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EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO NO SOLO;

CLASSIFICAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS QUANTO AO


SEU TRANSPORTE; PROCESSOS QUE
CONTROLAM O TRANSPORTE DE
CONTAMINANTE
EFEITOS DA CONTAMINAÇÃO NO
SOLO
 SOLO
 Produto do intemperismo – clima, relevo, vegetação,
material de origem e tempo
 Tipo de solo (transportado ou residual)

 Características físico-químicas
 Heterogêneo, anisotrópico, propriedades variam com o nível
e história de tensões
 Ambientalmente dependente - clima, condições de
drenagem, composição química das águas superficiais e
subterrâneas
 Qualquer alteração no sistema geoquímico
desencadeia processos e reações na busca de nova
condição de equilíbrio.
 Engenharia solo equilibrado com o ambiente
 Três fases:
 Sólida – minerais e matéria orgânica
 Líquida - água (sais dissolvidos)
 Gasosa – ar (oxigênio, nitrogênio, gás carbônico, etc.)
 Gás carbônico acidifica o meio

 Difusão de gás é 10.000 mais lenta que na água


Em geral, se determina a umidade os pesos específicos dos grãos
e do solo úmido.
Os demais índices são obtidos indiretamente.
 Pesquise e responda:
 Qual a faixa de porosidade esperada para solos de
textura arenosa, siltosa e argilosa?
 Informe quem pode ter valor superior a 1 (índice de
vazios ou porosidade). Justifique a sua resposta.
 Considerando os índices físicos porosidade e índice de
vazios – indique qual seria o aplicado para o estudo
de deformações.
 Relacione a saturação com a permeabilidade do solo.

 Faça uma tabela com o peso específico real dos grãos


considerando diferentes minerais.
 Argilominerais são os principais colóides presentes no
solo
 Partícula cujo comportamento é controlado por forças de
superfície, ou seja, estas preponderam sobre as forças de
massa
 Dimensões de 1nm a 1mm – superfície específica maior ou
igual a 25 m2/g
 Carga elétrica elevada à superfície
 Imperfeições ou substituições iônicas no retículo cristalino
 Íons formam camada adsorvida à superfície e podem ser trocados
mantendo equilíbrio de cargas
 Tetraedros de Silício
(trapézio)

 Octaedros de Alumínio
(retângulo)

 Ligações entre camadas


tetraédricas e
octaédricas –
compatilhamento de
átomos (ligação forte)
 Três grupos principais
 Caolinita – (1:1) – carga elétrica negativa e fraco
poder de retenção para a água – baixa
expansibilidade e plasticidade – 7A
 Esmectita/Montmorilonita – (2:1) – carga elétrica
elevada, altamente expansiva e plástica (Na , Ca
entre as camadas) – 14A
 Ilita – (2:1) – intermediárias com K entre as camadas
– 10 A
 Na superfície
 Carga elétrica negativa – atrai cátions e água
 Carga elétrica positiva – atrai ânions

 Ocorre a troca dos íons


 Cátions de maior valência
 Íon de menor raio iônico (para mesma valência)

 Excesso do íon (concentração)

 Tipo de argilomineral

 Afinidade

Alumínio, magnésio, cálcio, sódio,potássio


 Água é um composto polar
 Um oxigênio de carga negativa
 Dois hidrogênios de com cargas positivas

 Distribuídos diametralmente

 A água é atraida e fixada na argila por


 Absorção – dentro da rede cristalina – ligação forte
 Adsorção – na dupla camada de íons

 Livre
 Ligação entre as
partículas – se reflete na
estrutura
 Dispersa ou agregada
 Defloculada ou floculada

 Estrutura
 Caras existentes nas
partículas de argila
 Moléculas de água
polares e íons em solução
 Atração água-argila
 Pontes de hidrogênio
 hidrogênio da água é atraído pelo oxigênio da partícula
 oxigênio da água é atraído pela hidroxila (água-partícula)

