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Ponta Grossa
2013
Sumário
ii
Força (2ª Lei de Newton para o Meio Contínuo) .................................................................. 34
Forças de Ação e Reação (3ª Lei de Newton para o Meio Contínuo) .................................... 35
2.8.2 - As Três Leis da Termodinâmica para o meio Contínuo ............................................. 35
2. 9 – Teoremas e Equações Diferenciais Básicas da Mecânica dos Meios Contínuos........... 36
2.9.1 - A Equação de Movimento Generalizada para o Mecânica do Contínuo ..................... 36
2.9.2 – O Divergente de uma Função Vetorial ...................................................................... 38
2.9.3 – A Equação Constitutiva de um Sistema .................................................................... 40
2. 10 – Tensão Superficial de Líquidos................................................................................. 42
2.10.1 - A Energia de Superfície e Angulo de Molhamento .................................................. 43
2.10.2 - A Tensão superficial devido ao Efeito da Capilaridade............................................ 46
2. 11 – Pressão de vapor das Substâncias............................................................................. 51
2. 12 – Unidades, Medidas, e Dimensões ............................................................................ 54
2.12.1 - Sistema de Medidas................................................................................................. 54
2.12.2 - Sistema de Unidades ............................................................................................... 54
2.12.3 - Lei da Homogeneidade Dimensional ....................................................................... 56
2. 13 - Exercícios e Problemas ............................................................................................. 57
2. 14 – Referências Bibliográficas ........................................................................................ 59
Capítulo – III ....................................................................................................................... 60
FLUIDOS E CLASSIFICAÇÃO DE FLUIDOS E SEUS COMPORTAMENTOS............... 60
3. 1 – Objetivos do Capítulo................................................................................................. 60
3. 2 – Introdução 61
Características Físicas do Estado Fluido............................................................................... 61
3. 3 – Questões Básicas em Mecânica dos Fluidos ............................................................... 62
3. 4 – A Descrição de um Fluido como um Meio Contínuo .................................................. 64
3. 5 – A Lei da Viscosidade de Newton................................................................................ 64
3. 6 – Condição de Não-Deslizamento.................................................................................. 66
3. 7 – Viscosidade de um Fluido .......................................................................................... 67
3. 8 – Aplicação de diferentes tipos de Fluidos..................................................................... 68
3. 9 – A Importância da Mecânica dos Fluidos nas Engenharias........................................... 69
3.9.1 - A Mecânica dos Fluidos na Engenharia de Materiais................................................. 69
3. 10 – O que você deve saber sobre Mecânica dos Fluidos.................................................. 70
I - Conceitos Fundamentais .................................................................................................. 70
II - Estática dos Fluidos ou Fluidostática .............................................................................. 70
III – Cinemática dos Fluidos ou Fluidocinemática................................................................ 70
III - Dinâmica dos Fluidos ou Fluidodinâmica (de Fluidos Ideais, Viscosos Incompressíveis e
Compressíveis) .................................................................................................................... 71
3. 11 – Resumo Geral de Mecânica dos Fluidos ................................................................... 72
3. 12 – Exercícios e Problemas............................................................................................. 78
3. 13 – Referências Bibliográficas ........................................................................................ 79
Capítulo – IV ....................................................................................................................... 80
CAMPOS ESCALARES, VETORIAIS E TENSORIAIS PARA FLUIDOS. ....................... 80
iii
4. 1 - Objetivos do Capítulo ................................................................................................. 80
4. 2 - Introdução 81
4. 3 - Quantidades Escalares, Vetoriais e Tensoriais e Campos............................................. 82
4.3.1 - Quantidades ou Grandezas Escalares......................................................................... 82
4.3.2 - Quantidades ou Grandezas Vetoriais ......................................................................... 82
4.3.3 - Quantidades ou Grandezas Tensoriais (de ordem 2, 3, etc.) ....................................... 84
4. 4 - Campo de Tensões – Forças de Campo, Corpo, Massa ou Volume e Forças de Contato
ou Superfície 86
4.4.1 – O Princípio de Pascal................................................................................................ 86
4.4.2 - Forças de Massa ou de Campo .................................................................................. 88
4.4.3 - Forças Superficiais ou de Contato ............................................................................. 89
4.4.4 – O Tensor das Tensões e a Tensão em um Ponto ........................................................ 92
4.4.5 – Tensões Principais .................................................................................................... 96
4.4.6 – O Tensor das Tensões de um Fluido em Repouso ou Pressão Hidrostática................ 98
4.4.7 – Diferença entre Tensão e Pressão Termodinâmica .................................................. 100
4.4.8 - A Densidade Volumétrica de Forças Superficiais .................................................... 103
4.4.9 – Tensor das Tensões Generalizado descrito como Fluxo de Momento ...................... 105
4. 5 – A Equação Básica da Fluidostática ........................................................................... 108
4. 6 - Exercícios e Problemas ............................................................................................. 109
4. 7 - Referências Bibliográficas ........................................................................................ 111
Capítulo – V ...................................................................................................................... 112
ESTÁTICA DE FLUIDOS OU FLUIDOESTÁTICA ........................................................ 112
5. 1 – Objetivos do Capítulo............................................................................................... 112
5. 2 - Introdução 113
5. 3 – Operadores Diferenciais do Campo Continuo ........................................................... 115
5.3.1- Gradiente de uma grandeza ou de um campo escalar ................................................ 115
5.3.2 – Derivada direcional e o significado físico do Vetor gradiente ................................. 118
5. 4 - Equações Básicas da Fluidoestática........................................................................... 120
5.4.1 - Equilíbrio de forças em um fluido estático - Teorema de Stevin-Pascal ................... 120
5.4.2 - Variação de Pressão para um Fluido em Repouso.................................................... 121
5. 5 – Variação da Pressão com a Elevação (Altitude) ........................................................ 123
5.5.1 - Para um fluido estático compressível...................................................................... 123
5.5.2 – Caso - 1. Gás perfeito isotérmico. ........................................................................... 124
5.5.3 - Caso – 2. A temperatura varia linearmente com a elevação...................................... 125
5. 6 - Manometria 127
5.6.1 - Atmosfera normal ................................................................................................... 127
5.6.2 - Atmosfera técnica (metros de coluna de água MCA) ............................................... 127
5.6.3 - Atmosfera local....................................................................................................... 128
5.6.4 - Pressão efetiva e pressão absoluta ........................................................................... 128
5.6.5 - Definições............................................................................................................... 129
5.6.6 - Classificação dos Manômetros ................................................................................ 130
5.6.7 – Tipos de manômetros ............................................................................................. 130
5. 7 – Forças Sobre Superfícies Planas Submersas.............................................................. 131
iv
5.7.1 – Centro de Massa ou Gravidade de uma Placa Plana ................................................ 131
5.7.2– A Força Resultante sobre a Placa no Centro de Pressão ........................................... 134
5.7.2– A Força Resultante sobre a Placa no Centro de Pressão ........................................... 135
5. 8 – Torque Sobre Superfícies Planas Submersas............................................................. 137
5.8.1 – O Momento de Inercia............................................................................................ 137
5. 9 – O Centro de Pressão ................................................................................................. 140
5.9.1– Cálculo da Coordenada y’ do Centro de Pressão ...................................................... 141
5.9.2– Cálculo da Coordenada x’ do Centro de Pressão ...................................................... 142
5. 10 – Forças sobre Superfícies Curvas Submersas............................................................ 146
5. 11 – Empuxo em Corpos Submersos .............................................................................. 147
5. 12 – Equilíbrio de Corpos Flutuantes.............................................................................. 149
5. 13 – Exercícios e Problemas........................................................................................... 150
5. 14 – Referências Bibliográficas ...................................................................................... 154
v
Lista de Figuras
vii
Figura - 5. 6. Manômetro líquidos a) com uma extremidade em contato com a atmosfera b)
com as duas extremidades em contato com a atmosfera...................................................... 130
Figura - 5. 7. Forças sobre um placa plana submersa a uma altura hc do Centro de Massa. . 134
Figura - 5. 8. Forças sobre um placa plana submersa a uma altura hc do Centro de Massa. . 135
Figura - 5. 9. Forças sobre um placa plana submersa a uma altura hc do Centro de Massa. . 140
Figura - 5. 10. Placa na horizontal, centro de pressão coincidente com o Centro de Massa do
corpo.................................................................................................................................. 143
Figura - 5. 11. Centro de pressão coincidente com o Centro de Massa do corpo. ................ 144
Figura - 5. 12. Placa retangular plana e o Centro de Massa do corpo. ................................. 144
Figura - 5. 13. Placa apoiada sobre a extremidade fixa x = 0 e y = l, na forma de barreira
articulada. .......................................................................................................................... 145
Figura - 5. 14. O centro geométrico e o momento de inércia de algumas figuras planas ...... 145
Figura - 5. 15. Forças de pressão sobre barreiras curvas submersas. ................................... 146
Figura - 5. 16. Corpo de geometria qualquer submerso é um fluido estático de densidade , .
.......................................................................................................................................... 147
Figura - 5. 17. a) Corpo de geometria qualquer submerso é um fluido estático de densidade ,
comparado ao volume deslocado desse fluido; b) Sustentação de corpos de diferentes
densidades imersos em um fluido....................................................................................... 148
Figura - 5. 18. .................................................................................................................... 149
Figura - 5. 19. .................................................................................................................... 151
Figura - 5. 20. .................................................................................................................... 152
Figura - 5. 21. .................................................................................................................... 152
Figura - 5. 22. .................................................................................................................... 153
viii
Lista de Tabelas
ix
PREFÁCIO DO AUTOR
Escrever um texto simples, claro para estudantes de graduação e que resulte em
um aprendizado consistente não é uma tarefa fácil. Isto por que nos cursos de graduação
encontra-se uma faixa de formação desses estudantes muito heterogênea e larga, a qual se
iniciou no ensino fundamental básico ou médio. Os alunos geralmente vieram de diferentes
escolas, absorveram diferentes volumes de informação e tiveram diferentes níveis de
formação em Física e Matemática. Portanto, é preciso suprir alguns dos pré-requisitos que
lhes faltam, de forma a nivelar todos com a finalidade de fornecer-lhes um aprendizado
homogêneo em um curso de Mecânica dos Fluidos, por exemplo.
Normalmente os professores dessas disciplinas detectam dificuldades dos seus
alunos na área de Cálculo Diferencial e Integral. Então, um curso de Mecânica dos Fluidos só
deveria ser ministrado após um curso de Calculo Diferencial e Integral do nível I, II ou III.
Por outro lado, pode-se optar em suprir essas necessidades paralelamente ao curso de
Mecânica dos Fluidos, à medida que houver necessidade. Essa é uma das filosofias dos cursos
de graduação da Universidade de Berkeley. Ao contrário das Escolas Francesas que só
ministram cursos específicos, após um preparo gradual básico do aluno. As escolas
Soviéticas, por outro lado, possuem desde o seu nível mais básico uma forte formação em
matemática.
Para as necessidades dos cursos de graduação no Brasil, é preciso ser versátil na
forma de ensinar, a fim de se envolver no aprendizado de uma disciplina o maior número
possível de alunos com diferentes níveis de formação detectados. Nas Escolas de Engenharias
o curso de Resistência dos Materiais e de Mecânica dos Fluidos são os bichos papões, que
reprovam um grande número de alunos. Acontece que, dependendo dos objetivos do curso de
graduação, no qual esses cursos estão inseridos, eles não devem ser ministrados em paralelo.
É preferível ministrar, em primeiro lugar, a Mecânica dos Sólidos, como uma extensão natural
da Física Elementar de Newton para os sólidos e, depois ministrar um curso de Resistência
dos Materiais ou Mecânica dos Fluidos e depois Reologia.
