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DESCRIÇÃO

Representação e propriedades físico-químicas das diferentes fases de uma substância. Os parâmetros físico-químicos dependentes de temperatura e pressão e suas
influências no comportamento das misturas.

PROPÓSITO
A identificação das fases e a conceituação de parâmetros físico-químicos e das variáveis que afetam a predominância da forma física da matéria, bem como a identificação
do comportamento de misturas, principalmente das soluções, sejam ideais ou reais, são conhecimentos necessários para o pleno desenvolvimento do profissional que utiliza
a química em seu campo de atuação.

OBJETIVOS

MÓDULO 1

Reconhecer o potencial químico e sua importância como critério de estabilidade das fases de uma substância pura

MÓDULO 2

Descrever os aspectos termodinâmicos da formação espontânea de misturas

MÓDULO 3

Reconhecer as soluções ideais, as soluções diluídas ideais e as soluções reais


MÓDULO 4

Descrever as propriedades coligativas

INTRODUÇÃO
O potencial químico, representado pela letra μ (“mi”), indica a energia livre de Gibbs por mol de substância. Veremos que esse parâmetro serve como um critério de
estabilidade para uma fase.

Uma fase é prevalecente se possuir um potencial químico menor do que todas as demais fases concorrentes. Como exemplo, a fase líquida da água é prevalecente a uma
temperatura de 20°C e a uma pressão de 1 atmosfera sobre as fases sólida e vapor por apresentar, nessas condições de temperatura e pressão, o menor potencial químico
em comparação com as demais.

O potencial químico é o parâmetro responsável por permitir a elaboração de uma ferramenta importante para a química: os diagramas de fases. Os diagramas de fases são
grandes mapas termodinâmicos com as variáveis temperatura e pressão em seus eixos geométricos. Com o diagrama de fases podemos observar as fases prevalecentes
de uma substância e as fronteiras de equilíbrio entre as fases presentes.

Aviso: orientações sobre unidades de medida.

ORIENTAÇÕES SOBRE UNIDADES DE MEDIDA.

Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km). No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um espaço entre o número e a
unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e das
unidades.

MÓDULO 1

 Reconhecer o potencial químico e sua importância como critério de estabilidade das fases de uma substância pura

DIFERENTES FASES DE UMA SUBSTÂNCIA PURA


As substâncias puras podem se apresentar de diversas formas, de acordo com as condições de temperatura e de pressão de um sistema. A existência da água nos estados
líquido, sólido ou vapor são exemplos de diferentes fases de uma mesma substância.

Mas o que determina que a água se apresente em suas diferentes formas? Veremos o desenvolvimento do conceito de fases e do critério de sua estabilidade ao longo deste
módulo.

O que é uma fase de uma substância em termos físico-químicos?

Uma fase de uma substância representa uma porção de matéria homogênea no que se refere à sua composição química, ao estado físico (sólido, líquido ou vapor) e à
organização cristalina (quando se trata de uma fase sólida). Veja o exemplo a seguir:
Imagem: Bruno Cavalcante Di Lello. Adaptada por Thiago Lopes.
 Diferentes fases da água e do carbono.

POTENCIAL QUÍMICO
O critério geral para se estabelecer a fase que predomina é a análise do potencial químico (μ): a fase predominante é aquela com o menor potencial químico em
determinada condição de pressão e de temperatura.

O potencial químico representa a energia livre de Gibbs (G) por mol de substância.
Imagem: Bruno Cavalcante Di Lello. Adaptada por Thiago Lopes.

Sabemos que as transformações espontâneas são aquelas nas quais a variação da energia livre de Gibbs é negativa.

Desse modo, quanto menor for a energia livre de Gibbs de uma fase, por mol de substância, maior a tendência de prevalecer a fase sobre as demais.

Esse princípio atende a uma lei geral de que na natureza todos os processos apresentam uma tendência natural em minimizar a energia.

Assim, fases com menor energia livre são aquelas que minimizam a energia geral na condição considerada de temperatura e pressão. Por esse motivo, essas fases são as
predominantes.
Imagem: Shutterstock.com

 Diferentes fases do carbono.

DIAGRAMAS DE FASES DE SUBSTÂNCIAS PURAS


Os diagramas de fases podem ser interpretados como grandes mapas, que têm como coordenadas as pressões (p) e as temperaturas (T) do sistema, em que observamos
as regiões de predominância de determinadas fases e as fronteiras nas quais essas fases se encontram. Observe o diagrama de fases da substância pura dióxido de
carbono, CO2.
Imagem: Shutterstock.com
 Diagrama de fases do CO2

Entenda a seguir o diagrama de fases!

REGIÕES DE PREDOMINÂNCIA DE UMA FASE

Observando o diagrama de fases de CO2, (imagem anterior) vemos diversas regiões nas quais há o predomínio de fases diferentes:
FASE SÓLIDA DO CO2
Área marrom do diagrama. Nessa área, as condições de pressão e temperatura no sistema estabelecem um potencial químico menor para a fase sólida do dióxido de
carbono.

FASE LÍQUIDA DO CO2


Área azul do diagrama. Nessa área, as condições de pressão e temperatura no sistema estabelecem um potencial químico menor para a fase líquida do dióxido de carbono.

FASE GÁS DO CO2


Área verde do diagrama. Nessa área, as condições de pressão e temperatura no sistema estabelecem um potencial químico menor para a fase vapor do dióxido de carbono.

Imagem: Grupo GEN, 2017. p 101.


FRONTEIRAS ENTRE AS DIFERENTES FASES E O EQUILÍBRIO ENTRE OS POTENCIAIS
QUÍMICOS

Já vimos que as diferentes fases predominam em virtude de possuírem um menor potencial químico, de acordo com as condições de pressão e temperatura do sistema, se
comparado com os potenciais químicos de outras fases.

Essas fases são separadas umas das outras por fronteiras ou “linhas” de mudanças de fases.

Ao longo de uma fronteira de separação de fases, existe um equilíbrio entre elas e os potenciais químicos das fases em equilíbrio são iguais.

Assim, ao considerarmos duas fases denominadas alfa (α) e beta (β) em equilíbrio, temos em sua fronteira de separação:

Imagem: Bruno Cavalcante Di Lello. Adaptada por Thiago Lopes.


Para o diagrama de fases do dióxido de carbono, temos as seguintes fronteiras:

FRONTEIRA DE SEPARAÇÃO ENTRE A FASE SÓLIDA E A FASE LÍQUIDA


Entre as áreas que representam a fase sólida (marrom) e a área que representa a fase líquida (azul) existe uma linha de contorno que marca a mudança de uma fase para
outra. Para a separação entre as fases sólida e líquida, essa linha de contorno pode representar tanto o processo de fusão, que é a mudança do sólido para o líquido,
quanto o processo de solidificação, que é a mudança do líquido para o sólido.

FRONTEIRA DE SEPARAÇÃO ENTRE A FASE VAPOR E A FASE SÓLIDA


Entre as áreas que representam a fase sólida (marrom) e a área que representa a fase vapor (verde) existe uma linha de contorno que marca a mudança de uma fase para
outra. Para a separação entre as fases sólida e vapor, essa linha de contorno representa uma mudança denominada sublimação.

FRONTEIRA DE SEPARAÇÃO ENTRE A FASE VAPOR E A FASE LÍQUIDA


Entre as áreas que representam a fase líquida (azul) e a área que representa a fase vapor (verde) existe uma linha de contorno que marca a mudança de uma fase para
outra. Para a separação entre as fases líquida e vapor, essa linha de contorno pode representar tanto o processo de evaporação quanto o processo de condensação.
PONTO TRIPLO E PONTO CRÍTICO

Existem dois pontos específicos nos diagramas que assinalam importantes conceitos envolvendo as transformações de fases. Vamos entender o que são o ponto triplo e o
ponto crítico.

Ponto triplo

No ponto triplo há a convergência entre as fronteiras que separam três fases em um diagrama. Trata-se de uma condição única de pressão e de temperatura, na qual os
potenciais químicos entre três fases são iguais. O ponto triplo é representado por T3.

Imagem: Bruno Cavalcante Di Lello. Adaptada por Thiago Lopes.

Como exemplo, a água apresenta o ponto triplo igual a uma pressão de 611Pa (≈0,006 bar) e na temperatura de 273,16K (≈0,01°C).
Imagem: Shutterstock.com
 Ponto triplo da água.

Ponto crítico

Quando um líquido é aquecido no interior de um sistema fechado, o líquido libera mais vapor à medida que a temperatura se eleva. Observando o interior do sistema,
veremos uma interface que separa o líquido aquecido de seu vapor em equilíbrio. Ao continuar o aquecimento, a densidade do líquido diminui continuamente em virtude da
dilatação térmica, enquanto a densidade do vapor aumenta, em virtude das elevadas pressões existentes.

 ATENÇÃO
O ponto crítico representa a condição de temperatura e de pressão na qual a interface entre a fase líquida e a fase vapor desaparece no modo de aquecimento constante de
um líquido em um recipiente fechado.

O fluido formado a partir do ponto crítico é denominado de fluido supercrítico e apresenta características físicas tanto da fase líquida quanto da fase vapor. Um fluido
supercrítico tem a capacidade de solubilizar substâncias como se fosse um líquido e apresenta a fluidez semelhante a um gás.

Imagem: Ben Finney e Mark/ CC0/ wikimedia Commos

EQUAÇÃO DE CLAPEYRON E AS CURVAS DE EQUILÍBRIO


Imagem: Shutterstock

Já vimos que o critério do equilíbrio é o da igualdade dos potenciais químicos, ao longo de uma fronteira de separação entre as fases. Matematicamente, é possível
estabelecer relações entre duas fases quaisquer em equilíbrio.

