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RESUMO DA UNIDADE
A Engenharia pode ser entendida como uma ciência que busca transformar a
realidade a fim de resolver problemas e construir tecnologias e conhecimento. O
engenheiro, por sua vez, é um profissional que precisa lidar com aspectos éticos
conciliados a aspectos técnicos como eficiência. Além disso, o engenheiro
contemporâneo necessita dominar computação, matemática, ciências básicas, ter
criatividade entre outras competências. Especificamente no que diz respeito à
engenharia elétrica, ela é dividida em várias especialidades, algumas já possuindo
autonomia e se tornando cursos independentes, o que pode ser entendido pelo
avanço tecnológico que exigiu uma especificidade cada vez maior do profissional.
Não é possível datar um início para a história dessa engenharia, mas há evidencias
históricas de estudos a respeito da eletricidade desde a antiguidade. Um dos
conhecimentos fundamentais para o engenheiro da área da eletricidade é domin ar a
física desta, ou seja, a natureza da eletricidade, entendendo, portanto, os conceitos
de força e campo elétrico, bem como força e campo magnético, corrente elétrica,
carga elétrica entre outros. Associado a isso, o engenheiro também necessita
conhecer os componentes básicos dos circuitos elétricos como resistores,
capacitores, indutores e técnicas de resolução destes via EDO, transformação delta
estrela, equivalente de Thévenin e de Norton etc. Também é fundamental que o
engenheiro dessa área conheça os processos de geração, transmissão e
distribuição de energia, compreendendo o funcionamento de hidrelétricas e
termelétricas (por exemplo), conhecendo também as formas de energia que se
apresentam na natureza. Por fim, um aspecto fundamental é a manutenção, bem
como sua gestão, visto que esse tema é de enorme relevância pela sua
potencialidade de melhorar a eficiência, disponibilidade, confiabilidade entre outros
de uma empresa, economizando recursos inclusive.
SUMÁRIO
RESUMO DA UNIDADE.........................................................................................................1
SUMÁRIO .................................................................................................................................2
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO .........................................................................................4
CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO À ENGENHARIA ELÉTRICA ......................................5
1.1 Conceitos e Definições.............................................................................................5
1.2 Evolução Histórica ................................................................................................. 10
1.3 Especialidades da Engenharia Elétrica .............................................................. 16
RECAPITULANDO............................................................................................................... 21
CAPÍTULO 2 - ELETRICIDADE BÁSICA E CIRCUITOS ELÉTRICOS .................. 25
2.1 Carga elétrica e Lei de Coulomb ......................................................................... 25
2.2 Campo e Potencial Elétrico .................................................................................. 28
2.3 Corrente Elétrica..................................................................................................... 32
2.4 Campo, Força e Fluxo Magnéticos ..................................................................... 33
2.5 Ondas Eletromagnéticas....................................................................................... 36
2.6 Estrutura da Matéria .............................................................................................. 38
2.7 Resistores................................................................................................................ 39
2.8 Capacitores ............................................................................................................. 42
2.9 Indutores .................................................................................................................. 44
2.10 Fontes ...................................................................................................................... 45
2.11 Transformadores .................................................................................................... 46
2.12 Leis de Kirchhoff ..................................................................................................... 47
2.13 Divisor de Tensão e divisor de corrente ............................................................. 53
2.14 Teorema de Thévenin e Norton ........................................................................... 56
2.15 Transformação Delta ............................................................................................. 59
2.16 Instrumentos de Medição...................................................................................... 63
RECAPITULANDO............................................................................................................... 65
CAPÍTULO 3 - FORMAS, GERAÇÃO E DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA, ANEEL
E CONCESSIONÁRIAS DE ENERGIA ............................................................................ 73
3.1 Energia..................................................................................................................... 73
3.2 Geração de Energia Elétrica ................................................................................ 77
3.3 Transmissão e Distribuição de Energia.............................................................. 85
3
APRESENTAÇÃO DO MÓDULO
SAIBA MAIS
As relações CTS são amplamente estudadas por sociólogos e educadores, são de
vital relevância na educação científica e tecnológica e para compreender como a
ciência pode interferir nas nossas vidas e como a própria sociedade se relaciona
com a produção de conhecimento e tecnologia.
IMPORTANTE
A ideia de um modelo é que ele corresponda à realidade, ou seja, o modelo
descreve a realidade, mas não é a própria realidade. Por exemplo, na física, é
comum utilizarmos massas pontuais; ora, não existe na realidade objetos físicos
pontuais que concentram massa, no entanto, nossos cálculos muitas vezes são
realizados assumindo corpos com massa pontual. Dessa forma, a massa pontual é
uma idealização ou uma aproximação.
figura abaixo ilustra como é esse processo na visão de Ferri (2006) com tradução de
Silva (2013):
A figura nos diz que o processo de modelagem parte de uma situação real,
uma vez compreendido o problema, realizamos uma representação mental dele. Em
seguida, ocorre um processo de simplificar o problema criando um modelo real.
Nessa etapa, é importante o conhecimento extramatemático (EMK), saímos então
da realidade e entramos no espaço da matemática através do processo conhecido
como matematização (tema tão extenso quanto a própria discussão dos modelos).
Temos agora um modelo matemático. Utilizando conhecimentos matemáticos,
geramos resultados matemáticos, os quais são interpretados retornando assim para
a realidade. Uma vez validado esse modelo, conseguimos uma compreensão do
problema real do qual partimos e formamos outra representação mental da situação.
Já as teorias, podemos entendê-las como um corpo de conhecimento
organizado em axiomas, definições, conceitos e teoremas. Por isso, Bunge (1969)
diz que uma teoria é um sistema hipotético-dedutivo, ou seja, um sistema formado
por hipóteses e deduções.
A relação entre modelo e teoria é uma discussão contemporânea, Morgan e
Morrison (1999) afirmam que os modelos têm uma autonomia parcial da teoria, ou
seja, podem progredir sem que a teoria progrida, dessa forma, possuem certa
8
FIQUE ATENTO
O sentido que damos à teoria na engenharia e nas ciências, em geral, é distinto do
uso popular desse termo. Popularmente, chamamos de teoria alguma ideia
especulativa, da qual não possuímos um grau de certeza. Nas ciências, uma teoria
é o mais alto grau na hierarquia do conhecimento. Para algo ser uma teoria, é
necessário um longo processo que passa por várias validações e é sustentado por
evidências.
SAIBA MAIS
Hipótese no primeiro sentido é muito utilizada nas ciências ditas formais como a
matemática; e o segundo sentido de hipótese é utilizado nas ciências chamadas
factuais como física, química e a própria engenharia.
este é responsável por projetar, construir, fabricar e montar; mas além disso,
também pode modelar aspectos da realidade para prever fenômenos e etc.
O engenheiro é um profissional que deve ser altamente competente em
diversas áreas do conhecimento. Ele deve ter uma forte formação em matemática e
ciências naturais como física, química e biologia em diferentes proporções. Os
engenheiros que lidam com meio ambiente, saneamento, processos químicos,
equipamentos hospitalares entre outros necessitam de uma formação mais profunda
em biologia e química, enquanto engenheiros qu e trabalham com sistemas de
potência, controle, computação e estruturas necessitam de uma formação mais
profunda em física.
Já a matemática, parece ser uma exigência mais básica à qual nenhum
engenheiro pode fugir de dominar. No que diz respeito aos conteúdos de
matemática que o engenheiro deve dominar, podemos citar o cálculo, as equações
diferenciais, a álgebra linear, a geometria analítica e o cálculo numérico. Essas
disciplinas são comuns na maioria dos cu rsos de engenharia no Brasil e no mundo.
Além disso, o engenheiro tem suas responsabilidades e deveres éticos, como
prezar pela segurança daqueles que executam seus projetos, assim como é
necessário que o engenheiro contemporâneo tenha competência em lidar com
pessoas, negociar e trabalhar em grupo, nesse sentido, cada vez mais matérias de
ciências humanas estão presentes nos currículos de engenharia como ética,
administração, economia entre outros.
É muito comum encontrar engenheiros trabalhando no mercado financeiro,
vendendo ações e modelando planos de negócios e até em bancos por conta de sua
forte formação na matemática.
Uma outra competência essencial ao engenheiro moderno é a informática e a
computação, pois, projetos, desenhos e cálculos complexos são muito mais práticos
de serem feitos em computadores. Aliás, às vezes é necessário, pois certas
equações matemáticas não possuem solu ção analítica, apenas numéricas. Nesse
sentido, o bom curso de engenharia propicia conhecimento em programação e
utilização de computadores.
10
Eletromagnetismo de Maxwell:
Esse foi um ponto importante na História da Física e da Engenharia Elétrica,
pois Maxwell teorizou um sistema de equações para descrever os fenômenos
elétricos e magnéticos. A teoria de Maxwell unificava eletricidade e magnetismo
passando a chamar de eletromagnetismo. A princípio eram 4 equações:
⃗∇ . 𝐸⃗ = 𝜌/𝜀0
⃗
𝜕𝐵
⃗∇ × 𝐸⃗ + = 0,
𝜕𝑡
⃗∇. 𝐵⃗ =0
{ ⃗∇ × 𝐵 ⃗ = µ0 𝐽
⃗∇ . 𝐸⃗ = 𝜌/𝜀0
⃗
𝜕𝐵
⃗∇ × 𝐸⃗ + =0
𝜕𝑡 . (1.2.1)
⃗ .𝐵
∇ ⃗ =0
𝜕𝐸⃗
⃗ ⃗
{∇ × 𝐵 = µ0 𝐽 + µ0 𝜀0 𝜕𝑡
𝜕2 𝐸⃗ 𝜕2 𝐸⃗
= µ 𝜀
0 0
𝜕𝑥 2 𝜕𝑡 2 , (1.2.2)
𝜕2 𝐵⃗ 𝜕2 𝐵⃗
= µ 0 𝜀0
{ 𝜕𝑥 2 𝜕𝑡 2
FIQUE ATENTO
Vale ressaltar que esse formalismo matemático que utilizamos surgiu depois dos
trabalhos de Maxwell, ou seja, a linguagem pela qual Maxwell realizou seus
trabalhos foi outra.
SAIBA MAIS
As ondas eletromagnéticas podem se propagar no vácuo e permitiram muitas
tecnologias como as ondas de rádio, de TV e celulares.
IMPORTANTE
Esses avanços possibilitaram inclusive o uso doméstico da energia elétrica em
grande quantidade, o que é condição necessária para o mercado de
eletrodomésticos crescer ao longo do século XX, além disso, é fundamental
15
FIQUE ATENTO
Nesse período, o desenvolvimento se deu principalmente nas áreas relacionadas à
comunicação, eletrônica e computação; mas isso não significa que os sistemas de
potência e instalações não foram aprimorados em relação ao que foi desenvolvido
no século anterior. Além disso, vale reforçar a relevância da interdisciplinaridade n a
engenharia atual que passa por esse processo desde o final do século XX.
Engenharia Eletrônica:
Essa engenharia também conseguiu um grau de autonomia que permitiu a ela
ser um curso separado da engenharia elétrica em muitos países. Essa especialidade
lida com os sistemas eletrônicos e pode ser dividido em diversas áreas.