A adesão da água a argila é menor quanto mais


distante estas se encontrarem
 Em presença de solução intersticial
 Cátions atraem ânions da solução para superfície
 Próximo a superfície maior concentração de íons e
difusão para equilibrar
 Espessura da dupla camada
 Aumenta
 Acréscimode temperatura
 Aumento da constante dielétrica do fluido (água =80, água
salgada = 1000, benzeno 2, etanol - 35)
 Redução na concentração de cátions
 Tamanho do íon hidratado
 pH
 Adsorção cátions
 OS EFEITOS DA DUPLA CAMADA SÃO PERCEBIDOS
QUANTO MAIOR FOR O PERCENTUAL DE ARGILA
DO SOLO
 Solo não saturado
 Menisco ar-água – devido a tensão superficial
 Poros maiores “esvaziam mais rapidamente” do que
pores menores
 O movimento da água ocorre:
 Vapor de água nos poros maiores (vazios)
 Fluxo de água nos poros menores (saturados)

 Permeabilidade aumenta com a saturação


Processo de interação solo-
contaminante"
 Interação com o contaminante
 variações do pH (presença de substâncias
ácidas/alcalinas)
 aumento da temperatura (decomposição do lixo),

 mudança no estado redox do meio


(inundação/aeração,reversão das condições de
drenagem, etc.)
 variação da concentração eletrolítica da solução
intersticial (salinização/dessalinização)
 Conjunto de mecanismos e reações internas
decorrentes da passagem de espécies químicas
através do solo
 Mudança nos dois agentes envolvidos
 Solo
 Alteração do arranjo estrutural e/ou na composição química
e mineralógica
 Alteração propriedades do solo

 Contaminante
 Atenuaou acelera o avanço da espécie química medido
pela velocidade de avanço da espécie no solo
PROCESSOS SOLO-ÁGUA-
CONTAMINANTE
 Estado estável – não muda com o temo
 Retardo – contaminantes contidos, chegando no
destino após tempo previsto e/ou conc. Reduzida
 Transformação – contaminante transformado em
outro composto atravéz de reações ou mudam de
fase
 Aumento – contaminante é liberado e/ou movem-se
rapidamente
DESCRIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS
PRINCIPAIS MECANISMOS
 Prever avanço com o tempo do contaminante
através do solo
 Fluxo nos poros interligados ou trincas e fissuras
 gradientes hidráulicos (advecção)
 gradientes de concentração química (difusão)

 Efeito benéfico
 retardamento (processos acumulativos)
 atenuação (perda da toxicidade)

 Principais reações
precipitação/solubilização
(dissolução)
 precipitação (líquido-solo)
 Produção de um sólido a partir de 2 subst. dissolvidas
 Ocorre em duas fases – nucleação e crescimento

 Surge nova substância na superfície do solo ou solução


do solo
 Insolúvel
 Solúvel

 dissolução/solubilização (solo-líquido)
 Agentes de ligação, argilominerais, óxidos e hidróxidos
 Depende das condições de subsaturação /
supersaturação e do pH
 Metais
 Reagem com carbonatos - precipitando e co-
precipitando como carbonatos naturais
 pH alto os íons metálicos aquosos são hidrolisados –
precipitando como hidróxido metálico
Reações de oxi-redução
 Trata-se de reações extremamente lentas
 Eh baixo ou negativo → favorece a existência de
espécies reduzidas
 Eh alto → favorece a existência de espécies
oxidadas
 Valores típicos
 solos oxídicos → Eh=+300 a +800 mV
 solos anaeróbicos → Eh=-414 a +118mV

 aceleradas pelos microorganismos


 elementos mais afetados: C, N, O, S, Fe e Mn.
Reações ácido/base
 As reações ácido-base
 pH < 7 - predominância de íons [H+]
 pH = 7 - equilíbrio (neutro)

 pH > 7 - predominância de íons [OH-]

 Capacidade tampão do solo


 resistênciaa grandes variações do pH, através de
diferentes mecanismos
Nota
 reações ácido-base e as reações redox podem ser
mais convenientemente consideradas como" estado"
do solo (pH/Eh) do que como reações químicas
propriamente ditas
 os mecanismos de interação solo-contaminante
estão relacionados às variações do pH e Eh
Complexação/quelação
 Ligações covalentes
 cátion (geralmente metais) → cátion ou átomo central