As equações que mostram as relações entre a temperatura e a pressão ao longo de uma curva de equilíbrio entre duas fases são originárias da equação de Clapeyron, que
em sua forma geral simplificada, mostra que:
ΔSm
Δp = Δ T
ΔVm

Sendo:

Δp → variação da pressão

ΔT → variação da temperatura

ΔSm → variação da entropia molar na transição de fase


ΔVm → variação do volume molar na transição de fase

Como já vimos, no equilíbrio, duas fases têm a mesma energia de Gibbs molar (mesmo potencial químico). No entanto, quando a temperatura é alterada, para que as duas
fases permaneçam em equilíbrio, a pressão também deve ser alterada de forma que as energias de Gibbs molares permaneçam iguais.

Imagem: Atkins e De Paula, 2017, p. 105.

RELAÇÃO ENTRE A TEMPERATURA E PRESSÃO AO LONGO DA CURVA DE EQUILÍBRIO


SÓLIDO-LÍQUIDO

A partir da equação de Clapeyron em sua forma geral, obtém-se a seguinte relação entre pressão e temperatura ao longo da curva de equilíbrio sólido-líquido:
ΔHf us,m T2
Δp = p2 − p1 = ln( )
ΔVf us,m T1

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Δp = variação de pressão ao longo do equilíbrio sólido-líquido em Pascal (Pa)

p2 = pressão de referência final em Pascal (Pa)

p1 = pressão de referência inicial em Pascal (Pa)

T2 = temperatura de referência final em Kelvin

T1 = temperatura de referência inicial em Kelvin

ΔHfus,m = variação da entalpia de fusão molar na transição sólido-líquido em J.mol-1

ΔVfus,m = variação do volume molar na transição sólido-líquido em m3.mol-1

 ATENÇÃO

A utilidade dessa equação está em se estabelecer os valores de temperatura de fusão de uma substância em diferentes valores de pressão.

Veja o exemplo a seguir:

O volume molar de certo sólido é de 1,61 x 10-4m3 mol-1 no seu ponto de fusão a 1,00atm (p = 101325Pa) a uma temperatura de 350,75K. O volume molar do líquido, no

mesmo ponto, é de 1,633 x 10-4 m3 mol-1. Se a pressão sobre o sistema se eleva para 100atm (p = 10132500Pa), calcule a nova temperatura de fusão para essa

substância. A variação de entalpia molar de fusão é de + 15880 J.mol-1


RESOLUÇÃO
Devemos aplicar a equação de Clapeyron para o equilíbrio sólido-líquido.

Temos p1 = 101325Pa, T1 = 350,75K; p2 = 10132500Pa e ΔHfus,m =+ 15880 J.mol-1.

Precisamos calcular ΔVfus,m:

ΔVfus,m = VL,m – VS,m = 1,633 x 10-4m3 mol-1 - 1,61 x 10-4m3 mol-1 = 2,3 x 10-6 m3 mol-1

Aplicando a equação de Clapeyron para o equilíbrio sólido-líquido, temos:


ΔHf us,m T2 T2
15880
p2 − p1 = ln( )→ 101325000 − 101325 = × ln( )
T1 −6 T1
ΔVf us,m 2,3×10

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

−6
T2 (101325000−101325)×2,3×10
−3
ln( )= = 1, 453 × 10
T1 15880

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Aplicando a operação inversa do ln (logaritmo neperiano):


T2 −3 T2
1,453×10
= e → = 1, 0015 → T2 = 1, 0015 × 350, 75 = 351, 26K
T1 T1

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Agora é com você! Resolva o exemplo a seguir.

Pergunta
Quando o benzeno sólido (C6H6), massa molar de 78 g. mol-1, funde-se a 5,5º, o seu volume molar passa de 8,75 x 10-5 m3 para 8,87 x 10-5 m3. A entalpia de fusão é 10,59

kJ.mol-1. Estimar o ponto de congelamento do benzeno a 1000atm.

RESPOSTA
281,8K

RESOLUÇÃO
Para o problema, devemos aplicar a equação de Clapeyron para o equilíbrio líquido-sólido.

Primeiro passo: Cálculo de ΔV molar.


Com os volumes molares do benzeno sólido e do benzeno líquido, calculamos a variação do volume molar quando ocorre a fusão:
−5 3 −5 3 −6 3
ΔVm = Vm,líquido − Vm,só lido = 8, 87 × 10 m − 8, 75 × 10 m = 1, 2 × 10 m

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Segundo passo: Aplicando a equação de Clapeyron, temos:

p1 = 1atm = 101325Pa

p2 = 1000atm = 101325000Pa

T1 = 5,5°C = 278,65K

T2 = ?

ΔHf us, m T2 T2
10590
p2 − p1 = ln( ) → 101325000 − 101325 = × ln( )
T1 −6
ΔVf us, m 1,2 × 10 278,65

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


−6
T2 (101325000−101325)×1,2 × 10
−2
ln ( ) = = 1,147 × 10
T1 10590

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Aplicando a operação inversa do ln (logaritmo neperiano):


T2 −2 T2
1,147 × 10
= e → = 1,01154 → T2 = 1,01154 × 278,65 = 281,8 K
T1 T1

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

RELAÇÃO ENTRE A TEMPERATURA E PRESSÃO AO LONGO DA CURVA DE EQUILÍBRIO


LÍQUIDO-VAPOR

A partir da equação de Clapeyron, obtém-se a seguinte relação entre pressão e temperatura ao longo da curva de equilíbrio líquido-vapor:
p2 ΔHvap, m 1 1
ln ( ) = − ( − )
p1 R T2 T1

Sendo:

p2 = pressão de referência final

p1 = pressão de referência inicial

T2 = temperatura de referência final em Kelvin

T1 = temperatura de referência inicial em Kelvin


ΔHvap,m = variação da entalpia de vaporização molar na transição líquido-vapor em J.mol-1

R = Constante do gás ideal = 8,314 J.mol-1K-1

RELAÇÃO ENTRE TEMPERATURA E PRESSÃO AO LONGO DA CURVA DE EQUILÍBRIO


SÓLIDO-VAPOR

A equação para o equilíbrio sólido-vapor é muito semelhante à equação do equilíbrio líquido-vapor, alterando-se apenas o tipo de variação de entalpia, que nesse caso será
a variação de entalpia de sublimação.
p2 ΔHsubl, m 1 1
ln ( ) = − ( − )
p1 R T2 T1

Sendo:

p2 = pressão de referência final

p1 = pressão de referência inicial

T2 = temperatura de referência final em Kelvin

T1 = temperatura de referência inicial em Kelvin

ΔHvap,m = variação da entalpia de vaporização molar na transição líquido-vapor em J.mol-1

R = Constante do gás ideal = 8,314 J.mol-1K-1

A partir dessas equações, é possível determinar as temperaturas de ebulição e de sublimação em diferentes condições de pressão.
Veja o exemplo a seguir:

Pergunta

O naftaleno sólido, C10H8, funde a 80,2°C. Acima dessa temperatura, temos naftaleno líquido. Se a pressão de vapor do líquido for de 10 torr, a 85,8°C e 40 torr a 119,3°C,

utilize a equação de Clapeyron para o equilíbrio líquido-vapor para determinar a entalpia molar de vaporização do naftaleno.

RESOLUÇÃO
Para esse problema, temos:

p1 = 10 torr

p2 = 40 torr

T1 = 85,8°C → 358,8K

T2 = 119,3°C → 392,3K

Ao aplicar a equação de Clapeyron, e na maioria dos problemas de termodinâmica, as temperaturas devem estar em Kelvin.

Aplicando a equação de Clapeyron para o equilíbrio líquido-vapor:

p2 ΔHvap, m 40 ΔHvap, m
1 1 1 1
ln ( ) = − ( − ) → l n( ) = − ( − )
p1 R T2 T1 10 8,314 392,3 358,8

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

ΔHvap, m 1,386×8,314
−4 −1
1,386 = − × (−2,38 × 10 ) → ΔH vap, m = −4
→ ΔH vap, m = + 48415 J . mol
8,314 2,38 × 10

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


 ATENÇÃO

Observe que utilizamos as pressões em torr, mas no sistema internacional as pressões devem estar em Pa (Pascal). A equação de Clapeyron para os equilíbrios sólido-
líquido e sólido-vapor pode utilizar as pressões em qualquer unidade, desde que p1 e p2 estejam na mesma unidade.

Agora é com você! Resolva o exemplo a seguir:

Pergunta

O gelo seco, formado por CO2, tem uma pressão de vapor de 1atm a -72,2°C. Qual a pressão de vapor do gelo seco a uma temperatura de -69,1°C, tendo em vista que a

sua variação de entalpia de sublimação é +76180 J.mol-1?

RESPOSTA
1,68atm

RESOLUÇÃO
Para esse problema, temos:

p1 = 1atm

p2 = ?

