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CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA

EM
BANCO DE DADOS
REDES DE COMPUTADORES
(1º SEMESTRE)

MATEMÁTICA DISCRETA
(MMD001)
(MAT006)

________________________________________________________________________________________________________________________
FATEC - FACULDADE DE TECNOLOGIA DE BAURU (www.fatecbauru.edu.br)
Rua Manoel Bento Cruz, 3-30 – Centro – Bauru/SP – CEP 17015-171 – Fone: (14)3223-2083
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Sumário
Sumário .................................................................................................................... 2
Apresentação ............................................................................................................. 5
Lógica Proposicional ................................................................................................... 6
Introdução .............................................................................................................6
Conceito de Proposição .............................................................................................6
Valores Lógicos das Proposições .................................................................................7
Proposições simples e proposições compostas .................................................................8
Conectivos lógicos....................................................................................................9
Operações Lógicas ..................................................................................................... 10
Negação .............................................................................................................. 10
Conjunção ........................................................................................................... 10
Disjunção ............................................................................................................ 11
Disjunção exclusiva ............................................................................................... 12
Condicional/implicação ........................................................................................... 12
Bicondicional ........................................................................................................ 13
Valor Lógico de uma proposição composta ................................................................... 14
Exercícios ............................................................................................................ 16
Tabela-Verdade ......................................................................................................... 20
Construção da Tabela-Verdade de uma proposição composta ........................................... 20
Tautologias, Contradições e Contingências .................................................................. 21
Exercícios ............................................................................................................ 23
Equivalência Lógica ............................................................................................... 24
Exercícios ............................................................................................................ 25
Álgebra das Matrizes .................................................................................................. 26
Introdução ........................................................................................................... 26
Definição ............................................................................................................. 26
Representação de uma matriz .................................................................................. 27
Igualdade de Matrizes ............................................................................................ 27
Matrizes Especiais ................................................................................................. 27
Exercícios ............................................................................................................ 29
Operações Matriciais.................................................................................................. 30
Adição de Matrizes ................................................................................................ 30
Diferença de Matrizes ............................................................................................. 31
Multiplicação de Matriz por escalar (número) ................................................................ 31
Multiplicação de Matrizes ........................................................................................ 31
Matriz Inversa ...................................................................................................... 32
Exercícios ............................................................................................................ 34
Teoria dos Conjuntos ................................................................................................. 37
Introdução ........................................................................................................... 37
Alguns conjuntos importantes ................................................................................... 38
Relação de pertinência: elemento x conjunto ................................................................. 39
Subconjuntos........................................................................................................ 40
Igualdade de conjuntos ........................................................................................... 40

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Partes de um conjunto ............................................................................................ 41


Exercícios ............................................................................................................ 43
Diagrama de Venn-Euller ............................................................................................ 45
Introdução ........................................................................................................... 45
Diagrama de Venn-Euller ........................................................................................ 45
Exercícios ............................................................................................................ 46
Exercícios Complementares ...................................................................................... 48
Operações entre Conjuntos ......................................................................................... 53
Introdução ........................................................................................................... 53
Diferença............................................................................................................. 53
Interseção ............................................................................................................ 54
União ou reunião ................................................................................................... 55
Conjunto Complementar .......................................................................................... 57
Exercícios ............................................................................................................ 58
Produto Cartesiano .................................................................................................... 63
Introdução ........................................................................................................... 63
Definição de Produto Cartesiano ............................................................................... 63
Exercícios ............................................................................................................ 64
Relações Binárias ...................................................................................................... 65
Definição de Relação .............................................................................................. 65
Domínio e Imagem de uma Relação ............................................................................ 66
Representação de Relações usando Dígrafos ................................................................ 67
Banco de Dados Relacional ...................................................................................... 68
Exercícios ............................................................................................................ 70
Função..................................................................................................................... 71
Introdução ........................................................................................................... 71
Definição ............................................................................................................. 71
Exercícios ............................................................................................................ 73
Composição de Funções ............................................................................................. 74
Definição ............................................................................................................. 74
Exercícios ............................................................................................................ 76
Função Inversa ......................................................................................................... 77
Definições ............................................................................................................ 77
Regra prática para obtenção da Inversa de uma função: ................................................. 78
Exercícios ............................................................................................................ 79
Análise Combinatória ................................................................................................. 80
Introdução ........................................................................................................... 80
Exercícios ............................................................................................................ 82
Revisão de Fatorial ................................................................................................ 82
Arranjos .............................................................................................................. 83
Permutações ........................................................................................................ 84
Combinações ........................................................................................................ 84
Exercícios ............................................................................................................ 85
Teoria dos Grafos ...................................................................................................... 87
Introdução ........................................................................................................... 87

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Definições ............................................................................................................ 87
Conceitos básicos da Teoria dos Grafos ...................................................................... 89
Exercícios ............................................................................................................ 91
Exercícios Complementares ...................................................................................... 93
Referências Bibliográficas ........................................................................................... 97

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Apresentação

O ensino da Matemática Discreta para os cursos da área de computação e

informática é recomendado por todas as versões do Currículo de Referência da

Sociedade Brasileira de Computação e fortemente sugerido pelas Diretrizes

Curriculares para os Cursos da Área de Computação e Informática, da Comissão

de Especialistas de Ensino de Computação e Informática – CCEInf.

Segundo estas Diretrizes: “... a Matemática, para a área de computação e

informática, deve ser vista como uma ferramenta a ser usada na definição formal

de conceitos computacionais (linguagens, autômatos, métodos etc.).

Considerando que a maioria dos conceitos computacionais pertence ao domínio

do discreto, a Matemática Discreta (ou também chamada Álgebra Abstrata) é

fortemente empregada”. A Matemática Discreta, também chamada matemática

finita, é o estudo das estruturas matemáticas que são discretas, no sentido de

não suportarem ou requererem a noção de continuidade. Grande parte (não

todos), dos objetos estudados na Matemática Discreta são conjuntos contáveis,

como exemplo o conjunto dos números inteiros.

Os conceitos e notações da Matemática Discreta são úteis para o estudo

ou a expressão de objetos ou problemas em algoritmos de computador e

linguagens de programação. Hoje, em dia, um tópico quente recente de aplicação

da Matemática Discreta é a criptografia matemática, que é baseada na teoria dos

números (o estudo dos inteiros positivos 1, 2, 3,...), e é largamente aplicada entre

outras, em segurança de computadores e transação bancária eletrônica.

Vamos, então, a esses conteúdos. Bom estudo a todos e aproveitem.

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Lógica Proposicional

Introdução
A lógica é utilizada na resolução de muitos problemas computacionais
como a criação de algoritmos e de programas de baixa ou alta complexidade.
Além disso, também serve para elaborar circuitos lógicos capazes de melhorar o
desempenho do hardware dos computadores, como o ganho de velocidade de
processamento ou armazenamento de dados e a diminuição dos dispositivos ou
melhorias no gerenciamento de energia dos computadores. De fato, para
desenvolver qualquer algoritmo e, consequentemente, qualquer software
computacional, são necessários conhecimentos básicos de Lógica. A lógica possui
um conceito universal, pois, a partir do momento em que se estabelece uma
rotina qualquer para a execução de determinado objetivo, é necessária a
utilização da lógica. Então existe mais de uma forma de alcançar um objetivo?
Claro que sim. A obtenção do sucesso depende das várias possibilidades
existentes em torno do objetivo pretendido. Duas pessoas podem executar tarefas
de maneiras distintas e chegar ambas ao mesmo resultado. Qual delas deverá ser
entendida como “logicamente” a melhor solução? Isso é simples: basta analisar
em ambas o tempo gasto para a execução, o trajeto mais curto, o menor custo, a
menor quantidade de cálculos ou etapas que precisaram ser realizadas. Sendo,
assim, podemos definir lógica como um conjunto de leis, princípios ou métodos
que determinam um raciocínio coerente, induzindo a uma solução prática e eficaz
de um determinado problema.

Conceito de Proposição
O ponto inicial da Lógica é o termo “proposição”. Por uma proposição
entendemos como sendo todo conjunto de palavras ou símbolos que exprimem
um pensamento de sentido completo. As proposições transmitem pensamentos,
isto é, afirmam fatos ou exprimem juízos que formamos a respeito de
determinados entes. Toda proposição (ou declaração) é uma representação lógica
do juízo que afirma (valor lógico verdadeiro) ou nega (valor lógico falso) a

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identidade representativa de dois conceitos. Consideremos as seguintes


sentenças:

(a) Rio de Janeiro é a capital do Brasil

(b) Que horas são?

(c) Existe vida em outros planetas do Universo

(d) Ela é muito talentosa

(e) Hoje é terça-feira

A sentença (a) é uma proposição, já que é falsa. A sentença (b) não pode
ser considerada falsa ou verdadeira, pois é uma pergunta. Ela não tem valor
verdadeiro nem falso e, portanto, não é uma proposição. A sentença (c) é uma
proposição, já que é falsa ou verdadeira (mesmo sem sermos capazes de decidir
qual das alternativas é válida). A sentença (d) não é falsa nem verdadeira, pois
“ela” não está especificada; por isso, (d) não é uma proposição. A sentença (e) não
é uma proposição, é apenas uma sentença aberta que depende da variável “hoje”.

A Lógica Matemática adota como regras fundamentais do pensamento os


dois seguintes princípios (ou axiomas):

(1) PRINCÍPIO DA NÃO CONTRADIÇÃO: uma proposição não pode ser


verdadeira e falsa ao mesmo tempo;

(2) PRINCÍPIO DO TERCEIRO EXCLUÍDO: toda a proposição ou é


verdadeira ou é falsa, isto é, verifica-se sempre um destes casos e nunca uma
terceira opção;

Por virtude deste princípio diz-se que a Lógica Matemática é uma lógica
bivalente.

Valores Lógicos das Proposições


Chama-se valor lógico de uma proposição a VERDADE (V) se a proposição
é verdadeira e a FALSIDADE (F) se a proposição é falsa. Os valores lógicos
VERDADE e FALSIDADE de uma proposição designam-se abreviadamente pelas
letras V e F, respectivamente.

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Assim, o que os princípios da não contradição e do terceiro excluído


afirmam é que:

TODA PROPOSIÇÃO TEM UM, E UM SÓ, DOS VALORES: (V) ou (F)

Consideremos, por exemplo, as proposições:

(a) A Lua é satélite natural de Júpiter (Falsa)

(b) Dois é um número inteiro (Verdadeira)

(c) O número 5 é par (Falsa)

(d) No Brasil fala-se português (Verdadeira)

Proposições simples e proposições compostas


As proposições podem ser classificas em simples ou atômicas e compostas
ou moleculares.

➔ Proposições simples ou atômicas: são aquelas que não contêm


nenhuma outra proposição como parte integrante de si mesma. Por exemplo:

p: João Pedro é esbelto

q: O número 16 é quadrado perfeito

r: Vinícius estuda na FATEC Bauru

t: A impressora é um periférico

➔ Proposições compostas ou moleculares: aquelas que são formadas pela


combinação de duas ou mais proposições. Por exemplo:

P(p, r): João Pedro é esbelto e Vinícius estuda na FATEC Bauru.

Q(q, p): O número 16 é quadrado perfeito ou João Pedro é esbelto.

R(p, t): Se João Pedro é esbelto, então a impressora é um periférico.

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NOTA (1): as proposições simples são geralmente designadas por letras


latinas minúsculas e as proposições compostas são habitualmente designadas
por letras latinas maiúsculas;

NOTA (2): Quando interessa destacar ou explicitar que uma proposição


composta P é formada pela combinação das proposições simples p, q, r, ... ,
escrevemos P(p, q, r, ...).

Conectivos lógicos
Conectivo é tudo aquilo que estabelece uma conexão, isto é, que une uma
coisa à outra. Na lógica, o conectivo é um termo ou símbolo dele, que relaciona
proposições de modo tal que a verdade ou falsidade da afirmação resultante é
determinada pela verdade ou falsidade dos seus componentes. De maneira geral,
chamam-se conectivos lógicos as palavras que usamos para formar novas
proposições a partir de outras. São conectivos usuais em Lógica Matemática as
palavras:

“e”, “ou”, “não”, “se ... então”, “... se e somente se ...”

Exemplos:

P: Windows é um sistema operacional e Java é uma linguagem de


programação

Q: Linux é um software livre ou Excel é uma planilha eletrônica

R: Não está nevando hoje

S: Se João Pedro fez Análise de Sistemas, então ele sabe programar

T: O triângulo ABC é retângulo se e somente se tiver um ângulo reto

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Operações Lógicas

Quando pensamos, efetuamos muitas vezes certas operações sobre


proposições, chamadas de operações lógicas. Estas operações obedecem a certas
regras de um cálculo, denominado de cálculo proposicional, semelhante ao da
aritmética sobre números. Vejamos quais são estas operações lógicas.

Negação
Chama-se negação de uma proposição p a proposição representada por
“não p” (p), cujo valor lógico é a VERDADE (V) quando p é falsa e a FALSIDADE
(F) quando p é verdadeira. Assim, “não p” tem o valor lógico oposto daquele de p:

p p

V F

F V

Exemplos:

p: 2 + 3 = 5 (V) p: 2 + 3  5 (F)

q: 7 < 3 (F) q: 7 > 3 (V)

r: Roma é capital da França (F) r: Roma não é capital da França (V)

s: Algum homem é vaidoso (V) s: Nenhum homem é vaidoso (F)

Conjunção
Chama-se conjunção de duas proposições p e q a proposição representada
por “p e q” (p  q), cujo valor lógico é a VERDADE (V) quando as proposições p e
q são ambas verdadeiras e a FALSIDADE (F) nos demais casos. Através de uma
tabela, temos:

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p q pq

V V V

V F F

F V F

F F F

Exemplos: r: O enxofre é verde (F)

s: 7 é um número primo (V)

r  s: O enxofre é verde e 7 é um número primo (F)

Disjunção
Chama-se disjunção de duas proposições p e q a proposição representada
por “p ou q” (p  q), cujo valor lógico é a VERDADE (V) quando ao menos uma
das proposições p e q são verdadeiras e a FALSIDADE (F) quando as proposições
p e q são ambas falsas. Através de uma tabela temos:

p q pq

V V V

V F V

F V V

F F F

Exemplos: p: Paris é a capital da França (V)

q: 10 – 3 = 8 (F)

p  q: Paris é a capital da França ou 10 – 3 = 8 (V)

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Disjunção exclusiva
Na linguagem comum a palavra “ou” tem dois sentidos. Assim, por
exemplo, consideremos as seguintes proposições:

p: Carlos é engenheiro ou dentista

q: Marisa é alagoana ou gaúcha

As subproposições de p podem ser ambas verdadeiras, portanto, podemos


afirmar que este “ou” é INCLUSIVO. Assim sendo, a proposição p é uma
disjunção inclusiva ou apenas disjunção das proposições originais. Já a
proposição q pode ter somente uma das duas subproposições verdadeira,
portanto, podemos afirmar que este “ou” é EXCLUSIVO. Assim sendo, a
proposição q é uma disjunção exclusiva.

A disjunção exclusiva entre p e q é representada por “p v q” (“ou p ou q”).

p q p v q

V V F

V F V

F V V

F F F

Condicional/implicação
Chama-se proposição condicional uma proposição representada por “se p
então q” (p → q), cujo valor lógico é a FALSIDADE (F) no caso em que p é
verdadeira e q é falsa e a VERDADE (V) nos demais casos. Através de uma tabela
temos:

p q p→q

V V V

V F F

F V V

F F V

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Exemplos:

p: O mês de maio tem 31 dias (V)

q: A Terra é quadrada (F)

p → q: Se o mês de maio tem 31 dias então a Terra é quadrada (F)

OBS (1): na condicional “p → q” diz-se que p é o antecedente e q o


consequente. Também se lê de uma das seguintes maneiras:

• p é condição suficiente para q

• q é condição necessária para p

OBS (2): a declaração “O fogo é uma condição necessária para a fumaça”


pode ser dita de outra forma: “Se houver fumaça, então haverá fogo”. O
antecedente é “há fumaça” e o consequente é “há fogo”.