Existe a eletrônica de potência, cujo intuito é a geração de energia elétrica. Há
também a eletrônica analógica que é aquela que possui vários níveis de sinais,
enquanto a eletrônica digital é binária, ou seja, existem 2 níveis: 0 ou 1.
Outra área é a microeletrônica, a qual estuda os chips, circuitos integrados e
outros componentes cada vez mais importantes e avançados. Por fim, temos a
eletrônica embarcada que é a eletrônica que tem como base o microprocessador.
Vale ressaltar que essas áreas da Engenharia Eletrônica não são divisões
sólidas, pois um mesmo assunto pode ser conteúdo de mais de uma dessas áreas.
Essa é apenas um divisão que se consolidou nos últimos anos.
Outra ressalva é que essa especialidade se relaciona intimamente com a
anterior visto que a eletrônica digital é fundamental para a automação e controle de
processos industriais.
18
Engenharia de Computação:
Essa é mais uma engenharia que conseguiu autonomia suficiente para ser u m
curso separado da engenharia elétrica. O próprio nome indica que é uma engenharia
que se pauta na computação, não somente no quesito de programação, mas
também de hardware, redes, entre outros. Ela se relaciona diretamente com a
eletrônica, pois as áreas de eletrônica digital, a microeletrônica e a eletrônica
embarcada estão fortemente presentes na engenharia de computação.
Engenharia de Telecomunicações:
Essa é uma engenharia que vem conquistando sua autonomia, algumas
instituições já oferecem esse curso separado da engenharia elétrica. Como o próprio
nome diz, essa engenharia se dedica à telecomunicação, sendo uma especialidade
muito importante, ela se utiliza de conhecimentos de física, principalmente de on das
eletromagnéticas.
Engenharia de Instrumentação:
Essa especialidade se dedica à construção de instrumentos de medida e
análise, é muito utilizada para o crescimento da própria ciência que exige
equipamentos cada vez mais precisos para construção de experimentos. Além
disso, é uma especialidade muito importante para segurança, é nessa especialidade
que se realizam testes em produtos antes de serem autorizados a irem para o
mercado. Além disso, essa especialidade dialoga intimamente com a engenharia
mecânica e as próprias ciências básicas como física e química.
Engenharia Eletromecânica:
Essa especialidade se confunde com a eletrônica em alguns momentos, pois
utiliza vários componentes da eletrônica analógica, ela se dedica a transformar
19
Engenharia Eletrotécnica:
Essa engenharia possui 3 principais áreas, os motores elétricos, as instalações
elétricas e a geração e distribuição de energia, esta ú ltima se confunde muito com a
Engenharia de Sistemas de Potência.
Além dessas especialidades já conhecidas, temos a Engenharia Biomédica,
essa não é exatamente uma especialidade, mas uma engenharia interdisciplinar que
tem os conteúdos da engenharia elétrica em seu cerne. Essa engenh aria tem uma
atuação ampla que contempla diversos equipamentos para uso médico (para
realização de exames, por exemplo).
O quadro abaixo mostra as modalidades de cursos de engenharia da área de
eletricidade no Brasil até o ano de 2012, percebemos como a Engenharia de
Computação, Telecomunicações, Controle e Automação e Eletrônica ganharam
autonomia e aparecem em cursos específicos.
1
1 Engenharia de Comunicações 02
2
1 Engenharia Eletrotécnica 01
3
1 Engenharia Computacional 01
4
1 Engenharia de Teleinformática 01
5
Fonte: INEP, p. 58, 2010
RECAPITULANDO
QUESTÕES DE CONCURSO
QUESTÃO 1
Qual das alternativas a seguir não apresenta uma especialidade da engenharia
elétrica?
a) Engenharia Eletrotécnica
b) Engenharia de Telecomunicações
c) Engenharia de Computação
d) Engenharia Eletrostática
e) Engenharia de Energia
QUESTÃO 2
A respeito da história da engenharia elétrica, assinale a alternativa verdadeira.
a) A engenharia elétrica, como campo autônomo, existe desde a Grécia antiga,
havendo cursos de engenharia elétrica para filhos de políticos e pessoas ricas.
b) Desde a idade antiga existem estudos de eletricidade e magnetismo.
c) A engenharia elétrica não tem relação com o desenvolvimento das tecnologias de
comunicação ao longo do século XX.
d) A eletrônica digital surge apenas no final do século XX.
e) N.D.A.
QUESTÃO 3
Com relação aos conceitos utilizados na engenharia, assinale a alternativa
falsa.
a) Modelos matemáticos apresentam uma descrição idealizada da realidade e esses
são de grande importância para engenharia.
b) Modelos matemáticos apresentam uma descrição não idealizada da realidade e
esses são de grande importância para engenharia.
c) Podemos compreender a engenharia como uma ciência, apesar dela diferir das
ciências naturais quanto aos objetivos do estudo.
22
QUESTÃO 4
A respeito do processo de modelagem matemática, assinale a alternativa
verdadeira.
a) No processo de modelagem existem dois contextos ou espaços, a realidade e a
própria matemática, isso faz com que modelos não sejam confiáveis.
b) Modelos matemáticos descrevem a realidade de maneira exata sem idealizações.
c) O processo de modelagem passa por uma etapa chamada matematização, a qual
parte de um modelo na realidade e chega a um modelo matemático.
d) Não é necessário interpretar um modelo matemático para que ele seja utilizado na
prática.
e) Ao interpretar resultados matemáticos, nós chegamos a resultados reais.
QUESTÃO 5
Quanto ao Eletromagnetismo de Maxwell, assinale a alternativa incorreta.
a) O Eletromagnetismo de Maxwell permitiu tecnologias de comunicação por ser
uma teoria capaz de modelar ondas eletromagnéticas (as quais transmitem
informação).
b) O Eletromagnetismo de Maxwell unifica a eletricidade com o magnetismo e a
ótica.
c) Essa teoria conclui que a luz é uma onda eletromagnética que possui velocidade
constante no vácuo.
d) Ondas eletromagnéticas se propagam no espaço.
e) Ondas eletromagnéticas não se propagam no vácuo a não ser que exista um
meio massivo e denso, pois essas ondas são análogas às ondas sonoras quanto à
sua propagação.
23
TREINO INÉDITO
Das alternativas abaixo, qual não representa uma responsabilidade ou uma
competência do engenheiro?
a) Prezar pela segurança no trabalho, tanto dele quando dos demais membros da
equipe (ou grupo).
b) Procurar otimizar seu trabalho gerando mais eficiência sem deixar de lado
questões éticas e ambientais.
c) Ter cuidado com os impactos ambientais de seu trabalho.
d) Ser individualista, resolvendo os problemas sem a necessidade de trabalhar em
grupo.
e) Ser assíduo e dominar teoricamente os assuntos inerentes à sua prática
profissional.
NA MÍDIA
ATENTA AO MERCADO, A ENGENHARIA SE MANTÉM ENTRE OS PRINCIPAIS
CURSOS.
As engenharias continuam entre os cursos mais concorridos e se mantêm
conectadas à contemporaneidade. Algumas engenharias se mantêm tradicionais
como Civil, Elétrica e Mecânica, enquanto outras conquistam espaço por conta da
demanda criada por áreas como do petróleo, ambiental e sanitária ou Controle e
Automação. As tradicionais ainda são as mais procuradas, mas vale ressaltar que a
área do petróleo vem se recuperando, enquanto a área ambiental é cada vez mais
importante, assim como a do Controle e Automação.
Fonte: O GLOBO
Data: 04/04/2019
Leia a notícia na íntegra: https://oglobo.globo.com/sociedade/educacao/enem-e-
vestibular/atenta-ao-mercado-engenharia-se-mantem-entre-os-principais-cursos-
23572931
24
NA PRÁTICA
A compreensão da natureza científica da engenharia, bem como dos conceitos
inerentes ao estudo da engenharia permite ao profissional da área uma atuação
mais crítica e responsável.
É importante conhecer as competências que a contemporaneidade exige do
engenheiro, tanto para uma boa colocação no mercado de trabalho quanto para seu
desenvolvimento profissional.
Uma base de conhecimento na h istória da engenharia elétrica ajuda o engenheiro
em seu aprendizado com relação à engenharia e também melhora a compreensão
da função social do engenheiro, bem como as relações entre ciência, tecnologia e
sociedade.
Conhecer as áreas da engenharia elétrica é uma etapa importante na formação do
engenheiro para que ele possa decidir conscientemente a respeito de seus
caminhos profissionais e também dialogar com profissionais de outras
especialidades.
25
𝑞 = 𝑛. 𝑒, (2.1.1)
negativas). Em outras palavras, corpos trocam cargas elétricas até que ambos
tenham a mesma carga.
Como já foi dito, as cargas elétricas têm na eletricidade a função que a massa
tem na gravitação e isso é perceptível se observamos a fórmula da força elétrica (ou
eletrostática) entre duas cargas:
26
𝑞1 𝑞2 (2.1.2)
𝐹= 𝑟̂ ,
4𝜋𝜀0 𝑟2
𝑞1 𝑞2 (2.1.2)
𝐹1 2 = 𝑟̂ ,
4𝜋𝜀0 𝑟2 1 2
FIQUE ATENTO
A força que 2 aplica em um é idêntica em valor e direção, mas oposta em sentido,
isso se deve à terceira lei de Newton. Além disso, é comum utilizar a constante 𝑘 =
1
.
4𝜋𝜀 0
2𝜃
27
Pela lei dos cossenos, podemos escrever que a distância entre as cargas é
dada por:
𝑟2 = 𝑙 2 + 𝑙 2 − 2. 𝑙. 𝑙. cos(2𝜃).
y ⃗
𝑇
𝐹𝑒
𝑃⃗
x
⃗
𝑇
𝜃
𝐹𝑒
x
𝑃⃗
sendo:
𝑚𝑔. 𝑡𝑔 (𝜃) = 𝐹𝑒
𝑞2
Mas, 𝐹𝑒 = , portanto:
4𝜋𝜀 0 𝑟2
𝑞2
𝑚𝑔. 𝑡𝑔(𝜃) = → 4𝜋𝜀0 𝑟2 𝑚𝑔. 𝑡𝑔 (𝜃) = 𝑞 2
4𝜋𝜀0 𝑟2
28
𝑠𝑒𝑛 (𝜃) 2
16𝜋𝜀0 𝑚𝑔. 𝑙 sen2 (𝜃) = 𝑞 2
cos(𝜃)
SAIBA MAIS
A força de Coulomb respeita o princípio de superposição, assim sendo podemos
somar vetorialmente as forças elétricas em um corpo:
𝑞𝑖 𝑞
𝐹𝑖 = ∑ 𝐹𝑖(𝑗) = ∑ 𝑗 2 𝑟̂𝑗𝑖
4𝜋𝜀0 (𝑟 )
𝑗≠𝑖 𝑗≠𝑖 𝑗𝑖
𝑞 (2.2.1)
𝐸⃗ = 𝑟̂ ,
4𝜋𝜀0 𝑟2
Note que:
29
𝐹 = 𝑞𝐸⃗ . (2.2.2)
IMPORTANTE
Novamente, vale o princípio de superposição e, assim sendo, o campo gerado por
uma distribuição de cargas pode ser calculado pela soma vetorial dos campos
gerados por cada carga.