O curso de Mecânica dos Sólidos fornece um material básico muito importante
para os consecutivos cursos de Resistência dos Materiais e de Mecânica dos Fluidos e
Reologia. Como a nossa preocupação na proposta desse livro é com a Mecânica dos Fluidos e
um pouco de Reologia dos Materiais Fluídicos:
1) Nós seguiremos o raciocínio de fornecer um texto que procede de um curso
básico de Mecânica dos Sólidos. Ou seja, todo o equacionamento feito no primeiro será
x
utilizado no segundo de forma análoga, utilizando a extensão das grandezas análogas paras as
respectivas, na forma de taxas. Por exemplo, a deformação nos sólidos será transformada em
taxa de deformação no fluido apenas fazendo-se uma derivada temporal da primeira para se
obter a segunda. Um outro exemplo: As Leis de Hooke para os Sólidos serão transformadas
nas Leis de Newton para os Fluidos. Assim se estenderá as analogias contidas entre essas
disciplinas até o limite máximo de uma possível extensão matemática natural, seguindo-se a
regra de derivação temporal ou outra qualquer dessas grandezas.
Outro problema que se encontra no ensino de uma disciplina nova na graduação é
o uso vocabulário técnico. No início os termos técnicos do curso em questão formam uma
barreira para o aprendizado imediato. Até o estudante incorporar os termos na “corrente
sanguínea” leva algum tempo.
2) Para suprir a necessidade de um vocabulário técnico no assunto, é sugerido um
Glossário, no final do Livro. Dentro do corpo do texto, cada palavra nova ou um termo
técnico estará em itálico para uma posterior referência no Glossário.
3) Também a exposição de um conceito será feita de forma sublinhada. E se sua
importância em um parágrafo deve ser ressaltada, esta será feita em negrito.
4) Utilizaremos também quaisquer outros recursos gráficos se fizerem necessários
como setas e caixas de texto para chamar a atenção do aluno para o texto.
5) Uma filosofia que adotaremos nesse curso é não fazer mistério sobre os
objetivos de cada capítulo. Isto para que o estudante saiba qual é o aprendizado mínimo
necessário para o capitulo seguinte. “Para isso utilizaremos a filosofia de: contar que o
“assassino é o mordomo”, logo, “no início do filme”. Portanto, o aluno não precisará ir até o
final do capítulo simplesmente para saber o que ele precisa entender para o capítulo seguinte.
É claro que em um capítulo se insere outros assuntos pertinentes em tópicos opcionais, mas
que não são totalmente necessários para o capitulo seguinte um curso básico. Ele será livre
para estudar em cada capitulo apenas o que precisa saber.
6) Apresentaremos sempre uma lista dos conceitos mínimos necessários em cada
capitulo.
7) Outra filosofia que adotaremos nesse curso é expor os conceitos físicos e
matemáticos em um nível ascendente de dificuldades. Procurando sempre que possível fazer
uma rampa suave ou uma escada de raciocínio e conceitos, sem se de utilizar pulos e saltos
bruscos entre níveis de dificuldades de raciocínio.
8) Durante o ensino seqüencial do curso, a cada capítulo, a exposição
naturalmente conseqüente de cada tópico será feita, a medida que os conceitos anteriores
xi
estiverem sidos estabelecidos, de forma a não apresentar um conceito sem que seus devidos
pré-requisitos tenham sido expostos anteriormente.
Assim como na Termodinâmica a Mecânica dos Fluidos possuem conceitos que
diferem em si mesmo, no seu grau de conhecimento físico em matemático. Por exemplo,
alguns conceitos são matematicamente simples na sua formulação, mas conceitualmente
profundos. Alguns outros conceitos, ao contrário, são matematicamente complicados na sua
fórmula, mas a sua idéia básica é simples. Neste caso a escala ascendente de raciocínio poderá
ser mudada no livro e poderá ser escolhida para o ensino de forma livre, dependo da filosofia
do professor da disciplina.
9) Consideraremos que um conceito matemático só estará bem posto se, a partir
dele puder ser inferido uma equação que possa ser utilizada no cálculo de grandezas
importantes. Toda definição ou conceito deve levar a uma fórmula ou equação, se não, não é
válida.
s
v .
t
e
xii
v
a .
t
s s0 v t t0 .
v v0 a t t0 .
Veja que toda equação permite a criação de uma tabela e um gráfico de pontos
correspondente.
xiii
Tabela - I. Quadro horário do movimento de um corpo
13) Outra sinalização que será feita é a respeito do sentido da igualdade, que será
da esquerda para direta. Do lado esquerdo sempre será a variável dependente e do lado direito
sempre que possível a variável independente. O mesmo será distinguido no uso dos eixos de
coordenadas onde na vertical (ou ordenada) se colocará a variável dependente e na horizontal
(ou abcissa) a variável independente.
A notação de uma função de várias variáveis como um função G da seguinte
forma:
G G x, y , z , t .
significa dizer que para se obter o valor da função G deve-se o valor das substituir as
variáveis, x, y, z e t na equação da função G .
14) Questões conceituais para que o aluno possa medir seu aprendizado é inserido
antes dos exercícios de calculo matemático.
15) Uma outra filosofia a ser adotada é a inserção de um tópico intermediário
entre a teoria e os exercícios que será chamada onde algoritmo. Nesse tópico o estudante
poderá aprender a elaborar algoritmo gerias de soluções antes de ir diretamente para os
exercícios de cálculo matemático.
Tabela - II. Metodologia de Estudo e Trabalho em Grupo
xiv
16) Uma metodologia que pode ser adotada para um estudo e trabalho em grupo
pode ser resumida na Tabela - II. Nesta tabela apresenta-se uma forma de como um estudo
em grupo pode ser realizado tendo como ponto de partida um tema específico, o qual deve ser
amadurecido pela realização das etapas sugeridas no quadro da Tabela - II. Neste quadro
subdividido a aprendizagem em etapas de, Síncrese, Análise, Síntese, Apresentação, Fixação
e Verificação do aprendizado.
O estudantes seguindo estas etapas poderão obter êxito no seu aprendizado em
grupo, ou na realização de algum trabalho de pesquisa que também visa o aprendizado de um
determinado tema.
Lucas Máximo Alves, 19 de Janeiro de 2009
xv
Capítulo – I
INTRODUÇÃO GERAL
1. 1 – Apresentação do Curso
Este curso de Mecânica dos Fluidos foi organizado para se conhecer as principais
leis físicas e relações matemáticas relacionada à Mecânica dos Fluidos. Toda lei enunciada se
traduz em expressões matemáticas que geram equações para uso em cálculos quantitativos de
fenômemos relacionado aos Fluidos. Após a aplicação das definições e equações básicas de
uso comum em Mecânica dos Fluidos propõem-se outras aplicações relacionadas a problemas
de Ciência e Engenharia dos Materiais. Ao contrário de outros cursos de Mecânica dos
Fluidos que são direcionados para Engenharia Aeronáutica, Naval ou mesmo Engenharia
Civil, este curso propõem estudos ligados a Ciência e Engenharia dos Materiais. Toda a
abordagem feita aqui tem seu precedente na Mecânica dos Sólidos da qual as equações da
Mecânica dos Fluidos são associadas. Por exemplo, as quantidades da Mecânica dos Sólidos
são transformadas em taxas dessas mesmas quantidades para obtenção de equações análogas
em Mecânica dos Fluidos. Essa associação no pareceu mais interessante para um curso deste
tipo ligado a Ciência e Engenharia dos Materiais visto que a Mecânica dos Sólidos é uma
disciplina anterior ou paralela a esta no currículo de graduação.
1. 2 – Objetivos do Capítulo
1
1. 3 - Metodologia de Estudo-Aprendizado
2
1. 4 - A Importância das Anotações
OBSERVAÇÕES:
3
3 – Aprender praticando, ou seja, adquirir os fundamentos básicos através da
prática dos exercícios.
4 – Evitar a tentação do “ler-e-solver”
4
1. 5 - Objetivo Final do Curso
1. 6 – Pré-requisitos
Matemática:
Física:
5
1. 7 - Visão Geral do Curso
6
Figura - 1. 5. Leis fenomenológicas de fluxos proporcionais aos gradientes de suas respectivas
grandezas.
7
Figura - 1. 6. Visão geral da Mecânica dos Fluidos e sua relação com outras áreas da ciência física.
8
Figura - 1. 7. Visão geral das Ciências Exatas e sua relação com as Leis da Natureza e com a
Matemática.
Figura - 1. 8. Visão geral da Mecânica dos Fluidos e sua relação com outras áreas da ciência física,
que podem incluir efeitos clássicos e relativísticos.
9
Propriedades Elásticas dos Materiais, Dislocações, Comportamento Dinâmico de Ondas, etc.,
e suas equações estendem-se desde a equação da continuidade, equação de Euler, equações da
Hidrostática (Pascal e Stevin), da Hidrodinâmica (Bernoulli, Navier-Stokes) até Equações
Diferenciais Não-Lineares, que envolve turbulência e a propagação de sólitons. Por último, na
resolução dos problemas é preciso lembrar que todo valor de uma medida estará associado a
uma certa imprecisão experimental, por esta razão será adotado o uso de até três algarismos
significativos.
10
- Existem muitos filmes instrutivos para o esclarecimento dos conceitos básicos
listados no Apêndice C do livro texto do Fox & Mc Donald e também em homepage de
Universidades e Instituições com cursos de Mecânica dos Fluidos na Internet.
1. 9 - Divisões do Livro
11
7 – Substitua os valores numéricos (usando um sistema coerente(1) de unidades de
medida) para obter as respostas numéricas. Os algarismos significativos das respostas devem
ser compatíveis com os valores fornecidos (normalmente até 3 casas decimais após a virgula).
8 – Verifique as respostas e reveja as hipóteses feitas na resolução a fim de
certificar-se de que são procedentes, ou seja, que não há absurdos.
9 – Destaques as respostas e verifique se estas possuem grau de realidade, se não,
identifique os absurdos e refaça os cálculos.
10 – Relacione o que você aprendeu, isto é, o seu problema e as suas respostas
com o seu dia a dia ou com a sua realidade.
1
Todas as grandezas no mesmo sistema de unidades
12
1. 11 – Exercícios e Problemas
1. Sob determinadas condições, quais destes materiais são fluidos? alcatrão, gelatina,
massa de vidraceiro, argila pra moldes, cera, areia, pasta de dente, creme de barbear?
2. Qual é a importância da Mecânica dos Fluidos na Engenharia de Materiais
3. Cite três aplicações de fluidos na Engenharia de Materiais
Solução
1. a) A gelatina é fluido apenas quando aquecida, pois possui uma viscosidade que
depende da temperatura e na temperatura ambiente ela se comporta como um sólido elástico.
b) A argila para molde é um material cuja viscosidade que depende da quantidade
de água quando é pouca é solído e quando é muita é fluido.
c) A cera possui viscosidade que também depende da temperatura.
Portanto, em todos os casos para um material ser considerado fluido ele precisa se
deformar continuamente.
13
1. 12 – Referências Bibliográficas
14
Capítulo – II
CONCEITOS FUNDAMENTAIS
RESUMO
Neste capítulo serão vistas as noções fundamentais e os conceitos básicos
relacionados a mecânica newtoniana a termodinâmica, tensão superficial, e pressão de vapor,
aos fluidos, ou seja: o que é um fluido, qual é a sua importância na engenharia e na física, o
que significa a hipótese do contínuo e quais são as unidades físicas importantes utilizadas.
Como se estuda fenomenologicamente a consistência de um corpo por meio das equações da
mecânica e saber quais são as unidades físicas importantes utilizadas na Mecânica dos
Fluidos. Todos os conceitos estudados neste capítulo serão úteis nos capítulos subseqüentes e
ao longo de todo o curso. Portanto, é imprescindível memorizar tais conceitos para a
resolução dos problemas que se seguirão.
PACS números:
2. 1 – Objetivos do Capítulo
15
ii) Entender o comportamento mecânico dos sólidos para poder estender o comportamento
para fluidos.
iii) Listar as cinco leis básicas que governam o movimento dos fluidos.
iv) Citar os três sistemas básicos de medidas.
v) Entender e saber transformar dimensões e unidades, homogeneidade dimensional, peso.
vi) Saber utilizar as dimensões, unidades e as homogeneidade dimensional.
vii) Dar as unidades das grandezas físicas no S.I., no Sistema Gravitacional Inglês e no
Sistema Inglês de unidades usadas na Engenharia.
viii) Resolver os problemas do final do capítulo relativos a matéria estudada.
