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Curso: Engenharia Civil

Cadeira: Hidráulica Geral I


2º Ano

Tema: Gople de Aríete

Discentes:
Ayman Camissa
Euclides Fernandes
Evegildo Zunduza
Herculano Quine
Kimi Faride
Liria Chicote

Beira, Maio de 2023

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Discentes:
Ayman Camissa
Euclides Fernandes
Evegildo Zunduza
Herculano Quine
Kimi Faride
Liria Chicote

Tema: Gople de Aríete

Docente: Engº. Emerson Guerra

Beira, Maio de 2023

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ÍNDICE
CAPÍTULO I .............................................................................................................................. 5

1 Introdução ........................................................................................................................... 5

1.1 Objectivos .................................................................................................................... 5

1.1.1 Objectivo Geral .................................................................................................... 5

1.1.2 Objectivos Específicos ......................................................................................... 5

1.2 Metodologia ................................................................................................................. 5

CAPÍTULO II ............................................................................................................................ 6

2 GOLPE DE ARIETE .......................................................................................................... 6

2.1 História ........................................................................................................................ 6

2.2 Classificação ................................................................................................................ 7

2.2.1 Golpe de Ariete Leve ........................................................................................... 7

2.2.2 Golpe de Ariete Moderado ................................................................................... 7

2.2.3 Golpe de Ariete Severo ........................................................................................ 8

2.3 Cálculo da sobrepressão .............................................................................................. 8

2.3.1 Celeridade............................................................................................................. 8

2.3.2 Fase da tubulação ................................................................................................. 9

2.3.3 Tempo de manobra ............................................................................................. 10

2.3.4 Classificação das manobras de fechamento ....................................................... 10

3 Lugares de ocorrência do golpe de aríete, por tipo ........................................................... 11

3.1 Sistemas de distribuição de água ............................................................................... 11

3.2 Sistemas industriais ................................................................................................... 11

3.3 Sistemas de petróleo e gás ......................................................................................... 11

3.4 Sistemas de vapor ...................................................................................................... 11

3.5 Sistemas de esgoto e drenagem ................................................................................. 12

4 Teoria do golpe de ariete e sua aplicação ......................................................................... 12

5 Principais causas que desencadeiam o golpe de ariete ..................................................... 13

3
6 Consequências do golpe de ariete em termos de danos estruturais e operacionais .......... 14

7 Métodos e técnicas para mitigação do golpe de ariete ...................................................... 15

7.1 Classificação das manobras de fechamento............................................................... 16

8 Equivalência de tubagens .................................................................................................. 17

9 Golpe de aríete em linhas de compressão ......................................................................... 18

10 Velocidade na tubagem ................................................................................................. 18

11 Seccionamento lento ..................................................................................................... 20

12 Golpe de aríete em condutas elevatórias ....................................................................... 21

13 Principais fórmulas e cálculos em golpe de aríete ........................................................ 22

13.1 Variação de pressão máxima (ΔP):............................................................................ 22

13.2 Velocidade de propagação das ondas de pressão (c): ................................................ 22

13.3 Tempo de fechamento (Δt): ....................................................................................... 22

13.4 Fator de reflexão (R): ................................................................................................ 23

14 Exercícios ...................................................................................................................... 23

CAPÍTULO III ......................................................................................................................... 25

15 Conclusão ...................................................................................................................... 25

16 Referências Bibliográficas ............................................................................................ 26

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CAPÍTULO I
1 Introdução
O trabalho surge no âmbito da cadeira de Hidráulica Geral I cujo tema é: Gople de Aríete, sua
forma de actuação e as suas formas de mitigação. A pesquisa focar-se-á em alguns aspectos
como os os lugares de ocorencia, teoria de golpe de aríete e sua palicacao, etc.

Antes porem, importa referenciar que o golpe de Ariete é um fenômeno hidráulico que ocorre
em sistemas de tubulação quando há mudanças abruptas de velocidade ou pressão. Esse
fenômeno pode resultar em danos estruturais, desgaste prematuro dos componentes e até
mesmo falhas catastróficas em sistemas hidráulicos.

1.1 Objectivos
1.1.1 Objectivo Geral
• O objetivo geral deste estudo é investigar o fenômeno do golpe de Ariete em sistemas
hidráulicos, analisar suas causas e consequências, bem como apresentar medidas
eficazes para minimizar seus efeitos.

1.1.2 Objectivos Específicos


• Descrever os lugares de ocorrencia de golpe de Ariete;
• Analisar a teoria do golpe de Ariete e sua aplicação;
• Identificar as principais causas que desencadeiam o golpe de Ariete em sistemas
hidráulicos;
• Avaliar as consequências do golpe de Ariete em termos de danos estruturais e
operacionais;
• Investigar e comparar métodos e técnicas para mitigação do golpe de Ariete;
• Analisar a equivalencia d etubagem, velocidade de tubagem e seccionamento lento.

1.2 Metodologia
A metodologia utilizada neste trabalho envolveu uma revisão bibliográfica de artigos
científicos, livros e publicações online relacionadas ao tema do Golpe de Aríete. As fontes
utilizadas foram selecionadas com base em sua relevância e qualidade, a fim de garantir a
precisão das informações apresentadas neste trabalho.

