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INSTRUMENTAÇÃO
Reagentes e substâncias:
- Sacarose 25%, 15%, 10% e 5%;
- Álcool etílico p.a;
- Água destilada;
- Cloreto de potássio 0,1M (250mL);
- Ácido acético 0,05M (250mL)
Materiais:
- Pipetas volumétricas de 10mL e 50mL;
- Proveta de 150mL;
- Balões volumétricos de 100mL e 250mL;
- Béquer de 100mL;
- Bureta de 50mL;
- Banho termostático;
- Condutivímetro;
- Paquímetro;
- Termômetro;
- Densímetro;
- Viscosímetro de Hoppler;
- Viscosímetro de Ostwald;
- Tubo de borracha de silicone;
- Suporte com garra de metal;
- Esferas de vidro;
- Cronômetro.
2.2.3. Condutimetria
Inicialmente, inseriu-se as soluções do eletrólito forte na mesma temperatura e após cada
medição, a célula foi lavada com água deionizada. Esta etapa tem o objetivo de determinar a
condutância e a constante de dissociação da célula de cloreto de potássio.
Para determinar a constante de dissociação do ácido acético, inseriu-se as soluções do
eletrólito fraco na mesma temperatura e após cada medição. Ao fim, a célula foi lavada com água
deionizada entre cada medição às diferentes concentrações.
O processo foi repetido para as diferentes concentrações de ambas as soluções.
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
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um densímetro. A Tabela 1 evidencia quais são os tempos medidos em cada um dos casos, assim
como a densidade de cada uma das soluções.
5
- 𝑡: tempo de escoamento;
- 𝑑: densidade;
Dessa forma, o valor do coeficiente de viscosidade foi calculado para cada uma das soluções
com diferentes concentrações. A viscosidade calculada diretamente, com seu valor dado em mP é
considerada como a viscosidade absoluta. A viscosidade relativa pode ser obtida multiplicando o
valor da viscosidade absoluta pela viscosidade absoluta da água a 25 °C, correspondente a 0,008 P.
Os dados obtidos estão disponíveis na Tabela 2.
6
Figura 1 – Variação da viscosidade em função da concentração em soluções de etanol, na literatura
16
15
14
Viscosidade abs. (mP)
13
12
11
y = 17,478x + 7,6085
10 R² = 0,9731
9
8
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30% 35% 40% 45%
Volume de etanol na solução (%)
É possível observar que o comportamento se assemelha muito ao de uma função linear, mas
o parâmetro R² denota que os dados poderiam estar melhor encaixados neste modelo. Muito
provavelmente esses desvios de dados estão associados a erros experimentais, principalmente por
conta da dificuldade em se observar quando o menisco das soluções atinge as marcações utilizadas
para registrar os tempos, já que o escoamento é muito rápido e o tubo muito fino, limitando assim a
ação humana que carrega erros. Além dessas fontes de erros, tem-se o fato de a água não estar
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exatamente a 25 °C, sendo que sua densidade não foi diretamente medida, mas calculada através de
dados da literatura.
Já inicialmente é possível observar uma incoerência nos dados obtidos. Era esperando que a
densidade aumentasse sempre que a massa de sacarose adicionada fosse maior, porém não é o que
acontece com a medida de densidade da solução com 15% de sacarose. As razões para esse erro
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podem estar ligadas à imprecisão do instrumento utilizado para medir a densidade ou à falta de
afinidade dos operadores. De qualquer forma, este erro irá refletir no resultado final da análise, visto
que a densidade da solução é um dos parâmetros utilizados para calcular a viscosidade. A Equação 5
demonstra como é realizado o cálculo da viscosidade absoluta utilizando o viscosímetro de Hoppler.
