,2465× 105 62324 − 1,2465×105 0 2,4929×105

A qualidade de forma de cada nó, da estrutura da Figura 12.a.2, Expressão 2.4, é


calculada através do determinante de uma sub-matriz da matriz de rigidez associada a
cada nó. Essa sub-matriz é 2×2, porque a ligação é do tipo rótula (deslocamento vertical
e deslocamento horizontal sem rotação). Caso a ligação fosse de continuidade então a
sub-matriz do nó seria de 3×3 (três tipos de deslocamentos). Deste modo, a qualidade de
forma calculada para os nós 1,2 e 3 da estrutura da Figura 12.a.2 é respectivamente:

18
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

2,054 × 10 5 62324
• q f 1 = det( K 22 ) = det = 2,161 × 1010
62324 1,2465 × 10 5

2,0536 × 10 5 − 62324
• q f 2 = det( K 22 ) = det = 2,161 × 1010
− 62324 1,2465 × 10 5

62324 0
• q f 3 = det( K 22 ) = det = 1,554 × 1010
0 2,4929 × 10 5

A qualidade de forma da estrutura da Figura 12.a.2 é então quantificada usando a


Expressão 2.5. Sendo assim, com um total de 3 nós, o valor da qualidade de forma total
da sub-estrutura será:
3
q fi
2,161 × 1010 + 2,161 × 1010 + 1,554 × 1010
Qf = i =1
= = 1,959 × 1010
t 3

Adoptando o mesmo procedimento de cálculo para a quantificação da qualidade de


forma da estrutura 12.a.1 obtém-se o valor de 1,695 × 1010 para esta grandeza.
Comparando os valores da qualidade de forma obtidos para as estruturas da Figura
12.a.1 e 12.a.2 conclui-se que a estrutura da Figura 12.a.2 apresenta melhor forma pois
possui uma melhor orientação entre barras.

De forma a analisar a influência do tipo de ligação de barras as estruturas ilustradas nas


Figuras 12.b.1 e 12.b.2 são usadas como referência. A diferença existente entre estas
duas estruturas é o tipo de ligação de barras, sendo que, na estrutura da Figura 12.b.1 as
barras são ligadas através de rótulas e na estrutura da Figura 12.b.2 as barras são ligadas
através de ligações rígidas. Aplicando as Expressões 2.4 e 2.5, calcula-se o valor da
qualidade de forma das estruturas das Figuras 12.b.1 e 12.b.2 correspondendo a valores
de 1,965 × 1010 e de 3,334 × 1014 respectivamente. Conclui-se então que a estrutura que
apresenta ligações rígidas apresenta um valor de qualidade de forma superior ao da
estrutura que apresenta ligações rotuladas.

19
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Relativamente à análise do efeito que a conexão pode ter na qualidade de forma de uma
estrutura, são usadas as estruturas das Figuras 12.c.1 e 12.c.2. Efectuando um cálculo
análogo ao anterior, obtém-se o valor de qualidade de forma de 2,590 × 1010 para a

estrutura da Figura 12.c.1 e o valor de 5,180 × 1010 para a estrutura da Figura 12.c.2.
Face aos valores obtidos, conclui-se que o aumento do número de barras existentes
numa estrutura conduzirá a um aumento da qualidade de forma dessa estrutura.

Para analisar o efeito do factor rigidez das barras também foram usadas duas estruturas.
A estrutura representada na Figura 12.d.1 é construída em alumínio e a estrutura
representada na Figura 12.d.2 é construída em aço. Os valores da qualidade de forma
obtidos para cada uma destas estruturas foram 1,425 × 10 9 e 1,965 × 1010 ,
respectivamente. Pode então concluir-se que quanto maior for a rigidez de uma estrutura
maior será a qualidade de forma dessa estrutura. Outra forma de aumentar a rigidez de
uma estrutura seria a adopção de perfis com maior inércia.

2.4.2 Conexão nodal

Para [11], a conexão nodal (nodal connectivity) de uma sub-estrutura ( ) é uma


grandeza que tem em conta a inter-ligação entre barras que constituem essa estrutura e
também, a ligação dessa sub-estrutura à parte restante da estrutura. É um indicador da
apetência que uma sub-estrutura tem para formar anéis estruturais com outras sub-
estruturas.

Uma sub-estrutura com uma grande conexão nodal está mais fortemente ligada à
estrutura total. A conexão nodal de uma sub-estrutura pode ser quantificada através da
Expressão 2.6.

mli
ηi = Gl tj (2.6)
j =1

Em que:
ié a conexão nodal da sub-estrutura i;
Gltj é o grau total de ligações do nó j;

20
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

mli é o número de ligações da sub-estrutura i.

O grau total de ligações (Gltj) é calculado a partir da matriz de associação C usando a


Expressão 2.7.

nj n
Gl tj = C jk x (2.7)
i =1 x =1

Em que:
Gltj é o grau total de ligações do nó j;
nj é o número total de ligações possíveis que o nó j consegue formar com todas
as sub-estruturas que o rodeiam (internas e externas);
n é o número total de barras de ligação da estrutura;
C é a matriz de associação;
jk é o k ésimo nó da sub-estrutura i

O grau nodal de uma ligação (Glj) é o número total de barras que convergem para um
nó. Este apenas tem em conta as ligações internas da estrutura que está a ser
quantificada.

A Figura 13 mostra uma estrutura constituída por 24 barras e 13 nós e é usada para
ilustrar o significado dos conceitos de conexão nodal e de grau total de ligações (Gltj).

21
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 13: Estrutura usada para ilustrar os conceitos de conexão nodal e de grau nodal
de uma ligação (m)

Para o cálculo do grau total de ligações de cada nó (Gltj), terá de ser aplicada a
Expressão 2.7. O cálculo deve ser iniciado pela determinação da matriz de associação C
da estrutura.
0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0
1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0
1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0
0 1 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0
0 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0
C= 0 0 0 0 1 1 0 1 1 0 0 0 0
0 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0
0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0
0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1
0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1
0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0

C é uma matriz quadrada de 13×13 devido ao facto do número de nós existentes na


estrutura ser 13.

22
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Multiplicando C pela matriz coluna, obtem-se o grau nodal de uma ligação (Glj), ou
seja, as ligações internas de cada nó.
0 1 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3
1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3
1 1 0 1 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 4
1 0 1 0 1 0 0 0 0 0 0 0 0 1 3
0 1 1 1 0 1 1 1 0 0 0 0 0 1 6
0 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 1 3
Gli = 0 0 0 0 1 1 0 1 1 0 0 0 0 × 1 = 4
0 0 0 0 1 0 1 0 1 0 0 0 0 1 3
0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 1 1 0 1 6
0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 3
0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 1 1 1 4
0 0 0 0 0 0 0 0 1 0 1 0 1 1 3
0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 0 1 3

Para uma melhor percepção de como deve ser executado todo este processo de
somatório das ligações internas e externas, ou seja, o grau total de ligações de cada nó,
estão representados na Figura 14 os grau nodal da ligação (Glj) dos nós 3 e 5 da
estrutura da Figura 13. Por exemplo, para se contabilizar o grau total de ligações do nó 3
(Figura 14, [11]), é necessário de ter em conta as sub-estruturas a, b, g e h, pois é com
as barras existentes nestas sub-estruturas que o nó 3 pode formar anéis estruturais.
Relativamente ao nó 5 as sub-estruturas são b, c, h e i.

23
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 14: Grau total de ligações (ligações internas e externas) dos nós 3 e 5

Deste modo e usando a Expressão 2.7 obtém-se que o grau total de ligações do nó 3
(Glt3) e do nó 5(Glt5) são de:
Glt3 = 4×Gl3 + 2 ×(Gl1 + Gl2 + Gl4 + Gl5) = 4×4 + 2× (3+3+3+6) = 46
Glt5 = 4×Gl5 + 2 ×(Gl3 + Gl )+1×( Gl4 + Gl2 + Gl6+ Gl8) = 52

Aplicando o mesmo processo para os restantes nós da estrutura da Figura 13, obtém-se
o seguinte grau total de ligações:
20
23
46
23
52
26
Gti = 52
26
52
23
46
23
20

24
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 15: Grau total de ligações de cada nó (Glt)

A Figura 15 apresenta o grau total de ligações de cada nó da estrutura. Observa-se que


os nós 5 e 9 são os que têm o maior grau total de ligações e por isso, são os que estão
mais inter-ligados na estrutura.

Na Figura 16, estão atribuídas designações de letras (de a a m) de todas as sub-


estruturas, possíveis de definir numa primeira fase de forma a exemplificar a
quantificação da conexão nodal ( ) de cada uma delas. Por exemplo, a sub-estrutura b é
composta pelas barras que ligam os nós 3, 4 e 5.

Figura 16: Sub-estruturas de a a m [11]

25
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Na Tabela 1 estão identificados todos os nós existentes em cada sub-estrutura e o


respectivo valor de conexão nodal. Para calcular o valor da conexão nodal de cada sub-
estrutura, terá de ser usada a Expressão 2.4 que traduz o cálculo deste conceito.

Tabela 1: Conexão nodal ( ) de cada sub-estrutura


Sub- a b c d E f g h i j l m
estrutura
1, 3, 4, 5, 7, 7, 8, 9, 11, 11, 12, 1, 2, 3, 5, 6, 6, 7, 9, 10, 10, 11,
Nó 3, 4 5 8 9 12 13 2, 3 5 7 9 11 13

Conexão
nodal 89 121 130 130 121 89 89 121 130 130 121 89
( )

Através da Tabela 1 conclui-se que as sub-estruturas c, d, i e j são as que apresentam


maior valor de conexão nodal e revela que são as sub-estruturas que estão mais
fortemente inter-ligadas internamente e externamente.

2.5 Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural

A aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural assenta em três etapas. A primeira


etapa consiste no processo de aglutinação, a segunda na representação da estrutura
através de um modelo hierárquico e a terceira etapa é referente ao processo de
desaglutinação.

O processo de aglutinação (clustering process), segundo [11], é um processo iterativo


que pretende agrupar a estrutura de uma forma selectiva, gradual e progressiva, usando
como principal critério a qualidade de forma. No primeiro nível, são identificados os
anéis estruturais que se podem formar com os nós e as barras existentes na estrutura.
Destes anéis, aquele que apresentar melhor qualidade de forma será seleccionado e a
parte da estrutura representada por esse anel será aglutinada. No segundo nível é
identificado qual é a outra parte da estrutura a ser aglutinada. Este processo decorre até
que toda a estrutura, incluindo os apoios, esteja toda aglutinada e possa ser representado
por um anel estrutural.

26
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

A formação do modelo hierárquico da estrutura, para [11], apoia-se na informação


resultante do processo de aglutinação. O modelo hierárquico é uma representação
abstracta da estrutura e serve de base para a terceira etapa da aplicação desta teoria.

O processo de desaglutinação (unzipping process) é a terceira e última etapa e é através


desta que serão definidos cenários de dano. Para [5], estes cenários de dano pretendem
identificar a parte ou as partes mais vulneráveis de uma estrutura.

2.6 Processo de aglutinação

Tal como já foi referido anteriormente, o processo de aglutinação é aquele que


determina como uma estrutura deve ser aglutinada.

Trata-se de um processo selectivo e, que para o efeito, recorre a cinco critérios de


selecção. É através deles que se consegue identificar quais são as sub-estruturas
primitivas que devem ser aglutinadas de forma a gerar sub-estruturas.

Segundo [11], os cinco critérios de selecção são os seguintes por ordem de importância:
- Máxima qualidade de forma (Qfmáx);
- Máxima capacidade resistente ao dano (Emáx);
- Máxima conexão nodal ( máx);

- Máxima distância aos apoios (Dismáx);


- Escolha livre (Fc).

Durante o processo de aglutinação, a escolha de novas sub-estruturas primitivas para


interligar com as sub-estruturas já existentes é feita através de uma selecção
progressiva. Quando existe mais do que uma sub-estrutura primitiva passível de ser
adicionada a uma sub-estrutura já existente, de maneira a construir uma nova, terá de ser
aplicado o primeiro critério de selecção, que é o de máxima qualidade de forma (Qfmáx).

27
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Se existir mais do que uma sub-estrutura primitiva com as condições anteriores, que
apresentem o mesmo valor de qualidade de forma, então terá de ser aplicado o segundo
critério de selecção que é a máxima capacidade resistente ao dano (Emáx).

No caso de haver mais que uma possibilidade na formação da nova sub-estrutura,


mesmo depois da aplicação do segundo critério de selecção então deve ser usado o
terceiro critério de selecção, máxima conexão nodal ( máx).

O quarto critério de selecção que é a máxima distância aos apoios deve ser aplicado
quando o terceiro critério também não foi suficiente para seleccionar a nova sub-
estrutura a ser aglutinada.

A escolha livre á o quinto critério de selecção a ser usado e quando os outros critérios
forem insuficientes para decidir qual é a sub-estrutura a ser aglutinada no processo de
aglutinação.

2.6.1 Máxima qualidade de forma (Qfmáx)

A máxima qualidade de forma é o primeiro critério de selecção a ser aplicado. Este


critério recorre ao conceito de qualidade de forma. Num conjunto de sub-estruturas que
podem formar anéis estruturais, aquela que apresentar o maior valor de qualidade de
forma será a seleccionada para ser aglutinada. Se este critério de selecção não for
suficiente para fazer esta selecção, que pode ocorrer quando, por exemplo, duas sub-
estruturas têm igual valor de qualidade de forma e são o valor máximo, então tem que se
recorrer ao segundo critério de selecção máxima capacidade resistente ao dano.

2.6.2 Máxima capacidade resistente ao dano (Emáx)

A máxima capacidade resistente ao dano (Emáx) é entendida, como a mínima medida do


esforço requerido para ocorrência de um dano estrutural. Quanto maior for a capacidade
resistente ao dano de uma estrutura maior será o esforço requerido para haver dano

28
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

nessa estrutura e, por isso, a estrutura tem uma boa qualidade de forma. Caso existam
sub-estruturas que têm a igual valor de qualidade de forma então deverá seleccionar-se
aquela que apresentar maior valor de capacidade resistente ao dano para ser aglutinada.
Caso este critério de selecção não seja suficiente para se tomar uma decisão então tem
que se recorrer ao terceiro critérios de selecção que é a máxima conexão nodal.

2.6.3 Máxima conexão nodal ( máx)

A máxima conexão nodal é o terceiro critério de selecção do processo de aglutinação e


que deve ser aplicado quando os critérios de máxima qualidade de forma e de máxima
capacidade resistente ao dano não forem suficientes para seleccionar qual a sub-
estrutura a ser aglutinada. Este critério baseia-se no conceito de conexão nodal que já
foi descrito em 2.4.2. Caso este critério não seleccione a sub-estrutura a ser aglutinada
no processo de aglutinação então deve usar-se o quarto critério de selecção que é a
máxima distância aos apoios.

2.6.4 Máxima distância aos apoios (Dismáx)

A máxima distância aos apoios é quarto critério de selecção do processo de aglutinação


e recorre ao conceito de distância aos apoios que uma sub-estrutura apresenta.

Esta grandeza é a distância mínima que uma sub-estrutura dista dos apoios (Dis) e é
aqui definida como sendo a média aritmética da distância mínima, que cada nó da sub-
estrutura dista dos apoios, Expressão 2.8.

mli
Disi
i =1 (2.8)
Dis =
ml i
Em que:
Dis é distância da sub-estrutura aos apoios;
Disi é a distância do nó i aos apoios;

29
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

mli é número total de nós existentes na sub-estrutura i.

Se um dos nós da sub-estrutura apresentar uma distância nula aos apoios então a
distância dessa sub-estrutura aos apoios também é considerada nula.

Se o critério de máxima distância aos apoios também não for suficiente para efectuar
uma selecção então terá que recorrer ao quinto e último critério de selecção, escolha
livre.

2.6.5 Escolha livre (Fc)

Este quinto critério é o último a ser usado no processo de aglutinação e corresponde a


uma escolha livre. Quando os quatro primeiros critérios não são suficientes para
seleccionar um candidato a ser aglutinado, então recorre-se a este critério de selecção e
que consiste em efectuar uma escolha livre.

2.6.6 Exemplificação da aplicação processo de aglutinação

De forma a exemplificar a aplicação do processo de aglutinação descrito anteriormente


e, em partilhar, a aplicação dos critérios de selecção definidos neste processo será usada
a estrutura ilustrada na Figura 20 [11]. Esta estrutura é treliçada, composta por 9 barras
e 6 nós, as barras têm as mesmas propriedades mecânicas.

30
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 17: Estrutura para exemplificar a aplicação do processo de aglutinação

a- 1º passo - formação da sub-estrutura 11 b- 2º passo - formação da sub-estrutura 12

c- 3º passo - formação da sub-estrutura 13 d- 4º passo - formação da sub-estrutura 14

31
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

e- 5º passo - formação da sub-estrutura 15


Figura 18: Exemplificação da aplicação do processo de aglutinação

A primeira sub-estrutura a ser formada é constituída pelas barras 4, 5 e 9, sendo,


posteriormente, designada pela sub-estrutura 11 (Figura 18.a). As barras 4, 6 e 8
também poderiam ser uma boa escolha pois formam uma sub-estrutura com a mesma
qualidade de forma, capacidade resistente ao dano, conexão nodal e distância aos
apoios. Desta maneira, o critério de selecção foi a escolha livre (Fc). As três sub-
estruturas primitivas a serem aglutinadas são as 4, 5 e 9 e, estão representadas no fundo
do modelo hierárquico que será formado seguidamente.

A próxima sub-estrutura a ser formada é a sub-estrutura 12 (Figura 18.b) que é


composta pela sub-estrutura 11 e pelas sub-estruturas primitivas 6 e 7. Estas sub-
estruturas primitivas quando aglutinadas à sub-estrutura 11 possuem uma nova sub-
estrutura cuja qualidade de forma apresenta o maior valor de todos os candidatos
possíveis. O critério de selecção de máxima qualidade de forma (Qf) foi o usado neste
passo do processo de aglutinação.

No próximo passo, a barra 8 é adicionada à sub-estrutura 12, formando, assim, a nova


sub-estrutura 13 (Figura 18.c). O valor da qualidade de forma aumenta quando 8 é
aglutinada à sub-estrutura 12. Contudo, neste passo só existe um candidato.

Apenas existe um candidato possível para a formação da sub-estrutura 14 e consistem


aglutinar as barras 2 e 3 à sub-estrutura 13, Figura 18.d.

32
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

No passo seguinte, a sub-estrutura 15 será formada através da aglutinação da sub-


estrutura 14 com a barra 1 e com os apoios (sub-estrutura 10). A sub-estrutura 15
representa toda a estrutura incluindo os apoios.

2.7 Formação do modelo hierárquico

O modelo hierárquico de uma estrutura consiste numa representação abstracta da


estrutura onde a parte da estrutura que apresenta melhor qualidade em termos de forma
se encontra localizada na parte inferior do modelo e, à medida, que se vai caminhando
para o topo superior deste modelo, as sub-estruturas vão apresentando pior qualidade
em termos de forma.

O processo de formação do modelo hierárquico de uma estrutura assenta na informação


resultante do processo de aglutinação.

No modelo hierárquico estão identificadas claramente as sub-estruturas primitivas que


formam cada sub-estrutura, os respectivos anéis estruturais e os critérios de selecção
que foram decisivos na formação de cada sub-estrutura.

Na Figura 19 [11] encontra-se ilustrado o modelo hierárquico da estrutura representada


na Figura 17.

33
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 19: Modelo hierárquico da Figura 17

Figura 20: Sub-estrutura 15 e respectivo anel estrutural

34
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

2.8 Processo de desaglutinação

A principal função do processo de desaglutinação é encontrar cenários de dano que


possam ser vulneráveis. Segundo [11] este processo consiste em desmembrar o modelo
hierárquico e por isso assentar na informação existente neste modelo.

Este processo começa a pesquisa de eventos de dano, do topo superior do modelo


hierárquico para o topo inferior. Quando o primeiro evento de dano estrutural (E1) é
encontrado, é verificado se a estrutura ou a sub-estrutura em análise passam a ser um
mecanismo. Se este facto não acontecer, então a ocorrência de E1 implica uma alteração
da estrutura (ex. a estrutura perde uma barra) e isso requer o início de todo o processo:
processo de aglutinação da nova estrutura, formação do modelo hierárquico e a
desaglutinação deste novo modelo hierárquico. Este processo iterativo termina quando
se formar um mecanismo.

A procura de eventos de danos estruturais, no processo de desaglutinação também


assenta em critérios de selecção [11]. Estes critérios são os seguintes por ordem de
importância:
- Não é uma sub-estrutura de referência (NR);
- Forma um anel estrutural com a sub-estrutura de referência (FR);
- Está ligado directamente com a sub-estrutura de referência (CD);
-É sub-estrutura primitiva em vez de uma sub-estrutura (Lc);
- Apresenta um valor de qualidade de forma inferior (SQf);
- Apresenta menor valor de capacidade resistente ao dano (SE);
- Foi posteriormente aglutinado (CL);
- Escolha livre (Fc)

As várias sequências ordenadas de eventos de dano estrutural que são encontradas


durante este processo de desaglutinação formam os cenários de dano.

35
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

2.8.1 Cenários de dano

Existem diferentes tipos de cenários de dano que são identificados aquando da aplicação
da teoria da vulnerabilidade estrutural destes cenários serão identificados o cenário de
dano de colapso total, o cenário de dano de máxima vulnerabilidade, o cenário de dano
de mínima vulnerabilidade, de menor esforço para haver dano e o cenário de dano de
interesse.

O cenário de dano de colapso total, para [16], ocorre quando a perda da estrutura é total.
A estrutura separa-se completamente dos apoios. Este cenário também pode ser o de
máxima vulnerabilidade mas não necessariamente.

Para [16], o cenário de dano de máxima vulnerabilidade é aquele que apresenta maior
desproporcionalidade entre esforço/dano (i.e. maior índice de vulnerabilidade).
Relembra-se que dano corresponde a uma perda estrutural. Esta teoria tem a
particularidade de permitir quantificar a perda estrutural através da grandeza perda
estrutural.

O cenário de dano de mínima vulnerabilidade, segundo [16], é aquele que corresponde


ao colapso do último elemento a ser aglutinado e está associado à parte da estrutura que
apresenta pior qualidade em termos de forma estrutural.

Para [16], o cenário de menor esforço para haver dano corresponde ao elemento da
estrutura que requer menor esforço para sofrer dano.

O cenário de dano de interesse é, segundo [16], o cenário que o utilizador pense ser de
interesse em analisar.

36
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

2.8.2 Exemplificação do processo de desaglutinação com recurso a um


exemplo

De forma a exemplificar a aplicação do processo de desaglutinação descrito


anteriormente e a aplicação dos critérios de selecção definidos neste processo. Far-se-á
uma aplicação à estrutura usada no processo de aglutinação (Figura 17). Contudo, a
demonstração do modelo hierárquico nas Figuras 18 e 19 é importante para o
desenvolvimento deste processo, pois este modelo mostra as sub-estruturas primitivas
presentes na estrutura. A demonstração do modelo hierárquico revela uma maior
simplicidade para a aplicação do critério de desaglutinação.

Segundo [11], todas as sub-estruturas são analisadas neste processo começando pelas
que se encontram no topo superior da hierarquia e de forma a detectar todos os possíveis
cenários vulneráveis. O processo será iniciado pela sub-estrutura 15.

Na sub-estrutura 15 deve analisar-se todas as sub-estruturas que a constituem. Começa-


se por analisar a sub-estrutura 10. Esta não sofre qualquer tipo de dano, pois é a sub-
estrutura de referência que por simplificação não sofre qualquer tipo de dano. Da
comparação entre a sub-estrutura 14 e a sub-estrutura primitiva 1, conclui-se que a sub-
estrutura primitiva 1 é a primeira a sofrer dano, pois forma um anel de ligação com a
sub-estrutura de referência (FR). A estrutura torna-se num mecanismo devido ao dano
que a sub-estrutura primitiva 1 sofre. A sub-estrutura primitiva 1 é uma candidata que
pode provocar um cenário de dano total e até o de máxima vulnerabilidade. Quando este
é descoberto, o processo de desaglutinação da sub-estrutura 15 é dado por terminado.

Na análise das sub-estruturas 14, 13, 12 e 11 são procurados também cenários de danos
estruturais, e dessa análise conclui-se que o cenário de dano de máxima vulnerabilidade
deste exemplo se encontra na sub-estrutura primitiva 2 quando esta sofre dano, ou seja,
da procura de danos nas restantes sub-estruturas, a sub-estrutura primitiva 2 será a que
possui o cenário anteriormente referido.

37
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

2.9 Conclusões

A teoria da vulnerabilidade estrutural foi descrita de forma sucinta. É uma teoria que se
baseia na forma e na conectividade e pretende encontrar a(s) parte(s) vulnerável(eis) de
uma estrutura. Nesta teoria, os danos estruturais podem ser causados por qualquer tipo
de acção. É uma aproximação original em que a estrutura é graficamente representada
por um modelo hierárquico, no qual o conceito-chave é a estrutura de um anel.

Os principais conceitos definidos nesta teoria foram descritos. Os conceitos de


qualidade de forma e de conexão nodal são fundamentais nesta teoria e, por isso,
motivou uma descrição detalhada.

A aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural assenta essencialmente em três


etapas que são: o processo de aglutinação, a formação do modelo hierárquico da
estrutura e o processo de desaglutinação.

O processo de aglutinação (1ª etapa) consiste numa selecção de sub-estruturas


primitivas para a formação de novas sub-estruturas. Este processo termina quando a
estrutura, incluindo os apoios, é representada por uma única sub-estrutura (sub-estrutura
de origem). Para a aplicação deste processo é necessário recorrer a cinco critérios de
selecção. Estes critérios foram detalhadamente descritos e a aplicação do processo de
aglutinação também foi exemplificado.

O modelo hierárquico de uma estrutura (2ª etapa) foi definido tal como a sua formação.
Também foi descrita e exemplificada a sua aplicação através de um exemplo de uma
estrutura. Este modelo é a base para a aplicação do processo de desaglutinação.

O processo de desaglutinação (3ª etapa) tem como objectivo a procura de diferentes


tipos de cenários de dano que possam surgir numa estrutura. Este processo foi
brevemente descrito, onde também foi focado que ele recorre a critérios de selecção.
Estes critérios de selecção foram identificados. A aplicação do processo de
desaglutinação foi exemplificada usando, para o efeito, uma estrutura simples.

38
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Através da aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural é possível identificar


diversos tipos de cenários de dano. Estes tipos de cenários de dano foram definidos
assim como as grandezas que permitem essa definição.

39
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Capítulo 3

Dimensionamento de redes de abastecimento de água

40
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

3.1 Objectivos

Os objectivos deste capítulo são:


- Definir nó e troço numa rede de abastecimento;
- Identificar os diferentes tipos de redes de abastecimento de água;
- Apresentar os principais elementos base de dimensionamento de redes
hidráulicas de abastecimento de água;
- Apresentar os principais critérios gerais e regulamentares de dimensionamento.

3.2 Definição dos principais conceitos

Neste ponto definir-se-ão dois conceitos fundamentais para o desenvolvimento do


trabalho subsequente, o conceito de nó e de troço.

Denomina-se nó o ponto de intersecção de pelo menos dois troços (Figura 22)


materializado pela existência de curvas em planta, cones de redução, curvas em perfil,
tês, forquilhas, cruzetas, entre outros, e localiza-se apenas nos extremos dos troços.

Um troço de uma rede de abastecimento de água pode ser entendido como um conjunto
de elementos que efectuam a ligação entre dois nós (Figura 21). É também caracterizado
pelo facto de manter as suas características constantes ao longo de todo o seu
comprimento. Num troço, considera-se que as características do escoamento (eg. caudal,
velocidade), da instalação (eg. diâmetro, tipo de material) e do fluido (eg. viscosidade,
peso especifico) não podem variar. A variação de uma destas componentes dará origem
a um novo troço, agora, com diferentes características. Como estão em estudo as redes
de abastecimento de água, o fluido em questão é sempre água, daí que o tipo de fluido
deixa de ser uma variável.

41
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 21: Representação esquemática de um troço e os respectivos nós de extremidade

Figura 22: Representação esquemática de um nó de junção

3.3 Introdução

Uma rede de distribuição de água é um conjunto de tubagens, devidamente ligadas entre


si, que têm como objectivo conduzir a água desde os pontos de alimentação
(reservatórios de distribuição) até aos vários locais de consumo, edifícios, indústrias,
bocas de rega e incêndio, marcos de água, entre outros. A água deve ser distribuida de
forma a satisfazer as necessidades dos consumidores tanto a nível de qualidade como de
quantidade [18].

As redes podem ser constituídas por tubagens ligadas em série, em paralelo, ou ainda
pelo conjunto de ambas, formando assim, feixes, malhas de condutas ou uma associação
das duas que constituem as redes ramificadas, emalhadas ou mistas, respectivamente.

Nas redes ramificadas, a direcção do escoamento é única e, portanto, conhecida,


levando a considerar que o caudal em cada troço seja apenas função dos consumos a
jusante. Este tipo de rede requer um comprimento inferior ao das redes emalhadas, o
que se traduz numa grande economia no que diz respeito ao investimento inicial mas,

42
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

em certos casos, conduz a maiores diâmetros pelo facto da alimentação de cada troço se
efectuar apenas por um dos extremos, como por exemplo os principais troços que
abastecem grande parte da rede [11].