T1 = -72,2°C → 200,95K

T2 = -69,9°C → 203,25K

Aplicando a equação de Clapeyron para o equilíbrio líquido-vapor:

p2 ΔHsubl, m p2 (+76180)
1 1 1 1
l n( ) = − ( − ) → l n( ) = − ( − )
p1 R T2 T1 1 8,314 203,25 200,95
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

ln p2 = 0,516

Aplicando o inverso do logaritmo neperiano para descobrir p2:

0,516
p2 = e = 1,68atm

Conheça agora um pouco sobre o diagrama de fase, com destaque às características de cada área e o equilíbrio químico como o critério de estabilidade. Vamos lá!
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

O ponto triplo e o ponto crítico

O ponto triplo e o ponto crítico

Calculando o ponto de congelamento do benzeno

Calculando o ponto de congelamento do benzeno

Calculando a pressão de vapor do gelo seco

Calculando a pressão de vapor do gelo seco

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A FASE DE UMA SUBSTÂNCIA SIGNIFICA UMA PORÇÃO HOMOGÊNEA DE MATÉRIA COM COMPOSIÇÃO QUÍMICA E ESTADO
FÍSICO BEM ESTABELECIDOS. ASSINALE A ALTERNATIVA PARA O CRITÉRIO DE PREDOMINÂNCIA DE UMA FASE DA MATÉRIA
SOBRE AS DEMAIS FASES POSSÍVEIS:

A) A fase predominante será aquela com menor entalpia molar em comparação às demais fases possíveis.

B) A fase predominante será aquela com a menor entropia molar em comparação com as demais fases possíveis.

C) A fase predominante será aquela com a máxima energia de Gibbs molar em comparação com as demais fases possíveis.

D) A fase predominante será aquela com o menor potencial químico em comparação com as demais fases possíveis.

E) A fase predominante será aquela com a maior pressão de vapor em comparação com as demais fases possíveis.

2. NO EQUILÍBRIO ENTRE DIFERENTES FASES, TEMOS UMA IGUALDADE DOS POTENCIAIS QUÍMICOS, AO LONGO DE UMA CURVA
OU FRONTEIRA ENTRE DUAS REGIÕES DE PREDOMINÂNCIA DE FASES DISTINTAS. A EQUAÇÃO DE CLAPEYRON, DESCRITA POR
ΔSm
Δ p = Δ T EM SUA FORMA GERAL, PODE SER APLICADA PARA AS DIFERENTES MUDANÇAS DE FASE, COMO A FUSÃO, A
ΔVm

SUBLIMAÇÃO E A VAPORIZAÇÃO. CONSIDERANDO A VAPORIZAÇÃO, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE MOSTRA A EQUAÇÃO DE


CLAPEYRON ADEQUADA E O COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA DE VAPORIZAÇÃO, QUANDO HÁ UM AUMENTO NA PRESSÃO
DO SISTEMA:

A)
ΔHf us, T2
p p2 p1 ln ; a temperatura aumenta.
m

Δ = − = ( )
ΔVf us, m T1

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A)

B)
ΔHf us, T2
p p2 p1 ln ; a temperatura diminui.
m

Δ = − = ( )
ΔVf us, m
T1

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

B)

C)
ΔHf us, T2
p p2 p1 ln ; a temperatura não se altera.
m

Δ = − = ( )
ΔVf us, m
T1

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

C)

D)
p2 ΔHsubl, 1 1
ln ; a temperatura aumenta.
m

( ) = − ( − )
p1 R T2 T1

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

D)

E)
p2 ΔHvap, m 1 1
ln (
p1
) = −
R
(
T2

T1
) ; a temperatura aumenta.

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

E)

GABARITO

1. A fase de uma substância significa uma porção homogênea de matéria com composição química e estado físico bem estabelecidos. Assinale a alternativa para
o critério de predominância de uma fase da matéria sobre as demais fases possíveis:
A alternativa "D " está correta.

O critério de estabilidade ou de predominância é o de menor energia livre de Gibbs molar, ou seja, de menor potencial químico por mol de substância. Assim, a fase que
predominará será a que apresentar menor potencial químico, em comparação com as demais, em determinada condição de pressão e de temperatura.

2. No equilíbrio entre diferentes fases, temos uma igualdade dos potenciais químicos, ao longo de uma curva ou fronteira entre duas regiões de predominância
ΔSm
de fases distintas. A equação de Clapeyron, descrita por Δp = Δ T em sua forma geral, pode ser aplicada para as diferentes mudanças de fase, como a
ΔVm

fusão, a sublimação e a vaporização. Considerando a vaporização, assinale a alternativa que mostra a equação de Clapeyron adequada e o comportamento da
temperatura de vaporização, quando há um aumento na pressão do sistema:

A alternativa "E " está correta.

A equação de Clapeyron para a vaporização mostra a relação para as diferentes pressões e temperaturas, considerando a variação de entalpia de vaporização. Das opções
p2 ΔHvap, 1 1
mostradas, a única equação adequada para a correta relação entre essas variáveis é ln .
m

( ) = − ( − )
p1 R T2 T1

Matematicamente, se p2 > p1, teremos T2 > T1.

MÓDULO 2

 Descrever os aspectos termodinâmicos da formação espontânea de misturas


AS SOLUÇÕES
Uma solução é uma mistura homogênea na qual as substâncias químicas dispersas no solvente estão em uma escala molecular (nanométrica). As soluções podem ser
gasosas, líquidas ou sólidas. Quando composta por dois componentes, são chamadas de binárias; por três, ternárias; por quatro, quaternárias, e assim por diante.

 COMENTÁRIO

Uma solução classificada como verdadeira é aquela em que a mistura formada pelos diversos componentes apresenta apenas uma fase, ou seja, tem aspecto homogêneo.
Veremos, neste módulo, alguns aspectos importantes relacionados às soluções do ponto de vista físico-químico.

A utilização de soluções é recorrente nas aplicações de química. Para entendermos a formação de soluções, precisamos identificar os fatores que levam à formação de uma
mistura.

EXPRESSÕES DE CONCENTRAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO


Em uma solução, temos dois termos obrigatórios para compreensão do sistema: soluto e solvente.

SOLUTO

O soluto é a substância que é dissolvida no meio. Pode ser um líquido, um sólido ou um gás. Normalmente, em química, as soluções mais utilizadas e importantes são
aquelas em que o soluto é um sólido.

SOLVENTE

O solvente é a substância que solubiliza o soluto. Normalmente, essa substância é um líquido. As soluções aquosas são as mais importantes e utilizadas em química.

Vamos rever algumas unidades de concentração e expressões importantes para as próximas discussões a respeito de misturas e soluções.

MOLARIDADE (M)

A molaridade expressa a quantidade de mols de soluto (n) em um volume de 1 litro de solução.

n soluto
M =
V olume (L) da solu çã o

Veja o exemplo a seguir:

Pergunta
A solubilização total de 0,5 mol do cloreto de sódio em um volume total de solução de 4 litros é realizada com a adição da massa do sal e adição de água até alcançar o
volume da solução. Para essa solução homogênea, indique qual a molaridade do sal após a sua completa solubilização.

RESOLUÇÃO
0,5 mol
−1
M = = 0,125 mol. L
4 L

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


MOLALIDADE (M)

A molalidade expressa a quantidade de mols de soluto (n) em um volume de 1 quilograma de solvente.

n soluto
m =
Quilograma (kg)de solvente

Veja o exemplo a seguir:

Pergunta
A solubilização total de 0,2 mol de um soluto bastante solúvel em uma massa total de 5kg de H2O gera um volume total de solução de 5,015L na temperatura de dissolução.

Calcule, para a solução preparada, a sua molaridade (M) e a sua molalidade (m).

RESOLUÇÃO
0,2 mol
−1
M = = 0,0399 mol. L
5,015 L

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para soluções aquosas diluídas, o valor da molaridade é bem próximo do valor da molalidade.

M ≅m (Válido para soluções aquosas diluídas).

FRAÇÃO MOLAR (X)


A fração molar representa a fração do número de mols de uma substância (n) em relação ao número de mols totais da mistura (nT).

n
x =
nT

Uma solução formada por um solvente (A) e por um soluto (B), terá as seguintes frações molares:
nA
xA =
nA +nB

Fração molar do solvente


nB
xB =
nA +nB

Fração molar do soluto

O somatório das frações molares dos componentes de uma mistura é igual a unidade:

x1 + x2 + . . . + xn = 1

Veja o exemplo a seguir:

Pergunta
Uma mistura é composta por 2,5 mols de sacarose em 97,5 mols de água. Quais as frações molares de solvente e soluto nessa solução?

RESOLUÇÃO
2,5
xsacarose = = 0,025
( 2,5+97,5 )

97,5
x = = 0,975
á gua ( 2,5+97,5 )
x + xsacarose = 0,025 + 0,975 = 1
á gua

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Agora é com você! Resolva o exemplo a seguir:

Pergunta
Uma mistura é preparada com 3 mols de glicose, 8 mols de dextrose e água, de forma que as frações molares finais são: xglicose = 0,015, xdextrose = 0,040. Quantos mols de

água foram adicionados para o preparo da solução e qual a fração molar da água?

RESPOSTA
189 mols de água; xágua = 0,945

RESOLUÇÃO
A fração da água deve ser o valor complementar do somatório das frações molares, de forma que:

xá gua + xglicose + xdextrose = 1

Assim:

xá gua = 1 − xglicose − xdextrose = 1 − 0,015 − 0,040 = 0,945

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A partir da determinação da fração molar, podemos calcular o número de mols de água adicionado:
n n n
á gua á gua á gua
xá gua = 0,945 = = → 0,945 =
ná gua +nglicose +ndextrose n
á gua +3+8 n
á gua +11

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


n
á gua
0,945 = → 0,945 (ná gua + 11)= ná gua → 0,945 ná gua + 10,395 = ná gua
ná gua +11

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

10,395
0,055 n = 10,395 → n = = 189 moles
á gua á gua 0,055

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

FORMAÇÃO ESPONTÂNEA DE MISTURAS


As misturas de gases são processos sempre espontâneos, em qualquer proporção dos componentes, tendo em vista o aumento da entropia do processo. Veja a figura a
seguir, em que temos na situação (a) dois conjuntos de moléculas de dois gases, A e B, separados por uma fronteira, antes da mistura. Em seguida, quando a fronteira entre
os conjuntos é removida (b) há um aumento da entropia do sistema.
Imagem: Atkins e De Paula, 2017, p. 121.
 Mistura de dois gases A e B: (a) antes da mistura; (b) após a mistura.