 ânions ou moléculas (moléculas orgânicas ou inorgânicas)→


ligantes
 os ligantes inorgânicos - OH-, Cl-, SO4-, CO3-, PO3-2 e CN
 A ordem de estabilidade, função do pH:
Cu+2 > Fe+2 = Al+3 > Pb+2 > Ni+2 > Co+2 = Mn+2 > Zn+2
 insolúveis (precipitação)
 solúveis (avançam no solo pq não são adsorvidos)
Sorção/Dessorção
 Transferência generalizada do soluto (íon ou
molécula) – reações de superfície que formam
novas substâncias
 Adsorção física - retenção de moléculas, átomos ou
íons na superfície de um sólido ou líquido por forças
de natureza eletrostática
 Quimissorção - processo de adsorção em que se
formam ligações químicas entre as moléculas e uma
superfície sólida. Estas ligações são mais fortes do
que na adsorção física
 Absorção - processo que envolve líquido a
penetração da substância' no corpo de um sólido
ou líquido
 Troca iônica - processo em que os íons hidratados
móveis de um sólido são trocados, equivalente, por
íons de mesma carga em solução. No solo
predomina a troca catiônica, mas também pode
ocorrer a troca aniônica, principalmente na
presença de óxidos hidratados de Fe e AI
 O pH determina a densidade de carga negativa
na superfície das partículas sólidas e,
consequentemente, influencia a CTC (capacidadede
troca catiônica) do solo
 Na prática difícil diferenciar a precipitação e a
sorção – este termo designa os mecanismos que
resultam em transferência da espécie química da
fase líquida para a fase sólida, e "dessorção" para
designar o processo inverso
Processos Microbiológicos – bio
fixação e biodegradação
 catalisadores de reações de oxi-redução
 transforma algumas substâncias (S, metais, etc...)
 solos com matéria orgânica
 Hidrólise
 Transformação química de alguns sais – formando
soluções ácidas ou básicas, porque ions destes reagem
com a hidroxila da água

 Volatilização
 Mudança de fase, passa para o ar
 Tendência do composto a torna-se gás
CINÉTICA QUÍMICA
 nem toda a superfície das partículas sólidas está
exposta à presença da espécie química que
atravessa o solo
 Velocidade avanço incompatível com a velocidade
da reação
 não se estabeleça uma condição de equilíbrio
químico no interior do solo – dificulta a modelagem
 Rubin (1983) classificação das reações químicas em
categorias:

REAÇÕES QUÍMICAS
Nível A Suficientemente rápida e reversível Insuficientemente rápida e/ou
irreversível
Nível B Homogênea Heterogênea Homogênea Heterogênea
Nível C Superfície Clássica Superfície Clássica
Classe I II III IV V VI
 Nível A
 rápida e reversível - soluto está em equilíbrio químico com a fase sólida
durante o seu trajeto
 insuficientemente rápida e/ou irreversível – velocidade de avanço maior
que as das reações ou reações irrersíveis
 Nivel B
 reações homogêneas ocorrem apenas na fase líquida
 reações heterogêneas envolvem a fase líquida e a fase sólida
 Nível C
 reações de superfície
 reações clássicas (ligações químicas: precipitação/dissolução;
complexação)

EFEITOS NO SOLO
 Metais
 troca catiônica com argilominerais, matéria orgânica e
óxidos metálicos (Fe, Mn e AI)
 complexação pela matéria orgânica

 reações redox

 processos microbiológicos

 reações de precipitação/solubilização sendo o seu


comportamento fortemente influenciado pelas condições de
pHe Eh do solo
 Tendem a ficar retidos nas camadas superficiais do solo
 Condições de pH e Eh – remobilizam
 Íons orgânicos e inorgânicos
 processos de sorção/dessorção com os argilominerais e
a matéria orgânica
 reações de complexação com a matéria orgânica

 processos microbiológicos

 Íons inorgânicos - alteram a concentração


eletrolítica da solução intersticial - novo equilíbrio
físico-químico no interior do solo
 Teoria da dupla camada difusa
 ácidos inorgânicos e orgânicos
 dissoluçãode carbonatos, óxidos de Fe e camadas
octaédricas de alumina dos argilominerais
 floculação dos argilominerais
 ácidos inorgânicos são mais fortes do que os ácidos
orgânicos
 bloqueio de poros (k↓) por partículas sólidas
liberadas pelas reações de dissolução ou, ao
contrário, da ocorrência de ruptura progressiva (k↑)
 bases inorgânicas e orgânicas
 dissoluçãode carmadas tetraédricas de sílica e, em
menor escala, de camadas octaédricas de alumina dos
argilominerais
SOLO
 Filtro  Água – veículo
 Capacidade de  Zona não saturadas
depuração e  Zonas saturadas
imobilização  Águas superficiais – alvo
 Processos físicos,
 Cresce a utilização de
químicos e biológicos
recursos hídricos de
 Limitado devido ao subsuperfície
efeito cumulativo
 Água mais limpa, mais
 Alterações da qualidade barata, mais saudável
 Poluentes atmosféricos