As redes emalhadas, segundo [18] conduzem à formação de um circuito fechado e têm


como principal característica o facto da alimentação de um troço poder ser efectuada
pelos dois extremos. Um dos poucos inconvenientes deste tipo de redes é o elevado
custo de investimento.

As redes mistas são as que possuem um sistema de distribuição mais racional, formando
malhas nas condutas principais e ramificações nas condutas secundárias.

As redes de abastecimento de água podem possuir troços com distribuição de percurso


ou sem distribuição de percurso.

Um sistema de distribuição água pode apenas possuir uma fonte de alimentação ou


várias, as quais podem ser reservatórios, estações elevatórias e/ou ligações com outros
sistemas.

3.4. Dimensionamento de redes hidráulicas de abastecimento


de água

O dimensionamento das redes de distribuição de água, consiste em determinar os


valores dos diâmetros das condutas cumprindo um conjunto de restrições, como sejam:
velocidades mínimas e máximas de escoamento e pressões mínimas e máximas nos nós.

O equilíbrio hidráulico de uma rede baseia-se nos seguintes princípios:


1) Em cada nó o somatório dos caudais afluentes deve igualar os caudais efluentes, este
princípio traduz a Equação da Continuidade em cada nó;
2) Em qualquer nó a cota das linhas de energia nas extremidades dos diferentes troços aí
concorrentes tem que ser a mesma, este princípio traduz a Conservação da Energia em
cada nó.

43
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Em particular, se estiver em presença de uma malha, ao longo de um percurso orientado


e fechado (malha), a soma algébrica das perdas de carga tem que ser nula o que traduz,
tal como anteriormente o Princípio da Conservação da Energia só que neste caso nos
nós de uma malha (Lei das Malhas).
No entanto, o livre arbítrio dos caudais em redes emalhadas, cumprindo, no entanto, o
princípio 1), pode conduzir a situações em que a malha não se encontra em equilíbrio
pois não é cumprida a Lei das Malhas, Expressão 3.1.

n
∆H − ≠ 0 (3.1)
u =1

Em que:
H -é a perda de carga (m);
n é o número de nós dessa rede.

Nestes casos diz-se que existe um erro de fecho da malha e se o seu valor for superior a
um valor considerado admissível deve proceder-se à correcção de caudais. Neste
trabalho, tal como na maioria das aplicações o erro máximo admissível foi de 1 m.c.a.
Para que o processo de equilíbrio da malha seja rapidamente convergente utilizar-se-á
neste trabalho um método numérico baseado no método de Newton denominado por
método de Hardy-Cross.

Segundo este método a compensação do caudal é quantificada através da Expressão 3.2.

n
∆H −
i =1
∆Q = −
n
∆H − (3.2)

i =1 Q

Em que:
Q é a compensação de caudal (l/s);
H -é a perda de carga (m);
n é o numero de nós dessa rede.

44
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Antes de iniciar o dimensionamento de uma rede de abastecimento de água é necessário


conhecer os elementos base de dimensionamento e os critérios gerais e regulamentares
que devem cumprir.

3.4.1 Elementos base de dimensionamento

3.4.1.1 Levantamento topográfico

Para a execução do projecto de uma rede de abastecimento de água o primeiro passo


será a realização de um levantamento topográfico da zona onde será implantada a rede.
Esse levantamento é geralmente apresentado à escala 1/1000 ou 1/2000.

3.4.1.2 Elementos para a determinação de caudais

3.4.1.2.1 Caudais de cálculo

O caudal de cálculo de uma rede de abastecimento de água é o caudal de ponta


instantâneo, Expressão 3.3, [19], fixado com base na população a servir no horizonte do
projecto, nas capitações no horizonte de projecto e num factor designado factor de ponta
instantâneo que está relacionado com a máxima flutuação de consumo acima do valor
médio,

Q pi = Pop × cap × fpi


(3.3)

Em que:
Qpi é o caudal de ponta instantâneo (l/s);
Pop é a população que é previsto ser abastecida no horizonte do projecto;
cap é a capitação;
fpi é o factor de ponta instantâneo.

45
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

A população deve ser estimada para o horizonte de projecto [19], de acordo com os
métodos adequados.

A capitação segundo [19] é entendida como sendo o consumo médio diário por
habitante e que é fundamentalmente função dos hábitos da população. Esta é constante
num ano, mas poderá variar de ano para ano.

O factor de ponta instantâneo atende às variações instantâneas dos caudais e é definido


como o quociente entre o caudal máximo instântaneo do ano e o caudal médio anual
[32]. Têm sido propostas várias expressões para a fixação do caudal de ponta
instantâneo sendo, geralmente, função da população ou do consumo médio diário anual.

Na falta de elementos que permitam estabelecer os factores de ponta instantâneos,


segundo o Decreto Regulamentar nº23/95 - Art.19 [19], pode recorrer-se à Expressão
3.4.

70
fpi = 2 + (3.4)
Pop

Em que:
fpi é o factor de ponta instantâneo;
Pop é a população do local a implantar a rede.

3.4.1.2.2 Caudal de montante, jusante, equivalente e unitário de


percurso

Como já foi referido as redes de abastecimento de água podem possuir troços sem
distribuição de percurso ou com distribuição de percurso.

No caso de não haver distribuição de percurso o escoamento nesse troço é considerado


permanente e uniforme.

46
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

O movimento é permanente, segundo [20] quando a velocidade (e os outros parâmetros


do escoamento) se mantém constante ao longo do tempo e uniforme quando não varia
em diferentes pontos.

Nos troços com distribuição de percurso o caudal vai decrescendo à medida que se
caminha para jusante e é variável no tempo, ou seja, varia de instante para instante entre
a secção de montante e de jusante. Este tipo de escoamento é classificado como
escoamento variado ou escoamento não-permanente e não uniforme [20].

Como modelo de cálculo, para os troços que possuem distribuição de percurso, se L for
o comprimento do troço e Qm e Qj representarem os caudais na secção de montante e de
jusante desse troço, respectivamente, a variação de caudal entre montante e jusante é
traduzida pela Expressão 3.5:

Qm = Q j + qL (3.5)
Em que:
Qm é o caudal a montante do troço (l/s);
Qj é o caudal a jusante do troço (l/s);
qL é o caudal de percurso (l/s);
q é o caudal unitário de percurso (l/m.s);
L é o comprimento (m).

O caudal de percurso de uma rede hidráulica de abastecimento de água é entendido pelo


somatório de todos os caudais, que são fornecidos aos utentes, ligados a essa rede. [21]

Já o caudal unitário de percurso traduz a diminuição de caudal por unidade de


comprimento de conduta. Este tipo de caudal, para os diferentes trechos da rede está
relacionado com os tipos de urbanização da zona a servir. [19]

Em geral, considera-se que o caudal é inteiramente consumido nas condutas de modo


uniforme em toda a rede ou de modo distinto em grupos de troços. Na primeira
hipótese, o caudal unitário de percurso, q, é obtido, dividindo o caudal de cálculo pelo
somatório dos comprimentos de todas as condutas distribuidoras, Expressão 3.6. Na

47
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

segunda, os valores de q, são fixados em função das características urbanísticas dos


arruamentos ou zonas do aglomerado a que os troços dizem respeito. Em qualquer dos
casos, o somatório dos caudais de percurso de todos os troços iguala o caudal de
cálculo. [21]
Q
q= t
L (3.6)
i =1

Em que:
q é o caudal unitário de percurso (l/m.s);
Q é o caudal (l/s);
L é o comprimento;
t é o número total de troços da rede.

Figura 23: Troço com distribuição de percurso

Segundo [21] o troço com distribuição de percurso constitui a aproximação


genericamente adoptada para o dimensionamento das condutas de abastecimento de
água a aglomerados populacionais, embora se reconheça que nestas a saída de caudais
não é permanente nem uniformemente distribuída ao longo da tubagem, mas sim
localizada como se pode evidenciar na Figura 20. Como a posição dos ramais de
distribuição não é, geralmente, conhecida quando se dimensiona a conduta e esta pode
variar durante o período da sua vida útil, não é viável estudar-se o escoamento como na
realidade ele se apresenta. Por outro lado, os caudais podem variar não só ao longo do
dia, mas também de dia para dia no período de vida útil dos troços. Sendo assim, como
a variação se torna, por vezes, imprevisível, terá de ser adoptada uma aproximação do
caudal que percorrerá esse troço. Habitualmente adopta-se para efeitos de
dimensionamento o caudal de montante em cada troço, que se tem revelado satisfatório
48
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

dentro da previsão exigível em problemas deste tipo, estando assim, sempre do lado da
segurança.

Além disso, para [21] efeito de dimensionamento das redes de abastecimento de água
usa-se um modelo que considera que o regime será uniforme e permanente, em que o
caudal para o dimensionamento é o caudal de ponta na secção de montante, e para efeito
de cálculo da perda de carga principal admite o caudal equivalente que é dado pela
Expressão 3.7.

Qe = 0,55qL + Q j (3.7)
Em que:
Qe é o caudal equivalente (l/s);
Qj é o caudal a jusante (l/s);
q é o caudal unitário de percurso (l/s);
L é o comprimento do troço (m).

3.4.1.2.3 Selecção da tubagem

Fixados os caudais e os diâmetros da rede é necessário seleccionar a tubagem pois a


rugosidade depende fundamentalmente do tipo de material. Existem diferentes tipos de
materiais passíveis de ser utilizados em condutas de distribuição de água nomeadamente
o fibrocimento, o PVC, o polietileno, poliéster reforçado com fibra de vidro, o betão
armado e pré-esforçado, o ferro fundido, o aço ou outros materiais que reúnam as
necessárias condições de utilização.

A selecção do material a usar, deve ser baseada nos diâmetros, nas pressões de serviço
da rede e na acção corrosiva do meio, entre outros.

49
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

3.4.2 Critérios gerais e regulamentares

3.4.2.1 Velocidades recomendadas

Nos sistemas de distribuição de água, a velocidade é um factor limitativo do


dimensionamento. Valores excessivos de velocidade numa rede [18] provocam perdas
de carga elevadas, corrosão das tubagens por erosão e ainda ruídos nas canalizações.

Por outro lado, é referido por [18] que não se deverão admitir velocidades tão baixas
que provoquem depósitos, que possam levar à obstrução de parte das condutas., no caso
de a água transportar partículas sólidas.

Segundo Dupont [18] as velocidades mínimas devem ser da ordem de 0,5 m/s.

Por sua vez, o Regulamento Geral dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de
Água e de Drenagem de Águas Residuais (RGSPPDADAR) no Artigo 21.º a) e b)
refere, respectivamente, que:
“A velocidade de escoamento para o caudal de ponta no horizonte de projecto não deve
exceder o valor calculado pela expressão:

U = 0,127 D 0, 4
onde U é a velocidade máxima (m/s) e D o diâmetro interno da tubagem (mm)”;
A velocidade de escoamento para o caudal de ponta no ano de início de exploração do
sistema não deve ser inferior a 0,3 m/s. Nas condutas onde não seja possível verificar
este limite, devem prever-se dispositivos adequados para descarga periódica.”

3.4.2.2 Diâmetros mínimos

No que respeita às limitações de diâmetro, o RGSPPDADAR no Artigo 23.º, 1) e 2)


refere:
”Os diâmetros nominais mínimos das condutas de distribuição são os seguintes:
a) 60 mm em aglomerados com menos de 20000 habitantes;
b) 80 mm em aglomerados com mais de 20000 habitantes”.

50
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

”Quando o serviço de combate a incêndios tenha de ser assegurado pela mesma rede
pública, os diâmetros nominais mínimos das condutas são em função da zona e devem
ser:
80 mm – grau 1;
90 mm – grau 2;
100 mm – grau 3;
125 mm – grau 4;
150 mm (a definir caso a caso) – grau 5”.

3.4.2.3 Perdas de cargas principais

A perda de carga principal em condutas circulares [22], é geralmente obtida a partir da


Fórmula de Darcy-Weisbach (Expressão 3.8):

f U2
J= × (3.8)
D 2g
Em que:
J é a perda de carga principal (m/m) (mm/m) (%);
f é o coeficiente de resistência (adimensional);
g é a aceleração da gravidade (m/s2);
D é o diâmetro da conduta (m);
U é a velocidade média na conduta (m/s).

A determinação do coeficiente de resistência (f) pode ser efectuada de diversas


maneiras, nomeadamente por via analítica através de fórmulas empíricas ou semi-
empíricas bem como por via gráfica.
A fórmula de Colebrook-White, Expressão 3.9, é considerada como sendo a fórmula
que dá resultados mais próximos da realidade no domínio dos regimes turbulentos.

1 2,51 Ke (3.9)
= −2 log +
f Re× f 3,7 D

51
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Em que:
f é o coeficiente de resistência (adimensional);
Ke é a rugosidade absoluta equivalente (m);
Re é o número de Reynolds;
D é o diâmetro da conduta (m).

A fórmula de Colebrook-White é uma fórmula implícita pelo que se usam


frequentemente algumas das suas explicitações nomeadamente a fórmula de Barr,
representada pela Expressão 3.10.

1 5,1286 K (3.10)
= −2 log 0 ,89
+ e
f Re 3,7 D

Em que:
f é o coeficiente de resistência (adimensional);
Ke é a rugosidade absoluta equivalente (m);
Re é o número de Reynolds;
D é o diâmetro da conduta (m).

A forma gráfica mais utilizada é o ábaco de Moody que apresenta os eixos coordenados
com graduação logarítmica, com f e Ke/D em ordenadas e Re em abcissas. [20]

A ocorrência do regime turbulento depende do valor do número de Reynolds [20]. O


número de Reynolds é caracterizado pela relação entre as forças de inércia e as forças
de viscosidade, e pode ser expressa através da Expressão 3.11:

U×D (3.11)
Re =
ν
Em que:
Re é o número de Reynolds;
U é a velocidade média da tubagem (m/s);
D é o diâmetro interno da tubagem (m);
é a viscosidade cinemática do material da tubagem (m2/s).

52
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Para [23] os escoamentos com número de Reynolds superior a 2000 são caracterizados
por regimes turbulentos, onde as trajectórias são extremamente irregulares e a
velocidade num dado ponto varia constantemente de grandeza e direcção de modo
aleatório. Uma partícula pode localizar-se, num instante, na vizinhança do eixo da
secção e, noutro instante, junto da parede. Os que possuem valores de Re inferiores a
2000, são classificados como laminares, sendo que, neste caso, não se cruzam as
trajectórias das partículas vizinhas, ocorrendo este tipo de regime para velocidades
muito baixas.

3.4.2.4 Perdas de carga localizadas

As perdas de carga localizadas ocorrem em singularidades das condutas, ou seja, em


trechos pequenos da conduta em que se quebra a uniformidade. Essas perdas são
denominadas locais, localizadas, acidentais ou singulares, pelo facto de ocorrerem
especificamente em pontos ou partes bem determinadas da tubagem, ao contrário do que
ocorre com a perda de carga principal. Estas perdas podem ser de vários tipos [20]:
alargamento brusco da secção; alargamento gradual da secção; saída do reservatório;
curvas; estreitamento da secção; tês e junções, entre outros.

Em termos gerais [23], a determinação analítica das perdas de carga localizadas ( HL )


baseia-se na aplicação dos Teoremas da Quantidade de Movimento e de Bernoulli, que
permitem chegar a uma expressão geral para este tipo de perdas de carga dada pela
Expressão 3.12, que as exprime como percentagem da altura cinética (U2/2g):

U2
∆H L− = K × (3.12)
2g
Em que:
HL é a perda de carga localizada (m)
K é o coeficiente de perda de carga localizada (depende do número de Reynolds
e da geometria e tipo de obstáculo);
g é a aceleração da gravidade (m/s2);
U é a velocidade média do escoamento (m/s).

53
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Uma técnica expedita de quantificação das perdas de carga consiste em considerar que
ao comprimento real da tubagem é adicionado um valor L (acréscimo de
comprimento), calculado de maneira a que a respectiva perda de carga contínua seja
igual à perda de carga localizada que lhe está associada. [20]

3.4.2.5 Pressões nas condutas de distribuição

Numa rede de abastecimento de água é fundamental a análise dos valores mínimos das
pressões, em condições normais de funcionamento, e das pressões máximas que a rede
pode admitir. [18]

A pressão mínima que a rede deverá assegurar nos ramais de ligação dos diferentes
consumidores deve referir-se ás horas de ponta e o seu valor deve ser tal que assegure o
bom funcionamento dos dispositivos de utilização predial.

Por outro lado, a pressão máxima a assegurar deverá ser a necessária para abastecer,
directamente, os edifícios até um determinado piso, que é fixado em função das
características urbanísticas da zona em estudo.

O RGSPPDADAR refere no Artigo 21.º c), d) e e):


”A pressão máxima, estática ou de serviço, em qualquer ponto de utilização não pode
ultrapassar os 600 kPa medida ao nível do solo”;
”Não é aceitável grande flutuação de pressões em cada nó do sistema, impondo-se uma
variação máxima ao longo do dia de 300 kPa”;
”A pressão de serviço em qualquer dispositivo de utilização predial para o caudal de
ponta não deve ser, em regra, inferior a 100 kPa o que, na rede pública e ao nível do
arruamento, corresponde aproximadamente a:
H=100+40n

54
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

onde H é a pressão mínima (kPa) e n é o numero de pisos acima do solo, incluindo o


piso térreo. Em casos especiais, é aceitável uma redução daquela pressão mínima, a
definir, caso a caso, em função das características do equipamento” .

3.5. Conclusões

Neste capítulo, definiu-se o conceito de nó e de troço de uma rede hidráulica de


abastecimento de água.

Para além disso referiu-se que as redes ramificadas apenas possuem um só sentido de
escoamento, sendo o caudal conhecido, através das necessidades a jusante e possui um
investimento inicial bastante menor que as redes emalhadas.

As redes emalhadas são constituídas por malhas fechadas, em que a sua alimentação,
poderá ser feita por, pelo menos, um dos extremos. Neste tipo de redes caso seja
necessário pode ser alterado o sentido do escoamento. Foi referido, que o método usado
para o cálculo das condições de equilíbrio hidráulico de sistemas emalhados de
distribuição de água é, geralmente, o método de Hardy-Cross.

As redes mistas são as que possuem um sistema de distribuição mais racional, formando
malhas nas condutas principais e ramificações nas condutas secundárias.

Foram apresentados os diferentes critérios gerais e regulamentares para


dimensionamento das RHAA. Foram referidos os principais elementos base de
dimensionamento que são o levantamento topográfico, a determinação de caudais de
montante, jusante, equivalente, unitário e de cálculo e por fim o tipo de tubagem a
utilizar.

Os critérios gerais e regulamentares referem quais as condições que devem ser tidas em
conta, durante o dimensionamento das RHAA. Devem ser satisfeitos aspectos, tais
como o cumprimento de velocidades máximas e mínimas, de diâmetros mínimos e de
pressões necessárias nos diferentes pontos da rede. Para cada aspecto anteriormente

55
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

referido foram descritos quais os valores que devem ser cumpridos, para que a rede
possua as condições ideais de funcionamento.

56
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Capítulo 4

Aplicação dos conceitos da teoria da vulnerabilidade


estrutural ao contexto das redes hidráulicas de
abastecimento de água

57
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

4.1 Objectivos

Os objectivos deste capítulo são:


- Referir de forma muito sucinta como a teoria da vulnerabilidade estrutural
pode ser generalizada;
- Adaptar os conceitos inerentes à teoria da vulnerabilidade estrutural, ao
contexto das redes hidráulicas de abastecimento de água;
- Exemplificar a aplicação desses novos conceitos no processo de aglutinação
através de um exemplo teórico de uma rede hidráulica de abastecimento de
água;
- Exemplificar a aplicação desses novos conceitos no processo de
desaglutinação através de um exemplo teórico de uma rede hidráulica de
abastecimento de água;

4.2 Introdução

Já foi desenvolvido um trabalho de investigação [25] que descreveu como a teoria da


vulnerabilidade estrutural pode ser generalizada. Desse estudo pode concluir-se que
qualquer sistema, tal como, uma estrutura de engenharia civil, uma rede rodoviária, uma
rede hidráulica, ou uma empresa podem ser um campo de aplicação dos conceitos
inerentes à teoria da vulnerabilidade estrutural.

Contudo, ainda é necessário proceder a um estudo aprofundado para processar essa


aplicação em cada contexto. A transposição dos principais conceitos teóricos da teoria
da vulnerabilidade estrutural para o contexto das RHAA será efectuada neste capítulo.
Deste estudo resultarão as bases teóricas para a teoria da vulnerabilidade de redes
hidráulicas de abastecimento de água (TVRHAA).

O conceito de acção é entendido, no contexto das RHAA, como sendo a causa da


ocorrência de danos numa rede ou numa sub-rede. Uma acção pode ser de qualquer tipo
(o excesso de pressão, a corrosão ou degradação do material da rede, valor elevado da
velocidade de escoamento, um erro humano associado à fase de projecto ou à fase de

58
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

construção, um sismo, passagem de um camião, assentamento do terreno, acto de


sabotagem, entre outros).

4.3 Adaptação dos principais conceitos teóricos da teoria da


vulnerabilidade estrutural ao contexto das redes hidráulicas
de abastecimento de água

Para se definir as bases teóricas da nova TVRHAA é necessário como fase inicial que,
os conceitos teóricos da teoria da vulnerabilidade estrutural (já descritos anteriormente)
sejam extrapolados para o contexto das RHAA.

A Tabela 4 apresenta de forma simplificada e resumida essa extrapolação para os


conceitos iniciais.

Tabela 2: Extrapolação dos conceitos mais simples


Redes hidráulicas de abastecimento de
Estruturas
água
Esquema gráfico Esquema gráfico
Conceito Conceito
exemplificativo exemplificativo

Nó Nó

Ramo Ramo

Sub-
Sub-rede
estrutura
primitiva
primitiva

59
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-
Sub-rede de
estrutura de
referência
referência

Sub-
Sub-rede de
estrutura de
origem
origem

Sub-
Sub-rede
estrutura

Anel Anel de
estrutural rede

Fazendo uma analogia entre as estruturas de engenharia civil e as RHAA os conceitos


teóricos de base são designados da seguinte forma:

- uma sub-estrutura é designada por sub-rede. Uma sub-rede é entendida como


sendo o agrupamento de pelo menos dois troços e respectivos nós.

- o anel estrutural é designado por anel de rede. Um anel de rede é definido


como sendo a forma mais simples de representar uma sub-rede.

- uma sub-estrutura primitiva é designada por sub-rede primitiva. Uma sub-rede


primitiva é constituída por um único troço e os seus respectivos nós.

60
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

- uma sub-estrutura de referência é designada por sub-rede de referência. Uma


sub-rede de referência é definida como sendo o reservatório. Por simplificação
também se assume que a sub-rede de referência não sofre qualquer tipo de dano.

- uma sub-estrutura de origem é designada por sub-rede de origem. Uma sub-


rede de origem é referente a toda a rede, incluindo o reservatório.

- um dano estrutural, é designado por dano de rede e corresponde a uma


degradação da rede. Um dano de rede é causado por uma acção. A ocorrência de
um dano de rede pode impossibilitar o abastecimento água a diferentes pontos da
rede.

- um cenário de dano mantém a mesma designação e é uma sequência ordenada


de danos de rede ou eventos de deterioração através do qual o desempenho de
uma RHAA fica reduzido.

- a qualidade de forma é um indicador da forma de uma rede ou de uma sub-


rede. Este conceito será descrito mais detalhadamente posteriormente.

- a conexão nodal também mantém a mesma designação, é um indicador da


ligação de uma sub-rede à restante rede. Este conceito também será apresentado
mais detalhadamente posteriormente.

- a capacidade resistente ao dano também mantém a mesma designação no


contexto das RHAA é entendida como sendo directamente proporcional ao
esforço requerido para a ocorrência de um dano de rede. Este conceito também
será apresentado mais detalhadamente posteriormente.

- a capacidade resistente ao dano relativa de um cenário de dano também


mantém a mesma designação no contexto das RHAA. É entendida como sendo a
relação entre o esforço requerido para a ocorrência desse cenário de dano
(traduzido pela capacidade resistente ao dano da(s) sub-rede(s) que fica(m)
inutilizada(s), E) e o esforço requerido para a ocorrência do dano total da rede

61
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

(Etotal, que é o somatório do valor da capacidade resistente ao dano de todas as


sub-redes existentes na RHAA). O valor da capacidade resistente ao dano
relativa pode ser quantificado através da Expressão 4.1.

E
Er = (4.1)
E total
Em que:
Er é a capacidade resistente ao dano relativa;
E é a capacidade resistente ao dano;
Etotal é a capacidade resistente ao dano para a ocorrência do dano total da rede ou
sub-rede.

- a perda estrutural passa a ser designada por perda de rede de um cenário de


dano ( r ), no contexto das RHAA. É uma grandeza que avalia a consequência
de um cenário de dano. A perda da rede pode ser quantificada através da
Expressão 4.2, que corresponde à relação entre a perda de carga total das sub-
redes que ficam inutilizadas (S’) e a perda de carga total de toda a rede ( H total).

Se r = 0 então não ocorreu qualquer perda da rede e se r =1 então ocorreu a


perda total da rede.

∆H T− (S' )
γ −r = (4.2)
∆H −total
Em que:
r é a perda de rede;
HT (S’) é a perda de carga das sub-redes que ficam inutilizadas;
H total é a perda de carga total de toda a rede. .

- o índice de vulnerabilidade ( ) mantém a mesma designação para o contexto


das RHAA. Este índice permite avaliar a vulnerabilidade de uma rede ou de uma
sub-rede. É o índice que corresponde à desproporção existente entre a perda de
rede ( r ) e a capacidade resistente ao dano relativa (Er), traduzida pela
Expressão 4. 3. É um indicador da vulnerabilidade das RHAA. Quando este

62
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

índice apresenta um valor elevado então uma rede ou uma sub-rede tem uma
vulnerabilidade elevada.

γ r−
ϕ= (4. 3)
Er
Em que:
é o índice de vulnerabilidade;
r é a perda de rede;
Er é a capacidade resistente ao dano relativo.

4.4 Definição mais aprofundada de alguns conceitos

4.4.1 Qualidade de forma

Tal como foi referido no Capítulo 2 a qualidade de forma é um indicador “da boa
geometria” de uma estrutura ou de uma sub-estrutura. Esta grandeza é quantificada com
recurso à matriz de rigidez da estrutura ou da sub-estrutura e tem em conta a orientação
existente entre barras, o tipo de ligação entre barras, a conexão entre as barras e a
rigidez dessas barras.

No contexto das RHAA é necessário encontrar uma grandeza equivalente à qualidade de


forma deduzida no domínio das estruturas de engenharia civil.

Atendendo a que o conceito de matriz de rigidez não se adequa ao sistema das RHAA é
necessário encontrar uma variável que intervenha no dimensionamento das RHAA que,
de alguma forma, tenha em conta as considerações referidas anteriormente e que estão
ilustradas na Figura 24 para este contexto. Esta variável tem que ser um indicador da
boa ou má “forma geométrica” de uma rede ou de uma sub-rede hidráulica de
abastecimento de água.

63
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

a.1 a.2
a) Orientação entre troços

b.1 b.2
b) Tipo de ligação entre troços

c.1 c.2
c) Conexão

d.1 d.2
d) Rigidez dos troços
Figura 24: Factores que podem influenciar a qualidade de forma de uma RHAA

Tal como mostra a Tabela 3 as variáveis independentes e que intervêm no


dimensionamento de RHAA são o comprimento de um troço (L), o caudal que é
distribuído (Q), a viscosidade cinemática do líquido ( ), a rugosidade equivalente do
material em que a rede é produzida (Ke) e a aceleração da gravidade (g).

64
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Tabela3: Variáveis intervenientes no dimensionamento de RHAA


L
Q
Variáveis independentes
Ke
g
Variável dependente para
D = f (Q)
o pré-dimensionamento
Dint = f (Dcom, e)
U = f (Dint, Q)
Re = f ( , Q, Dint)
Variáveis dependentes
f = f (Q, Dint, , Ke)
j = f (Q, Dint, , Ke, g)
H– = f (Q, Dint, , Ke, g, L)

Em que:
L é o comprimento do troço;
Q é o caudal;
é a viscosidade cinemática do líquido;
Ke é a rugosidade absoluta equivalente;
g é a aceleração da gravidade;
D é o diâmetro;
Dint é o diâmero interno;
Dcom é o diâmetro comercial;
e é a espesura;
U é a velocidade média da tubagem

De todas as variáveis intervenientes no dimensionamento de RHAA e apresentadas na


Tabela 3, aquela que parece estar mais relacionada com os factores que influenciam a
forma de uma rede ilustradas na Figura 24, é a perda de carga ( H–).

65
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Deste modo, a qualidade de forma de uma rede ou de uma sub-rede hidráulica de


abastecimento de água será correspondente à perda de carga total ( HT ) ocorrida nessa
rede ou sub-rede hidráulica de abastecimento de água, traduzida pela Expressão 4. 4.

p u
∆H T− = ∆H − + ∆H L− (4. 4)
j=1 i =1

Em que:
HT é a perda de carga total de uma rede ou sub-rede;
H é a perda de carga ao longo de uma sub-rede primitiva (troço);
HL é a perda de carga localizada;
p é o número de troços existentes na rede ou na sub-rede;
u é o número de perdas de carga localizadas existentes na rede ou n sub-rede.