(2.2.3)
𝜑𝑆 = ∮ 𝐸⃗ . 𝑑𝑠 = 𝑞/𝜀0
𝑞 𝑞
⃗ . 𝑑𝑠 = ∮ 𝐸𝑑𝑠 = 𝐸. 𝐴 =
∮𝐸 →𝐸= ,
𝜀0 4𝜋𝜀0 𝑟2
𝜌4 3
𝑞 𝜋𝑟 𝜌𝑟
∮ 𝐸⃗ . 𝑑𝑠 = ∮ 𝐸𝑑𝑠 = 𝐸. 𝐴 = → 𝐸 = 3 2
= .
𝜀0 4𝜋𝜀0 𝑟 3𝜀0
30
FIQUE ATENTO
Para 𝑟 = 𝑅, as duas equações convergem no resultado. Perceba também que as
integrais possuem um produto escalar, nos casos anteriores, o campo é sempre
paralelo ao vetor diretor do elemento de área. Logo, o produto escalar é 1.
𝑟
(2.2.4)
𝑉(𝑟) = − ∫ 𝐸⃗ . 𝑑𝑙 ,
∞
31
Onde a integral é feita ao longo de uma linha reta denotada por 𝑙 e cujo
𝑃2 (2.2.5)
𝑉(𝑃2 ) − 𝑉 (𝑃1 ) = ∫ 𝐸⃗ . 𝑑𝑙
𝑃1
𝑟 𝑟
𝑞 𝑞 𝑟 𝑞 𝑞
𝑉(𝑟) = − ∫ 𝐸⃗ . 𝑑𝑙 = − ∫ 2
. 𝑑𝑙 = − [− ] = −0 = .
∞ ∞ 4𝜋𝜀0 𝑙 4𝜋𝜀0 𝑙 ∞ 4𝜋𝜀0 𝑟 4𝜋𝜀0 𝑟
FIQUE ATENTO
Novamente, só pudemos simplificar o produto escalar pois o campo elétrico é
paralelo ao vetor diretor do elemento de comprimento.
Para uma distribuição de cargas, o potencial pode ser dado pelo somatório,
assim como no caso da força elétrica.
Exemplo: calcule o potencial elétrico no interior e exterior de uma esfera
carregada, mas cujas carga se encontram na superfície.
Pela Lei de Gauss, a esfera tem campo elétrico zero em seu interior (não a
carga interna à superfície) e, no exterior, é idêntico ao potencial de uma carga
isolada.
𝑞
Já no que diz respeito ao potencial, no exterior será 𝑉(𝑟) = 4𝜋𝜀 , pois é
0𝑟
𝑅 𝑅−𝜀 𝑅
𝑞
𝑉 (𝑅) = − ∫ 𝐸⃗ . 𝑑𝑙 = −lim [∫ 𝐸⃗ . 𝑑𝑙 + ∫ 𝐸⃗ . 𝑑𝑙 ] =
∞ 𝜀→0 ∞ 𝑅−𝜀 4𝜋𝜀0 𝑅
32
𝑑𝑞 (2.3.1)
𝑖= ,
𝑑𝑡
𝑑𝑖 (2.3.2)
𝑗= 𝑠̂ .
𝑑𝑠
𝑖 = ∮ 𝑗. 𝑑𝑠 = 𝑗𝐴 = 2𝜋𝑟2 𝑗
FIQUE ATENTO
Podemos observar corrente elétrica quando há diferença de potencial entre dois
pontos.
⃗ . 𝑑𝑙 = µ0 𝑖 (2.4.1)
∫𝐵
µ0 𝑖
⃗ (𝑟) =
𝐵. 2𝜋𝑟 = µ0 𝑖 → 𝐵 𝜑̂
2𝜋𝑟
𝑖
𝑗= 𝑠̂ ,
𝜋𝑅 2
34
⃗ = µ0 𝑛𝑖𝑧̂ ,
𝐵 (2.4.2)
No que diz respeito à força magnética, ela pode ser calculada por:
35
⃗,
𝐹𝑚 = 𝑞𝑣 × 𝐵 (2.4.2)
⃗
𝐹𝑚 = 𝑖𝑙 × 𝐵 (2.4.3)
⃗
𝑑𝐹𝑚 = 𝑖𝑑𝑙 × 𝐵
Outro conceito importante é o de fluxo magnético, que pode ser calculado por:
⃗ . 𝑑𝑠 , (2.4.4)
𝜙𝑚 = ∫ 𝐵
Nesse caso, a integral não precisa ser de superfície, não é necessária que seja
uma superfície fechada. Aliás, nem faz sentido que o seja, pois o próprio campo
magnético já é fechado. A variação do fluxo magnético tem um significado físico
muito importante, é a chamada lei de Indução, segundo a qual:
𝜕𝜙𝑚 (2.4.5)
ℰ=− ,
𝜕𝑡
FIQUE ATENTO
Lembre-se que diferença de potencial gera corrente elétrica.
⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗
h V
⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗
⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗⊗
𝑙 = 𝑉𝑡
⃗ . 𝑑𝑠 = −𝐵. ℎ𝑉𝑡
𝜙𝑚 = ∫ 𝐵
𝜕𝜙𝑚
→− = 𝐵. ℎ. 𝑉 = ℰ.
𝜕𝑡
Dessa forma, haverá uma tensão com sinal positivo, logo, surgirá uma
corrente em sentido anti-horário (convencionado como positivo).
SAIBA MAIS
Na seção 2.7, veremos a lei de Ohm, a qual diz que 𝑉 = 𝑅𝑖, dessa forma, a
𝐵ℎ𝑉
corrente no exemplo anterior fica 𝑖 = . Com isso, podemos também calcular a
𝑅
ℎ2 𝐵2
força que acelerará a barra de volta, 𝐹𝑚 = − 𝑉⃗.
𝑅
FIQUE ATENTO
Ondas eletromagnéticas também podem se propagar em meios materiais, nesse
caso, sua velocidade é diminuída.
𝑐 = 𝜆𝜈, (2.5.1)
⃗ 𝑥 = 𝐸0 𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡)𝑥̂
𝐸 (2.5.2)
{ 𝐸 .
⃗ 𝑦 = 0 𝑠𝑒𝑛(𝑘𝑥 − 𝜔𝑡)𝑦̂
𝐵
𝑐
1 (2.5.3)
𝑆= 𝐸⃗ × 𝐵
⃗.
𝜇0
38
IMPORTANTE
Nas ondas planas, o campo elétrico é sempre perpendicular ao magnético.
SAIBA MAIS
Os prótons no interior do núcleo não deveriam se repelir? Pela força de Coulomb,
sim, no entanto, existe uma outra força con hecida como força nuclear forte, a qual
supera a repulsão e viabiliza o átomo.
observadas na natureza e nas tecnologias humanas são devido aos elétrons, isso se
deve ao fato de os portadores de carga positiva (prótons) estarem fortemente
ligados ao núcleo, apenas elétrons têm liberdade para se mover.
Podemos classificar os materiais em três categorias quanto à sua capacidade
de conduzir corrente: condutores, isolantes e semicondutores. Nos condutores, os
elétrons mais afastados dos núcleos possuem liberdade para transitar entre os
átomos do material, gerando corrente elétrica; nos materiais isolantes não ocorre
condução de corrente elétrica (exceto por uma diferença de potencial muito grande)
e os semicondutores conduzem, mas muito menos que os isolantes.
Nos materiais condutores, os elétrons que estão em movimento se encontram
nas camadas mais externas, próximos à superfície, já nos materiais isolantes, a
carga elétrica se distribui no material. Dessa forma, se por exemplo tivermos uma
esfera condutora carregada eletricamente, os elétrons estarão próximos à superfície
e, então, se calcularmos o campo elétrico no interior da esfera utilizando a Lei de
Gauss, obteremos zero, pois não haverá carga no interior da superfície Gaussiana.
2.7 Resistores
Fonte: Autor
FIQUE ATENTO
Existem outras formas de representar um resistor como, por exemplo, um
retângulo. Além disso, existem os chamados potenciômetros que são resistores
com resistência variável.
𝑉 = 𝑅𝐼, (2.7.1)
𝜌𝐿 (2.7.2)
𝑅= ,
𝐴
IMPORTANTE
A equação (3.1.2) nos diz que quanto mais cumprido o fio, maior será sua
resistência e quanto mais grosso, menor será a resistência.
𝑃 = 𝑉𝐼 (2.7.3)
𝑃 = 𝑅𝐼 2
{ 𝑉2 ,
𝑃=
𝑅
Fonte: Autor
𝑅𝑒𝑞 = 𝑅1 + 𝑅2 ,
𝑛
(2.7.4)
𝑅𝑒𝑞 𝑠é𝑟𝑖𝑒 = ∑ 𝑅𝑖 .
𝑖=1
42
Fonte: Autor
1 1 1
= + ,
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2
𝑛
1 1 (2.7.5)
=∑ .
𝑅𝑒𝑞 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 𝑅𝑖
𝑖=1
2.8 Capacitores
Fonte: Autor
43
𝑄 (2.8.1)
𝑉= ,
𝐶
𝜀0 𝐴 (2.8.2)
𝐶= ,
𝑑
SAIBA MAIS
Existem capacitores cilíndricos e em outros formatos e além disso, existem
capacitores que possuem entre as placas um meio chamado de dielétrico. Nesse
caso, a constante de permissividade elétrica muda.
1 𝑄2 (2.8.3)
𝑈 = 𝐶𝑉 2 = .
2 2𝐶
𝑛
1 1 (2.8.4)
=∑
𝐶𝑒𝑞 𝑠é𝑟𝑖𝑒 𝐶𝑖
𝑖 =1
𝑛
(2.8.5)
𝐶𝑒𝑞 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑙𝑒𝑙𝑜 = ∑ 𝐶𝑖
𝑖=1
2.9 Indutores
Fonte: Autor
𝑑𝐼 (2.9.1)
𝑉=𝐿 ,
𝑑𝑡
1 2 (2.9.2)
𝑈= 𝐿𝐼 .
2
2.10 Fontes
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Onde 𝑉𝑝𝑖𝑐𝑜 é a tensão de pico da fonte, ou seja, a máxima tensão que a fonte
chega a fornecer, 𝑡 é algum instante de tempo e 𝜔 é a frequência angular. O período
da oscilação dessa fonte pode ser obtida igualando o argumento do seno a 2𝜋:
2𝜋 (2.10.2)
2𝜋 = 𝜔𝑇 → 𝑇 = .
𝜔
SAIBA MAIS
A tensão gerada pelas tomadas da casa é, na verdade, alternada a 110 V ou 220 V.
O que vemos é, na verdade, uma espécie de média conhecida como RMS.
2.11 Transformadores
Fonte: Autor
𝑁2 (2.11.1)
𝑉𝑅 = −𝑉 ,
𝑁1
47
IMPORTANTE
Observe que se 𝑁2 > 𝑁1 então o módulo da tensão fornecida pela fonte aumenta.
Fonte: Autor
Dado o circuito da Figura 2.12.1, vamos resolvê-lo utilizando a lei das malhas.