2. 2 – Introdução
16
2. 3 – Introdução a Teoria Mecânica do Contínuo
17
2. 4 – O Desenvolvimento da Mecânica dos Meios Contínuos
18
Giesekus (1962) e no domínio dos modelos integrais, Green e Rivlin(1957) e mais
recentemente Tanner (2001).
Os modelos matemáticos existentes, descrevem de forma correta o fluxo de boa
parte dos fluidos. No entanto, quando as deformações impostas são muito elevadas essa
condição não se verifica, pois além do problema da não-linearidade condição intrínseca de
problemas envolvendo fluidos não-newtonianos, observa-se que há alguns modelos reológicos
que devem também contemplar o comportamento microestrutural dos fluidos. Neste sentido,
existe na atualidade modelos baseados na Teoria de Redes, onde Green e Toblosky (1946) são
pioneiros; Teoria da Reptação, proposta inicialmente por Edwards (1967) e modelos baseados
na Teoria Molecular, onde dentre outros merece destaque o trabalho desenvolvido por Bird et.
al (1987), uma vez que o referido trabalho sucedeu diversos outros, Doraiswamy, D.(2002)
As matérias estudadas pela Reologia, ou seja, escoamento e deformação da
matéria, ocorrem num espaço tridimensional, implicam que as equações associadas a essa
ciência devem ser escritas na forma tensorial. Para tanto, no próximo tópico abordaremos
alguns tópicos básicos do Cálculo Tensorial úteis para a melhor compreensão dos conceitos
reológicos que se sucederam nos próximos tópicos desse trabalho.
19
2. 5 – A Hipótese do Contínuo
Figura - 2. 1. Medida da massa de um material por unidade de volume de um corpo desde o limite
discreto até o limite continuo.
A hipótese do contínuo postula que os materiais, sólidos e fluidos (que podem ser
líquidos ou gases), são distribuídos continuamente pela região de interesse do espaço, isto é,
tanto um quanto o outro, no caso sólido ou fluido, por exemplo, são tratados como um meio
contínuo sem recorrer a uma descrição atomística discreta.
Consideremos um material sólido formado por átomos como um metal, por
exemplo. O espaço percorrido por um elétron entre duas colisões consecutivas com o núcleo
dos átomos é chamado de caminho livre médio, l, (Figura - 2. 2).
Figura - 2. 2. Caminho livre médio, l, entre duas colisões consecutivas de um elétron com os
núcleos de um sólido atômico.
20
Consideremos o caso onde o caminho livre médio, l, é da mesma ordem de
grandeza do volume de controle, L , isto é, L l . Neste caso, os fenômenos físicos
existentes não fazem parte do âmbito da Mecânica do Contínuo (2) e sim da Mecânica
Estatística.
Contudo, se o caminho livre médio(3), l, entre duas colisões consecutivas for
muito menor do que a extensão física do volume de controle considerado, L, ou seja, quando
L l , a ciência capaz de tratar os fenômenos envolvidos neste volume de observação é a
Mecânica do Contínuo. Por exemplo, para os gases, o caminho livre médio é
aproximadamente 10-7mm. Logo, qualquer volume de controle da ordem de milímetros está
dentro do intervalo de conceituação dada pela Mecânica do Contínuo.
A propriedade a ser usada para determinar se a idéia de contínuo é apropriada, ou
não, é a massa específica, ou a densidade, , definida por:
m
lim (2. 1)
V 0 V
2
Teoria do Calor, Mecânica dos Sólidos ou Fluidos
3
alguns livros trazem os termos “livre caminho médio”, “caminho médio livre de colisões”, que são todo
equivalentes
21
V (veja a Figura - 2. 1 e a Figura - 2. 3). Na prática, existe um volume pequeno abaixo
do qual a idéia de contínuo falha, como pode-se ver na Figura - 2. 3, pois abaixo desse
volume, , tem-se um valor no qual as distâncias lineares são da ordem do livre caminho
percorrido pelas moléculas. Sendo assim, a hipótese do contínuo é válida quando tem-se,
L l , ou seja, a distância linear L é maior que o livre caminho médio l como já foi
22
2. 6 – A Transformação da Mecânica Discreta para a Mecânica do
Contínuo Clássica
m dm mdV
p dp pdV
F dF FdV . (2. 2)
:
G dG GdV
dm
m m (massa )
dV
dp
p p J m
(momento linear )
dV
dF (2. 3)
F F f ( força )
dV .
:
dG
G G (outras quantidades )
dV
23
anteriores em que a densidade de forças é dada pela variação temporal da densidade dos
momentos lineares.
A escala necessária para que essa transição seja válida é mostrada
esquematicamente na Figura - 2. 5.
23
Figura - 2. 5. Relação entre tamanho de um corpo continuo com 10 átomos e uma partícula do
15 8
continuo no interior do corpo com 10 átomos resultando em uma escala de 1:10 do corpo.
dm
m : densidade de massa (2. 4)
dV
24
2. 7 – As Quantidades ou Grandezas Generalizadas
m : densidade de massa
J m : densidade de momento
(2. 5)
f : densidade de força
ρG : outras densidades
G
G lim . (2. 6)
V 0 V
25
sistema cartesiano, podendo ser utilizado o sistema de coordenadas curvilineo que se fizer
necessário e adequado à descrições que se seguirem.
Onde G m, p, F ,U , etc . Logo podemos escrever:
dG dG dm
G (2. 7)
dV dm dV
Observe que de forma geral a densidade generalizada depende da densidade de massa do meio
e da relação da grandeza G com a massa do elemento de infinitesimal de volume que a
contém. Desta forma ficamos com:
dG
G (2. 8)
dm
Esta definição será válida de uma forma geral, onde M é a densidade de massa ou a massa
especifica.
Essa grandeza G possui uma natureza geral que podem ser grandezas escalares ,
vetoriais ou tensoriais, tais como: número de partículas, N , massa, m , carga elétrica, q,
momento linear, p , energia, U , calor, Q , etc. O uso de densidades generalizadas ficará claro
dQ
Q (2. 9)
dV
então
dQ dm
Q (2. 10)
dm dV
sendo dm dV e
temos:
26
dQ
c T (2. 12)
dm
Logo
Q c T (2. 13)
dm
,
dV
dP
P ,
dV
dQ
Q ,
dV
U dU ,
dV
dS
G U , (2. 14)
dV
du ,
u dV
dv ,
v dV
dF
F ,
dV
...etc.
27
2.7.2 – As Taxas Generalizadas
A taxa é qualquer grandeza ou quantidade que muda com o tempo. Esta definição
nos levará ao que chamaremos de derivada material. Essa derivada temporal de uma grandeza
G define uma grandeza chamada de derivada material no contínuo a qual é descrita como:
dG dr G
G (2. 16)
dr dt t
Sendo v dr / dt podemos escrever:
v.G G
G (2. 17)
t
como a velocidade é v dr / dt temos:
dA
G G r Av . (2. 21)
dt
28
2.7.3 - O Fluxo Generalizado JG , através de uma Superfície
dG d dG
JG0 . (2. 22)
dA0 dA0 dt
Esta grandeza, G , é de natureza geral e pode ser um escalar (massa m , carga elétrica q ,
calor Q , energia U entropia S , etc ) ou um vetor (momento p , velocidade v , etc.) ou um
tensor (tensão , Polarização P , etc.).
Vamos a partir de agora definir o fluxo generalizado, J G , das grandezas
massa), Jp (fluxo de momento = pressão + tensão tangencial), etc, dados respectivamente
d dG
JG (2. 24)
dA dt
ou
29
dG
JG (2. 25)
dA
d dG
JG .v (2. 27)
dA dr
então
dG dv dG
JG v
dV dA dr
logo
d dG
JG JG GvG GG . (2. 30)
dA dt
Observe que para cada densidade, X generalizada existe um fluxo generalizado, J X , onde
G m, p, F ,U , etc . são as grandezas em questão que pode ser massa, energia, momento
linear, carga elétrica, etc.
Até agora as deduções feitas não envolveram nenhum tipo de material. Para
descrever o comportamento particular de um tipo de material é preciso utilizar um tipo de
equação característica chamada de equação de consistência ou constitutiva. Vamos
exemplificar o uso de uma equação constitutiva para o problema do calor e da elasticidade.
30
G F G F fS J p . (2. 31)
Portanto, a partir da equação da derivada material dada em (2. 17) a equação (2.
24) fica:
d G
JG (v .G ) (2. 32)
dA t
d d G
(v .G) v .G (2. 33)
dA
dA G
Logo
d G G
JG v .G (2. 34)
dA G t
Ou
d G G dv
JG G .v . d G
(2. 35)
dA G G dA dA t
G
Ou
d G
JG G d G .v G dv . d G
G (2. 36)
dA G dA dA t
G
dA G G
d G G dv G d G d G
JG
v .G .G v (2. 37)
dA G
G dA G dA dA t
Ou
d G d G G dv d G
JG .v .G (2. 38)
dA G dr
G dA dA t
Ou
d dG G dv d G
JG .v .G (2. 39)
dA dr
G dA dA t
31
Ou
dG G dv d G
JG .v .G (2. 40)
dV G dA dA t
Ou
G dv d G
JG Gv .G (2. 41)
G dA dA t
dv G
kG (2. 42)
dA G
Ficamos com:
d G
JG Gv k GG (2. 43)
dA t
Para uma grandeza G que não varia explicitamente no tempo, temos que G / t 0 ,
ficamos finalmente com:
JG Gv kG G . (2. 44)
+ tensão tangencial), etc, dados respectivamente pelas lei de Fourier, Ohm, Fick, Newton, etc.
Onde em cada caso temos kG kT (condutividade térmica), (condutividade elétrica), -
D (coeficiente de difusão), (coeficiente de viscosidade), etc.
32
2. 8 – As Equações Básicas da Mecânica dos Meios Contínuos
A origem das duas primeiras leis de Newton da Mecânica se deu a partir do estudo
movimento dos corpos celestes e do estudo do movimento dos corpos em geral. Em particular
a lei da inércia (a 1ª lei de Newton) estabelece um estado no qual um corpo pode se encontrar
indefinidamente que pode ser de repouso ou de Movimento Uniforme. A medida da inércia
nesses estados é medida pela massa inercial. Tal estado so poderá ser alterado se agir sobre
esse corpo uma força. Esa força é quantificada em termos da aceleração pela segunda lei de
Newton . A terceira lei se teve sua origem no estudo das colisões ou choques de objetos ou
partículas.
A lei zero da mecânica é a conservação da massa, que no caso da mecânica de
Newton não recebe nenhuma elaboração matemática até ser considerada a deformação dos
corpos na mecânica do contínuo. A primeira lei resumida na equação da quantidade de
movimento se transformará em um Fluxo de Massa que coresponderá a uma densidade
volumétrica de momento linear. A segunda lei de Newton se transformará na famosa equação
de Navier-Stokes e a terceira lei se transformará em uma relação de reciprocidade de
densidade de forças.
33
dm
m m . (2. 45)
dV
Logo, se as funções forem contínuas e diferenciáveis poderemos trocar a ordem das derivadas
e obter:
E
dF dp
fR . (2. 48)
dV dV
Logo
34
d(m vm )
fR . (2. 50)
dt
ou
f ação f reação . (2. 52)
35
A primeira lei da Termodinâmica se transformará em uma equação de densidade
de energia. A segunda lei se transformará em uma equação de densidade de entropia e a
terceira lei seguirá também a transformação das quantidades em sua respectiva densidade
volumétrica.
dp
FR Fc Fs (2. 53)
dt
Na Mecânica do Contínuo precisamos observar o Princípio de Pascal onde diz que as que as
forças de volume e superfícies se comunicam através do meio contínuo. Logo, de forma mais
sintética podemos escrever:
d dp
fc f s (2. 55)
dV dt
como as derivadas no volume e no tempo são contínuas, podemos pela regra de Schwartz
trocar os suas ordem de operação obtendo:
36
d dp
fc f s (2. 56)
dt dV
onde
dm dv
Jm vm m m (2. 59)
dV dV
considerando que a velocidade média vm dentro de um elemento infinitesimal de volume é
dvm
uniforme, isto é, 0 para o volume infinitesimal considerado, podemos escrever:
dV
J m m vm (2. 60)
37
Uma das generalizações das Leis de Newton para o contínuo pode ser feita de
forma mais rigorosa usando-se o teorema do Transporte de Reynolds, o qual será descrito no
Capitulo - VI.
onde
Fs σdA . (2. 64)
d
.σ σdA . (2. 66)
dV
Vemos a partir de (2. 47) que a equação (2. 63) pode ser escrita em termos de um fluxo de
momento, ou seja;
d dp
σ . (2. 68)
dA dt
Logo sendo a tensão ideêntica a um fluxo de momento, ou seja, J p σ , temos de (2. 67) que:
f s Fs .J p . (2. 69)
38
d
.J p m vm . (2. 70)
dt
d
fC .J G G vG . (2. 72)
dt
Esta equação de movimento para um meio contínuo possui ampla aplicação nos
campos clássicos. Ela é uma somatório de densidade de forças que atuam em um meio
continuo cujo resultado é um tipo de “escoamento” do meio ou através do meio representado
pelo termo do lado direito.