Quanto menor for a perda de carga total ocorrida numa rede ou numa sub-rede
hidráulica de abastecimento de água melhor será a qualidade de forma dessa rede ou
sub-rede.

Face ao exposto, no contexto das RHAA e da TVRHAA, a perda de carga total de uma
rede ou sub-rede substitui o conceito de qualidade de forma relativo à teoria da
vulnerabilidade estrutural.

4.4.2 Capacidade resistente ao dano

A capacidade resistente ao dano é aqui definida como sendo directamente proporcional


ao esforço requerido para a ocorrência de um dano numa rede ou numa sub-rede. Deste
modo, entende-se que uma rede ou uma sub-rede que apresente uma elevada capacidade
resistente ao dano requer um elevado esforço para que sofra dano.

No contexto das RHAA assumiu-se que a área da secção transversal dos troços que
constituem uma rede ou sub-rede poderá corresponder à capacidade resistente ao dano
(E) dessa rede ou sub-rede e tal como se encontra indicado na Expressão 4.5.

66
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

p p
E= (A Dcom − A D int ) = π (D 2
com
2
− D int ) (4.5)
j=1 4 j=1

Em que:
E é a capacidade resistente ao dano;
ADcom é a área de um círculo usando o diâmetro comercial do tubo;
ADint é a área de um círculo usando o diâmetro interno do tubo.
Dint é o diâmero interno;
Dcom é o diâmetro comercial.

Deste modo, numa rede ou numa sub-rede, a sub-rede primitiva (troço) que possuir
maior área de secção transversal será aquela que terá uma maior capacidade resistente
ao dano.

4.4.3 Conexão nodal

No contexto das RHAA a conexão nodal é entendida como sendo um indicador da


interligação que uma sub-rede tem com a restante parte da rede e traduz-se na
capacidade que essa sub-rede tem de formar anéis de rede com outras sub-redes de uma
RHAA.

No caso mais simples, uma sub-rede primitiva (um troço e dois nós, Figura 25) a
conexão nodal corresponde ao somatório das sub-redes primitivas que convergem para
os nós 1 e 2 (troços 2, 3, 4, 5 e 6). Atendendo a que três troços (troços 2, 3 e 4)
convergem para o nó 1 e que dois troços (troços 5 e 6) convergem para o nó 2 então a
conexão nodal da sub-rede primitiva ilustrada na Figura 25 é igual a 5.

67
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 25: Exemplo de uma sub-rede primitiva para a exemplificação do cálculo da


conexão nodal

Figura 26: Exemplo de uma sub-rede para a exemplificação do cálculo da conexão


nodal

Na Figura 26 está representada uma sub-rede constituída por duas sub-redes primitivas
1 e 2. Para calcular a conexão nodal desta sub-rede tem que se contabilizar todas as sub-
redes primitivas que convergem para os nós existentes na sub-rede (nós 1, 2 e 3). A
conexão nodal desta sub-rede é igual a 6.

Comparando a sub-rede primitiva 1 com a sub-rede primitiva 2, da sub-rede ilustrada na


Figura 26 observa-se que o valor da conexão nodal da sub-rede primitiva 1 é igual a 4.
Por sua vez o valor da conexão nodal da sub-rede primitiva 2 é igual a 5, porque 5
troços convergem para os nós desta sub-rede. Deste modo, conclui-se que a sub-rede
primitiva 2 está mais ligada à restante parte da rede do que a sub-rede 1.

68
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

4.5 Aplicação da teoria da vulnerabilidade de redes


hidráulicas de abastecimento de água

A aplicação a uma RHAA da nova TVRHAA é composta por três etapas tal como
acontece na teoria da vulnerabilidade estrutural. A primeira etapa consiste no processo
de aglutinação, a segunda etapa é relativa à representação da rede ou da sub-rede através
de um modelo hierárquico e a terceira etapa é referente ao processo de desaglutinação.

O processo de aglutinação tem como primeiro passo, a identificação das primeiras sub-
redes primitivas a serem aglutinadas de forma a gerar o primeiro anel de rede. O
segundo passo consiste na repetição do mesmo processo, de forma a seleccionar outras
partes da rede (sub-redes primitivas ou sub-redes) que podem ser aglutinadas à sub-rede
já aglutinada ou à formação de novas sub-redes. Este processo vai decorrendo até que
toda a rede, incluindo a sub-rede de referência, esteja aglutinada e esta possa ser
representada por uma única sub-rede (que em termos de representação abstracta
corresponde a ser representada por um único anel de rede).

A formação do modelo hierárquico de uma RHAA é a segunda etapa e consiste na


representação abstracta da rede que serve de base para o processo de desaglutinação. O
modelo hierárquico contém a informação resultante do processo de aglutinação.

A terceira etapa é o processo de desaglutinação de um modelo hierárquico. É através


deste processo que os cenários de dano são identificados. Estes cenários de dano
pretendem identificar a parte ou as partes mais vulneráveis de RHAA.

4.6 Processo de aglutinação da teoria da vulnerabilidade de


redes hidráulicas de abastecimento de água

Tal como foi referido anteriormente e de forma similar à teoria da vulnerabilidade


estrutural o processo de aglutinação da TVRHAA é um processo, que de forma
iterativa, demonstra como uma RHAA se deve aglutinar progressivamente até que toda
a rede incluindo a sub-rede de referência fique totalmente aglutinada e representada
abstractamente por um único anel de rede.

69
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Para o efeito, este processo também recorre a critérios de selecção para permitir a
decisão de qual é parte da rede a ser aglutinada em cada passo.

Novamente e à semelhança da teoria da vulnerabilidade estrutural esses critérios de


selecção de candidatos são 5. Esses critérios de selecção são os seguintes (por ordem de
importância):
- Menor perda de carga total ( H min);
- Máxima capacidade resistente ao dano (Emáx);
- Máxima conexão nodal ( máx);

- Máxima distância ao reservatório (Dismáx);


- Escolha livre (Fc).

4.6.1 Menor perda de carga total ( H min)

O critério de menor parda de carga total é o primeiro critério de selecção a ser aplicado
no processo de aglutinação. A perda de carga total traduz a qualidade de forma de rede.
Para o efeito, do conjunto de sub-redes candidatas a serem aglutinadas deve-se
seleccionar o candidato que apresente o menor valor de perda de carga total. Isto porque
se assume que quanto menor for a perda de carga total de uma rede, maior será a sua
qualidade de forma. Quando este critério de selecção não é suficiente para fazer esta
selecção, então tem que se recorrer ao segundo critério de selecção que é a máxima
capacidade resistente ao dano.

4.6.2 Máxima capacidade resistente ao dano (Emáx)

A máxima capacidade resistente ao dano (Emáx) é o segundo critério de selecção do


processo de aglutinação da TVRHAA. Este critério é directamente proporcional ao
mínimo esforço requerido para a ocorrência de dano numa rede ou numa sub-rede.
Quanto maior for a capacidade resistente ao dano de uma rede ou sub-rede, maior será o
esforço requerido para haver dano nessa estrutura e, por isso, a rede possui uma boa

70
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

qualidade de forma. Caso este critério de selecção também não seja suficiente para
seleccionar um candidato a ser aglutinado então tem que se recorrer ao terceiro critério
de selecção que é a máxima conexão nodal.

4.6.3 Máxima conexão nodal ( máx)

A máxima conexão nodal ( máx) é o terceiro critério de selecção e deverá ser usado
quando os dois anteriores não são suficientes para seleccionar um candidato. Este
critério consiste em seleccionar o candidato que apresenta o maior valor de conexão
nodal.

4.6.4 Máxima distância ao reservatório (Dismáx)

A máxima distância ao reservatório (Dismáx) é o quarto critério de selecção do processo


de aglutinação e é usado quando os três anteriores não são suficientes para efectuar uma
selecção da nova sub-rede a ser seleccionada.

Este critério é baseado na distância que uma sub-rede apresenta em relação à sub-rede
de referência (reservatório). A distância de uma sub-rede ao reservatório corresponde ao
menor percurso que a água tem que percorrer desde o reservatório até ao nó dessa sub-
rede.

De forma a exemplificar a quantificação da distância que uma sub-rede dista ao


reservatório é apresentada uma rede meramente exemplificativa na Figura 27. Essa rede
é formada por 7 troços (troço de 1 a 7) e por 6 nós (de a a f)

71
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 27: RHAA para a exemplificação da quantificação da distância ao reservatório

Na Tabela 4 estão apresentados todos os comprimentos dos troços existentes na rede da


Figura27.

Tabela 4: Comprimentos dos troços da rede da Figura 28


Troço 1 2 3 4 5 6 7
Comprimento
4,0 6,0 6,3 5,5 1,5 2,4 3,1
(m)

Usando os troços 6 e 7 como exemplo observa-se que os nós destes troços que estão
mais próximos da reservatório são o d e o f respectivamente.

O percurso mais pequeno que a água tem que percorrer desde o reservatório até ao nó d
(troço 6) é o referente ao somatório dos troços 1 e 3 e que vale 10,3 metros de acordo
com os valores expostos na Tabela 4.

Por sua vez, o menor percurso que a água tem que escoar entre o reservatório e o nó f
(troço 7) é o relativo ao somatório dos comprimentos dos troços 1 e 2 e é igual a 10,0
metros.

Face ao exposto o troço 6 encontra-se mais afastado do reservatório do que o troço 7.

Considera-se que o facto de uma sub-rede estar mais afastada do reservatório


corresponde a essa sub-rede, de alguma forma, ser menos susceptível de ser vulnerável.

72
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Isto, porque o facto de estar mais próxima do reservatório pode ser favorável à situação
de que um pequeno dano de rede provocar uma grande perda de rede.

4.6.5 Escolha livre (Fc)

A escolha livre (Fc) é o último critério de selecção a ser aplicado neste processo e
quando os quatro primeiros critérios de selecção não são suficientes para seleccionar um
candidato a ser aglutinado. Quando este critério é aplicado os candidatos de sub-redes
apresentam iguais características de H min , Emáx, máx e Dismáx.

4.7 Exemplificação da aplicação do processo de aglutinação


da TVRHAA

De forma a exemplificar a aplicação do processo de aglutinação da TVRHAA descrito


anteriormente irá recorrer-se à RHAA representada esquematicamente na Figura 28.
Essa rede é formada por 4 troços (troço de 1 a 4) e por 4 nós (nó de 1 a 4).

Figura 28: RHAA para exemplificar a aplicação do processo de aglutinação

73
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Os tubos da rede são em policloreto de vinilo (PVC) o que corresponde um valor de


rugosidade de 0,01 mm. O valor da viscosidade da água é considerado de 1,01×10-6
m2/s.

A pressão de serviço adoptada para o dimensionamento da rede foi de 6Kg/cm2. Os


diâmetros comerciais e as espessuras que estes tubos apresentam estão expostos na
Tabela 5.

Tabela 5: Diâmetros comerciais e espessuras de tubos em PVC para uma pressão de


serviço de 6Kg/cm2
Diâmetro
comercial 63 75 90 110 125 140 160 200 250
(mm)
Espessura
1,9 2,2 2,7 3,2 3,7 4,1 4,7 5,9 7,3
(mm)

Após o dimensionamento da RHAA (presente no Anexo III) ilustrada na Figura 28 é


possível identificar as características geométricas e hidráulicas necessárias para a
aplicação da TVRHAA e, em particular, o processo de aglutinação. Essas características
estão apresentadas de forma resumida na Tabela 6.

Tabela 6: Características geométricas e hidráulicas para a aplicação da TVRHAA


Sub-rede Diâmetro
Comprimento Caudal Espessura
primitiva Nós comercial
(m) (l/s) (mm)
(troço) (mm)
1 1; 2 500 18 200 5,9
2 2; 3 300 5 110 3,2
3 3; 4 300 5 110 3,2
4 2; 4 300 13 160 4,7

A descrição detalhada da aplicação do processo de aglutinação da TVRHAA à RHAA é


apresentada seguidamente passo a passo.

No 1º passo os 5 candidatos de sub-redes passíveis de ser aglutinadas estão indicadas na


1ª coluna da Tabela 7. Para cada uma delas quantifica-se inicialmente o valor da perda
de carga total ocorrida na respectiva sub-rede (2ª coluna da Tabela 7). Aplicando-se o 1º

74
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

critério de selecção do processo de aglutinação da TVRHAA que é a menor perda de


carga total conclui-se que o candidato de sub-rede a ser aglutinado é constituído pelos
troços 1 e 4 formando deste modo a sub-rede designada por 6 (6ª coluna da Tabela 7).

A quantificação da capacidade resistente ao dano (3ª coluna da Tabela 7), a conexão


nodal (4ª coluna da Tabela 7) e a distância ao reservatório (5ª coluna da Tabela 7) são
critérios que não foi necessário quanificar porque o primeiro critério de selecção foi
suficiente para se tomar a decisão de qual era o primeiro candidato de sub-rede a ser
aglutinado

Tabela 7: Exemplificação da aplicação do 1º passo do processo de aglutinação


Perda de Capacidade Distância ao Sub-rede
Candidatos Conexão
carga total resistente ao reservatório que se
de sub-redes nodal ( )
( HT ) dano (E) (Dis) forma
Sub-rede
1,9676 5887,81 2 0 6
1+4
Sub-rede –––– –––– –––– ––––
2,0264
2+4
Sub-rede –––– –––– –––– ––––
2,0264
3+4
Sub-rede –––– –––– –––– ––––
2,0494
1+2
Sub-rede –––– –––– –––– ––––
2,1082
2+3

Após a primeira sub-rede ser aglutinada, o processo de aglutinação continua. No 2º


passo deste processo, começa-se por identificar quais são as sub-redes candidatas a ser
aglutinadas. Essas sub-redes estão identificadas na 1ª coluna da Tabela 8. Tal como se
pode observar esses candidatos são: uma sub-rede constituída pelo troço 2 e pela sub-
rede 6, uma sub-rede constituída pelo troço 3 e pela sub-rede 6 e uma sub-rede
constituída pelos troços 2 e 3. Para estes candidatos, a respectiva perda de carga total é
quantificada. Verifica-se que o terceiro candidato é o que apresenta menor valor de
perda de carga total e, como tal, é o seleccionado para ser aglutinado formando desta
forma a sub-rede designada por 7 (6ª coluna da Tabela 8).

Normalmente, no 2º passo, o primeiro critério de selecção (menor perda de carga total)


foi suficiente para decidir qual o candidato a ser aglutinado. Atendendo a que, nesta fase

75
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

do processo de aglutinação, a RHAA da Figura 28 ainda não está toda aglutinada então
dá-se início ao 3º passo.

Tabela 8: Exemplificação da aplicação do 2º passo do processo de aglutinação


Perda de Capacidade Distância ao Sub-
Candidatos Conexão
carga total resistente ao reservatório rede que
de sub-redes nodal ( )
( HT ) dano (E) (Dis) se forma
Sub-rede
3,0217 6960,94 2 0 ––––
2+6
Sub-rede –––– –––– –––– ––––
3,0217
3+6
Sub-rede
2,1082 –––– –––– –––– 7
2+3

No 3º passo, apenas existe um candidato de sub-rede a ser aglutinada que é a sub-rede


constituída pelas sub-redes 6 e 7 tal como mostra a 1ª coluna da Tabela 9. Como só
existe um candidato então não é necessário aplicar qualquer tipo de critério de selecção.
Deste modo, forma-se a sub-rede designada por 8 (6ª coluna da Tabela 9)

Tabela 9: Exemplificação da aplicação do 3º passo do processo de aglutinação


Perda de Capacidade Distância ao Sub-rede
Candidatos Conexão
carga total resistente ao reservatório que se
de sub-redes nodal ( )
( HT ) dano (E) (Dis) forma
Sub-rede
4,0758 –––– –––– –––– 8
6+7

Nesta fase deste processo, apenas falta aglutinar a sub-rede de referência (reservatório)
à restante parte da rede que já foi aglutinada. Neste exemplo, esta fase corresponde ao 4º
passo resultando a sub-rede 9 que é formada pela sub-rede 8 e pela sub-rede de
referência designada por 5 na Figura 28.

De modo a ilustrar de uma forma mais geral a aplicação do processo de aglutinação na


TVRHAA, outros exemplos de RHAA foram definidos. Deste modo, pretende-se
mostrar casos de estudo onde os critérios de selecção deste processo são aplicados. Este
estudo está apresentado no Anexo I.

76
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

4.8 Formação do modelo hierárquico na TVRHAA

Tal como já foi referido o modelo hierárquico de uma RHAA é a sua representação
abstracta. Este modelo hierárquico vai ser fundamental na aplicação da última etapa da
TVRHAA que é a desaglutinação.

Na formação do modelo hierárquico, a informação obtida durante o processo de


aglutinação é fundamental. O modelo hierárquico da RHAA da Figura 28 está ilustrado
na Figura 29.

Neste modelo, observa-se que as sub-redes primitivas (troços) estão representadas


graficamente através de círculos cinzentos. A sub-rede de referência (reservatório) está
representada graficamente por um rectângulo cinzento. As várias sub-redes resultantes
do processo de aglutinação estão representadas graficamente por círculos brancos. Cada
uma destas sub-redes tem associado o respectivo anel de rede e a indicação do critério
de selecção que foi aplicado.

A leitura/interpretação deste modelo deve ser feita de baixo para cima. É precisamente
neste sentido que está representado graficamente os vários passos do processo de
aglutinação.

Facilmente se percebe que a sub-rede do topo superior do modelo é aquela que foi a
última a ser aglutinada e representa toda a rede incluindo a sub-rede de referência
aglutinada (neste exemplo é a sub-rede 9).

Relembra-se que no contexto das RHAA um anel de rede é a representação gráfica de


uma sub-rede e que contém duas sub-redes e o respectivo nó de ligação. Essas duas sub-
redes podem ser: duas sub-redes primitivas (troços); uma sub-rede primitiva e uma sub-
rede (1 troço e uma sub-rede); uma sub-rede primitiva e a sub-rede de referência (1
troço e o reservatório); duas sub-redes; uma sub-rede e a sub-rede de referência.

Na Figura 29 está ilustrado o modelo hierárquico que representa o processo de


aglutinação da RHAA da Figura 28

77
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 29: Modelo hierárquico da RHAA da Figura 28

Figura 30: Pormenor A

Na Figura 30, está representado o anel de rede da sub-rede 6.

No Anexo I também estão apresentados os modelos hierárquicos de outras RHAA de


forma a complementar esta informação.

78
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

4.9 Processo de desaglutinação da TVRHAA

O processo de desaglutinação corresponde à terceira e última etapa da aplicação da


TVRHAA e é através dela que os cenários de dano são identificados. Este processo tem
como base o modelo hierárquico da RHAA e que foi descrito anteriormente.

O processo de desaglutinação começa por analisar o modelo hierárquico pelo seu topo
superior, procurando, em cada anel de rede, um possível evento de dano. O processo de
selecção da sub-rede primitiva a sofrer dano assenta num conjunto de sete critérios.
Esses critérios são os seguintes (apresentados por ordem de importância):
- A sub-rede não é uma sub-rede de referência (NR);
- A sub-rede está ligada directamente à sub-rede de referência (CD);
- Seleccionar uma sub-rede primitiva (troço) em vez de uma sub-rede (Lc);
- A sub-rede apresenta o maior valor de perda de carga total (S H);
- A sub-rede tem o menor valor de capacidade resistente ao dano (SE);
- A sub-rede foi posteriormente aglutinada (CL);
- Escolha livre (Fc)

Quando um evento de dano de rede é identificado então é necessário verificar se a sub-


rede em análise ou a rede total ainda funcionam como RHAA. Uma sub-rede ou uma
rede total funcionam como RHAA quando ainda são capazes de desempenhar a função
de abastecer água. Caso a condição anterior seja cumprida então o processo de
desaglutinação dessa sub-rede em análise prossegue na busca de outros eventos de dano
da rede. Contudo, nesta situação, a sub-rede em análise foi alterada devido à ocorrência
do primeiro dano de rede encontrado. Este facto, obriga a ter-se uma nova sub-rede e,
como tal, é necessário aplicar novamente o processo de aglutinação seguido da
formação do modelo hierárquico da nova sub-rede. Será baseado neste novo modelo
hierárquico que se irá identificar o segundo evento de dano. Este processo irá repetir-se
até que a sub-rede em análise ou a rede total deixem de funcionar como RHAA devido
aos eventos de dano de rede que foram entretanto identificados. Nesta fase, será então
identificado um cenário de dano. Tal como foi referido na teoria da vulnerabilidade
estrutural, um cenário de dano é uma sequência ordenada de eventos de dano.

79
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

O processo de desaglutinação prosseguirá focando-se na sub-rede imediatamente


subjacente no modelo hierárquico da rede total.

O processo descrito anteriormente será repetido na análise desta nova sub-rede até ser
encontrado um outro cenário de dano. Deste modo, todas as sub-redes existentes no
modelo hierárquico da rede total serão desaglutinadas resultando nos respectivos
cenários de dano.

O processo de desaglutinação terminará quando todas as sub-redes existentes no modelo


hierárquico da rede total forem desaglutinadas.

4.9.1 Cenários de dano da TVRHAA

Tal como foi definido no início deste capítulo, no contexto das RHAA um dano está
associado a uma degradação da RHAA. Um cenário de dano é uma sequência ordenada
e eventos de dano de rede.

Nesta fase, convém salientar que a ocorrência de um evento de dano pode resultar na
ocorrência de um dano progressivo na RHAA. De forma a exemplificar este facto
recorre-se à RHAA ilustrada na Figura 31. Se o troço a dessa RHAA sofrer dano então
a sub-rede A também sofre dano na totalidade. Os troços de b a i da sub-rede A deixam
de ser capazes de abastecer água.

80
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura 31: Exemplo de um dano parcial de uma RHAA

De forma similar ao aplicado na teoria da vulnerabilidade estrutural também na


TVRHAA se destacam certos cenários de dano dos vários identificados através desta
teoria. Esses cenários de dano são o cenário de dano de colapso total, o cenário de dano
de máxima vulnerabilidade, o cenário de dano de mínima vulnerabilidade, o cenário de
dano de interesse e o cenário de menor esforço para haver dano.

O cenário de dano de colapso total é um cenário de dano que corresponde à perda total
da RHAA. A rede deixa de ser capaz de abastecer água a qualquer ponto da rede. O
cenário de dano de colapso total será aquele, dentro dos cenários de colapso total, que
tem maior índice de vulnerabilidade.

O cenário de dano de máxima vulnerabilidade é aquele, que apresenta a maior


desproporcionalidade entre esforço e dano e, por isso, é aquele que tem maior valor de
índice de vulnerabilidade. Encontra-se associado à parte mais vulnerável da RHAA.

O cenário de dano de mínima vulnerabilidade é o cenário de dano que corresponde à


menor perda da RHAA. É aquele que apresenta a menor desproporcionalidade entre
dano e esforço.

O cenário de menor esforço para haver dano é aquele que corresponde ao elemento da
RHAA que requer o menor esforço para sofrer dano de rede.

81
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

O cenário de dano de interesse é um cenário de dano de interesse específico do


utilizador.

4.9.2 Exemplificação da aplicação do processo de desaglutinação na


TVRHAA

Face ao exposto anteriormente, recorrendo à RHAA ilustrada na Figura 28 e ao seu


respectivo modelo hierárquico ilustrado na Figura 29, irá ser exemplificada a aplicação
do processo de desaglutinação na TVRHAA.

Neste exemplo, o processo de desaglutinação terá início através da análise da sub-rede


que surge no topo do modelo hierárquico (sub-rede 9). Aplicando-se os critérios de
selecção do processo de desaglutinação da TVRHAA obtém-se o seguinte
desenvolvimento:
- Como a sub-rede 5 corresponde à sub-rede de referência e, é assumido por
simplificação que este tipo de sub-rede não pode sofrer qualquer tipo de dano
(NR) então selecciona-se a sub-rede 8;
- A sub-rede 8 é constituída pelas sub-redes 6 e 7. Como a sub-rede 6 está ligada
directamente à sub-rede de referência 5 (Figura 28 e Figura 29) então é a
seleccionada (CD);
- Analisando-se a sub-rede 6 (Figura 29) observa-se que esta é constituída pelas
sub-redes primitivas 4 e 1. A sub-rede primitiva 1 é a seleccionada para sofrer
dano porque está directamente ligada à sub-rede de referência (CD).
- Quando a sub-rede primitiva 1 (troço 1) sofre dano então toda a RHAA da
Figura 28 se torna incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-rede
9 termina. O primeiro cenário de dano (danificar o troço 1) é o primeiro a ser
identificado.

Associado a este cenário de dano são quantificadas a perda de rede ( r ), Expressão 4.2,
a capacidade resistente ao dano relativa (Er), Expressão 4.1 e o índice de
vulnerabilidade ( ), Expressão 4.3. Os valores dessas grandezas são os seguintes:
- Perda de rede ( r )=1

82
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

- Capacidade resistente ao dano relativa (Er) = 0,448


- Índice de vulnerabilidade ( ) = 2,232

Através do modelo hierárquico da Figura 29, constata-se que as sub-redes 8 e 9 apenas


diferem no facto da sub-rede 9 incluir a mais a sub-rede de referência. Esta diferença
não vai alterar o resultado anterior se a sub-rede 8 for analisada. Como tal, o passo
seguinte do processo de desaglutinação desta RHAA será analisar a sub-rede
imediatamente subjacente à sub-rede 8, que de acordo com o referido modelo
hierárquico é a sub-rede 7. De acordo com o modelo hierárquico, a sub-rede 7 é
constituída pelos troços 2 e 3. A Figura 32 mostra a sub-rede 7.

Figura 32: Sub-rede 7

A sub-rede 7 é vista como sendo, nesta fase, uma RHAA autónoma. Esta RHAA possui
cerca de dois pontos de abastecimento, que são aqui entendidos como os “reservatórios”
da sub-rede 7. Consequentemente, é necessário aplicar o processo de aglutinação a esta
nova rede. Concluído este processo é possível formar o seu modelo hierárquico,
ilustrado na Figura 33. Por simplificação, não é apresentado e descrito aqui o processo
de aglutinação desta rede.

Figura 33: Modelo hierárquico da sub-rede 7

83
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

A aplicação do processo de desaglutinação tem início na sub-rede que surge no topo


superior do modelo hierárquico, sub-rede 7 e obtém-se o seguinte desenvolvimento:
- A sub-rede 7 é constituída pelas sub-redes primitivas 2 e 3. Como ambas as
sub-redes primitivas possuem as mesmas características, (e ambas têm um ponto
de abastecimento), a escolha é efectuada através do último critério de selecção, a
escolha livre (Fc), pois nenhum dos critérios anteriores é capaz de seleccionar a
sub-rede primitiva. A sub-rede primitiva 3 é seleccionada para sofrer dano.

Como o dano da sub-rede primitiva 3, a sub-rede 7 ainda desempenha a função de


abastecimento, logo, o processo de desaglutinação terá de prosseguir. A análise da sub-
rede 7 continua.

A sub-rede 7 é agora constituída apenas pela sub-rede 2, como ilustra a Figura 34.

Figura 34: Sub-rede 7 sem a sub-rede primitiva 3

Como a sub-rede 7 é apenas constituída pela sub-rede primitiva 2, esta é seleccionada


para sofrer dano, então a RHAA representada pela sub-rede 7 torna-se incapaz de
abastecer água. O cenário de dano da sub-rede 7 é o identificado na sequência de dois
eventos de dano (danificar o troço 3, seguido do dano do troço 2).

Associado a este cenário de dano são quantificadas a perda de rede ( r ), Expressão 4.2,
a capacidade resistente ao dano relativa (Er), Expressão 4.1 e o índice de
vulnerabilidade ( ), Expressão 4.3. Os valores dessas grandezas são os seguintes:
- Perda de rede = 0,517
- Capacidade resistente ao dano relativa = 0,267

84
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

- Índice de vulnerabilidade = 1,936

Depois de analisada a sub-rede 7, o processo de desaglutinação vai focar-se na sub-rede


que existe imediatamente abaixo da sub-rede 7 no modelo hierárquico da RHAA total,
Figura 29. Essa sub-rede é a sub-rede 6. A sub-rede 6 é constituída pelos troços 1 e 4 e
um único ponto de abastecimento como mostra a Figura 35.

Figura 35: Sub-rede 6

A sub-rede 6 é vista como sendo, nesta fase, um RHAA autónoma. Esta RHAA possui
apenas um ponto de abastecimento. Consequentemente, é necessário aplicar o processo
de aglutinação a esta nova rede. Concluído este processo é possível formar o seu
modelo hierárquico, ilustrado na Figura 36. Por simplificação, não é apresentado e
descrito aqui o processo de aglutinação desta rede.

Figura 36: Modelo hierárquico da sub-rede 6

A aplicação do processo de desaglutinação tem início na sub-rede que surge no topo


superior do modelo hierárquico, sub-rede 7 e obtém-se o seguinte desenvolvimento:
- A sub-rede 6 é constituída pelas sub-redes 1 e 4. Como a sub-rede 1 está ligada
directamente ao ponto de abastecimento então é a seleccionada (CD);

85
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

- Quando a sub-rede primitiva 1 (troço 1) sofre dano então toda a RHAA da sub-
rede 6 e torna-se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-rede 6
termina. O cenário de dano é identificado (danificar o troço 1).