O aumento da desordem após a mistura representa uma variação de entropia positiva (ΔS≥0).

VARIAÇÃO DE ENERGIA LIVRE DE GIBBS PARA UMA MISTURA DE GASES


IDEAIS
A variação da energia livre de Gibbs, sob condição de temperatura e de pressão constante, para a mistura de gases ideais é dada pela equação a seguir:

ΔGmistura = nRT (xA lnxA + xB lnxB + … + xn lnxn )

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


As frações molares dos gases na mistura são valores menores do que 1, o logaritmo neperiano será negativo e toda a expressão será negativa. Assim, teremos ΔG<0, o
que representa um processo espontâneo.

Para qualquer proporção de mistura entre dois gases perfeitos sob temperatura e pressão constante, teremos um valor negativo para a variação da energia livre de Gibbs.

 Gráfico: Variação de energia livre de Gibbs na mistura.


Extraído de: Atkins e De Paula, 2017, p. 121.

Veja a demonstração no exemplo a seguir:

Os gases nitrogênio e oxigênio são misturados em um sistema fechado com uma pressão total de 1atm, na proporção de 3 mols de oxigênio para 2 mols de nitrogênio. O
sistema se encontra a 27°C. Verifique a espontaneidade do processo de mistura calculando a variação de energia livre de Gibbs no sistema.
RESOLUÇÃO
As frações molares dos gases nitrogênio (N2) e oxigênio (O2) na mistura são dadas por:

2
xA = x = = 0,4
N2
( 2+3 )

3
xB = xO = = 0,6
2
( 2+3 )

Temperatura = 27°C = 300K

R = 8,314J.mol-1K-1 = constante do gás ideal


Aplicando a equação para a variação de energia livre de Gibbs de mistura:
ΔGmistura = nRT (xA lnxA + xB lnxB + … + xn lnxn )

ΔGmistura = 5 × 8,314 × 300 ×(0,4 × ln(0,4)+0,6 × ln(0,6))

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

ΔGmistura = −8393 J

Agora é com você! Resolva o exemplo a seguir:

Pergunta

Os gases nitrogênio (N2), hidrogênio (H2) e oxigênio (O2) são misturados em um recipiente sob pressão constante e temperatura constante de 37°C. Na mistura, foram

adicionados 1 mol de N2, 2 mols de H2 e 7 mols de O2. Qual a variação da energia livre de mistura?
RESPOSTA
ΔGmistura = −28250 J

RESOLUÇÃO
Primeiramente, vamos calcular as frações molares dos gases na mistura:

1 2 7
xN = = 0,1; xH = = 0,2; xO = = 0,7
2 10 2 10 2 10

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Agora, vamos aplicar a relação matemática para o cálculo da variação da energia livre de Gibbs de mistura:

ΔGmistura = 10 × 8,314 × 310 ×(0,1 × ln(0,1)+0,2 × ln(0,2)+0,7 × ln(0,7))

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

ΔGmistura = −20665 J

Em uma mistura de gases perfeitos, não há interação reacional entre as moléculas e quaisquer outras interações são descartadas. Assim, a variação de entalpia para a
mistura de gases perfeitos é zero (ΔHmistura = 0).

VARIAÇÃO DE ENTROPIA PARA UMA MISTURA DE GASES IDEAIS


Para uma mistura de gases ideais, ocorre um aumento da entropia, tendo em vista que o gás misturado é mais desordenado que os gases não misturados. Podemos afirmar
que não há troca de calor com as vizinhanças na mistura de gases ideais (ΔHmistura = 0) e também não ocorre variação de entropia nas vizinhanças, mas observa-se um

aumento na entropia no sistema, em virtude do processo de mistura. Esse aumento de entropia na mistura justifica o fato de o processo ser espontâneo.

 Gráfico: Variação na entropia da mistura.


Extraído de: Atkins e De Paula, 2017, p. 121.

Mas como calcular a variação de entropia para uma mistura de gases ideais?

A variação de energia livre de Gibbs tem a forma geral

ΔG = ΔH − T Δ S

Sendo:

ΔG = variação da energia livre de Gibbs

ΔH = variação de entalpia
T = temperatura, em Kelvin (K)

ΔS = variação de entropia

Comparando a equação geral com a equação de ΔGmistura para uma mistura de gases ideais, com ΔH = 0, temos que o termo -TΔS será igual a:

nRT (xA lnxA + xB lnxB + … + xn lnxn )

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Imagem: Atkins e De Paula, 2017, p. 121.

Assim,

−T Δ S = nRT (xA lnxA + xB lnxB + … + xn lnxn )

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Como a temperatura (T) aparece dos dois lados da igualdade, podemos cortar o termo e ficamos com:
ΔSmistura = −nR(xA lnxA + xB lnxB + … + xn lnxn )

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Vamos calcular, agora, a variação de entropia na mistura dos gases:

Pergunta 1
Os gases nitrogênio e oxigênio são misturados em um sistema fechado com uma pressão total de 1atm, na proporção de 3 mols de oxigênio para 2 mols de nitrogênio. O
sistema se encontra a 27°C. Verifique a espontaneidade do processo de mistura, calculando a variação de entropia associada.

RESOLUÇÃO
As frações molares dos gases nitrogênio (N2) e oxigênio (O2) na mistura são dadas por:

2
xA = x = = 0,4
N2
( 2+3 )

3
xB = xO = = 0,6
2 ( 2+3 )

R = 8,314 J.mol-1K-1 = constante do gás ideal.

Aplicando a equação para a variação de entropia de mistura, ΔSmistura = −nR(xA lnxA + xB lnxB + … + xn lnxn )

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Temos:

ΔSmistura = −5 × 8,314 ×(0,4 × ln(0,4)+0,6 × ln(0,6))


Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

−1
ΔSmistura = +28 J . K

Pergunta 2
Os gases hélio (He), argônio (Ar) e neônio (Ne) são misturados em um recipiente sob pressão constante e temperatura constante de 57°C. Na mistura, foram adicionados 2
mols de He, 5 mols de Ar e 3 mols de Ne. Qual a variação da entropia de mistura?

RESOLUÇÃO
As frações molares dos gases He, Ar e Ne na mistura são dadas por:

2
xN = = 0,2
He
( 2+3+5 )

5
xN = = 0,5
H Ar
( 2+3+5 )

3
xN = = 0,3
Ne
( 2+3+5 )

R = 8,314 J.mol-1K-1 = constante do gás ideal.

Aplicando a equação para a variação de entropia de mistura, ΔS = −nR(xA lnxA + xB lnxB + … + xn lnxn )

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Temos:
ΔSmistura = −10 × 8,314 ×(0,2 × ln(0,2)+0,5 × ln(0,5)+0,3 × ln(0,3))

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

−1
ΔSmistura = +85,6 J . K

Conheça agora um pouco sobre os principais aspectos termodinâmicos que influenciam na espontaneidade da formação de misturas. Vamos lá!
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

Cálculo de fração molar

Cálculo de fração molar

Cálculo de energia livre de mistura

Cálculo de energia livre de mistura

Cálculo de entropia de mistura

Cálculo de entropia de mistura

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A VARIAÇÃO DE ENERGIA LIVRE DE GIBBS PARA A MISTURA DE GASES É UM PARÂMETRO IMPORTANTE QUE MOSTRA A
ESPONTANEIDADE PARA ESSE PROCESSO. EM RELAÇÃO AO PROCESSO DE MISTURA DE GASES IDEAIS E SEUS PARÂMETROS
TERMODINÂMICOS, ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA.

A) O processo de mistura de um gás ideal apresenta variação de entalpia negativa.

B) Ocorre diminuição de entropia quando gases ideais são misturados.

C) O processo apresenta variação de energia livre de Gibbs negativa e variação de entalpia igual a zero para a mistura de gases ideais.

D) O processo apresenta variação de energia livre de Gibbs positiva e variação de entalpia igual a zero quando os gases ideais são misturados.

E) e) A variação de energia livre de Gibbs ocorre em razão da variação de entalpia associada, com variação de entropia igual a zero.

2. OS GASES NITROGÊNIO E OXIGÊNIO SÃO MISTURADOS EM UM SISTEMA FECHADO COM UMA PRESSÃO TOTAL DE 1ATM, NA
PROPORÇÃO DE 1 MOL DE OXIGÊNIO PARA 1 MOL DE NITROGÊNIO. ASSINALE A ALTERNATIVA CORRETA QUE INDICA A
VARIAÇÃO DE ENTROPIA PARA A MISTURA DESSES DOIS GASES, CONSIDERANDO O COMPORTAMENTO IDEAL.

A) ΔSm = -11,52 J.K-1

B) ΔSm = +11,52 J.K-1

C) ΔSm = +5,76 J.K-1

D) ΔSm = -5,76 J.K-1

E) ΔSm = 0
GABARITO

1. A variação de energia livre de Gibbs para a mistura de gases é um parâmetro importante que mostra a espontaneidade para esse processo. Em relação ao
processo de mistura de gases ideais e seus parâmetros termodinâmicos, assinale a alternativa correta.

A alternativa "C " está correta.

A mistura de gases ideais ou reais é um processo espontâneo. Assim, a variação da energia livre de Gibbs de mistura é negativa. Para uma mistura de gases ideais, não há
nenhum processo de troca térmica associado, em virtude da ausência de interações entre as moléculas. Dessa forma, para gases ideais, o processo de mistura apresenta
variação de entalpia de mistura igual a zero.