 Defensivos e fertilizantes

 Disposição de resíduos
 POLUENTES
 Toda substância de origem natural (metais, petróleo,
nitrato) ou antrópica (pesticidas, solventes,
radionuclídeos) que se acumula no solo e modifica o
equilíbrio natural
 Certas substâncias (metais pesados, nitrato, Al+3)
podem ser encontradas naturalmente no solo em
baixas concentrações
 Poluição x Risco
 Nem toda poluição representa risco ambiental
 Para que haja risco, a concentração do poluente deve
exceder um certo nível nível de toxicidade – padrão
de qualidade – resolução 420/09
 Contaminação
 Ocorre quando a concentração de poluentes atinge
níveis tóxicos a flora, fauna e ao homem em particular
 Bio disponibilidade
 Possibilidadede um poluente do solo entrar em contato
com um organismo vivo
 A bio disponibilidade depende:
 Concentração do poluente na solução
 Reatividade do solo (adsorção/desorção)
 Composição da solução
 Seletividade da extração ou absorção pelos organismos
vivos
 Condição fisiológica dos organismos vivos
 Toxicidade
 Concentração de um contaminante ultrapassa os
valores aceitáveis a saúde humana
 Aguda: exposição de curta duração a fortes doses de
contaminantes resultando efeitos irreversíveis sobre um
organismo humano
 Crônica: exposição repetida de um organismo a doses mais
baixas
 Para certas substâncias, é importante levar em
consideração a acumulação nos tecidos biológicos
CONTAMINAÇÃO DO SOLO
 Principais causas da poluição no solo
 percolação local e concentrada de poluentes (fontes
tópicas)
 disposições antigas
 aterros sanitários
 fossas, bacias de decantação
 áreas industriais (armazenamento e manipulação
impróprias de substâncias perigosas
 locais de acidentes no transporte de substâncias
perigosas
 percolação de substâncias por meio de
 infiltração de riachos e rios
 infiltração de efluentes líquidos de sistemas canalizados com vazamento
 percolaçãoda água das ruas
 entradas difusas de substâncias em áreas extensas por meio da
percolação a partir
 da adubação excessiva de áreas agricultáveis
 da aplicação imprópria de defensivos agrícolas e pesticidas
 de entradas de substâncias da atmosfera, carregadas pela precipitação
 infiltração de lagoas e bacias de armazenamento
 entrada direta de calor (ou retirada de calor por meio de poços
 Líquidos contaminantes
 Não são resíduos, são produtos ou subprodutos
 Podem ser dispostos, devem ser tratados