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CAPÍTULO II
2 GOLPE DE ARIETE
O golpe de Ariete é um fenômeno hidráulico que ocorre devido à variação brusca de velocidade
ou pressão em um sistema de tubulação. Esse fenômeno é causado pela inércia da água, que
resulta em ondas de pressão que se propagam pela tubulação. Essas ondas de pressão podem
causar danos aos componentes do sistema, como ruptura de tubulações, falhas em válvulas e
desgaste prematuro de equipamentos. Diversos estudos têm sido realizados para entender e
mitigar o golpe de Ariete, envolvendo análises teóricas, simulações computacionais e
experimentos em laboratório e campo.

O golpe de ariete é um fenômeno hidráulico que ocorre em sistemas de tubulações quando há


uma mudança brusca na velocidade do fluido. Essa variação rápida pode resultar em pressões
excessivas e impactos significativos nas tubulações, o que pode levar a danos estruturais e
vazamentos.

O golpe de ariete é um dos fenômenos mais comuns e prejudiciais encontrados em sistemas de


tubulações. Ele ocorre quando a velocidade do fluido muda rapidamente, resultando em
pressões altas e impactos severos nas tubulações. (Fonte: Journal of Fluids Engineering).

Figura 1: Exemplo de dano à tubulação pelo golpe de aríete

2.1 História
A história do golpe de ariete remonta a tempos antigos, quando as pessoas começaram a utilizar
sistemas de tubulações para transportar água. Acredita-se que o fenômeno tenha sido observado
pela primeira vez pelos romanos, que enfrentaram problemas com o golpe de ariete em seus
aquedutos.

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No entanto, foi apenas no século XVIII que o fenômeno recebeu uma explicação científica mais
completa. O cientista suíço Daniel Bernoulli, conhecido por suas contribuições para a
hidrodinâmica, estudou o comportamento dos fluidos em tubulações e foi capaz de explicar o
golpe de ariete.

O golpe de ariete ocorre quando a velocidade do fluido em uma tubulação muda abruptamente,
criando variações de pressão. Essas variações de pressão podem causar oscilações e impactos
significativos nas tubulações, levando a danos estruturais e vazamentos.

Com o avanço da tecnologia e a expansão dos sistemas de abastecimento de água e redes de


tubulação, o golpe de ariete tornou-se um problema mais comum. À medida que os sistemas se
tornaram mais complexos, com mudanças rápidas de velocidade do fluido devido a válvulas de
controle, bombas e outros dispositivos, a ocorrência do golpe de ariete aumentou.

Hoje em dia, o golpe de ariete é um fenômeno amplamente estudado e compreendido pelos


engenheiros hidráulicos. Existem várias técnicas e medidas de controle que podem ser
implementadas para prevenir ou minimizar o golpe de ariete, como o uso de válvulas de alívio
de pressão, dispositivos de amortecimento e dimensionamento adequado das tubulações.

2.2 Classificação
O golpe de ariete pode ser classificado de acordo com sua intensidade e duração. Aqui estão as
classificações comuns do golpe de ariete:

2.2.1 Golpe de Ariete Leve


Nessa classificação, o golpe de ariete é de baixa intensidade e duração curta. Os impactos nas
tubulações são mínimos e não causam danos significativos. Geralmente, ocorre quando há
pequenas mudanças de velocidade do fluido ou quando as tubulações são projetadas
adequadamente para mitigar o fenômeno.

2.2.2 Golpe de Ariete Moderado


Nessa classificação, o golpe de ariete é de intensidade moderada e pode causar impactos mais
perceptíveis nas tubulações. Pode ocorrer quando há variações mais acentuadas na velocidade
do fluido, como fechamento rápido de válvulas ou desligamento de bombas. Nesse caso, é

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importante adotar medidas de controle, como válvulas de alívio de pressão, para reduzir os
impactos.

2.2.3 Golpe de Ariete Severo


Essa classificação se refere a um golpe de ariete de alta intensidade e longa duração. Pode
ocorrer em situações em que há grandes mudanças na velocidade do fluido ou falhas no sistema
de controle de pressão. O golpe de ariete severo pode resultar em danos estruturais
significativos nas tubulações, como rachaduras, rupturas ou vazamentos. Medidas de controle
mais robustas, como dispositivos de amortecimento, são necessárias para lidar com esse tipo de
golpe de ariete.

É importante observar que as classificações acima são gerais e podem variar dependendo do
contexto específico de cada sistema de tubulações. A gravidade do golpe de ariete também pode
ser influenciada por fatores como a velocidade do fluido, o diâmetro da tubulação, a rigidez das
paredes da tubulação e a presença de dispositivos de controle de pressão adequados.

2.3 Cálculo da sobrepressão


2.3.1 Celeridade
A celeridade é a velocidade de propagação da onda de pressão na tubulação e é calculada pela
fórmula de Allievi, abaixo:

Onde:

• C é celeridade (m/s);
• D é o diâmetro da tubulação (m);
• e é a espessura da tubulação (m);
• K é um coeficiente (adimensional), tabela 1.