2. Os gases nitrogênio e oxigênio são misturados em um sistema fechado com uma pressão total de 1atm, na proporção de 1 mol de oxigênio para 1 mol de
nitrogênio. Assinale a alternativa correta que indica a variação de entropia para a mistura desses dois gases, considerando o comportamento ideal.

A alternativa "B " está correta.

As frações molares dos gases nitrogênio (N2) e oxigênio (O2) na mistura são dadas por:

1
xA = x = 2
= 0,5
N2

1
xB = x = 2
= 0,5
O2

R = 8,314 J.mol-1K-1 = constante do gás ideal

Aplicando a equação para a variação de entropia de mistura, ∆S = −nR(xA lnxA + xB lnxB + … + xn lnxn )

Temos:

∆Smistura = −2 × 8,314 ×(0,5 × ln(0,5)+0,5 × ln(0,5))


−1
∆Smistura = +11,52 J. K
MÓDULO 3

 Ao final deste módulo você será capaz reconhecer as soluções ideais, as soluções diluídas ideais e as soluções reais

OS MODELOS IDEAL E REAL DE UMA SOLUÇÃO


Uma solução química qualquer contém diferentes espécies em contato mútuo dentro de um sistema. Essas espécies possuem interações químicas que alteram o seu
comportamento, principalmente em relação ao solvente.

Para um melhor entendimento das soluções e de suas relações quantitativas entre solvente e soluto, podemos, em um primeiro momento, desconsiderar as interações
químicas entre soluto e solvente. Esse modelo de solução, no qual as interações são desconsideradas, refere-se à solução ideal.

 COMENTÁRIO

Uma solução real, entretanto, leva em consideração as interações químicas entre as espécies. O comportamento da solução real difere da simplificação aplicada às
soluções ideais em virtude dessas interações.

Vamos diferenciar esses modelos de solução?

SOLUÇÕES IDEAIS E A LEI DE RAOULT


O cientista e químico francês François-Marie Raoult estabeleceu, no século XIX, a base do comportamento das soluções por meio do estudo das pressões de vapor de
diferentes misturas homogêneas.

Imagem: François-Marie Raoult (1830-1901)/CC0/ wikimedia Commos

Raoult estabeleceu uma relação numérica, relacionando a pressão de uma espécie à sua quantidade presente em uma solução, dada por:

Sendo:

pi = pressão de vapor da espécie na solução


pi* = pressão de vapor da espécie pura

xi = fração molar da espécie na solução

Normalmente, em uma mistura, o componente solvente é representado pela letra “A” e o componente soluto pela letra “B”.

Assim, um solvente que atenda à Lei de Raoult obedece à relação:

*
p A = xA p
A

Sendo:

pA = pressão de vapor do solvente na solução

pA* = pressão de vapor do solvente puro

xA = fração molar do solvente na solução

Essa relação de proporcionalidade entre a quantidade de uma espécie, dada por sua fração molar, e a pressão da espécie quando pura é adequada ao comportamento de
uma solução ideal, na qual não se leva em conta demais interações químicas.

Por exemplo, se o etanol puro apresenta uma pressão de 600 torr em um sistema, a determinada temperatura, em uma mistura na qual a fração molar do etanol é de 0,95, a
pressão será:

*
petanol = xetanol . p → petanol = 0,95 × 600 torr = 570 torr
etanol

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


A tabela a seguir mostra as frações molares dos componentes (A) e (B) em uma solução ideal e as variações de suas pressões parciais (em Pascal) de acordo com a Lei de
Raoult.

XA 0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1

pA /(Pa) 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000

XB 1 0,9 0,8 0,7 0,6 0,5 0,4 0,3 0,2 0,1 0

pB/ (Pa) 3000 2700 2400 2100 1800 1500 1200 900 600 300 0

ptotal (Pa) 3000 3200 3400 3600 3800 4000 4200 4400 4600 4800 5000

Atenção! Para visualização completa da tabela, utilize a rolagem horizontal.

Tabela: Variação das pressões parciais, de acordo com as frações molares dos componentes A e B em uma solução ideal.

Atkins e De Paula, 2017.

A pressão total da mistura é dada por ptotal = pA + pB

Observe que as pressões de A e B são proporcionais às suas frações molares. Para XA = 1, temos A puro. Nesse caso, pA* = 5000Pa.

O mesmo ocorre para o composto B. Quando XB = 1, pB* = 3000Pa.

Podemos ilustrar os valores das pressões parciais de A e B em relação à fração molar de um dos componentes, conforme o gráfico a seguir:
 Gráfico: Pressões de vapor. Elaborado por: Bruno Cavalcante Di Lello.

Observe que para uma solução que atende à Lei de Raoult, portanto, com comportamento ideal, as pressões apresentam-se como retas, mostrando a proporcionalidade
com a fração molar dos componentes.

 ATENÇÃO

A redução da pressão de vapor de uma substância em uma mistura pode ser explicada pelo aumento da entropia da solução em relação à entropia do líquido puro. Uma
solução contém inúmeras substâncias.

A entropia gerada pela presença de múltiplas espécies em um meio líquido estabiliza esse meio. Desse modo, a tendência em liberar moléculas para o meio vapor diminui,
reduzindo a pressão de vapor das espécies.
Imagem: Atkins e De Paula, 2017, p. 122.
 A presença de diferentes tipos de moléculas na solução favorece a estabilização do meio.

Uma solução ideal é uma solução hipotética de um soluto B em um solvente A que obedece à Lei de Raoult em toda a faixa de composição, de A puro até B puro (ATKINS;
DE PAULA, 2017).

Em misturas nas quais os componentes têm naturezas químicas parecidas e são submetidos a conjuntos semelhantes de interações intermoleculares, há maior
confiabilidade da Lei de Raoult. A mistura dos hidrocarbonetos benzeno e metilbenzeno, moléculas orgânicas com características semelhantes, atende de maneira
satisfatória a Lei de Raoult, conforme podemos observar na figura a seguir:
 Gráfico: Pressões de vapor semelhantes.
Extraído de: Atkins e De Paula, 2017, p. 123.

 COMENTÁRIO

A Lei de Raoult, de uma forma geral, funciona bem para as pressões parciais do solvente (pA) em soluções reais, quando a concentração do soluto é bem pequena. Isso

ocorre porque em baixas concentrações de soluto (ou seja, em elevadas quantidades de solvente) as forças intermoleculares são mais brandas, normalmente desprezíveis.

Quanto mais diluída for uma solução, mais ela se assemelha a uma solução ideal, atendendo, nessa condição, a Lei de Raoult.

Veja os exemplos a seguir:


Pergunta 1
Qual a pressão de vapor de uma solução aquosa com fração molar de solvente (água) igual a xH20 = 0,98 que atende a Lei de Raoult? A pressão de vapor da água pura no

sistema nas condições de problema é de 400 torr.

RESOLUÇÃO
p( á gua) = xgua . p * á gua → p( á gua) = 0, 98 x 400 torr → p( á gua) = 392 torr

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Pergunta 2
Qual a pressão de vapor do metanol puro, sabendo-se que a pressão de vapor de uma solução com xmetanol = 0,95 é de 590 torr na temperatura do sistema?

RESOLUÇÃO
pmetanol 590
* * *
pmetanol = xmetanol . p → p = → p = = 621 torr
metanol metanol xmetanol metanol 0,95

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

O POTENCIAL QUÍMICO DO SOLVENTE (ΜA)

O potencial químico (μ) representa a energia livre de Gibbs molar de uma substância. Menores potenciais químicos representam substâncias puras com menor energia livre,
portanto, menos reativas do ponto de vista químico.

Em soluções ideais, podemos estabelecer o potencial químico do solvente como:


Sendo:

μA = potencial químico do solvente em solução

μA* = potencial químico do solvente puro

R = constante do gás ideal = 8,314 J.mol-1.K-1

T = temperatura do sistema em Kelvin

XA = fração molar do solvente

A fração molar do solvente em uma mistura tem um valor menor que a unidade, isso é XA < 1. Matematicamente, ln de XA, com XA < 1, é negativo. Assim, ln xA < 0 .

Assim:

Consequentemente:

Isso significa que um solvente em solução tem um potencial químico menor (é mais estável do ponto de vista químico) que o potencial químico do solvente puro.
SOLUÇÕES DILUÍDAS IDEAIS E A LEI DE HENRY
A Lei de Raoult se adequa bem para o comportamento de solventes em soluções bastante diluídas. Mas e quanto ao comportamento de soluto em uma solução? Existe
alguma relação que mostre o seu comportamento?

O químico inglês William Henry estudou o comportamento do soluto em uma solução diluída. Henry observou uma relação entre a pressão de vapor do soluto e sua fração

molar na solução. Entretanto, nessa relação não é utilizado o parâmetro pressão do vapor do soluto puro (pB*), mas uma constante, denominada constante da Lei de

Henry, K’H.

Dessa forma, a pressão de vapor do soluto em uma solução é dada por:

Sendo:

pB = pressão de vapor do soluto

xB = fração molar do soluto na solução

K’H = constante da Lei de Henry

Soluções bastante diluídas obedecem de forma adequada à Lei de Henry para o soluto. Soluções que são diluídas o suficiente para que o soluto obedeça à Lei de Henry
são denominadas de soluções diluídas ideais.

A constante da Lei de Henry equivale ao ponto de interseção da reta tangente à pressão de vapor do soluto, quando xB = 1. Essa reta tem início em xB = 0.
 Gráfico: Lei de Henry para o soluto.
Extraído de: Atkins e De Paula, 2017, p. 125.

A constante da Lei de Henry, em termos da fração molar do soluto, é dada em unidade de pressão, acompanhando a unidade da pressão do soluto.