Vamos supor que o capacitor começa descarregado, em seguida fechamos a chave
48
𝑄(𝑡)
𝑉 − 𝑅𝐼 (𝑡) − = 0,
𝐶
𝑑𝑄 ( 𝑡)
Mas sabemos que 𝐼 (𝑡) = , portanto:
𝑑𝑡
𝑑𝑄(𝑡) 𝑄 (𝑡)
𝑉=𝑅 + .
𝑑𝑡 𝐶
𝑑𝑄 (𝑡) 𝑄(𝑡)
0=𝑅 +
𝑑𝑡 𝐶
𝑑𝑄 (𝑡) 1
→ =− 𝑑𝑡,
𝑄(𝑡) 𝑅𝐶
𝑡′
𝑄(𝑡′ )
𝑑𝑄 (𝑡) 1
→∫ =− ∫ 𝑑𝑡 ,
𝑄0 𝑄(𝑡) 𝑅𝐶
0
𝑄( 𝑡 ′ ) 1 ′
→ ln ( )= − 𝑡,
𝑄0 𝑅𝐶
𝑡′
𝑄(𝑡′) = 𝑄0 𝑒 −𝑅𝐶 .
𝑄
=𝑉
𝐶
→ 𝑄 = 𝑉𝐶.
1
− 𝑡
𝑄 (𝑡) = 𝑉𝐶 + 𝑄0 𝑒 𝑅𝐶 ,
𝑄(0) = 0 = 𝑉𝐶 + 𝑄0 𝑒 0 = 𝑉𝐶 + 𝑄0 → 𝑄0 = −𝑉𝐶,
1
− 𝑡 (2.12.1)
𝑄 (𝑡) = 𝑉𝐶 (1 − 𝑒 𝑅𝐶 ).
Fonte: Autor
𝑉 −1𝑡 (2.12.2)
𝐼(𝑡) = 𝑒 𝑅𝐶 ,
𝑅
Fonte: Autor
𝑄(𝑡)
+ 𝑅𝐼(𝑡) = 0
𝐶
𝑑𝑄(𝑡) 𝑄(𝑡)
→𝑅 =−
𝑑𝑡 𝐶
𝑑𝑄(𝑡) 𝑑𝑡
→ =− ,
𝑄(𝑡) 𝑅𝐶
𝑄(𝑡′ ) ′
𝑑𝑄 (𝑡) 1 𝑡
∫ =− ∫ 𝑑𝑡
𝑄0 𝑄(𝑡) 𝑅𝐶 0
𝑄( 𝑡 ′ ) 1 ′
→ ln ( )= − 𝑡,
𝑄0 𝑅𝐶
1
(2.12.3)
𝑄(𝑡) = 𝑄0 𝑒 −𝑅𝐶 .
SAIBA MAIS
A quantidade 𝜏 ≔ 𝑅𝐶 é conhecida como constante de tempo e diz respeito ao
tempo que o capacitor leva para carregar 63,2% de sua carga. Essa constante
aparece em outros tópicos da engenharia, química e física como transmissores,
filtros digitais entre outros.
Fonte: Autor
Essas “bolas” pretas no circuito são chamadas de nó. Nelas, a corrente tem
mais de uma possibilidade de caminho, pela lei dos nós, teremos que:
𝐼1 = 𝐼2 + 𝐼3 ,
Onde 𝐼1 é a corrente que passa pelo resistor R1 e assim por diante. Essa
equação nos diz que a corrente entra no nó passando por R1 e se divide em duas,
uma vai para R2 e a outra para R3. No próximo nó, elas voltam a se encontrar.
Para resolver o circuito, podemos utilizar também a lei das malhas. Nesse
caso, teremos duas malhas, uma começando pela fonte e passando por R1 e R2 e a
outra por R1 e R3, dessa forma:
𝑉 − 𝑅1 𝐼1 − 𝑅2 𝐼2 = 0
{ .
𝑉 − 𝑅1 𝐼1 − 𝑅3 𝐼3 = 0
FIQUE ATENTO
As leis de Kirchhoff valem quando podemos desprezar o campo magnético no
exterior dos componentes e quando a carga elétrica se conserva no sistema. Em
casos onde essas duas hipóteses não são válidas é incorreto aplicar essas leis.
53
Fonte: Autor
Fonte: Autor
Assim sendo,
𝑉 𝑉
𝑉 = 𝑅𝑒𝑞 𝐼 → 𝐼 = = ,
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 + 𝑅2
54
𝑉1 𝑉 𝑉
𝑉1 = 𝑅1 𝐼 → 𝐼 = → 1 =
𝑅1 𝑅1 𝑅1 + 𝑅2
𝑅1
∴ 𝑉1 = 𝑉.
𝑅1 + 𝑅2
𝑅2
𝑉2 = 𝑉,
𝑅1 + 𝑅2
𝑅𝑖 (2.13.1)
𝑉𝑖 = 𝑛 𝑉.
∑𝑗=1 𝑅𝑗
SAIBA MAIS
No caso da Figura 2.13.1, podemos obter 𝑉𝑜 (tensão de saída) subtraindo a queda
de tensão no resistor 1 da tensão da fonte, 𝑉𝑜 = 𝑉 − 𝑉1 . Isso é muito útil em
inúmeras situações práticas, muitas vezes algum componente de um circuito está
ligado entre 2 resistores.
55
Figura 2.13.3
Fonte: Autor
1 1 1 𝑅1 𝑅2
= + → 𝑅𝑒𝑞 = ,
𝑅𝑒𝑞 𝑅1 𝑅2 𝑅1 + 𝑅2
𝑉 1 𝑅1 𝑅2
𝐼1 = = 𝐼
𝑅1 𝑅1 𝑅1 + 𝑅2 𝑠
𝑅𝑒𝑞 𝑅2
∴ 𝐼1 = 𝐼𝑠 = 𝐼.
𝑅1 𝑅1 + 𝑅2 𝑠
𝑅𝑒𝑞 𝑅1
𝐼2 = 𝐼𝑠 = 𝐼,
𝑅2 𝑅1 + 𝑅2 𝑠
56
𝑅𝑒𝑞 (2.13.2)
𝐼𝑖 = 𝐼.
𝑅𝑖 𝑠
Fonte: Autor
Fonte: Autor
𝑉𝑇𝐻 (2.14.1)
𝐼𝑁 = ,
𝑅 𝑇𝐻
𝑅𝑁 = 𝑅 𝑇𝐻 . (2.14.2)
IMPORTANTE
Fontes de corrente nos informam a corrente que está passando pelo circuito
naquele local. Obviamente, existe uma diferença de potencial para que exista essa
corrente.
5.1 5
𝑅𝑒𝑞 = 𝑘Ω = 𝑘Ω
5 +1 6
5 8
𝑉𝑎𝑏 = ̅̅̅̅̅ 𝑉
𝑘Ω. 1,6𝑚𝐴 = 𝑉 = 1, 333
6 6
̅̅̅̅̅𝑉
1, 333
∴𝐼= = 1, ̅̅̅̅̅
333 𝑚𝐴.
1𝑘Ω
FIQUE ATENTO
Os resultados devem ser iguais utilizando o equivalente de Thévenin e o de Norton ,
essa é inclusive uma maneira de conferir se o resultado está coerente.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
𝑅𝑏 𝑅𝑐
𝑅1 =
𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 + 𝑅𝑐
𝑅𝑎 𝑅𝑐
𝑅2 =
𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 + 𝑅𝑐
𝑅𝑎 𝑅𝑏 (2.15.1)
𝑅3 =
{ 𝑅𝑎 + 𝑅𝑏 + 𝑅𝑐
61
𝑅1 𝑅2 + 𝑅1 𝑅3 + 𝑅2 𝑅3
𝑅𝑎 =
𝑅1
𝑅1 𝑅2 + 𝑅1 𝑅3 + 𝑅2 𝑅3
𝑅𝑏 =
𝑅2
𝑅1 𝑅2 + 𝑅1 𝑅3 + 𝑅2 𝑅3 (2.15.2)
𝑅 =
{ 𝑐 𝑅3
𝑅1 = 10Ω
Assim sendo, { 𝑅2 = 50Ω, portanto, podemos calcular Ra, Rb e
𝑅3 = 20Ω
Rc para construir o circuito na configuração π (ou ∆).
1700
𝑅𝑏 = = 34Ω
50
1700
𝑅𝑐 = = 85Ω
20
62
24.34
𝑅𝑒𝑞1 = 24Ω||34Ω = Ω = 14,06Ω
{ 24 + 34 ,
30.170
𝑅𝑒𝑞1 = 30Ω||170Ω = Ω = 25,5Ω
30 + 170
39,56.85
Podemos associar agora os resistores em paralelo 39.56Ω||85Ω = Ω=
39,56+85
27Ω, por fim, esse novo resistor estará em série com o de 13Ω, logo 𝑅𝑒𝑞 = 13Ω +
27Ω = 40Ω.
240𝑉
Por fim, podemos calcular a corrente nesse resistor equivalente: 𝐼 = = 6𝐴.
40Ω
Fonte: Autor
Fonte: Autor
IMPORTANTE
O voltímetro deve ter um resistência interna muito grande (idealmente infinita) para
que não passe corrente por ele, enquanto o amperímetro precisa ter uma
resistência muito pequena (idealmente zero) para que a corrente passe por el e sem
que haja queda de tensão.
SAIBA MAIS
Muitos multímetros podem funcionar também como ohmímetros, medindo
resistência, nesse caso, costuma-se ligar em paralelo ao resistor.
RECAPITULANDO
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UFABC Prova: Técnico em Eletrônica Nível:
Médio.
Analise o circuito a seguir.
QUESTÃO 2
Ano: 2012 Banca: COPEVE/UFV Órgão: UFV S/A Prova: Técnico em Eletrônica
Nível: Médio.
Observando a figura abaixo, e levando em consideração o cálculo da
resistência equivalente do circuito e a corrente que passa pelo amperímetro, é
CORRETO afirmar que a resistência equivalente e a corrente são,
respectivamente:
66
a) 2,7 𝑘Ω 𝑒 10 𝐴.
b) 1,71 𝑘Ω 𝑒 5,56 𝑚𝐴.
c) 35,8 𝑘Ω 𝑒 5,56 𝐴.
d) 0,58 𝑘Ω 𝑒 5,85 𝑚𝐴.
e) 𝑛. 𝑑. 𝑎.
QUESTÃO 3
Ano: 2008 Banca: ITCO Órgão: IF/MT Prova: Professor de 1º e 2º graus – Física
Nível: Superior.
Dois fios condutores de mesmo comprimento 𝒍 = 𝟒𝟎 𝒄𝒎, paralelos e
distanciados 𝟐𝟎 𝒄𝒎, são percorridos por correntes de 𝟑 𝑨 e 𝟐 𝑨, no mesmo
sentido. Sendo 𝝁𝟎 = 𝟒𝝅𝟏𝟎−𝟕 𝑻. 𝒎/𝑨, podemos afirmar que a intensidade da
força magnética em cada condutor será de:
a) 4,2.10−7 𝑁
b) 2,4.10−6 𝑁
c) 4,2.10−5 𝑁
d) 2,8.10−3 𝑁
e) 2,2.10−7 𝑁
QUESTÃO 4
Ano: 2014 Banca: VUNESP Órgão: UNESP Prova: Assistente de Suporte
Acadêmico II – Física Nível: Médio.