Sendo:

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Onde:

• K coeficiente (adimensional);
• E é o módulo de elasticidade do material da tubulação.

Tabela 1 – Valores de K para vários materiais

Material K
Aço 0.5
Ferro Fundido 1
Concreto 5
Cimento-amianto 4.4
Plástico 5

2.3.2 Fase da tubulação


Fase nada mais é do que o tempo que a onda de pressão leva para ir e voltar de uma extremidade
a outra da tubulação e se dá pela expressão:

Onde:

• τ é a fase da canalização (s);


• L é o comprimento (m);
• C é celeridade ou velocidade de propagação (m/s).

Figura 2: Representação da onda de pressão na situação ideal (esquerda) e real (direita)

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2.3.3 Tempo de manobra
Calculada a fase, é necessário comparar com o tempo de manobra de fechamento da válvula ou
do registro

Isso é feito porque, se o fechamento for muito rápido, o tubo ficará totalmente obstruído antes
da atuação da onda de sobrepressão e, desse modo, o aumento de pressão na tubulação será
máxima.

2.3.4 Classificação das manobras de fechamento


Desse modo, as manobras são classificadas, de acordo com o tempo de fechamento (t), em:

2.3.4.1 Manobra rápida (t < τ)


Na manobra rápida, o tempo de fechamento é menor que a fase da tubulação, resultando em um
aumento de pressão máximo, calculado por:

Onde:

• ha é o aumento de pressão (m.c.a);


• C é celeridade ou velocidade de propagação (m/s);
• v é a velocidade média da água (m/s);
• g é a aceleração da gravidade (m²/s).

2.3.4.2 Manobra lenta (t > τ)


Já na manobra lenta, o tempo de fechamento é maior que a fase da tubulação, resultando em
um aumento de pressão em função de t e calculado por:

Onde:

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• ha e é o aumento de pressão (m.c.a);
• C é celeridade ou velocidade de propagação (m/s);
• v é a velocidade média da água (m/s);
• g é a aceleração da gravidade (m²/s);
• τ é a fase da canalização (s);
• t é o tempo de fechamento (s).

3 Lugares de ocorrência do golpe de aríete, por tipo


O golpe de aríete pode ocorrer em diferentes tipos de sistemas de tubulação em várias situações.
Aqui estão alguns exemplos de lugares onde o golpe de aríete pode ocorrer, por tipo de sistema:

3.1 Sistemas de distribuição de água


• Redes de abastecimento de água municipal.
• Sistemas de distribuição de água potável em edifícios.
• Sistemas de irrigação agrícola.
• Sistemas de combate a incêndios.

3.2 Sistemas industriais


• Sistemas de refrigeração.
• Sistemas de aquecimento e resfriamento.
• Sistemas de bombeamento de líquidos.
• Sistemas de transporte de fluidos em plantas industriais.

3.3 Sistemas de petróleo e gás


• Oleodutos e gasodutos.
• Sistemas de transporte e armazenamento de produtos petrolíferos.
• Sistemas de bombeamento em plataformas de petróleo.

3.4 Sistemas de vapor


• Sistemas de geração de energia a vapor.
• Sistemas de aquecimento a vapor em edifícios.

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• Processos industriais que utilizam vapor como meio de transferência de calor.

3.5 Sistemas de esgoto e drenagem


• Redes de esgoto sanitário e pluvial.
• Sistemas de drenagem em áreas urbanas.

É importante ressaltar que o golpe de aríete pode ocorrer em qualquer sistema de tubulação em
que ocorram mudanças rápidas no fluxo de fluido, seja por abertura ou fechamento de válvulas,
alterações na demanda do sistema, paradas repentinas de bombas, entre outros fatores. Portanto,
é necessário considerar medidas de proteção e mitigação do golpe de aríete em qualquer sistema
em que exista a possibilidade de ocorrência dessas variações bruscas de pressão.

4 Teoria do golpe de ariete e sua aplicação


A teoria do golpe de ariete é baseada nos princípios da hidrodinâmica e busca explicar os
fenômenos associados às variações bruscas de velocidade do fluido em tubulações. Ela envolve
o estudo das propriedades do escoamento, como pressão, velocidade e densidade, e como essas
propriedades se relacionam durante as mudanças de fluxo.

De acordo com a teoria do golpe de ariete, quando há uma mudança rápida de velocidade do
fluido em uma tubulação, ocorre uma variação de pressão associada a essa mudança. Essa

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variação de pressão é resultado da inércia do fluido, que tende a manter sua velocidade quando
há uma alteração no fluxo.

Quando ocorre uma aceleração brusca do fluido, como o fechamento rápido de uma válvula ou
o desligamento repentino de uma bomba, a energia cinética acumulada pelo fluido é convertida
em energia de pressão. Isso resulta em um aumento repentino da pressão dentro da tubulação,
causando o golpe de ariete.

A aplicação da teoria do golpe de ariete é fundamental no projeto, operação e manutenção de


sistemas de tubulações, especialmente em sistemas de abastecimento de água, sistemas
industriais e redes de distribuição de fluidos. Compreender as causas e os efeitos do golpe de
ariete permite implementar medidas de controle apropriadas, garantindo a segurança e a
eficiência desses sistemas.