Associado a este cenário de dano são quantificadas a perda de rede ( r ), Expressão 4.2,
a capacidade resistente ao dano relativa (Er), Expressão 4.1 e o índice de
vulnerabilidade ( ), Expressão 4.3. Os valores dessas grandezas são os seguintes:
- Perda de rede = 1
- Capacidade resistente ao dano relativa = 0,448
- Índice de vulnerabilidade = 2,232

Atendendo a que após a análise da sub-rede 6 já não existe mais nenhuma sub-rede por
analisar no modelo hierárquico da RHAA da Figura 29 então o processo de
desaglutinação termina. A Tabela 10 contém os cenários de dano resultantes da
aplicação da TVRHAA ao exemplo da RHAA usada como exemplo (Figura 28). Nessa
tabela também se encontram os valores de perda de rede ( r ), de capacidade resistente
ao dano relativa (Er) e do índice de vulnerabilidade ( ) dos respectivos cenários de
dano.

Tabela 10: Cenários de dano da RHAA da Figura 28


Cenário de
r Er
dano
1 T1 1 0,448 2,232
2 T3 T2 0,517 0,267 1,936

Nota: Ti representa o evento de dano no troço ou na sub-rede primitiva i.

Os resultados apresentados na Tabela 10 revelam que o cenário de dano que apresenta


maior vulnerabilidade é o primeiro porque apresenta o maior valor de . Este cenário de
dano consiste em haver dano no troço 1 (T1). Caso este dano ocorra então ocorre
simultaneamente a perda total da RHAA ( r =1) pois nenhum troço da RHAA será
capaz de efectuar qualquer abastecimento de água. O segundo cenário identificado
através da TVRHAA refere-se à seguinte sequência de eventos de dano, primeiro o
troço 3 (T3) seguido de dano no troço 2 (T2). A ocorrência deste cenário de dano resulta

86
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

na perda de cerca de 50% da RHAA porque r =0,517 e este apresenta uma


vulnerabilidade ligeiramente inferior à do primeiro cenário de dano. A conclusão que se
pode retirar será a de que o maior índice de vulnerabilidade se encontra no dano T1.
Este traduz o dano da sub-rede primitiva mais importante da rede, em que esta é a sub-
rede que transporta toda a água do reservatório para a rede.

De forma a complementar esta exemplificação da aplicação da TVRHAA foram


analisados outros exemplos de RHAA em termos de vulnerabilidade. Os resultados
desta análise estão apresentados no Anexo II.

4.10 Conclusões

Foi referido muito sucintamente que a teoria da vulnerabilidade estrutural já foi âmbito
de um trabalho de investigação cujo objectivo foi demonstrar como esta teoria pode ser
generalizada noutros contextos. As RHAA são um exemplo desses contextos.

Foi realizado o estudo de adaptação/transposição dos principais conceitos (conceitos


base) teóricos da teoria da vulnerabilidade estrutural ao contexto da RHAA. Através
deste estudo resultou a TVRHAA.

Na sequência do referido estudo, os conceitos teóricos de base da teoria da


vulnerabilidade tiveram que ser adaptados/alterados em termos de designação e/ou de
formação ao contexto das RHAA. Desses conceitos teóricos destacam-se a qualidade de
forma a capacidade resistente ao dano e a conexão nodal. Concluiu-se que no contexto
das RHAA a perda de carga total de uma rede ou sub-rede seria a grandeza que melhor
descreve a sua qualidade de forma. Em relação à capacidade resistente ao dano foi
proposto que o somatório da área da secção transversal dos tubos que constituem uma
rede ou uma sub-rede seria um bom indicador dessa capacidade resistente. No que
respeita ao conceito de conexão nodal foi descrito o modo da sua aplicação no contexto
das RHAA.

87
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

A aplicação da TVRHAA foi descrita. Nesta descrição foi dada uma ênfase especial à
explicação de como as três etapas de aplicação da teoria se processam. Essas etapas são
o processo de aglutinação, o processo de formação do modelo hierárquico e o processo
de desaglutinação.

Na descrição do processo de aglutinação de uma RHAA os critérios de selecção foram


identificados e descritos. De forma a complementar esta descrição recorreu-se a um
RHAA muito simples como exemplo.

Na descrição da etapa de formação do modelo hierárquico de uma RHAA deu-se


especial cuidado à explicação do grafismo adoptado e, em particular, à grande
importância que este modelo tem para a aplicação da etapa seguinte da TVRHAA que é
o processo de desaglutinação. Para exemplificar esta descrição também se recorreu a um
exemplo muito simples da RHAA usado para o processo de aglutinação.

A aplicação do processo de desaglutinação também foi descrita detalhadamente. Os


critérios de selecção associados a este processo foram indicados, assim como, os
cenários de dano que podem resultar desta análise. O recurso a um exemplo de uma
RHAA ajudou a ilustrar a aplicação deste processo. Constatou-se que este processo é
muito exaustivo em termos de aplicação e que resulta da procura de cenários de danos
que eventualmente não são tidos em conta aquando da aplicação das teorias clássicas de
dimensionamento hidráulico deste tipo de redes. Através desse exemplo também foi
possível observar como os cenários de dano são identificados.

88
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Capítulo 5

Aplicação da nova teoria da vulnerabilidade das redes


hidráulicas de abastecimento de água a um caso real

89
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

5.1 Objectivos

Os objectivos deste capítulo são:


- Apresentar a RHAA real que servirá de exemplo;
- Aplicar o TVRHAA à RHAA real;
- Analisar os resultados desta aplicação.

5.2 Introdução

Neste capítulo uma RHAA real, será apresentada, descrita e dimensionada. Trata-se de
uma RHAA real e servirá de exemplo para a aplicação da TVRHAA. Esta RHAA
localiza-se na aldeia de S. Miguel de Rodrigues, concelho de Santa Marta de Penaguião,
distrito de Vila Real. Todos os dados relativos a esta RHAA foram obtidos através de
[26]. Esta RHAA abastece uma população de 1327 pessoas. Neste caso a teoria será
aplicada a uma rede já existente mas, pode ser aplicada em fase de projecto ou em
situações de reabilitação/conservação de uma RHAA.

5.3 Dimensionamento da RHAA real usada como exemplo

A RHAA de S. Miguel de Rodrigues está apresentada na Figura 37. Tal como se pode
observar esta rede é formada por 96 troços. A Tabela 11 apresenta os troços existentes
nesta RHAA, identifica quais são os nós relativos a cada troço e indica os seus
comprimentos.

90
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

0 1
87 1

63 86
3
64 88
2
90
21
22 89
24 20 63
21
22 19 71
23 20 43
26 62 3 62
25
80 85
61
4 70
58 59 60 19 5 48
18 65 4
34 32 12 6 66
9 7
16 18 12
6 5 8 39
61 44
35 17 11 95
31 13 8 11 64
33 28 7 23 81 96
9 17 10 14 45
57 27 59 42 65
30 10 16 13
8 2 66
15 29 15 40 58 46 83
14 56 69
38 28 41 60
36 24
48 55
37 55 56 67 29
57
54 53
41 68 79
52
30
70 67
51
69
50 31 47
25
47
42 49
68 84
43
32

54 72 33
26

44 74 78
45 73 82
27 81
76
85
53 75 36
35
46 34 83 77 84 37 75
87
39 76 38
86

77
89

71 88 74

91 78

73
51
79

40
80
72
92

49

93

50

94
52

Figura 37: RHAA de S. Miguel de Rodrigues

91
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Tabela 11: Dados da RHAA de S. Miguel de Rodrigues


Sub-rede
Comprimento
primitiva Nós
(m)
(troço)
1 1; 87 151,66
2 2; 1 316,98
3 88; 2 40,37
4 3; 4 159,40
5 3; 12 99,95
6 5; 66 42,46
7 11; 12 95,96
8 7; 5 22,15
9 4; 5 32,95
10 7; 11 24,22
11 8; 7 91,70
12 4; 6 85,47
13 6; 8 12,54
14 11; 13 44,44
15 13; 14 46,23
16 10; 14 127,96
17 8; 9 21,58
18 19; 6 178,49
19 20; 6 201,55
20 19; 65 144,79
21 19; 64 77,24
22 20; 21 17,34
23 21; 62 26,39
24 21; 22 21,39
25 22; 61 48,31
26 22; 60 88,11
27 9; 10 9,76
28 18; 10 190,10
29 10; 15 16,95
30 16; 15 333,23
31 16; 18 28,25
32 59; 18 64,25
33 17; 16 33,10
34 58; 17 79,47
35 57; 17 200,54
36 14; 55 56,77
37 15; 25 330,62

92
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

38 13; 24 281,55
39 12; 23 161,34
40 23; 24 107,43
41 24; 56 175,37
42 26; 25 286,68
43 54; 26 184,05
44 26; 27 52,49
45 53; 27 127,29
46 27; 89 165,19
47 25; 32 350,72
48 24; 28 163,58
49 31; 32 61,30
50 69; 31 130,94
51 30; 31 143,44
52 30; 68 98,40
53 29; 30 53,25
54 29; 67 110,69
55 28; 29 96,18
56 28; 41 59,79
57 41; 70 124,20
58 41; 42 90,53
59 23; 42 252,38
60 42; 79 273,04
61 42; 43 271,99
62 80; 43 45,66
63 43; 44 338,08
64 81; 44 32,62
65 45; 83 89,34
66 46; 82 42,92
67 46; 47 631,39
68 47; 84 58,04
69 47; 48 439,68
70 48; 85 36,35
71 48; 86 186,43
72 32; 33 62,70
73 33; 34 154,98
74 33; 35 160,35
75 34; 35 55,27
76 34; 39 61,27
77 39; 71 215,92
78 39; 40 560,58
79 40; 73 90,60

93
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

80 40; 72 41,31
81 35; 36 17,67
82 36; 78 89,50
83 38; 77 18,81
84 36; 37 27,35
85 37; 76 116,84
86 37; 38 20,73
87 38; 75 34,35
88 38; 74 371,34
89 2; 3 108,14
90 20; 63 83,83
91 89; 51 497,34
92 51; 49 326,63
93 49; 50 77,54
94 50; 52 48,77
95 44; 45 6,26
96 46; 46 16,09

A RHAA de S. Miguel de Rodrigues é uma RHAA do tipo mista (Figura 37) pois tem
uma parte ramificada e outra emalhada.

A tubagem adoptada é em PVC a que corresponde a um valor de rugosidade de 0,01


mm e a pressão de serviço adoptada foi de 6 Kg/cm2 [26].

Embora a RHAA de S. Miguel de Rodrigues seja uma rede já existente foi necessário
proceder ao seu dimensionamento uma vez que não se dispunha dos parâmetros
hidráulicos necessários à aplicação da TVRHAA.

Para dimensionar a rede de abastecimento de água, é necessário o conhecer o caudal de


cálculo. Para efectuar esse cálculo recorreu-se aos valores presentes no Decreto
Regulamentar nº 23/95, 23 de Agosto [27].

O caudal de cálculo é função da capitação (que é o consumo médio diário anual por
habitante) necessária para o abastecimento da população. Atendendo a que se trata de
uma população de 1327 habitantes [27], propõe uma capitação é de 120 l/hab/dia e um
factor de ponta instantâneo de 3,92 de acordo com a Expressão 3.4.

94
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Na posse destes elementos, determinou-se o caudal cálculo que é igual ao caudal de


ponta instantâneo (Expressão 3.3) que é de 629422,64 l/dia, ou seja, 7,28 l/s.

O caudal unitário de percurso para a RHAA em estudo é de 0,000617 l/s×m (Expressão


3.6).

O caudal de percurso em cada troço, é calculado através do produto do caudal unitário


de percurso pelo comprimento de cada troço.

Todos os cálculos relativos ao dimensionamento estão apresentados no Anexo III.

No dimensionamento (determinação do diâmetro) foi feito utilizando uma tabela


EXCEL e apresenta-se na Tabela 12.

Tabela 12: Características geométricas e hidráulicas para a aplicação da TVRHAA


Sub-rede Caudal Diâmetro
Comprimento Espessura
primitiva Nós equivalente comercial
(m) (mm)
(troço) (l/s) (mm)
1 1; 87 151,66 7,90071 125 3,7
2 2; 1 316,98 7,81270 125 3,7
3 88; 2 40,37 0,01370 63 1,9
4 3; 4 159,40 6,00757 110 3,2
5 3; 12 99,95 1,53392 63 1,9
6 5; 66 42,46 0,01441 63 1,9
7 11; 12 95,96 1,36577 63 1,9
8 7; 5 22,15 2,29340 75 2,2
9 4; 5 32,95 2,33693 75 2,2
10 7; 11 24,22 2,02806 63 1,9
11 8; 7 91,70 0,22564 63 1,9
12 4; 6 85,47 3,58367 90 2,7
13 6; 8 12,54 3,00426 90 2,7
14 11; 13 44,44 0,61508 63 1,9
15 13; 14 46,23 0,31569 63 1,9
16 10; 14 127,96 0,40697 63 1,9
17 8; 9 21,58 2,99629 90 2,7
18 19; 6 178,49 0,19695 63 1,9
19 20; 6 201,55 0,24447 63 1,9
20 19; 65 144,79 0,04913 63 1,9

95
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

21 19; 64 77,24 0,02587 63 1,9


22 20; 21 17,34 0,11954 63 1,9
23 21; 62 26,39 0,00896 63 1,9
24 21; 22 21,39 0,09143 63 1,9
25 22; 61 48,31 0,01639 63 1,9
26 22; 60 88,11 0,02990 63 1,9
27 9; 10 9,76 2,54375 90 2,7
28 18; 10 190,10 0,22158 63 1,9
29 10; 15 16,95 2,26137 75 2,2
30 16; 15 333,23 0,20627 63 1,9
31 16; 18 28,25 0,10959 63 1,9
32 59; 18 64,25 0,02180 63 1,9
33 17; 16 33,10 0,18400 63 1,9
34 58; 17 79,47 0,02697 63 1,9
35 57; 17 200,54 0,06805 63 1,9
36 14; 55 56,77 0,01926 63 1,9
37 15; 25 330,62 1,86503 75 2,2
38 13; 24 281,55 0,39554 63 1,9
39 12; 23 161,34 2,68609 75 2,2
40 23; 24 107,43 0,43646 63 1,9
41 24; 56 175,37 0,05951 63 1,9
42 26; 25 286,68 0,85684 63 1,9
43 54; 26 184,05 0,06246 63 1,9
44 26; 27 52,49 0,63143 63 1,9
45 53; 27 127,29 0,04320 63 1,9
46 27; 89 165,19 0,48921 63 1,9
47 25; 32 350,72 0,71902 63 1,9
48 24; 28 163,58 0,60411 63 1,9
49 31; 32 61,30 0,71623 63 1,9
50 69; 31 130,94 0,04443 63 1,9
51 30; 31 143,44 0,86272 63 1,9
52 30; 68 98,40 0,03339 63 1,9
53 29; 30 53,25 0,98133 63 1,9
54 29; 67 110,69 0,03756 63 1,9
55 28; 29 96,18 1,09705 63 1,9
56 28; 41 59,79 0,36029 63 1,9
57 41; 70 124,20 0,04215 63 1,9
58 41; 42 90,53 0,48424 63 1,9
59 23; 42 252,38 2,09499 75 2,2
60 42; 79 273,04 0,09010 63 1,9
61 42; 43 271,99 1,26270 63 1,9
62 80; 43 45,66 0,01532 63 1,9

96
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

63 43; 44 338,08 1,05229 63 1,9


64 81; 44 32,62 0,01094 63 1,9
65 45; 83 89,34 0,02997 63 1,9
66 46; 82 42,92 0,01440 63 1,9
67 46; 47 631,39 0,65134 63 1,9
68 47; 84 58,04 0,01947 63 1,9
69 47; 48 439,68 0,28341 63 1,9
70 48; 85 36,35 0,01220 63 1,9
71 48; 86 186,43 0,02550 63 1,9
72 32; 33 62,70 1,27803 63 1,9
73 33; 34 154,98 0,40088 63 1,9
74 33; 35 160,35 0,76831 63 1,9
75 34; 35 55,27 0,26876 63 1,9
76 34; 39 61,27 0,58128 63 1,9
77 39; 71 215,92 0,07327 63 1,9
78 39; 40 560,58 0,27162 63 1,9
79 40; 73 90,60 0,03075 63 1,9
80 40; 72 41,31 0,01402 63 1,9
81 35; 36 17,67 0,42489 63 1,9
82 36; 78 89,50 0,03037 63 1,9
83 38; 77 18,81 0,00638 63 1,9
84 36; 37 27,35 0,34447 63 1,9
85 37; 76 116,84 0,03965 63 1,9
86 37; 38 20,73 0,25735 63 1,9
87 38; 75 34,35 0,01166 63 1,9
88 38; 74 371,34 0,12601 63 1,9
89 2; 3 108,14 7,65020 125 3,7
90 20; 63 83,83 0,02845 63 1,9
91 89; 51 497,34 0,43315 63 1,9
92 51; 49 326,63 0,34246 63 1,9
93 49; 50 77,54 0,03009 63 1,9
94 50; 52 48,77 0,01655 63 1,9
95 44; 45 6,26 0,91725 63 1,9
96 46; 46 16,09 0,85623 63 1,9

97
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

5.4 Aplicação da TVRHAA à RHAA de S. Miguel de


Rodrigues

5.4.1 Aplicação do processo de aglutinação à RHAA de S. Miguel


Rodrigues

Tal como foi referido no Capítulo IV, a aplicação da TVRHAA a uma RHAA começa
pelo processo de aglutinação. Para o efeito, é necessário conhecer previamente os
elementos relativos à RHAA. Neste contexto, os dados relativos à RHAA de S. Miguel
de Rodrigues estão apresentados na Tabela 12.

Os 156 candidatos de sub-redes passíveis de ser aglutinadas estão indicados na 1ª


coluna da Tabela 13. Para cada uma delas quantifica-se inicialmente o valor da perda de
carga total ocorrida na respectiva sub-rede (2ª coluna da Tabela 13). Aplicando-se o 1º
critério de selecção do processo de aglutinação da TVRHAA que é o de menor perda de
carga total conclui-se que o candidato de sub-rede a ser aglutinado é constituído pelos
troços 82 e 83 formando deste modo a sub-rede designada por 97 (6ª coluna da Tabela
13).

Tabela 13: 1º passo do processo de aglutinação da RHAA de S. Miguel de Rodrigues


Perda de Capacidade Distância ao Sub-rede
Candidatos de Conexão
carga total resistente ao reservatório que se
sub-redes nodal ( )
( HT ) dano (E) (Dis) forma
Sub-rede
2,0552 2818,53 1 0 ––––
1+2
Sub-rede
1,3875 –––– –––– –––– ––––
2+3
Sub-rede –––– –––– ––––
1,8081 ––––
2+89
Sub-rede –––– –––– ––––
0,4735 ––––
3+89
Sub-rede –––– –––– ––––
1,2365 ––––
89+4
Sub-rede –––– –––– ––––
1,1108 ––––
89+5
Sub-rede
1,0126 –––– –––– –––– ––––
4+9

98
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-rede
1,1748 –––– –––– –––– ––––
4+12
Sub-rede
0,2413 –––– –––– –––– ––––
9+6
Sub-rede –––– –––– ––––
0,3460 ––––
9+8
Sub-rede –––– –––– ––––
0,6084 ––––
9+12
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1412 ––––
6+8
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1768 ––––
8+11
Sub-rede
0,3852 –––– –––– –––– ––––
8+10
Sub-rede
0,4164 –––– –––– –––– ––––
12+18
Sub-rede
0,4363 –––– –––– –––– ––––
12+19
Sub-rede
0,4259 –––– –––– –––– ––––
12+13
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0718 ––––
18+13
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0821 ––––
18+19
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0338 ––––
18+20
Sub-rede
0,0317 –––– –––– –––– ––––
18+21
Sub-rede
0,0032 –––– –––– –––– ––––
20+21
Sub-rede
0,0916 –––– –––– –––– ––––
19+13
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0517 ––––
19+90
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0527 ––––
19+22
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0024 ––––
90+22
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0028 ––––
22+24
Sub-rede
0,0019 –––– –––– –––– ––––
22+23
Sub-rede
0,0012 –––– –––– –––– ––––
23+24
Sub-rede
0,0012 –––– –––– –––– ––––
24+25
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0017 ––––
24+26

99
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-rede
0,0009 –––– –––– –––– ––––
25+26
Sub-rede
0,0945 –––– –––– –––– ––––
13+11
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1102 ––––
13+17
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1235 ––––
11+17
Sub-rede –––– –––– ––––
0,3163 ––––
11+10
Sub-rede –––– –––– ––––
0,3321 ––––
10+14
Sub-rede
0,7720 –––– –––– –––– ––––
10+7
Sub-rede
1,1734 –––– –––– –––– ––––
5+7
Sub-rede
1,8520 –––– –––– –––– ––––
5+39
Sub-rede
1,6979 –––– –––– –––– ––––
7+39
Sub-rede –––– –––– ––––
0,3794 ––––
7+14
Sub-rede –––– –––– ––––
2,3822 ––––
39+59
Sub-rede –––– –––– ––––
1,2767 ––––
39+40
Sub-rede
0,2519 –––– –––– –––– ––––
40+38
Sub-rede
1,2824 –––– –––– –––– ––––
40+59
Sub-rede
0,3195 –––– –––– –––– ––––
40+48
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1675 ––––
38+41
Sub-rede –––– –––– ––––
0,3946 ––––
38+48
Sub-rede –––– –––– ––––
0,2332 ––––
38+14
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1831 ––––
38+15
Sub-rede
0,0894 –––– –––– –––– ––––
14+15
Sub-rede
0,0203 –––– –––– –––– ––––
15+36
Sub-rede
0,1108 –––– –––– –––– ––––
15+16
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0918 ––––
36+16

100
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-rede
0,1607 –––– –––– –––– ––––
16+17
Sub-rede
0,1149 –––– –––– –––– ––––
16+27
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0933 ––––
17+27
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1421 ––––
27+29
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0863 ––––
27+28
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1810 ––––
29+28
Sub-rede
0,1994 –––– –––– –––– ––––
29+30
Sub-rede
1,3870 –––– –––– –––– ––––
29+37
Sub-rede
0,0658 –––– –––– –––– ––––
28+31
Sub-rede
0,0623 –––– –––– –––– ––––
28+32
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0036 ––––
32+31
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0083 ––––
31+33
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0842 ––––
31+30
Sub-rede
0,0059 –––– –––– –––– ––––
33+34
Sub-rede
0,0110 –––– –––– –––– ––––
33+35
Sub-rede
0,0861 –––– –––– –––– ––––
33+30
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0066 ––––
34+35
Sub-rede –––– –––– ––––
1,3495 ––––
30+37
Sub-rede –––– –––– ––––
0,2352 ––––
41+48
Sub-rede –––– –––– ––––
1,9282 ––––
37+42
Sub-rede
1,8922 –––– –––– –––– ––––
37+47
Sub-rede
0,6692 –––– –––– –––– ––––
42+43
Sub-rede
0,7287 –––– –––– –––– ––––
42+44
Sub-rede –––– –––– ––––
1,2833 ––––
42+47

101
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-rede
0,0786 –––– –––– –––– ––––
43+44
Sub-rede
0,0734 –––– –––– –––– ––––
44+45
Sub-rede –––– –––– ––––
0,2079 ––––
44+46
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1433 ––––
45+46
Sub-rede –––– –––– ––––
0,4771 ––––
46+91
Sub-rede –––– –––– ––––
0,4859 ––––
91+92
Sub-rede
0,1483 –––– –––– –––– ––––
92+93
Sub-rede
0,0007 –––– –––– –––– ––––
93+94
Sub-rede
0,7669 –––– –––– –––– ––––
47+49
Sub-rede
0,9094 –––– –––– –––– ––––
47+72
Sub-rede –––– –––– ––––
0,4291 ––––
49+72
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1502 ––––
49+50
Sub-rede –––– –––– ––––
0,4694 ––––
49+51
Sub-rede
0,3330 –––– –––– –––– ––––
50+51
Sub-rede
0,3335 –––– –––– –––– ––––
51+52
Sub-rede
0,4783 –––– –––– –––– ––––
51+53
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1595 ––––
52+53
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1616 ––––
53+54
Sub-rede –––– –––– ––––
0,4865 ––––
53+55
Sub-rede –––– –––– ––––
0,3438 ––––
54+55
Sub-rede
0,3673 –––– –––– –––– ––––
55+56
Sub-rede
0,5654 –––– –––– –––– ––––
55+48
Sub-rede
0,2640 –––– –––– –––– ––––
48+56
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0361 ––––
56+57

102
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-rede
0,1077 –––– –––– –––– ––––
56+58
Sub-rede
0,0780 –––– –––– –––– ––––
57+58
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0874 ––––
58+60
Sub-rede –––– –––– ––––
1,2687 ––––
58+59
Sub-rede –––– –––– ––––
1,2882 ––––
58+61
Sub-rede –––– –––– ––––
1,2066 ––––
59+0
Sub-rede
2,4075 –––– –––– –––– ––––
59+61
Sub-rede
1,2261 –––– –––– –––– ––––
60+61
Sub-rede
1,2243 –––– –––– –––– ––––
61+62
Sub-rede
2,3054 –––– –––– –––– ––––
61+63
Sub-rede –––– –––– ––––
1,1027 ––––
62+63
Sub-rede –––– –––– ––––
1,0994 ––––
63+64
Sub-rede –––– –––– ––––
1,1078 ––––
63+95
Sub-rede
0,0234 –––– –––– –––– ––––
64+95
Sub-rede
0,0223 –––– –––– –––– ––––
95+65
Sub-rede
0,0521 –––– –––– –––– ––––
95+96
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0425 ––––
65+96
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0412 ––––
96+66
Sub-rede –––– –––– ––––
0,9117 ––––
96+67
Sub-rede –––– –––– ––––
0,8806 ––––
66+67
Sub-rede
0,8786 –––– –––– –––– ––––
67+68
Sub-rede
1,0201 –––– –––– –––– ––––
67+69
Sub-rede
0,1476 –––– –––– –––– ––––
68+69
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1451 ––––
69+70

103
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-rede
0,1494 –––– –––– –––– ––––
69+71
Sub-rede
0,0055 –––– –––– –––– ––––
70+71
Sub-rede –––– –––– ––––
0,3874 ––––
72+73
Sub-rede –––– –––– ––––
0,5864 ––––
72+74
Sub-rede –––– –––– ––––
0,4022 ––––
73+74
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1407 ––––
73+75
Sub-rede
0,1712 –––– –––– –––– ––––
73+76
Sub-rede
0,3126 –––– –––– –––– ––––
74+81
Sub-rede
0,3398 –––– –––– –––– ––––
74+75
Sub-rede
0,0511 –––– –––– –––– ––––
75+81
Sub-rede –––– –––– ––––
0,1088 ––––
75+76
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0789 ––––
76+77
Sub-rede –––– –––– ––––
0,2397 ––––
76+78
Sub-rede
0,179 –––– –––– –––– ––––
77+78
Sub-rede
0,1704 –––– –––– –––– ––––
78+80
Sub-rede
0,1713 –––– –––– –––– ––––
78+79
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0015 ––––
79+80
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0245 ––––
81+84
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0127 ––––
81+82
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0120 ––––
81+83
Sub-rede
0,0007 –––– –––– –––– 97
82+83
Sub-rede
0,0132 –––– –––– –––– ––––
82+84
Sub-rede
0,0125 –––– –––– –––– ––––
83+84
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0147 ––––
84+85

104
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-rede
0,0182 –––– –––– –––– ––––
84+86
Sub-rede
0,0079 –––– –––– –––– ––––
85+86
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0062 ––––
86+87
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0361 ––––
86+88
Sub-rede –––– –––– ––––
0,0308 ––––
87+88

Atendendo que a RHAA de S. Miguel de Rodrigues é formada por 96 troços e 88 nós a


aplicação do processo de aglutinação desta RHAA resulta na geração de uma grande
quantidade de informação. Nesse sentido e por razões de simplificação, os dados
resultantes da aplicação deste processo estão apresentados de forma detalhada no Anexo
IV.

5.4.2 Modelo hierárquico da RHAA de S. Miguel de Rodrigues

Com base nos dados resultantes do processo de aglutinação é possível formar o modelo
hierárquico da RHAA de S. Miguel de Rodrigues. A Figura 38 ilustra esse modelo. Tal
como se pode observar através dessa figura, o modelo hierárquico da RHAA de S.
Miguel de Rodrigues é bastante extenso e complexo. Estas características resultam do
facto da RHAA de S. Miguel de Rodrigues também é extensa e complexa.

Esta informação é um indicador de que é conveniente elaborar um programa de cálculo


automático de forma a tornar a TVRHAA numa ferramenta de trabalho mais expedita e
que deverá ser entendido como um trabalho futuro.

Cada etapa do processo de aglutinação é, sempre, acompanhada pelo seu respectivo anel
de rede, no qual este representa de uma forma mais simples as ligações da rede. Através
dos anéis de rede, apresenta-se a formação de todas as sub-redes, o critério usado e o
respectivo nó de união entre as sub-redes.

105
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

A sub-rede que aparece no topo superior do modelo hierárquico da RHAA de S. Miguel


de Rodrigues foi a última a ser aglutinada e representa toda a RHAA de S. Miguel de
Rodrigues incluindo a sub-rede de referência que é a sub-rede 192 e que corresponde à
aglutinação da sub-rede 191 com o reservatório.