Bicondicional
Chama-se proposição bicondicional uma proposição representada por “p se
e somente se q” (pq), cujo valor lógico é a VERDADE (V) quando p e q são
ambas verdadeiras ou ambas falsas, e a FALSIDADE (F) nos demais casos.
Através de uma tabela temos:

p q pq

V V V

V F F

F V F

F F V

Exemplos:

p: Roma fica na Europa (V)

q: A neve é branca (V)

p  q: Roma fica na Europa se e somente se a neve é branca (V)

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NOTA: Tabela com expressões (em português) associadas aos conectivos


lógicos:

Expressão em Português Operação Simbologia

não p
é falso que p Negação p
não é verdade que p
e; mas; também; além disso Conjunção pq
ou Disjunção pq
Se p então q
p implica q
p, logo q
p só se q; p somente se q Condicional p→q
q segue de p
p é uma condição suficiente para q; basta
p para q
q é uma condição necessária para p
p se e somente se q Bicondicional pq
p é condição necessária e suficiente para q

Valor Lógico de uma proposição composta


Dada uma proposição composta P(p, q, r, s, ...), pode-se sempre determinar
o valor lógico (V ou F) quando são dados ou conhecidos os valores lógicos
respectivos das proposições componentes p, q, r, r, s,... Vejamos alguns
exemplos:

Exemplo (1): sabendo que os valores lógicos de p e q são respectivamente


(V) ou (F), determinar o valor lógico da proposição: P(p, q): ~ (p  q)  ~ p  ~ q

Resolução: V(P) = ~ (V  F)  ~ V  ~ F :

V(P) = ~ V  F

V(P) = F  F

V(P) = V

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Exemplo (2): sendo V(p) = F e V(q) = F, determine o valor lógico (V ou F) da


proposição P(p, q): (p → q) → (p → p  q)

Resolução: V(P) = (F → F) → (F → F  F) :

V(P) = V → (F → F)

V(P) = V → V

V(P) = V

OBS: fica evidente a necessidade de usar parêntesis na simbolização das


proposições, que devem ser colocados para evitar ambiguidade.

Assim, por exemplo, a expressão p  q  r dá lugar, colocando parêntesis,


às duas proposições:

(p  q)  r e p  (q  r) que são diferentes.

Por outro lado, parêntesis podem ser suprimidos a fim de simplificar as


proposições, desde que não haja ambiguidade.

Para a supressão de parêntesis, a ordem de precedência é:

(1°)  Negação

(2°)  e  Conjunção, Disjunções

(3°) → Condicional

(4°)  Bicondicional

Portanto, o conectivo mais fraco é o  e o mais forte é o .

Assim, por exemplo, a proposição p → q  s  r é uma bicondicional e


nunca uma condicional ou uma conjunção.

Se quisermos convertê-la para uma condicional devemos usar parêntesis:


p → (q  s  r) , ou para convertê-la para uma conjunção: (p → q  s)  r .

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Exercícios

[1] Se p, q e r são proposições VERDADEIRAS (V) e w, x e y são proposições


FALSAS (F), determine o valor lógico de cada uma das seguintes proposições:

a) (p  w)  (y  ~ x) → (p → q)
b) (~ w → (q  r))  ((p  q)  (~ p ~ r))
c) ~ ((~ r  y  (~ y → r))  ((p  q) → (~ p ~ q)))
d) (w  (p → y)) → ((~ x  y) → y)
e) ((p → y)  (y → p))  ((p  y)  (~ p ~ r))
f) ((w → (x → y))  ((w  x) → y)) → ((w  p) → (q  x))

[2] Sejam as proposições simples:

p: O processador do meu PC é lento

q: Minha impressora é rápida

Traduzir para a linguagem corrente as seguintes proposições:

a) (p  q) b) p c) (p  q)

d) p → q e) p  q f) (q → p)

[3] Sejam dadas as proposições abaixo:

p: Carla está com gripe q: Carla perdeu a prova r: Carla foi reprovada

Traduzir para a linguagem simbólica as seguintes proposições:

a) Carla está com gripe ou perdeu a prova, mas não foi reprovada.

b) Carla está com gripe e perdeu a prova, ou não perdeu a prova e foi
reprovada.

c) É falso que Carla perdeu a prova se e somente se não foi reprovada.

d) Se não é verdade que Carla está com gripe ou foi reprovada, então ela
não perdeu a prova.

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[4] As proposições x = 0 e x = y são Verdadeiras (V) e as proposições y = w e y = t


são Falsas (F), determine então o valor lógico de cada uma das seguintes
proposições:

a) x = 0  x = y → y  w

b) x  0  y = t → y = w

c) x  0  y  w → y = t

d) x = 0 → (x  y  y  t)

e) y  t → ~(x = y  y = w)

[5] Sabendo que as proposições p e q são Verdadeiras (V) e que as proposições r e


s são Falsas (F), determinar o valor lógico de cada uma das seguintes
proposições:

(a) P(p, q, r, s): q →~ (r  s)  (s ~ p)

(b) Q(p, q, r, s): (q  r)  (p  s)

(c) S(p, q, r, s): (s  r)  (p  q)

(d) T(p, q, r, s): ~ ((r → p)  (s → q))

[6] Determinar o valor lógico (V ou F) de cada uma das seguintes proposições:

a) 2 + 5 = 8 se e somente se 4 3 = 81

b) Se 1 + 30 = 2 então 5 − 3 = 1

c) Se 8 for ímpar, então 6 é par

d) 32 + 42 = 52   é racional

e) 1  −1  (3 2 + 4 2 ) = 5 2

f) 1024  20  5 é racional

g) Não é verdade que 15 é um número primo

h) 34 = 81 → ( 2 + 1 = 3  5.0 = 0 )

i) ( 1 + 1 = 5  3 + 3 = 1 )

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[7] Determinar o valor lógico de p, isto é, V(p), e o valor lógico de q, isto é, V(q),
em cada um dos itens a seguir:

(a) V(p → q) = V e V(p  q) = F

(b) V(p  q) = V e V(p  q) = V

(c) V(~p  q) = F e V(q → ~p) = V

(d) V(p → ~q) = V e V(~p  q) = V

[8] Três alunos cursam aulas de Inglês na Escola “SPEAK ALL” e eles são
suspeitos de não pagarem suas matrículas. A professora responsável pelo curso
entrevistou os três alunos, para cobrar a matrícula, e obteve os seguintes
depoimentos:

JOSÉ: “Marcelo não pagou e Viviane pagou”

MARCELO: “Se José não pagou, Viviane também não pagou”

VIVIANE: “Eu paguei, mas pelo menos um dos outros não pagou”

Exprimir simbolicamente os depoimentos e identificar os pagantes e os não


pagantes e os mentirosos, supondo que todos pagaram as matrículas

[9] Considere a afirmação P: “A ou B”, onde A e B, por sua vez, são as seguintes
afirmações:

A: Carlos é dentista

B: Se Ênio é economista, então Juca é arquiteto

Ora, sabe-se que a afirmação P é falsa. Logo, a única afirmação correta abaixo é?

(a) Carlos não é dentista; Ênio não é economista; Juca não é arquiteto

(b) Carlos não é dentista; Ênio é economista; Juca não é arquiteto

(c) Carlos não é dentista; Ênio é economista; Juca é arquiteto

(d) Carlos é dentista; Ênio não é economista; Juca não é arquiteto

(e) Carlos é dentista; Ênio é economista; Juca não é arquiteto

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[10] Escreva cada uma das proposições compostas a seguir em notação simbólica
usando letras de proposição para denotar as componentes:

a) Se os preços subirem, então haverá muitas casas para vender e elas serão
caras; mas se as casas não forem caras, então, ainda assim, haverá muitas casas
para vender.

b) Tanto ir dormir como ir nadar é uma condição suficiente para a troca de


roupa; no entanto, mudar a roupa não significa que se vai nadar.

c) Vai chover ou nevar mas não ambos.

d) Se Antonio vencer ou perder, vai ficar cansado.

e) Os impostos serão reduzidos se e somente se Anita ganhar as eleições e a


economia permanecer forte.

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Tabela-Verdade

Dadas várias proposições simples p, q, r, s,... podemos combiná-las pelos


conectivos lógicos: , , , →,  e construir proposições compostas, tais como:

P(p, q): (p  q)

Q(p, q, r): (p → q)  (q  p  r)

Então, com o emprego das operações lógicas fundamentais vistas


anteriormente, é possível construir a Tabela-Verdade correspondente a qualquer
proposição composta dada, Tabela-Verdade esta que mostrará exatamente os
casos em que a proposição composta será VERDADEIRA (V) ou FALSA (F).

O número de linhas da tabela-verdade de uma proposição composta


depende do número de proposições simples que a integram, sendo dado o
seguinte teorema:

“A tabela-verdade de uma proposição composta com n proposições

simples componentes contém 2n linhas”

Construção da Tabela-Verdade de uma proposição composta


Construindo a Tabela-Verdade para a proposição P(p, q): (p  q),
teremos:

p q q p  q (p  q)

V V F F V

V F V V F

F V F F V

F F V F V

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21 Fatec Bauru

Simbolicamente temos: P(VV) = V

P(VF) = F

P(FV) = V

P(FF) = V

Os valores lógicos da proposição composta dada correspondente a todas


as possíveis atribuições dos valores lógicos (V) e (F) às proposições simples
componentes p e q são V, F, V, V, isto é:

P(VV, VF, FV, FF) = VFVV

Tautologias, Contradições e Contingências

Definição 1: chama-se tautologia toda a proposição composta que for


verdadeira, ou seja, se for verdadeira para todas as combinações possíveis de
valores de sentenças variáveis. As tautologias também são denominadas
proposições tautológicas ou proposições logicamente verdadeiras. É imediato que
as proposições p → p e p  p são tautologias (Princípio de Identidade para as
proposições).

Exemplo (1): a proposição p  ~ (p  q) é tautológica. Veja sua Tabela


Verdade:

p q pq (p  q) p v (p  q)

V V V F V

V F F V V

F V F V V

F F F V V

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Fatec Bauru 22

Definição 2: chama-se contradição toda proposição composta que for falsa,


ou seja, se for falsa para todas as combinações possíveis de valores de sentenças
variáveis.

Como uma tautologia é sempre (V), a negação de uma tautologia resulta em


uma contradição e, vice-versa. As contradições também são chamadas de
proposições contraválidas ou proposições logicamente falsas.

Exemplo (1): a proposição (p  q)  ~ (p  q) é uma contradição. Veja sua


Tabela Verdade:

p q pq (p v q) (p v q) (p q)  (p v q)

V V V V F F

V F F V F F

F V F V F F

F F F F V F

Definição 3: chama-se contingência toda proposição composta em cuja


última coluna da sua Tabela Verdade figuram os valores (V) e (F) cada um pelo
menos uma vez. Em outros termos, contingência é toda proposição composta que
não é tautologia nem contradição. As contingências são também denominadas
proposições contingentes ou proposições indeterminadas.

Exemplo (1): a proposição p  q → p é uma contingência conforme sua


Tabela Verdade:

p q pvq pvq→p

V V V V

V F V V

F V V F

F F F V

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23 Fatec Bauru

Exercícios

[1] Construa a Tabela-Verdade para cada uma das proposições compostas abaixo
e em seguida classifique em tautologia, contradição ou contingência:

(a) P(p, q): ~ (p  q) ~ (q  p)

(b) Q(p, q, r): p  ~ r →q  ~ r


(c) T(p, q): ~ (p  q → p  q)

(d) Q(p, q, r): (p  q → r)  (~ p  q  ~ r)

(e) P(p, q, r): (r  (~ p → r)) ~ (r  (q  ~ r))


(f) R(p, q, r): (p → q)  (q → r) → (p → r)

(g) R(p, q, r): p  (q  r)  (p  q)  (p  r)

(h) S(p, q, r): (r → (q → ~ p)) → (p  r  ~ q)

(i) S(p, q, r): (p → (~ q  r))  ~ (q  (p  ~ r))

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Fatec Bauru 24

Equivalência Lógica
Diz-se que uma proposição P(p, q, r, s,...) é logicamente equivalente ou
apenas equivalente a uma proposição Q(p, q, r, s,...) se as Tabelas Verdade destas
duas proposições são idênticas.

A notação utilizada é: P(p, q, r, s,...)  Q(p, q, r, s,...)

OBS: em particular, se as proposições P(p, q, r, s,...) e Q(p, q, r, s, ...) são ambas


tautologias ou são ambas contradições, então são equivalentes.

Exemplo (1): Veja as Tabelas Verdades das proposições: p → p  q e p→q

p q pq p→pq p→q

V V V V V

V F F F F

F V F V V

F F F V V

são iguais

Podemos afirmar que:

p → p  q e p → q são equivalentes, ou seja: p → p  q  p → q

Propriedades da Equivalência Lógica:

1. Reflexiva:

P(p, q, r, s,...)  P(p, q, r, s,...)

2. Simétrica:

Se P(p, q, r, s,...)  Q(p, q, r, s,...) então Q(p, q, r, s,...)  P(p, q, r, s,...)

3. Transitiva:

Se P(p, q, r, s,...)  Q(p, q, r, s,...) e

Q(p, q, r, s,...)  S(p, q, r, s,...) então

P(p, q, r, s,...)  S(p, q, r, s,...)

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25 Fatec Bauru

Exercícios
[1] Demonstre por tabelas-verdade se as seguintes proposições são equivalentes:

(a) (p → q) → r e p ~ r →~ q
(b) (p → q)  (p → r) e p →q  r

(c) (p → q)  (~ q  p) e pq

(d) pq e (p  q)  (~ p ~ q)

(e) (p → r) → ~ q e q → (p → ~ r)

[2] Verifique se as proposições abaixo são logicamente equivalentes:

(a) ~ (p  q) e ~ p~ q

(b) ~ (p  q) e ~ p~ q

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Fatec Bauru 26

Álgebra das Matrizes

Introdução
Muitas vezes, para designar com clareza certas situações, é necessário
formar um grupo ordenado de números que se apresentam dispostos em linhas e
colunas numa tabela. Essas tabelas são chamadas na Matemática de Matrizes.
Com o advento da computação e a crescente necessidade de se guardar muita
informação, as matrizes adquiriram uma grande importância. Em geral,
definimos uma matriz como um arranjo retangular de números.

Definição
Dados dois números m e n naturais e não nulos, chama-se matriz m por
n (indica-se m x n) toda tabela A formada por números reais distribuídos em m
linhas e n colunas.

1 0 4
Assim: A =   é uma matriz com duas linhas e três colunas.
3 - 6 8

As linhas são numeradas de cima para baixo e as colunas são numeradas


da esquerda para a direita. As matrizes são classificadas em termos dos números
de linhas e de colunas que elas possuem. Estes números juntos, formam o que
chamamos de dimensões de uma matriz.

A matriz A possui duas linhas e três colunas e, portanto, dizemos que ela é
uma matriz 2 x 3 (que se lê “matriz dois por três”).

OBS (1): os números em uma matriz são chamados de entradas ou


elementos;

OBS (2): os elementos de uma matriz podem estar dispostos entre


parêntesis, colchetes ou duas barras;

OBS (3): para dar nomes às matrizes usamos letras maiúsculas do nosso
alfabeto: A, B, C, D, etc.; e os elementos são representados por letras minúsculas
acompanhadas de um duplo índice (indicando a posição ocupada pelo elemento
na matriz).