5 Principais causas que desencadeiam o golpe de ariete


O golpe de ariete pode ser desencadeado por uma série de fatores em sistemas hidráulicos. Aqui
estão algumas das principais causas que podem levar ao golpe de ariete:

1. Fechamento rápido de válvulas: Quando uma válvula é fechada de forma rápida,


ocorre uma mudança brusca na velocidade do fluido. Isso gera variações rápidas de
pressão que podem resultar no golpe de ariete.
2. Desligamento repentino de bombas: Ao desligar uma bomba subitamente, a energia
cinética acumulada no fluido é convertida em energia de pressão, levando ao aumento
repentino da pressão e, consequentemente, ao golpe de ariete.
3. Partida e parada de bombas de forma inadequada: Se as bombas forem ligadas ou
desligadas de maneira inadequada, sem considerar a estabilização gradual do fluxo,
podem ocorrer variações bruscas de pressão e, consequentemente, o golpe de ariete.
4. Mudanças repentinas no fluxo devido a demanda variável: Em sistemas onde a
demanda de fluido varia consideravelmente ao longo do tempo, como sistemas de
abastecimento de água, alterações rápidas no fluxo podem desencadear o golpe de ariete.
5. Ruptura ou obstrução súbita na tubulação: Quando ocorre uma ruptura ou obstrução
repentina na tubulação, o fluxo do fluido é interrompido de forma abrupta. Isso pode
gerar grandes variações de pressão e o golpe de ariete.

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6. Falha de dispositivos de controle de pressão: Se os dispositivos de controle de
pressão, como válvulas de alívio ou reguladoras, falharem ou estiverem desajustados,
podem ocorrer variações excessivas de pressão que desencadeiam o golpe de ariete.
7. Má configuração do sistema hidráulico: Um sistema hidráulico mal projetado, com
diâmetros inadequados de tubulação, curvas acentuadas ou falta de dispositivos de
amortecimento, pode propiciar o surgimento do golpe de ariete.

É importante considerar essas causas durante o projeto, operação e manutenção de sistemas


hidráulicos, a fim de implementar medidas de controle apropriadas e prevenir o golpe de ariete.

6 Consequências do golpe de ariete em termos de danos estruturais e operacionais


O golpe de ariete pode ter várias consequências em termos de danos estruturais e operacionais
em sistemas hidráulicos. Aqui estão algumas das principais consequências associadas ao golpe
de ariete:

1. Danos nas tubulações: O golpe de ariete pode causar danos às tubulações, como
rachaduras, deformações e até mesmo rupturas. As variações rápidas de pressão podem
colocar uma carga excessiva nas paredes das tubulações, levando a danos estruturais
significativos.
2. Vazamentos: As oscilações de pressão causadas pelo golpe de ariete podem levar ao
desenvolvimento de vazamentos nas tubulações. As variações bruscas de pressão podem
comprometer as juntas e conexões, resultando em vazamentos ao longo do tempo.
3. Desgaste prematuro de equipamentos: O golpe de ariete pode causar desgaste
prematuro de equipamentos, como bombas, válvulas e medidores. As oscilações de
pressão e as forças de impacto podem levar ao mau funcionamento e à redução da vida
útil desses equipamentos.
4. Ruídos e vibrações excessivas: O golpe de ariete pode resultar em ruídos intensos e
vibrações nas tubulações. Esses ruídos e vibrações podem ser perturbadores e
incômodos para os usuários do sistema, além de indicarem a presença de problemas que
precisam ser resolvidos.
5. Interrupção do fornecimento: Em casos extremos, o golpe de ariete pode levar à
interrupção do fornecimento de água ou de outros fluidos. Se os danos nas tubulações
forem significativos, pode ser necessário fechar a tubulação para reparos, resultando em
interrupção do serviço.

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6. Redução da eficiência energética: O golpe de ariete pode levar a perdas de energia
significativas no sistema hidráulico. As oscilações de pressão e as variações rápidas de
fluxo podem aumentar a demanda de energia das bombas e diminuir a eficiência
energética do sistema como um todo.

É fundamental evitar ou mitigar o golpe de ariete por meio de medidas adequadas de projeto e
operação, como o uso de dispositivos de amortecimento, dimensionamento adequado das
tubulações, fechamento gradual de válvulas e manutenção regular dos equipamentos. Dessa
forma, é possível minimizar os danos estruturais e operacionais causados pelo golpe de ariete.