106
0
?H
87 192

191
0
187
?H 191
12
188 190
7 ?H
190
185

188
?H 189
25

185
182
?H 188
9 183
184 ?H 187
178 180 43
37
?H 185 ?H 184 ?H 186 179
32 15 2
61
42 ?H
176 177 37 181 183
59

Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA


39 61
?H
23 182 2 59
173
172 ?H ?H
175 39 12 181 1 180
170
?H 1 ?H
26 178 174 2 44 179
4
164 ?H 177 1 171
165 42 4

?H ?H
32 176 25 175 168 4

167 47 42 5
?H
47 3 174
7

159 ?H
157 5 11 173
141 63
?H 162
?H ?H
24 172 7 171 43 170
143 47

?H 168 163 169 62 63


12 67
?H 169 62
166 46
156 12
?H 167 ?H 166 128 67
31 74 6
?H
161 35 165 155 12 55
149
158 ?H ?H
74 89
164 28 163 10
134 ?H
160 55 7 162
51
?H 161
154 10
30
91
145 51 ?H 160
51 150 89
?H ?H
139 91 13 157 2 159

148 3
72 152 89
?H ?H

Figura 38: Modelo hierárquico da RHAA de S. Miguel de Rodrigues


32 156 39 158 3 9
151
140 146 ?H ?H
72 8 155 48 5 154
40
?H ?H 137
133 135 28 153 24 150 9
29
?H ?H 134
35 152 10 151 48 144 40
54
147 138 29 ?H 148
14
46
?H 149 142 16
26

73 129 46
?H
34 147
78
?H 146 127 73
54 40
?H 145 101 78
29 38
?H
142 54 24 144

41 38
30
?H 143 41
53 16
?H
30 142 126 30

52 53 49 136
?H ?H
52 31 140 48 141

50 49 107
92
?H
50 49 139 11
?H
98 92 8 138 8
132 ?H
11 5 137

6 8 69
?H
75 125 120 6 47 136
?H ?H ?H 68
35 133 6 135 41 134 69
17 14
123 122 ?H 130 ?H
75 9 132 13 131 68

27 17 114 14

27 58
42 ?H
130

43 60 58
?H
26 129 60 117
124 ?H
43 45 128

121
28
?H 126
76 13 18
?H ?H
39 127 44 6 125 113 28

77 ?H 119
76 27 124 13

77 45 44
88
?H
38 123 45 19
118 ?H
88 20 122 96
106 ?H
19 46 121

66 96
56
?H
41 120 66

57 56
18
?H 64
19 119 57
112
44 ?H
?H 118 104 18 117
36 95 116
115 ?H
46 116 64
84
?H 115 65 95
37 15
?H
110 84 14 114 65

36 15
35
?H 113 36
81 17

85 ?H 112 111 35
36 108
?H ?H
37
86 110 97 81 16 111
?H
109
38 109 85 105

87 86 33
?H
87 17 108

34 33 71
?H
34 48 107

70 71
104 31
?H ?H
21 106 18 105 70

103 32 31
20
?H
19 104 32

21
22 20
?H
100 20 103 21

22
?H 90
79 102 22
?H 99
40 101 90

80 79 24
?H
80 21 100

23 24
26
?H
22 99 23

25 26
93
?H
50 98 25

94
107

82 93
?H
36 97 94

83 82

83
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

5.4.3 Aplicação do processo de desaglutinação à RHAA de S. Miguel de


Rodrigues

A aplicação do processo de desaglutinação à RHAA de S. Miguel de Rodrigues irá


permitir identificar os cenários de dano de vulnerabilidade.

Tal como foi referido no Capitulo IV a aplicação deste processo assenta no modelo
hierárquico de RHAA. No caso da RHAA de S. Miguel de Rodrigues o seu modelo
hierárquico é o apresentado na Figura 38.

Como este processo consiste em analisar cada sub-rede resultante do processo de


aglutinação, representada no modelo hierárquico pelo círculo branco (de acordo com a
Figura 29), na busca de cenários de dano, para o caso da RHAA de S. Miguel de
Rodrigues, também resultou uma enorme quantidade de informação. Por razões de
simplificação, esta informação não será apresentada. Nesta fase, apenas se mostra a
análise da sub-rede 192 (Figura 38) que foi a primeira a ser analisada.

Aplicando-se os critérios de selecção do processo de desaglutinação da TVRHAA


obtém-se o seguinte desenvolvimento:
- Como a sub-rede 0 corresponde à sub-rede de referência e, é assumido por
simplificação que este tipo de sub-rede não pode sofrer qualquer tipo de dano
(NR) então selecciona-se a sub-rede 191;
- A sub-rede 191 é constituída pelas sub-redes 190 e 187. Como a sub-rede 190
está ligada directamente à sub-rede de referência 0 é a seleccionada (CD);
- A sub-rede 190 é constituída pelas sub-redes 189 e 186. Como a sub-rede 186
está ligada directamente à sub-rede de referência 0 é a seleccionada (CD);
- A sub-rede 186 é constituída pelas sub-redes 180 e 181. Como a sub-rede 180
está ligada directamente à sub-rede de referência 0 é a seleccionada (CD);
- Analisando-se a sub-rede 180 observa-se que esta é constituída pelas sub-redes
1 e 2. A sub-rede primitiva 1 é a seleccionada para sofrer dano porque está
directamente ligada à sub-rede de referência (CD).
- Quando a sub-rede primitiva 1 (troço 1) sofre dano então toda a RHAA do
primeiro exemplo torna-se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da

108
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

sub-rede 7 termina. O primeiro cenário de dano (dano no troço 1) é o primeiro a


ser identificado.

Associado a este cenário de dano são quantificadas a perda de rede ( r ), a capacidade


resistente ao dano relativa (Er) e o índice de vulnerabilidade ( ). Os valores dessas
grandezas são os seguintes:
- Perda de rede ( r )=1
- Capacidade resistente ao dano relativa (Er) = 0,0355
- Índice de vulnerabilidade ( ) = 28,18

A Tabela 14 apresenta de forma sumária os resultados da aplicação do processo de


desaglutinação à RHAA de S. Miguel de Rodrigues. Na 1ª coluna da Tabela 14 estão
identificadas as sub-redes que foram analisadas por este processo. A 2ª coluna contém o
cenário de dano identificado para cada sub-rede analisada. A 3ª coluna indica se foi a
sub-rede em análise ou a RHAA que sofreu dano total.

Tabela 14: Resultados da aplicação do processo de desaglutinação à RHAA de S.


Miguel de Rodrigues
Escala de dano
Sub-rede
Cenário de dano Sub-rede Sub-rede
em análise
em análise de origem
190 T1 total total
189 T39 T4 T11 T14 T58 T60 total parcial
188 T39 T4 T11 T14 T58 T60 total parcial
187 T59 total parcial
186 T1 total total
185 T42 T47 T54 T53 total parcial
184 T4 T11 total parcial
183 T59 total parcial
182 T39 T16 T14 T58 T60 total parcial
181 T89 T3 total parcial
180 T1 total total
179 T63 T62 total parcial
178 T42 T47 total parcial
177 T4 T11 total parcial
176 T54 T53 total parcial
175 T42 T47 total parcial
174 T89 T3 total parcial
173 T9 total parcial
172 T40 T16 T14 T58 T60 total parcial

109
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

171 T64 T95 total parcial


170 T63 T62 total parcial
169 T64 T95 total parcial
168 T12 T11 total parcial
167 T54 T53 total parcial
166 T12 T11 total parcial
165 T74 T73 total parcial
164 T43 T44 total parcial
163 T48 T58 T60 total parcial
162 T9 total parcial
161 T54 T53 total parcial
160 T91 total parcial
159 T89 T3 total parcial
158 T73 T75 T81 total parcial
157 T40 T16 T14 total parcial
156 T49 T50 T72 total parcial
155 T11 T13 T19 T18 total parcial
154 T9 total parcial
153 T48 T58 T60 total parcial
152 T73 T75 T81 total parcial
151 T11 total parcial
150 T40 T38 total parcial
149 T43 T44 total parcial
148 T16 T14 total parcial
147 T73 total parcial
146 T78 total parcial
145 T54 T53 total parcial
144 T38 total parcial
143 T30 T28 total parcial
142 T53 total parcial
141 T69 T68 total parcial
140 T49 T50 total parcial
139 T92 total parcial
138 T11 total parcial
137 T8 T6 total parcial
136 T69 T68 total parcial
135 T13 T19 T18 total parcial
134 T58 T60 total parcial
133 T75 T81 total parcial
132 T17 total parcial
131 T14 T15 T36 total parcial
130 T58 T60 total parcial
129 T43 T44 total parcial
128 T64 T95 total parcial
127 T76 total parcial
126 T28 total parcial
125 T13 T18 total parcial
124 T44 total parcial

110
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

123 T81 total parcial


122 T19 total parcial
121 T96 total parcial
120 T56 T57 total parcial
119 T18 total parcial
118 T81 total parcial
117 T64 T95 total parcial
116 T95 total parcial
115 T84 total parcial
114 T15 T36 total parcial
113 T31 T32 total parcial
112 T81 total parcial
111 T31 T32 T33 total parcial
110 T85 T86 total parcial
109 T86 total parcial
108 T33 total parcial
107 T71 T70 total parcial
106 T22 T90 total parcial
105 T31 T32 total parcial
104 T20 T21 total parcial
103 T22 T90 total parcial
102 T24 T23 total parcial
101 T79 T80 total parcial
100 T24 T23 total parcial
99 T26 T25 total parcial
98 T93 total parcial
97 T82 T83 total parcial

A sub-rede 97 aparece no topo inferior do modelo hierárquico da RHAA de S. Miguel


de Rodrigues, Figura 38 e foi a primeira sub-rede a ser formada durante a aplicação do
processo de aglutinação. Após a análise desta sub-rede o processo de desaglutinação da
RHAA de S. Miguel de Rodrigues termina.

Associado a cada cenário de dano identificado através da aplicação da TVRHAA


também são determinados os valores de perda de rede ( r ), de capacidade resistente ao
dano relativa (Er) e do índice de vulnerabilidade ( ). Os valores destas grandezas estão
apresentados na Tabela 15. São estes valores que permitem classificar os vários cenários
de dano. Isto é, identificar qual é o cenário de dano de colapso total, o cenário de dano
de máxima vulnerabilidade, o cenário de mínima vulnerabilidade e o cenário de menor
esforço para haver dano.

111
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Tabela 15: Índice de vulnerabilidade ( ) dos cenários de dano da RHAA de S. Miguel


de Rodrigues
Número Cenário de dano r Er
1 T1 1 0,0355 28,18
2 T39 T4 T11 T14 T58 T60 0,1221 0,0764 1,60
3 T59 0,0665 0,0127 5,24
4 T42 T47 T54 T53 0,2048 0,0367 5,58
5 T4 T11 0,0470 0,0362 1,30
6 T39 T16 T14 T58 T60 0,0801 0,0494 1,62
7 T89 T3 0,8839 0,0447 19,77
8 T63 T62 0,1226 0,0184 6,66
9 T42 T47 0,1109 0,0184 6,03
10 T9 0,0124 0,0127 0,98
11 T40 T16 T14 T58 T60 0,0188 0,0459 0,41
12 T64 T95 0,0612 0,0184 3,33
13 T12 T11 0,0245 0,0186 1,32
14 T74 T73 0,0399 0,0184 2,17
15 T48 T58 T60 0,0178 0,0275 0,65
16 T91 0,0271 0,0092 2,95
17 T73 T75 T81 0,0114 0,0275 0,41
18 T40 T16 T14 0,0139 0,0275 0,51
19 T49 T50 T72 0,0243 0,0275 0,88
20 T11 T13 T19 T18 0,0103 0,0370 0,29
21 T11 0,0030 0,0092 0,33
22 T40 T38 0,0140 0,0184 0,76
23 T16 T14 0,0090 0,0184 0,49
24 T73 0,0057 0,0092 0,62
25 T78 0,0096 0,0092 1,04
26 T54 T53 0,0090 0,0184 0,49
27 T38 0,0091 0,0092 0,99
28 T30 T28 0,0088 0,0184 0,96
29 T53 0,0085 0,0092 0,92
30 T69 T68 0,0084 0,0184 0,46
31 T92 0,0083 0,0092 0,90
32 T8 T6 0,0079 0,0218 0,36
33 T13 T19 T18 0,0068 0,0278 0,26
34 T58 T60 0,0049 0,0184 0,27
35 T75 T81 0,0057 0,0184 0,31
36 T17 0,0039 0,0095 0,41

112
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

37 T14 T15 T36 0,0050 0,0275 0,18


38 T43 T44 0,0394 0,0184 2,09
39 T76 0,0039 0,0092 0,42
40 T28 0,0035 0,0092 0,38
41 T13 T18 0,0042 0,0186 0,26
42 T44 0,0389 0,0092 4,23
43 T19 0,0031 0,0092 0,34
44 T96 0,06 0,0092 6,52
45 T56 T57 0,0020 0,0184 0,11
46 T18 0,0019 0,0092 0,21
47 T95 0,0607 0,0092 6,60
48 T84 0,0030 0,0092 0,32
49 T15 T36 0,0011 0,0184 0,06
50 T81 0,0036 0,0092 0,39
51 T31 T32 T33 0,0005 0,0275 0,02
52 T85 T86 0,0020 0,0184 0,12
53 T86 0,0020 0,0092 0,22
54 T33 0,0007 0,0092 0,08
55 T71 T70 0,0003 0,0184 0,02
56 T20 T21 0,0002 0,0184 0,01
57 T22 T90 0,0002 0,0184 0,01
58 T24 T23 0,0001 0,0184 0,01
59 T79 T80 0,0001 0,0184 0,01
60 T26 T25 0,00005 0,0184 0,003
61 T93 0,00004 0,0092 0,003
62 T82 T83 0,00004 0,0184 0,002

Para esta RHAA foram encontrados através da aplicação da TVRHAA 62 cenários de


dano.

5.4.4 Análise dos resultados da aplicação da TVRHAA à RHAA de S.


Miguel de Rodrigues

Analisando os valores de r apresentados na Tabela 15 verifica-se que o único cenário


de dano que apresenta r =1 é o cenário nº 1 e, como tal, este é o cenário de colapso
total.

113
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Analisando os valores de relativos a cada cenário de dano da Tabela 15 observa-se


que o cenário de dano que apresenta o maior valor é o cenário nº 1, = 28,18. Como tal,
o cenário de máxima vulnerabilidade da RHAA de S. Miguel de Rodrigues é o cenário
nº 1. O cenário que apresenta o menor valor da Tabela 15 é o cenário nº 62, em que
=0,002. Assim, o cenário de mínima vulnerabilidade da RHAA de S. Miguel de
Rodrigues é o cenário nº 62. O cenário de menor esforço para haver dano que está
presente na Tabela 15 corresponde aos cenários de dano nº 16, nº 21, nº 24, nº 25, nº 27,
nº 29, nº 31, nº 39, nº 40, nº 42, nº 43, nº 44, nº 46, nº 47, nº 48, nº 50, nº 53, nº 54 e nº
61, pois são todos estes cenários que requerem o menor esforço para surgir dano na
RHAA.

Neste exemplo, o cenário de dano de colapso total e o cenário de máxima


vulnerabilidade são o mesmo (cenário de dano nº 1: T1). Este facto não tem
necessariamente que se verificar. No caso da RHAA de S. Miguel de Rodrigues o facto
de cenário de colapso total estar relacionado com o dano de T1 era previsível pois este
troço é único a ligar ao reservatório (Figura 38).

No caso de outra RHAA que apresente mais que um troço ligado ao reservatório ou que
apresente mais que um reservatório a abastecer a rede, a identificação do cenário de
colapso total aparentemente não será tão previsível como o que aconteceu neste
exemplo.

Relativamente ao cenário nº 1 também é conveniente referir que o valor do seu índice de


vulnerabilidade ( ) destaca-se significativamente do valor deste índice associado aos
restantes cenários de dano. Este facto indica que a desproporção existente entre o
esforço requerido para provocar dano no troço T1 e a respectiva consequência em
termos de perda de rede é a maior. Na perspectiva do projectista, esta informação
poderá ser usada para repensar o dimensionamento do troço T1 ou pensar em soluções
construtivas que confiram maior durabilidade a este troço,

O cenário de dano nº 7, Tabela 15, corresponde à seguinte sequência ordenada de


exemplos de dano: troço 89 sofre dano e depois troço 3 também sofre dano. O valor de

114
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

associado a este cenário de dano é de 19,77 e corresponde ao segundo maior valor que
aparece na Tabela 15. Por sua vez, este cenário de dano não corresponde ao colapso
total da RHAA de S. Miguel de Rodrigues mas sim a uma perda de rede de cerca de
88% ( r = 0,8839). Esta informação poderá ser importante para se repensar o
dimensionamento dos troços 3 e 89 desta RHAA.

O cenário de dano nº 8 que corresponde a haver dano no troço T63 seguido do dano do
troço T62 também apresenta um valor de que se destaca do valor dos restantes
cenários de dano. O dano dos troços 63 e 62 resulta na perda de RHAA de S. Miguel de
Rodrigues relativa aos troços 64, 65, 95, 96, 66, 67, 68, 69, 70 e 71. Como tal, a zona da
RHAA de S. Miguel de Rodrigues associada aos troços 63 e 62 apresenta uma
vulnerabilidade que também poderá requerer um maior cuidado em fase de
dimensionamento.

Também parece ser pertinente referir nesta fase do trabalho que o número de cenários
de dano possíveis de ocorrer na RHAA de S. Miguel de Rodrigues é muito grande
porque esta RHAA tem 96 troços. Um cenário de dano pode ser descrito por um evento
de dano de um troço ou pelas combinações de eventos de dano de todos os troços.
Através da aplicação da TVRHAA é possível identificar um número de cenários de
dano que é seguramente inferior ao número de possíveis cenários de dano mas que
apresentam a particularidade de poderem ser aqueles com maior vulnerabilidade.

5.5 Conclusões

A RHAA de S. Miguel de Rodrigues é uma RHAA real existente na região de Trás-os-


Montes e Alto Douro e foi apresentada e descrita com o propósito de ser um exemplo
real de RHAA para a aplicação da TVRHAA.

Atendendo a que não se dispunha de todos os parâmetros hidráulicos associados a esta


RHAA necessários à aplicação da TVRHAA efectuou-se o dimensionamento hidráulico
desta RHAA.

115
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Os resultados da aplicação da TVRHAA à RHAA de S. Miguel de Rodrigues foram


apresentados segundo a ordem das três etapas de aplicação desta teoria e que são o
processo de aglutinação, a formação do modelo hierárquico e o processo de
desaglutinação.

A quantidade de resultados associada a cada etapa é muito elevada porque a RHAA de


S. Miguel de Rodrigues é muito extensa. Este facto permite afirmar que se torna
conveniente a elaboração de um programa de cálculo automático capaz de tornar a
TVRHAA numa ferramenta de trabalho mais expedita.

Os cenários de colapso total, de máxima vulnerabilidade, de mínima vulnerabilidade e


de menor esforço para haver dano foram identificados para a RHAA de S. Miguel de
Rodrigues. Esses cenários de dano também permitiram identificar as zonas desta RHAA
que apresentam maior vulnerabilidade e, por isso, poderão requerer uma maior atenção
em termos de reabilitação/conservação. No contexto da fase de projecto de uma RHAA
a identificação da zona ou das zonas da rede, poderá auxiliar o dimensionamento.

116
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Capítulo 6

Conclusão

117
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

A teoria da vulnerabilidade estrutural foi apresentada e descrita de forma sucinta. Esta


teoria foi desenvolvida para o contexto das estruturas de engenharia civil e baseia-se
essencialmente na forma e na conexão de uma estrutura. Através da aplicação da teoria
da vulnerabilidade estrutural é possível identificar a(s) parte(s) de uma estrutura que são
vulneráveis.

O conceito de vulnerabilidade é entendido como sendo a desproporcionalidade existente


entre um esforço e o dano resultante desse esforço. Esta teoria tem vindo a ser
desenvolvida na universidade de Bristol, no Reino Unido e, pela primeira vez, foi
efectuada uma tradução para português da descrição dos principais conceitos inerentes à
teoria. Toda esta descrição foi auxiliada com a apresentação de exemplos de estruturas
muitos simples.

Foi iniciado um trabalho que tem vindo a generalizar a teoria da vulnerabilidade


estrutural. Desse estudo pode concluir-se que qualquer sistema, tal como, uma estrutura
de engenharia civil, uma rede rodoviária, uma rede hidráulica, ou uma empresa podem
ser um campo de aplicação dos conceitos inerentes à teoria da vulnerabilidade
estrutural.

Neste trabalho os fundamentos teóricos da teoria da vulnerabilidade estrutural foram


transpostos para o contexto das redes hidráulicas de abastecimento de água (RHAA).

Esta transposição revelou-se muito complexa porque grande parte dos conceitos teóricos
de teoria da vulnerabilidade estrutural tiveram e ser repensados quando aplicados ao
estudo da vulnerabilidade de RHAA. Desses conceitos teóricos destacam-se a qualidade
de forma, a capacidade resistente ao dano e a conexão nodal. Também os critérios de
selecção do processo de aglutinação e do processo de desaglutinação usados na teoria da
vulnerabilidade estrutural tiveram que ser redefinidos quando transpostos para o
contexto das RHAA. Todo este trabalho foi detalhadamente descrito e complementado
com recurso a exemplos de RHAA muitos simples.

118
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Os novos fundamentos teóricos definidos para o contexto das RHAA permitem dar
início ao aparecimento de uma nova teoria da vulnerabilidade de redes hidráulicas de
abastecimento de água (TVRHAA).

Esta nova teoria (TVRHAA) permitirá identificar a(s) parte(s) mais vulneráveis das
RHAA. Esta informação poderá servir de auxílio na fase de reabilitação/conservação de
uma RHAA e, não substitui, de modo algum as teorias clássicas relativas às RHAA.

Atendendo a que a aplicação da TVRHAA requer o conhecimento prévio das


características geométricas e hidráulicas de uma RHAA achou-se pertinente efectuar
uma breve descrição dos tipos mais correntes de RHAA assim como uma breve revisão
do processo de dimensionamento deste tipo de redes.

De forma a exemplificar a aplicabilidade da TVRHAA a um caso real de uma RHAA


recorreu-se à RHAA de S. Miguel de Rodrigues existente na região de Trás-os-Montes e
Alto Douro. Através deste caso de estudo verificou-se que em RHAA extensas a
aplicação da TVRHAA revela-se muito exaustiva e morosa. Este aspecto está
essencialmente relacionado com o facto de a TVRHAA assentar no processo iterativo
de aglutinação e de desaglutinação. Esta conclusão já motivou a realização de um outro
trabalho de investigação cujo objectivo principal é desenvolver um programa de cálculo
automático capaz de tornar a TVRHAA numa ferramenta de trabalho mais expedita.
Este trabalho de investigação já se encontra em curso na UTAD. O caso de estudo e os
exemplos de RHAA usadas durante este trabalho não exemplificaram o recurso de
muitos dos critérios de selecção definidos para o processo de aglutinação e para o
processo de desaglutinação. Este aspecto poderá estar relacionado com os exemplos de
RHAA usados. Contudo, pensa-se que esta matéria necessitará d ser aprofundada em
trabalhos de investigação futuros de forma a validar a TVRHAA.

A aplicação da TVRHAA ao caso de estudo permitiu identificar as partes da RHAA de


S. Miguel de Rodrigues mais vulneráveis. Essas partes da RHAA são aquelas que
apresentam maiores valores do índice de vulnerabilidade. Observa-se também que a
parte da RHAA de S. Miguel de Rodrigues que foi considerada como sendo mais
vulnerável foi a relativa ao troço dessa RHAA que liga ao reservatório porque

119
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

corresponde ao cenário de dano que apresenta a maior desproporção entre o valor do


esforço e o dano resultante desse esforço. Na prática, se esse troço sofrer dano e ficar
impedido de efectuar qualquer transporte de água então toda a RHAA de S. Miguel de
Rodrigues ficará inoperacional. Este cenário de dano parece ser previsível contudo,
também demonstra que os fundamentos teóricos definidos neste trabalho para a
TVRHAA parecem estar correctos. Paralelamente, outras partes menos previsíveis da
RHAA de S. Miguel de Rodrigues foram identificadas como sendo vulneráveis o que
demonstra o interesse da aplicação da TVRHAA.

Pensa-se que em RHAA ainda mais complexas, os resultados da aplicação da TVRHAA


possam ser consideradas um valioso contributo para o conhecimento/gestão dessas
redes.

120
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

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121
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

[12] – www.observatoriodoalgarve.com

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[14] – atlasshrugs2000.typepad.com

[15] – olhares.aeiou.pt

[16] – Mestrado em Engenharia e Planeamento Municipal, Apresentação power point da


disciplina de Construções Especiais, Prof. Jorge Tiago Pinto - UTAD– 2006/07

[17] – www.etools.upf.br

[18] – Imprensa da Universidade de Coimbra, Hidráulica Urbana – Sistemas de


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[19] – Licenciatura em Engenharia Civil, Apresentação power point da disciplina de


Hidráulica Aplicada II, Prof. Isabel Bentes – UTAD– 2005/06

[20] – Quitela, António de Carvalho, Hidráulica – Fundação Calouste Gulbenkian–


1981

[21] –Novais-Barbosa, J, Mecânica dos Fluidos e Hidráulica Geral – Volume 2 – Porto


Editora

[22] – Ramísio, P, Manual de Engenharia - Sistemas de Pressurização - 2005

[23] – Direcção-Geral dos Recursos Naturais, Manual de Saneamento Básico – Madeira


& Madeira – Santarém– 1991

[24] – Azevedo Netto, Miguel Fernendez Y Fernabdez, Roberto Araujo e Acácio Eiji
Ito, Manual de Hidráulica – Editora Edgard Blücher Ltda – 1998

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Jorge Tiago Q S, The Risk of a Vulnerable Scenario, Universidade de Bristol, UK,
2002.

[26] – Revisão do Plano Director Municipal de Santa Marta de Penaguião, GETER,


UTAD

[27] – Decreto Regulamentar nº 23/95, 23 de Agosto

122
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

[28] – Instituto Antônio Houaiss de Lexicografia Dicionário Houaiss da Língua


Portuguesa, Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa – Lisboa– 2003

[29] – Jonathan Crowther – Oxford Advanced Learner’s Dictionary of Current English


– Oxford University Press– fifth edition

[30] – Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea

[31] – www.britannica.com

[32] – Alfeu Sá Marques, Hidráulica Urbana: Sistemas de Abastecimento de Água, Imprensa


da Universidade de Coimbra – 2006

123
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Anexos

124
Anexo I
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

I.1 Introdução

Para complementar a descrição efectuada no Capítulo IV são usadas neste anexo três
exemplos de redes hidráulicas de abastecimento de água (RHAA) de forma a
exemplificar a aplicação do processo de aglutinação e a formação do modelo
hierárquico da teoria da vulnerabilidade de redes hidráulicas de abastecimento de água
(TVRHAA).

As RHAA aqui representadas são puramente académicas e muito simples embora,


houve um esforço de escolher RHAA de complexidade crescente.

A aplicação do processo de aglutinação e a formação do modelo hierárquico de cada um


dos exemplos de RHAA estão aqui apresentados de forma detalhada. Desta forma, a
apresentação deste três exemplos pretende reforçar o entendimento da aplicação da
TVRHAA e, também, mostrar outras situações que possam surgir e que não foram
referidas no Capítulo IV.

I.2 Exemplo nº 1

O exemplo nº 1 é relativo à RHAA representada esquematicamente na Figura I.1. Esta


RHAA é formada por 3 troços (troço de 1 a 3) e por 4 nós (nó de 1 a 4) e é uma RHAA
do tipo ramificada.

2
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura I.1: RHAA do exemplo nº 1

Após o dimensionamento da RHAA ilustrada na Figura I.1 é possível conhecer as


grandezas geométricas e hidráulicas relativas à RHAA e que são necessárias para a
aplicação da TVRHAA. Essas grandezas estão apresentadas de forma resumida na
Tabela I.1.

Tabela I.16: Grandezas geométricas e hidráulicas da RHAA do exemplo nº 1


Sub-rede Diâmetro Espessura
Comprimento Caudal
primitiva Nós comercial do tubo
(m) (l/s)
(troço) (mm) (mm)
1 1; 2 50 10 140 4,1
2 2; 3 50 4 90 2,7
3 2; 4 50 6 110 3,2

A descrição detalhada da aplicação do processo de aglutinação da TVRHAA à RHAA é


apresentada seguidamente passo a passo.

No 1º passo, os três candidatos de sub-redes passíveis de ser aglutinados estão indicadas


na 2ª coluna da Tabela I.2. Para cada um deles quantifica-se inicialmente o valor da
perda de carga total ocorrida na respectiva sub-rede (3ª coluna da Tabela I.2).
Aplicando-se o 1º critério de selecção do processo de aglutinação da TVRHAA que é a

3
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

menor perda de carga total conclui-se que o candidato de sub-rede a ser aglutinado é o
constituído pelos troços 1 e 3, formando deste modo a sub-rede designada por 5 (7ª
coluna da Tabela I.2). Atendendo a que o primeiro critério de selecção foi suficiente
para seleccionar o candidato, não foi necessário quantificar as outras grandezas que
apareçam na Tabela I.2.

No 2º passo, apenas existe um candidato de sub-rede a ser aglutinado que é a sub-rede


constituída pela sub-rede 5 e pela sub-rede primitiva 2 e, tal como mostra a 2ª coluna da
Tabela I.2. Como apenas existe um candidato então não é necessário aplicar qualquer
tipo de critério de selecção. Deste modo, forma-se a sub-rede designada por 6 (7ª coluna
da Tabela I.2).

