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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA

PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS E

TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE

QUÍMICA

DOCENTE: MARIA DA CONCEIÇÃO NÓBREGA

DISCENTE: DAVI MORAIS MONTEIRO

COMPONENTE: FÍSICO-QUÍMICA EXPERIMENTAL

EXPERIMENTO DE Nº 03 -DETERMINAÇÃO DA VISCOSIDADE PELO


MÉTODO DE OSTWALD

CAMPINA GRANDE – PB

2023
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................1
2. OBJETIVO.................................................................................................................3
3. MATERIAIS E MÉTODOS......................................................................................4
3.1 MATERIAIS............................................................................................................4
3.2 MÉTODOS..............................................................................................................4
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES..............................................................................5
5. CONCLUSÃO............................................................................................................8
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS.......................................................................9
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1. INTRODUÇÃO

O atrito interno em fluidos, ou viscosidade, é causado pelas forças de coesão entre


as moléculas. As moléculas precisam de energia para escapar das interações próximas
umas das outras. A viscosidade é, portanto, uma grandeza termodinâmica, dependente
da temperatura e da pressão. É comumente percebida como “espessura”, ou resistência
ao fluxo. A viscosidade descreve a resistência interna de um fluido ao fluxo e pode ser
considerada uma medida de fricção do fluido.

Conhecer a viscosidade de um líquido é importante. Na área médica, por exemplo,


os médicos sempre medem a viscosidade do sangue do paciente. É porque quando o
sangue de um paciente é muito espesso, ele pode causar coagulação e levar a um ataque
cardíaco ou derrame, ou se for muito fino, ele pode sangrar facilmente de um pequeno
corte por horas. Por outro lado, na área de Engenharia Química, a medição de
viscosidade também desempenha um papel importante na indústria. Por exemplo,
quando um engenheiro projeta o sistema de distribuição de água de uma usina de água
para uma cidade, dada a demanda média de água para a cidade para qualquer momento,
conhecendo a viscosidade da água, os engenheiros poderão conhecer o fluxo da água, a
pressão dos tubos subterrâneos, o tamanho dos tubos a serem usados e muito mais.

Formalmente, a viscosidade, η, é a razão entre a tensão de cisalhamento (ou tensão


tangencial),

τ=𝐹
𝐴 (Eq. 1)

e o gradiente de velocidade na direção perpendicular às placas:

τ ∂vx
η= ∂z (Eq. 2)
com F a força e A a área. Essa definição está baseada na lei de Newton, onde o líquido é
interpretado como um arranjo de placas paralelas como ilustrado na Figura 1. O atrito
entre o fluido e a superfície móvel causa a torção do fluido, e a viscosidade do fluido é a
força necessária para essa ação.

A viscosidade de um líquido é, então, a força tangencial F necessária para deslocar


um plano de área unitária A com velocidade unitária v em relação a outro plano
paralelo, situado a uma distância unitária L, sendo o espaço entre eles ocupado pelo
líquido conforme está ilustrado na Figura 1. O conjunto dessas forças sobre um líquido
produz
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diferenças de velocidades entre as camadas adjacentes no interior do líquido. Assim, em


um líquido escoando através de um tubo de seção circular, as suas camadas se movem
com velocidades que aumentam da periferia para o centro. Essa forma de escoamento é
conhecida como escoamento laminar.

Figura 1: Fluxo laminar de um fluido entre duas placas.

Portanto, quando as placas forem movimentadas em sentidos opostos com uma


diferença de velocidade δv, deve ser aplicada uma força F na direção x para
contrabalançar a força de cisalhamento do fluido. Essa definição de viscosidade,
conforme a eq. 1, é a viscosidade dinâmica, µ, e é expressa em poise, P, que equivale a
pascal por segundo, Pa s-1. Assim, cP, centipoise, equivale a um centésimo de poise.

Já a razão entre a viscosidade dinâmica e a densidade do fluido é conhecida como


viscosidade cinemática:

V=µ
ρ (Eq. 3)
expressa em St (Stokes) que equivale a cm².s . -1

Muitos fluidos como a água, ou a maioria dos gases, satisfazem aos critérios de
Newton e por isso são conhecidos como fluidos newtonianos. Se a viscosidade é
constante, e independente da tensão de cisalhamento, τ, exibindo um comportamento de
fluxo ideal, o fluido é dito newtoniano. Já os fluidos não newtonianos têm um
comportamento mais complexo e não linear. Água, óleos minerais, soluções salinas,
soluções de açúcares, gasolina, etc., são exemplos de fluidos newtonianos. Como
fluidos não newtonianos tem-se o asfalto, a maioria das tintas, soluções de amido,
sacarose, etc. Fluidos com composições variadas, como mel, podem ter uma grande
variedade de viscosidades, uma vez que a viscosidade dinâmica depende da natureza do
fluido, da temperatura e da pressão.
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2. OBJETIVO

Calcular a viscosidade do álcool etílico e acetona usando a água destilada como


substância de referência pelo método de viscosímetro de Ostwald.
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3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 MATERIAIS

 Água destilada;
 Acetona;
 Álcool etílico;
 Suporte universal;
 Cronômetro;
 Garra;
 Viscosímetro de Ostwald;
 Proveta de 10 mL;
 Becker de 100 mL;
 Pisseta;
 Pipetador;
 Termômetro;