7 Métodos e técnicas para mitigação do golpe de ariete


A mitigação do golpe de aríete envolve a implementação de métodos e técnicas para minimizar
ou eliminar os efeitos prejudiciais desse fenômeno. Abaixo estão algumas medidas que podem
ser adotadas:

1. Válvulas de alívio de pressão: A instalação de válvulas de alívio de pressão ao longo


do sistema pode ajudar a controlar as variações súbitas de pressão. Essas válvulas são
projetadas para abrir automaticamente quando a pressão ultrapassa um limite pré-
determinado, permitindo a liberação controlada do excesso de pressão e evitando picos
prejudiciais.
2. Válvulas redutoras de pressão: As válvulas redutoras de pressão são utilizadas para
manter a pressão em um sistema dentro de limites seguros e pré-estabelecidos. Elas
reduzem a pressão excessiva na entrada do sistema, impedindo a ocorrência de picos de
pressão que poderiam desencadear o golpe de aríete.
3. Amortecedores de pressão: Os amortecedores de pressão, também conhecidos como
tanques de expansão ou acumuladores hidráulicos, são reservatórios adicionais
conectados ao sistema de tubulação. Eles fornecem um espaço para acomodar as
variações de pressão, absorvendo as ondas de choque e reduzindo os picos de pressão.
4. Válvulas de fechamento suave: Em sistemas onde o fechamento rápido de válvulas
pode gerar golpes de aríete, é recomendável o uso de válvulas de fechamento suave
(válvulas com acionamento controlado). Essas válvulas são projetadas para fechar
gradualmente, reduzindo as variações de pressão bruscas e minimizando os efeitos do
golpe de aríete.

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5. Tubulações adequadas: O dimensionamento correto das tubulações é fundamental
para minimizar o risco de golpe de aríete. Tubulações com diâmetros adequados e
trajetos bem projetados podem ajudar a reduzir a velocidade de escoamento da água e
minimizar as variações de pressão.
6. Sistema de controle e monitoramento: A implementação de sistemas de controle e
monitoramento pode ajudar a detectar variações de pressão anormais e tomar medidas
preventivas antes que o golpe de aríete ocorra. Sensores de pressão, medidores e
sistemas de automação podem ser utilizados para monitorar o sistema e acionar ações
corretivas.

É importante ressaltar que a mitigação do golpe de aríete requer uma análise detalhada do
sistema hidráulico em questão, considerando as características específicas e as condições
operacionais. Em casos mais complexos, é recomendável consultar especialistas em engenharia
hidráulica para garantir a implementação adequada das medidas de mitigação.

7.1 Classificação das manobras de fechamento


As manobras de fechamento em sistemas hidráulicos podem ser classificadas de acordo com a
velocidade de fechamento da válvula e sua finalidade. Aqui estão algumas classificações
comuns:

1. Fechamento rápido: Nessa manobra, a válvula é fechada rapidamente para interromper o


fluxo de fluido de forma imediata. Essa manobra é útil em situações de emergência ou quando
é necessário interromper rapidamente o fornecimento de fluido.

2. Fechamento gradual: Nessa manobra, a válvula é fechada de forma gradual e controlada,


reduzindo a velocidade de fechamento e minimizando as variações de pressão no sistema. Essa
abordagem é geralmente utilizada para evitar golpes de aríete e proteger o sistema contra danos
causados por variações bruscas de pressão.

3. Fechamento suave: Essa manobra envolve o fechamento da válvula de forma muito lenta e
controlada, com o objetivo de eliminar completamente as variações de pressão. É comumente
usado em sistemas sensíveis que requerem um fechamento extremamente suave, a fim de evitar
qualquer impacto ou oscilação no sistema.

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4. Fechamento parcial: Nessa manobra, a válvula é fechada apenas parcialmente, controlando
a vazão do fluido. Essa técnica é útil em situações em que é necessário reduzir gradualmente a
vazão ou pressão, sem interromper completamente o fluxo.

5. Fechamento sequencial: Nessa manobra, várias válvulas são fechadas em uma sequência
específica para controlar o fluxo de fluido. Isso é comumente usado em sistemas complexos
com múltiplas ramificações, permitindo o controle preciso do fluxo em diferentes partes do
sistema.

É importante selecionar a manobra de fechamento adequada de acordo com as características


do sistema hidráulico, considerando os requisitos de segurança, eficiência e preservação dos
equipamentos.

8 Equivalência de tubagens
A equivalência de tubagens é uma técnica utilizada para determinar o diâmetro de uma
tubulação equivalente que possua a mesma capacidade de vazão que um sistema de tubulação
complexo, composto por diferentes diâmetros e configurações.

A equivalência de tubagens é baseada no princípio da conservação de energia e da continuidade.


A vazão de um fluido em um sistema de tubulação é determinada pela área de seção transversal
da tubulação e pela velocidade do fluido. Portanto, a equivalência de tubagens procura
encontrar uma única tubulação de diâmetro uniforme que possua a mesma área de seção
transversal total e, consequentemente, a mesma capacidade de vazão do sistema complexo.

Existem diferentes métodos para realizar a equivalência de tubagens, incluindo o método de


diâmetros equivalentes e o método das perdas de carga equivalentes.

No método de diâmetros equivalentes, os diferentes diâmetros da tubulação são convertidos


em um diâmetro único que representa a mesma área de seção transversal total. Isso é feito
através do cálculo de um diâmetro equivalente, considerando as proporções e as áreas de cada
tubulação presente no sistema.

No método das perdas de carga equivalentes, as perdas de carga em cada trecho da tubulação
são calculadas e comparadas. Os trechos de tubulação com perdas de carga semelhantes são
agrupados e substituídos por uma única tubulação equivalente, que apresenta uma perda de
carga similar à soma das perdas dos trechos individuais.