Tabela I.17: Exemplificação da aplicação do processo de aglutinação do exemplo nº 1


Candidato Perda de Capacidade Conexã Distância ao Sub-rede
Passo s de sub- carga total resistente ao o nodal reservatório que se
redes ( HT ) dano (E) ( ) (Dis) forma
Sub-rede
0,5042 1749,58 1 0 ––––
1+2
Sub-rede
1º 0,4359 740,13 1 0 5
1+3
Sub-rede
0,5561 1073,13 1 50 ––––
2+3
Sub-rede
2º 0,7481 –––– –––– –––– 6
5+2

Nesta fase deste processo, apenas falta aglutinar a sub-rede de referência (reservatório)
à restante parte da rede que já foi aglutinada. Neste exemplo, esta fase corresponde ao 3º
passo resultando a sub-rede 7 que é formada pela sub-rede 6 e pela sub-rede de
referência designada por 4 na Figura I.1 e que representa o reservatório.

O faseamento da aplicação do processo de aglutinação desta RHAA pode ser


representado graficamente tal como a Figura I.2 ilustra.

4
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

a) Formação da sub-rede 5 b) Formação da sub-rede 6 c) Formação da sub-rede 7


Figura I.2: Representação gráfica do faseamento da aplicação do processo de aglutinação à
RHAA do exemplo nº 1

Depois de terminado o processo de aglutinação, é possível formar o modelo hierárquico


da RHAA dom exemplo nº 1. Este modelo hierárquico encontra-se ilustrado na Figura
I.3.

Observa-se que no topo inferior desse modelo aparecem as sub-redes primitivas que
foram as primeiras a serem aglutinadas (T1 e T3) e que deram origem à sub-rede 5.
Associado a esta sub-rede está indicado qual foi o critério de selecção que foi a menor
perda de carga ( Hmin) e também está representado o anel de rede da sub-rede. Estes
elementos gráficos traduzem na prática o 1º passo do processo de aglutinação.

Seguindo-se o mesmo racionamento, as outras sub-redes foram formadas durante a


aplicação do processo de aglutinação e surgem representadas graficamente no sentido
ascendente do modelo hierárquico. Isto é, surge a representação gráfica da sub-rede 6 (2
passo) e, depois, no topo superior do modelo hierárquico surge a última sub-rede que foi
identificada e que corresponde neste exemplo à sub-rede 7 (3º passo).

5
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura I.3: Modelo hierárquico da RHAA do exemplo nº 1

I.3 Exemplo nº 2

O exemplo nº 2 é relativo à RHAA representada esquematicamente na Figura I.4. Esta


RHAA é formada por 3 troços (troço de 1 a 3) e por 4 nós (nó de 1 a 4) e é uma RHAA
do tipo ramificada.

Figura I.4: RHAA do exemplo nº 2

6
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Após o dimensionamento da RHAA ilustrada na Figura I.4 é possível conhecer as


grandezas geométricas e hidráulicas relativas à RHAA e que são necessárias para a
aplicação da TVRHAA. Essas grandezas estão apresentadas de forma resumida na
Tabela I.3. As únicas diferenças existentes entre o exemplo nº 1 e o exemplo nº 2 são os
caudais que percorrem os troços 2 e 3, que por sua vez vão alterar os resultados obtidos
na aplicação da TVRHAA.

Tabela I.18: Grandezas geométricas e hidráulicas da RHAA do exemplo nº 2


Sub-rede Diâmetro Espessura
Comprimento Caudal
primitiva Nós comercial do tubo
(m) (l/s)
(troço) (mm) (mm)
1 1; 2 50 10 140 4,1
2 2; 3 50 5 110 3,2
3 2; 4 50 5 110 3,2

A descrição detalhada da aplicação do processo de aglutinação da TVRHAA à RHAA é


apresentada seguidamente passo a passo.

No 1º passo os três candidatos de sub-redes passíveis de ser aglutinados estão indicadas


na 2ª coluna da Tabela I.4. Para cada um deles quantifica-se inicialmente o valor da
perda de carga total ocorrida na respectiva sub-rede (3ª coluna da Tabela I.4).
Aplicando-se o 1º critério de selecção do processo de aglutinação da TVRHAA que é a
menor perda de carga total conclui-se que o candidato de sub-rede a ser aglutinado é o
constituído pelos troços 2 e 3 formando deste modo, a sub-rede designada por 5 (7ª
coluna da Tabela I.4). Atendendo a que o primeiro critério de selecção foi suficiente
para seleccionar o candidato, não foi necessário quantificar as outras grandezas que
apareçam na Tabela I.4.

No 2º passo, apenas existe um candidato de sub-rede a ser aglutinado que é a sub-rede


constituída pela sub-rede 5 e pela sub-rede primitiva 1 e, tal como mostra a 1ª coluna da
Tabela I.4. Como só existe um candidato então não é necessário aplicar qualquer tipo de
critério de selecção. Deste modo, forma-se a sub-rede designada por 6 (7ª coluna da
Tabela I.4).

7
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Tabela I.19: Exemplificação da aplicação do processo de aglutinação do exemplo nº 2


Candidatos Perda de Capacidade Distância ao Sub-rede
Conexão
Passo de sub- carga total resistente ao reservatório que se
nodal ( )
redes ( HT ) dano (E) (Dis) forma
Sub-rede
0,3677 1749,58 1 0 ––––
1+2
Sub-rede
1º 0,3677 1073,13 1 0 ––––
1+3
Sub-rede
0,3514 1073,13 1 50 5
2+3
Sub-rede
2º 0,5434 –––– –––– –––– 6
5+1

Nesta fase deste processo, apenas falta aglutinar a sub-rede de referência (reservatório)
à restante parte da rede que já foi aglutinada. Neste exemplo, esta fase corresponde ao 3º
passo resultando a sub-rede 7 que é formada pela sub-rede 6 e pela sub-rede de
referência designada por 4 na Figura I.4 e que representa o reservatório.

O faseamento da aplicação do processo de aglutinação desta RHAA pode ser


representado graficamente tal como a Figura I.5 ilustra.

a) Formação da sub-rede 5 b) Formação da sub-rede 6 c) Formação da sub-rede 7


Figura I.5: Representação gráfica do faseamento da aplicação do processo de aglutinação à

8
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

RHAA do exemplo nº 2

Depois de terminado o processo de aglutinação, é possível formar o modelo hierárquico


da RHAA do exemplo nº 2. Esse exemplo encontra-se ilustrado na Figura I.6.

Observa-se que no topo inferior desse modelo aparecem as sub-redes primitivas que
foram as primeiras a serem aglutinadas (T2 e T3) e que deram origem à sub-rede 5.
Associado a esta sub-rede está indicado qual foi o critério de selecção que foi a menor
perda de carga ( Hmin) e também está representado o anel de rede da sub-rede. Estes
elementos gráficos traduzem na prática o 1º passo do processo de aglutinação.

Seguindo-se o mesmo racionamento, as outras sub-redes foram formadas durante a


aplicação do processo de aglutinação e surgem representadas graficamente no sentido
ascendente do modelo hierárquico. Isto é, surge a representação gráfica da sub-rede 6 (2
passo) e, depois, no topo superior do modelo hierárquico surge a última sub-rede que foi
identificada e que corresponde neste exemplo à sub-rede 7 (3º passo).

Figura I.6: Modelo hierárquico da RHAA do exemplo nº 2

I.4 Exemplo nº 3

9
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

O exemplo nº 3 é relativo à RHAA representada esquematicamente na Figura I.7. Esta


RHAA é formada por 12 troços (troço de 1 a 12) e por 10 nós (nó de 1 a 10) e é uma
RHAA do tipo misto (ramificada e emalhada).

Figura I.7: RHAA do exemplo nº 3

Após o dimensionamento da RHAA ilustrada na Figura I.7 é possível conhecer as


grandezas geométricas e hidráulicas relativas à RHAA e que são necessárias para a
aplicação da TVRHAA. Essas grandezas estão apresentadas de forma resumida na
Tabela I.5.

Tabela I.20: Grandezas geométricas e hidráulicas da RHAA do exemplo nº 3


Sub-rede Diâmetro Espessura
Comprimento Caudal
primitiva Nós comercial do tubo
(m) (l/s)
(troço) (mm) (mm)
1 1; 2 500 18 200 5,9
2 2; 3 200 5 110 3,2
3 3; 4 282,84 5 110 3,2
4 2; 4 200 13 160 4,7
5 1; 5 400 18 200 5,9

10
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

6 5; 6 800 8 125 3,7


7 5; 8 500 10 140 4,1
8 6; 8 300 4 90 2,7
9 6; 7 100 12 140 4,1
10 7; 9 300 4 90 2,7
11 8; 9 100 6 110 3,2
12 10; 1 50 36 250 7,3
A descrição detalhada da aplicação do processo de aglutinação da TVRHAA à RHAA é
apresentada seguidamente passo a passo.

No 1º passo os dezanove candidatos de sub-redes passíveis de ser aglutinados estão


indicadas na 2ª coluna da Tabela I.6. Para cada um deles quantifica-se inicialmente o
valor da perda de carga total ocorrida na respectiva sub-rede (3ª coluna da Tabela I.6).
Aplicando-se o 1º critério de selecção do processo de aglutinação da TVRHAA que é a
menor perda de carga total conclui-se que o candidato de sub-rede a ser aglutinado é o
constituído pelas sub-redes primitivas 12 e 5, formando deste modo, a sub-rede
designada por 14 (7ª coluna da Tabela I.6). Atendendo a que o primeiro critério de
selecção foi suficiente para seleccionar o candidato, não foi necessário quantificar as
outras grandezas que apareçam na Tabela I.6.

Após a primeira sub-rede ser aglutinada, o processo de aglutinação continua. No 2º


passo deste processo, começa-se por identificar quais são as sub-redes candidatas a ser
aglutinadas. Essas sub-redes estão identificadas na 2ª coluna da Tabela I.6. No 2º passo
são possíveis dezassete candidatos de sub-redes passíveis de ser aglutinados. Para estes
candidatos, a respectiva perda de carga total é quantificada (3ª coluna da Tabela I.6).
Aplicando-se o 1º critério de selecção do processo de aglutinação da TVRHAA que é a
menor perda de carga total conclui-se que o candidato de sub-rede a ser aglutinado é o
constituído pelas sub-redes primitivas 2 e 4 formando deste modo, a sub-rede designada
por 15 (7ª coluna da Tabela I.6).

No 3º passo deste processo, começa-se por identificar novamente quais são as sub-redes
candidatas a ser aglutinadas (2ª coluna da Tabela I.6). Existem catorze candidatos de
sub-redes passíveis de ser aglutinados. Aplicando-se o 1º critério de selecção do
processo de aglutinação da TVRHAA que é a menor perda de carga total conclui-se que
o candidato de sub-rede a ser aglutinado é a constituída pela sub-rede 14 e a sub-rede

11
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

primitiva 1 formando deste modo, a sub-rede designada por 16 (7ª coluna da Tabela
I.6).

Após a terceira sub-rede ser aglutinada, o processo de aglutinação ainda continua. No 4º


passo do processo de aglutinação, começa-se por identificar quais são as sub-redes
candidatas a ser aglutinadas (2ª coluna da Tabela I.6), sendo elas treze. Aplicando-se o
1º critério de selecção do processo de aglutinação da TVRHAA que é a menor perda de
carga total conclui-se que o candidato de sub-rede a ser aglutinado é a constituído pela
sub-rede 15 e a sub-rede primitiva 3 formando, deste modo, a sub-rede 17 (7ª coluna da
Tabela I.6).

No 5º passo os doze candidatos de sub-redes a serem passíveis de ser aglutinados estão


indicados na 2ª coluna da Tabela I.6. Para cada um deles quantifica-se o valor da perda
de carga total ocorrida na respectiva sub-rede (3ª coluna da Tabela I.6). Aplicando-se o
1º critério de selecção do processo de aglutinação da TVRHAA (menor perda de carga
total) conclui-se que o candidato de sub-rede a ser aglutinado é a constituída pelas sub-
redes primitivas 7 e 11 formando deste modo, a sub-rede designada por 18 (7ª coluna da
Tabela I.6).

Para o 6º passo do processo de aglutinação da RHAA da Figura I.7 são encontrados dez
candidatos possíveis, como se pode verifica na 2ª coluna da Tabela I.6. O critério da
menor perda de carga total é o usado para este passo e, conclui-se que o candidato de
sub-rede a ser aglutinado é a constituído pelas sub-redes primitivas 8 e 9 formando deste
modo, a sub-rede designada por 19 (7ª coluna da Tabela I.6).

Para o 7º passo do processo de aglutinação desta RHAA são encontrados cerca de oito
candidatos passíveis de ser aglutinados, como se pode verificar na 2ª coluna da Tabela
I.6. O critério da menor perda de carga total é o usado neste passo para a formação da
próxima sub-rede e conclui-se que o candidato de sub-rede a ser aglutinado é a
constituída pelas sub-redes 16 e 17 formando deste modo a sub-rede designada por 20
(7ª coluna da Tabela I.6).

12
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

O 8º passo é constituído por sete candidatos passíveis de serem aglutinados. É usado o


primeiro critério de selecção, no qual, é capaz de seleccionar qual é a próximo candidato
a ser aglutinado. Conclui-se que a sub-rede formada (sub-rede 21) é constituída pela
sub-rede 18 e pela sub-rede primitiva 10.

No 9º passo apenas são encontrados cinco candidatos para a formação da próxima sub-
rede a ser aglutinado. Usando o primeiro critério de selecção, conclui-se que se forma a
sub-rede designada por 22, na qual, é constituída pela sub-rede 19 e a sub-rede primitiva
6 (7ª coluna da Tabela I.6).

Após a nona sub-rede ser aglutinada, o processo de aglutinação continua. No 10º passo
apenas existe a possibilidade de apresentar três candidatos. Desses três candidatos a
escolhida é constituída pelas sub-redes 20 e 21 (7ª coluna da Tabela I.6). Esta selecção
foi baseada no primeiro critério de selecção do processo de aglutinação da TVRHAA.

No 11º passo, apenas existe um candidato de sub-rede a ser aglutinado que é a sub-rede
constituída pelas sub-redes 22 e 23 tal como, demonstra a 2ª coluna da Tabela I.6. Como
apenas existe um candidato então não é necessário aplicar qualquer tipo de critério de
selecção. Deste modo, forma-se a sub-rede designada por 6 (7ª coluna da Tabela I.6).

Tabela I.21: Exemplificação da aplicação do processo de aglutinação do exemplo nº 3


Perda de Sub-
Capacidade Distância ao
Candidatos carga Conexão rede
Passo resistente reservatório
de sub-redes total nodal ( ) que se
ao dano (E) (Dis)
( HT ) forma
Sub-rede
1,114 5563,17 2 0 ––––
12+1
Sub-rede
0,915 –––– –––– –––– 14
12+5
Sub-rede
1,792 –––– –––– –––– ––––
1+5
1º Sub-rede
1,668 –––– –––– –––– ––––
1+2
Sub-rede
1,650 –––– –––– –––– ––––
1+4
Sub-rede
1,328 –––– –––– –––– ––––
2+4
Sub-rede 1,667 –––– –––– –––– ––––

13
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

2+3
Sub-rede
1,649 –––– –––– –––– ––––
3+4
Sub-rede
2,683 –––– –––– –––– ––––
5+7
Sub-rede
4,376 –––– –––– –––– ––––
5+6
Sub-rede
5,467 –––– –––– –––– ––––
6+7
Sub-rede
5,468 –––– –––– –––– ––––
6+8

Sub-rede
4,114 –––– –––– –––– ––––
6+9
Sub-rede
2,382 –––– –––– –––– ––––
7+11
Sub-rede
3,775 –––– –––– –––– ––––
7+8
Sub-rede
2,383 –––– –––– –––– ––––
8+11
Sub-rede
2,422 –––– –––– –––– ––––
8+9
Sub-rede
2,475 –––– –––– –––– ––––
9+10
Sub-rede
2,436 –––– –––– –––– ––––
10+11
Sub-rede
1,910 –––– –––– –––– ––––
14+1
Sub-rede
4,495 –––– –––– –––– ––––
14+6
Sub-rede
2,802 –––– –––– –––– ––––
14+7
Sub-rede
1,668 –––– –––– –––– ––––
1+2
Sub-rede
1,650 –––– –––– –––– ––––
1+4
Sub-rede
2º 1,328 –––– –––– –––– 15
2+4
Sub-rede
1,667 –––– –––– –––– ––––
2+3
Sub-rede
1,649 –––– –––– –––– ––––
3+4
Sub-rede
5,467 –––– –––– –––– ––––
6+7
Sub-rede
5,468 –––– –––– –––– ––––
6+8
Sub-rede
4,114 –––– –––– –––– ––––
6+9

14
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-rede
2,382 –––– –––– –––– ––––
7+11
Sub-rede
3,775 –––– –––– –––– ––––
7+8
Sub-rede
2,383 –––– –––– –––– ––––
8+11
Sub-rede
2,422 –––– –––– –––– ––––
8+9
Sub-rede
2,475 –––– –––– –––– ––––
9+10
Sub-rede
2,436 –––– –––– –––– ––––
10+11
Sub-rede
1,910 –––– –––– –––– 16
14+1
Sub-rede
4,495 –––– –––– –––– ––––
14+6
Sub-rede
2,802 –––– –––– –––– ––––
14+7
Sub-rede
2,323 –––– –––– –––– ––––
15+1
Sub-rede
2,322 –––– –––– –––– ––––
15+3
Sub-rede
5,467 –––– –––– –––– ––––
6+7
Sub-rede
5,468 –––– –––– –––– ––––
6+8

Sub-rede
4,114 –––– –––– –––– ––––
6+9
Sub-rede
2,382 –––– –––– –––– ––––
7+11
Sub-rede
3,775 –––– –––– –––– ––––
7+8
Sub-rede
2,383 –––– –––– –––– ––––
8+11
Sub-rede
2,422 –––– –––– –––– ––––
8+9
Sub-rede
2,475 –––– –––– –––– ––––
9+10
Sub-rede
2,436 –––– –––– –––– ––––
10+11
Sub-rede
3,238 –––– –––– –––– ––––
16+15
Sub-rede
5,490 –––– –––– –––– ––––
16+6

Sub-rede
3,797 –––– –––– –––– ––––
16+7
Sub-rede
2,322 –––– –––– –––– 17
15+3

15
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-rede
5,467 –––– –––– –––– ––––
6+7
Sub-rede
5,468 –––– –––– –––– ––––
6+8
Sub-rede
4,114 –––– –––– –––– ––––
6+9
Sub-rede
2,382 –––– –––– –––– ––––
7+11
Sub-rede
3,775 –––– –––– –––– ––––
7+8
Sub-rede
2,383 –––– –––– –––– ––––
8+11
Sub-rede
2,422 –––– –––– –––– ––––
8+9
Sub-rede
2,475 –––– –––– –––– ––––
9+10
Sub-rede
2,436 –––– –––– –––– ––––
10+11
Sub-rede
4,232 –––– –––– –––– ––––
17+16
Sub-rede
5,490 –––– –––– –––– ––––
16+6
Sub-rede
3,797 –––– –––– –––– ––––
16+7
Sub-rede
5,467 –––– –––– –––– ––––
6+7
Sub-rede
5,468 –––– –––– –––– ––––
6+8
Sub-rede
4,114 –––– –––– –––– ––––
6+9
5º Sub-rede
2,382 –––– –––– –––– 18
7+11
Sub-rede
3,775 –––– –––– –––– ––––
7+8
Sub-rede
2,383 –––– –––– –––– ––––
8+11
Sub-rede
2,422 –––– –––– –––– ––––
8+9
Sub-rede
2,475 –––– –––– –––– ––––
9+10
Sub-rede
2,436 –––– –––– –––– ––––
10+11
Sub-rede
4,232 –––– –––– –––– ––––
17+16
Sub-rede
6º 5,490 –––– –––– –––– ––––
16+6
Sub-rede
4,292 –––– –––– –––– ––––
18+16

16
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-rede
4,323 –––– –––– –––– ––––
18+10
Sub-rede
4,270 –––– –––– –––– ––––
18+8
Sub-rede
5,962 –––– –––– –––– ––––
18+6
Sub-rede
5,468 –––– –––– –––– ––––
6+8
Sub-rede
4,114 –––– –––– –––– ––––
6+9
Sub-rede
2,422 –––– –––– –––– 19
8+9
Sub-rede
2,475 –––– –––– –––– ––––
9+10
Sub-rede
4,232 –––– –––– –––– 20
17+16
Sub-rede
5,490 –––– –––– –––– ––––
16+6
Sub-rede
4,292 –––– –––– –––– ––––
18+16
Sub-rede
4,323 –––– –––– –––– ––––
18+10

Sub-rede
5,962 –––– –––– –––– ––––
18+6
Sub-rede
4,804 –––– –––– –––– ––––
19+18
Sub-rede
4,363 –––– –––– –––– ––––
19+10
Sub-rede
6,002 –––– –––– –––– ––––
19+6
Sub-rede
4,323 –––– –––– –––– 21
18+10
Sub-rede
5,962 –––– –––– –––– ––––
18+6
Sub-rede
4,804 –––– –––– –––– ––––
19+18
Sub-rede
8º 4,363 –––– –––– –––– ––––
19+10
Sub-rede
6,002 –––– –––– –––– ––––
19+6
Sub-rede
6,614 –––– –––– –––– ––––
20+18
Sub-rede
7,812 –––– –––– –––– ––––
20+6
Sub-rede
6,002 –––– –––– –––– 22
19+6

Sub-rede
7,812 –––– –––– –––– ––––
20+6

17
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Sub-rede
8,555 –––– –––– –––– ––––
21+20
Sub-rede
6,745 –––– –––– –––– ––––
21+19
Sub-rede
7,903 –––– –––– –––– ––––
21+6
Sub-rede
10,325 –––– –––– –––– ––––
22+21
Sub-rede
10º 10,234 –––– –––– –––– ––––
22+20
Sub-rede
6,614 –––– –––– –––– 23
21+20
Sub-rede
11º 12,616 –––– –––– –––– 24
22+23

Nesta fase deste processo, apenas falta aglutinar a sub-rede de referência (reservatório)
à restante parte da rede que já foi aglutinada. Neste exemplo, esta fase corresponde ao
12º passo resultando a sub-rede 25 que é formada pela sub-rede 24 e pela sub-rede de
referência designada por 13 na Figura I.7 e que representa o reservatório.
O desenvolvimento do processo de aglutinação desta rede pode ser acompanhado pela
representação gráfica ilustrada na Figura I.8. Esta figura representa a formação de cada
nova sub-rede. Em cada alínea são apresentadas as sub-redes ou as sub-redes primitivas
que constituem a formação da nova sub-rede.

a) Formação da sub-rede 14 b) Formação da sub-rede 15

18
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

c) Formação da sub-rede 16 d) Formação da sub-rede 17

e) Formação da sub-rede 18 f) Formação da sub-rede 19

g) Formação da sub-rede 20 h) Formação da sub-rede 21

19
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

i) Formação da sub-rede 22 j) Formação da sub-rede 23

k) Formação da sub-rede 24 l) Formação da rede de origem (25)


Figura I.8: Representação gráfica do processo de aglutinação do exemplo nº 3

Depois de terminado o processo de aglutinação, é possível formar o modelo hierárquico


da RHAA do exemplo Nº 3. Esse modelo hierárquico encontra-se ilustrado na Figura
I.9.

Observa-se que no topo inferior desse modelo aparecem as sub-redes primitivas que
foram as primeiras a serem aglutinadas (T12 e T5) e que deram origem à sub-rede 14.
Associado a esta sub-rede está indicado qual foi o critério de selecção que foi a menor
perda de carga ( Hmin) e também está representado o anel de rede da sub-rede. Estes
elementos gráficos traduzem na prática o 1º passo do processo de aglutinação.

Seguindo-se o mesmo racionamento, as outras sub-redes foram formadas durante a


aplicação do processo de aglutinação e surgem representadas graficamente no sentido
ascendente do modelo hierárquico. Isto é, surge a representação gráfica da sub-rede 15

20
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

(2º passo) seguidas das restantes passos. Por fim, no topo superior do modelo
hierárquico surge a última sub-rede que foi identificada e que corresponde neste
exemplo à sub-rede 25 (12º passo).

Figura I.9: Modelo hierárquico do exemplo nº 3

21
Anexo II
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

II.1 Exemplificação da aplicação do processo de desaglutinação da


TVRHAA relativo à RHAA do exemplo Nº 1 do Anexo I

Recorrendo à RHAA do exemplo Nº 1 do Anexo I e ao seu respectivo modelo


hierárquico ilustrado na Figura II.1, irá exemplificar-se a aplicação do processo de
desaglutinação da TVRHAA.

Figura II.1: Modelo hierárquico relativo ao exemplo nº 1 do Anexo I

Neste exemplo, o processo de desaglutinação tem início através da análise da sub-rede


que surge no topo superior do modelo hierárquico (sub-rede 7). Aplicando-se os
critérios de selecção do processo de desaglutinação da TVRHAA obtém-se o seguinte
desenvolvimento:
- Como a sub-rede 4 corresponde à sub-rede de referência e, é assumido por
simplificação que este tipo de sub-rede não pode sofrer qualquer tipo de dano
(NR), então selecciona-se a sub-rede 6;
- A sub-rede 6 é constituída pela sub-rede 5 e pela sub-rede primitiva 2. Como a
sub-rede 5 está ligada directamente à sub-rede de referência 4 então é a
seleccionada (CD);
- Analisando-se a sub-rede 5 (Figura II.1) observa-se que esta é constituída pelas
sub-redes primitivas 3 e 1. A sub-rede primitiva 1 é a seleccionada para sofrer
dano porque está directamente ligada à sub-rede de referência (CD);
- Quando a sub-rede primitiva 1 (troço 1) sofre dano então toda a RHAA do
exemplo Nº 1 torna-se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-

2
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

rede 7 termina. O primeiro cenário de dano (dano no troço 1) é o primeiro a ser


identificado através da TVRHAA.

A Figura II.2 mostra graficamente a análise da sub-rede 7 no processo de


desaglutinação. Nela encontra-se representado o trajecto de desaglutinação do modelo
hierárquico interrompido e indicado qual foi o critério de selecção. Por simplificação
apenas foi representado graficamente o processo de desaglutinação para este exemplo
de RHAA.

Figura II.2: Representação gráfica da análise da sub-rede 7

Associado a este cenário de dano são quantificadas as grandezas de perda de rede ( r ),


a capacidade resistente ao dano relativa (Er) e o índice de vulnerabilidade ( ). Os
valores dessas grandezas são os seguintes:
- Perda de rede ( r )=1
- Capacidade resistente ao dano relativa (Er) = 0,491
- Índice de vulnerabilidade ( ) = 2,037

Através do modelo hierárquico da Figura II.1, constata-se que as sub-redes 6 e 7 apenas


diferem no facto da sub-rede 7 incluir a mais a sub-rede de referência. Esta diferença
não vai alterar o resultado anterior se a sub-rede 6 for analisada.

Como tal, o passo seguinte do processo de desaglutinação desta RHAA consiste em


analisar a sub-rede imediatamente subjacente à sub-rede 6, que de acordo com o

3
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

referido modelo hierárquico é a sub-rede 5. De acordo com o modelo hierárquico, a sub-


rede 5 é constituída pelos troços 1 e 3. A Figura II.3 mostra a sub-rede 5.

Figura II.3: Sub-rede 5

Nesta fase a sub-rede 5 é vista como sendo uma RHAA autónoma. Esta RHAA possui
um ponto de abastecimento, que é aqui entendido como sendo o “reservatório” desta
sub-rede. Consequentemente, é necessário aplicar o processo de aglutinação a esta nova
RHAA. Concluído este processo é possível formar o seu modelo hierárquico, ilustrado
na Figura II.4. Por simplificação, não é apresentado e descrito o processo de aglutinação
desta sub-rede.

Figura II.4: Modelo hierárquico da sub-rede 5

4
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

A aplicação do processo de desaglutinação da sub-rede 5 tem início na sub-rede que


surge no topo superior do seu modelo hierárquico (sub-rede 5) e obtém-se o seguinte
desenvolvimento:
- A sub-rede 5 é constituída pelas sub-redes primitivas 1 e 3. A sub-rede
primitiva 1 é a seleccionada para sofrer dano porque está directamente ligada ao
ponto de abastecimento desta sub-rede (CD).
- Quando a sub-rede primitiva 1 (troço 1) sofre dano então tanto a sub-rede 5
como a RHAA global tornam-se incapazes de efectuar qualquer abastecimento
de água. Deste modo, a análise da sub-rede 5 termina. O cenário de dano (dano
no troço 1) é identificado.

Atendendo a que após a análise da sub-rede 5 já não existe mais nenhuma sub-rede por
analisar no modelo hierárquico da RHAA da Figura II.1 então o processo de
desaglutinação termina. A Tabela II.1 contém o cenário de dano resultante da aplicação
da TVRHAA ao exemplo da RHAA usada como exemplo. Nesta tabela também se
encontram os valores de perda de rede ( r ), de capacidade resistente ao dano relativa
(Er) e do índice de vulnerabilidade ( ) do respectivo cenário de dano.