39
2.9.3 – A Equação Constitutiva de um Sistema
Gibbs descobriu que todo fluxo pode ser expresso em temos do gradiente de uma
densidade generalizada, da seguinte forma:
J G k G . (2. 73)
Massa :
d dM k . (2. 74)
JM P ( Lei de Darcy )
dA dt
Concentração :
d dM . (2. 75)
JC k DC ( Lei de Fick )
dA dt
Calor :
d dQ . (2. 76)
JQ Q ( Lei de Fourier )
dA dt
Momento Linear
d dp . (2. 77)
J p v .v ( Lei de Newton)
dA dt
Carga Elétrica :
d dq . (2. 78)
J q ( Lei de Ohm)
dA dt
40
Campo Elétrico
d dE . (2. 79)
JE kE E ( Lei da Polarização Elétrica )
dA dt
Campo Magnético
d dB . (2. 80)
JX kBB ( Lei da Polarização Magnética )
dA dt
Para todas estas equações haverá o mesmo conjunto de leis válidas. Esta foi um
generalização descoberta por Gibbs.
Portanto, se substituirmos (2. 73) em (2. 72), obtemos uma equação de campo
para a dinâmica da quantidade G , dada por:
d
fC . k G G vG . (2. 81)
dt
No caso da tensão se tivermos ela sendo dada pelo gradiente de uma outra
grandeza como a deformação por exemplo, como a Lei de Hooke, a fenomenologia a ser
descrita será a Mecânica dos Sólidos.
41
2. 10 – Tensão Superficial de Líquidos
42
2.10.1 - A Energia de Superfície e Angulo de Molhamento
A tensão superficial está presente nas interfaces entre dois fluidos (gás-líquido ou
líquido-líquido) ou entre um fluido e um sólido (sólido-gás ou sólido-líquido). Em cada tipo
de interface existe uma energia de interface sólido-gás SG , sólido-líquido SL e líquido-
gás LG [ ].
Quando uma pequena gota de substância está adsorvida sobre uma superfície
acontece um fenômeno chamado de ângulo de molhamento. Esse Ângulo depende das
energias de superfícies das fases envolvidas, no caso, são três, fase sólida (a superfície), fase
líquida (a gota) e fase vapor (o ambiente ao redor da gota). Portanto, para fins de cálculo do
ângulo de molhamento define-se três energia de superfícies, da seguinte forma:
dESL
SL (2. 82)
dASL
dESV
SV (2. 83)
dASV
dEL|V
LV (2. 84)
dALV
43
vidro. O resultado depende das forças intermoleculares que se estabelecem entre as fases.
Assim, devido a essas fortes forças de adesão, a água tende a espalhar-se ou a molhar essas
superfícies. O mercúrio segmenta-se em pequenas esferas, com zonas de contato com as
superfícies muito restritas. Diz-se que o mercúro não molha esses materiais. Este
comportamento deve-se ao fato dos átomos de mercúrio preferirem interagir entre si com
fortes forças de coesão, em detrimento da adesão com as superfícies. A forte coesão no
mercúrio é devida à ligação metálica entre seus átomos. [ ].
Ao espalhar-se no vidro, por exemplo, a àgua vai substituir as interações prévias
entre o sólido e a fase gasosa, minimizando a energia total do conjunto. Esta energia é ditada
pelas energias das três interfaces presentes, traduzidas pelas tensões superficiais SL , SG , LG ,
conforme mostra a Figura - 2. 9
S SG SL LV 0 (2. 85)
44
Figura - 2. 10. Diversos ângulos de contato ou molhamento de líquidos com superfícies sólidas,
para liquido: (a) perfeitamente molhante; (b) predominantemente molhante; (c) predominantemente não-
molhante; (d) perfeitamente não molhante.
A relação entre essas energias de superfície pode ser obtida por meio de uma
relação geométrica do tipo:
logo
45
Analogamente a definição do ângulo de molhamento entre a gota de um fluido e a
superfície sobre a qual ele está depositado, pode-se deduzir como esse fluido irá se comportar
se ele ascender por um tubo capilar, conforme
Se introduzirmos um tubo muito fino na água, esta violando o princípio dos vasos
comunicantes, sobe rapidamente até um nível muito superior ao do recipiente base conforme
mostra a Figura - 2. 13
Figura - 2. 13. Ascensão capilar em um tubo cilíndrico vertical com diferentes Ângulos de
molhamento.
46
A ascensão só é possível se a superfície do vidro for molhada. Assim, o mercúrio
não sobe num capilar, mas sim desce. O mercúrio não se adere ao vidro e tende a reduzir a
superfície oposta até o limite que é permitido pela gravidade. Ver Figura - 2. 13 e Figura - 2.
14 [ , , ]
A Figura - 2. 14 descreve a situação da superfície de água e mercúrio em contato
com uma superfície vertical de vidro. Os átomos de mercúrio têm maior coesão entre eles em
relação ao vidro (adesão), ao passo que entre a água e o vidro a situação é oposta.
Figura - 2. 14. Visualização dos diferentes ângulos de contato no menisco de um tubo capilar
cilíndrico.
47
A tensão superficial, , é a força sobre a superfície líquida, por unidade de
comprimento, atuando perpendicularmente a uma linha desenhada sobre a superfície líquida e
é dada em N m [ ].
Considerando o caso geral de um pequeno elemento de uma superfície dA dxdy
Figura - 2. 15.
A relação entre a diferença de pressão e a tensão pode ser derivada a partir deste
equilíbrio tomando-se:
F 0 (2. 88)
dx dy
sen e sen (2. 90)
2 R1 2 R2
1 1
P P0 (2. 91)
R1 R2
48
A partir desta equação a pressão (usada pela tensão superficial) em gotas esféricas
podem ser estimada para R1 R2 R , obtendo-se:
2
P P0 (2. 92)
R
Para um tubo capilar cilíndrico (supondo a superfície líquida como sendo uma
secção de uma esfera), temos:
P P0 gh (2. 93)
sendo
r
cos (2. 94)
R
2 cos
h (2. 95)
gr
Este resultado é limitado a tubos muito pequenos. O ângulo é conhecido como ângulo de
contato e ele resulta do fenômeno da tensão superficial de natureza complexa. Ele depende da
coesão do líquido e da afinidade com as paredes.
Por outro lado, podemos considerar um tubo capilar cilíndrico contendo um
líquido, cuja coluna desse líquido ascendeu pelas paredes do cilindro por causa da sua tensão
superficial, conforme mostra a Figura - 2. 13 e a Figura - 2. 14.
O equilíbrio entre as forças de pressão e a tensão de superfície devido a tensão
superficial é dada por:
F F 0 (2. 96)
onde
F 2 R (2. 98)
49
Logo, para um cilindro de área de secção transversal A R 2 , temos:
P R 2 2 R (2. 99)
Figura - 2. 16. Geometria de um menisco com ascensão capilar devido a tensão superficial na
superfície do fluido.
2
P (2. 100)
R
50
2. 11 – Pressão de vapor das Substâncias
Pa PV
Ca
1 2
v
(2. 103)
2
51
pressão externa do ambiente (1,0 atm). Com o aumento da temperatura do líquido, ocorre o
aumento da quantidade de moléculas que se vaporizam. Quando a temperatura atinge a
temperatura de ebulição (100oC, nessas condições de pressão) a quantidade de moléculas que
se evaporam e condensam atinge o equilíbrio e então a pressão de vapor fica igual a pressão
externa. Isso também se aplica a recipientes abertos e pode ser melhor visualizado através da
Figura - 2. 18.
52
Figura - 2. 19. Pressão de vapor maior ou igual a pressão atmosférica.
Figura - 2. 20. Gráfico de Temperatura em função do tempo para a água a uma pressão de 1,0 atm.
53
2. 12 – Unidades, Medidas, e Dimensões
54
MLtT
FLtT
FMLtT
ma
F (2. 107)
gc
55
2.12.3 - Lei da Homogeneidade Dimensional
Tabela - III. Tabela de conversão das unidades dos principais sistema de medidas
SISTEMA DE UNIDADES
UNIDADES MKS CGS Inglês (I) Inglês (II)
(engenharia) (gravitacional)
Massa 1Kg 1000g (1/0,4536)lbm 6,85x10-2slug
Comprimento 1m 100cm (1/0,305)pé (1/0,305)pé
Tempo 1s 1s 1s 1s
o
Temperatura 1K 1K 1,8 R 1,8oR
Carga elétrica 1C StatC(x 300) 1C 1C
5
Força 1N 10 dyn (1/4,48)lbf (1/4,48)lbf
7
Energia 1J 10 ergs (1/1,055)Btu (1/1,055)Btu
2 2 2
Pressão 1N/m =1Pa 10dyn/cm 1/47,9lbf/pé 1/47,9lbf/pé2
Viscosidade 1Kgm/s 10cp lbm/pé.s slug/pé.s
56
2. 13 - Exercícios e Problemas
57
9. A seguinte equação é dimensionalmente homogênea?
4 Ey y
F 2 2
[(h y)(h )t t 3 ] (2. 109)
(1 v )( Rd ) 2
58
2. 14 – Referências Bibliográficas
59
Capítulo – III
FLUIDOS E CLASSIFICAÇÃO DE FLUIDOS E
SEUS COMPORTAMENTOS
RESUMO
Neste capítulo serão vistas as noções fundamentais e os conceitos básicos
relacionados aos fluidos, ou seja: o que é um fluido, qual é a sua importância na engenharia e
na física. Aprenderemos sobre a Lei da Viscosidade de Newton e suas implicações na
classificação dos fluidos existentes na natureza. Todos eles serão úteis nos capítulos
subseqüentes e ao longo de todo o curso. Portanto, é imprescindível memorizar tais conceitos
para a resolução dos problemas que se seguirão.
PACS números:
3. 1 – Objetivos do Capítulo
i) Saber dar a definição prática de fluidos, condição de não-deslizamento, e saber utilizar a Lei
da viscosidade de Newton e a condição de não deslizamento.
ii) Dar exemplos de fenômenos da nossa experiência diária e da moderna tecnologia cuja
compreensão a Mecânica dos Fluidos é importante.
iii) Listar as cinco leis básicas que governam o movimento dos fluidos.
iv) Saber diferenciar e classificar os diversos tipos de fluidos e comportamentos destes fluidos
emfunção de diferentes parâmetros e no que diz respeito a sua lei de viscosidade.
60
v) Resolver problemas de fluidos envolvendo a Lei de Newton e a Lei de Ostwald de Waele.
3. 2 – Introdução
61
3. 3 – Questões Básicas em Mecânica dos Fluidos
Ela é uma ciência cujo conhecimento e compreensão dos seus princípios básicos e
conceitos são essenciais para analisar qualquer sistema no qual um fluido é utilizado,
normalmente, como um meio produtor de trabalho. É ai que reside a sua importância, pois,
trabalho equivale a energia e, energia significa custo e benefício. Portanto, estudar Mecânica
dos Fluidos representa poder dimensionar sistemas de acúmulo e transporte de fluidos e
processos em termos de eficiência, custo e resultados finais.
62
Fluido Trabalho Energia Cu $to Tecnologia Benefício . (3. 1)
63
3. 4 – A Descrição de um Fluido como um Meio Contínuo
A Mecânica dos Fluidos pode ser considerada como uma mecânica dos meios
contínuos, isto é, consideraremos as substâncias como sendo contínuas em sua estrutura, sem
qualquer referência a sua estrutura molecular.