LEI DE HENRY EM FUNÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DO SOLUTO

Uma aplicação muito útil da Lei da Henry é para a determinação da concentração dos gases dissolvidos (soluto) em um líquido. Nesse caso, essa lei é modificada para

informar a concentração dos gases presentes em molaridade, ou seja, mol.m-3 (número de mols do soluto dissolvidos em 1m3 do solvente).
Sendo:

[B] = concentração do soluto no meio (mol.m-3)

pB = pressão de vapor do soluto (kPa)

KH = constante da Lei de Henry modificada (mol.m-3 kPa-1)

 SAIBA MAIS

O conhecimento das constantes da Lei de Henry em gorduras e lipídeos é importante para a discussão sobre a respiração, especialmente quando a pressão parcial do
oxigênio é anormal, como em mergulhos ou no montanhismo.

A tabela a seguir mostra a constante da Lei de Henry para gases dissolvidos em água a 25°C.

Constantes da Lei de Henry para gases dissolvidos em água a 25°C

KH/(mol m-
Gás
3 kPa-1)
Dióxido de carbono, CO2 3,39 x 10-1

Hidrogênio, H2 7,78 x 10-3

Metano, CH4 1,48 x 10-2

Nitrogênio, N2 6,48 x 10-3

Oxigênio, O2 1,30 x 10-2

Tabela: Constante da Lei de Henry para gases dissolvidos em água.

Atkins e De Paula, 2017.

Veja os exemplos a seguir:

Pergunta 1
Considere um volume de água totalmente pura isenta de qualquer soluto. Essa água é submetida a uma pressão de gás hidrogênio de 50kPa. Qual a concentração de H2
após o sistema alcançar o equilíbrio. Utilize a Lei de Henry modificada.

RESOLUÇÃO
De acordo com a Lei de Henry modificada, temos:
−3 −1 −3
[B]= KH pB →[H2 ]= 7,78 x 10 x 50 = 3,89 x 10 mol. m

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Pergunta 2
Qual a molaridade de oxigênio dissolvido em água ao nível do mar, a uma temperatura de 25°C? Dado: 1atm = 101325Pa.

RESOLUÇÃO
Considerando que ao nível do mar a pressão é de 1atm e que o percentual de O2(g) na atmosfera é de 21%, temos:

pO2 na atmosfera = 0,21 x 1atm = 0,21atm = 21278Pa = 21,278 kPa

A pressão de oxigênio sobre a água do mar é a pressão do soluto. Aplicando a Lei de Henry em termos de concentração molar do soluto, teremos:

−2 −1 −3
[O2 ]= KO pO →[O2 ]= 1,30 × 10 × 21,278 kP a →[O2 ]= 2,77 × 10 mol. m
2 2

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

POTENCIAL QUÍMICO DO SOLUTO

Da mesma forma que é possível calcular o potencial químico de um solvente em solução, também há uma relação matemática para o potencial químico do soluto.

O potencial químico do soluto é dado pela expressão matemática:



μB = μ + RT lnxB
B

Sendo:

μB = potencial químico do soluto em solução

μB* = potencial químico do soluto puro

R = constante do gás ideal = 8,314 J.mol-1.K-1

T = temperatura do sistema em Kelvin

XB = fração molar do solvente

SOLUÇÕES REAIS: ATIVIDADES DE SOLVENTE E SOLUTO


Já vimos que a atividade dos componentes presentes em uma solução representa uma disponibilidade reacional real da espécie química. Quando tratamos de uma
solução real, devemos utilizar as atividades de solutos e de solventes.

Todas as soluções podem ser consideradas soluções reais. As soluções ideais representam simplificações para tratarmos do comportamento das soluções. As soluções
reais aproximam-se do comportamento ideal em situações limites, como quando há uma diluição muito grande no sistema.

O potencial químico de uma espécie J, presente em uma solução real deve ser descrita em termos de sua atividade, a.

θ
μJ = μ + RT lnaJ
J
Sendo:

μJ = potencial químico da espécie J em solução

μJθ = potencial químico padrão de J

R = constante do gás ideal = 8,314 J.mol-1.K-1

T = temperatura do sistema em Kelvin

aJ = atividade da espécie J

Conheça agora um pouco sobre as principais diferenças entre as soluções ideais, diluídas e reais. Vamos lá!
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

Lei de Henry em termos de concentração molar do soluto

Lei de Henry em termos de concentração molar do soluto

Soluções reais: atividades de solvente e soluto

Soluções reais: atividades de solvente e soluto

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. A LEI DE RAOULT APLICADA PARA SOLUÇÕES IDEAIS CONSTITUI UMA EXCELENTE RELAÇÃO MATEMÁTICA PARA A PRESSÃO
DE VAPOR DO SOLVENTE, PRINCIPALMENTE EM SOLUÇÕES DILUÍDAS. UMA SOLUÇÃO PREPARADA COM ETANOL, APRESENTA
FRAÇÃO MOLAR DO SOLVENTE IGUAL A 0,93. CONSIDERANDO QUE A PRESSÃO DO ETANOL PURO NESSAS CONDIÇÕES É IGUAL
A 450 TORR, QUAL A PRESSÃO DE VAPOR DO ETANOL NA SOLUÇÃO?

A) petanol = 484 torr

B) petanol = 34 torr

C) petanol = 484 torr

D) petanol = 418,5 torr

E) petanol = 31,5 torr

2. A ÁGUA CARBONATADA, TAMBÉM CONHECIDA COMO ÁGUA GASEIFICADA, CONTÉM O GÁS CO2 DISSOLVIDO. COM O
OBJETIVO DE PRODUZIR ÁGUA GASEIFICADA, UMA MÁQUINA DE CARBONATAÇÃO OPERA COM UMA PRESSÃO DE CO2 60KPA

SOBRE A ÁGUA PURA. A CONSTANTE DE HENRY PARA A CONCENTRAÇÃO DE CO2 EM ÁGUA A 25°C É DE 3,39 X 10-1 MOL. M-3.

KPA-1. INDIQUE A ALTERNATIVA QUE MOSTRA A CONCENTRAÇÃO DE CO2 NA ÁGUA GASEIFICADA PRODUZIDA A 25°C.

A) [CO2] = 20, 34 mol.m-3

B) [CO2] = 10, 17 mol.m-3

C) [CO2] = 4,91 x 10-2 mol.m-3

D) [CO2] = 9,82 x 10-2 mol.m-3


E) [CO2] = 3,31 x 10-1 mol.m-3

GABARITO

1. A Lei de Raoult aplicada para soluções ideais constitui uma excelente relação matemática para a pressão de vapor do solvente, principalmente em soluções
diluídas. Uma solução preparada com etanol, apresenta fração molar do solvente igual a 0,93. Considerando que a pressão do etanol puro nessas condições é
igual a 450 torr, qual a pressão de vapor do etanol na solução?

A alternativa "D " está correta.

Aplicando-se a Lei de Raoult, temos: petanol = 0,93 × 450 torr = 418,5 torr

2. A água carbonatada, também conhecida como água gaseificada, contém o gás CO2 dissolvido. Com o objetivo de produzir água gaseificada, uma máquina de

carbonatação opera com uma pressão de CO2 60kPa sobre a água pura. A constante de Henry para a concentração de CO2 em água a 25°C é de 3,39 x 10-1 mol.

m-3. kPa-1. Indique a alternativa que mostra a concentração de CO2 na água gaseificada produzida a 25°C.

A alternativa "A " está correta.

Aplicando a Lei de Henry para a concentração do soluto no meio aquoso, teremos:


−1 −3
[ B]= KH pB →[CO2 ]= 3,39 x 10 x 60 = 20,34 mol. m

MÓDULO 4
 Descrever as propriedades coligativas

POTENCIAL QUÍMICO DAS SOLUÇÕES IDEAIS


Propriedades coligativas são propriedades de uma solução que dependem da concentração de partículas do soluto e não da sua natureza.

 COMENTÁRIO

Cada uma dessas propriedades depende da diminuição da tendência de escape das moléculas do solvente, da fase líquida para a fase sólida ou para a fase vapor. Essa
diminuição da tendência de escape ocorre pela adição das partículas do soluto ao solvente na fase líquida.

As propriedades coligativas estão relacionadas com a diminuição do potencial químico do solvente na presença de um soluto, ou seja, o solvente na solução possui um
potencial químico menor em comparação ao mesmo solvente puro.

*
μA = μ + RT ln xA
A

Sendo:

μA → potencial químico do solvente na solução

μ
*
A
→ potencial químico do solvente puro

R → constante do gás ideal = 8,314J.mol-1.K-1

T = temperatura em Kelvin

xA = fração molar do solvente na solução


Por se tratar de uma solução, temos xA < 1. Assim, lnxA tem valor negativo. Matematicamente, teremos:

PROPRIEDADES COLIGATIVAS
Em virtude da maior estabilidade do solvente quando em uma solução, há uma alteração das condições de temperatura para a mudança de fase do solvente de líquido para
vapor ou de líquido para sólido. Assim, temos alterações nas propriedades físicas do solvente pelo fato de que em solução estão presentes partículas de soluto não volátil.

As propriedades coligativas incluem:

abaixamento da pressão do vapor;

elevação do ponto de ebulição;

abaixamento do ponto de congelamento;

pressão osmótica.

Vamos entender essas propriedades?


ABAIXAMENTO DA PRESSÃO DO VAPOR
A tonoscopia ou tonometria é o estudo do abaixamento de pressão máxima de vapor de um líquido, que é ocasionado pela dissolução de um soluto não volátil.