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27 Fatec Bauru

Representação de uma matriz

A = (a ij ) m x n

A matriz A possui m linhas e n colunas e, portanto, ela é uma matriz mxn.


Quando dizemos que A é uma matriz mxn, estamos indicando o tamanho ou a
dimensão desta matriz.

Igualdade de Matrizes
Duas matrizes A e B são iguais se tiverem a mesma dimensão e se os seus
elementos correspondentes são iguais, ou seja, se cada entrada de uma delas for
igual à entrada correspondente na outra matriz. Logo, a igualdade de duas
matrizes mxn é equivalente a um sistema de m.n igualdades, uma para cada par
de elementos correspondentes.

Matrizes Especiais
• Matriz-linha (ou vetor linha): é toda matriz do tipo 1 x n, ou seja, possui
apenas uma linha. A = − 3 2 4 0 1 x 4

• Matriz-coluna (ou vetor coluna): é toda matriz do tipo m x 1, ou seja,


 3
possui apenas uma coluna. A= 
− 4 2 x 1

• Matriz Nula (ou matriz zero): é toda matriz na qual os seus elementos

sejam iguais a zero ( O m x n ).

0 0 0 0 
O= 
0 0 0 0  2 x 4

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Fatec Bauru 28

• Matriz Quadrada: matriz cujo número de linhas é exatamente igual ao


 a 11 a 12 a 13 
número de colunas (m = n). A = a 21 a 22 a 23 
a 31 a 32 a 33  3 x 3

Diagonal principal (i = j)

• Matriz Identidade (I n ) : matriz quadrada de ordem n em que todos os


elementos da diagonal principal são iguais a um (1) e os demais elementos são
iguais a zero (0).

1 0 0
1 0 
I2 =   I 3 = 0 1 0
0 1  2 x2 0 0 1 3 x 3

• Matriz Transposta: Dada uma matriz A do tipo mxn, denominamos


matriz transposta de A e representamos por A t , a matriz do tipo nxm cujas
colunas coincidem ordenadamente com as linhas de A, ou seja, as linhas e
colunas são intercambiadas.

− 4 3
 
− 4 8 5   − 1
A =
8
A=  ➔ t

 3 −1 2 02x 4 5 2
 
  0  4 x 2

• Matriz Simétrica: matriz quadrada onde a parte triangular superior à


diagonal principal é uma reflexão da parte triangular inferior, ou seja, a ij = a ji . De

maneira genérica se A = A t então ela é simétrica. Por exemplo:

1 5 7
A = 5 0 2
7 2 6 3 x 3

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29 Fatec Bauru

Exercícios
[1] Represente na forma tabular as seguintes matrizes:

A = (a ij ) 2x3 tal que a ij = 2i 2 + 3 j2

B = (b ij ) com 1  i  3 e 1  j  3, tal que b ij = 3i + 2 j - 5


(−2) i + j , se i  j

c ij = 2i + 3 - j, se i = j
C = (c ij ) 2 x 4 , tal que
 4i
− , se i  j
 j

[2] Dada a Matriz A = (a ij ) 2x2 em que a i j = (i + j) − 1 , calcule o valor da seguinte


2

 a 11.a 22 - a 12 .a 21 
expressão 2 .  
 3 

[3] Encontre o valor de x, y, z e w, nos casos abaixo:

 x + y 2x − 3y  4 − 7
(a)  z - w z + 2w  = − 6 6 
   

x y (x + 3)  (2x - 1) -1 w
z = 
(b)
 4 4 y   x (5 + y) - 4

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Fatec Bauru 30

Operações Matriciais

Adição de Matrizes
Dadas duas matrizes de mesma dimensão, isto é, A = (a ij ) m x n e B = (b ij ) m x n .

A soma de A e B (escreve-se A + B) é a matriz obtida pela adição dos elementos


correspondentes de A e B.

A + B = (a ij + b ij ) m x n

 − 1 5 3   4 8 − 2 3 13 1
Exemplo:  + = 4
 
 4 − 1 2 0 − 5 1 

 − 6 3

OBS(1): na adição de matrizes valem as seguintes propriedades:

•A+B=B+A Comutativa

• A + (B + C) = (A + B) + C Associativa

•A+O=O+A=A Elemento Neutro

OBS(2): a matriz –B é chamada de oposta da matriz B, logo, cada elemento


de –B é o oposto do elemento correspondente de B. Por exemplo, se:

− 1 2 − 3 1 − 2 3 
B=  , então teremos - B =  
− 1 0 1  1 0 − 1

NOTA: B + (-B) = O (uma matriz somada com sua oposta resulta na matriz
nula)

Usando a definição de matriz oposta visto anteriormente, podemos definir


então a diferença A – B (quanto A e B tiverem mesma ordem, é claro).

Note então que: A – B = A + (-B)

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31 Fatec Bauru

Diferença de Matrizes
Dadas duas matrizes de mesma dimensão, isto é, A = (a ij ) m x n e B = (b ij ) m x n ,

denomina-se matriz diferença entre A e B (escreve-se A - B) é a matriz obtida


subtraindo-se os elementos correspondentes de A e B.

A - B = (a ij − b ij ) m x n

 −1 0   3 − 2  − 4 2 
     
Exemplo:  4 − 5  -  1 0  =  3 − 5
3
 1   − 1 5   4 − 4 

OBS: na subtração de matrizes notamos que A – B  B – A

Multiplicação de Matriz por escalar (número)


Dadas uma matriz A = (a ij ) m x n e um número real k, multiplicar uma matriz

por um número real k (denominado escalar) resulta em uma matriz na qual cada
entrada (elemento) da matriz original é multiplicada por este número real.

k. A = (k.a ij ) m x n

 1 
− 0 
 2 
 −1 0   
1 
Exemplo: . 4 − 8  =  2 − 4
2  
−   
 3 2 
 3 
 −1
 2 

NOTA(1): (-1).A = -A (multiplicar uma matriz por -1, resulta em sua oposta)

NOTA(2): 0 . A = 0 (multiplicar uma matriz por zero, resulta na matriz nula)

Multiplicação de Matrizes
O produto das matrizes A e B (escreve-se A.B) não é determinado por meio
do produto dos seus respectivos elementos.

Para calcular A.B, o número de colunas de A tem que ser igual ao número
de linhas de B.

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Fatec Bauru 32

Assim, se A = (a ij ) m x n e B = (b ij ) n x p , então o produto de A.B será uma matriz

do tipo mxp e será obtido da seguinte maneira: tomando-se os elementos da linha


i da matriz A e multiplicando-se cada um deles pelo seu correspondente da
coluna j na matriz B e somando-se os resultados.

5 3 
2 4 3
Exemplo: dadas as matrizes A =   e B = 2 2
 4 − 1 2
6 5

A matriz A é do tipo 2 x 3 e B é do tipo 3 x 2, logo o produto A.B é possível


e é uma matriz 2 x 2.

5 3  2.5 + 4.2 + 3.6 2.3 + 4.2 + 3.5  36 29 


 2 4 3       
 4 − 1 2  .  2 2 =  = 
  
6 5 4.5 + (−1).2 + 2.6 4.3 + (−1).2 + 2.5 30 20 

OBS (1): no produto de duas matrizes A e B, a ordem em que os fatores


aparecem é importante, pois a multiplicação de matrizes não é comutativa, ou
seja, A.B nem sempre é igual a B.A

Matriz Inversa
Dada uma matriz quadrada A, de ordem n, dizemos que A é invertível se
existir uma matriz quadrada X, tal que A.X = X.A = In (onde In é a Matriz
Identidade). Caso isso ocorra, denominamos a matriz X de matriz inversa de A,
-1
tendo como notação A .

Encontrar a matriz inversa de uma matriz quadrada conhecida é um


processo que envolve multiplicação e igualdade de matrizes. Vejamos como ocorre
esse processo partindo da definição vista acima.

3 1
Exemplo: verificar se existe a matriz inversa de A =  .
2 1

Aplicando a definição: A . A -1 = I n

3 1  x y  1 0
2 1 .  z =
   w  0 1

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33 Fatec Bauru

Efetuando a multiplicação de matrizes no primeiro membro:

3x + 1z 3y + 1w  1 0
2x + 1z =
 2 y + 1w  0 1

Aplicando a igualdade entre matrizes, tiramos quatro igualdades:

3x + z = 1 3y + w = 0 2x + z = 0 2y + w = 1

Duas a duas, montamos dois sistemas de equações e duas incógnitas:

3x + z = 1 3y + w = 0
 
2 x + z = 0  2y + w = 1
Resolvendo os sistemas acima (seja pelo método da substituição ou da
adição), chegamos aos valores:

x=1 y = -1 z = -2 w=3

Sendo, assim, a matriz inversa de A, é dada por:

 1 − 1
A -1 =  
− 2 3 

NOTA (1): Existe somente uma inversa para cada matriz

NOTA (2): nem toda matriz quadrada possui inversa. Ela é invertível
somente quando os produtos de matrizes quadradas resultam numa matriz
identidade

NOTA (3): a matriz inversa de uma inversa corresponde à própria matriz,


ou seja, A = (A-1)-1

NOTA (4): a matriz transposta de uma matriz inversa também é inversa, ou


seja, (At)-1 = (A-1)t

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Fatec Bauru 34

Exercícios
[1] Se a matriz A for de dimensão 3x5 e a matriz B for de dimensão 5x2, então a
matriz A.B será de dimensão ____________________.

Seja B uma matriz de dimensão 2x3 e B.A 2 está definida, então A é uma matriz
de dimensão ___________________.

[2] Em uma pesquisa com 1000 estudantes de uma Instituição de Ensino


Superior, foram obtidas as seguintes informações: metade dos alunos eram
estudantes de Engenharia da Computação (EC), dos quais 60% eram homens;
300 alunos eram estudantes de Engenharia de Produção (EP), dos quais 75%
eram homens; e os estudantes restantes eram de Biologia (BIO), dos quais 60%
eram mulheres. Expresse essas informações usando uma matriz 2x3, rotulando
as linhas como homens e mulheres e as colunas como EC, EP e BIO.

[3] Suponha que um órgão governamental, a documentação esteja


constantemente trafegando entre os diversos departamentos conforme indicado
no Diagrama abaixo:

(a) construa a matriz A com elementos

 1, caso a documentaç ão trafegue diretament e de i para j


a ij = 
0, caso a documentaç ão não trafegue diretament e de i para j

(b) construa a matriz B com elementos

 1, caso a documentaç ão possa trafegar de i para j através de



b ij =  no máximo um departamen to intermediá rio, com i  j
 0, caso isto não seja verdadeir o

(c) o responsável pelo departamento i tem o maior poder de influência sobre


os demais caso a soma dos elementos da linha i na matriz A + B seja a maior de
todas. Qual é o número do Departamento dessa pessoa?

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35 Fatec Bauru

2 1  1 1   1 4
[4] Dadas as seguintes matrizes: A =   , B =  eC=   , determine:
0 - 1  2 0 - 1 3 

(a) 2A - 3B + C

(b) 3B - I 2

(c) - 4A - C + 2.(A + B - C)

(d) A t + B

(e) - (A t + B t )

 1 − 3  −1 0 − 2
[5] Sejam as matrizes: A =  2 
,
 − 2 5 0
  ,   , D =  − 3 2
 ,
B=  −1
 =
4 
4 C  2 3 1 
3 0   1 4 2 3 4 3  
   

 1 6
   3 5
E =  − 2 1  e F =   , determine:
 4 3  −1 2
 

(a) A.B (b) B.A

(c) A.D (d) D 2

(e) D.B (f) B.C

(g) E.F (h) F.E t

[6] Para a fabricação de caminhões, uma indústria montadora precisa de eixos e


rodas para seus três modelos de veículos, com a seguinte especificação:

Modelo
Componentes
A B C
Eixos 2 3 4
Rodas 4 6 8
Para os dois primeiros meses do ano, a produção da fábrica deverá seguir
a tabela abaixo:
Meses
Modelos
Janeiro Fevereiro
A 30 20
B 25 18
C 20 15

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Fatec Bauru 36

Usando a multiplicação de matrizes, a quantidade de eixos e rodas,


necessários no período, será, respectivamente, de:
(a) 215 e 154 (b) 154 e 308 (c) 369 e 738
(d) 738 e 369 (e) 215 e 738

 1 3 − 2 5 0 2
   
[7] Dadas as matrizes A =  0 1 4  e B =  3 5 − 1 , determine X tal que:
−1 1 0  10 5 18 
   

3X + 2A = B

[8] Determine as matrizes X e Y nos seguintes casos:

0 1  1 1
(a) 2X – Y =   e Y – X =  
 2 0  2 1

2 3  12 − 6 
(b) X + Y =   e 2X – 2Y =  
 7 − 4 10 − 8 

[9] Determine, se existir, a inversa de cada uma das seguintes matrizes:

1 3
(a) A =  
0 2 

5 10 
(b) B =  
2 4 

2 3
(c) C =  
4 5

 2 7 0  - 3 7 − 28 
   
[10] A Matriz A =  1 3 4  é a Matriz Inversa da Matriz B =  1 − 2 8 ?
0 0 1 0 1 
   0

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37 Fatec Bauru

Teoria dos Conjuntos

Introdução
O conceito de conjunto é fundamental, pois praticamente todos os
conceitos desenvolvidos em Computação e Informática, bem como os
correspondentes resultados, são baseados em conjuntos ou construções sobre
conjuntos.

Conjunto é uma estrutura que agrupa objetos e constitui uma base para
construir estruturas mais complexas. Assim, entendemos um conjunto como
sendo qualquer coleção de objetos, sem repetições, não ordenados, denominados
elementos ou membros. O termo “elemento” é usado de maneira ampla, não é
definido formalmente e pode determinar um objeto concreto ou abstrato. Por
exemplo, podemos falar do conjunto de todos os alunos regularmente
matriculados no Curso de Redes, do conjunto de todas as letras do nosso
alfabeto, o conjunto de todos os números reais menores do que 4, o conjunto de
todos os jogadores da seleção brasileira de futebol, etc.

Conjuntos são usualmente denotados por letras maiúsculas: A, B, C, S


etc. Os elementos de um conjunto são normalmente denotados por minúsculas:
a, b, x, y etc.

Na maior parte dos casos, os conjuntos serão definidos por meio de uma
propriedade característica dos objetos a ele pertencentes. Em geral, um conjunto
está completamente determinado quando os seus elementos estão todos
especificados, e existem, essencialmente, duas formas para fazer isto. Uma forma
é descrever, se possível, todos os elementos, ou seja, enumerar todos os seus
elementos. O conjunto que é definido listando todos os seus elementos separados
por vírgulas em qualquer ordem e dispostos habitualmente entre chaves, é
denominado denotação por extensão. Por exemplo:

Conjunto das consoantes da palavra DISCRETA = {d, s, c, r, t}

Conjunto das cores da bandeira do Brasil = {verde, amarelo, azul, branco}

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


Fatec Bauru 38

A segunda forma é definir o conjunto, mencionando as características ou


propriedades em que os elementos desse conjunto a verificam, denominada
denotação por compreensão. Por exemplo:

B = { x  x é um número inteiro, x > 0}

Neste caso, lê-se: “B é o conjunto de x tal que x é inteiro e x é maior que


zero”. Note que os elementos do conjunto B são todos os números inteiros
positivos. Usualmente, x designa um qualquer elemento do conjunto; o símbolo 
lê-se: “tal que” e a vírgula (,) lê-se “e”.

Alguns conjuntos importantes


Dois conjuntos especiais são: o conjunto Universal e o conjunto Vazio.