 Origem no solo: vazamento, derramamento

 Problema ambiental: transporte de contaminantes


CLASSIFICAÇÃO DE CONTAMINANTES

 Não existe uma classificação única para os


contaminantes, mas podem seguir alguns critérios:
 Em função do receptor: distinguir entre os poluentes
emitidos no ar, depositados nas águas ou no solo.
 Em função das propriedades físicas: poluentes na fase
líquida (orgânicos e inorgânicos), sólida ou em vapor
 Em função das propriedades químicas: ácidos ou
básicos, polares ou apolares, etc
 Em função do risco associado: combustíveis, inflamáveis,
reativos, inertes, tóxicos corrosivos
TIPOS DE CONTAMINANTES
 Microorganismos patogênicos: bactérias e vírus, que
causam uma série de doenças tais como hepatite,
encefalite, febre tifóide e problemas
gastoentestinais
 Compostos inorgânicos: cloretos, metais pesados
(poluentes minerais – nitratos, fosfatos, Cu, Pb, As,
Zn, radionuclídeos)
 Compostos orgânicos: centenas de substâncias
sintetizadas pela indústria petroquímica, que são
utilizados em diversos processos (poluentes
orgânicos: pesticidas, hidrocarbonetos, solventes)
Classificação das substâncias com
vistas ao seu transporte
 estado físico
 substâncias dissolvidas (com dispersão molecular, dispersão iônica ou
coloidal) - mescláveis;
 substâncias em suspensão (se comportam como as dissolvidas) –
mescláveis
 substâncias emulsionadas (líquidos não solúveis na água) – não
mescláveis
 comportamento de deposição e degradação
 conservadoras - substâncias perseverantes (cloretos, boretos – não
ligadas ao solo) e substâncias persistentes ou refratárias (ligadas a
estrutura do solo)
 substâncias degradáveis – quimicamente e biológicamente
 mescláveis
 parcialmente retidas na zona não saturada
 advecção - fluxo vertical e dependente das forças
capilares.
 velocidades de percolação - 20 mm/h para solos
arenosos a 5 mm/h para argiloso
 NA – superfície ou profundidade condições
hidrogeológicas locais.
 não mesclável
 Mais leves que a água - LNAPL
 Mais pesados que a água -DNAPL
 Fertilizantes – excedente fixa na porção sólida do
solo ou solubiliza e migra para posições inferiores a
zona radicular
 Macronutrientes principais: nitrogênio, fóstoro e
potássio
 Macronutrientes secundários: cálcio, magnésio e
enxofre;
 Micronutrientes: ferro, manganês, cobre, zinco, boro,
molibidênio e cloro
 Defensivos agrícolas
 Inseticidas
 Organoclorados: DDT, Aldrin, Dieldrin, Heptacloro
(persistentes)
 Organofosforados: menos persistente e mais seletivo
 Carbamatos: para insetos

 Fungicidas: sais de cobre e organomercuriais


 Herbicidas
 Derivados do arsênico
 Derivados de fenoxiacetico
 características hidrodinâmicas
 substâncias hidrodinamicamente neutras – mescláveis
(suspendidas ou dissolvidas e que não causam
alteração na densidade ou viscosidade do fluido)
 substâncias hidrodinamicamente ativas – alteram a
viscosidade ou densidade da água subterrânea
 substâncias não mescláveis (densidade e viscosidade
diferentes são transportadas como emulsão.
 Observe a resolução CONAMA 420/2009
 Indique quais as substâncias são listadas
 Observe a tabela e indique qual a que tem a
maior solubilidade em água

 Qual a relação solubilidade e miscibilidade


Processos que controlam o
transporte de contaminante

Processos Físicos Advecção


Dispersão Difusão molecular (gradiente de
Hidrodinâmica concentração)
Dispersão mecânica (função do
processo de advecção)
Processos Químicos PERDA ou GANHO Reações de Adsorção-Desorção
de massa de soluto Reações Ácido-Base
como resultado de Reações de Dissolução-Precipitação
reações químicas ou Reações de Oxidação-Redução
decaimento radiativo Reações Biológicas
Advecção
 deslocamento relativo de um material em relação a um
observador sob ação de forças
 advecção é o processo pelo qual o soluto é carregado pela
água em movimento mantendo constante a concentração da
solução
 velocidade própria do material ou do meio no qual ele está
sendo transportado, independentemente da composição
química.
F = C . Va
 F – fluxo da espécie química (ML2T-1);
 C – concentração da espécie química por unidade de volume de fluido percolado
(ML-3);
 va – velocidade linear de advecção (LT-1);
 va = v/
http://www.youtube.com/watch?v=981HT9FexA0
http://www.youtube.com/watch?v=D0VK5dPNUD0&f
eature=related
v = - k . i; velocidade aparente de Darcy (LT-1)
 = Vw/Vt ; teor de umidade volumétrica
i = - dh/dx; gradiente hidráulico (LL-1)
3
Vw – volume de água (L )
vt – volume total (L3)
k – coeficiente de permeabilidade do solo na direção do fluxo (LT-1)
h – carga hidráulica total (L)
x – distância na direção de fluxo (L)
 = n = Vv /Vt
 Fatores que influenciam o fluxo advectivo
 Condutividade hidráulica
 Líquido que permeia (viscosidade, densidade, pH)
 Propriedades físicas e químicas do solo (índice de vazios,
grau de saturação, umidade volumétrica, geometria dos
canais de fluxo, compactação)
 Interações físico-químicas (variação do pH, efeito da
dispersão e expansão da dupla camada, alteração da
CTC, dissolução)
 Menor em solos não saturados
 Se altera em função das reações que ocorrem durante o
fluxo
 Aumenta devido a dissolução
Dispersão Hidrodinâmica
 os íons/moléculas são dispersos no meio -
espraiamento e equalização das concentrações com
o tempo
 contaminante toma direções diferentes daquela do
fluxo, espalhando−se, misturando−se e ocupando
um volume de solução, maior daquele que ocuparia
se só o processo de advecção ocorresse
 pico de concentração diminui, enquanto a frente de
contaminante se desloca mais rapidamente.
 A dispersão hidrodinâmica tem duas componentes
no fluxo unidimensional:
 Difusão molecular (De) - gradiente de concentração
gerado no interior da massa do fluido durante o fluxo
 Mistura mecânica ou dispersão mecânica (Dm) -
movimento do fluido durante o fluxo advectivo, devido
a gradientes de velocidade
 Podem ocorrer simultaneamente
 Velocidades de fluxo baixa – dispersão mecânica baixa
 Velocidade de fluxo alto – difusão baixa
Dh = De + Dm