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A escolha do método de equivalência de tubagens depende da complexidade do sistema de
tubulação e dos dados disponíveis. É importante ressaltar que a equivalência de tubagens é uma
técnica aproximada e não leva em consideração fatores como turbulência, atrito, características
do fluido, entre outros. Portanto, a validação dos resultados obtidos por meio da equivalência
de tubagens deve ser feita com base em análises adicionais e em dados experimentais, se
possível.

9 Golpe de aríete em linhas de compressão


O golpe de aríete também pode ocorrer em linhas de compressão, que são utilizadas para
transportar gases compressíveis, como ar comprimido ou gases industriais. Embora o golpe de
aríete seja mais comumente associado a sistemas hidráulicos que transportam líquidos, ele
também pode ocorrer em linhas de compressão devido a variações rápidas de pressão.

O golpe de aríete em linhas de compressão pode ser causado por manobras inadequadas, como
o fechamento repentino de válvulas, ou pela interação entre as características da tubulação, a
velocidade do fluxo e a compressibilidade do gás transportado. As ondas de pressão geradas
pelo golpe de aríete podem resultar em variações bruscas de pressão que podem danificar a
tubulação, válvulas e equipamentos.

10 Velocidade na tubagem
A velocidade na tubagem refere-se à velocidade do fluido que flui dentro da tubulação. É um
parâmetro importante a ser considerado no projeto e na operação de sistemas de tubulação, pois
afeta o desempenho hidráulico, a eficiência energética e a durabilidade do sistema.

A velocidade na tubagem é determinada pela taxa de fluxo volumétrico do fluido (quantidade


de fluido que passa por uma seção transversal da tubulação em um determinado período de
tempo) e pela área da seção transversal da tubulação.

A velocidade é geralmente expressa em unidades de comprimento por unidade de tempo, como


metros por segundo (m/s) ou pés por segundo (ft/s).

Ao projetar uma tubulação, é necessário selecionar uma velocidade adequada de acordo com as
necessidades do sistema e as características do fluido. Aqui estão algumas considerações
importantes:

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1. Velocidade máxima recomendada: Existe uma velocidade máxima recomendada para
diferentes tipos de fluidos e materiais de tubulação. Essa recomendação é baseada em
considerações de eficiência hidráulica, minimização de perdas de carga e controle de
erosão ou corrosão. Consultar normas, códigos ou orientações específicas para o tipo de
fluido e material da tubulação é importante para determinar a velocidade máxima
aceitável.
2. Perdas de carga: A velocidade do fluido está diretamente relacionada às perdas de
carga no sistema de tubulação. A perda de carga é a queda de pressão causada pelo atrito
do fluido com as paredes da tubulação. Altas velocidades podem resultar em perdas de
carga mais significativas, o que pode exigir uma maior potência de bombeamento e
aumentar os custos operacionais. Por outro lado, velocidades muito baixas podem
resultar em problemas de sedimentação ou deposição de sólidos no interior da
tubulação.
3. Erosão e corrosão: Velocidades excessivamente altas do fluido podem causar erosão
das paredes internas da tubulação, resultando em desgaste prematuro e danos ao
material. Além disso, em certos casos, velocidades muito baixas podem aumentar o
risco de corrosão localizada devido a problemas de fluxo inadequado.
4. Escoamento laminar e turbulento: A velocidade também pode influenciar o tipo de
escoamento que ocorre na tubulação. Velocidades baixas tendem a favorecer o
escoamento laminar, enquanto velocidades mais altas favorecem o escoamento
turbulento. O tipo de escoamento pode afetar a transferência de calor, a resistência ao
fluxo e outros aspectos do sistema.

Ao projetar ou operar um sistema de tubulação, é importante considerar a velocidade adequada


levando em conta todos esses fatores. Realizar cálculos hidráulicos precisos, considerando as
características do fluido, a geometria da tubulação e as necessidades específicas do sistema,
pode ajudar a determinar a velocidade ideal para uma operação segura e eficiente.

Fórmula de velocidade na tubagem

A fórmula para calcular a velocidade na tubagem é dada pela relação entre o fluxo volumétrico
do fluido e a área da seção transversal da tubulação. A fórmula geral é a seguinte:

𝑄
𝑉=
𝐴

Onde:

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• V = Velocidade
• Q = Fluxo Volumétrico
• A = Área da Seção Transversal

O fluxo volumétrico (Q) é a quantidade de fluido que passa por uma determinada seção da
tubulação em um determinado intervalo de tempo e é geralmente expresso em unidades de
volume por unidade de tempo, como metros cúbicos por segundo (m³/s) ou litros por segundo
(L/s)

A área da seção transversal (A) da tubulação depende do formato da tubulação. Para uma
tubulação circular, a área da seção transversal é calculada usando a fórmula:

Área (A) = π * (diâmetro/2)²

Onde π (pi) é uma constante aproximadamente igual a 3.14159 e o diâmetro é o diâmetro interno
da tubulação.