No esquema representado na figura estão presentes duas cargas A e B,
juntamente às linhas de campo elétrico.
67
QUESTÃO 5
Ano: 2016 Banca: VUNESP Órgão: UFABC Prova: Técnico em Eletrônica Nível:
Médio.
O circuito a seguir alimenta uma carga 𝑹𝑳 presente entre os pontos A e B.
QUESTÃO 6
Ano: 2013 Banca: IFSUL Órgão: IFSUL Prova: Área 11 – Física Nível: Superior.
Considere uma esfera metálica eletricamente carregada com densidade de
carga uniforme, raio igual a 6 cm e superfície com potencial eletrostático de 10
V. A intensidade do fluxo do campo elétrico, numa das faces de uma superfície
cúbica cujo centro coincide com o centro da esfera e cuja aresta é maior do
que o diâmetro desta, é igual a:
a) 0,1𝜋 𝑁𝑚2 /𝐶.
b) 0,2𝜋 𝑁𝑚2 /𝐶.
69
QUESTÃO 7
Ano: 2013 Banca: IFSUL Órgão: IFSUL Prova: Área 11 – Física Nível: Superior.
O dipolo elétrico é um sistema constituído de duas cargas elétricas de mesmo
módulo e de sinais contrários. Considere o dipolo elétrico mostrado na figura
ao lado, em que cada carga tem módulo 𝟒, 𝟎𝟎 × 𝟏𝟎−𝟔 𝑪 e as distâncias r e d
valem, respectivamente, 𝟐𝟎 𝒎𝒎 e 𝟑𝟐 𝒎𝒎.
QUESTÃO 8
Ano: 2013 Banca: IFSUL Órgão: IFSUL Prova: Área 11 – Física Nível: Superior.
No circuito RC da figura ao lado 𝜺 = 𝟏𝟐 𝑽, 𝑹 = 𝟓𝟎 𝒌𝛀 e 𝑪 = 𝟐𝟎𝟎 µ𝑭. Supondo
que o capacitor está inicialmente descarregado, 90% da carga máxima será
atingida em aproximadamente:
70
a) 1,0 𝑠.
b) 10 𝑠.
c) 16 𝑠.
d) 23 𝑠.
e) n.d.a.
- +
- +
- +
TREINO INÉDITO
No circuito abaixo, qual o potencial (Ub) que está no portão do MOSFET (sabe-
se que a corrente no portão é aproximadamente zero)? Utilize o divisor de
tensão.
71
a) 𝑈𝑏 = 10 𝑉
b) 𝑈𝑏 = 2 𝑉
c) 𝑈𝑏 = 12 𝑉
d) 𝑈𝑏 = 1 𝑉
e) 𝑈𝑏 = 1,2 𝑉
NA MÍDIA
ALGUMAS ROCHAS SÃO PAINÉIS SOLARES NATURAIS E CONVERTEM LUZ
EM ELETRICIDADE
“Após descoberta, pesquisadores afirmam que a característica natural das rochas
pode melhorar os painéis solares utilizados atualmente”. Em uma pesquisa
examinando o Deserto de Gobi, o professor Anhuai Lu da Universidade de Pequim
encontrou correntes elétricas próximas a depósitos de metais ferro e manganês. A
pesquisa indicou que quanto mais fraca a luz, menor será a corrente, vale ressaltar
que esse sistema é estável, podendo gerar energia o dia todo.
Fonte: Revista Galileu
Data: 23/04/2019
Leia a notícia na íntegra: https://revistagalileu.globo.com/Ciencia/Meio-
Ambiente/noticia/2019/04/algumas-rochas-sao-paineis-solares-naturais-e-
convertem-luz-em-eletricidade.html
NA PRÁTICA
Os tópicos básicos que fundamentam o restante da Engenharia Elétrica são o
Eletromagnetismo e os Circuitos Elétricos.
72
3.1 Energia
𝑙2 (3.1.1)
𝜏 = ∫ 𝐹 . 𝑑𝑙 ,
𝑙1
1 (3.1.2)
𝐸𝑐 = 𝑚𝑣 2 ,
2
⃗ × 𝐹 = 0,
∇ (3.1.3)
𝑟
(3.1.4)
𝑈 = − ∫ 𝐹 . 𝑑𝑟⃗⃗⃗′
∞
𝑄𝑞
𝐹= ̂′
′ 2𝑟 ,
4𝜋𝜀0 𝑟
Então:
𝑟 𝑟
𝑄𝑞 𝑄𝑞 𝑟 ̂𝑟′ 𝑄𝑞 𝑟 𝑑𝑟′
𝑈 = − ∫ 𝐹 . 𝑑𝑟⃗⃗⃗′ = − ∫ ′2
𝑟̂′ . 𝑑𝑟⃗⃗⃗′ = − ∫ ⃗⃗⃗′
. 𝑑𝑟 = − ∫
∞ ∞ 4𝜋𝜀0 𝑟 4𝜋𝜀0 ∞ 𝑟′2 4𝜋𝜀0 ∞ 𝑟′2
𝑄𝑞 1 𝑟
𝑈(𝑟) = − [− ]
4𝜋𝜀0 𝑟′ ∞
75
𝑄𝑞
𝑈(𝑟) = .
4𝜋𝜀0 𝑟
O mesmo pode ser feito para a força gravitacional e para a força de uma
mola, por exemplo. Com os conceitos de Energia Cinética e Energia Potencial
explanados, podemos abordar agora os Teoremas da Energia Cinética e da Energia
Potencial. Eles nos dizem que:
𝜏 = ∆𝐸𝑐 (3.1.5)
{
𝜏 = −∆𝑈
Elétrica:
Essa forma de energia é devida aos elétrons. Ela é fundamental para a vida
contemporânea, utilizamos essa forma de energia no nosso dia a dia, seja em
eletrodomésticos, eletroeletrônicos, veículos e etc., e também é muito importante
para as atividades industriais de diversos tipos, dado que a maioria das indústrias
funciona utilizando majoritariamente energia elétrica.
Outro aspecto importante é a facilidade de transmitir essa forma de energia,
visto que os elétrons podem percorrer condutores elétricos, o que possibilita
transmitir essa energia a longas distâncias. Ela é facilmente transformada em outras
formas. A Energia Potencial Eletrostática também é dessa forma.
Mecânica:
Pode ser cinética ou potencial, exemplos de energias mecânicas que estão na
categoria de potencial são a Energia Potencial Gravitacional ou a Energia Potencial
Elástica (armazenada por uma mola, por exemplo). Além disso, pode-se transformar
energia Potencial Gravitacional ou Potencial Elástica em Cinética, por exemplo
quando comprimimos uma mola e depois soltamos. Inicialmente, há energia
76
Potencial Elástica que se torna cinética para a mola. Outro caso clássico é a
montanha russa, a qual converte Energia Potencial Gravitacional (devido à altura)
em energia cinética (fazendo o carrinho aumentar a velocidade).
Térmica:
É a enérgica associada ao fenômeno físico do calor. O calor é muitas vezes
confundido com a temperatura, essas grandezas se relacionam, mas não são a
mesma coisa. O calor é uma energia em trânsito, ou seja, é transmitida de uma fonte
a outra, de uma fonte mais quente para outra mais fria (ou menos quente). A
temperatura está associada à agitação das moléculas, ou seja, energia cinética;
dessa forma, a energia térmica se relaciona também com a agitação das moléculas.
Química:
É a energia associada a ligações químicas, ela está relacionada a vários
fenômenos biológicos e até eletroquímicos. A energia química é devida a uma
Energia Potencial Eletrostática.
Nuclear:
Essa forma de energia é armazenada no núcleo dos átomos e se relaciona
com a Força Nuclear Forte. A obtenção dessa forma de energia pode ser via fissão
ou fusão nuclear. A fusão nuclear não é uma técnica dominada, já a fissão é bem
conhecida e utilizada para fins militares e energéticos.
Energia Luminosa:
É a energia associada à luz. Sabemos que a luz é uma onda eletromagnética,
dessa forma, essa energia está associada a fenômenos eletromagnéticos. Ela é
transmitida na forma de fótons e aparece em inúmeros equipamentos do dia a dia
como faróis, lasers, televisão etc.
Energia Sonora:
É a energia associada a sons, como por exemplo dos aparelhos celulares,
rádios e instrumentos musicais elétricos.
77
FIQUE ATENTO
É muito importante que você entenda que aqui foram feitas duas categorizações
distintas de um mesmo conceito. Podemos separar Energia em um caso Cinético
(movimento) e em outro Potencial (armazenado) e isso se sobrepõe a categorizar a
energia pelas formas nas quais ela aparece na natureza, por exemplo, a energia
química é devido à Energia Potencial Eletrostática; a energia térmica é devido à
agitação das moléculas, que é energia cinética.
Existe uma ordem lógica para o caminho da energia elétrica desde sua
concepção até ser utilizada em casas, indústrias etc. O caminho lógico é:
1. Geração;
2. Transmissão;
3. Distribuição;
4. Utilização.
Nessa seção, discutiremos a primeira fase, a geração de energia elétrica.
IMPORTANTE
Apesar do nome, não estamos falando de criar energia. Energia é algo que se
transforma de uma forma para outra, assim sendo, geração de energia elétrica
significa utilizar outras fontes de energia para gerar eletricidade.
78
Usinas Hidrelétricas:
Produzem energia elétrica através de rios. A água de rios cai de uma altura
movendo as hélices, dessa forma, nessas usinas ocorre a transformação de energia
potencial gravitacional em cinética (movimento das pás) e, em seguida, em elétrica.
Em geral, as quedas da água são artificiais, ou seja, o ser humano constrói
barragens que formam reservatórios que são necessários para suprimento em
períodos sem chuva ou com pouca chu va. As barragens permitem um acúmulo de
água que é utilizado na queda.
IMPORTANTE
Hidrelétricas causam impactos ambientais e sociais. Elas necessitam de grandes
áreas, o que exige, muitas vezes, retirar populações de um certo local. Há também
danos ao meio ambiente, pois a construção dessas usinas afeta a flora e a fauna,
alterando a paisagem, pois necessita de desmatamento entre outros. Ainda assim,
algumas confusões não podem ser feitas, usinas hidrelétricas não têm grande
emissão de gases de efeito estufa, é evidente que indiretamente alguma emissão
possuem, mas diretamente é uma forma limpa de energia. Além disso, é um
recurso renovável.
SAIBA MAIS
Um exemplo recente de “polêmica” ambiental tendo como centro a construção de
uma usina hidrelétrica foi o caso de Belo Montes, o link a seguir foi acessado em
28/04/2019 e esclarece alguns pontos dessa polêmica de um ponto de vista
ambiental. É evidente que, para uma compreensão mais profunda do tema, é
necessário olhar outros pontos de vista e outros comentários técnicos de
profissionais de outras áreas como economia, ciências sociais, engenharia elétrica
etc.
https://www.youtube.com/watch?v=xnitmB22JtQ
1ª - Barragem
Como já vimos, essa é responsável por armazenar água para que possa ser
utilizada como fonte de energia potencial, dessa forma, a barragem forma uma
represa. Para decidir o seu local de construção, deve-se levar em conta a topografia
do local, bem como aspectos climáticos, geológicos e até logísticos.