F = - Dh . (C/x)
Dh – coeficiente de dispersão hidrodinâmica da espécie química (L2T-1)
De – coeficiente de difusão molecular da espécie em meio poroso (L2T-1)
Dm – coeficiente de dispersão mecânica (L2T-1)
F – fluxo por dispersão hidrodinâmica em meio poroso (ML-2T-1)
x – distância da interface de maior concentração (L)
C – Concentração da espécie química em solução (ML-3).
Dispersão mecânica
 Relacionado a
advecção - causado
pelo movimento do
fluido, relacionado ao
 Tamanho dos poros
 Comprimento da
trajetória
 Atrito do poro
Dm =  . Va
F = - Dm . (C/x)

 - coeficiente de dispersividade (L)


va – velocidade média de advecção
F – fluxo por dispersão mecânica em meio poroso (ML-2T-1);
Dm – coeficiente de dispersão mecânica (L2T-1).
C/x - gradiente de concentração (ML-4);
Difusão molecular
 gradiente de concentração (energia
termocinética das moléculas/íons do fluido)
 moléculas ou íons se desloquem das regiões de
maior concentração para as de menor
concentração no interior da massa
F = - D0 . (C/x)
F – fluxo por difusão em solução livre (ML-2T-1)
D0 – coeficiente de difusão na solução livre (L2T-1)
C/x - gradiente de concentração (ML-4)
F = - De . C/x
F – fluxo por difusão molecular efetiva em meio poroso (ML-2T-1)
De – coeficiente de difusão efetiva da espécie em meio poroso (L2T-1)
C/x - gradiente de concentração (ML-4)
De = W . D0 (L2T-1)
W - coeficiente de tortuosidade (W<1)

D0 D0
(10 –6 cm/s) (10 –6 cm/s)
Cátion Ânion

H+ 56.7 81.70 93.10 OH- 25.60 44.9 52.70

Li+ 4.72 8.69 10.30 F- 12.10 14.60

Na+ 6.27 11.30 13.30 Cl- 10.60 17.10 20.30

K+ 9.86 16.70 19.60 Br- 10.50 17.60 20.10

Rb+ 10.60 17.60 20.60 I- 10.30 17.20 20.00

Cs+ 10.60 17.70 20.70 IO3- 5.05 8.79 10.60

NH4+ 9.80 16.80 19.80 HS- 9.75 14.80 17.30

Ag+ 8.50 14.00 16.60 S-2 6.95

Ti+ 10.60 17.00 20.10 HSO4- 13.30


 Difusão em solução livre  Difusão efetiva
(valores máximos)  Meio poroso é menor
 Raio molecular e massa da  Principalmente em solos
espécie finos
 Valência e raio iônico  Fator de tortuosidade,
 Composição química volume de fluido e
 Viscosidade
retenção na superfície
da partícula
 Constante dielétrica da
solução
 Temperatura e pressão
 Os íons mantém neutralidade enquanto a difusão
ocorre
 Solução de cloreto de sódio
 Sódionão vai difundir mais rápido que o cloreto
 Ou outro íon negativo do solo migre com o sódio

 Fatores que afetam coeficiente de difusão efetivo


 Grau de saturação - 10 a 20 vezes maiores em
condições saturadas
 Textura e estrutura – afetam a toturosidade
Número de Peclet
 número adimensional que procura relacionar a
efetividade do transporte de massa por advecção
em relação à dispersão ou difusão