64
De acordo com a Lei de Hooke, quando se aplica um esforço ou tensão tangencial,
, a um sólido este se deforma proporcionalmente ao esforço aplicado sobre ele, mas não
continuamente, porque isso só acontece até ao limite de sua resistência mecânica ao
cisalhamento, que corresponderia a um certo ângulo , mostrado na Figura - 3. 4a, ou
seja:
G , (3. 2)
(3. 3)
Portanto, um fluido pode ser tratado como um sólido que se deforma continuamente,
conforme mostra a Figura - 3. 4b. Isto significa que se fixássemos nossa atenção em um
determinado ponto A (arbitrário) no interior do fluido, veríamos que este ponto mudaria de
posição continuamente com o passar do tempo. Com isso podemos dizer que um fluido é toda
e qualquer substancia incapaz de manter-se em repouso quando submetido a um esforço
tangencial, da seguinte forma:
A analogia entre um sólido e um fluido pode ser vista considerando-se a seguinte
equação:
; [1/ t ] (3. 4)
t
xi
ij . (3. 5)
t x j
xi xi
, (3. 6)
t x j x j t
65
xi
vi (3. 7)
t
vxi
ij ; [1/ t ] (3. 8)
x j
vxi v
ij ~ ij xi (3. 9)
x j x j
3. 6 – Condição de Não-Deslizamento
66
Desta forma, se esta superfície for o leito de um rio, ou o fundo de um canal, (vide
a Figura - 3. 5 por exemplo), a velocidade do fluido vizinho a superfície do fundo do rio, ou
do canal, será nula e a velocidade do fluido na superfície será máxima. No caso de uma
tubulação por onde um fluido passa (vide a Figura - 3. 6), a velocidade do fluido em contato
com as paredes da tubulação em repouso terá velocidade nula, logo até o centro do tubo
deverá haver um gradiente de velocidade devido ao deslizamento das camadas do fluido, uma
sobre as outras, e a velocidade máxima do fluido será no centro da tubulação.
3. 7 – Viscosidade de um Fluido
67
3. 8 – Aplicação de diferentes tipos de Fluidos
Existem diferentes tipos de fluidos que podem ser classificados quanto a seu
comportamento frente a compressibilidade ou frente a sua viscosidade. Fluidos compressíveis
são aqueles que, quando submetidos a uma variação de pressão apresentam variação de seu
volume devido ao acúmulo de energia elástica. E quando retirada a pressão este volta ao seu
volume inicial., como por exemplo os gases. No efeito Joule-Thomson, um gás expande-se
através de uma barreira porosa, de uma pressão constante até outra, também constante, e
ocorre uma diferença de temperatura provocada pela expansão. O processo é adiabático, isto é
sem perda de calor Q 0 .
68
3. 9 – A Importância da Mecânica dos Fluidos nas Engenharias
69
O emprego de materiais em estado líquido e fluido viscoso é extremamente
necessário para a conformação dos três tipos de materiais, cerâmicos, metais e polímeros,
sendo indispensável o conhecimento das propriedades dos fluidos e das leis que os regem,
para empregar os diversos tipos de conformação e possibilitar a criação de novos métodos que
facilitem ou reduzam o custo de produção.
I - Conceitos Fundamentais
O que é um fluido.
O que é a condição de não-deslizamento.
A lei da viscosidade de Newton.
Qual a relação entre taxa de deformação e gradiente de cisalhamento.
Como se expressa matematicamente um perfil linear de viscosidade.
Como se classificam os fluidos, quanto a taxa de cisalhamento, regime, temperatura, etc.
70
Saber aplicar o conceito de volume de controle e superfície de controle no cálculo de
escoamentos.
O que é a equação da continuidade, o que significa, saber aplicá-la aos cálculos (versão
integral e diferencial).
O teorema de Gauss, da divergência, de Green e de Stokes e saber aplicar.
Como expressar a compressibilidade, ou a incompressibilidade matematicamente e saber usá-
la nos cálculos de escoamento.
A equação de Euler, saber aplicar (versão integral e diferencial).
A equação de Bernoulli, saber aplicar (versão integral e diferencial).
A relação da equação de Bernoulli com a termodinâmica.
A equação geral da viscosidade de um fluido.
A equação de Navier-Stokes para fluidos viscosos, saber aplicar pelo menos a fluidos
incompressíveis.
O que é uma camada de contorno e qual a sua importância
Qual a diferença do comportamento de um fluido dentro e fora da camada de contorno
A diferença entre fluido compressível e incompressível
Explicar matematicamente com base na Mecânica dos Fluidos o funcionamento de uma
injetora.
71
3. 11 – Resumo Geral de Mecânica dos Fluidos
Tabela - IV. Operadores diferenciais utilizados na Mecânica do Contínuo
Conceito Divergente v Rotacional v Gradiente v ou v
Definição d d d
.v v v dA f
dV
v .dA
dV fdA
Matemátic
a dV
v
v x eˆl eˆ j eˆk
x
v y
eˆl eˆk eˆi
Represent v v y y
.v x eˆi . eˆ j eˆk eˆ j . eˆk eˆi f
ação x y v f
x
eˆ j eˆk
Matemátic z eˆl eˆi eˆ j ; l i, j , k
vz z f f
a eˆk . eˆi eˆ j eˆk eˆi eˆi eˆ j
z iˆ ˆj kˆ y z
x y z
v
x v y vz
Proprieda
de
. u 0 u 0
Interpreta
É um operador diferencial
ção É um operador diferencial que É um operador diferencial
sobre o contorno do volume de
Geométric calcula a fonte do campo que calcula a máxima
controle que calcula o efeito da
a ou Física vetorial, se o volume não variação de um campo
rotação do campo e suas
destes contiver a fonte deste campo o escalar, apontando nesta
conseqüências físicas sobre
Operadore divergente é zero. direção
este
s
Operação
sobre as
grandezas
Abaixa a ordem, exemplo: Mantém a ordem, exemplo: Aumenta a ordem, exemplo:
escalares,
transforma vetor em escalar transforma vetor em vetor transforma escalar em vetor
vetoriais,
tensoriais,
etc.
Relação
com 1
.v v v v v .v .v . T v . .vI
outras 2 v .v . v
grandezas
físicas
v
mede a deformação v mede a deformação
Aplicação v mede a variação
prática elástica de um sólido ou a plástica de um sólido ou a
local de um campo
compressibilidade de um fluido vorticidade de um fluido
Outras
consideraç
ões
72
A Mecânica do Contínuo decorre das três leis da Mecânica Newtoniana das partículas e das três
Leis da Termodinâmica as quais foram transformadas em leis válidas para sólidos, fluidos, etc., utilizando-se o
conceito de densidade generalizada, e fluxo generalizado. Essas equações transformadas dão origem a uma série
de teoremas diferenciais e integrais conforme mostra os quadros abaixo.
Tabela - V. Analogia da Mecânica dos Sólidos com a Mecânica dos Fluidos.
Comportament
o Mecânico
(desenho ou
esquema
gráfico)
Diagramas
tensão x
deformação e
taxa de
deformação)
d
d g P .v . v v
Aglutinada g .u . u u dt
dt
Outras
considerações
73
O que torna a Mecânica do Continuo em Mecânica dos Sólidos ou dos Fluidos é a lei fenomenológica
ou a chamada equação constitutiva. Que no caso dos Sólidos e dos Fluidos estão mostradas no quadro abaixo:
A Mecânica dos Fluidos estuda o comportamento de corpos que se deformam continuamente quando
sujeitos a tensões normais e tangenciais. Em termos dos estados de movimento dos fluidos ela se divide em
Fluidostática, Fluidocinemática e Fluidodinâmica.
onde X dGX / dV ; J X X v ,
74
Tabela - VII. Alguns conceitos úteis da Mecânica dos Fluidos.
75
Tabela - VIII. Termos da Equações da Mecânica do Contínuo e dos Fluidos
Variação da compressibilidade de
.v
um fluido
Fonte da variação da velocidade
. v em um fluido ou termo de força
v .v . v
viscosa por unidade de volume
Rotacional do Rotacional da Identidade Vetorial
velocidade de um fluido. Este
v
termo verifica se o vorticidade de
um fluido também gira
v Equação de Movimento de um
g P v . v fluido ideal (sem viscosidade e
t incompressível)
76
g P . v
Fonte da variação da tensão de
cisalhamento em um fluido ou v
. v v. v v v
termo de força viscosa por unidade t t
de volume Equação de Movimento de um fluido
incompressível
Verifica a fonte da taxas de
d (v )
deformação normal e tangencial de g P .(2 ij ij kk )
. 2 ij ij kk um fluido em ou trás palavras dt
determina a força viscosa de um Equação Geral de um Fluido
fluido Newtoniano Viscoso
g P .(.vI v )
Verifica a fonte das variações de v
velocidades em um fluido, ou seja, vv v v
. .vI v t t
é o termo de força viscosa de um Equação de Movimento de Navier-
fluido newtoniano compressível Stokes para um fluido real (viscoso e
compressível)
Valor médio em torno de um ponto
2v em um campo de velocidades
Termo de força viscosa de um 2
fvisc 2 v d .v
fluido complexo, compressível que 3
2
d .v apresenta interação entre a parte Força viscosa de um fluido complexo
3 entre as tensões normais e de
cisalhamento
77
3. 12 – Exercícios e Problemas
78
3. 13 – Referências Bibliográficas
79
Capítulo – IV
CAMPOS ESCALARES, VETORIAIS E
TENSORIAIS PARA FLUIDOS.
RESUMO
Neste capítulo serão vista as noções básicas de campos escalares e campos
vetoriais utilizados em Mecânica dos Fluidos. Aprenderemos também o que significa: força
de massa (ou de campo) e força de superfície (ou de contato), tensão em um ponto, e como se
estuda fenomenologicamente a consistência de um corpo por meio das equações da mecânica.
Aprenderemos sobre a Lei da Viscosidade de Newton e suas implicações na classificação dos
fluidos existentes na natureza.
PACS números:
4. 1 - Objetivos do Capítulo
80
4. 2 - Introdução
81
4. 3 - Quantidades Escalares, Vetoriais e Tensoriais e Campos
escalar é também um tensor de ordem zero. Um campo escalar é descrito por uma função
dependente de várias variáveis.
De forma geral um escalar se expressa como:
ê0 (4. 1)
onde eˆ0 111 , é uma matriz com uma única linha e uma única coluna.
82
Figura - 4.1. Sistema de coordenadas tridimensional com um vetor de coordenadas
r r ( x, y, z ) ou v v ( x, y , z ) .
iˆ ˆj kˆ 1 , (4. 4)
representa o módulo dos vetores unitários nas três direções ortogonais. Um vetor é um tensor
de ordem 1.
De forma geral um vetor se expressa como:
1 0 0 v1
v v1 0 v2 1 v3 0 v2
(4. 5)
0 0 1 v3
eˆ1 eˆ2 eˆ3
ou
3
v vi eˆi (4. 6)
i 1
83
onde eˆi iˆ, ˆj , kˆ para i 1, 2,3 , respectivamente
σ ij ijˆˆ x, y, z , t (4. 8)
Isto porque, pode-se pensar que cada componente de um tensor é um vetor e cada componente
destes vetores são escalares. Logo, podemos generalizar os tensores da seguinte forma:
De forma geral um tensor se expressa como:
1 0 0 0 1 0 0 0 1
A a11 0 0 0 a12 0 0 0 a13 0 0 0
0 0 0
0 0 0
0 0 0
eˆ1 eˆ1 eˆ1 eˆ2 eˆ1 eˆ3
0 0 0 0 0 0 0 0 0
a21 1 0 0 a22 0 1 0 a23 0 0 1
0 0 0 0 0 0 0 0 0
eˆ2 eˆ1 eˆ2 eˆ2 eˆ2 eˆ3 (4. 9)
0 0 0 0 0 0 0 0
a31 0 0 0 a32 0 0 0 a33 0 0 0
1 0 0 0 1 0 0 0 1
eˆ3 eˆ1 eˆ3 eˆ2 eˆ3 eˆ3
ou
84
3
A aij eˆi eˆ j (4. 10)
i 1
Este exemplo não será usado, contudo serve para ativar o senso de observação e
abstração do estudante. Contudo, o aparecimento dessas quantidades no desenvolvimento
matemático da Mecânica do Continuo apresentado nesse livro, segue das definições das
quantidades físicas importantes na fenomenologia da Mecânica dos Fluidos, conforme
veremos a seguir.