Tabela II.1: Cenários de dano da RHAA do exemplo Nº 1


Cenário de dano r Er
1 T1 1 0,491 2,037

Os resultados apresentados na Tabela II.1 revelam que apenas um cenário de dano foi
identificado através da aplicação da TVRHAA à RHAA do exemplo Nº 1. Este cenário
de dano apresenta um índice de vulnerabilidade =2,037. Este cenário de dano consiste
em haver dano no troço 1 (T1). Caso este cenário de dano aconteça então ocorre
simultaneamente a perda total da RHAA pois nenhum troço da RHAA será capaz de
efectuar qualquer abastecimento de água. Este cenário traduz o dano da sub-rede
primitiva mais importante da rede (T1) pois é aquela que transporta a água do
reservatório para a restante rede. Esta é a explicação porque a perda de carga é r =1.

5
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

II.2 Exemplificação da aplicação do processo de desaglutinação da


TVRHAA relativo à RHAA do exemplo Nº 2 do Anexo I

Recorrendo à RHAA do exemplo Nº 2 do Anexo I e ao seu respectivo modelo


hierárquico ilustrado na Figura II.5, irá exemplificar-se a aplicação do processo de
desaglutinação da TVRHAA.

Figura II.5: Modelo hierárquico da RHAA do exemplo Nº 2 do Anexo I

Neste exemplo, o processo de desaglutinação tem início através da análise da sub-rede


que surge no topo superior do modelo hierárquico (sub-rede 7). Aplicando-se os
critérios de selecção do processo de desaglutinação da TVRHAA obtém-se o seguinte
desenvolvimento:
- Como a sub-rede 4 corresponde à sub-rede de referência e, é assumido por
simplificação que este tipo de sub-rede não pode sofrer qualquer tipo de dano
(NR), então selecciona-se a sub-rede 6;
- A sub-rede 6 é constituída pela sub-rede 5 e pela sub-rede primitiva 1. Como a
sub-rede primitiva 1 está ligada directamente à sub-rede de referência 4 então é a
seleccionada (CD);
- Quando a sub-rede primitiva 1 (troço 1) sofre dano então toda a RHAA do
exemplo Nº 2 torna-se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-
rede 7 termina. O primeiro cenário de dano (dano no troço 1) é o primeiro a ser
identificado.
6
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Associado a este cenário de dano são quantificadas a perda de rede ( r ), a capacidade


resistente ao dano relativa (Er) e o índice de vulnerabilidade ( ). Os valores dessas
grandezas são os seguintes:
- Perda de rede ( r )=1
- Capacidade resistente ao dano relativa (Er) = 0,449
- Índice de vulnerabilidade ( ) = 2,227

Através do modelo hierárquico da Figura II.5, constata-se que as sub-redes 6 e 7 apenas


diferem no facto da sub-rede 7 incluir a mais a sub-rede de referência. Esta diferença
não vai alterar o resultado anterior se a sub-rede 6 for analisada.

Como tal, o passo seguinte do processo de desaglutinação desta RHAA consiste em


analisar a sub-rede imediatamente subjacente à sub-rede 6, que de acordo com o
referido modelo hierárquico é a sub-rede 5. De acordo com o modelo hierárquico, a sub-
rede 5 é constituída pelos troços 2 e 3. A Figura II.6 mostra a sub-rede 5.

Figura II.6: Sub-rede 5

A sub-rede 5 é vista, nesta fase, como sendo uma RHAA autónoma. Esta RHAA possui
apenas um ponto de abastecimento. Consequentemente, é necessário aplicar o processo
de aglutinação a esta nova rede. Concluído este processo é possível formar o seu
modelo hierárquico, ilustrado na Figura II.7. Por simplificação, não é apresentado e
descrito aqui o processo de aglutinação desta RHAA.

7
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura II.7: Modelo hierárquico da sub-rede 5

A aplicação do processo de desaglutinação da sub-rede 5 tem início na sub-rede que


surge no topo superior do modelo hierárquico, (sub-rede 5) e obtém-se o seguinte
desenvolvimento:
- A sub-rede 5 é constituída pelas sub-redes primitivas 2 e 3. Como ambas as
sub-redes primitivas possuem as mesmas características, (e ambas tem o mesmo
ponto de abastecimento), a escolha é efectuada através do último critério de
selecção, a escolha livre (Fc), pois nenhum dos outros critérios de selecção é
capaz de decidir qual a sub-rede é a sub-rede primitiva a sofrer dano. Deste
modo, a sub-rede primitiva 3 é seleccionada para sofrer dano.

Como o dano da sub-rede primitiva 3, a sub-rede 5 ainda desempenha a função de


abastecimento de água, logo, o processo de desaglutinação terá de prosseguir. A análise
da sub-rede 5 continua.

A sub-rede 7 é agora constituída apenas pela sub-rede 2, como ilustra a Figura II.8.

Figura II.8: Sub-rede 5, sem a sub-rede primitiva 3

Nesta fase, a sub-rede 5 é apenas constituída pela sub-rede primitiva 2. Esta é a


seleccionada para sofrer dano e a sub-rede 5 torna-se incapaz de abastecer água. O

8
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

cenário de dano identificado quando a sub-rede 5 é analisada corresponde à sequência


de dois eventos de dano (dano no troço 3, seguido de dano do troço 2).

Associado a este cenário de dano são quantificadas a perda de rede ( r ), a capacidade


resistente ao dano relativa (Er) e o índice de vulnerabilidade ( ). Os valores dessas
grandezas são os seguintes:
- Perda de rede = 0,647
- Capacidade resistente ao dano relativa = 0,551
- Índice de vulnerabilidade = 1,174

Atendendo a que após a análise da sub-rede 5 já não existe mais nenhuma sub-rede por
analisar no modelo hierárquico da RHAA da Figura II.5 então o processo de
desaglutinação termina. A Tabela II.2 contém os cenários de dano resultantes da
aplicação da TVRHAA ao exemplo da RHAA usada como segundo exemplo. Nessa
tabela também se encontram os valores de perda de rede ( r ), de capacidade resistente
ao dano relativa (Er) e do índice de vulnerabilidade ( ) dos respectivos cenários de
dano.

Tabela II.2: Cenários de dano da RHAA do segundo exemplo


Cenário de dano r Er
1 T1 1 0,449 2,227
2 T2 T3 0,647 0,551 1,174

Os resultados apresentados na Tabela II.2 revelam que o cenário de dano que apresenta
maior vulnerabilidade é o primeiro porque apresenta o maior valor de ( =2,227). Este
cenário de dano consiste em haver dano no troço 1 (T1). Caso este cenário de dano
ocorra então também ocorre a perda total da RHAA ( r =1) pois nenhum troço da
RHAA será capaz de efectuar qualquer abastecimento de água. O segundo cenário de
dano identificado através da TVRHAA é relativo à seguinte sequência de danos, dano
no troço 3 (T3) seguido de dano do troço 2 (T2). A ocorrência deste cenário de dano
resulta na perda de cerca de 65% da RHAA porque r =0,647 e apresenta uma
vulnerabilidade ligeiramente inferior à do primeiro cenário de dano ( =1,174).

9
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

II.3 Exemplificação da aplicação do processo de desaglutinação da


TVRHAA relativo à RHAA do exemplo Nº 3

Recorrendo à RHAA do exemplo Nº 3 do Anexo I e ao seu respectivo modelo


hierárquico ilustrado na Figura II.9, irá exemplifica-se a aplicação do processo de
desaglutinação da TVRHAA.

Figura II.9: Modelo hierárquico relativo ao exemplo Nº 3 do Anexo I

Neste exemplo, o processo de desaglutinação tem início através da análise da sub-rede


que surge no topo do modelo hierárquico (sub-rede 25). Aplicando-se os critérios de
selecção do processo de desaglutinação da TVRHAA obtém-se o seguinte
desenvolvimento:
- Como a sub-rede 13 corresponde à sub-rede de referência e, é assumido por
simplificação que este tipo de sub-rede não pode sofrer qualquer tipo de dano
(NR), então selecciona-se a sub-rede 24;
- A sub-rede 24 é constituída pelas sub-redes 23 e 22. Como a sub-rede 23 está
ligada directamente à sub-rede de referência 13 então é a seleccionada (CD);
10
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

- A sub-rede 23 é constituída pelas sub-redes 20 e 21. Como a sub-rede 20 está


ligada directamente à sub-rede de referência 13 então é a seleccionada (CD);
- A sub-rede 20 é constituída pelas sub-redes 16 e 17. Como a sub-rede 16 está
ligada directamente à sub-rede de referência 13 então é a seleccionada (CD);
- A sub-rede 16 é constituída pela sub-rede 14 e pela sub-rede primitiva 1. Como
a sub-rede 14 está ligada directamente à sub-rede de referência é a seleccionada
(CD);
- A sub-rede 14 é constituída pelas sub-redes primitivas 12 e 5. Como a sub-rede
primitiva 12 está ligada directamente à sub-rede de referência, é a seleccionada
(CD);
- Quando a sub-rede primitiva 12 (troço 12) sofre dano então toda a RHAA do
exemplo Nº 3 torna-se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-
rede 25 termina. O primeiro cenário de dano (dano o troço 12) é o primeiro a ser
identificado.

Associado a este cenário de dano são quantificadas a perda de rede ( r ), a capacidade


resistente ao dano relativa (Er) e o índice de vulnerabilidade ( ). Os valores dessas
grandezas são os seguintes:
- Perda de rede ( r )=1
- Capacidade resistente ao dano relativa (Er) = 0,226
- Índice de vulnerabilidade ( ) = 4,425

Através do modelo hierárquico da Figura II.9, constata-se que as sub-redes 24 e 25


apenas diferem no facto da sub-rede 25 incluir a mais a sub-rede de referência. Esta
diferença não vai alterar o resultado anterior se a sub-rede 24 for analisada.

Como tal, o passo seguinte do processo de desaglutinação desta RHAA consiste em


analisar a sub-rede imediatamente subjacente à sub-rede 24, que de acordo com o
referido modelo hierárquico é a sub-rede 23. De acordo com o modelo hierárquico, a
sub-rede 23. A Figura II.10 mostra a sub-rede 23.

11
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura II.10: Sub-rede 23

A sub-rede 23 é vista como sendo, nesta fase, uma RHAA autónoma. Esta RHAA
possui apenas um ponto de abastecimento. Consequentemente, é necessário aplicar o
processo de aglutinação a esta nova RHAA. Concluído este processo é possível formar
o seu modelo hierárquico, ilustrado na Figura II.11. Por simplificação, não é
apresentado e descrito o processo de aglutinação desta sub-rede.

Figura II.11: Modelo hierárquico da sub-rede 23

12
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

A aplicação do processo de desaglutinação da sub-rede 23 tem início na sub-rede que


surge no topo superior do modelo hierárquico (sub-rede 23) e obtém-se o seguinte
desenvolvimento:
- A sub-rede 23, constituída pelas sub-redes 20 e 21. Como a sub-rede 20 está
ligada directamente ao ponto de abastecimento da sub-rede é a seleccionada
(CD);
- A sub-rede 20 é constituída pelas sub-redes 16 e 17. Como a sub-rede 16 está
ligada directamente ao ponto de abastecimento da sub-rede é a seleccionada
(CD);
- A sub-rede 16 é constituída pela sub-rede 14 e pela sub-rede primitiva 1. Como
a sub-rede 14 está ligada directamente ao ponto de abastecimento da sub-rede é a
seleccionada (CD);
- A sub-rede 14 é constituída pelas sub-redes primitivas 12 e 5. Como a sub-rede
primitiva 12 está ligada directamente ao ponto de abastecimento da sub-rede é a
seleccionada (CD);
- Quando a sub-rede primitiva 12 (troço 12) sofre dano então a sub-rede 23
torna-se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-rede 23
termina. O cenário de dano (dano no troço 12) é identificado.

Como tal, o passo seguinte do processo de desaglutinação desta RHAA consiste em


analisar a sub-rede imediatamente subjacente à sub-rede 23, que de acordo com o
referido modelo hierárquico é a sub-rede 22. De acordo com o modelo hierárquico, a
sub-rede 22. A Figura II.12 mostra a sub-rede 23.

Figura II.12: Sub-rede 22

A sub-rede 22 é vista como sendo, nesta fase, uma RHAA autónoma. Esta RHAA
possui dois pontos de abastecimento. Consequentemente, é necessário aplicar o

13
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

processo de aglutinação a esta nova RHAA. Concluído este processo é possível formar
o seu modelo hierárquico, ilustrado na Figura II.13. Por simplificação, não é
apresentado e descrito aqui o processo de aglutinação desta sub-rede.

Figura II.13: Modelo hierárquico da sub-rede 22

A aplicação do processo de desaglutinação da sub-rede 22 tem início na sub-rede que


surge no topo superior do seu modelo hierárquico (sub-rede 22) e obtém-se o seguinte
desenvolvimento:
- A sub-rede 22 é constituída pela sub-rede 19 e pela sub-rede primitivas 6.
Ambas possuem uma ligação com pontos de abastecimento. A escolha é
efectuada através do terceiro critério de selecção, seleccionar uma sub-rede
primitiva (troço) em vez de uma sub-rede (Lc), logo, a sub-rede primitiva 6 é
seleccionada para sofrer dano.

- Quando a sub-rede primitiva 6 (troço 6) sofre dano a RHAA da Figura II.12,


esta continua com a capacidade de abastecer água. Deste modo, a análise do
processo de desaglutinação da sub-rede 22 prossegue.

A sub-rede 22 é agora constituída pelas sub-redes primitivas 8 e 9, como mostra a


Figura II.14.

14
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura II.14: Sub-rede 22 sem a sub-rede primitiva 6

A partir da nova RHAA da Figura II.14 é necessário aplicar o processo de aglutinação.


Concluído este processo é possível formar o seu modelo hierárquico, ilustrado na Figura
II.15. Por simplificação, não é apresentado e descrito aqui o processo de aglutinação
desta sub-rede.

Figura II.15: Modelo hierárquico da sub-rede 22 sem a sub-rede primitiva 6

A aplicação do processo de desaglutinação continua na sub-rede 22. Este é iniciado pela


sub-rede que surge no topo superior do modelo hierárquico (sub-rede 19) e obtém-se o
seguinte desenvolvimento:
- A sub-rede 19 é constituída pelas sub-redes primitivas 8 e 9. Como apenas a
sub-rede primitiva 8 está ligada directamente ao ponto de abastecimento, logo, é
seleccionada para sofrer dano.
- Quando a sub-rede primitiva 8 (troço 8) sofre dano então toda a RHAA da
Figura II.12 torna-se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-
rede 22 termina. O cenário de dano identificado quando a sub-rede 22 é
analisada corresponde à sequência de dois eventos de dano (dano no troço 6
seguido de dano no troço 8).

Associado a este cenário de dano são quantificadas a perda de rede ( r ), a capacidade


resistente ao dano relativa (Er) e o índice de vulnerabilidade ( ). Os valores dessas
grandezas são os seguintes:

15
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

- Perda de rede ( r ) = 0,376


- Capacidade resistente ao dano relativa (Er) = 0,113
- Índice de vulnerabilidade ( ) = 3,327

Depois de analisada a sub-rede 22, o processo de desaglutinação vai focar-se na sub-


rede que se encontra subjacente à sub-rede 22 no modelo hierárquico da RHAA total,
Figura II.9. Essa sub-rede é a sub-rede 21. A sub-rede 21 é constituída pelos troços 7, 10
e 11 como mostra a Figura II.16.

Figura II.16: Sub-rede 21

A sub-rede 21 é vista como sendo, nesta fase, uma RHAA autónoma. Esta RHAA
possui apenas um ponto de abastecimento. Consequentemente, é necessário aplicar o
processo de aglutinação a esta nova RHAA. Concluído este processo é possível formar
o seu modelo hierárquico, ilustrado na Figura II.17. Por simplificação, não é
apresentado e descrito aqui o processo de aglutinação desta sub-rede.

Figura II.17: Modelo hierárquico da sub-rede 21

A aplicação do processo de desaglutinação da sub-rede 21 tem início na sub-rede que


surge no topo superior do modelo hierárquico (sub-rede 21) e obtém-se o seguinte
desenvolvimento:

16
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

- A sub-rede 21 é constituída pela sub-rede 18 e pela sub-rede primitiva 10.


Como a sub-rede 18 está ligada directamente ao ponto de abastecimento então é
a seleccionada (CD);
- A sub-rede 18 é constituída pelas sub-redes primitivas 7 e 11. Como a sub-rede
primitiva 7 está ligada directamente ao ponto de abastecimento (CD) então é a
seleccionada para sofrer dano;
- Quando a sub-rede primitiva 7 (troço 7) sofre dano então toda a RHAA da
Figura II.16 torna-se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-
rede 21 termina. O cenário de dano (dano no troço 7) é identificado.

Associado a este cenário de dano são quantificadas a perda de rede ( r ), a capacidade


resistente ao dano relativa (Er) e o índice de vulnerabilidade ( ). Os valores dessas
grandezas são os seguintes:
- Perda de rede ( r ) = 0,130
- Capacidade resistente ao dano relativa (Er) = 0,071
- Índice de vulnerabilidade ( ) = 1,831

Depois de analisada a sub-rede 21, o passo seguinte do processo de desaglutinação


consiste em analisar a sub-rede imediatamente subjacente à sub-rede 21 que de acordo
com o modelo hierárquico da RHAA total é a sub-rede 20. De acordo com o modelo
hierárquico, a sub-rede 20 que é constituída pelas sub-redes 1 a 5 e pela sub-rede 12,
como mostra a Figura II.18.

Figura II.18: Sub-rede 20

A sub-rede 20 é vista como sendo, nesta fase, uma RHAA autónoma. Esta RHAA um
ponto de abastecimento. Consequentemente, é necessário aplicar o processo de
17
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

aglutinação a esta nova RHAA. Concluído este processo é possível formar o seu modelo
hierárquico, ilustrado na Figura II.19. Por simplificação, não é apresentado e descrito
aqui o processo de aglutinação desta sub-rede.

Figura II.19: Modelo hierárquico da sub-rede 20

A aplicação do processo de desaglutinação da sub-rede 20, é iniciado pelo topo superior


do modelo hierárquico e obtém-se o seguinte desenvolvimento:
- A sub-rede 20 é constituída pelas sub-redes 16 e 17. Como a sub-rede 16 está
ligada directamente ao ponto de abastecimento então é a seleccionada (CD);
- A sub-rede 16 é constituída pela sub-rede 14 e pela sub-rede primitiva 1. Como
a sub-rede 14 está ligada directamente ao ponto de abastecimento então é a
seleccionada (CD);
- A sub-rede 14 é constituída pelas sub-redes primitivas 5 e 12. Como a sub-rede
primitiva 12 ligada directamente ao ponto de abastecimento desta sub-rede então
é a seleccionada (CD) para sofrer dano;
- Quando a sub-rede primitiva 12 sofre dano então toda a RHAA da Figura II.18
torna-se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-rede 20
termina. O cenário de dano (dano no troço 12) é identificado.

Depois de analisada a sub-rede 20, o passo seguinte do processo de desaglutinação


consiste em analisar a sub-rede imediatamente subjacente à sub-rede 20 que de acordo
com o modelo hierárquico da RHAA total é a sub-rede 19. De acordo com o modelo

18
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

hierárquico, a sub-rede 19 que é constituída pelas sub-redes 8 e 9, como mostra a Figura


II.20.

Figura II.20: Sub-rede 19

A sub-rede 19 é vista como sendo, nesta fase, uma RHAA autónoma. Esta RHAA
possui dois pontos de abastecimento. Consequentemente, é necessário aplicar o
processo de aglutinação a esta nova RHAA. Concluído este processo é possível formar
o seu modelo hierárquico, ilustrado na Figura II.21. Por simplificação, não é
apresentado e descrito aqui o processo de aglutinação desta sub-rede.

Figura II.21: Modelo hierárquico da sub-rede 19

A aplicação do processo de desaglutinação da sub-rede 19 tem início na sub-rede que


surge no topo superior do modelo hierárquico (sub-rede 19) e obtém-se o seguinte
desenvolvimento:
- A sub-rede 19 é constituída pelas sub-redes primitivas 8 e 9. A sub-rede
primitiva 8 é a seleccionada para sofrer dano, usando o critério da sub-rede que
apresenta o maior valor de perda de carga total (S H);
- Quando a sub-rede primitiva 8 (troço 8) sofre dano a RHAA da Figura II.20
continua a ser capaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-rede 19
procede.

A sub-rede 19 é agora constituída apenas pela sub-rede primitiva 9, como ilustra a


Figura II.22.
19
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura II.22: Sub-rede 19 sem a sub-rede primitiva 8

Como a sub-rede 19 é apenas constituída pela sub-rede primitiva 9, esta é a


seleccionada para sofrer dano, então a RHAA representada pela sub-rede 19 torna-se
incapaz de abastecer água. O cenário de dano desta sub-rede é constituído por uma
sequência de dois eventos de dano (dano no troço 8 seguido de dano do troço 9).

Associado a este cenário de dano são quantificadas a perda de rede ( r ), a capacidade


resistente ao dano relativa (Er) e o índice de vulnerabilidade ( ). Os valores dessas
grandezas são os seguintes:
- Perda de rede ( r ) = 0,166
- Capacidade resistente ao dano relativa (Er) = 0,101
- Índice de vulnerabilidade ( ) = 1,64

Depois de analisada a sub-rede 19, o passo seguinte do processo de desaglutinação


consiste em analisar a sub-rede imediatamente subjacente à sub-rede 19 que de acordo
com o modelo hierárquico da RHAA total é a sub-rede 18. De acordo com o modelo
hierárquico, a sub-rede 18 que é constituída pelas sub-redes 7 e 11, como mostra a
Figura II.23.

Figura II.23: Sub-rede 18

A sub-rede 18 é vista como sendo, nesta fase, uma RHAA autónoma. Esta RHAA
possui dois pontos de abastecimento. Consequentemente, é necessário aplicar o
processo de aglutinação a esta nova RHAA. Concluído este processo é possível formar
o seu modelo hierárquico, ilustrado na Figura II.24. Por simplificação, não é
apresentado e descrito aqui o processo de aglutinação desta sub-rede.
20
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura II.24: Modelo hierárquico da sub-rede 18

A aplicação do processo de desaglutinação tem início na sub-rede que surge no topo


superior do modelo hierárquico, sub-rede 18, obtém-se o seguinte desenvolvimento:
- A sub-rede 18 é constituída pelas sub-redes primitivas 7 e 11. Como a sub-rede
primitiva 7 está ligada directamente com o ponto de abastecimento é a
seleccionada (CD) para sofrer dano;
- Quando a sub-rede primitiva 7 sofre dano, a RHAA da Figura II.23 torna-se
incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-rede 18 termina. O
cenário de dano (dano no troço 7) é identificado.

Depois de analisada a sub-rede 18, o passo seguinte do processo de desaglutinação


consiste em analisar a sub-rede imediatamente subjacente à sub-rede 18 que de acordo
com o modelo hierárquico da RHAA total é a sub-rede 17. De acordo com o modelo
hierárquico, a sub-rede 17 que é constituída pelas sub-redes 2, 3 e 4, como mostra a
Figura II.25.

Figura II.25: Sub-rede 17

A sub-rede 17 é vista como sendo, nesta fase, uma RHAA autónoma. Esta RHAA
possui um ponto de abastecimento. Consequentemente, é necessário aplicar o processo
de aglutinação a esta nova RHAA. Concluído este processo é possível formar o seu

21
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

modelo hierárquico, ilustrado na Figura II.26. Por simplificação, não é apresentado e


descrito aqui o processo de aglutinação desta sub-rede.

Figura II.26: Modelo hierárquico da sub-rede 17

A aplicação do processo de desaglutinação tem início na sub-rede que surge no topo


superior do modelo hierárquico, sub-rede 17, obtém-se o seguinte desenvolvimento:
- A sub-rede 17 é constituída pela sub-rede 15 e pela sub-rede primitiva 3. Como
a sub-rede 15 está ligada directamente ao ponto de abastecimento é a
seleccionada (CD);
- A sub-rede 15 é constituída pelas sub-redes primitivas 2 e 4. A escolha da sub-
rede primitiva assenta no quarto critério de selecção, que diz respeito à sub-rede
que apresenta o maior valor de perda de carga total (S H). A sub-rede primitiva
seleccionada é a 2;
- Quando a sub-rede primitiva 2 sofre dano, a RHAA da Figura II.25 continua a
ser capaz de efectuar o abastecimento de água. Deste modo, a análise da sub-
rede 17 prossegue.

A sub-rede 17 é agora constituída apenas pelas sub-redes primitivas 3 e 4, como ilustra


a Figura II.27.

Figura II.27: Sub-rede 17 sem a sub-rede primitiva 2

22
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

A partir da nova RHAA, Figura II.27, é necessário aplicar novamente o processo de


aglutinação. Concluído este processo é possível formar o seu modelo hierárquico,
ilustrado na Figura II.28. Por simplificação, não é apresentado e descrito aqui o
processo de aglutinação desta rede.

Figura II.28: Modelo hierárquico da sub-rede 17 sem a sub-rede primitiva 2

Iniciando a aplicação do processo de desaglutinação da sub-rede que surge no topo


superior do modelo hierárquico, sub-rede 15, obtém-se o seguinte desenvolvimento:
- A sub-rede 15 é constituída pelas sub-redes primitivas 3 e 4. A sub-rede
primitiva seleccionada para sofrer dano é a 4, pois encontra-se ligada
directamente ao ponto de abastecimento (CD).
- Quando a sub-rede primitiva 4 (troço 4) sofre dano então toda a RHAA da
Figura II.25 torna-se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-
rede 17 termina. O cenário de dano identificado quando a sub-rede 17 é
analisada corresponde à sequência de dois eventos de dano (dano no troço 2
seguido de dano no troço 4).

Associado a este cenário de dano são quantificadas a perda de rede ( r ), a capacidade


resistente ao dano relativa (Er) e o índice de vulnerabilidade ( ). Os valores dessas
grandezas são os seguintes:
- Perda de rede ( r ) = 0,091
- Capacidade resistente ao dano relativa (Er) = 0,087
- Índice de vulnerabilidade ( ) = 1,048

Depois de analisada a sub-rede 17, o passo seguinte do processo de desaglutinação


consiste em analisar a sub-rede imediatamente subjacente à sub-rede 17 que de acordo
com o modelo hierárquico da RHAA total é a sub-rede 16. De acordo com o modelo
hierárquico, a sub-rede 16 que é constituída pelas sub-redes 2, 3 e 4, como mostra a
Figura II.29.
23
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura II.29: Sub-rede 16

A sub-rede 16 é vista como sendo, nesta fase, um RHAA autónoma. Esta RHAA um
ponto de abastecimento. Consequentemente, é necessário aplicar o processo de
aglutinação a esta nova RHAA. Concluído este processo é possível formar o seu modelo
hierárquico, ilustrado na Figura II.30. Por simplificação, não é apresentado e descrito
aqui o processo de aglutinação desta sub-rede.

Figura II.30: Modelo hierárquico da sub-rede 16

A aplicação do processo de desaglutinação tem início na sub-rede que surge no topo


superior do modelo hierárquico, sub-rede 16, obtém-se o seguinte desenvolvimento:
- A sub-rede 16 é constituída pela sub-rede 14 e sub-rede primitiva 1. Como a
sub-rede 14 está ligada directamente ao ponto de abastecimento da sub-rede 16 é
a seleccionada (CD);
- A sub-rede 14 é constituída pelas sub-redes primitivas 12 e 5. Como a sub-rede
primitiva 12 está ligada directamente ao ponto de abastecimento é a seleccionada
(CD);

24
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

- Quando a sub-rede primitiva 12 (troço 12) sofre dano então sub-rede 16 torna-
se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-rede 16 termina. O
cenário de dano (danificar o troço 12) é identificado.

Depois de analisada a sub-rede 16, o passo seguinte do processo de desaglutinação


consiste em analisar a sub-rede imediatamente subjacente à sub-rede 16 que de acordo
com o modelo hierárquico da RHAA total é a sub-rede 15. De acordo com o modelo
hierárquico, a sub-rede 15 que é constituída pelas sub-redes 2 e 4, como mostra a Figura
II.31.

Figura II.31: Sub-rede 15

A sub-rede 15 é vista como sendo, nesta fase, uma RHAA autónoma. Esta RHAA
possui um ponto de abastecimento que é comum às duas sub-redes primitivas.
Consequentemente, é necessário aplicar o processo de aglutinação a esta nova rede.
Concluído este processo é possível formar o seu modelo hierárquico, ilustrado na Figura
II.32. Por simplificação, não é apresentado e descrito aqui o processo de aglutinação
desta rede.

Figura II.32: Modelo hierárquico da sub-rede 15

A aplicação do processo de desaglutinação tem início na sub-rede que surge no topo


superior do modelo hierárquico (sub-rede 15) e obtém-se o seguinte desenvolvimento:

25
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

- A sub-rede 15 é constituída pelas sub-redes primitivas 2 e 4. A escolha da sub-


rede primitiva que deve ser seleccionada é baseada na sub-rede apresenta o
maior valor de perda de carga total (S H) que é o quarto critério de selecção. A
sub-rede primitiva 2 é a seleccionada;
- Quando a sub-rede primitiva 2 sofre dano então a RHAA da Figura II.31
continua a ser capaz de abastecer água. Deste modo, a análise da sub-rede 17
permanece.

A sub-rede 15 é agora constituída pela sub-rede primitiva 4, como mostra a Figura II.32.