Pe = (va . d)/D0
Pe – número de Peclet
D0 - coeficiente de difusão na solução livre (L2T-1)
va – velocidade média de advecção (LT-1)
d – diâmetro médio dos grãos (L)
d50 – para solos homogêneos
d10 – para solos finos
Termo de variação da massa com o
tempo
 Reações alteram a concentração de contaminantes
no solo
 Reações modeladas
 Adsorção-dessorção (sorção)
 Decaimento radioativo e biológico

 Reações não modeladadas


 dissolução

 precipitação
 redução-oxidação

 complexação
Decaimento radiativo/biológico
 diminuição da concentração do soluto causando
uma atenuação
 não necessariamente uma diminuição do movimento
da pluma
 .C
 é a constante de decaimento radiativo ou biológico (T-
1)

C é a concentração da espécie química na fase líquida


(ML-3)
Adsorção/Desorção
 Solutos passam a se mover mais lento/rápido do que
o fluxo da água devido as reações
 Movimento mais lento – retardamento
 Equação de modelagem:
 (d/n).(S/t)
S - quantidade da espécie adsorvida pelo solo (MM-1),
d - peso específico aparente seco (ML-3),
n - porosidade
t - tempo (T)
 Adsorção – sinal negativo
 Decréscimo da concentração na fase líquida
 Dessorção – sinal positivo
 Acréscimo da concentração na fase líquida
 Variação da sorção com o tempo
(S/t) = (S/C) . (C/t)
 S/C – é expressa em termos de isotermas de
sorção
 Sorção
 Inclui adsorção, quimissorção, precipitação
 Adsorção – forças químicas e físicas que serguram
o soluto no solo
 Retenção – sorção +precipitação
 Isotermas de adsorção
 Remoção de solutos da solução e sua concentração na
superfície do sólido
 Concentração do soluto remanescente em equilíbrio
com a fase sólida
 Modelagem da adsorção – mais frequentes por
meio de isotermas
 Linear

 Freundlich

 Langmuir

 polinômios
Isoterma Linear
 S = Kd . C
S - Massa de Soluto removido da
solução por unidade de massa
de sólido.[−]
Kd - Coeficiente de partição ou
distribuição, [M−1 L3]
C - Concentração de equilíbrio do
soluto (massa de soluto por
unidade de volume de poros
percolado, [M L3]
 Ocorre em baixas
concentrações
Isoterma de Langmuir
Isoterma de Freundlich
Coeficiente de Distribuição -Kd
 Isotermas de adsorção e ensaio de coluna – usadas
para a sua determinação
 Diminuição do avanço da frente de contaminação
Parâmetro Kd e as isotermas
a) Isoterma linear Kd = S/Ce
b) Isoterma de Langmuir  .
Kd 
1  .Ce 2

c) Isoterma de Freundlich Kd = KNCeN-1


Fator de retardamento
 Solutos não reativos – Rd = 1
 Solutos reativos – Rd > 1
d
Rd  1  .K d
n

Rd – fator de retardamento (ML-3T-1);


Kd - coeficiente de partição ou distribuição (L3M-1);
d – peso específico aparente seco do solo (ML-3);
n – porosidade.
Compatibilidade
 Percolação contaminante solo
 Altera propriedades – plasticidade, estrutura,
permeabilidade, compressibilidade ou resistência
 Dissolvem os minerais do solo – condições extremas

 Compatibilidade – constância das propriedades do


solo durante a percolação do contaminante
 Espessura da dupla camada difusa
 Varia diretamente com a raiz quadrada da constante
dielétrica e da temperatura
 Inversamente com a valência