Em qualquer aplicação da Teoria dos Conjuntos, os elementos de todos os


conjuntos em estudo pertencem a algum conjunto maior chamado conjunto
Universal, que representamos por U.

Um conjunto sem elementos é chamado de conjunto Vazio e denota-se


por { } ou . Só existe um conjunto vazio. Se A e B são dois conjuntos vazios,
então A = B, uma vez que tem exatamente os mesmos elementos, nomeadamente,
nenhum.

Exemplos:

Conjunto de todos os brasileiros maiores que 300 anos

Conjunto de todos os números ímpares e divisíveis por 2

Na Teoria dos Conjuntos, os objetos de interesse são os conjuntos e não


os elementos que os formam. Assim, as operações devem ser definidas sobre ou
entre conjuntos, mas nunca sobre elementos isolados. Para tratar elementos,
devemos considerar conjuntos unitários. Se x é um elemento de U então {x}
denota o conjunto unitário que contém apenas um único elemento, ou seja, o
elemento x.

Exemplos:

. Conjunto das seleções pentacampeãs mundiais de futebol A = {Brasil}

. B = {x x é número par e é primo} B={2}

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39 Fatec Bauru

Podemos destacar, também, os conjuntos finitos e conjuntos infinitos. Um


conjunto é considerado conjunto finito quando possuir um número finito de
elementos, ou seja, uma quantidade contável de elementos e todos os seus
elementos puderem ser denotados por extensão.

Exemplos: Vogais = {a, e, i, o, u}

A = {x  x é número natural compreendido entre 3 e 10}

Já um conjunto infinito poderá ser representado através de denotação


por compreensão e o número de elementos deste conjunto são infinitos, ou seja,
incontáveis.

Exemplo: C = { x  x é número par positivo}

NOTA: os seguintes conjuntos são importantes na Matemática e na


Computação e Informática, em particular e, possuem uma denotação
universalmente aceita:
• Conjunto dos números Naturais →  = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11,...}
• Conjunto dos números Inteiros → Z = {.., -5, -4, -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6,...}
a
• Conjunto dos números Racionais → Q = { x = a, b são nºs inteiros e b ≠ 0}
b
• Conjunto dos números Irracionais → números que não podem ser expressos na

forma de fração  a 
b

• Conjunto dos números Reais →  = { x  x é racional ou x é irracional}

Relação de pertinência: elemento x conjunto


Quando temos um determinado elemento x pertencente a um conjunto A,
dizemos que este elemento pertence ao conjunto, e denotamos por x  A.
Diremos, alternativamente, que x é um membro de A. Da mesma forma quando x
não pertence ao conjunto A, escrevemos x  A.
Exemplo (1): 6  {x  x é um inteiro par}
1  {x  x é um inteiro par}
Exemplo (2): Seja A = {x  x é uma letra do alfabeto e x é uma vogal}
Observe que: bA iA pA

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Fatec Bauru 40

Subconjuntos
Sejam dois conjuntos A e B, dizemos que A é um subconjunto de B se, e
somente se, todos os elementos de A são também elementos de B, ou, se todos os
elementos de A pertencem também ao conjunto B. A notação A  B significa que
A é um subconjunto de B. Algumas vezes, em lugar de dizermos que A é um
subconjunto de B, dizemos que A está incluído em B, ou que A está contido em
B.

Exemplo (1): {4, 8}  {2, 4, 5, 7, 8, 10}

{b, a}  {c, a, b} {1, 3}  {1, 2, 3}

Exemplo (2): Sejam os seguintes conjuntos:

A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7} B = {3, 4, 5} C = {6, 7, 8}

As seguintes sentenças são todas verdadeiras:

BA CA

{3, 7}  A 7C 8A

NOTA (1): são propriedades evidentes da relação de inclusão:


Se A  B e B  C então A  C (transitiva)
A  A (reflexiva: todo conjunto é subconjunto dele mesmo)
  A (o conjunto vazio é subconjunto de qualquer outro conjunto)
AU

NOTA (2): se B  A então A  B (lê-se: “A contém B”)

NOTA (3): Os símbolos utilizados na relação entre:


• Elemento x Conjunto:  (pertence)  (não pertence)
• Conjunto x Conjunto:  (está contido)  (contém)
 (não está contido)

Igualdade de conjuntos
Dizemos que dois conjuntos A e B são iguais (ou idênticos) se, e somente
se, todo elemento de A pertencer a B e todo elemento de B pertencer ao conjunto
A. Neste caso, indicamos por A = B. Se um dos conjuntos contém algum elemento

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41 Fatec Bauru

que não pertence ao outro, dizemos que os dois conjuntos são distintos e
escrevemos A ≠ B.

Exemplo: Sejam os conjuntos:

A = {x  x é algarismo do número 125.432} = {1, 2, 5, 4, 3}

B = {x  x é algarismo do número 324.514} = {3, 2, 4, 5, 1}

Notamos que todo elemento de A pertence a B e também todo elemento de


B pertence ao conjunto A; logo temos A = B. Este exemplo mostra que não
precisamos repetir elemento de um mesmo conjunto; basta indicar cada elemento
uma única vez.

NOTA (1): sabemos que A e B são iguais se contêm os mesmos elementos.


Podemos reescrever esta igualdade em termos de subconjuntos:
A=BAB e BA
NOTA (2): importante salientarmos sobre a diferença entre  e . A notação
x  A significa que x é um elemento ou membro do conjunto A. Já a notação A 
B significa que todo elemento de A está contido em B, ou seja, todo elemento do
conjunto A também pertence ao conjunto B;
NOTA (3): também precisamos saber a diferença entre x e {x}. O símbolo x
se refere a um objeto (número, letra ou qualquer elemento de um conjunto), e a
notação {x} significa o conjunto cujo único elemento é x. É sempre correto
escrever x  {x}, mas não é correto escrever x = {x} ou x  {x}.

Partes de um conjunto
Dado um conjunto A, podemos criar um novo conjunto cujos elementos
sejam todos os subconjuntos de A. Este novo conjunto é chamado de conjunto
das partes de A e denotamos por (A), ou seja: (A) = { X X  A}.

O conjunto (A) conterá, pelos menos o conjunto  e o próprio conjunto


A, uma vez que:   A e A  A.

Quantos subconjuntos um conjunto tem? Vamos tentar responder esta


pergunta analisando o seguinte exemplo. Dado o conjunto A = {1, 2, 3} vamos
descobrir quantos subconjuntos este conjunto A possui. A maneira mais fácil

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Fatec Bauru 42

para resolver esta questão seria listar todos os possíveis subconjuntos de A.


Faremos isto de duas formas:

1°. Através de uma tabela de possibilidades:

n° de elementos Subconjuntos Qtde. subconjuntos


0  1
1 {1} , {2}, {3} 3
2 {1, 2}, {1, 3}, {2, 3} 3
3 {1, 2, 3} 1
TOTAL................................................. 8

2°. Através de um diagrama: começamos no círculo no topo (chamado de


nó). O nó contém uma pergunta: 1 é um elemento de (A)? As duas setas saindo
desse nó são rotuladas com as duas possíveis respostas a essa pergunta (Sim ou
Não). Tomamos uma decisão e seguimos a seta apropriada (também chamada de
aresta) rumo ao nó na outra extremidade. Esse nó contém a próxima pergunta: 2
é um elemento de (A)? Siga a seta correspondente à sua resposta rumo ao
próximo nó, que contém a terceira (e nesse caso a última) pergunta que você deve
responder para determinar o subconjunto: 3 é um elemento de (A)? Dando uma
resposta e seguindo a seta apropriada chegamos a um nó, que contém uma
listagem dos elementos de (A). Concluímos que o conjunto A = {1, 2, 3} possui 8
subconjuntos:

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43 Fatec Bauru

NOTA (1): no exemplo acima, o conjunto das partes de A, indicado por (A)
é o conjunto formado por todos os subconjuntos de A. Assim, teremos:
(A) = {, {1}, {2}, {3}, {1,2}, {1,3}, {2,3}, {1,2,3}}

NOTA (2): o conjunto das partes de A, ou seja, o conjunto que contém


todos os subconjuntos de A, também é chamado de conjunto potência de A, e

denotamos por 2A

NOTA (3): de um modo geral, para um conjunto A com n elementos, o

conjunto (A) terá 2n elementos.

Exercícios
[1] Escreva os seguintes conjuntos através da denotação por extensão:

(a) conjunto dos números inteiros ímpares positivos menores que 20

(b) conjunto dos dias da semana que começam pela letra s

(c) conjunto das vogais da palavra MATEMÁTICA

(d) conjunto dos meses do ano que começam com a letra C

(e) conjuntos dos números naturais pares maiores que 4 e menores que 7

[2] Sejam os conjuntos: A = {x   │ x 2 − 3x + 2 = 0 } B = {x   │ 1  x < 6}


C = {3, 4, 5} D = {0, 1, 2, 3, 4, 5}
Classifique em Verdadeiro (V) ou Falso (F) as sentenças seguintes:
AB
-2  A
CA
4B
BD
{0, 1, 2}  A
B
DB
n(B) = n(C)

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Fatec Bauru 44

[3] Sejam os conjuntos A = {x  Z │ x 2 − 7x + 6 < 0 ou 2x + 3 = 9} e B = {x  Z  0 <


x < 6}. Prove que A  B.

[4] O programa QUAD encontra e imprime soluções de equações quadráticas da


forma ax 2 + bx + c = 0 . O programa PAR lista todos os inteiros de -2n a 2n. Seja Q o
conjunto dos valores de saída de QUAD e E o conjunto dos valores de saída de
PAR.
(a) mostre que para a = 1, b = 2, c = -24 e n = 50, Q  E
(b) mostre que para os mesmos valores de a, b e c, mas para n = 2, Q  E

[5] Quais das igualdades abaixo são verdadeiras?


(a) {a, m, o, r} = {r, o, m, a}
(b) {1, 2, 3} = {2, 3}
(c) {x  x 2 = 4 } = { x  x 3 − 4x = 0 }
(d) {x  2x + 7 = 11} = {2}
(e) {x  x < 0 e x  0} = 

[6] Dado E = {1, 2, 4, 8} quantos são os subconjuntos de E?

[7] Forme o conjunto das partes dos seguintes conjuntos:


(a) A = {1,2}
(b) B = {a, r, t, e}
(c) C = {7}
(d) D = 

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45 Fatec Bauru

Diagrama de Venn-Euller

Introdução

Como poderíamos fazer a representação da seguinte situação: “Conjunto B


de todas as pessoas nascidas na cidade de Bauru e o conjunto A de todos os
paulistas”?
Observe que, o tratamento dado aos conjuntos e conceitos correlatos até o
presente momento usou uma linguagem textual. Entretanto, na medida em que
outros conceitos são desenvolvidos, como as operações sobre conjuntos, uma
linguagem diagramática auxilia o entendimento de definições, facilita o
desenvolvimento de raciocínios e permite uma identificação e uma compreensão
fácil e rápida dos componentes e dos relacionamentos em discussão.
Os Diagramas de Venn-Euller são universalmente conhecidos e são
largamente usados nos estudos da Teoria dos Conjuntos. São úteis para reforçar
a noção intuitiva sobre conjuntos, principalmente para analisar relações entre os
conjuntos e também seus membros.

Diagrama de Venn-Euller
Num Diagrama de Venn-Euller faz-se um esboço dos conjuntos, os quais
são representados por áreas fechadas no plano. As figuras usadas podem ser
diversas. Em geral, o conjunto Universal (U) é representado pelo interior de um
retângulo, mais precisamente, pelos pontos interiores ao retângulo. Qualquer
conjunto é desenhado como sendo uma curva fechada, inteiramente contida no
retângulo. Por exemplo, na situação referida
na introdução (acima):

todo elemento de B pertence a A, ou seja,


toda pessoa que nasceu em Bauru (B) é paulista
(A), que por sua vez é brasileira (U)

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Fatec Bauru 46

Vejamos outros exemplos:.

NOTA: para ilustrar uma aplicação do Diagrama de Venn-Euller, podemos


citar a propriedade da transitividade, ou seja, para quaisquer conjuntos A, B e C,
vale:
AB e BC  AC

Exercícios
[1] Seja o conjunto A = {xx é paulista} e B = {xx é pessoa inteligente}. Admitindo
que seja verdadeira a frase “todo paulista é inteligente”, como se representam
num Diagrama os conjuntos A e B?

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47 Fatec Bauru

[2] Sejam os seguintes conjuntos:


M = {x  x é jovem que gosta de Matemática Discreta}
E = {x  x é jovem que gosta de Esportes}
F = {x  x é jovem que gosta de Festa}
Considerando a afirmação: “Todo jovem que gosta de Matemática Discreta gosta
de Esportes e Festa” pode ser representada segundo o Diagrama:

[3] Considere o conjunto dos carros de uma certa concessionária. Um vendedor


classificou esses carros em três subconjuntos, de acordo com os seus opcionais:

D = {x  x é carro com direção hidráulica}

A = {x  x é carro com ar-condicionado}

V = {x  x é carro com vidro elétrico}

Observe os seguintes Diagramas abaixo e complete o que eles representam:

(a) (b)

(c) (d)

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Fatec Bauru 48

Exercícios Complementares

[1] Considere as proposições:

p: João programa em Java

q: João programa em Pascal

r: João programa em Delphi

Traduza para a linguagem simbólica as seguintes proposições:

(a) Não é verdade que João programa em Delphi ou Pascal, mas que programa em
Java.

(b) João programa em Pascal ou Java, mas não programa em Delphi e Java.

(c) Se João programa em Delphi então, ele não programa em Java ou Pascal.

(d) João programa em Java se e somente se, programa em Delphi.

(e) Se João programa em Pascal então, é falso que ele programa em Delphi e Java.

[2] As proposições p, q e r apresentam valor lógico a Verdade (V) e as proposições


x, y e w apresentam valor lógico a FALSIDADE (F). Determine o valor lógico de
cada uma das seguintes proposições:

(a) (w → (x  ~ p)  (r  y → q))  r

(b) (p → y)  (y → w)  (r  ~ q)  (~ x  r)

(c) (y  ~ (p  r)  x → q)  ((w  p) → (q  x))

[3] Construa a Tabela Verdade para as seguintes proposições abaixo:

(a) P(p, q, r): (p → (q  r  ~ p)) → ~ (r  p)

(b) Q(p, q, r): (r → q) → (p  (r  q) → p  (q  r))

(c) R(p, q): (p  q)  ~ (q → p)

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49 Fatec Bauru

[4] Considere três variáveis: A, B e C. Realize para estas variáveis os seguintes


atributos:

A→4 B → 16 C → 25

Em seguida, analise as proposições compostas abaixo e dê o valor lógico de


cada uma delas:

(a) P: Se (A > B) então (A * A = B)

(b) Q: (B / A = A) se e somente se (A + B = C)

(c) R: ~(A < C)  ~(B > C)

(d) T: (A + C > B)  (C – B < A)

[5] Após ter aprendido a construir Tabelas Verdades de proposições compostas,


durante as aulas de Matemática Discreta, um aluno construiu numa planilha
Excel a Tabela Verdade para a proposição P(p, q, r): (~ p  ~ q)  (p → r) . Porém,
devido a uma falha, foi esquecido de preencher alguns campos desta planilha.
Analisando a Tabela Verdade construída, podemos afirmar que os valores lógicos
que preenchem, respectivamente, as células em branco (E3, E9, F5, F8, G6) da
planilha são:

(a) V, V, F, F, F

(b) F, V, V, V, V

(c) V, F, F, F, V

(d) F, V, F, V, F

(e) V, F, V, V, F

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Fatec Bauru 50

 5 − 3 − 5 3   1 − 1 − 2 6
[6] Dadas as matrizes: A =   ; B=   ; C=   ; D = ;
− 6 8   7 − 4 2 − 3  0 9
− 4 5 
− 2 5 − 1  
E=   e F =  2 − 3 determine as seguintes operações:
 3 4 6   1 − 1

(a) A.(B+ C) (b) B t - 2C (c) I 2 - (D+ C)


(d) (A + 3D).C t (e) - 2.(C t - A + B) (f) (D+ C) t

(g) E . F (h) E . E t

[7] Determine, se existir, a Inversa das seguintes matrizes:

4 7   2 2
(a) M =   (b) N =  
1 2  4 5

 2 − 1 4 7 
(c) P =   (d) Q =  
− 4 2  2 1 

[8] De modo a classificar os cinco membros de sua equipe de enxadristas para


competir com uma outra escola, o técnico desenha o seguinte diagrama. Uma
seta indo de 1 para 2 significa que o jogador 1 já derrotou o jogador 2.