Portanto, substituindo na fórmula geral, temos:

𝑄
𝑉=
𝜋 ∗ (𝑑𝑖â𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜/2)²)

É importante garantir que as unidades de medida sejam consistentes para que o cálculo seja
preciso.

11 Seccionamento lento
O termo "seccionamento lento" pode ser usado para descrever uma técnica de fechamento
gradual de válvulas em sistemas de tubulação. Em vez de fechar a válvula rapidamente, o
seccionamento lento envolve o fechamento gradual da válvula, reduzindo progressivamente o
fluxo de fluido.

Essa técnica é usada para evitar o golpe de aríete e as variações bruscas de pressão que podem
ocorrer quando uma válvula é fechada rapidamente. O golpe de aríete ocorre quando o fluxo de
fluido é interrompido repentinamente, resultando em ondas de pressão que podem causar danos
à tubulação, válvulas e outros componentes do sistema.

Ao realizar o seccionamento lento, a válvula é fechada de forma controlada e gradual,


permitindo que o fluido seja desviado ou escoado de forma suave. Isso ajuda a reduzir as
variações de pressão e minimizar o impacto no sistema.

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O seccionamento lento é particularmente útil em sistemas sensíveis que requerem um controle
cuidadoso da pressão, como em sistemas de distribuição de água, sistemas de bombeamento ou
sistemas industriais. Ele pode ser realizado manualmente, com o operador ajustando a posição
da válvula de forma gradual, ou pode ser automatizado usando dispositivos de controle de fluxo.

Ao adotar o seccionamento lento, é importante considerar a velocidade adequada de


fechamento, a taxa de redução de fluxo e as características do sistema específico. Um
fechamento excessivamente lento pode levar a atrasos indesejados ou ineficiências no sistema,
enquanto um fechamento muito rápido pode resultar em variações de pressão prejudiciais.

12 Golpe de aríete em condutas elevatórias


O golpe de aríete pode ocorrer em condutas elevatórias, que são utilizadas para o transporte de
fluidos, como água, em sistemas que envolvem elevações verticais significativas. O golpe de
aríete em condutas elevatórias é semelhante ao que ocorre em sistemas hidráulicos horizontais,
mas com algumas características específicas.

O golpe de aríete em condutas elevatórias ocorre quando há uma mudança brusca na velocidade
ou fluxo do fluido, resultando em variações rápidas de pressão que podem causar danos ao
sistema. Alguns fatores que contribuem para o golpe de aríete em condutas elevatórias incluem:

1. Ação da gravidade: Em condutas elevatórias, a ação da gravidade é um fator


importante a ser considerado. Quando o fluxo é interrompido bruscamente, como no
fechamento rápido de uma válvula, a água em movimento continua a subir devido à
inércia, criando um excesso de pressão que é refletido de volta na tubulação.
2. Variações de velocidade: Mudanças rápidas na velocidade do fluido em condutas
elevatórias podem ocorrer devido a manobras inadequadas, como o fechamento ou
abertura brusca de válvulas, ou por causa de alterações na demanda do sistema. Essas
variações de velocidade contribuem para a ocorrência do golpe de aríete.
3. Compressibilidade do fluido: Ao contrário dos sistemas hidráulicos com líquidos
incompressíveis, em condutas elevatórias, o fluido é frequentemente compressível,
como o ar dissolvido na água. A compressibilidade do fluido pode intensificar o golpe
de aríete, pois as mudanças rápidas de pressão levam à formação e dissipação de bolhas
de ar, amplificando as variações de pressão.

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13 Principais fórmulas e cálculos em golpe de aríete
No fenômeno do golpe de ariete, existem algumas fórmulas e cálculos importantes que podem
ajudar a entender e avaliar o impacto desse evento hidráulico. A seguir, apresenta-se as
principais fórmulas relacionadas ao golpe de ariete:

13.1 Variação de pressão máxima (ΔP):


A variação de pressão máxima causada pelo golpe de ariete pode ser calculada usando a
seguinte fórmula:

ΔP = K * ρ * V * L

Onde:

• ΔP é a variação de pressão máxima


• K é o coeficiente de golpe de ariete (depende do sistema e da válvula)
• ρ é a densidade do fluido
• V é a velocidade inicial do fluido
• L é o comprimento efetivo da tubulação

13.2 Velocidade de propagação das ondas de pressão (c):


A velocidade de propagação das ondas de pressão no golpe de ariete pode ser calculada usando
a seguinte fórmula:

𝐸
𝑐 =√
𝑝

Onde:

• c é a velocidade de propagação
• E é o módulo de elasticidade do material da tubulação
• ρ é a densidade do fluido

13.3 Tempo de fechamento (Δt):


O tempo de fechamento é o intervalo de tempo em que a válvula é fechada. Ele pode ser
calculado usando a seguinte fórmula:

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𝐿
𝛥𝑡
𝑉

Onde:

• Δt é o tempo de fechamento
• L é o comprimento efetivo da tubulação
• V é a velocidade inicial do fluido

13.4 Fator de reflexão (R):


O fator de reflexão é usado para determinar a quantidade de energia refletida na tubulação após
o golpe de ariete. Ele pode ser calculado usando a seguinte fórmula:

(𝑐 − 𝑉)
𝑅=
(𝑐 + 𝑉)

Onde:

• R é o fator de reflexão
• c é a velocidade de propagação das ondas de pressão
• V é a velocidade inicial do fluido

14 Exercícios
Exercício 1:

Uma tubulação de água de 100 metros de comprimento e diâmetro de 0,2 metros está conectada
a uma válvula que é fechada bruscamente. Determine a variação de pressão máxima causada
pelo golpe de ariete.