 Com a raiz quadrada da concentração eletrolítica

 Influência do fluido na permeabilidade


 Concentração eletrolítica alta – menos espessas as
duplas camadas e menores as forças de repulsão, mais
floculada a estrutura e maior a permeabilidade
 Substâncias orgânicas
 Solubilidade na água, a constante dieléetrica, a
polaridade e concentração
 Puros – contração e trincamento das argilas – aumento
da permeabilidade
 Soluções diluidas – não afetam a permeabilidade
Pluma de contaminação e
modelagem
 Pluma – extensão da contaminação
 Previsão
 avaliação
de risco
 Modelagem em solo
 Bastante restritiva – tem sido utilizada com bons resultados
em casos reais em que o fluxo é unidimensional em solo
saturado (não é a condição real)
 Solos sem alteração volumétrica e reações de adsorção
 Modelagem
 Movimento vertical da água e poluente pela zona
insaturada
 Delimitação da pluma com modelos bi ou
tridimensionais para solo saturado
 Os modelos são acoplados por meio da balanço de
massas
 Modelos complexos exigem um número maior de
parâmetros e uma etapa maior de calibração e
processamento
 Estimativa dos parâmetros é a ponto fraco no
conhecimento do transporte
 Desafio determinação da concentração de poluentes
voláteis e/ou miscíveis na água – ar/água/solo
Soluções teóricas do fluxo de
contaminante
 Regime permanente
 Regime transiente
Condições 1a Lei de Fick 2a Lei de Fick
Regime Estacionário Regime Transiente
A) Solo saturado sob
efeito combinado de C C  2C C
F  va .C  Dh .  Dh . 2  va .
gradiente hidráulico e de
x t x x
concentração.
B) Solo saturado de baixa
permeabilidade sob elevado
gradiente hidráulico ou de
C C  2C C
alta permeabilidade. Solo F  va .C  Dm .  Dm . 2  va .
onde Dm predomina sob De x t x x
(DhDm).

C) Solo saturado de baixa


permeabilidade sob pequeno C C  2C C
gradiente hidráulico e F  va .C  De .  De . 2  va .
elevado gradiente de x t x x
concentração (DhDe)
Condições 1a Lei de Fick 2a Lei de Fick
Regime Estacionário Regime Transiente
D) Solo saturado de baixa
C C  2C
permeabilidade (sem fluxo) que
F   De .  De . 2
apresenta somente gradiente de
x t x
concentração.
(Dm0;Dh=De;va0)

C  2C C S 
E) Se existir sorção adiciona-se  Dh . 2  va .  .
S 
 .
t x x t n
t n
F) Se existir biodegradação ou decaimento radioativo
adiciona-se a parcela + .C às equações A, B, C e D acima.

C C C S 
Substituindo em A temos 2

  Dh . 2  va .  .  .C
Rd  1  .K d t x x t n
n
C Dh  2C va C
 . 2  .
t Rd x Rd x
 O programa POLLUTEv6 implementa uma solução
da equação unidimensional de adveção-dispersão
para um depósito de extensão finita ou semi-
infinita (ROWE et al., 1994). Através de
parâmetros de entrada ele calcula as
concentrações de contaminantes no tempo e no
espaço de forma interativa, havendo ou não fluxo
advectivo (va  0). Permite ainda a análise na
condição de equilíbrio e segundo modelos de
sorção linear, Freundlich e Langmuir
Determinação do coeficiente de
difusão
Coeficiente de dispersão
hidrodinâmica
 Permeâmetros
 Difere do de condutividade hidráulica
 Passarpelo menos 10 volumes de vazios de contaminante
 Determinar a concentração do efluente durante o ensaio

 Ensaio
 Fluxo permanente de água
 Troca pelo contaminante
 Coleta do contaminante em tempos definidos (volume e
concentração)
 Resultado plotado em curva C/C0 x NVv – curva de
breakthrough ou concentração relativa
Fator de retardamento
 Obtido diretamente do ensaio de coluna
 Número de volume de vazios correspondente a C/C0 –
0,5
 Solutos não reativos = 1
 Solutos reativos >1

 Ensaio de equilíbrio em lote


 Cinética– determinar o tempo em que a concentração
não varia mais
 Massa – determinar a massa adsorvida
 Realizada em suspensões de solo:solução em tempo
determinado
 Suspensão é analisada quimicamente
 C C 
S   0 e .V
 m 
S – quantidade de soluto adsorvida por massa unitária de solo (MM-1);
C0 - concentração inicial do soluto antes da exposição ao solo (ML-3);
Ce – concentração de equilíbrio do soluto após exposição ao solo (ML-3);
m – massa de solo seco (M);
V – volume de solução adicionada no ensaio (L).
 Resultado final do ensaio
traça-se a isoterma
 Verifica-se qual a que
melhor ajusta
 Determina Kd e Rf
 O Kd é considerado o
parâmetro mais importante
na migração de
contaminantes em solos
saturados

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