(a) construa uma matriz A com elementos:

1, caso i tenha derrotado j


a ij = 
 0, caso contrário

(b) construa uma matriz B com elementos:

1, caso i tenha derrotado alguém que tenha derrotado j, com i  j


b ij = 
0, caso contrário

(c) O jogador i é o jogador mais bem classificado se a soma da linha i na matriz A


+ B for a maior. Qual é esse jogador?

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51 Fatec Bauru

[9] Represente na forma tabular a matriz abaixo:

2i − j + 1, se i  j
i + j

B = (b i j ) com 1  i < 4 e 1  j  3 tal que b i j =  , se i = j
 2
3j 2 , se i  j

2 3  x 3
[10] Sejam as matrizes A =   eB =   . Encontre o valor de x e y, de modo
4 1  y 2
que tenhamos A.B = B.A

[11] A matriz D apresentada abaixo fornece, em reais, o custo de matéria-prima,


mão de obra e frete (linha) dos produtos I, II e III (coluna) fabricados pela firma
“Godeguez & Gimenez”. A matriz P fornece a produção desses produtos (linha),
durante os dois primeiros meses deste ano (coluna):

 0,10 0,30 0,15  40 45 


D = 0,30 0,40 0,25  P = 20 25 
 0,10 0,20 0,15  15 10 

Determine a matriz que fornece as despesas com matéria-prima, mão de


obra e frete, em reais, por bimestre, da produção total de I, II e II.

[12] Uma determinada empresa de microcomputadores é composta de quatro


fábricas, onde são produzidos os mesmos três produtos. A matriz A = (a ij ) 3 x 4

indicada abaixo apresenta a produção mensal dessa indústria. Cada elemento aij
representa o número de unidades do produto i, produzido na fábrica j, ou seja,
a11 representa o número de unidades do produto I, produzido na fábrica 1, e
assim por diante:
560 360 380 100 
A = 340 450 420 80 
280 270 210 380 

Analise e classifique em (V) ou (F) as sentenças apresentadas:

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Fatec Bauru 52

I. o n° de unidades do produto II, que as fábricas 1 e 4 produzem juntas é


igual à quantidade desse produto, produzida pela fábrica 3, sozinha

II. a fábrica que mais produz o produto III, é a 1

III. com relação à fábrica 3, a quantidade fabricada do produto II é o dobro


da fabricada do produto III

[13] Sendo A = {1, 2}, B = {2, 3}, C = {1, 3, 4} e D = {1, 2, 3, 4, 5}. Classifique em (V)
ou (F) as seguintes sentenças:
AD C=D
BC D
3D 4C
AC {1, 2, 3}  D
{, {1}}  (A) {{3, 4}}  (C)
{1, 2, 3}  (D) {x  x 2 + 10x + 8 = 0 }  D

[14] Considerando o conjunto B = {x x é número par e 3 < x  10}. Escreva o


conjunto (B)

[15] Sejam os seguintes conjuntos: V = {xx é jovem que pratica vôlei}


B = {xx é jovem que pratica basquete}
F = {xx é jovem que pratica futebol}

Traduza para linguagem textual a parte destacada nos seguintes


Diagramas:

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53 Fatec Bauru

Operações entre Conjuntos

Introdução
Conjuntos podem ser combinados para gerar outros conjuntos. Para isso,
podemos considerar algumas regras (ou operações) que definem formas pelas
quais conjuntos podem ser combinados. Veremos agora quais são estas
operações.

Diferença
Dados os conjuntos A = {xx é vogal do nosso alfabeto} e B = {xx é letra da
palavra BAURU}, então temos: A = {a, e, i, o, u} e B = {b, a, u, r}.
Podemos definir o conjunto formado pelos elementos que pertencem ao
conjunto A e que não pertencem a B, ou seja:
A – B = { x x  A e x  B}, assim A – B = {e, i, o}
De maneira análoga, teremos: B – A = {b, r}
Observe que: A – B ≠ B – A

NOTA (1): o conjunto A – B (lê-se: A menos B) é chamado conjunto


diferença entre A e B.
NOTA (2): de modo geral, dados os conjuntos A e B, a diferença A – B é o
conjunto formado pelos elementos de A menos os elementos de B.
NOTA (3): pelo Diagrama de Venn-Euller, a diferença A – B fica assim
representada:

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


Fatec Bauru 54

Interseção
Dados os conjuntos A = {xx é vogal do nosso alfabeto} e B = {xx é letra da
palavra BAURU}, então temos: A = {a, e, i, o, u} e B = {b, a, u, r}.

Podemos definir o conjunto formado pelos elementos que pertencem


simultaneamente aos conjuntos A e B, ou seja, pelos elementos comuns aos
conjuntos A e B, assim A  B = {a, u}.

NOTA (1): o conjunto A  B (lê-se: A interseção B, ou simplesmente, A


inter B) é chamado conjunto interseção de A e B.
NOTA (2): de modo geral, dados os conjuntos A e B, a interseção A  B é o
conjunto formado pelos elementos que pertencem simultaneamente aos
conjuntos A e B:
A  B={xxAexB}

NOTA (3): pelo Diagrama de Venn-Euller, a interseção A  B fica assim


representada:

NOTA (4): se A  B =  , então dizemos que os conjuntos A e B são


disjuntos (ou mutuamente exclusivos).

NOTA (5): Temos as seguintes propriedades para a operação interseção:


➔ Elemento neutro: A  U = U  A = A
➔ Idempotência: A  A = A
➔ Comutativa: A  B = B  A
➔ Associativa: A  (B  C) = (A  B)  C = (A  C)  B

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55 Fatec Bauru

União ou reunião
Dados os conjuntos A = {xx é vogal do nosso alfabeto} e B = {xx é letra da
palavra BAURU}, então temos: A = {a, e, i, o, u} e B = {b, a, u, r}.

Podemos definir o conjunto formado pelos elementos que pertencem ao


conjunto A ou pertencem a B, ou a ambos, assim:
A  B = {a, e, i, o, u, b, r}

NOTA (1): o conjunto A  B (lê-se: A união B) é chamado conjunto reunião


ou união de A e B.
NOTA (2): de modo geral, dados os conjuntos A e B, a união A  B é o
conjunto formado pelos elementos de A mais os elementos de B:

A  B = { x  x  A ou x  B }

NOTA (3): este “ou” da união não significa exclusão, significa que x  A ou
x  B ou x pertence a ambos, isto é, quando pelo menos uma das afirmações é
verdadeira.

NOTA (4): pelo Diagrama de Venn-Euller, a união fica assim representada:

NOTA (5): Propriedades da Operação União:


➔ Elemento neutro: A   =   A = A
➔ Idempotência: A  A = A

➔ Comutativa: A  B = B  A
➔ Associativa: A  (B  C) = (A  B)  C = (A  C)  B

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Fatec Bauru 56

NOTA (6): Número de elementos do conjunto União.


A = {a, e, i, o, u} → n(A) = 5
B = {b, a, u, r} → n(B) = 4
A  B = {a, e, i, o, u, b, r} → n(A  B) = 7
A  B = {a, u} → n(A  B) = 2

Observe que n(A  B)  n(A) + n(B), pois há dois elementos comuns a ambos
os conjuntos.
Assim: n(A  B) = n(A) + n(B) – n(A  B)
7 = 5 + 4 - 2

Sendo, assim, é sempre verdadeiro que:

Princípio da Inclusão – Exclusão para dois conjuntos:

Se A e B são dois conjuntos finitos, então:

n(A  B) = n(A) + n(B) – n(A  B)

Raciocinando como na situação anterior, podemos provar o Princípio da


Inclusão – Exclusão para três conjuntos:

Princípio da Inclusão - Exclusão para três conjuntos:

Se A, B e C são três conjuntos finitos, então:

n(A  B  C) = n(A) + n(B) + n(C) – n(A  B) – n(A  C) – n(B  C) + n(A  B  C)

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57 Fatec Bauru

Conjunto Complementar
Sejam os conjuntos A e B, tal que B  A . Chama-se complementar de B em

relação ao conjunto A o conjunto A – B, indicado por C BA . Pelo Diagrama de Venn-


Euller, temos a representação:

NOTA (1): Se A = { -1, 0, 1, 2, 3} e B = {2, 3} note que B  A , logo temos que

C BA = {-1, 0, 1} ou seja, os elementos de C BA são os elementos que faltam ao


conjunto B para que ele fique igual ao conjunto A.
NOTA (2): quando nos referimos ao complementar de A em relação ao
conjunto Universo U, indicamos por: C AU ou A ou A C .

NOTA (3): Leis de Morgan: segundo este matemático inglês, dados os


conjuntos A e B contidos em um conjunto Universo U, temos:

Leis de Morgan:

(A  B) C
= A C  BC

(A  B)C = A C  B C

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Fatec Bauru 58

Exercícios
[1] Dados os conjuntos: A = { x   2 ≤ x ≤ 8}
B = { x  x é impar positivo menor que 10 }
C = { x   5  x  9 }
D = {2, 4, 6, 8}
Determine:
(a) A  B
(b) B  D
(c) A  C
(d) B – C
(e) C DA
(f) (D – C)  (A – B)

[2] Sejam A e B dois conjuntos tais que n(A) = 12, n(B) = 10 e n(A  B) = 15.
Determinar:
(a) n(A  B) =
(b) n(B – A) =
(c) n(A – B) =

[3] A Empresa Motors Inc., fabricou 325 carros com transmissão automática, 216
com direção hidráulica e 89 com ambas as opções. Quantos carros foram
fabricados, se cada carro possui pelo menos um dos opcionais?

[4] Sejam A e B conjuntos não vazios, onde A = {x  x = 3n, com n   e n  10} e


B = {x  x é número natural impar}. Determine o conjunto X, tal que sejam
satisfeitas as seguintes condições: X  (A  B) e (A  B) – X = {3, 15, 21}.

[5] Utilizando-se do Diagrama abaixo, para cada item represente hachurando as


situações propostas:

(a) A  B (b) (C – B)  (A – B)

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59 Fatec Bauru

(c) (A  B)  C (d) (B  C)  A

(e) (B – A)  C (f) (A  B)  (A  C)

(g) (B - D)  (C - A) (h) (A  B) - (C  D)

[6] Dados os conjuntos A = {4, 6, 8}, B = {4, 8, 11, 14}, C = {9, 11, 14, 21} e
considerando o conjunto Universo U = {4, 6, 8, 9, 11, 14, 21, 30} determine:
(a) A C − (B  C) (b) (A  C) - (B  C) C

(c) (A  B) - (B  C) (d) B C - (A  B)

[7] Determine os elementos dos conjuntos A e B, em cada caso, sabendo-se que:


(a) A – B = {1, 2, 3} A  B = {1, 2, 3, 6, 7, 8} A  B = {8}

(b) A – B = {8, 6, 5} B – A = {7, 9} A  B = {10}

(c) A – B = {3, 4} A  B = {3, 4, 6, 8} B - A = {6}

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


Fatec Bauru 60

[8] Em uma pesquisa foi demonstrado que 33% dos entrevistados são assinantes
do jornal A, 29% são assinantes do jornal B, 22% são assinantes do jornal C,
13% assinam os jornais A e B, 6% assinam os jornais B e C, 14% assinam os
jornais A e C, 6% assinam os três jornais.

(a) quantos por cento não assinam nenhum dos três jornais?

(b) quantos por cento assinam os jornais A e B e não C?

(c) quantos por cento assinam pelo menos um dos jornais?

[9] Numa sala de aula com 60 alunos, 11 jogam xadrez, 31 são homens ou jogam
xadrez e 3 mulheres jogam xadrez. Concluímos, portanto, que:
(a) 31 são mulheres (b) 29 são homens
(c) 29 mulheres não jogam xadrez (d) 23 homens não jogam xadrez
(e) 9 homens jogam xadrez

[10] Num homicídio ocorrido em plena luz do dia, os


investigadores fizeram as seguintes anotações no
Boletim de Ocorrência sobre as pessoas encontradas
no local do crime: havia cinco mulheres; cinco pessoas
usavam óculos; quatro homens não usavam óculos e
duas mulheres usavam óculos. Considerando que
todas as pessoas encontradas no local do crime no
momento da investigação são suspeitas, então, qual o
número de suspeitos desse crime?

[11] Os 36 alunos de uma classe fizeram uma prova de 3 questões. Sabendo que
4 erraram todas as questões, 5 só acertaram a primeira questão, 6 só acertaram
a segunda, 7 só acertaram a terceira, 9 acertaram a primeira e a segunda, 10
acertaram a primeira e a terceira e 7 acertaram a segunda e a terceira, determine
quantos acertaram as três questões.

[12] Num lote de placas-mãe para notebooks comprados pela “Alfadig Ltdaª” o
controle de qualidade verificou que, entre as placas-mãe compradas, 40
apresentavam defeitos na embalagem, na parte elétrica ou no acabamento.
Dentre estas peças, 28 tinham defeito de acabamento, 17 tinham a embalagem
defeituosa, 13 tinham defeitos na parte elétrica, 6 tinham defeitos tanto no
acabamento quanto na embalagem, 7 tinham defeitos de embalagem e na parte
elétrica e 10 tinham defeito no acabamento e na parte elétrica. Alguma peça tinha
todos os três tipos de defeito?

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61 Fatec Bauru

[13] Sejam A, B e C conjuntos finitos, tais que, em relação ao número de


elementos destes conjuntos podemos afirmar que o conjunto A tem 50, B tem 30,
C tem 85, A  B tem 22, A  B  C tem 18, B  C tem 20 e A  C tem 100.
Usando o diagrama de Venn-Euller determine:
(a) n(A  C) =

(b) n(C – B) =

(c) n((B  C) – (A  B  C)) =

(d) n(B – A – C) =

(e) n(A  B) =

A C B
[14] A FATEC – Bauru pretende promover nas férias um curso de Programação
direcionado aos alunos regularmente matriculados nos cursos de Banco de
Dados e Redes de Computadores. Ela irá oferecer três opções de cursos:
Programação em Cobol, Programação em Delphi e Programação em Java. Para
verificação da disponibilidade de matrículas para estes cursos foi realizada uma
pesquisa sobre a intenção de modalidades que os alunos pretendem cursar e
foram obtidas as seguintes informações nesta pesquisa: 20 alunos pretendem
cursar Cobol e Java; 60 alunos pretendem cursar Delphi; 65 alunos pretendem
cursar Java; 21 alunos não pretendem cursar nem Delphi, nem Cobol; o número
de alunos que pretender cursar somente Delphi é idêntico ao número de alunos
que pretendem cursar somente Cobol; 17 alunos pretendem cursar Delphi e
Cobol; 45 alunos pretendem cursar Delphi e Java, sendo que destes, 30 não
pretendem cursar Cobol. Podemos afirmar, assim, que o número total de alunos
que responderam à pesquisa foi de:
(a) 93 (b) 103 (c) 114
(d) 110 (e) 99

[15] Use os dados da figura abaixo para responder a cada pergunta:

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


Fatec Bauru 62

(a) quantos elementos há no conjunto A?