Solução:

Para determinar a variação de pressão máxima, podemos usar a fórmula do golpe de ariete:

ΔP = K * ρ * V * L

Como a válvula é fechada bruscamente, a velocidade inicial do fluido é zero. Portanto, V = 0.

Considerando a água a 20°C, a densidade da água é de aproximadamente 1000 kg/m³.

Agora podemos calcular a variação de pressão máxima:

23
ΔP = K * 1000 kg/m³ * 0 m/s * 100 m

ΔP = 0

Neste caso, a variação de pressão máxima é igual a zero. Isso ocorre porque a velocidade inicial
do fluido é zero.

Exercício 2:

Uma tubulação de água de 50 metros de comprimento e diâmetro de 0,4 metros está conectada
a uma válvula que é fechada bruscamente. A velocidade inicial do fluido é de 5 m/s. Determine
a variação de pressão máxima causada pelo golpe de ariete.

Solução:

Novamente, usaremos a fórmula do golpe de ariete:

ΔP = K * ρ * V * L

Desta vez, temos os seguintes valores:

K = 1 (valor típico para uma válvula fechada bruscamente)

ρ = 1000 kg/m³

V = 5 m/s

L = 50 m

Agora podemos calcular a variação de pressão máxima:

ΔP = 1 * 1000 kg/m³ * 5 m/s * 50 m

ΔP = 250000 Pa

Portanto, a variação de pressão máxima causada pelo golpe de ariete é de 250000 Pa ou 250
kPa.

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CAPÍTULO III
15 Conclusão
O golpe de Ariete é um fenômeno hidráulico que pode causar danos significativos em sistemas
de tubulação. Este estudo acadêmico permitiu compreender as causas, consequências e formas
de mitigação desse fenômeno. Através da revisão bibliográfica realizada, foi possível identificar
os principais fatores que desencadeiam o golpe de Ariete, bem como as técnicas disponíveis
para minimizar seus efeitos.

Uma das principais causas do golpe de Ariete é a variação brusca de velocidade da água, que
pode ocorrer devido ao fechamento rápido de válvulas, desligamento repentino de bombas ou
mudanças bruscas na demanda de água. Essas variações de velocidade geram ondas de pressão
que se propagam pela tubulação, causando picos de pressão que podem danificar os
componentes do sistema. Além disso, a presença de ar no sistema também pode contribuir para
a ocorrência do golpe de Ariete.

Para mitigar os efeitos do golpe de Ariete, existem diversas técnicas que podem ser adotadas.
Uma delas é a utilização de válvulas de alívio de pressão, que permitem a liberação controlada
da pressão excessiva, evitando danos aos componentes do sistema. Outra abordagem é o uso de
dispositivos de amortecimento, como câmaras de ar ou tanques de expansão, que absorvem as
ondas de pressão geradas pelo golpe de Ariete. Além disso, é importante realizar um projeto
adequado do sistema hidráulico, levando em consideração a minimização das variações bruscas
de velocidade e pressão, por meio de dimensionamentos adequados das tubulações, válvulas e
bombas.

O estudo sobre o golpe de Ariete em sistemas hidráulicos é de extrema importância para


engenheiros civis, pois permite compreender as causas e consequências desse fenômeno, bem
como identificar medidas de mitigação adequadas. Através da revisão bibliográfica realizada,
foi possível adquirir conhecimentos teóricos e práticos sobre o tema, fornecendo uma base
sólida para o desenvolvimento de projetos hidráulicos mais seguros e eficientes. A
implementação de medidas preventivas e a utilização de técnicas de mitigação podem reduzir
significativamente os danos causados pelo golpe de Ariete, garantindo a operação adequada e
a durabilidade dos sistemas hidráulicos.

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16 Referências Bibliográficas
Water Hammer: Practical Understanding and Troubleshooting by Isaac M. Fine, Tsen-loong
Advances in Water Resources, 1996.

Handbook of Hydraulics" by Ernest Frederick Brater and Horace Williams King, McGraw-
Hill Education, 1996.

Principles and Practices of Flow Meter Engineering" by L. K. Spink, Wiley-Interscience,


1988.

Watters G.Z., Thomas R.W. (2009). Water Hammer: Practical Solutions. McGraw-Hill
Professional.

Swaffield J.A., Rhodes H.L. (1993). Waterhammer in Pipe Systems. 3rd edition, Thomas
Telford Publishing.

EPANET: Software de modelagem hidráulica de redes de distribuição de água. Disponível


em: https://www.epa.gov/water-research/epanet

Norma ABNT NBR 12218: Projeto de redes de distribuição de água para abastecimento
público.

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