Figura II.33: Sub-rede 15 sem a sub-rede primitiva 2

Como a sub-rede 15 é apenas constituída pela sub-rede primitiva 4, esta é a


seleccionada para sofrer dano, então a RHAA representada pela sub-rede 15 torna-se
incapaz de abastecer água. O cenário de dano identificado quando a sub-rede 17 é
analisada corresponde à sequência de dois eventos de dano (dano no troço 2 seguido de
dano no troço 4).

Depois de analisada a sub-rede 15, o passo seguinte do processo de desaglutinação


consiste em analisar a sub-rede imediatamente subjacente à sub-rede 15 que de acordo
com o modelo hierárquico da RHAA total é a sub-rede 14. De acordo com o modelo
hierárquico, a sub-rede 14 que é constituída pelas sub-redes 12 e 5, como mostra a
Figura II.34.

26
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Figura II.34: Sub-rede 14

A sub-rede 14 é vista como sendo, nesta fase, uma RHAA autónoma. Esta RHAA
possui um ponto de abastecimento. Consequentemente, é necessário aplicar o processo
de aglutinação a esta nova sub-rede. Concluído este processo é possível formar o seu
modelo hierárquico, ilustrado na Figura II.35. Por simplificação, não é apresentado e
descrito aqui o processo de aglutinação desta rede.

Figura II.35: Modelo hierárquico da sub-rede 14

A aplicação do processo de desaglutinação tem início na sub-rede que surge no topo


superior do modelo hierárquico (sub-rede 14) e obtém-se o seguinte desenvolvimento:
- A sub-rede 14 é constituída pelas sub-redes primitivas 12 e 5. Como a sub-rede
primitiva 12 está ligada directamente ao ponto de abastecimento, então é a
seleccionada (CD);
- Quando a sub-rede primitiva 12 (troço 12) sofre dano então toda a RHAA do
terceiro exemplo torna-se incapaz de abastecer água. Deste modo, a análise da
sub-rede 14 termina. O cenário de dano (dano no troço 12) é identificado.

Atendendo a que após a análise da sub-rede 14 já não existe mais nenhuma sub-rede por
analisar no modelo hierárquico da RHAA da Figura II.9 então o processo de

27
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

desaglutinação termina. A Tabela II.3 contém os cenários de dano resultantes da


aplicação da TVRHAA ao exemplo da RHAA usado no terceiro exemplo. Nessa tabela
também se encontram os valores de perda de rede ( r ), de capacidade resistente ao
dano relativa (Er) e do índice de vulnerabilidade ( ) de todos os cenários de dano.

Tabela II.3: Índices de vulnerabilidade


Cenário de
r Er
dano
1 T12 1 0,226 4,425
2 T7 0,130 0,071 1,827
3 T8 T9 0,166 0,101 1,644
4 T6 T8 0,376 0,113 3,327
5 T2 T4 0,091 0,087 1,048

Os resultados apresentados na Tabela II.3 revelam que o cenário de dano que apresenta
maior vulnerabilidade é o primeiro porque apresenta o maior valor de . Este cenário de
dano consiste em haver dano no troço 12 (T12). Caso este cenário de dano ocorra então
ocorre simultaneamente a perda total da RHAA ( r =1) pois nenhum troço da RHAA
será capaz de efectuar qualquer abastecimento de água.

O segundo cenário de dano identificado através da aplicação da TVRHAA é relativo ao


dano do troço 7, em que este representa uma perda de rede de apenas 13%, porque
r =0,130.

O terceiro cenário de dano que é identificado através da aplicação da TVRHAA é


traduzido pela seguinte sequência de eventos de dano, dano no troço 8 (T8), seguido de
dano no troço 9 (T9). Esta sequência de danos provoca um dano na RHAA total de
cerca de 16%.

O quarto cenário de dano é relativo à seguinte sequência de eventos de dano, primeiro


dano no troço 6 (T6) seguido de dano no troço 8 (T8). É o cenário de dano que
apresenta o segundo maior valor de vulnerabilidade na análise da TVRHAA desta
RHAA, =3,327.

O quinto, e último cenário de dano identificado, é relativo à seguinte sequência de


danos, primeiro dano no troço 2 (T2) seguido de dano no troço 4 (T4). A ocorrência
28
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

deste cenário de dano resulta na perda de cerca de apenas 10% da RHAA porque
r =0,091. É o cenário de dano que apresenta o menor valor de vulnerabilidade de toda
a RHAA da análise da TVRHAA, =1,048.

29
Anexo III
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Tabela III. 1: Dimensionamento do exemplo apresentado no Capítulo 4


Perda de Capacidade
Sub-rede Q L D Dcom Dint U
Umáx Re f j carga resistente ao
primitiva (l/s) (m) (mm) (mm) (mm) (m/s)
total dado (mm2)
4 13 300 134,9 160 150,6 0,73 0,94 108819,6 0,0180 0,00324 0,9723 2291,92
3 5 300 90,6 110 103,6 0,59 0,81 60841,4 0,0203 0,00351 1,0541 1073,13
2 -5 300 90,6 110 103,6 -0,59 0,81 60841,4 0,0203 0,00351 1,0541 1073,13
1 18 500 154,5 200 188,2 0,65 1,03 120570,6 0,0176 0,00199 0,9953 3595,90

Tabela III. 2: Dimensionamento do primeiro exemplo do Anexo I


Perda de Capacidade
Sub-rede Q L D Dcom Dint U
Umáx Re f j carga resistente ao
primitiva (l/s) (m) (mm) (mm) (mm) (m/s)
total dado (mm2)
1 10 50 120,9 140 131,8 0,73 0,89 95647,4 0,0185 0,00384 0,1920 1749,58
2 4 50 82,5 90 84,6 0,71 0,75 59604,4 0,0205 0,00624 0,3122 740,13
3 6 50 97,7 110 103,6 0,71 0,81 73009,6 0,0196 0,00488 0,2439 1073,13

Tabela III. 3: Dimensionamento do segundo exemplo do Anexo I


Perda Capacidade
Sub-rede Q L D Dcom Dint U
Umáx Re f j de carga resistente ao
primitiva (l/s) (m) (mm) (mm) (mm) (m/s)
total dado (mm2)
1 10 50 120,9 140 131,8 0,73 0,89 95647,4 0,0185 0,00384 0,1920 1749,58
2 5 50 90,6 110 103,6 0,59 0,81 60841,4 0,0203 0,00351 0,1757 1073,13
3 5 50 90,6 110 103,6 0,59 0,81 60841,4 0,0203 0,00351 0,1757 1073,13

2
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Tabela III. 4: Dimensionamento do terceiro exemplo do Anexo I


Perda de Capacidade
Sub-rede Q L D Dcom Dint U
Umáx Re f j carga resistente ao
primitiva (l/s) (m) (mm) (mm) (mm) (m/s)
total dado (mm2)
4 13 200 134,9 160 150,6 0,73 0,94 108819,6 0,0180 0,00324 0,655 2291,92
3 5 282,8 90,6 110 103,6 0,59 0,81 60841,4 0,0203 0,00351 0,994 1073,13
2 5 200 90,6 110 103,6 0,59 0,81 60841,4 0,0203 0,00351 0,673 1073,13
6 8 800 110,2 125 117,6 0,74 0,86 85757,4 0,0189 0,00445 3,580 1409,26
7 10 500 120,9 140 131,8 0,73 0,89 95647,4 0,0185 0,00384 1,887 1749,58
8 4 300 82,5 90 84,6 0,71 0,75 59604,4 0,0212 0,00647 1,888 740,13
11 6 100 97,7 110 103,6 0,71 0,81 73009,6 0,0196 0,00488 0,495 1073,13
9 12 100 130,5 140 131,8 0,88 0,89 114776,9 0,0179 0,00534 0,534 1749,58
10 4 300 82,5 90 84,6 0,71 0,75 59604,4 0,0212 0,00647 1,941 740,13
5 18 400 154,5 200 188,2 0,65 1,03 120570,6 0,0176 0,00199 0,796 3595,90
1 18 500 154,5 200 188,2 0,65 1,03 120570,6 0,0176 0,00199 0,995 3595,90
12 36 50 206,3 250 235,4 0,83 1,13 192790,1 0,0160 0,00238 0,119 5563,17

Tabela III. 5: Dimensionamento da rede de S. Miguel de Rodrigues, Capítulo 5


Perda de Capacidade
Sub-rede Qp Qj Qe L D Dcom Dint U
Qm (l/s) Umáx Re f j carga resistente ao
primitiva (l/s) (l/s) (l/s) (m) (mm) (mm) (mm) (m/s)
total dado (mm2)
61 0,16319 1,17294 1,33614 1,26270 271,99 52,2 63 59,2 0,459 0,65 26888,6 0,0246 0,004461 1,21347 364,52
62 0,02785 0 0,02785 0,01532 45,66 10,4 63 59,2 0,006 0,65 326,2 0,0947 0,000003 0,01086 364,52
63 0,20623 0,93886 1,14509 1,05229 338,08 49,0 63 59,2 0,382 0,65 22407,9 0,0257 0,003229 1,09189 364,52
64 0,01990 0 0,01990 0,01094 32,62 9,0 63 59,2 0,004 0,65 233,0 0,1086 0,000001 0,00749 364,52
95 0,00382 0,91515 0,91897 0,91725 6,26 44,7 63 59,2 0,333 0,65 19532,3 0,0265 0,002533 0,01593 364,52
65 0,05450 0 0,05450 0,02997 89,34 13,8 63 59,2 0,011 0,65 638,3 0,0732 0,000007 0,00632 364,52
96 0,00981 0,85083 0,86065 0,85623 16,09 43,5 63 59,2 0,311 0,65 18233,0 0,0269 0,002243 0,03615 364,52
66 0,02618 0 0,02618 0,01440 42,92 10,1 63 59,2 0,005 0,65 306,6 0,0971 0,000002 0,00503 364,52

3
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

67 0,38515 0,43951 0,82465 0,65134 631,39 42,7 63 59,2 0,237 0,65 13869,9 0,0288 0,001387 0,87554 364,52
68 0,03540 0 0,03540 0,01947 58,04 11,5 63 59,2 0,007 0,65 414,7 0,0861 0,000004 0,00308 364,52
69 0,26820 0,1359 0,40410 0,28341 439,68 31,7 63 59,2 0,103 0,65 6035,0 0,0357 0,000326 0,14452 364,52
70 0,02217 0 0,02217 0,01220 36,35 9,5 63 59,2 0,004 0,65 259,7 0,1038 0,000002 0,00060 364,52
71 0,11372 0 0,11372 0,06255 186,43 18,7 63 59,2 0,023 0,65 1331,9 0,0565 0,000025 0,00490 364,52
42 0,17688 0,75956 0,93644 0,85684 286,68 45,0 63 59,2 0,311 0,65 18246,0 0,0269 0,002246 0,65965 364,52
43 0,11356 0 0,11356 0,06246 184,05 18,7 63 59,2 0,023 0,65 1330,0 0,0566 0,000025 0,00954 364,52
44 0,03239 0,61361 0,64600 0,63143 52,49 38,6 63 59,2 0,229 0,65 13445,9 0,0290 0,001313 0,06903 364,52
45 0,07854 0 0,07854 0,04320 127,29 16,0 63 59,2 0,016 0,65 919,8 0,0642 0,000014 0,00440 364,52
46 0,10192 0,43315 0,53507 0,48921 165,19 35,7 63 59,2 0,178 0,65 10417,5 0,0309 0,000841 0,13890 364,52
91 0,00000 0,43315 0,43315 0,43315 497,34 32,7 63 59,2 0,157 0,65 9223,8 0,0319 0,000680 0,33818 364,52
92 0,20153 0,23162 0,43315 0,34246 326,63 32,7 63 59,2 0,124 0,65 7292,6 0,0339 0,000452 0,14772 364,52
93 0,00000 0,03009 0,03009 0,03009 77,54 10,7 63 59,2 0,011 0,65 640,8 0,0731 0,000008 0,00058 364,52
94 0,03009 0 0,03009 0,01655 48,77 10,7 63 59,2 0,006 0,65 352,4 0,0918 0,000003 0,00014 364,52
Capacidade
Sub-rede D Dcom Dint U Perda de
Q (l/s) Qj (l/s) Qm (l/s) Qe (l/s) L (m) Umáx Re f j resistente ao
primitiva p (mm) (mm) (mm) (m/s) carga
dado (mm2)
33 0,02042 0,17277 0,19319 0,18400 33,10 23,3 63 59,2 0,067 0,65 3918,2 0,0404 0,000155 0,00514 364,52
34 0,04903 0 0,04903 0,02697 79,47 13,2 63 59,2 0,010 0,65 574,3 0,0761 0,000006 0,00073 364,52
35 0,12373 0 0,12373 0,06805 200,54 19,4 63 59,2 0,025 0,65 1449,2 0,0550 0,000029 0,00584 364,52
32 0,03964 0 0,03964 0,02180 64,25 12,1 63 59,2 0,008 0,65 464,3 0,0825 0,000004 0,00039 364,52
19 0,12436 0,17607 0,30043 0,24447 201,55 28,0 63 59,2 0,089 0,65 5205,8 0,0372 0,000253 0,05095 364,52
90 0,05172 0 0,05172 0,02845 83,83 13,5 63 59,2 0,010 0,65 605,8 0,0746 0,000007 0,00071 364,52
22 0,01070 0,11365 0,12435 0,11954 17,34 19,4 63 59,2 0,043 0,65 2545,5 0,0459 0,000075 0,00173 364,52
23 0,01628 0 0,01628 0,00896 26,39 8,3 63 59,2 0,003 0,65 190,7 0,1181 0,000001 0,00013 364,52
24 0,01320 0,08417 0,09737 0,09143 21,39 17,5 63 59,2 0,033 0,65 1947,0 0,0499 0,000047 0,00103 364,52
25 0,02981 0 0,02981 0,01639 48,31 10,7 63 59,2 0,006 0,65 349,1 0,0922 0,000003 0,00019 364,52
26 0,05436 0 0,05436 0,02990 88,11 13,7 63 59,2 0,011 0,65 636,7 0,0733 0,000007 0,00067 364,52
18 0,11013 0,13638 0,24650 0,19695 178,49 25,8 63 59,2 0,072 0,65 4193,9 0,0396 0,000174 0,03114 364,52
20 0,08934 0 0,08934 0,04913 144,79 16,9 63 59,2 0,018 0,65 1046,3 0,0614 0,000017 0,00266 364,52

4
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

21 0,04704 0 0,04704 0,02587 76,24 12,9 63 59,2 0,009 0,65 550,9 0,0773 0,000006 0,00051 364,52
76 0,03780 0,56049 0,59829 0,58128 61,27 37,4 63 59,2 0,211 0,65 12378,1 0,0296 0,001136 0,06961 364,52
77 0,13322 0 0,13322 0,07327 215,92 20,0 63 59,2 0,027 0,65 1560,3 0,0537 0,000033 0,00934 364,52
78 0,34588 0,08139 0,42727 0,27162 560,58 32,5 63 59,2 0,099 0,65 5784,0 0,0361 0,000303 0,17011 364,52
79 0,05590 0 0,05590 0,03075 90,60 13,9 63 59,2 0,011 0,65 654,7 0,0725 0,000008 0,00121 364,52
80 0,02549 0 0,02549 0,01402 41,31 10,0 63 59,2 0,005 0,65 298,5 0,0981 0,000002 0,00025 364,52
Capacidade
Sub-rede D Dcom Dint U Perda de
Q (l/s) Qj (l/s) Qm (l/s) Qe (l/s) L (m) Umáx Re f j resistente ao
primitiva p (mm) (mm) (mm) (m/s) carga
dado (mm2)
81 0,01090 0,41889 0,42980 0,42489 17,67 32,6 63 59,2 0,154 0,65 9047,8 0,0321 0,000658 0,01198 364,52
82 0,05522 0 0,05522 0,03037 89,50 13,8 63 59,2 0,011 0,65 646,8 0,0728 0,000008 0,00068 364,52
83 0,01161 0 0,01161 0,00638 18,81 7,2 63 59,2 0,002 0,65 135,9 0,1365 0,000001 0,00001 364,52
84 0,01687 0,33519 0,35207 0,34447 27,35 30,0 63 59,2 0,125 0,65 7335,4 0,0339 0,000457 0,01250 364,52
85 0,07209 0 0,07209 0,03965 116,84 15,5 63 59,2 0,014 0,65 844,3 0,0662 0,000012 0,00218 364,52
86 0,01279 0,25031 0,26310 0,25735 20,73 26,5 63 59,2 0,093 0,65 5480,0 0,0367 0,000276 0,00574 364,52
87 0,02119 0 0,02119 0,01166 34,35 9,3 63 59,2 0,004 0,65 248,2 0,1058 0,000002 0,00050 364,52
88 0,22912 0 0,22912 0,12601 371,34 25,0 63 59,2 0,046 0,65 2683,4 0,0452 0,000082 0,03033 364,52
36 0,03503 0 0,03503 0,01926 56,77 11,4 63 59,2 0,007 0,65 410,2 0,0865 0,000004 0,00064 364,52
41 0,10820 0 0,10820 0,05951 175,37 18,3 63 59,2 0,022 0,65 1267,3 0,0575 0,000023 0,00406 364,52
50 0,08079 0 0,08079 0,04443 130,94 16,2 63 59,2 0,016 0,65 946,2 0,0635 0,000014 0,00686 364,52
52 0,06071 0 0,06071 0,03339 98,40 14,4 63 59,2 0,012 0,65 711,1 0,0704 0,000009 0,00738 364,52
54 0,06830 0 0,06830 0,03756 110,69 15,1 63 59,2 0,014 0,65 799,9 0,0674 0,000011 0,00944 364,52
57 0,07663 0 0,07663 0,04215 124,20 15,9 63 59,2 0,015 0,65 897,5 0,0647 0,000013 0,00320 364,52
6 0,02620 0 0,02620 0,01441 42,46 10,1 63 59,2 0,005 0,65 306,8 0,0970 0,000002 0,01827 364,52
60 0,16382 0 0,16382 0,09010 273,04 21,8 63 59,2 0,033 0,65 1918,7 0,0502 0,000046 0,01264 364,52
75 0,03410 0,25 0,28410 0,26876 55,27 27,4 63 59,2 0,098 0,65 5723,0 0,0363 0,000298 0,03914 364,52
73 0,09562 0,34829 0,44391 0,40088 154,98 33,0 63 59,2 0,146 0,65 8536,6 0,0325 0,000594 0,10160 364,52
74 0,09894 0,7139 0,81284 0,76831 160,35 42,5 63 59,2 0,279 0,65 16360,9 0,0276 0,001853 0,30061 364,52
72 0,03869 1,25675 1,29543 1,27803 62,70 51,6 63 59,2 0,464 0,65 27214,9 0,0246 0,004558 0,28579 364,52

5
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Capacidade
Sub-rede D Dcom Dint U Perda de
Q (l/s) Qj (l/s) Qm (l/s) Qe (l/s) L (m) Umáx Re f j resistente ao
primitiva p (mm) (mm) (mm) (m/s) carga
dado (mm2)
31 0,01743 0,1 0,11743 0,10959 28,25 19,0 63 59,2 0,040 0,65 2333,6 0,0472 0,000064 0,00320 364,52
28 0,11729 0,15707 0,27436 0,22158 190,10 27,0 63 59,2 0,081 0,65 4718,5 0,0383 0,000214 0,06256 364,52
30 0,20560 0,09319 0,29879 0,20627 333,23 28,0 63 59,2 0,075 0,65 4392,4 0,0391 0,000189 0,08095 364,52
47 0,21639 0,6 0,81639 0,71902 350,72 42,5 63 59,2 0,261 0,65 15311,1 0,0281 0,001649 0,62362 364,52
37 0,20399 1,75283 1,95683 1,86503 330,62 61,3 75 70,6 0,476 0,70 33302,0 0,0234 0,003836 1,26857 502,90
29 0,01046 2,25562 2,26608 2,26137 16,95 65,1 75 70,6 0,578 0,70 40379,0 0,0225 0,005411 0,11841 502,90
27 0,00602 2,54044 2,54646 2,54375 9,76 68,4 90 87,3 0,425 0,76 36732,4 0,0228 0,002407 0,02375 375,79
49 0,03782 0,69543 0,73325 0,71623 61,30 40,7 63 59,2 0,260 0,65 15251,8 0,0281 0,001638 0,14330 364,52
51 0,08850 0,81404 0,90254 0,86272 143,44 44,4 63 59,2 0,313 0,65 18371,1 0,0269 0,002273 0,32614 364,52
53 0,03286 0,96326 0,99611 0,98133 53,25 46,2 63 59,2 0,357 0,65 20896,9 0,0261 0,002854 0,15213 364,52
55 0,05934 1,06441 1,12375 1,09705 96,18 48,6 63 59,2 0,399 0,65 23361,0 0,0254 0,003476 0,33435 364,52
48 0,10096 0,54858 0,64954 0,60411 163,58 38,7 63 59,2 0,219 0,65 12864,2 0,0333 0,001381 0,23109 364,52
38 0,17372 0,3 0,47372 0,39554 281,55 33,9 63 59,2 0,144 0,65 8422,9 0,0327 0,000581 0,16348 364,52
15 0,02852 0,3 0,32852 0,31569 46,23 29,1 63 59,2 0,115 0,65 6722,4 0,0347 0,000393 0,01963 364,52
16 0,07895 0,36355 0,44250 0,40697 127,96 33,0 63 59,2 0,148 0,65 8666,3 0,0324 0,000610 0,09112 364,52
Capacidade
Sub-rede D Dcom Dint U Perda de
Q (l/s) Qj (l/s) Qm (l/s) Qe (l/s) L (m) Umáx Re f j resistente ao
primitiva p (mm) (mm) (mm) (m/s) carga
dado (mm2)
56 0,03689 0,34 0,37689 0,36029 59,79 30,8 63 59,2 0,131 0,65 7672,2 0,0335 0,000494 0,03290 364,52
58 0,05586 0,45352 0,50938 0,48424 90,53 34,9 63 59,2 0,176 0,65 10311,7 0,0310 0,000826 0,07475 364,52
59 0,15572 2,00934 2,16506 2,09499 252,38 63,9 75 70,6 0,535 0,70 37408,1 0,0228 0,004720 1,19399 502,90
40 0,06628 0,4 0,46628 0,43646 107,43 33,7 63 59,2 0,159 0,65 9294,1 0,0318 0,000689 0,08844 364,52
39 0,09955 2,63134 2,73089 2,68609 161,34 70,4 75 70,6 0,686 0,70 47962,9 0,0217 0,007365 1,18824 502,90
14 0,02742 0,6 0,62742 0,61508 44,44 38,1 63 59,2 0,223 0,65 13097,8 0,0292 0,001254 0,06974 364,52
7 0,05921 1,33321 1,39242 1,36577 95,96 53,2 63 59,2 0,496 0,65 29083,4 0,0242 0,005129 0,50962 364,52
17 0,01331 2,98897 3,00228 2,99629 21,58 73,2 90 87,3 0,501 0,76 43267,1 0,0220 0,003224 0,06958 375,79
10 0,01494 2,01984 2,03478 2,02806 24,22 62,3 63 59,2 0,737 0,65 43186,4 0,0222 0,010395 0,26235 364,52

6
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

11 0,05658 0,19452 0,25110 0,22564 91,70 26,0 63 59,2 0,082 0,65 4804,9 0,0381 0,000220 0,05392 364,52
8 0,01367 2,28588 2,29955 2,29340 22,15 65,5 75 70,6 0,586 0,70 40950,9 0,0224 0,005549 0,13290 502,90
13 0,00774 3 3,00774 3,00426 12,54 73,3 90 87,3 0,502 0,76 43382,2 0,0220 0,003240 0,05062 375,79
9 0,02033 2,32574 2,34607 2,33693 32,95 66,1 75 70,6 0,597 0,70 41728,1 0,0223 0,005738 0,22308 502,90
12 0,05273 3,55467 3,60741 3,58367 85,47 79,1 90 87,3 0,599 0,76 51749,1 0,0212 0,004443 0,38531 375,79
4 0,09835 5,95348 6,05183 6,00757 159,40 98,1 110 103,6 0,713 0,81 73101,8 0,0197 0,004929 0,78949 1073,13
5 0,06167 1,5 1,56167 1,53392 99,95 55,8 63 59,2 0,557 0,65 32664,0 0,0236 0,006308 0,67378 364,52
89 0,06672 7,61350 7,68022 7,65020 108,14 108,3 125 117,6 0,704 0,86 82007,6 0,0192 0,004134 0,44705 1409,26
3 0,02491 0 0,02491 0,01370 40,37 9,9 63 59,2 0,005 0,65 291,7 0,0990 0,000002 0,02644 364,52
2 0,19558 7,70513 7,90071 7,81270 316,98 109,6 125 117,6 0,719 0,86 83749,5 0,0191 0,004294 1,36106 1409,26
1 0,00000 7,90071 7,90071 7,90071 151,66 109,6 125 117,6 0,727 0,86 84693,0 0,0191 0,004382 0,69417 1409,26

7
Anexo IV
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Tabela IV. 1: Representação gráfica do processo de aglutinação da RHAA de S. Miguel


de Rodrigues

82
36

83

93
94 50

Formação da sub-rede 97 Formação da sub-rede 98

22 24 23
21
26
25

Formação da sub-rede 99 Formação da sub-rede 100

100
22
99

40 79
80

Formação da sub-rede 101 Formação da sub-rede 102

2
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

90 21
20
22 19
20

Formação da sub-rede 103 Formação da sub-rede 104


103
21
102
32
18
31

Formação da sub-rede 105 Formação da sub-rede 106

71
48 70 34
17
33

Formação da sub-rede 107 Formação da sub-rede 108

85
37 109
86 87
38

Formação da sub-rede 109 Formação da sub-rede 110

3
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

106
105
16

87
81
36

Formação da sub-rede 111 Formação da sub-rede 112

111
35
16
15
14
36

Formação da sub-rede 113 Formação da sub-rede 114

95
46 65

37
110
84

Formação da sub-rede 115 Formação da sub-rede 116

4
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

64 44
116

112
115
36

Formação da sub-rede 117 Formação da sub-rede 118


104
19

18

56 41
57

Formação da sub-rede 119 Formação da sub-rede 120

106 21

96 19
46
66

Formação da sub-rede 121 Formação da sub-rede 122

5
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

45 44
118 27

36
88

Formação da sub-rede 123 Formação da sub-rede 124

119 113
6
13 18
28

Formação da sub-rede 125 Formação da sub-rede 126

117
45

121

76
77 39

Formação da sub-rede 127 Formação da sub-rede 128

6
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

42

60
58

43
26

124

Formação da sub-rede 129 Formação da sub-rede 130

17

14 14 14 27

114

Formação da sub-rede 131 Formação da sub-rede 132

41
130
120

36 123

75

Formação da sub-rede 133 Formação da sub-rede 134

7
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

125
6
122

39 69
68

Formação da sub-rede 135 Formação da sub-rede 136

6
5 8 8 11

132

Formação da sub-rede 137 Formação da sub-rede 138

50
31
49

92
49
98

Formação da sub-rede 139 Formação da sub-rede 140

8
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

107
48

136

53
30
52

Formação da sub-rede 141 Formação da sub-rede 142

16 126

30 38 24

41

Formação da sub-rede 143 Formação da sub-rede 144

54 29
142

78
40
101

Formação da sub-rede 145 Formação da sub-rede 146

9
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

1614 114

73
127 34

Formação da sub-rede 147 Formação da sub-rede 148

144 24
40

129 27
46

Formação da sub-rede 149 Formação da sub-rede 150

138

10
11

147 133
35

Formação da sub-rede 151 Formação da sub-rede 152

10
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

9 137
5

28
48
134

Formação da sub-rede 153 Formação da sub-rede 154

135

8
151

140
32
72

Formação da sub-rede 155 Formação da sub-rede 156

148 13
150

152
39

146

Formação da sub-rede 157 Formação da sub-rede 158

11
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

3 2

89

91
51

139

Formação da sub-rede 159 Formação da sub-rede 160

137
7

10

145 30
51

Formação da sub-rede 161 Formação da sub-rede 162

28
153
55

149
89
160

Formação da sub-rede 163 Formação da sub-rede 164

12
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

12
155 6

33

75
158

Formação da sub-rede 165 Formação da sub-rede 166

166

10
143
161
31
156

Formação da sub-rede 167 Formação da sub-rede 168


63
62 43

128

46
67

Formação da sub-rede 169 Formação da sub-rede 170

13
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

169
23
141
163
47
157

Formação da sub-rede 171 Formação da sub-rede 172

159
3

162 5
11
7

Formação da sub-rede 173 Formação da sub-rede 174

47
42 25 167
33

165

Formação da sub-rede 175 Formação da sub-rede 176

14
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

168 4
4

175
89

164

Formação da sub-rede 177 Formação da sub-rede 178


1 21
170

44 171

Formação da sub-rede 179 Formação da sub-rede 180

174
173 39
12 23

172

Formação da sub-rede 181 Formação da sub-rede 182

177

59 42 61

4
37

15
Aplicação da teoria da vulnerabilidade estrutural às RHAA

Formação da sub-rede 183 Formação da sub-rede 184


180
2

181

176
178 32

Formação da sub-rede 185 Formação da sub-rede 186


43

179 184

183
182
9

Formação da sub-rede 187 Formação da sub-rede 188

185

188 189

25

185

Formação da sub-rede 189 Formação da sub-rede 190


87
0

191
190 23
187

Formação da sub-rede 191 Formação da rede de origem

16

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