(b) quantos elementos há no conjunto B?

(c) quantos elementos há no conjunto A ou B?

(d) quantos elementos há no conjunto B ou C?

(e) quantos elementos estão no conjunto A, mas não estão em B?

(f) quantos elementos estão no conjunto A ou B ou C?

(g) quantos elementos não estão nem no conjunto A nem em B nem em C?

(h) quantos elementos há no conjunto U?

[16] Numa grande empresa de desenvolvimento de softwares localizada na


cidade de Hortolândia, 120 programadores trabalham no período matutino, 130
trabalham no período vespertino, 80 trabalham no período noturno, 60
trabalham nos períodos matutino e vespertino, 50 trabalham nos períodos
matutino e noturno, 40 trabalham nos períodos vespertino e noturno e 20
trabalham nos três períodos. É correto afirmar que:

(a) nessa empresa trabalham 250 programadores

(b) nessa empresa 120 programadores trabalham somente em dois períodos

(c) nessa empresa 100 programadores trabalham somente em um período

(d) nessa empresa 10 programadores trabalham somente no período noturno

(e) nessa empresa 90 programadores trabalham somente no período vespertino

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63 Fatec Bauru

Produto Cartesiano

Introdução
A operação produto cartesiano é uma operação binária a qual, quando
aplicada a dois conjuntos A e B, resulta em um conjunto constituído de
sequências de duas componentes, sendo que a primeira componente de cada
sequência é um elemento de A e, a segunda componente, um elemento de B.
Assim, para definir produto cartesiano, é necessário antes introduzir a
noção de sequência finita e, em particular, de sequência de dois elementos. Uma
sequência de n componentes, denominada de n-upla ordenada consiste de n
objetos (não necessariamente distintos) em uma ordem fixa. Em particular, uma
2-upla ordenada é denominada de par ordenado. Um par ordenado no qual a
primeira componente é x e a segunda é y, denotamos da seguinte forma:
(x , y) ou x , y . Analogamente, uma n-upla ordenada é denotada como segue:

(x 1 , x 2 , x 3 , x 4 , ... , x n ) ou x 1 , x 2 , x 3 , x 4 , ... , x n

NOTA (1): uma n-upla ordenada x 1 , x 2 , x 3 , x 4 , ... , x n não deve ser

confundida com o conjunto {x 1 , x 2 , x 3 , x 4 , ... , x n } ; em uma n-upla ordenada, a

ordem é importante, pois são distinguidas as componentes.


NOTA (2): Se tivermos x e y distintos, então: (x, y)  (y, x )

Definição de Produto Cartesiano


Sejam A e B dois conjuntos não vazios, denominamos produto cartesiano de
A por B o conjunto cujos elementos são todos pares ordenados (x , y ) onde o
primeiro elemento pertence ao conjunto A e o segundo elemento pertence a B, ou
seja:

A x B = { (x , y ) x  A e y  B}

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Fatec Bauru 64

O símbolo A x B, lê-se: “A cartesiano B” ou “produto cartesiano de A por B”.

Exemplo (1): se A = {1, 2, 3} e B = {4, 5} temos:

A x B = {(1, 4), (1, 5), (2, 4), (2, 5), (3, 4), (3, 5)}

B x A = {(4, 1), (4, 2), (4, 3), (5, 1), (5, 2), (5, 3)}

Exemplo (2): se A = {2,3} então o conjunto A x A (também indicado por A 2 e


lê-se: “A dois”) é: A 2 = A x A = {(2,2), (2,3), (3,2), (3,3)}

NOTA (1): Seja A um conjunto qualquer, definimos os seguintes produtos


cartesianos:

Ax= xA= x=

NOTA (2): Se A  B então A x B  B x A, isto é, o produto cartesiano de dois


conjuntos não goza da propriedade comutativa.

NOTA (3): se A e B são conjuntos finitos com m e n elementos


respectivamente, então A x B é um conjunto finito com m.n elementos. Se A ou B
for finito e nenhum deles for vazio, então A x B é um conjunto finito.

Exercícios
[1] Sejam os conjuntos A = {-4, 2, 6} B = {-1, 5} e C = {3, 7}, determine:
AxB
AxC
CxB
B2

[2] Sabendo que {(1,2), (4,2)}  A 2 e n( A 2 ) = 9, explicite por extensão todos os


elementos do conjunto A 2 .

[3] Sejam os conjuntos A e B, tais que: A x B = {(-1, 0), (2, 0), (-1, 2), (2, 2), (-1, 3),
(2, 3)}. Então, qual será o número de elementos do conjunto (A – B) U (B – A)?

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65 Fatec Bauru

Relações Binárias

Definição de Relação
Consideremos os conjuntos A = {2, 3, 4} e B ={2, 3, 4, 5, 6}.
O produto cartesiano de A por B é o conjunto A x B = {(x, y)  x  A e y  B}
formado por 3.5=15 elementos.
Os pares ordenados de A x B ficam facilmente demonstrados através de
uma “tabela de dupla entrada”, conforme a seguir:

A partir desse conjunto A x B que possui 15 elementos (pares ordenados)


n
podemos formar 32768 subconjuntos (usando a fórmula 2 , já que n = 15).
Vejamos alguns desses subconjuntos possíveis:
{(2, 2), (2, 4), (2, 6), (3, 3), (3, 6), (4, 4)}

{(2, 2), (3, 3), (4, 4)}

{(2, 4), (3, 6)}

{(2, 3), (3, 4), (4, 5)}

Esses subconjuntos gerados a partir do produto cartesiano de A x B, são


chamados de RELAÇÕES BINÁRIAS de A em B.
De modo geral, denominamos uma relação binária de A em B a todo
subconjunto de A x B.

R é uma relação binária de A em B  R  A x B

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


Fatec Bauru 66

Sendo, assim, no exemplo acima teremos 32768 relações binárias. Essas


relações binárias (já que são subconjuntos) podem ser denotadas por extensão ou
por compreensão.
Vejamos:
R1 = {(2, 2), (2, 4), (2, 6), (3, 3), (3, 6), (4, 4)}

R1 = {(x, y)  A x B x ∕ y}

R2 = {(2, 2), (3, 3), (4, 4)}

R2 = {(x, y)  A x B x = y}

R3 = {(2, 4), (3, 6)}

R3 = {(x, y)  A x B y = 2x}

R4 = {(2, 3), (3, 4), (4, 5)}

R4 = {(x, y)  A x B  y = x + 1}

R5 = Ø
R5 = {(x, y)  A x B  x = y = 100}

NOTA (1): uma relação R  A x B é constituída de três partes: a origem A, o


destino B e o conjunto de pares R; qualquer alteração em uma destas três partes
define uma outra relação.

NOTA (2):  é uma relação de A em B, pois o conjunto vazio é subconjunto


de qualquer conjunto.

NOTA (3): uma relação R  A x B também é denotada por R: A→B e um


elemento (x, y)  R é frequentemente denotado de forma infixada, como x R y.

NOTA (4): se n(A) = m e n(B) = p, então o número de relações binárias


possíveis é dado por 2 m.p .

Domínio e Imagem de uma Relação


Seja R uma relação de A em B.

Definição (1): chama-se Domínio de R (ou conjunto de partida) o


subconjunto de A constituído pelos elementos de x para cada um dos quais existe
algum y em B tal que xRy. Simbolicamente: D(R) = {x  A │  y  B : xRy}

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67 Fatec Bauru

Definição (2): chama-se Imagem de R o subconjunto de B constituído pelos


elementos de y para cada um dos quais existe algum x em A tal que xRy.

Simbolicamente: Im(R) = {y  B │  x  A : xRy}

Exemplo: considere a relação R dada por R = {(1,5), (2,6), (3,7), (4,8)},


temos: D(R) = {1, 2, 3, 4}

Im(R) = {5, 6, 7, 8}

Representação de Relações usando Dígrafos


Além de representarmos uma relação listando todos seus pares
ordenados, existe uma outra maneira importante de representar uma relação:
cada elemento do conjunto é representado por um ponto e cada par ordenado é
representado usando um arco com sua direção indicada por uma flecha. Essa
representação é usada quando temos relações definidas num conjunto finito, são
chamadas de grafos orientados ou dígrafos1.

Exemplo: o grafo orientado da relação R ={ (a, b), (a, d), (b, c), (c, e), (d, a),
(d, e), (e, c)} no conjunto A = {a, b, c, d, e} é mostrado na figura abaixo:

A relação R no conjunto A é representada por um grafo orientado que tem


os elementos de A como seus vértices e os pares ordenados (a, b), em que (a, b) 
R, como arestas.

1 O conceito de grafos orientados e dígrafos será explorado posteriormente.

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Fatec Bauru 68

Banco de Dados Relacional


O Banco de Dados relacional foi criado com base na teoria matemática de
conjuntos, e, mais especificamente, no conceito de relações. Um banco de dados
relacional é uma coleção de relações (tabelas) que estão associadas umas às
outras através de atributos (campos) em comum que definem a associação. As
entidades vão dar origem as tabelas do Banco de Dados. Essas entidades
possuem uma ou mais propriedades capazes de descrevê-las (atributos). Os
atributos vão dar origem aos campos das tabelas do Banco de Dados. Exemplo:

As entidades não são isoladas; elas estão sempre associadas a outras


entidades. Quando passamos a trabalhar com mais de uma entidade, precisamos
identificar os relacionamentos entre elas. Um relacionamento é a associação entre
duas ou mais entidades (tabelas). Para definir esse relacionamento é importante
definir o número de ocorrências em um relacionamento, chamado de
cardinalidade. Existem dois tipos de cardinalidade: cardinalidade mínima (a
opcional representada pelo número 0 e a obrigatória representada pelo número 1)
e a cardinalidade máxima (a cardinalidade máxima “1” e a cardinalidade “muitos”
referida pela letra “n”).

De acordo com essas cardinalidade existem os seguintes tipos básicos de


relacionamentos entre as entidades:

• Relacionamento um para muitos (1, N)

• Relacionamento um para um (1, 1)

• Relacionamento muitos para um (N, 1)

• Relacionamento muitos para muitos (N, M)

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69 Fatec Bauru

Por exemplo: uma relação entre os objetos “clientes-produtos-compras-


despesas”, no qual é possível observar a relação direta entre os objetos citados,
uma vez que o “cliente” realiza a “compra” de um “produto”, gerando uma
“despesa”. Veja na figura a seguir uma representação gráfica do exemplo citado:

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Fatec Bauru 70

Exercícios
[1] Dados M = {3, 6, 9, 12} e N = {1, 3, 5, 7, 9} determine as seguintes relações:
R1 = { (x, y)  M x N x < y}
R2 = { (x, y)  M x N 2.x.y < 25}
R3 = { (x, y) M x N  x 2 + y 2 < 50}

[2] Se S = { (x, y) 2x + y = 10} e T = { (x, y)  2 x - y = 2}, determine S  T .

[3] Se A = {1, 2, 3, 4, 5} e B = {1, 2, 3, 4, 5, 6} quais são os elementos da relação


binária R de A em B assim definida: x R y  y = x +2?

[4] Se A = {-1, 0, 1, 2} quais são os elementos da relação R = { (x, y)  A 2  x 2 = y 2 }?

[5] Sejam os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {3, 4, 5, 6, 7} e R ={ (x, y)  A x B │


x + y é um número par e menor que 10}. Descreva os elementos de R.

[6] Dados A = {1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8}, B = {2, 4, 6, 8, 10} e C ={3, 6, 9, 12}, forme as


seguintes relações:
(a) R = {(x, y)  A x B x + y = 12}
(b) S = {(x, y)  B x A x + y < 8}
(c) T = {(x, y)  B x C x + y  15}
(d) V = {(x, y)  A x C y = 2x}
(e) W = {(x, y)  C x B y – 1 = x}

[7] Sejam A = {0, 2, 4, 6, 8} e B = {1, 3, 5, 9}. Enumerar os elementos das


seguintes relações e dizer qual é o domínio e a imagem de cada uma das relações:

R1 = { (x, y)  A x B │ y = x + 1}

R2 = { (x, y)  B x A │ x ≥ y}

[8] Seja R a relação definida em * pela sentença aberta “2x + y = 10”, isto é, seja
R = { (x, y)  * x * │2x + y = 10}. Determine o domínio e a imagem de R.

[9] Sejam os conjuntos A = {3, 5, 7} e B = {2, -2}. Determine o número de relações


binárias diferentes que podem ser definidas de A em B.

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71 Fatec Bauru

Função

Introdução
O conceito de função é muito utilizado no cotidiano e também é
amplamente utilizado em Informática e pode variar de acordo com sua aplicação.
Algumas funções que podemos citar: funções de entrada e saída de informações
em um algoritmo ou programa; funções de criptografia, utilizadas na segurança
de informações; funções de armazenamento, organização e recuperação de dados
(hashing); funções recursivas etc.

De forma geral, uma função pode ser definida como uma relação entre dois
ou mais conjuntos, estabelecida por uma lei de formação ou de associação, isso é,
uma regra geral. Os elementos de um grupo devem ser relacionados com os
elementos do outro grupo, através dessa lei. As funções possuem diversas
aplicações no cotidiano, sempre relacionando grandezas, valores, índices,
variações entre outras situações. Por exemplo: o consumo de banda larga é
função da oferta de pacotes das operadoras de telefonia do país.

É muito importante obter o conhecimento adequado sobre as propriedades


e definições das funções matemáticas.

Definição
Dados dois conjuntos A e B não vazios e f uma relação binária de A em B.
Dizemos que essa relação f é uma função (ou aplicação) definida de A em B se, e
somente se, para todo elemento x  A existe um único elemento y  B, de tal
forma que, (x, y)  f.

OBS (1): se f é uma função de A em B, escrevemos y = f(x) (lê-se: y é


imagem de x pela f) para indicar que (x, y)  f.

OBS (2): f: A → B será a maneira simbólica de dizermos que f é uma função


de A em B.

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Fatec Bauru 72

Podemos representar uma função com um Diagrama de Venn-Euller.


Devem ser satisfeitas algumas condições para que uma relação R seja uma
função:

• R é uma função de A em B se todo elemento x  A participa de pelo menos


um par (x, y). Ou seja, de todo elemento de A deve sair uma flecha:

R1 é função R2 não é função

R3 é função R4 não é função

Exemplo/Contraexemplo: Sejam A = {0, 1, 2, 3} e B = {4, 5, 6, 7, 8} e


consideremos as relações de A em B dadas por:

R1 = {(0, 5), (1, 6), (2, 7)}

R2 = {(0, 5), (1, 5), (2, 6), (3, 7)}

R3 = {(0, 4), (1, 5), (1, 6), (2, 7), (3, 8)}

R4 = {(0, 4), (1, 5), (2, 7), (3, 8)}

Quais das relações acima são funções? Justifique sua resposta.

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


73 Fatec Bauru

Exercícios

[1] Sendo E = {a, b, c, d} e F = {1, 2, 3}, decida quais das relações abaixo são
funções definidas de E em F. Justifique:

(a) R1 = {(a, 1), (b, 2), (c, 3)}

(b) R2 = {(a, 1), (b, 1), (c, 2), (d, 3)}

(c) R3 = {(a, 1), (a, 2), (b, 1), (c, 2), (d, 3)}

(d) R4 = {(a, 2), (b, 2), (c, 2), (d, 2)}

[2] São dados os conjuntos E = 0, 1, , 2 ,  ,  e F = {-1, 1}. Escrever como


1 7
 2 3
conjunto de pares ordenados a função f: E → F tal que:
f(x) =1, se x  Q f(x) = -1, se x  Q

[3] Dados os conjuntos A = {a, b, c, d} e B = {1, 2, 3}. Analise os diagramas abaixo


que representam relações de A em B. Decida quais são funções. Justifique:
(a) (b)

(c) (d)

2x + 3  3 3
[4] A função f(x) = tem imagem igual à Im(f) = - , - 5, 1,  . Qual é o
x−2  2 2
conjunto Domínio de f(x)?