2ª - Conduto Forçado
Também é conhecido como tomadas de água, em geral possuem formato
cilíndrico ou análogo cujo raio varia com a potência da turbina que será acoplada ao
gerador. Por exemplo, em Itaipu, o conduto tem 10,5 m de diâmetro interno, ou seja,
5,25 m de raio (ITAIPU BINACIONAL, 2019).
O conduto forçado permite a passagem da água até a turbina como mostra a
figura 3.2.1.
80
3ª - Casa de Força
“A casa de Força concentra os equipamentos eletromecânicos responsáveis
pela produção de energia [...]. Nela estão a caixa espiral, a turbina, o gerador, o
sistema de excitação e o regulador de velocidade”. (ITAIPU).
81
SAIBA MAIS
No caso de Itaipu, as turbinas giram a 1,5 Hz e a frequência da corrente elétrica
alternada é de 60 Hz.
O tipo de turbina utilizada varia muito com a queda da água e a vazão. Para
quedas d’água grandes e com pouca vazão, utiliza-se a Pelton; para pequenas
quedas e um grande volume de água, a Kaplan opera com mais eficiência, existe
também a turbina Francis que é muito utilizada nas PCHs (Pequenas Centrais
Hidrelétricas).
As PCHs, como o próprio nome já diz, são centrais hidrelétricas de pequeno
porte com relação a grandes usinas (lembre-se que Usinas Hidrelétricas necessitam
de muito espaço). O que define uma PCH é a regularização feita pela ANEEL
(veremos mais a respeito dela no final desse capítulo), a Agencia Nacional de
Energia Elétrica. Em uma publicação de 22 de Novembro de 2016, para uma
hidrelétrica ser uma PCHs, ela precisa gerar energia com potência entre 5 MW e 30
MW e ter uma área de reservatório que não ultrapasse 13 𝑘𝑚2 .
Além das PCHs, existem as CGHs (Centrais Geradoras Hidrelétricas) que são
ainda menores e podem ter potência entre 0 MW e 5 MW.
SAIBA MAIS
As CGHs não necessitam de autorização, permissão ou concessão, apenas
precisam ser comunicadas ao poder concedente, dessa forma, muitos investidores
dessa área optam por esse tipo de usina.
Usinas Nucleares:
Essas usinas utilizam núcleos atômicos para gerar energia elétrica, elas
convertem energia Nuclear em Elétrica passando por inúmeros processos
complexos que fogem do escopo desse material.
No entanto, vale ressaltar que essas usinas não geram gases de efeito estufa,
não necessitam de grande espaço como a hidrelétrica e têm enorme disponibilidade
de combustível, pois sua fonte energética são átomos, os constituintes da matéria
(ainda que não seja qualquer átomo).
Entre os impactos ambientais, podemos citar o lixo radioativo e também o
aquecimento da água do mar ou rio próxima, o que excita as moléculas de 𝑂2 que
escapam da água, o que afeta flora e fauna, principalmente peixes.
SAIBA MAIS
O Brasil tem certo destaque nesse tipo de produção energética e chegou à 8ª
posição no ranking mundial em 2017. (http://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2017/07/nordeste-puxa-producao-de-energia-eolica-no-brasil-que-
bate-recordes.html)
84
Termelétricas:
Esse tipo de usina gera energia elétrica por meio da queima de combustíveis
fósseis, portanto, não é uma energia limpa e muito menos renovável. Exemplos de
combustíveis fósseis comumente usados são o carvão mineral, óleo e gás (existem
muitos outros).
O funcionamento básico dessas usinas é aquecer uma caldeira com água até
que ela evapore, a pressão desse vapor agindo na área das pás de uma turbina irá
gerar uma força que movimentará essas turbinas e, dessa forma, movimentará um
gerador. Para se aquecer a caldeira queima-se os combustíveis fósseis já
mencionados, graças a essa queima, são emitidos gases de efeito estufa como
dióxido de carbono e também pode ser emitido monóxido de carbono graças a
queimas incompletas, o qual é extremamente nocivo para o meio ambiente e
perigoso para o próprio ser humano, uma vez que ele compete com a hemoglobina
do sangue pelo 𝑂2 , podendo gerar asfixia. Outro problema ambiental é o
ocasionamento de chuvas ácidas.
SAIBA MAIS
Também existem termelétricas que funcionam com energia nuclear
Painéis Solares:
Normalmente, a energia advinda das ondas eletromagnéticas oriunda do sol é
captada por células fotovoltaicas, as quais convertem energia solar em elétrica, são
utilizadas principalmente em zonas rurais, contudo, hoje em dia, cada vez mais se
tornam realidade em residências das zonas urbanas.
85
IMPORTANTE
Perceba que não há maneira perfeita de se gerar energia, qualquer forma tem seu s
problemas e seus benefícios, não há solução ideal para a geração de energia. Os
países devem se adaptar aos recursos naturais de seu território, bem como ao
clima e à topografia. Ainda assim, muito se discute sobre uma matriz energética
mais limpa não só no Brasil (que já é relativamente limpa), mas no mundo. Usinas
com grande impacto como as termelétricas vêm sendo muito criticadas, outras
como a nuclear se relaciona com medos irracionais das pessoas associados a
mutações genéticas, a uma imagem de guerra entre outros, ou seja, sofre
preconceito e seus reais problemas são pouco debatidos, acidentes nucleares
podem ocorrer, mas para muitos países como o Japão e a Alemanha, a energia
nuclear foi uma opção estratégica.
Em geral, o local onde é gerada a energia elétrica não é o local onde ela é
consumida, dessa forma, precisamos transmitir a energia da usina para o local de
distribuição e do local de distribuição para as casas, indústrias etc. Além disso, em
geral, o local de consumo não é somente diferente do local de geração, mas
também costuma ser muito longe deste. No caso do Brasil, onde a maioria da
energia é hidrelétrica, as usinas estão a centenas ou até milhares de quilômetros
dos grandes centros, portanto, é essencial que se tenha eficiência em transmitir
essa energia.
SAIBA MAIS
A energia elétrica precisa ser transmitida em alta tensão, do contrário, a chamada
bitola dos condutores precisaria ser muito grande, diminuindo a resistência (visto
que pela lei de ohm, quanto maior a área da seção transversal do fio condutor,
menor será a resistência).
Outro aspecto importante é compreender a simplificação desse esquema, pois, na
realidade, as usinas têm vários geradores e turbinas trabalhando paralelamente.
Além disso, as transmissões entre usinas e centros consumidores são interli gadas.
Uma subestação seria uma estação de instalações elétricas, como vimos, elas
podem ser dividas conforme suas funções. Podemos citar 3, as subestações de
elevação, redução e distribuição.
Subestação Elevadora:
A função destas é elevar a tensão a um valor que viabilize a transmissão de
energia. As tensões chegam a essa subestação nos valores de 6,9 kV, 13,8 kV ou
18,0 kV e elevam para 69 kV, 138 kV, 230 kV etc., dependendo da distância a ser
transmitida.
Subestação Redutora:
A função destas é diminuir a tensão a 34,5 kV ou 13,8 kV e em seguida, a
energia segue para a subestação de distribuição. Essa é a chamada distribuição
primária, grandes indústrias costumam receber a energia nessa tensão. Elas, por
sua vez, possuem suas próprias subestações para adequar a tensão àquelas que
seus equipamentos exigem, isso é feito com intuito de economizar, evitando os altos
custos de rede.
87
Subestação de Distribuição:
Nesta, a energia chega da subestação de distribuição a uma tensão
geralmente de 34,5 kV ou 13,8 kV e segue para a distribuição urbana, portanto,
costumam ficar mais próximas do consumidor final.
Nas regiões urbanas, a energia é transmitida por meio de fios conectados a
postes, esses postes possuem transformadores colocados de trechos em trechos de
acordo com a quantidade de consumidores. Além disso, vale ressaltar que os postes
costumam pertencer a concessionárias. Esses transformadores reduzem a tensão
de 13,8 kV para 127 V ou 220 V para utilização em indústria, residência, comércio
etc.
As tensões podem ser divididas da seguinte maneira:
1. EBT/UBT (Extra-Baixa Tensão) = 48 V, 24 V ou 12 V.
2. BT (Baixa Tensão) = 1000 V, 760 V, 660 V, 440 V, 380 V, 230 V, 220 V, 127
V e 115 V.
3. MT (Média Tensão) = 34,5 kV, 25, 8 kV, 23 kV, 13,8 kV, 13,2 kV, 12,6 kV,
11,5 kV, 6,9 kV, 4,16 e 2,13 kV.
4. AT (Alta Tensão) = 500 kV, 230 kV e 138 kV.
5. Tensão de subtransmissão = 69 kV.
6. EAT (Extra-Alta Tensão) = 750 kV.
7. UAT (Ultra-Alta Tensão) = 800 kV.
No Brasil, a norma classifica as tensões alternadas em 4 níveis:
1. Baixa Tensão: até 1.000 V.
2. Média Tensão: entre 1.000 V e 72.500 V.
3. Alta Tensão: entre 72.500 V e 242.000 V.
4. Extra-Alta Tensão: acima de 242.000 V.
FIQUE ATENTO
A Norma descrita diz respeito às tensões alternadas, sendo assim, os valores
dizem respeito à média.
88
RECAPITULANDO
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2018 Banca: NUCEPE Órgão: PC-PI Prova: Perito Criminal Engenharia
Elétrica Nível: Superior.
Considerando as seguintes afirmativas sobre as usinas termelétricas, assinale
a alternativa CORRETA.
a) A geração de energia por meio de termelétricas a gás baseia-se no ciclo
termodinâmico de Carnot, no qual o fluido utilizado pela máquina térmica a gás é
sugado continuamente pelo compressor, que é comprimido mediante um processo
de baixa pressão.
b) As máquinas térmicas de usinas termelétricas a vapor utilizam-se exclusivamente
de combustão interna para promover o processo de conversão de energia térmica
em energia mecânica.
c) As usinas termelétricas possuem baixo custo no combustível utilizado e não
emitem gases poluentes no meio ambiente.
d) No ciclo termodinâmico de Brayton, utilizado em algumas termelétricas, o fluido de
trabalho é a água desmineralizada.
e) Os tipos de combustíveis admitidos para uso em usinas termelétricas a vapor
incluem o óleo diesel, o carvão mineral, o gás natural e a biomassa.
QUESTÃO 2
Ano: 2005 Banca INEP Órgão: MEC Prova: Exame Nacional do Ensino Médio.
Nível: Médio.
Observe a situação descrita na tirinha abaixo.
91
QUESTÃO 3
Ano: 2018 Banca NUCEPE Órgão: Pc-PI Prova: Perito Criminal – Engenharia
Elétrica Nível: Superior
Considerando as seguintes afirmativas, com relação à geração de energia
elétrica:
I. O processo de funcionamento de uma termelétrica está baseado na
conversão de energia térmica em energia mecânica e desta, através de
processos eletromagnéticos, em energia elétrica;
II. As PCH (Pequenas Centrais Hidrelétricas), quanto à capacidade de
regularização do reservatório, são do tipo a fio d’água, de acumulação com
regularização diária do reservatório e de acumulação com regularização
mensal do reservatório;
III. As CGH (Centrais Geradoras Hidrelétricas) são usinas que utilizam o
potencial hidrelétrico para a produção de energia elétrica, com potência
instalada de até 5MW.