85
4. 4 - Campo de Tensões – Forças de Campo, Corpo, Massa ou
Volume e Forças de Contato ou Superfície
Este principio permite que as pressão em um fluido em repouso se igualem tornando possível
a distribuição de um fluido em vasos comunicantes, conforme mostra a
86
Figura - 4. 4. Experimento dos vasos comunicantes.
87
4.4.2 - Forças de Massa ou de Campo
São aquelas desenvolvidas sem o contato físico e são distribuídas nos volumes dos
corpos em que atuam. Estas forças agem instantaneamente em todos os pontos do corpo. Ex.
Força gravitacional; Empuxo, Forças de Eletromagnéticas, conforme mostrado no exemplo da
Figura - 4. 6.
Figura - 4. 6. Corpo submerso sujeito a ação do próprio peso, W, com empuxo dado por: E = gV.
dm dV . (4. 14)
88
dFv
fg (4. 16)
dV
São aquelas que atuam nos meios contínuos pelo contato direto e são transmitidas
ao longo do corpo, tais como, tensão; tração, etc, veja por exemplo a Figura - 4. 17.
89
Considere o corpo da Figura - 4. 7 sujeito a um conjugado de forças, C , onde
a força resultante, F , pode ser escrita como:
F Fn nˆ Fˆ (4. 21)
Fn dFn
nn lim
An 0 A
,(tensão normal) (4. 22)
n dAn
F dF
sn lim . (tensão tangencial) (4. 23)
An 0 An dAn
d
Lembrando que lim .
A 0 A dA
A tensão tangencial por sua vez pode ser decomposta em duas direções ortogonais
independentes, onde:
F 1 dF 1
s1 lim
An 0 A
(componente 1 da tensão tangencial) (4. 24)
n dAn
F 2 dF 2
s 2 lim , (componente 1 da tensão tangencial) (4. 25)
An 0 An dAn
Figura - 4. 8. Elemento de área dA sujeito a uma força oblíqua qualquer decomposta nas direções
normal e tangenciais.
90
Lembrando que uma área é definida em termos do produto vetorial de dois vetores
oblíquos (não-colineares) u e v que a delimitam, ou seja:
A uv , (4. 26)
onde
A u v u v sen , (4. 27)
Figura - 4. 9. Elemento de área dA sujeito a uma força oblíqua qualquer decomposta nas direções
normal e tangenciais.
Observe que a divisão dos dois vetores, força e área, dá origem a um objeto
matemático mais complexo chamado tensor das tensões conforme podemos ver a seguir.
91
4.4.4 – O Tensor das Tensões e a Tensão em um Ponto
Observe que, enquanto o tensor das tensões definido acima define a tensão em um
ponto da superfície, ele não é suficiente para definir a tensão no ponto dentro do corpo. Isto
porque o tensor das tensões depende da orientação da área dA . Pode-se mostrar que se as
tensões para três superfícies ortogonais, que se interceptam em um ponto, são conhecidas,
então a tensão no ponto pode ser determinada para qualquer superfície. Para descrever
totalmente o estado das tensões em um ponto, é, portanto necessário conhecer as tensões
sobre cada superfície. Cada superfície requererá três tensões, uma tensão normal e duas de
cisalhamento, tal que um total de nove tensões são necessárias.
Estas nove tensões definem o estado de tensão em um ponto “O”. Eles formam
nove componentes de um tensor de segunda ordem chamado de tensor das tensões, denotado
por ij . O tensor das tensões é freqüentemente escrito como uma matriz de suas
xx xy xz
[ J p ] yx yy yz (4. 28)
zx zy zz
92
A Figura - 4. 10 mostra as três superfícies deslocadas do ponto “O”, para clareza,
e as tensões associadas que atuam sobre elas. A partir desta figura podemos escrever o
seguinte tensor (matriz das tensões) para o campo das tensões, ij, onde o primeiro índice
representa a direção normal ao plano associado com a tensão, enquanto o segundo índice
indica a direção da tensão em si, donde sabe-se que o tensor das tensões é simétrico, isto é,
força f nesta direção), sendo t n o vetor tensão que atua na referida superfície e passa pelo
ˆ nm oˆ no ,
t n nˆ nn m (4. 30)
cada componente, refere-se ao plano no qual a tensão atua e o 2º índice refere-se a direção .
Figura - 4. 11. (a) Corpo submetido a uma força f; (b) Vetor tensão
No entanto, cabe salientar ainda, que para que o estado de tensão de um ponto seja
totalmente definido, não é condição suficiente considerar este vetor. Para tanto, faz-se
necessário, nesta fase se considerar os três planos perpendiculares que passam pelo referido
93
ponto P, isto é, torna-se nesta fase condição necessária se conhecer os vetores de tensão
( n̂ , m̂ e ô ) que atuam nos planos cujas normais são representadas pela seguinte figura:
Já as componentes dos vetores Tn , Tm e T0 representam as linhas do tensor das
tensões totais. Onde é entidade que permite descrever totalmente o estado de tensão de um
ponto.Para tanto, considerando o sistema de coordenadas x, y, z , pode-se dizer de maneira
simplista que os vetores de tensão são aqueles ilustrados pela Figura - 4. 12a mostrada abaixo,
onde as suas respectivas componentes são aquelas mostradas na Figura - 4. 12b.
Figura - 4. 12. (a) Vetores tensão (b)Componentes do tensor das tensões totais.
Tocante a representação das componentes do tensor das tensões propriamente dita, esta é
expressa pela matriz que apresentamos abaixo:
xx xy xz
yx yy yz , (4. 31)
zx zy zz
11 12 13
21 22 23 , (4. 32)
31 32 33
94
Onde os elementos da diagonal principal, ii i, j 1, 2,3 , são designados tensões normais,
com relação às tensões de corte, vale salientar que se é possível estabelecer a relação entre
ij ji uma vez que é um tensor simétrico.
Ainda com relação ao tensor total de tensões, quando o fluido está em repouso, a
única tensão a que o fluido está sujeito é a pressão hidrostática, conforme ilustra a Eq.(3.18),
Fay, J.A.(1994).
J pI , (4. 33)
Ou seja, estes fluidos possuem apenas tensões normais: T11 = T22 = T33 p .
J pI , (4. 34)
Onde na Eq. (4. 35) a 1ª diferença de tensões normais ( N1 ), é sempre positiva e normalmente
considera-se que seu valor é aproximadamente dez vezes maior que a segunda diferença de
tensões normais Eq. (4. 36), Steffe, J.F.(1996).
95
4.4.5 – Tensões Principais
Uma vez que o tensor é conhecido, o vetor das tensões em qualquer superfície
com vetor normal unitário, n̂ , direcionado para fóra da superfície, é dado por:
T [J p ].nˆ , (4. 37)
Ti ni ij n j (4. 38)
Neste plano específico a implicação é que não existe cisalhamento agindo sobre o plano
principal. Logo, a matriz que representa estas tensões principais é uma matriz diagonal. A
direção de n é referida à direção principal. A introdução da equação (4. 38) na equação (4. 37)
fornece:
( J ji ij ) n j 0 (4. 39)
A qual é uma série de três equações homogêneas para a direção dos cossenos n i que definem a
direção principal. Desde que nini = 1, então para evitar a solução trivial (0, 0, 0) devemos ter:
11 12 13
22 23 0
21 (4. 41)
31 32 33
96
Esta é uma equação cúbica em que pode ser escrita como:
Onde I1, I2, I3 são grandezas escalares que são independentes do sistema de coordenadas na
qual as componentes das tensões são expressos. Elas são chamadas de tensões invariantes
como:
1 2 1
I2 trσ trσ 2 ( ii jj ij ij ) (4. 44)
2 2
1 3 1
I3
trσ 2trσ 3 3trσ 2 trσ det A ijk pqr ip jq kr (4. 45)
6 6
I1 11 22 33 (4. 46)
11 12 13
I3 21 22 23 (4. 48)
31 32 33
Devido à simetria do tensor das tensões existem três raizes reais (1, 2, 3),
referente as tensões principais da equação (4. 41). Associado a cada tensão principal existe
uma direção principal satisfazendo a equação (4. 39) e nini =1. As três direções principais e os
planos associados são mutuamente ortogonais.
Para concluir esta secção nós definimos uma convenção de sinais para tensões.
Tensões positivas são aquelas para as quais ambas a normal a superfície e a direção das
tensões no ponto estão na direção positiva ou negativa do eixo em consideração. Com esta
convenção as tensões positivas são trações, enquanto que as negativas são compressões.
97
4.4.6 – O Tensor das Tensões de um Fluido em Repouso ou Pressão Hidrostática
Direção x:
dy
xx dy nn ds (4. 51)
ds
Portanto
xx nn (4. 52)
98
Figura - 4. 14. Região ou volume de um prisma triangular imaginário no interior de um fluido.
dxdydz
P g (4. 53)
2
Direção y:
De acordo com a equação (4. 20), o peso do prisma de fluido é dado por: dW =
dV onde dV = dxdydz, logo
dxdydz
yy dxdz nn ds sen dz 0 (4. 54)
2
dxdy
yy dx nn ds sen 0 (4. 55)
2
dx dxdy
yy dx nn ds 0 (4. 56)
ds 2
Portanto
dy
yy nn 0 (4. 57)
2
yy nn (4. 58)
99
Portanto, a tensão em um ponto para um fluido estático ou em movimento
retilíneo uniforme é independente da direção, dessa forma é uma quantidade escalar. O
mesmo cálculo pode ser feito, usando um tetraedro, para o caso tridimensional. Este pode
ficar como exercício para o aluno.
xx 0 0
[ ii ] 0 yy 0 (4. 59)
0 0 zz
Contudo, se houver cisalhamento a matriz das tensões é dada por (4. 29) e estas
tensões de cisalhamento estão relacionadas com o gradiente de velocidade por meio da
equação (3. 9). Para um fluido em equilibro a tensão média é dada por:
xx 0 0 0 0
[ ii ] 0 yy 0 0 0
(4. 60)
0 0 zz 0 0
onde
1
( xx yy zz ) (4. 61)
3
100
O conjunto das tensões normais em um fluido é chamada de pressão hidrostática
se a força por unidade de área sobre um elemento de área, dentro do fluido ou no contorno do
fluido, atua na direção normal ao elemento de área e é independente da orientação do
elemento. Todos os fluidos tem este tipo de estado de tensão quando eles são estacionários
(não-permanentes).
De acordo com o Princípio de Pascal a tensão em um fluido isotrópico se
transmite igualmente para todos os pontos deste fluido e considerando que este fluido está em
repouso, ou em movimento retilíneo uniforme, não existe tensões tangenciais, logo as tensões
nas três direções independentes são iguais, Portanto, temos que;
xx yy zz (4. 62)
Figura - 4. 16. Diferença entre tensão, , confinante, de tração compressiva, distensiva, e tensão de
cisalhamento ou tangencial.
Figura - 4. 17. Diferença entre tensão, , e pressão, P, aplicada sobre uma superfície.
101
Figura - 4. 18. Diferença entre a) pressão aplicada sobre o sistema ( F // nˆ ) e b) pressão aplicada
pelo sistema (tensão; F // nˆ )
P (4. 63)
Por esta razão existem duas interpretações para o trabalho termodinâmico quando se trata de
pressão (trabalho realizado sobre o sistema).
102
4.4.8 - A Densidade Volumétrica de Forças Superficiais
Observe que o produto escalar da matriz do tensor das tensões, [ J p ] pelo vetor área resulta
em um vetor força, F .