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Fatec Bauru 74

Composição de Funções

Definição
Função composta é a composição de duas funções obtendo como
resultado uma outra função. A função composta é a aplicação de uma função
numa outra função, combinando suas variáveis.

Sejam as funções f: A → B e g: B → C, a composição dessas duas


funções, ou seja, a composta de g com f é uma função h: A → C definida pela lei
h(x) = g(f (x )) = gof(x).

Vejamos a representação, num Diagrama:

Exemplo: Sejam A= {-1, 0, 1, 2}, B = {0, 1, 2, 3, 4} e C = {1, 3, 5, 7, 9}.


Consideremos as funções:

f: A → B tal que f(x) = x 2 g: B → C tal que g(x) = 2x + 1

É imediato que: f = {(-1, 1), (0, 0), (1, 1), (2, 4)}

g = { (0, 1), (1, 3), (2, 5 ), (3, 7), (4, 9)}

Neste caso, a função composta h = gof é a função de A em C que tem o


seguinte comportamento:

h(-1) = g(f(-1)) = g(1) = 3 h(0) = g(f(0)) = g(0) = 1

h(1) = g(f(1)) = g(1) = 3 h(2) = g(f(2)) = g(4) = 9

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75 Fatec Bauru

O Diagrama de fechas abaixo ilustra o que ocorreu:

h = gof = { (-1, 3), (0, 1), (1, 3), (2, 9)}

A função h(x) tem também uma lei de correspondência que pode ser
encontrada da seguinte forma:

h(x) = gof(x) = g(f(x)) = 2.f(x) + 1 = 2.x 2 + 1

OBS: a função composta gof não é comutativa, isto é, gof  fog

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Fatec Bauru 76

Exercícios
[1] Sabendo que a função f: A→ B é dada pela lei f(x) = 2x + 3 e g: B → C é dada
x +1
pela lei g(x) = , e que A = {1, 2, 3, 4}, B = {3, 5, 7, 9, 11} e C = {2, 3, 4, 5, 6},
2
determine:

(a) os pares ordenados que constituem fog(x) e gof(x);

(b) as respectivas leis de formação (correspondência) de fog(x) e gof(x).

[2] Seja A = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e sejam f: A → A e g: A → A definidas por:

f = {(1,3), (2,1), (3,5), (4,6), (5,2), (6,4)}

g = {(1,5), (2,6), (3,3), (4,1), (5,4), (6,2)}

Determine, então:

(a) fog

(b) gof

(c) fof

(d) gog

(e) gofof

[3] Se f, g e h são funções dadas pelas seguintes leis de formação: f(x) = x 2 + 1 ,


4x + 2
g(x) = x - 2 e h(x) = , obtenha as leis que definem as compostas:
3

(a) gof

(b) fog

(c) hof

(d) goh

2
[4] Sabendo que f(x) = , então, determine a função fof(x).
x+3

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77 Fatec Bauru

Função Inversa

Definições
Dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4} e B = {1, 3, 5, 7} consideremos a função f
de A em B definida por f(x) = 2x – 1. Notemos que a função f é bijetora formada
pelos pares ordenados f = { (1,1), (2,3), (3,5), (4,7)} onde D(f) = A e Im(f) = B.
Chamaremos de relação inversa de f, e que indicaremos por f −1 , a relação de B
em A tal que f −1 = { (y, x) │ (x, y)  f}. Cada par ordenado pertencente à f −1 é
obtido invertendo-se a ordem dos elementos do par ordenado (x, y) de f. Assim,
temos: f −1 = { (1,1), (3,2), (5,3), (7,4)}

Observe que a relação f −1 (inversa de f), é também uma função, pois, f é


uma bijeção de A em B, isto é, para todo y  B existe um único x  A tal que (y, x)
 f −1 .

Definição (1): uma função bijetora de A em B é inversível se, e somente


se, sua relação inversa f −1 de B em A também for uma função. As funções f e f −1
são chamadas de funções inversas entre si.

OBS (1): os pares ordenados que definem f −1 podem ser obtidos a partir
dos pares ordenados de f, permutando-se os elementos de cada par, isto é: (x, y)
 f  (y, x)  f −1

OBS (2): se considerarmos a função inversa de f −1 teremos: (y, x)  f −1 

(x, y)  f -1( ) −1
( )
, isto é, a inversa de f −1 é a própria função f, ou seja, f -1
−1
=f .

Podemos assim afirmar que f e f −1 são inversas entre si, ou melhor, uma é inversa
da outra.

OBS (3): Note que: D(f -1 ) = Im( f) e ( )


Im f -1 = D(f)

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Fatec Bauru 78

Regra prática para obtenção da Inversa de uma


função:
Dada a função bijetora f de A em B, definida pela sentença y = f(x), para
obtermos a sentença aberta que define f −1 , procedemos do seguinte modo:

(1°) na sentença y = f(x) fazemos uma mudança de variável, isto é,


trocamos x por y e y por x, obtendo assim x = f(y).

(2°) transformamos algebricamente a expressão x = f(y), expressando y em


função de x, para obtermos y = f −1 (x).

Exemplo: Seja f: A → B definida por y = f(x) = 2x -1, como expressar


f −1 (x)?

Resolução: y = f(x) = 2x – 1

x +1
x = 2y – 1 ➔ x + 1 = 2y ➔ =y
2

x +1
 f −1 ( x) =
2

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79 Fatec Bauru

Exercícios
[1] Sendo os conjuntos A = {1, 3, 5, 7, 9}, B = {2, 3, 4, 5, 6} e C = {3, 7, 11, 15, 19}.
Sejam também as seguintes funções:

x +3
f: A → B definida pela sentença f(x) =
2

g: B → C definida pela sentença g(x) = 4x − 5

Determine:

(a) f −1

(b) g −1

(c) gof

(d) f −1o g -1

[2] Nas funções abaixo, obter a lei de correspondência que define a função
inversa:

4x − 1
(a) f (x) = 2x + 3 (b) f ( x) =
3

(c) f ( x) = (x - 1) + 2 (d) f ( x) = 3 x + 2
3

2x + 3
(e) f ( x) = 5x 2 + 4 (f) f ( x) =
3x - 5

1
[3] As funções f e f −1 são inversas entre si. Se f é definida por f(x) = , então
x -3
qual será o valor de f −1 (-1)?

[4] Seja a função f(x) = 5x – 3. Determine:

(a) fo f −1

(b) f −1 o f

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Fatec Bauru 80

Análise Combinatória

Introdução
A Análise Combinatória, que inclui o estudo de permutações, combinações
e partições, trata da determinação do número de possibilidades lógicas de algum
evento sem necessariamente identificar todos os casos, ou seja, a Análise
Combinatória visa desenvolver métodos que permitam contar o número de
elementos de um conjunto, sendo estes elementos, agrupamentos formados sob
certas condições. Vejamos alguns exemplos:

. O Conjunto A cujos elementos são todos os números de dois algarismos


distintos formados a partir dos algarismos 1, 2 e 3:

A = {12, 13, 21, 23, 31, 32}

. O Conjunto C formado pelos anagramas da palavra ADS

C = (ADS, ASD, DAS, DSA, SDA, SAD}

Existem dois princípios básicos de contagem usados no decorrer deste


texto.

1.Princípio da regra da soma: suponha que algum evento E possa ocorrer


de m maneiras e que um segundo evento F possa ocorrer de n maneiras.
Suponha também que ambos os eventos não podem ocorrer simultaneamente.
Então, E ou F podem ocorrer de m + n maneiras.

2.Princípio da regra do produto (aplicado quando o procedimento é feito a


partir de tarefas separadas): suponha que existe um evento E que possa ocorrer
de m maneiras e, independente deste, há um segundo evento F que pode ocorrer
de n maneiras. Então, as combinações de E e F ocorrem de m.n maneiras.

Exemplo: suponha que uma Faculdade tenha três disciplinas diferentes de


Computação, quatro disciplinas diferentes de Matemática e duas disciplinas
diferentes de Administração.

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


81 Fatec Bauru

(a) o número m de maneiras que um estudante pode escolher apenas uma


disciplina é: m = 3 + 4 + 2 = 9

(b) o número n de maneiras que um estudante pode escolher uma de cada


tipo de disciplina é: n = 3 . 4 . 2 = 24

Ou seja, suponha que A e B são conjuntos disjuntos, temos:

• Princípio da Regra da Soma: n(A U B) = n(A) + n(B)

• Princípio da Regra do Produto: n(A  B) = n(A) . n(B)

OBS: um dos métodos para se utilizar o princípio da regra do produto


(também chamado de princípio fundamental da contagem) é através do diagrama
de árvore ou árvore de possibilidades. Um diagrama em árvore é um dispositivo
usado para enumerar todos os possíveis resultados de uma sequência de eventos,
onde cada evento pode ocorrer em uma quantia finita de maneiras.

Exemplo: No lançamento de uma moeda, três vezes consecutivas, os


possíveis resultados para esse evento podem ser demonstrados através do
diagrama de árvore, conforme abaixo:

C: CARA

K: COROA

Como observado, teremos oito (2 . 2 . 2 = 8) resultados possíveis

(C, C, C) (C, C, K) (C, K, C) (C, K, K)

(K, C, C) (K, C, K) (K, K, C) (K, K, K)

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Fatec Bauru 82

Exercícios
[1] Com os algarismos 0, 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7 quantos números com três algarismos
podem ser formados? E com três algarismos distintos?

[2] Em 2020 por Decisão do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) foi


implantada a placa Mercosul em todo o território nacional. As novas placas
seguem o formato de um arranjo de sete caracteres, conforme modelo abaixo:

Seguindo esse modelo, utilizando-se somente das letras A, B, E, R e dos


algarismos ímpares, quantas placas podem ser formadas, sem repetição de letras
e algarismos?

[3] Quantos números de dois algarismos podem ser formados sabendo que, o
algarismo das dezenas corresponde a um múltiplo de 2 (diferente de zero) e o
algarismo das unidades a um múltiplo de 3?

[4] Um homem tem oportunidade de jogar numa roleta, no máximo, cinco vezes.
Em cada jogada ele ganha ou perde 10 reais. Ele começa com 10 reais e é
obrigado a encerrar a série de jogadas se ocorrer uma destas hipóteses: ele perde
todo o seu dinheiro; ele soma 40 reais. De quantas maneiras o jogo pode se
desenrolar? Em quantas dessas maneiras ele sai ganhando e em quantas ele sai
perdendo?

Revisão de Fatorial
Considerando n natural, chama-se fatorial de n ou n fatorial o número
real n! tal que:
➔ se n = 0 então 0! = 1 ➔ se n = 1, então 1! = 1
➔ se n  2, então n! = n.(n-1).(n-2)....2.l (produtos de n fatores
decrescentes, de n até 1).
Exemplos: 5! = 5 . 4. 3. 2. 1 = 120 0! + 3! = 1 + 3.2.1 = 1 + 6 = 7
20! 20 .19 .18!
= = 20 .19 = 380
18! 18!

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83 Fatec Bauru

Arranjos
Consideremos o seguinte problema: com os elementos do conjunto A = {4,
6, 8, 9} vamos formar todos os números possíveis de 2 algarismos distintos:

46 48 49 64

68 69 84 86

89 94 96 98

A troca de posição dos algarismos em cada grupo de dois algarismos


implica no aparecimento de números diferentes, ou seja, a ordem dos elementos é
importante na composição dos números.

Os números formados são, assim, representados pelos diferentes


conjuntos ordenados de dois algarismos, que é possível formar a partir dos 4
algarismos constantes no conjunto dado. A esses conjuntos ordenados dá-se o
nome de arranjos de 4 algarismos 2 a 2.

De um modo geral: dados um conjunto com n elementos quaisquer,


chamam-se arranjos de n elementos p a p todos os conjuntos ordenados que é
possível obter com p elementos escolhidos arbitrariamente entre os n elementos
dados.

Notação: A n , p (arranjo de n elementos agrupados p a p). Fórmula dada por:

n!
An , p = onde 0  p  n
(n - p)!

NOTA: dois casos especiais que podem aparecer ao se calcular An, p:

n! n!
• An ,0 = = = 1 (isto pode ser interpretado dizendo-se que existe
(n - 0)! n!
apenas um arranjo ordenado de zero objetos: o conjunto vazio).

n! n.(n - 1)!
• A n ,1 = = = n (esta fórmula reflete o fato de que existem n
(n - 1)! (n - 1)!
arranjos ordenados de um objeto).

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


Fatec Bauru 84

Permutações
No caso particular em que se tem p = n obtém An,n que é o número de
arranjos nos quais entram todos os elementos dados. Neste caso aos arranjos de
n elementos tomados p a p dá-se o nome de permutação.

Notação: Pn (permutação de todos os n elementos). Fórmula dada por:

n! n! n!
Pn = A n , n = = = = n!
(n - n)! 0! 1

Combinações
Consideremos o exemplo: dado o conjunto A = {a, b, c, d} vamos formar
todos os subconjuntos de A com três elementos:

{a, b, c} {a, b, d}

{a, c, d} {b, c, d}

Tais subconjuntos são chamados de combinações simples dos 4 elementos


de A tomados 3 a 3. Ou seja, uma combinação simples de três elementos de A é
qualquer subconjunto de A formado por três elementos.

Observe que duas combinações simples quaisquer se diferenciam apenas


pela natureza dos elementos e não pela ordem de apresentação dos elementos.
Note que, os subconjuntos {a, b, c} e {a, b, d} são distintos, pois a natureza dos
elementos é diferente; já os subconjuntos {b, c, d} e {c, b, d} são iguais, pois a
ordem dos elementos não altera o subconjunto.

De um modo geral: dados um conjunto com n elementos quaisquer,


chamam-se combinações de n elementos p a p todos os conjuntos que é possível
obter com p elementos escolhidos entre os n elementos (sem atender a qualquer
ordem). Uma vez que se trata de simples conjuntos e não de sequências
ordenadas, duas combinações serão distintas quando, e somente quando, existir
pelo menos um elemento de uma que não seja elemento da outra.

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85 Fatec Bauru

Notação: C n , p (combinação n elementos agrupados p a p). Fórmula dada

por:

n!
Cn , p =
(n - p)! . p!

Exercícios
[1] De quantas maneiras uma família de 5 pessoas pode sentar-se num banco de
5 lugares para tirar uma foto? De quantas maneiras esta foto pode ser tirada,
ficando duas delas (pai e mãe) sempre juntas, em qualquer ordem?

[2] Quantos números naturais, de algarismos distintos, entre 3000 e 7000 podem
ser formados, utilizando-se dos algarismos 1, 3, 4, 6, 7 e 8?

[3] Uma equipe está sendo formada para a execução de um trabalho. Existem oito
pessoas participando da seleção e dessas, cinco são analistas de sistemas. De
quantas formas podemos formar uma equipe com quatro pessoas de modo que
metade das pessoas dessa equipe sejam analistas?

[4] Num lote de placas de computadores 10 estão boas e 8 estão defeituosas.


Extraindo-se 5 placas (sem reposição) não levando em conta a ordem das
mesmas, de quantas formas podemos obter 3 peças boas e 2 peças defeituosas?