Assinale a alternativa CORRETA.
a) Apenas as afirmativas I e II são corretas.
b) Apenas as afirmativas II e III estão corretas.
c) Todas as afirmativas são corretas.
d) Apenas a afirmativa I está correta.
e) Todas as afirmativas são incorretas.
92
QUESTÃO 4
Ano: 2018 Banca NUCEPE Órgão: Pc-PI Prova: Perito Criminal – Engenharia
Elétrica Nível: Superior
Considerando as seguintes afirmativas sobre as usinas hidrelétricas, assinale
a alternativa INCORRETA:
a) A energia elétrica produzida por uma usina h idrelétrica a reservatório provém da
energia potencial da água armazenada no reservatório, que é convertida em energia
elétrica, quando um volume de água é conduzido, sob pressão, pelo canal de
adução até o conjunto turbina-gerador.
b) A potência disponível no gerador da unidade hidrelétrica pode ser definida como a
energia elétrica produzida por unidade de tempo, além de ser dependente da vazão
imposta no período considerado.
c) As turbinas do tipo Pelton são apropriadas aos locais de baixa queda d’água,
porque proporcionam melhor eficiência no processo de conversão de energia.
d) O duto de saída de água, localizado após a passagem da água pela turbina é
denominado duto de sucção.
e) Em uma usina hidrelétrica a reservatório, o volume de água excedente no
reservatório, que pode ser regularizado pelo vertedouro, não contribui para a
geração de energia elétrica na usina.
QUESTÃO 5
Ano: 2012 Banca: CETRO Órgão: SESI-DF Prova: Professor – Química Nível
Superior.
A energia nuclear é aquela baseada na divisão de átomos de um determinado
elemento químico. Ao serem divididos, os átomos liberam uma determinada
energia. Para a produção de energia elétrica destinada ao consumo, ficou
convencionado que os melhores átomos a serem divididos seriam os dos
elementos urânio e plutônio, com maior preferência para o primeiro. Em
relação às vantagens da energia nuclear, analise as afirmações abaixo.
I. Não libera gases estufa.
II. Exige pequena área para construção da usina.
III. Grande disponibilidade do combustível.
93
TREINO INÉDITO
A respeito da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), assinale a
alternativa correta.
a) A ANEEL não é responsável por definir as características que fazem uma usina
ser considerada CGH ou PCH.
b) A ANEEL apenas regulariza o mercado de energia elétrica.
c) A ANEEL tanto regulariza quando fiscaliza o mercado de energia elétrica no
Brasil.
d) A ANEEL não tem função de buscar o equilíbrio entre o mercado e o benefício à
sociedade.
e) A ANEEL não tem função de informar e esclarecer a sociedade a respeito da
energia elétrica no país.
NA MÍDIA
NORDESTE PUXA PRODUÇÃO DE ENERGIA EÓLICA NO BRASIL QUE BATE
RECORDES
“A produção de energia eólica no Brasil está batendo recorde atrás de recorde,
principalmente no Nordeste”. Uma das causas é o bom regime de ventos, em uma
única terça-feira, o Brasil produziu 6.704 MW de energia eólica, o que é superior aos
94
NA PRÁTICA
Na profissão de engenheiro de qualquer área, é fundamental uma compreensão a
respeito do conceito físico de energia, bem como das formas pelas quais ela se
apresenta na natureza.
Além disso, especialmente para os engenheiros da área da eletricidade é muito
importante conhecer a geração de energia e, dessa forma, obter conhecimentos
básicos a respeito do funcionamento das usinas Hidrelétricas e Termelétricas, além
de conhecer os benefícios e impactos das Usinas Nucleares e dos Parques Eólicos.
Muitos engenheiros têm trabalhado para baratear e aumentar a produção de energia
eólica, por outro lado, o tema Energia Nuclear é ainda muito polêmico e repleto de
obscurantismos que atrapalham o debate, é responsabilidade do engenheiro ter
clareza de ideias para contribuir positivamente no debate a respeito da Matriz
Energética.
Conhecer a transmissão e distribuição de energia são aspectos importantes, visto
que o engenheiro que trabalha em uma indústria é extremamente dependente de
que a energia elétrica chegue para que seu trabalho seja possível.
95
FIQUE ATENTO
Antes de iniciar a discussão do tema em si é importante ressaltar que o termo
gestão nem sempre é utilizado como sinônimo de Administração, isso é uma
decisão teórica, Neste trabalho, optamos em mantê-los como termos distintos,
colocando a gestão como uma parte da admin istração.
não é uma ideia de como lidar com um inimigo ou concorrente, divergindo da origem
clássica do termo, isso nos diz que pensar estrategicamente exige considerar que
coisas podem acontecer no caminho, que não é possível determinar cada passo
para execução de uma ação em um contexto complexo, o que já nos dá o primeiro
indício para relacionar a estratégia à engenharia, pois uma das importâncias da
manutenção se deve exatamente a esse fato, de que imprevistos podem acontecer,
já que não controlamos ou determinamos toda ação previamente.
Um ramo da Administração surgiu para lidar estrategicamente com os aspectos
relacionados ao desenvolvimento de uma empresa, ch ama-se Planejamento
Estratégico. Bertero (1995) entende que o planejamento estratégico se restringe a
analisar os pontos fortes e fracos de uma organização, em seguida, passou -se a se
preocupar com o planejamento e a administração de eventuais alterações no
ambiente dessa organização. O autor inda ressalta que essa concepção entra em
crise devido à imprevisibilidade cada vez maior do ambiente de negócios, a qual
exigia uma dinâmica muito maior que o Planejamento Estratégico não contemplava,
assim, ganhou espaço a Administração Estratégica (AE).
De acordo com Meirelles e Gonçalves (2001), inicialmente, a AE era um ramo
do Planejamento Estratégico que ganhou autonomia, surgindo com o tempo um
corpo teórico mais amplo e global da empresa em seus diversos níveis funcionais.
IMPORTANTE
Até o momento, é importante ter entendido que é necessário um conceito
98
IMPORTANTE
Isso significa que um dado planejamento pode não levar em conta o mau
funcionamento de uma máquina. Se formos seguir um plano de maneira inflexível,
devemos deixar a máquina do jeito que está, pois não estava no plano, foi um
imprevisto. Agora, ao reavaliar o plano n o atual contexto, podemos formular
hipóteses para o mau funcionamento, maneiras de preveni-lo, consertar a
máquina ou substituí-la de acordo com a necessidade e tudo isso é
demasiadamente complexo e deve ser pensado caso a caso. Por isso, o
engenheiro contemporâneo não deve ser inflexível, determinista e mecanicista,
deve sempre estar apto a reavaliar seus planos e concepções quando confrontado
com um novo desafio.
99
Slack et al (2002) expõem que a manutenção pode ser definida como a forma
pela qual organizações buscam evitar as falhas em suas instalações físicas. Os
autores afirmam também que esse conceito é parte importante na maioria das
atividades que trabalham com instalações físicas que possuem papel fundamental
na produção de bens e serviços, por exemplo na indústria.
Os equipamentos e tecnologias pré-revolução industrial, ou seja, em uma
época cujo modelo de produção majoritário era o artesanato, não exigiam
manutenções muito complexas, os problemas eram resolvidos no próprio ambiente
de trabalho (muitas vezes empresas familiares), sem a necessidade de estudos
aprofundados. Com a revolução industrial, as máquinas e equipamentos em geral
ficaram cada vez mais complexos, uma primeira leva mais pesada e robusta que
ficou cada vez menor, mais automatizada e complicada.
Viana (2002) destaca que a manutenção industrial deve maximizar o
aproveitamento da estrutura física da indústria para o processo produ tivo, atuando
assim nos equipamentos e instalações, preservando-os, ou seja, mantendo-os na
melhor condição possível. Campbell (1995 apud CALLIGARO, 2003) ressalta que
muitas organizações sofrem por deixarem de lado a manutenção industrial (entre
outros elementos).
Vale ressaltar também que a manutenção tem influência sobre a lucratividade e
também sobrevivência da empresa, podendo representar grande economia e reduzir
desperdícios. Antes, a manutenção fora considerada uma espécie de mal
necessário. Hodiernamente, essa noção foi superada.
FIQUE ATENTO
Lembre-se que é papel do engenheiro prezar pela otimização dos processos, o que
inclui reduzir desperdícios e economizar dinheiro. Em uma economia competitiva, é
fundamental reduzir custos e desperdícios para proporcionar preços mais
competitivos, isso não pode ser desprezado.
100
SAIBA MAIS
Tendo em vista esse raciocínio exposto até aqui, concluímos que vale mais a pena
investir em máquinas que n ecessitam de menos intervenção a investir em
máquinas que exijam reparos com muita frequência, buscando a prevenção e
agindo antes da falha.
FIQUE ATENTO
Embora tenhamos definido a Manutenção Corretiva como uma subcategoria da
Manutenção Planejada, podemos também afirmar que essa manutenção é feita no
caso Não Planejado.
Manutenção Preditiva:
De acordo com Otani e Machado (2008, p. 4), a Manutenção Preventiva “é um
conjunto de atividades de acompanhamento das variáveis ou parâmetros que
indicam o desempenho dos equipamentos, de modo sistemático, visando a definir a
necessidade ou não de intervenção”. Ou seja, é u ma manutenção que visa prever
possíveis maus funcionamentos que possam necessitar de reparos no futuro. Esse
tipo de manutenção podemos considerar como parte de um Planejamento
Estratégico de uma indústria, nesse caso, olhando para o ambiente interno.
SAIBA MAIS
Além desses benefícios já citados, a Manutenção Preditiva também impede
desmontagens desnecessárias, aumenta a disponibilidade das máquinas e
aumenta a vida útil e confiabilidade dos equipamentos.
Manutenção Preventiva:
A Manutenção Preventiva “é a atuação realizada para reduzirem falhas ou
queda no desempenho, obedecendo a um planejamento baseado em períodos
estabelecidos de tempo” (OTANI e MACHADO, 2008, p. 4). Um grande benefício
104
SAIBA MAIS
Dentro dessa modalidade de man utenção, temos a Manutenção Preventiva Total,
cujas metas são: aumentar a eficácia dos equipamentos, manutenção autônoma,
planejamento, treinamento e prevenção da manutenção. Vale ressaltar que muitos
autores têm o costume de utilizar o termo Produtiva Total ao invés de Preventiva
Total.
Manutenção Corretiva:
De acordo com Otani e Machado (2008, p. 4), podemos entender a
Manutenção Corretiva Planejada como “a correção que se faz em função de um
acompanhamento preditivo, detectivo ou até mesmo pela decisão gerencial de se
operar até ocorrer à falha”. Ou seja, nessa perspectiva, a correção deve constar no
planejamento da indústria. Trabalhar com esse tipo de Manutenção Corretiva auxilia
na redução de custos desnecessários e também de mau funcionamento de alguma
máquina, o que pode atrapalhar o sistema produtivo da indústria diminuindo a
confiabilidade e disponibilidade das máquinas, o que pode ser prejudicial para o bom
andamento da produção.