Derivando a integral da equação (4. 68) em relação ao volume, temos:
d
FS [ J p ].dA dV , (4. 70)
dV
d
FS [ J p ].dA dV , (4. 71)
dV
Logo, a densidade volumétrica de força superficial, f S , é dada por:
103
dFS d
fS
dV dV . J
V
p
dV (4. 73)
A esta operação sobre o tensor, [ J p ] , chamaremos de divergente definindo da
seguinte forma:
d
.[ J p ] [ J p ].dA , (4. 74)
dV
ou
d
.[ J p ]
dV
[ J p ]. dAxiˆ dAy ˆj dAz kˆ , (4. 75)
onde
dA dAx iˆ dAy ˆj dAz kˆ , (4. 76)
ou
dA dydziˆ dxdzjˆ dxdykˆ , (4. 77)
d3
.[ J p ]
dxdydz
[ J p ]. dAx iˆ dAy ˆj dAz kˆ , (4. 79)
logo
d3
.[ J p ] [ J p ]dydziˆ [ J p ]dxdzjˆ [ J p ]dxdykˆ , (4. 80)
dxdydz
[ J p ] [ J p ] [ J p ] ˆ
.[ J p ] iˆ ˆj k, (4. 81)
x y z
Observe que a operação de divergente sobre o tensor das tensões [ J p ] abaixa a sua ordem
dando como resultado o vetor densidade de forças superficiais. Logo, usando o teorema da
divergência teremos:
104
FS [ J p ]nˆ.dA .[ J p ]dV , (4. 82)
ou seja
FS . J p dV (4. 83)
V
Veja que a equação (4. 68) fica agora escrita em termos do operador divergente de [ J p ] . Logo
teremos que a densidade de forças, f , é igual ao divergente do tensor [ J p ] .
Portanto,
f S .[ J p ] , (4. 84)
Veja que esta é uma relação que procurávamos pois ela relaciona um fluxo generalizado com
uma densidade generalizada. Apesar deste ser um resultado aplicado para forças superficiais
ele também á válido para forças volumétricas e para qualquer um dos fluxos definidos
anteriormente.
Observe da equação (4. 22) e (4. 23) que o fluxo de momento pode ser escrito
como uma parte normal e outra tangencial, onde a normal é chamada de pressão e a tangencial
é chamada de tensão de cisalhamento.
De uma forma geral o tensor das tensões pode ser escrito da seguinte forma:
105
Figura - 4. 19. Tensão normal aplica a superfície de um fluido.
Para fluidos puramente viscosos, esta pressão pode ser identificada como a
pressão termodinâmica. Isto é, a pressão é definida por uma equação de estado relacionando
pressão, volume e temperatura. Contudo, no caso de um fluido incompressível, este não é o
caso e a pressão é definida como uma variável dinâmica [P] = P(x,y,z). Nós discutiremos isso
depois. Detalhes podem ser achados em Frederickson, A. G., Principles and Applications of
Rheology, Pretice Hall, NJ. (1964).
No caso, esta matriz corresponde ao tensor das tensões dada em (4. 28), onde:
f S .[ J p ] (4. 86)
como sempre o divergente reduz a ordem do tensor, transformando uma matriz em um vetor,
por exemplo, observe que, como f S , é um vetor, necessariamente, as grandezas ii e ij
devem fazer parte de uma matriz completa, ou seja, sendo o fluxo J p dado de acordo com
Esta equação será muito útil para se deduzir a equação de Navier–Stokes para um
fluido viscoso.
Mas, por enquanto estamos tratando com fluidos sem viscosidade. Neste caso as
componentes tangenciais da matriz dada em (4. 28) são nulas e a matriz é dada apenas em
termos de (4. 59), (4. 60) e (4. 63) Logo, a pressão P deve ser do tipo
106
P 0 0
P[I ] 0 P 0
(4. 88)
0 0 P
P 0 0 1 0 0
[ J p ] 0 P 0 P 0 1 0 ,
(4. 89)
0 0 P 0 0 1
Veja que não pode existir o divergente de um escalar e nesse caso tem-se o
gradiente de P. Logo a única situação em que o divergente de um tensor é igual ao gradiente
de um escalar é quando este tensor é dado pela matriz identidade, ou seja:
P 0 0
.[ J p ] . 0 P 0 P ,
(4. 90)
0 0 P
Logo,
107
4. 5 – A Equação Básica da Fluidostática
pela equação (4. 59). Considerando ainda o fluido incompressível, temos que as tensões
normais no interior do fluido são todas nulas restando apenas a média das tensões devido a
pressão no interior do fluido. Logo teremos que
[J p ] 0 . (4. 96)
E portanto,
g P 0 , (4. 97)
que dá origem a equação de Stevin, a qual será vista com detalhes no Capítulo – V.
Portanto, encerra-se aqui o capítulo referente a campos escalares e tensoriais para
fluidos. Sendo que toda a conceituação matemática desenvolvida neste capítulo será utilizada
nos capítulos posteriores. Guarde bem todos os conceitos desenvolvidos até então e boa sorte.
108
4. 6 - Exercícios e Problemas
x2 y 2
O escalar, , é dado por . Calcular os seguintes produtos:
2 2
a
a) a.b b) axb c) d)
x
3. Dois vetores c e d, são dados pelas expressões:
c xyzî 2 ˆj y 2 kˆ d x 2 iˆ y 2 ˆj xkˆ (4. 99)
a) b)
Figura - 4. 20.
109
8. Qual é a interpretação física para o vetor gradiente de um escalar?
9. Qual é a interpretação física do divergente de um vetor fluxo, J .
8. Explique com suas palavras qual é o Principio de Pascal e descreva cada temo da
equação fundamental da fluidostática (2º Lei de Newton para Fluidos em Repouso).
9. Escreva de forma completa a 2ª Lei de Newton para os Fluidos e explique o que
significa cada termo da equação.
110
4. 7 - Referências Bibliográficas
111
Capítulo – V
ESTÁTICA DE FLUIDOS OU FLUIDOESTÁTICA
RESUMO
Neste capítulo serão vistas as noções básicas de equilíbrio de um fluido e qual é a
sua condição de repouso ou de movimento uniforme, o Teorema de Pascal e de Stevin. As
equações deduzidas neste capítulo serão úteis para o calculo de manômetro, barreiras
submersas, determinação do centro de pressão de corpos submersos, equilíbrio de
embarcações e corpos flutuantes. Elas também fornecerão subsídios técnicos para os cálculos
que se seguirão nos capítulos posteriores.
PACS números:
5. 1 – Objetivos do Capítulo
112
5. 2 - Introdução
capitulo, anterior se reduz, neste caso, a uma matriz diagonal com todos os valores da
diagonal iguais a P . Logo a única forma de um fluido exercer pressão sobre uma superfície é
devido a sua força peso, FV mg pela camada de fluido acima do ponto considerado a uma
profundidade h e que se igualará à força superficial FS , dada pelo produto da pressão pela
área da superfície.
FV FS 0 (5. 4)
d d mg d
dV
mg PdA
dV
dV
PdA 0 (5. 6)
ou
113
dm d
g PdA 0 (5. 7)
dV dV
dm
m (5. 8)
dV
d
P PdA (5. 9)
dV
m g P 0 (5. 10)
114
5. 3 – Operadores Diferenciais do Campo Continuo
Figura - 5. 1.Elemento diferencial de volume de um fluido sob forças e pressão em todas as faces.
O gradiente de uma quantidade é dado pela sua variação em relação a sua posição.
Chamamos de gradiente ao operador diferencial que relaciona campos vetoriais e escalares.
Como conceito geométrico, o gradiente de um escalar transforma esse escalar em um vetor.
Basicamente o gradiente é uma operação de derivada na direção de máxima variação do
campo escalar determinando um campo vetorial.
Uma forma específica de gradiente, muito útil na Mecânica dos Fluidos, é o
gradiente de pressão, que relaciona campos vetoriais e escalares, de tal maneira, que passamos
de uma distribuição de pressão, P, (força superficial) para um campo vetorial f (força
volumétrica). Esta relação pode ser tomada como base a Figura - 5. 1. Para isso vamos
agora calcular a força superficial sobre as faces do cubo da Figura - 5. 1.
115
Usando-se uma expansão em Série de Taylor até a primeira ordem, a pressão nas
faces do cubo da Figura - 5. 1 pode ser calculada da seguinte forma:
P
PF P ( xF x ) (5. 11)
x
ou
1 P
PF P x (5. 12)
2 x
P
PT P ( xT x) (5. 13)
x
ou
1 P
PT P x (5. 14)
2 x
P
PL P ( yL y) (5. 15)
y
ou
116
1 P
PL P y (5. 16)
2 y
P
PR P ( yR y ) (5. 17)
y
ou
1 P
PR P y (5. 18)
2 y
P
PS P ( zS z ) (5. 19)
z
ou
1 P
PS P z (5. 20)
2 z
P
PI P ( zI z) (5. 21)
Z
ou
1 P
PI P z (5. 22)
2 y
Substituindo as equações (5. 12), (5. 14), (5. 16), (5. 18), (5. 20), (5. 22), em (5. 23) temos:
P P P
FS ( )xyziˆ ( )xyzjˆ ( )xyzkˆ (5. 24)
x y z
Logo
117
P P P
FS ( )iˆ ( ) ˆj ( )kˆ V (5. 25)
x y z
P ˆ P ˆ P ˆ
P i j k (5. 26)
x y z
logo
FS
P (5. 28)
V
Será mostrado posteriormente que toda vez que houver um gradiente de uma
determinada grandeza intensiva, que não se anula, ocorre um fluxo da sua grandeza extensiva
correspondente. Esta pode ser chamada de lei de fluxo generalizado de Gibbs.
Considere a derivada direcional do campo escalar, dada pela função P(x, y, z),
conforme mostra a Figura - 5. 3.
Esta derivada do campo escalar P na direção de um vetor r é dado por:
dP
P nˆ.rˆ (5. 29)
dr
118
Figura - 5. 3. Derivada direcional na direção r̂ e gradiente de um campo escalar
119
5. 4 - Equações Básicas da Fluidoestática
Como só existem duas naturezas de forças que podem atuar sobre um fluido, isto é
as volumétricas e superficiais, logo para que haja um equilíbrio mecânico em um fluido
estático, as somatória das forcas volumétricas deve ser igual a somatória das forças
superficiais.
FR FV FS (5. 33)
120
FV P V 0 (5. 34)
E portanto,
g P 0 , (5. 37)
que dá origem a equação de Stevin, a qual será vista com detalhes no Capítulo – V.
Esta equação significa que, para um corpo, toda força aplicada na superfície (força
superficial), no caso de um fluido em equilíbrio, se transmite para o seu interior, isto é, para o
volume e vice-versa. Esta é uma equação muito geral utilizada em outros ramos da mecânica,
tais como, a mecânica da fratura a elastostática dos sólidos, etc.
A partir da conclusão geral da equação (5. 36) vamos calcular a variação de
pressão em um fluido devido a sua profundidade.
P
P (5. 38)
z
P
g zˆ 0 (5. 39)
z
P2 P1 g ( z2 z1 ) (5. 40)
121
Para P1 = Pa (pressão atmosférica) com nível de energia potencial gravitacional
zero a nível do mar tem-se z1 = 0 e z2 = h. Portanto, para um fluido incompressível e em
repouso temos:
P Pa gh (5. 41)
Esta equação é conhecida como equação de Stevin e será muito útil para resolver problemas
de equilíbrio de pressão e de corpos submersos. No caso tratado pela equação (5. 41) não se
considera qualquer compressibilidade no fluido, pois poderia ser que mesmo em repouso o
fluido fosse comprimido pelo seu próprio peso, o que não acontece.
122
5. 5 – Variação da Pressão com a Elevação (Altitude)
1
g (5. 42)
v
Se fosse usado a outra unidade para massa (por exemplo, lbm), a relação acima ficaria
1 g
(5. 43)
v go
e, como g e go podem ser considerados com os mesmos valores numéricos na maioria das
aplicações práticas de fluidos, freqüentemente achamos a relação 1/v = empregada em tais
circunstâncias. Devemos formular nossos resultados em termos de slugs (ou kgm) e fazer as
conversões apropriadas quando necessário durante a solução dos problemas.
Devemos calcular agora a relação entre pressão e elevação para dois casos, a
saber, o fluido isotérmico (temperatura constante) e o caso em que a temperatura do fluido
varia linearmente com a elevação. Estes ocorrem em certas regiões de nossa atmosfera.