[5] Em um laboratório existem 30 equipamentos de informática identificados por


números de 1 a 30. De quantas maneiras diferentes podemos escolher três
equipamentos de tal forma que a soma dos seus números de identificação tenha
como resultado um número ímpar?

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


Fatec Bauru 86

[6] Quantos múltiplos positivos de 5, compostos de três algarismos distintos,


podemos formar com os elementos do conjunto B = {0, 1, 2, 3, 4, 5}?

[7] Formados e dispostos em ordem crescente todos os números que se obtém,


permutando-se os algarismos 2, 3, 4, 5 e 6 em que posição estará o número
53426?

[8] De quantas maneiras três casais heterossexuais podem ocupar seis cadeiras,
dispostas em fila, de tal forma que as duas extremidades sejam ocupadas por
homens?

[9] Deseja-se criar uma senha alfanumérica de oito caracteres distintos,


iniciando-se por quatro letras minúsculas seguidas de quatro algarismos,
conforme o modelo: code1973. Utilizando-se das letras c, d, e, f, o, s e os
algarismos 1, 3, 5, 7, 9 quantas senhas possíveis, nessas condições, poderão ser
criadas?

[10] Em uma reunião social, cada pessoa cumprimentou todas as outras uma
única vez havendo ao todo 45 apertos de mão. Quantas pessoas estavam nesta
reunião? Sabendo-se que metade dessas pessoas são programadores em Java e a
outra metade programadores em COBOL, quantas comissões de quatro pessoas
podem ser formadas, sendo que, nesta comissão duas pessoas, no mínimo,
saibam programar em Java?

[11] Determine o valor de n, sabendo-se que:

(a)
A n, 2 = 30

(b)
A n, 2 + A n +1, 2 = 18

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87 Fatec Bauru

Teoria dos Grafos

Introdução
A teoria dos grafos é um ramo da Matemática Discreta que estuda as
relações entre objetos de um determinado conjunto. Os grafos são estruturas
discretas que consistem em vértices e arestas que ligam estes vértices. Estruturas
que podem ser representadas por grafos estão em toda parte e muitos problemas
de interesse prático podem ser formulados como questões sobre certos grafos.
Usando modelos de grafos, por exemplo, podemos determinar se é possível
percorrer todas as ruas de uma cidade sem passar por uma rua duas vezes,
podemos determinar se dois computadores estão ligados por um link de
comunicação usando modelo de grafo de redes de computadores. Neste capítulo
então, o objetivo é introduzir os conceitos básicos de teorias dos grafos e
apresentar alguns modelos de grafos diferentes.

Definições
Definição 1: Um grafo G = (V, E) consiste em V, um conjunto não vazio de
vértices (pontos ou nós) e E, um conjunto de vértices distintos, chamados de
arestas. Cada vértice v em V é representado por um ponto (ou pequeno círculo), e
cada aresta e = {v1, v2} é representada por uma curva que conecta seus extremos
v1 e v2.

Exemplo 1: o exemplo clássico de um grafo é o de algumas cidades ligadas


por rodovias. Nesta representação as cidades seriam os vértices e as rodovias as
arestas.

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


Fatec Bauru 88

Exemplo 2: consideremos o grafo G = (V, E):

. V consiste nos vértices A, B, C, D

. E consiste nas arestas e1 = {A, B}, e2 = {B, C}, e3 = {C, D}, e4 = {A, C}, e5 =
{B, D}

Definição 2: Um grafo orientado (ou dígrafo) (V, E) consiste em um


conjunto não vazio de vértices V e um conjunto de arestas orientadas (ou arcos).
Cada aresta orientada está associada a um par ordenado de vértices. É dito que,
a aresta orientada associada ao par ordenado (u, v) começa em u e termina em v.

NOTA: os grafos são geralmente representados graficamente da seguinte


maneira: é desenhado um círculo para cada vértice e, para cada aresta é
desenhado um arco conectando suas extremidades. Se o grafo for orientado, seu
sentido é indicado na aresta por uma seta.

Vejamos abaixo, um exemplo de um grafo orientado:

V = {1, 2, 3, 4, 5, 6}

E = {(1, 4), (1, 6), (2, 1), (2, 3), (2, 5), (3, 2), (4, 3), (6, 5)}

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89 Fatec Bauru

Conceitos básicos da Teoria dos Grafos


Consideremos o grafo:

Trata-se de um grafo simples com o conjunto de vértices V = {1, 2, 3, 4, 5,


6} e um conjunto de arestas E = { {1, 2}, {1, 5}, {2, 3}, {2, 5}, {3, 4}, {4, 5}, {4, 6}}.

Conectando dois vértices, temos uma aresta: esses dois vértices são ditos
como incidentes à aresta.

Dois vértices são considerados adjacentes se uma aresta existe entre eles.
No grafo acima, os vértices 1 e 2 são adjacentes, mas os vértices 2 e 4 não são. O
conjunto de vizinhos de um vértice consiste de todos os vértices adjacentes a ele.
No grafo acima, o vértice 1 possui dois vizinhos: vértice 2 e vértice 5.

O grau (ou valência) de um vértice v em um grafo G é igual ao número de


arestas em G que contém v, isto é, que são incidentes a v. Como cada aresta é
contada duas vezes na contagem dos graus dos vértices de G, temos o seguinte
resultado simples, mais importante:

A soma dos graus dos vértices de um grafo G é


igual a duas vezes o número de arestas em G

Por exemplo, no grafo:

Temos:

deg(A) = 2 deg(B) = 3 deg(C) = 3 deg(D) = 2

Perceba que a soma dos graus é igual a 10, que, como esperado, é igual a
duas vezes o número de arestas.

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


Fatec Bauru 90

Um caminho em um grafo G consiste em uma sequência alternada de


vértices tal que cada um dos vértices existe uma aresta para o vértice seguinte.

Um caminho simples é um caminho em que todos os vértices são


distintos, ou seja, nenhum dos vértices no caminho se repete.

Um caminho em que todas as arestas são distintas é chamado trilha. O


número de arestas é dito o comprimento do caminho.

Ciclo (ou circuito) é um caminho fechado de comprimento 3 ou mais onde


todos os vértices são distintos.

Ciclos de comprimento 1 são laços.

Vejamos o grafo:

Consideremos as seguintes sequências:

 = (A, D, E, B, D, E, F, C)

 = (A, D, B, E, C)

 = (A, D, B, E, F, B, C)

 = (A, D, B, F, C)

A sequência  é um caminho de A para C; porém, não é uma trilha, já que


a aresta {D, E} é usada duas vezes.

A sequência  não é um caminho, já que não existe aresta {E, C}.

A sequência  é uma trilha, uma vez que nenhuma aresta é usada duas
vezes; mas não é um caminho simples, pois o vértice B é usado duas vezes.

A sequência  é um caminho simples de A para C, mas não é o menor


caminho (no que diz respeito ao comprimento de A para C; note que o menor
caminho de A para C é o caminhos simples (A, B, C) que tem comprimento 2).

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


91 Fatec Bauru

Exercícios
[1] Considere o grafo abaixo. Descreva formalmente o grafo G do diagrama, isto é,
ache o conjunto V de vértices de G e o conjunto E das arestas de G. Ache o grau
de cada vértice:

[2] Dado o grafo orientado G abaixo. Descreva formalmente G; ache todos os


caminhos simples de X para Z; ache todos os caminhos simples de Y para Z; ache
todos os ciclos de G.

[3] O grafo de intersecção de uma coleção de conjuntos A1 , A 2 , ..., A n é o grafo


que tem um vértice para cada um desses conjuntos e tem uma aresta que liga os
vértices que representam dois conjuntos se estes conjuntos tiverem uma
intersecção não vazia. Construa o grafo de intersecção destas coleções de
conjuntos:

(a) A1 = {0, 2, 4, 6, 8} A 2 = {0, 1, 2, 3, 4}

A 3 = {1, 3, 5, 7, 9} A 4 = {0, 2, 4, 6, 8}

A 5 = {0, 1, 8, 9}

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio


Fatec Bauru 92

(b) A1 = {...,−4, - 3, - 2, - 1, 0}

A 2 = {..., - 2, - 1, 0, 1, 2}

A 3 = {...,−6, - 4, - 2, 0, 2, 4, 6, ...}

A 4 = {...,−5, - 3, - 1, 1, 3, 5,...}

A 5 = {...,−6, - 3, 0, 3, 6,...}

[4] Descreva formalmente o grafo G abaixo. Em seguida, determine o grau de


cada vértice e se existir, todos os ciclos de G. Em seguida, determine todos os
caminhos simples de 3 para 1:

[5] Dado o grafo orientado descrito formalmente por G = (V, E), tal que V = {1, 2,
3, 4, 5, 6} e E = {(1, 2), (1, 4), (1, 6), (2, 1), (2, 3), (3, 4), (3, 5), (4, 5), (5, 6), (6, 3)}.

(a) represente o grafo G;

(b) determine o grau de cada vértice do grafo G;

(c) determine, se existir, todos os ciclos do grafo G;

(d) quais nós são acessíveis a partir do nó 3?

(e) qual o comprimento do caminhos mais curto do nó 3 para o nó 6?

(f) qual o caminho de comprimento 8 do nó 1 para o nó 3?

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93 Fatec Bauru

Exercícios Complementares

[1] Sejam os conjuntos: A = {2, 4, 5, 6, 8}

B = {1, 4, 5, 9}

C = {x  x  Z e 2  x < 5}

U = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9}, determine:

(a) A  B (b) A  C

(c) A – B (d) C – B

(e) (B – A)  ( A – C) (f) AC  (B – C)

(g) (C – A)  (B – C)C

[2] Determine o conjunto N, sabendo que:

M = {4, 6, 8, 10, 12, 14}

M  N = {8, 12, 14}

M  N = {4, 6, 8, 10, 12, 14, 16, 18}.

[3] Dados os conjuntos X e Y temos que, n(X) = 8, n(Y) = 5 e n(X  Y) = 10,


portanto podemos afirmar que n(X  Y) é igual a:

(a) 3 (b) 7 (c) 10 (d) 13 (e) 6

[4] Dados os conjuntos A = {1, 2, 3, 4, 5, 6} e B = {2, 4, 6, 8}, determine o número


de elementos de cada um dos conjuntos:

(a) A (b) B

(c) A  B (d) A  B

(e) (A - B)  A (f) B – (B  A)

[5] Dados P = {3, 10} e Q = {10, 21, 40}, determine o conjunto X, sabendo-se que
P  X = {3}, Q  X = {21} e P  Q  X = {3, 10, 21, 40, 51}.

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Fatec Bauru 94

[6] Utilizando-se do Diagrama abaixo, hachure as situações propostas:

(a) (B  C) – (A  C) (b) (A  B) - C

(c) (B  D) - (C  A) (d) (A - B)  (C - D)

[7] Numa empresa multinacional de TI, trabalham 122 analistas dos quais 96 são
brasileiros, 64 homens, 47 fumantes, 51 homens brasileiros, 25 homens
fumantes, 36 brasileiros fumantes e 20 homens brasileiros fumantes. Determine
o número de mulheres brasileiras não fumantes; o número de homens fumantes
não brasileiros; o número de mulheres fumantes; o número de homens
brasileiros fumantes; o número de mulheres não fumantes.

[8] Numa entrevista para preenchimento de vagas para o setor de programação


verificou-se que entre os 60 candidatos: 25 entrevistados programam em JAVA;
26 programam em COBOL; 26 programam DELPHI; 9 programam em JAVA e
DELPHI; 11 programam em JAVA e COBOL; 8 programam em COBOL e DELPHI;
3 programam nas três linguagens. Quantos dos entrevistados não programam em
nenhuma linguagem?

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95 Fatec Bauru

[9] Num levantamento entre 25 computadores de um laboratório de informática e


constatou-se que: 15 tinham antivírus; 12 tinham o pacote OFFICE; 11 tinham o
navegador MOZILLA; 5 tinham antivírus e o MOZILLA; 9 tinham antivírus e o
OFFICE; 4 tinham OFFICE e MOZILLA; 3 tinham as três opções. Ache o número
de computadores que têm apenas o MOZILLA; apenas antivírus; apenas o pacote
OFFICE; o pacote OFFICE e MOZILLA, mas não antivírus; que não tenham
nenhuma das opções.

[10] Sabendo que Z representa o conjunto dos números inteiros, se


considerarmos os conjuntos A = {x  Z│-1 < x  2} e B = {3, 4, 5}, escreva o
conjunto D, tal que D = { (x, y)  A x B │ y  x + 4}.

[11] Seja a função f: A → B tal que f(x) = 0, se x for par e f(x) = 1, se x for ímpar.
Sendo o conjunto A = {x  *│x < 10} e B = {x │x é dígito do sistema binário}.
Escreva todos os pares ordenados da função f.

[12] Sejam os conjuntos A = {-1, 1, 2, -2, 3} e B = {2, 5,10, 20}; seja também a
relação definida por g = { (x, y)  A x B  y = x 2 + 1 }.

(a) determine os pares ordenados que representam g; determine o Domínio e a


Imagem de g;

(b) determine os pares ordenados que representam g −1 . A relação g −1 é uma


função?

[13] Uma pessoa lança uma moeda sucessivamente até que ocorram duas caras
consecutivas, ou que quatro lançamentos sejam realizados, o que primeiro
ocorrer. Quais as sequências de resultados possíveis?

[14] As permutações das letras da palavra PROVA foram listadas em ordem


alfabética, como se fossem palavras de cinco letras em um dicionário. Sendo,
assim, qual posição ocupará a palavra VAPOR? E a posição da palavra ROVAP?

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Fatec Bauru 96

[15] Para instalar um programa em um computador no Laboratório de Redes de


uma Faculdade, é necessário uma senha formada por três algarismos distintos;
em seguida, para reiniciar o programa e completar a instalação, é necessário
digitar uma outra senha formada por duas letras distintas escolhidas entre as
letras da palavra INSTAL. Qual será, neste caso, o número máximo de tentativas
que uma pessoa, não conhecedora das duas senhas, deverá realizar para ter
sucesso na instalação de um programa?

[16] Considere o seguinte conjunto N = {0, 1, 2, 3, 4, 5, 6}. Quantos números de


três algarismos distintos podem ser formados com os elementos deste conjunto?
Dos números de três algarismos formados nas condições anterior, quantos são os
que tem o algarismo 1 na primeira posição (centenas)?

[17] Considere o grafo orientado abaixo. Descreva formalmente esse grafo. Ache o
grau de cada vértice. Determine todos os seus ciclos:

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Referências Bibliográficas

ABE, Jair Minoro. Teoria intuitiva dos conjuntos. São Paulo: Makron McGraw-Hill,
1991.

ALENCAR FILHO, Edgard de. Iniciação à lógica Matemática. São Paulo: Nobel,
2002.

GERSTING, Judith L. Fundamentos matemáticos para a Ciência da Computação –


Um tratamento moderno de Matemática discreta. 5. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2003.

IEZZI, Gelson; MURAKAMI, Carlos. Fundamentos de Matemática elementar. v. 1.


8. ed. São Paulo: Atual, 2004.

LIPSCHUTZ, S. Teoria e problemas de Matemática Discreta. Porto Alegre:


Bookman, 2004 (Coleção Schaum).

MENEZES, Paulo Blauth. Matemática Discreta para Computação e Informática.


Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2004.

ROSEN, Kenneth H. Matemática Discreta e suas aplicações. São Paulo: McGraw-


Hill, 2009.

SCHEINERMAN, E. R. Matemática Discreta: uma introdução. São Paulo: Cengage


Learning, 2008.

SULLIVAN, Michael; MIZRAHI, A. Matemática finita: uma abordagem aplicada. Rio


de Janeiro: LTC Editora, 2006.

Matemática Discreta (versão 2021b) MODESTO, Marco Antonio

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