Também há a Manutenção Corretiva não Planejada, essa é aquela em que se
corrige alguma falha de maneira aleatória, ou seja, não planejada, “é a correção da
falha ou desempenho menor que o esperado após a ocorrência do fato. Esse tipo de
manutenção implica em altos custos, pois, causa perdas de produção e, em
consequência, os danos aos equipamentos é maior” (OTANI e MACHADO, 2008, p.
3).
105
FIQUE ATENTO
Nenhuma dessas categorias de manutenção substitui a outra, as 3 coexistem
simultaneamente.
SAIBA MAIS
Uma outra categoria de manutenção chamada de Detectiva vem sendo discutida
nas últimas décadas. Ela diz respeito a equipamentos ou sistemas de proteção
que buscam monitorar falhas não perceptíveis de outros modos, esse tipo de
manutenção aumenta a confiabilidade do sistema.
Existe também a manutenção proativa, a qual monitora a frequência de falhas,
106
mas essa exige uma grande qualificação dos profissionais envolvidos além de u m
sistema de monitoramento muito bom.
SAIBA MAIS
Calligaro (2003) afirma que a manutenção tem uma natureza não repetitiva, ou
seja, possui uma rotina diversificada, isso pode ser relacionado ao fato de haver
categorias de manutenção, em certo momento podemos prever, prevenir, detectar
ou corrigir erros .
107
O controle da manutenção pode ser feito por alguns recursos, por exemplo, por
meio de fichas de serviço e de manutenção corretiva que são utilizadas para
controle da manutenção corretiva. Essa etapa é importante, pois, se uma
manutenção não for documentada, pode ser realizada mais de uma vez de maneira
desnecessária, gastando recursos financeiros e humanos sem necessidade.
No caso da manutenção preventiva, existe a chamada ficha de controle cujo
objetivo é controlar a vida útil de cada componente; já a ficha de manutenção
preventiva é um levantamento dos componentes mais sujeitos às falhas. Para
realizar o controle da manutenção preventiva, é necessário primeiro identificar os
componentes nos quais se deseja realizar esse tipo de manutenção. Para isso, faz-
se um levantamento seguido por um cadastramento, em seguida, levanta-se um
histórico desses equipamentos abordando os custos de manutenção, tempo de
parada, disponibilidade etc., para então se realizar um estudo de viabilidade
econômica. Também é fundamental ter conhecimento dos equipamentos e recursos
humanos a disposição para se realizar esse tipo de manutenção, bem com realizar
inspeções frequentemente.
No que diz respeito ao controle da manutenção preditiva, esta exige um
monitoramento e, portanto, é esse monitoramento que controla essa modalidade de
manutenção. Vale ressaltar novamente que é importante documentar todas as
manutenções realizadas para que não incorrer no erro de realizar alguma
manutenção mais de uma vez e também para ter controle dos custos.
De início, é necessário então conhecer os equipamentos que estão sujeitos a
esse tipo de manutenção. Para isso, é preciso saber de quais parâmetros o bom
funcionamento do equipamento depende e quais valores desses parâmetros podem
causar problemas. Nesse sentido, fixam-se 3 limites: normal, alerta e perigoso. É
evidente que quando se mede um parâmetro dentro do limite perigoso é necessário
corrigir por meio de um reparo, reforma ou troca.
Existem algumas formas de monitoramento que visam realizar medições para
acompanhar os parâmetros dos componentes das máquinas. À primeira, chamamos
de Acompanhamento ou monitoração subjetiva: essa se dá pela percepção de
algum parâmetro incomum, por exemplo perceber alguma temperatura fora do
padrão, algum ruído que não deveria existir, alguma alteração na rigidez ou
108
controle (computadores) deve ser imediato (ou pelo menos muito rápido), pois, se
houver algum problema, este deve ser corrigido o mais rápido possível.
SAIBA MAIS
Hoje em dia existe a possibilidade do computador realizar esse monitoramento
sozinho, sem a necessidade de um técnico 24 horas por dia observando e
relatando os ocorridos.
110
RECAPITULANDO
QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2014 Banca: CESGRANRIO Órgão: Petrobrás Prova: Engenheiro de
Produção Nível: Superior.
Manutenção é o termo usado para abordar a forma pela qual as organizações
tentam evitar as falhas cuidando de suas instalações físicas.
Quando a falha é previsível, a abordagem que visa a realizar manutenção
somente quando as instalações precisarem dela, antes da quebra, é
denominada manutenção:
a) automática
b) conservadora
c) corretiva
d) preventiva
e) preditiva
QUESTÃO 2
Ano: 2010 Banca: CESGRANRIO Órgão: PETROBRAS Prova: Técnico de
Manutenção Júnior Mecânica Nível: Médio.
Avalie as situações a seguir:
I. Um metalúrgico operador da fresadora verifica o desgaste da ferramenta com
um instrumento a cada setup da máquina.
II. Um motorista de táxi mantém um cronograma rigoroso para a troca de óleo,
do filtro de óleo e do filtro de pólen de seu veículo.
III. Durante a operação de usinagem com aço rápido, a ferramenta sofre
ruptura e é rapidamente trocada por outra.
IV. O técnico do trem de Corcovado, após o dia de trabalho, verifica os cabos e
lubrifica as partes móveis do carro.
As situações apresentadas são exemplos, respectivamente de manutenção.
I II III IV
111
QUESTÃO 3
Ano: 2009 Banca: FGV Órgão: MEC Prova: Engenheiro Eletricista Sênior Nível:
Superior.
A manutenção é definida como sendo um conjunto de cuidados técnicos
indispensáveis ao funcionamento regular e permanente das máquinas e
equipamentos (ferramentas, instalações etc.).
Em relação aos tipos de manutenção, assinale a afirmativa incorreta:
a) A manutenção corretiva tem por objetivo reparar os defeitos apresentados nas
máquinas e equipamentos.
b) A manutenção preventiva consiste em um conjunto de procedimentos e ações
antecipadas que objetivam a continuidade do serviço.
c) A manutenção preditiva é um tipo de ação preventiva baseada no conhecimento
das condições de cada um dos componentes das máquinas e equipamentos.
d) A manutenção preventiva está baseada em intervenções emergenciais, conforme
procedimentos definidos pelos fabricantes das máquinas e equipamentos.
e) A manutenção preditiva é uma manutenção de acompanhamento e, portanto,
exige uma mão de obra mais qualificada e algu ns aparelhos ou instrumentos de
medição.
QUESTÃO 4
Ano: 2011 Banca: CESGRANRIO Órgão: PETROBRAS Prova: Técnico de
Manutenção Júnior Nível: Médio.
A situação em que a manutenção corretiva é superior às demais ocorre
quando:
a) o custo da peça a ser substituída for alto.
b) o tempo de parada for significativo para a produção.
112
QUESTÃO 5
Ano: 2011 Banca: CESGRANRIO Órgão: PETROBRAS Prova: Engenheiro de
Produção Júnior Nível: Superior.
A manutenção corresponde a uma forma pela qual as organizações tentam
evitar falhas, a partir do cuidado com suas instalações físicas.
Com relação às abordagens gerais e específicas de manutenção, pode-se
reconhecer que:
a) a manutenção preventiva tem maior probabilidade de gerar benefícios quando as
paradas ocorrem de forma relativamente aleatória.
b) a manutenção centrada na confiabilidade é considerada uma extensão natural n a
evolução de manutenção corretiva para manutenção preventiva.
c) a manutenção corretiva é usada quando o custo da falha não planejada é alto e
quando a falha não é totalmente aleatória.
d) a maior parte das operações produtivas opta por uma única abordagem de
manutenção, seja ela corretiva, preventiva e preditiva.
e) uma das metas da manutenção preventiva total consiste em melhorar a eficácia
dos equipamentos ao examinar todas as perdas que ocorrem.
TREINO INÉDITO
Com relação aos benefícios advindos de uma manutenção atuante podemos
citar:
a) Redução de custos, maior segurança, maior confiabilidade.
b) Aumento de custos, maior segurança e menor confiabilidade.
113
NA MÍDIA
CPTM CONTRATA POR R$ 68 MILHÕES CONSÓRCIO PARA MANUTENÇÃO DE
NOVE TRENS.
“A CPTM – Companhia Paulista de Trens Metropolitanos publicou neste sábado, 27
de abril de 2019, o resultado da concorrência para serviços de manutenção corretiva
e preventiva de nove trens com outros carros cada (popularmente chamados de
vagões)”. O contrato é de aproximadamente 70 milhões de reais por três anos,
dessa forma, uma empresa prestará o serviço de manutenção ao invés de
funcionários, ocorreram reclamações no sentido de ser um custo alto demais para 3
anos de contrato e também por se ater às modalidades corretiva e preventiva.
Fonte: Diário do Transporte
Data: 27/04/2019
Leia a notícia na íntegra: https://diariodotransporte.com.br/2019/04/27/cptm-contrata-
por-r-68-milhoes-consorcio-para-manutencao-de-nove-trens/
NA PRÁTICA
O tema manutenção tem ganhado muito espaço na engenharia desde o século
passado. Como vimos, uma manutenção atuante pode trazer vários benefícios para
uma organização, seja de cunho financeiro ou na segurança do trabalho entre outros
aspectos. Dessa forma, é importante que as organizações modernas tenham um
bom planejamento de manutenção a fim de reduzir custos e aumentar a
disponibilidade de seus equipamentos e confiabilidade de sua produção.
Além disso, é fundamental compreender como a contemporaneidade é marcada
pela complexidade: o mercado está muito concorrido, o que exige melhor qualidade
nos produtos e, nesse caso, uma boa manutenção pode fazer diferença; as variáveis
nunca foram tantas a se lidar ao mesmo tempo; os equipamentos também ficaram
demasiadamente complexos exigindo técnicas de análise cada vez mais precisas e
detalhadas.
114
FECHANDO A UNIDADE
GABARITOS
CAPÍTULO 01
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
D B B C E
TREINO INÉDITO
Gabarito: D
116
CAPÍTULO 02
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
C B B D B
06 07 08
C C D
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
117
CAPÍTULO 03
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
E C C C D
TREINO INÉDITO
Gabarito: C
118
CAPÍTULO 04
QUESTÕES DE CONCURSOS
01 02 03 04 05
E C D D E
TREINO INÉDITO
Gabarito: A
119
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em vista do que foi exposto até aqui, podemos concluir que a engenharia é
uma ciência marcada pela interdisciplinaridade e pelo viés prático, ou seja, com o
foco em transformar a natureza melhorando a vida das pessoas. Além disso, vimos
a importância de temas como a natureza física da eletricidade, os circuitos elétricos,
a geração de energia e a manutenção. Na Engenharia de Controle e Automação
Industrial, esses tópicos permitem não apenas o preparo técnico e cientifico para o
profissional, mas também um olhar crítico perante a própria profissão. Além disso,
esse módulo, somado aos demais possibilitará uma formação sólida para o
desenvolvimento profissional do engenheiro, seja no contexto da indústria ou até
mesmo no acadêmico.
120
REFERÊNCIAS