123
5.5.2 – Caso - 1. Gás perfeito isotérmico.
PV PV
1 1 cte (5. 44)
Onde cte é uma constante e o índice 1 indica dados conhecidos. Resolvendo para v na equação
g g
P P1 1 cte (5. 45)
1
Devemos admitir que a faixa de elevação é tão pequena que g pode ser considerado constante.
Assim
P P1 cte
C (5. 46)
1 g
Usando a relação acima, podemos exprimir a equação diferencial básica (5. 39) da seguinte
forma:
dP P
(5. 47)
dz C
P 1
ln ( z z1 ) (5. 50)
P1 C
124
P P1 exp ( z z1 ) (5. 51)
P1
Isso nos fornece a relação desejada entre elevação e pressão em termos das condições
conhecidas P1, 1, na elevação z1. Se a referência (z = 0) é colocada na posição dos dados
fornecidos, então z1, na equação acima, pode ser considerada nula.
T T1 Kz (5. 52)
nRoT nM o Ro 4
P T ( ) (5. 53)
V V Mo
M
P RT RT (5. 54)
V
onde:
Pg
(5. 55)
RT
dT
dz (5. 56)
K
dP g dT
(5. 57)
P KR T
4
Observe que a constante universal dos gases Ro = 8,31451J/K.mol é diferente do valor R = Ro/Mo, que é
específico para o gás considerado, devido ao acréscimo da massa molecular, Mo.
125
Para integrar essa equação, devemos conhecer como g varia com a temperatura ou com a
pressão, para este problema. Entretanto, devemos admitir outra vez que g seja constante.
Assim, integrando da referência (z = 0), onde P1, T1, etc. são conhecidas, temos:
g / KR
P g T T
ln ln 1 ln 1 (5. 58)
P1 KR T T
126
5. 6 - Manometria
Pa 1,0121833.105 N m 2 1, 0121833.105 Pa
(5. 60)
10328kgf / m 2 1, 033kgf / cm 2 760mmHg
Esta atmosfera física ou atmosfera normal que equilibra uma coluna de mercúrio
com 760 mm de altura.
127
Pa 1atm 10.000kgf / m 2 1kgf / cm 2
(5. 62)
10mca 0,968 An 736mmHg
0, 001m
Pa m g (0, 76 m altitude) (5. 64)
15m
128
Essa pressão efetiva pode ser: positiva, quando for superior a Pa e negativa
quando for inferior a Pa (vácuo parcial), nula, quando for igual a Pa.
A pressão efetiva é igual a pressão manométrica. A pressão em um ponto também
pode ser medida a partir do zero absoluto (vácuo perfeito ou total) obtendo-se a pressão
absoluta que é sempre positiva. Para os pontos citados acima têm-se:
5.6.5 - Definições
129
5.6.6 - Classificação dos Manômetros
Figura - 5. 6. Manômetro líquidos a) com uma extremidade em contato com a atmosfera b) com as
duas extremidades em contato com a atmosfera.
ii) Manômetros metálicos: são aqueles que medem a pressão do fluido por
meio da deformação de um tubo metálico recurvado ou de um diafragma que cobre o
recipiente hermético do metal.
130
5. 7 – Forças Sobre Superfícies Planas Submersas
Vamos agora estudar as forças hidrostáticas que atuam sobre uma superfície plana
submersa em um fluido incompressível estático. O objetivo desta parte é calcular e força
hidrostática resultante para que seja possível estimar a resistência mecânica de uma barreira
submersa. Como é estático não há tensão de cisalhamento, logo a força deve ser normal à
superfície.
1
rcm rdm (5. 67)
M
Sendo a posição do Centro de Massa dado por , rcm xcmiˆ ycm ˆj , as suas cooredenadas são
definidas como:
1
xcm xdm
M
(5. 68)
1
ycm ydm
M
Onde dm / dA M / A dm dA temos:
1
xcm x dA
M
(5. 69)
1
ycm y dA
M
131
xcm xdA
M
(5. 70)
ycm ydA
M
Ou
1
xcm xdA
A
(5. 71)
1
ycm ydA
A
Por outro lado, podemos usar para o conceito de Centro de Massa para calcular o
momento linear p definido para uma translação pura. Desta forma, o momento linear mede a
dificuldade de transladar um corpo em relação ao Centro de Massa, o qual é definido por:
p mv (5. 72)
Integrando temos:
p vdm (5. 74)
Sendo p mdr / dt , podemos escrever:
d
p rdm (5. 75)
dt
p v dV (5. 76)
podemos escrever:
d
p r dV (5. 77)
dt
d
p rdV (5. 78)
dt
132
ou usando a definição de Centro de Massa temos:
d
p Mrcm (5. 79)
dt
ou ainda
dp d 2
F rdm (5. 81)
dt dt 2
No caso, esta é uma equação muito útil para calcular o movimento de um corpo rígido. Pois
centraliza todas as forças, tornando a descrição do centro de massa uma representação
matemática de todo o corpo.
133
5.7.2– A Força Resultante sobre a Placa no Centro de Pressão
Figura - 5. 7. Forças sobre um placa plana submersa a uma altura hc do Centro de Massa.
A equação de Stevin-Pascal dada por (5. 41) possui dois termos, um constante que
não depende da altura da barreira e é igual a pressão atmosférica e um outro que depende da
altura da barreira:
P Pa gh (5. 83)
Como vemos pela Figura - 5. 7 cada um desses termos originará um tipo de força sobre a
placa plana.
Fa Pa A (5. 85)
e o outro um termo será uma força crescente linearmente com a profundidade da placa, ou
seja:
134
5.7.2– A Força Resultante sobre a Placa no Centro de Pressão
P Pa gh (5. 87)
Figura - 5. 8. Forças sobre um placa plana submersa a uma altura hc do Centro de Massa.
135
ou
1
xcm xdA
A
(5. 93)
1
ycm ydA
A
Vemos que esse resultado, embora pareça óbvio para uma força calculada por uma
integral onde a pressão é constante, aqui não é o caso, pois a princípio a pressão considerada
dependia da altura, e que após a operação matemática de integração tornou esta expressão
simplesmente descrevendo tudo em termos do centro de massa. O que não poderia ser
previsto a principio se todo o cálculo da integral não fosse realizado. Contudo, devemos
lembrar que este é um resultado típico de forças que atuam em corpos rígidos. C
Embora a força resultante seja dada em termos do centro de massa veremos mais
adiante que seu ponto de aplicação pode não coincidor com o centro de massa, sendo este o
motivo pelo qual o cálculo de seu ponto de aplicação é realizado.
A força sobre o centro de pressão já calculamos, portanto, vamos calcular o
torque resultante sobre a placa da forma descrita a seguir:
136
5. 8 – Torque Sobre Superfícies Planas Submersas
I xx x 2 dm ; I xy xydm ; I xz xzdm
Onde dm / dA M / A dm dA temos:
I xx x 2 dA ; I xy xy dA ; I xz xz dA
I yx yx dA ; I yy y 2 dA ; I yz yz dA (5. 98)
I zx zx dA ; I zy zy dA ; I zz z 2 dA
I xx x 2 dA ; I xy xydA ; I xz xzdA
I yx yxdA ; I yy y 2 dA ; I yz yzdA (5. 99)
I zx zxdA ; I zy zydA ; I zz z 2dA
ou
137
I xx I xy I xz
x 2 dA ; xydA ; xzdA
I yx I yy I
yxdA ; y 2 dA ; yz yzdA (5. 100)
I zx I zy I
zxdA ; zydA ; zz z 2 dA
Por outro lado, podemos usar para o conceito de Momento de Inércia para calcular
o momento angular L definido para uma rotação pura. Desta forma, o momento angular
mede a dificuldade de se girar um corpo em relação a algum eixo, o qual é definido por:
L mv r (5. 101)
Integrando temos:
L v r dm (5. 103)
Como
v rrˆ rˆ (5. 104)
Temos:
L rrˆ rrˆ rˆ rrˆ dm (5. 105)
Logo
L ˆ rˆ r 2 dm (5. 106)
ou
L zˆ r 2 dm (5. 107)
I r 2 dm (5. 108)
temos que:
138
L I zˆ (5. 109)
ou
dL d
T r v dm (5. 112)
dt dt
ou ainda
dL d
T r v dV (5. 113)
dt dt
Ou
dL d 2 2
T r ˆdm (5. 114)
dt dt 2
139
5. 9 – O Centro de Pressão
Figura - 5. 9. Forças sobre um placa plana submersa a uma altura hc do Centro de Massa.
140
5.9.1– Cálculo da Coordenada y’ do Centro de Pressão
Torque:
Por outro lado, o torque é dado pela composição de todos os elementos de força
sobre a placa integrada sobre toda sua área, ou seja:
sen I yy
ycp (5. 118)
FR
I yy
ycp (5. 119)
ycm A
I Ayc 2
ycp (5. 121)
yc A yc A
I yycm
ycp ycm (5. 122)
ycm A
141
5.9.2– Cálculo da Coordenada x’ do Centro de Pressão
a equação do Torque:
Por outro lado, o torque é dado pela composição de todos os elementos de força
sobre a placa integrada sobre toda sua área, ou seja:
Logo
sen I xy
xcp (5. 125)
FR
I xy
xcp (5. 126)
ycm A
I Ax y
xcp c c (5. 128)
ycm A ycm A
I xycm
xcp xcm (5. 129)
ycm A
142
Observe que:
Quando será que xcp xcm e y ycm ? Para sabermos isso devemos multiplicar a
I xycm
xcp sen xcm sen sen
ycm A
(5. 132)
I yycm
ycp s en ycm sen sen
ycm A
I yycm
hcp hcm sen (5. 133)
ycm A
Logo, o termo sen deve ser nulo e isso só acontecerá quando o ângulo for igual a zero.
Portanto, isso só acontecerá quando a placa estiver na horizontal, h´ hc , ou quando I = Iyy,
Figura - 5. 10. Placa na horizontal, centro de pressão coincidente com o Centro de Massa do
corpo.
143
Figura - 5. 11. Centro de pressão coincidente com o Centro de Massa do corpo.
bl 3
I CM (5. 134)
12
144
Figura - 5. 13. Placa apoiada sobre a extremidade fixa x = 0 e y = l, na forma de barreira
articulada.
145
5. 10 – Forças sobre Superfícies Curvas Submersas
P
P . (5. 138)
z
146
5. 11 – Empuxo em Corpos Submersos
Onde
Logo
147
dFR g hdA (5. 144)
Portanto
FR g dV (5. 145)
Ou simplesmente
FR gV (5. 146)
148
5. 12 – Equilíbrio de Corpos Flutuantes
Vamos agora estudar uma parte da Mecânica dos Fluidos que possui grande
aplicação a Engenharia Naval. Se um corpo está imerso ou flutua em um líquido, a força que
nele atua denomina-se “empuxo de flutuação”.
Figura - 5. 18.
149
5. 13 – Exercícios e Problemas
150
Figura - 5. 19.
Solução
O resultante das forças em um corpo, imerso em um fluido, é dado pelo peso
aparente, Pap, que nada mais é do que a subtração do peso do corpo, P, pelo empuxo, E.
( mc g Pap ) mg Pap
liq c , (5. 149)
gVc mc g
mc
onde Vc . Observe que é um ótimo método para determinar a densidade de um fluido.
c
12. Demonstre que para qualquer ponto B, no interior da massa fluida, tem-se:
PB
z B cons tan te
151
Figura - 5. 20.
Figura - 5. 21.
152
Figura - 5. 22.
18. Água flui sob uma comporta instalada à entrada de um canal de leito horizontal. A
face de montante da comporta o nível da água está a 1,5ft de altura e a velocidade é
desprezível. Na secção contraída, sob a comporta, as linhas de corrente são retas e a
profundidade dágua mede 2,0 polegadas. A pressão distribui-se hidrostaticamente e o
escoamento pode ser considerado uniforme em cada secção. O atrito é desprezível.
Determine a velocidade do escoamento a jusante da comporta e a vazão, em pés
cúbicos por segundo, por pé de largura.
153
5. 14 – Referências Bibliográficas
154