A pressão de vapor de um líquido puro é a pressão exercida por suas moléculas na fase vapor no interior de um sistema fechado. Observa-se que ao adicionar um soluto
não volátil a esse solvente (formando uma solução) há uma redução da pressão de vapor exercida pelas moléculas, em virtude de haver, nessa situação, menos moléculas
na fase vapor.

Imagem: Shutterstock

Assim, temos:

*
pA < p
A

Sendo:

pA → pressão de vapor do solvente na solução


p
*
A
→ pressão de vapor do solvente puro

O valor da pressão de vapor da solução formada com soluto não volátil atende à Lei de Raoult, isto é:

*
pA = xA p
A

Sendo:

pA = pressão de vapor da solução

pA* = pressão de vapor do solvente puro

xA = fração molar do solvente na solução

A variação de pressão, Δp, que representa um abaixamento da pressão de vapor, em virtude da presença de soluto pode ser calculada como:

* * * *
Δp = p − pA = p − xA p = p (1 − xA )
A A A A

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Veja o exemplo a seguir:

Pergunta

Calcule a pressão de vapor de uma solução preparada com a adição de 0,5 mol de sacarose em 171 gramas de água pura. Qual o abaixamento da pressão de vapor

associado? A água pura na condição de temperatura do sistema apresenta uma pressão de vapor de 500 torr. A massa molar da água é de 18 g.mol-1.
RESOLUÇÃO
Em primeiro lugar, devemos calcular a fração molar da água na solução.

171 g
ná gua = −1
= 9,5 mols de á gua
18 g.mol

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

n á gua 9,5 9,5


x = = = = 0,95
á gua ( n á gua+n sacarose ) 9,5+0,5 10

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Para calcular a pressão de vapor, vamos aplicar a Lei de Raoult:

pA = 0,95 × 500 torr = 475 torr

A redução de pressão associada à presença de soluto será:

Δp = 500 torr − 475 torr = 25 torr

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

ELEVAÇÃO DO PONTO DE EBULIÇÃO


Ebulioscopia ou ebuliometria é o estudo da elevação da temperatura de ebulição de um líquido, ocasionado pela dissolução de um soluto não volátil. Essa propriedade
está bem relacionada com a redução da pressão de vapor do solvente na solução, tendo em vista que a temperatura de ebulição é a temperatura na qual a pressão de
vapor da solução se iguala à pressão externa. Como a pressão de um soluto não volátil diminui a pressão de vapor da solução, é necessária maior temperatura para o
líquido iniciar a sua ebulição.

Imagem: Shutterstock

O aumento da temperatura de ebulição, ΔTe, é dado por:

*
ΔTe = Te − Te

Sendo:

T e → temperatura de ebulição do líquido na solução

T e * → temperatura de ebulição do líquido puro

Existe uma relação entre a elevação da temperatura de ebulição e a quantidade de soluto presente, dada pela sua molalidade (m):
Sendo:

K e = constante ebulioscópica ou ebuliométrica do solvente

α = grau de dissociação ou de solubilização da espécie no solvente

i = fator estequiométrico para os íons presentes na solução

O fator “i” representa um fator multiplicativo das espécies na forma de soluto (íons) quando ocorre a dissociação de um sal. O fator α representa o grau de dissociação ou de
solubilização da espécie no solvente.

Por exemplo, para o sal NaCl, que é um sal muito solúvel, se solubiliza em 100%, temos α = 1.

Para o NaCl, temos a seguinte equação para a sua dissociação em meio aquoso:
+ −
NaCl ( s ) + H2 O ( l ) → Na + Cl
( aq ) ( aq )

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Observe que para cada mol de NaCl há dois mols de íons diluídos no meio: 1 mol de Na+ (aq) e 1 mol de Cl- (aq). Assim, para esse caso, o fator i = 2.

Em uma solução hipotética preparada a partir de uma solução 1 mol.kg-1 de NaCl haverá 2 mol.kg-1 de partículas de soluto, em virtude da liberação de íons Na+ (aq) e Cl-
(aq).
No caso do NaCl, teremos, para o cálculo de ΔTe:

ΔTe = Ke m . α. i → ΔTe = Ke m × 1 × 2

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

A variação de temperatura associada à presença de um soluto também pode ser calculada em função da fração molar do soluto presente através da relação aproximada:
*2
R . Te
ΔTe ≈ . α. i. xB
ΔHv

Sendo:
−1
R → constante do gás ideal = 8,314 J. mol .K
−1

*
Te → temperatura de ebulição do líquido puro, em Kelvin
−1
ΔHv → variação de entalpia de vaporização do líquido em J. mol

xB → fração molar do soluto

Veja o exemplo a seguir:

Pergunta

Uma solução preparada com 1 mol de sacarose em 180 gramas de água apresenta a temperatura de ebulição mais elevada em relação à temperatura de ebulição da água
pura. A sacarose tem solubilização total e não libera íons em solução, tendo em vista se tratar de um composto covalente (α = 1; i = 1). Calcule a variação de temperatura de

ebulição para essa solução utilizando: a) a constante ebuliométrica da água (Ke = 0,51 K.kg.mol-1); b) a fração molar do soluto e a variação de entalpia de vaporização da

água (ΔHv = 44000 J.mol-1).

RESOLUÇÃO
A) Primeiro, calculamos a molalidade do soluto:
n soluto 1 mol −1
m = = = 5,555 mol. kg
massa do solvente ( kg ) 0,18 kg
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Com a molalidade do soluto, calculamos a elevação da temperatura de ebulição:


−1 −1
ΔTe = Ke m. α. i = 0,51 K. kg. mol . 5,555 mol. kg = 2,83K

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sabendo que o ponto de ebulição da água pura é 100°C ou 373,15K, a temperatura de ebulição para essa solução será:

Te = 373, 15K + 2, 83K = 375, 98K ou 102, 83°C

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

B) Antes, calculamos o valor da fração molar do soluto:


1 mol ( sacarose ) 1
n soluto
xB = = = = 0,0909
n total 180 g ( á gua ) 11
1 mol ( sacarose ) + ( )
−1
18 g.mol

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Com a fração molar do soluto, temos:


2
*2
R . Te 8,314 (373,15)
ΔTe ≈ xB → 0,0909 = 2,4K
ΔHv 44000

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Observe que os valores são aproximados para a variação da temperatura de ebulição, seja pelo cálculo a partir da constante ebulioscópica, seja com a utilização dos dados
termodinâmicos para o solvente. Em termos práticos, utiliza-se a constante ebulioscópica para a maioria dos problemas envolvendo o aumento da temperatura de ebulição
de uma solução.
ABAIXAMENTO DO PONTO DE CONGELAMENTO
Crioscopia ou criometria é o estudo do abaixamento do ponto de congelamento de um solvente, quando se adiciona a ele um soluto não volátil.

Imagem: Shutterstock

Em relação ao ponto de congelamento de uma solução, é possível afirmar que a solução apresentará sempre ponto de congelamento menor do que o ponto de
congelamento do solvente puro. Esse fato é explicado pela diminuição da tendência de o solvente mudar do estado líquido para o estado sólido, na presença de um
soluto.

De maneira análoga à elevação do ponto de ebulição, existem equações que relacionam a variação de temperatura de congelamento com a quantidade de soluto presente
na solução.

A diminuição da temperatura de congelamento (ou de solidificação), ΔTf, é dada por:

*
ΔTf = T − T
f f

Sendo:
Tf → temperatura de congelamento do l quido na solu í çã o

T

f
→ temperatura de congelamento do l quido puro í

 IMPORTANTE

Importante observar que, pela fórmula apresentada, a quantidade ΔTf será positiva, mas representa uma redução na temperatura de congelamento. Assim, por exemplo,

um ΔTf de 2K representa uma redução de dois graus Kelvin na temperatura de congelamento.

Existe uma relação entre a diminuição da temperatura de congelamento e a quantidade de soluto presente, dada pela sua molalidade (m):

ΔTf = Kf m. α. i

Sendo:

Kf = constante criosc ópica

De maneira similar à elevação da temperatura de ebulição, existe uma relação entre a variação da temperatura de congelamento e a variação de entalpia de fusão do
líquido, ΔHf:

*2
R . T
f
ΔTf ≈ . α. i. xB
ΔHf

Sendo:
−1
R → constante do g á s ideal=8,314 J . mol .K
−1

T
*
f
í
→ temperatura de congelamento do l quido puro, em Kelvin

ΔHf → varia çã o de entalpia de fusã o do líquido em J . mol −1

xB → fra çã o molar do soluto

Vamos repetir os exemplos anteriores, com a mesma solução, mas agora para calcular a variação de temperatura de congelamento.
Veja o exemplo:

Pergunta
Uma solução preparada com 1 mol de sacarose em 180 gramas de água apresenta a temperatura de congelamento reduzida em relação à temperatura de congelamento da
água pura. A sacarose tem solubilização total e não libera íons em solução, tendo em vista se tratar de um composto covalente (α = 1; i = 1). Calcule a variação de

temperatura de congelamento para essa solução utilizando: a) a constante crioscópica da água (Kf = 1,86 K.kg.mol-1); b) a fração molar do soluto e a variação de entalpia de

vaporização da água

(ΔHf = + 6012 J.mol-1).