3.2 MÉTODOS

Para dar início ao experimento, checou-se a temperatura inicial do ambiente com o


auxílio de um termômetro (30°C), anotou-o e em seguida separou as substâncias a
serem analisadas em um Becker de 100 mL. Logo após, cada grupo lavou o
viscosímetro com água destilada para evitar impurezas desnecessária a fim de evitar
alterações nos resultados. Então, pegou-se o suporte universal, juntamente com uma
garra e acoplou o viscosímetro de Ostwald de forma que ficasse na posição vertical e de
boa leitura do menisco. Então, iniciou-se o teste com água destilada pipetando 10 mL e
inserindo na secção maior no equipamento e com o auxílio da pipeta, succionou o até
passar a marca superior do capilar de modo que fique notório sua visualização de
escoamento, desacoplou o pipetador do viscosímetro deixando a substância escoar
através do capilar, cronometrando o início da passagem do menisco superior e
encerrando no menisco inferior. O procedimento foi realizado em duplicata e para cada
mudança de substância, o viscosímetro foi lavado com a própria substância a ser
analisada. Para término do experimento, checou-se a temperatura final do ambiente com
o auxílio de um termômetro (30°C).
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Logo após a realização do experimento, coletou-se os seguintes dados, conforme a


Tabela 1 representa logo abaixo.

Tempo de Escoamento (s)


Substâncias 1 2 3 Média
Água Destilada 3,31min. = 1,98,6s 3,33min.= 199,8s 3,34min. = 200,4s 3,33s
Álcool PA 5,57min.= 334,2s 6,1min.= 366s 6,1min.= 366s 355,2s
Acetona PA
Tabela 1: Dados experimentais.

Em seguida, foi realizado uma coleta de dados bibliográficos, conforme a Tabela 2,


de suas respectivas massas especificas das substâncias analisadas com relação a
temperatura do ambiente (30°C).

Substâncias Massa Específica (g/cm³)


Água Destilada 0,9973
Álcool PA 0,7890
Tabela 2: Dados Bibliográficos.

Deu início a realização dos cálculos de suas respectivas viscosidades. Para a


viscosidade da água destilada (referência), usaremos a seguinte equação:

n H2O = (43,25+𝑡)1,542 poise (Eq. 4)


5,985

Onde:

 t = Temperatura do ambiente no ato do experimento;

Temos:

5,985
η H2O = (43,25+30)1,542

η H2O = 7, 9713 x 10 -3
poise
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Para calcular a viscosidade dinâmica, usaremos a seguinte equação:


ρ₁ . t₁
η1 = η H2O . poise (Eq. 5)
ρ₂ . t₂

Onde:

 𝜌 = Massa específica de cada substância;


 t = Tempo de escoamento das respectivas substâncias;
 η H2O = viscosidade referência.

Para a viscosidade dinâmica do álcool, temos:

0,7891 g/cm³ . 355,5 s


η1 = 7,9713 x 10 -3. 0,9973g/cm³ . 199,8 s

η1 = 0,01122 poise

Para a viscosidade dinâmica da acetona, temos:

0,7891 g/cm³ . 96 s
η1 = 7,9713 x 10 -3. 0,9973g/cm³ . 199,8 s

η1 = 3,0327 x 10-3 poise

Para calcular a viscosidade relativa, usaremos a seguinte equação:


η1
ηr = (Eq. 6)
η H2O

Onde:

 η₁ = viscosidade dinâmica;
 η H2O = viscosidade referência.

Para a viscosidade relativa do álcool, temos:

0,01122
ηr = 7,9713 x 10- ³

ηr = 1,4075
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Para a viscosidade relativa da acetona, temos:

3,0327 x 10−3
ηr = 9,0941 x 10 −3

ηr = 0,3334

Para calcular a viscosidade cinemática, usaremos a seguinte equação

ηr
𝜃= 𝜌 Stokes (Eq. 7)

Onde:

 ηr = viscosidade relativa;
 𝜌 = Massa específica de cada substância

Para a viscosidade cinemática do álcool, temos:

1,3635
𝜃 = 0,7891

𝜃 = 1,7281

Para a viscosidade cinemática da acetona, temos:

0,3334
𝜃 = 0,7899

𝜃 = 0,4220
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5. CONCLUSÃO

Ao longo do experimento, foram realizados três ensaios para cada um dos


compostos (Água, Álcool etílico e Acetona) para a determinação da viscosidade
absoluta utilizando o viscosímetro de Ostwald. As condições de fluxo devem ter um
valor de número de Reynolds suficientemente pequeno para que haja um fluxo laminar.
A densidade também faz parte da equação de determinação da viscosidade dos fluidos,
por isso foram realizadas duas tentativas para cada um dos reagentes do experimento.

A determinação da vazão através de um capilar rígido é a base de um importante


método para a medição da viscosidade. Neste método, é determinado o tempo de
escoamento de um volume conhecido de líquido através de um capilar sob a influência
da gravidade. A viscosidade de um líquido também depende do tamanho, inclinação e
natureza química das moléculas que o compõem. Todos os parâmetros do viscosímetro
podem ser determinados através da medição cuidadosa da dimensão do viscosímetro. É
bom enfatizar para medições de viscosidade satisfatórias são de grande importância a
limpeza do viscosímetro e um controle preciso da temperatura. A contaminação pode
ocorrer se o aparelho não for limpo e isso pode afetar muito os valores da viscosidade
da amostra líquida.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

Apostila de aulas práticas. Físico Química Experimental – Universidade Estadual da


Paraíba, 2002.

P. Atkins, J. de Paula, Atkins’ Physical Chemistry, 10th Edition, Oxford University Press,
United Kingdom, 2014.

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