𝜂 = 𝑡 ∙ (𝑑𝑒𝑠𝑓 − 𝑑𝑙í𝑞 ) ∙ 𝐾 (5)
Em que:
- K é a constante específica da esfera (mPcm³), dada pelo fabricante;
Por meio de uma regressão linear utilizando os dados da tabela disponibilizada no roteiro do
relatório, que relaciona o valor de K ao diâmetro da esfera, obteve-se o valor de 5,604 mPcm³ para
K. Além disso, o cálculo da viscosidade relativa é dado pela Equação 6.
𝜂1 𝑡1 ∙(𝑑𝑒𝑠𝑓 −𝑑1 )
= (6)
𝜂2 𝑡2 ∙(𝑑𝑒𝑠𝑓 −𝑑2 )
Em que:
- Índice 1: líquido de referência (água);
- Índice 2: líquido estudado (soluções de sacarose);
- Índice “esf”: esfera de vidro;
- 𝜂: coeficiente de viscosidade;
- 𝑡: tempo de descida da esfera;
- 𝑑: densidade;
Desta forma, foi possível calcular tanto a viscosidade relativa quanto a absoluta. Os dados
estão disponíveis na Tabela 5.
Na literatura, existem estudos que visam entender como ocorre a variação de viscosidade de
soluções de sacarose com o aumento da sua concentração. A Figura 3 demonstra como essa variação
ocorre. Os dados foram obtidos utilizando um viscosímetro de Ostwald.
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Figura 3 – Variação da viscosidade em função da concentração em soluções de sacarose, na literatura
2,5
Viscosidade absoluta (cP)
2,4
2,3
2,2
2,1
2
y = 27,115x + 17,538
1,9 R² = 0,9541
1,8
0% 5% 10% 15% 20% 25% 30%
Concentração de sacarose (%)
É possível observar que o perfil de ascensão da curva é diferente, mas que os valores se
aproximam dos obtidos no estudo publicado. O abaulamento trazido à curva pela amostra de sacarose
a 15% provavelmente se deve ao erro cometido na aferição de sua densidade, já que ela representa
um valor incoerente com os outros observados. De qualquer forma, a dependência do tempo de
declínio da esfera fez com que os resultados não fossem tão alterados, mesmo com este erro. Assim
como no caso do etanol, o aumento da viscosidade devido à adição de sacarose está diretamente
ligado ao aumento de ligações intermoleculares e à restrição espacial entre as moléculas.
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Um outro detalhe que pode ter sido uma grande fonte de erros é o fato de o fechamento do
tubo interno não ter sido feito de maneira eficaz por conta de problemas físicos do equipamento.
Dessa forma, diversas bolhas estavam presentes no tubo.
3.3. Condutimetria
A condutância molar, estudada nesta seção do relatório, é uma propriedade de eletrólitos que
depende de alguns fatores, mas principalmente da natureza do eletrólito. No caso de eletrólitos fortes,
como é o caso do cloreto de potássio (KCl), a condutância molar varia em função da concentração,
como mostra a Equação 7.
Λ = Λ 0 − 𝑏 ∙ √𝐶 (7)
Em que:
- Λ 0 : é a condutância molar à diluição infinita;
- 𝑏: constante;
- 𝐶: concentração;
Para soluções aquosas de KCl a 25 °C, a equação empírica de Shedlowsky é utilizada para
demonstrar a relação matemática entre a condutância molar e a concentração em equivalentes por
litro.
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0,025 3370 0,158114 137,2682
0,05 6530 0,223607 133,3382
0,1 12840 0,316228 128,9496
Fonte: elaborado pelo autor
A partir dos dados da Tabela 6, é possível montar uma curva que relaciona a raiz da
concentração e a condutância em função desta, sendo ela dada por uma reta de tendência que tem um
formato similar à Equação 7 já demonstrada. Sendo assim, a Figura 5 demonstra essa relação e
também destaca a equação dada pela linha de tendência.