RESOLUÇÃO
a) Primeiro, calculamos a molalidade do soluto:
n soluto 1 mol −1
m = = = 5 ,555 mol. kg
massa do solvente ( kg ) 0,18 kg

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Com a molalidade do soluto, calculamos a variação da temperatura de congelamento (lembre-se de que representa uma redução na temperatura de congelamento):
−1 −1
ΔTf = Kf m. α. i = 1,86 K. kg. mol . 5,555 mol. kg = 10,33K

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Sabendo que a água pura congela a 0°C ou 273,15K, A temperatura de congelamento para essa solução será:

Tf = 273, 15 K – 10, 33 K = 262, 82 K ou − 10, 33°C

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal


b) Devemos calcular o valor da fração molar do soluto:

n soluto 1 mol ( sacarose ) 1


xB = = = = 0,0909
n total 180 g ( á gua ) 11
1 mol ( sacarose ) + ( )
−1
18 g.mol

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Com a fração molar do soluto, temos:


2
*2
R . T 8,314 (273,15)
f
ΔTf ≈ . α. i. xB → 0,0909 = 9,4K
ΔHf 6012

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Observe que os valores são aproximados para a variação da temperatura de congelamento, seja pelo cálculo a partir da constante crioscópica, seja com a utilização dos
dados termodinâmicos para o solvente. Em termos práticos, utiliza-se a constante crioscópica para a maioria dos problemas envolvendo a redução da temperatura de
congelamento de uma solução.

PRESSÃO OSMÓTICA
A pressão osmótica está ligada ao processo de osmose. Vamos entender o que é a osmose?

 RESPOSTA
Osmose é a passagem de um solvente (líquido) através de uma membrana semipermeável (membrana que permite apenas a passagem do solvente), de um meio menos
concentrado (diluído) para o meio mais concentrado.

Uma membrana de uma célula é um sistema permeável à passagem de líquidos (solvente). O transporte passivo através da membrana de uma célula acontece através do
processo de osmose.

Imagem: Shutterstock.com

O processo de osmose ocorre até que as concentrações dos dois compartimentos se igualem. Ao deslocar o solvente do compartimento mais diluído para o mais
concentrado ocorre, gradativamente, uma elevação da concentração no meio diluído (em virtude da perda de solvente) e de um aumento da diluição do compartimento mais
concentrado (em virtude do aumento na quantidade de solvente). Esse deslocamento de solvente acarretará igualdade de concentrações em algum momento do processo.

 COMENTÁRIO

A osmose é interrompida quando a igualdade de concentração é alcançada. Mas também é possível cessar o processo de osmose, aplicando-se uma pressão adequada ao
compartimento mais concentrado. Essa pressão de equilíbrio ao processo de osmose é denominada pressão osmótica.
Assim, a pressão osmótica é a pressão que se deve aplicar à solução mais concentrada para não deixar o solvente atravessar a membrana semipermeável, ou seja, para
impedir o processo de osmose.

A osmoscopia ou osmometria é a medida da pressão osmótica das soluções. Essa pressão é deduzida por uma relação matemática bastante simples:

Π =[soluto]⋅R ⋅ T ⋅ α. i

Sendo:

Π = constante ebuliosc ópica ou ebuliomé trica do solvente, Pa


3
[soluto]= molaridade em n úmero de mols do soluto por m (n. m
−3
)

α = grau de dissociaçã o ou de solubilizaçã o da espé cie no solvente

i = fator estequiom é trico para os íons presentes na soluçã o


−1
R = constante do g á s ideal, 8,314 J. mol .K
−1

Imagem: Atkins e De Paula, 2017, p. 131


Veja os exemplos:

Pergunta 1

Calcule a pressão osmótica de uma solução de sacarose com concentração 10 mols.m-3 a uma temperatura de 30°C.

RESOLUÇÃO
A sacarose é um açúcar muito solúvel e não iônico. Assim α = 1 e i = 1:

Π =[soluto]⋅R ⋅ T ⋅ α. i → Π = 10 × 8,314 × 303 → Π = 25191 Pa

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Pergunta 2

Calcule a pressão osmótica de uma solução salina preparada pela dissolução de 30 mols de cloreto de sódio (NaCl) em um volume total de solução de 1000 litros (1m3) em
uma temperatura de 50°C.

RESOLUÇÃO
O cloreto de sódio é um composto iônico que ao se dissociar libera o dobro de espécies e relação ao composto não dissociado.

Assim α = 1 e i = 2. A temperatura é de 50°C ou 323K:


Π =[soluto]⋅R ⋅ T ⋅ α. i → Π = 30 × 8,314 × 323 × 2 → Π = 161125 Pa

Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal

Conheça agora um pouco sobre as propriedades coligativas e os parâmetros físico-químicos relacionados, bem como aplicações dessas propriedades na área químico-
farmacêutica. Vamos lá!
VEM QUE EU TE EXPLICO!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.

Abaixamento do ponto de congelamento

Abaixamento do ponto de congelamento

Cálculo de pressão osmótica

Cálculo de pressão osmótica

VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. UMA SOLUÇÃO É PREPARADA PELA ADIÇÃO DE 0,5 MOL DE UM SOLUTO NÃO VOLÁTIL EM 99,5 MOLS DE ÁGUA. A PRESENÇA
DE UM SOLUTO PROMOVE ABAIXAMENTO DO POTENCIAL QUÍMICO, AUMENTO DA ENTROPIA E AUMENTO DA ESTABILIDADE DO
MEIO LÍQUIDO. A ÁGUA PURA, NAS MESMAS CONDIÇÕES DA SOLUÇÃO, POSSUI PRESSÃO DE VAPOR DE 380 TORR. INDIQUE A
ALTERNATIVA QUE MOSTRA O ABAIXAMENTO DA PRESSÃO VAPOR EM VIRTUDE DA ADIÇÃO DO SOLUTO.

A) Δp = 1,9 torr

B) Δp = 190 torr

C) Δp = 0,5 torr

D) Δp = 99,5 torr

E) Δp = 99 torr

2. A PRESSÃO OSMÓTICA CORRESPONDE A UMA PRESSÃO APLICADA AO SISTEMA DE FORMA QUE HÁ UMA INTERRUPÇÃO DO
DESLOCAMENTO ESPONTÂNEO DO SOLVENTE DO MEIO MAIS DILUÍDO PARA O MEIO MAIS CONCENTRADO, PROCESSO
CONHECIDO COMO OSMOSE. UMA SOLUÇÃO DO AÇÚCAR FRUTOSE, QUE É UM COMPOSTO COVALENTE E QUE NÃO SE
DISSOCIA, É PREPARADA COM A DISSOLUÇÃO TOTAL DE 15 MOLS DA SUBSTÂNCIA EM 2000 LITROS DE SOLUÇÃO (2 M3), SOB
UMA TEMPERATURA DE 27 °C. INDIQUE A OPÇÃO QUE MOSTRA A PRESSÃO OSMÓTICA ASSOCIADA A ESSA SOLUÇÃO. DADOS: R
= 8,314 J.MOL-1.K-1

A) Π = 37413Pa

B) Π = 3367Pa

C) Π = 1684Pa

D) Π = 18706Pa
E) Π = 2000Pa

GABARITO

1. Uma solução é preparada pela adição de 0,5 mol de um soluto não volátil em 99,5 mols de água. A presença de um soluto promove abaixamento do potencial
químico, aumento da entropia e aumento da estabilidade do meio líquido. A água pura, nas mesmas condições da solução, possui pressão de vapor de 380 torr.
Indique a alternativa que mostra o abaixamento da pressão vapor em virtude da adição do soluto.

A alternativa "A " está correta.

A variação de pressão, Δp, é calculada a partir da fração molar do solvente na solução. Assim:

99,5
*
Δp = p − p → Δp = 380 − 380 × = 1,9 torr
100

2. A pressão osmótica corresponde a uma pressão aplicada ao sistema de forma que há uma interrupção do deslocamento espontâneo do solvente do meio mais
diluído para o meio mais concentrado, processo conhecido como osmose. Uma solução do açúcar frutose, que é um composto covalente e que não se dissocia,

é preparada com a dissolução total de 15 mols da substância em 2000 litros de solução (2 m3), sob uma temperatura de 27 °C. Indique a opção que mostra a

pressão osmótica associada a essa solução. Dados: R = 8,314 J.mol-1.K-1

A alternativa "D " está correta.

A partir dos dados do problema, podemos aplicar a equação para o cálculo da pressão osmótica:

T = 27 + 273 = 300 K

α=1

i=1
[soluto] = 7,5 mol.m3

Π =[soluto]⋅R ⋅ T ⋅ α. i → Π = 7,5 × 8,314 × 300 = 18706 Pa

CONCLUSÃO

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, verificamos o conceito de diagramas de fases e de sua importância para a identificação das condições de prevalência de uma fase sobre as demais, em
uma substância pura, sob diferentes condições de pressão e temperatura do sistema.

O menor potencial químico, associado a uma fase, é o critério de prevalência e de estabilidade. A importância do potencial químico não reside apenas nos diagramas de
fases. Vimos esse parâmetro no comportamento termodinâmico das misturas e nas soluções. As soluções ideais utilizam a Lei de Raoult para a determinação da pressão de
vapor do solvente, enquanto a Lei de Henry é aplicada em solutos em soluções diluídas ideais.

As propriedades coligativas também são explicadas pelo menor potencial químico das soluções em relação ao solvente puro, permitindo maior estabilidade da fase líquida
quando há a presença de um soluto não volátil. Essas propriedades são: o abaixamento da pressão de vapor, a elevação da temperatura de ebulição, a diminuição da
temperatura de congelamento e a pressão osmótica.
AVALIAÇÃO DO TEMA:

REFERÊNCIAS
ATKINS, P; DE PAULA, J. Físico-Química – Fundamentos. 6. ed. Rio de Janeiro: Grupo GEN, 2017.

EXPLORE+
Busque por vídeos sobre Propriedades Coligativas na internet para mais informações sobre o assunto estudado.
CONTEUDISTA
Bruno Cavalcante Di Lello

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