155,0000
150,0000
Condutância (S.cm²/mol)
y = -67,694x + 149
145,0000 R² = 0,9883
140,0000
135,0000
130,0000
125,0000
0,0000 0,0500 0,1000 0,1500 0,2000 0,2500 0,3000 0,3500
√𝑪
12
0,0001 148,8910 148,3231
0,000195 148,5279 148,0547
0,00039 148,0035 147,6632
0,00078 147,2725 147,1094
0,00156 146,2599 146,3263
0,00312 144,8702 145,2188
0,00625 142,9830 143,6483
0,0125 140,4833 141,4316
0,025 137,2682 138,2966
0,05 133,3382 133,8632
0,1 128,9496 127,5933
Fonte: elaborado pelo autor
Neste caso, K é uma constante de dissociação de eletrólitos fracos dada pela Equação 10. O
parâmetro α, o grau de dissociação do eletrólito, é dado pela Equação 11.
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𝛼2 Λ𝑚
𝐾= ∙𝐶 e 𝛼= (10) e (11)
1−𝛼 Λ0
Com a Equação 9, alguns dados podem ser determinados. Esses dados estão disponíveis na
Tabela 8.
Tabela 8 – Dados obtidos e calculados a partir do experimento com o ácido acético
Concentração Condutividade
Λm (S.cm²/mol) Λ.C (S.cm²/mol) 1/ Λ (mol/S.cm²)
(mol/L) (µ.S/cm)
0,0025 63,4 25,36 63,4 0,039432
0,005 93,8 18,76 93,8 0,053305
0,01 136,2 13,62 136,2 0,073421
0,025 220 8,8 220 0,113636
0,05 316 6,32 316 0,158228
Fonte: elaborado pelo autor
A partir dos dados da Tabela 8, é possível obter uma curva que relaciona o inverso da
condutância e o produto entre a condutância e concentração. A Figura 6 demonstra essa relação.
0,18
0,16
0,14
y = 0,0005x + 0,0093
Λ.C (S.cm²/mol)
0,12 R² = 1
0,1
0,08
0,06
0,04
0,02
0
0 50 100 150 200 250 300 350
1/ Λ (mol/S.cm²)
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basta aplicar os valores de X e Y nas Equações 10 e 11 para determinar os valores dos parâmetros α
e K. Os valores estão disponíveis na Tabela 9.
Concentração Condutividade
α K
(mol/L) (µ.S/cm)
0,0025 63,4 0,235848 0,000182
0,005 93,8 0,174468 0,000184
0,01 136,2 0,126666 0,000184
0,025 220 0,08184 0,000182
0,05 316 0,058776 0,000184
Fonte: elaborado pelo autor
4. CONCLUSÃO
Portanto, a partir das atividades realizadas nesta prática foi possível determinar a viscosidade
de soluções de etanol e sacarose, comparando os resultados com dados da literatura e validando os
experimentos realizados. Também foi possível entender as razões que fazem a viscosidade depender
da concentração de solutos nas soluções, sendo as forças intermoleculares e a natureza das substâncias
as grandes responsáveis por esse fenômeno. Uma maior afinidade com os instrumentos utilizados foi
desenvolvida e fontes de erros puderam ser exploradas e relacionadas com alguns desvios nos
resultados obtidos. Os coeficientes de determinação para os experimentos realizados foram de 0,9731
e 0,9541 para os viscosímetros de Ostwald e Hoppler, respectivamente.
Além disso, foi possível estudar a variação da condutância com relação à concentração de
eletrólitos em duas substâncias (KCl e ácido acético), entendendo como a teoria explica a diminuição
da condutância de forma inversamente proporcional à concentração. Obteve-se um regressão linear
com resultados muito positivos (R² = 1 para o ácido acético), o que leva a considerar os resultados
como fidedignos ao final da prática.
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5. REFERÊNCIAS
FOX, R. W et al. Fox And Mcdonald’s Introduction To Fluid Mechanics. S.L.: John Wiley, 2014.
SHARP, D. B.; SHAWCROSS, A.; GREATED, C. A. LIF Measurement of the Diluting Effect of
Surface Waves on Turbulent Buoyant Plumes. Journal of Flow Control, Measurement &
Visualization, v. 02, n. 03, p. 77–93, 2014.
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