Você está na página 1de 15

02 a 05 de junho 2008

Campus Irati

TRATAMENTO DE COMPOSTOS ORGÂNICOS VOLÁTEIS (COV) EM


REFINARIAS DE PETRÓLEO – PRINCIPAIS TECNOLOGIAS
Autor: Waldir Nagel Schirmer (Professor do curso de Engenharia Ambiental)
e-mail: wanasch@yahoo.com.br

Resumo

Compostos odorantes, bem como compostos orgânicos voláteis (COV) estão


intimamente relacionados à má condição atmosférica, ocasionada tanto pela emissão de
veículos quanto por atividades industriais (principalmente químicas e petroquímicas). Na
indústria petroquímica, os COV são originados de tanques de estocagem, vazamentos de
canalizações e equipamentos, correntes de efluentes residuais e sistemas de aquecimento.
COV e compostos odorantes incluem um vasto número de compostos, incluindo a maioria dos
hidrocarbonetos, aromáticos, sulfeto de hidrogênio, mercaptanas e assim por diante. Alguns
deles, como mercaptanas e aminas, não são necessariamente tóxicos, mas sua presença é
sinônimo de incômodo olfativo, mesmo a concentrações baixas. Do ponto de vista ambiental, é
necessário limitar/controlar emissões de vapor devido seu efeito na alteração do clima, saúde
humana, vegetações e materiais de modo geral. Existem para isso, algumas técnicas
disponíveis para controlar a emissão destes compostos, tanto de recuperação (adsorção,
absorção, separação por membranas e condensação) quanto de destruição (incineração e
tratamento biológico). O presente artigo apresenta destas técnicas para o controle de COV com
suas vantagens, desvantagens e aplicabilidade, dependendo da fonte emissora e natureza do
gás poluente.

Palavras-chave: poluição atmosférica, composto orgânico volátil, odor, tratamento de gases,


refinaria.

Abstract: The volatile organic compounds (VOC’s) and odour compounds are highly related to
bad conditions atmospheric, emitted by vehicles and facilities (mainly chemical and
petrochemical). At the refineries, emissions of VOC’s are originated from losses from storage
tanks, leaks from piping and equipment, wastewater streams and heat systems. VOC’s and
odour compounds include a large range of compounds, like the most of hydrocarbons,
chlorohydrocarbons, aromatics, mono and polialcohols, ketones, ammonia, hydrogen sulphide,
mercaptans, and so on. Some of them, like mercaptans or amines are not so toxics, but their
presence cause unpleasant odour even at very low concentrations. From an environmental
point of view, it is necessary to limit and control vapour emissions because they affect the
change of climate, the human health, the vegetation and materials. Thus, there are some
techniques available to control VOC’s emissions (destruction based and recovery based) with
many advantages and limitations. This article illustrates some of these techniques for VOC’s
control with their merits, demerits and applicability of each option.

Keywords: atmospheric polution, volatile organic compound, odour, gases treatment, refinery.

1. Introdução

O controle da poluição atmosférica caracteriza-se como um fator de grande


importância na busca da conservação do meio ambiente e na implementação de uma política
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

de desenvolvimento sustentável, uma vez que afeta, de diversas formas, a saúde humana, os
ecossistemas e os materiais. A poluição ambiental, por emissões gasosas odoríferas,
produzidas pelos diferentes tipos de atividades industriais, converteu-se num problema
preocupante, de difícil solução, sendo cada vez mais freqüentes as queixas e o desconforto
ambiental. A exaustão de poluentes por refinarias de petróleo e, posteriormente por veículos,
tem sido apontada como uma das principais causas da atual má condição atmosférica, de
modo que a preocupação em reduzir (ou mesmo tratar) efluentes gasosos desta natureza já se
tornou uma constante dentre as principais tarefas dos pesquisadores em todo o mundo. Na
indústria petrolífera por exemplo, uma das principais fontes emissoras de compostos orgânicos
voláteis e odorantes para a atmosfera, as emissões estão associadas não apenas ao refino
propriamente dito, como também a todas as operações de estocagem e transferência destes
produtos. As próprias estações de tratamento de efluentes das refinarias contituem-se, por si
só, potenciais fontes emissoras de compostos orgânicos tóxicos no ar.
Os compostos orgânicos voláteis incluem a maioria dos solventes, lubrificantes e
combustíveis em geral, sendo comumente emitidos por indústrias químicas e petroquímicas.
Considera-se COV todo composto que, à exceção do metano, contém carbono e hidrogênio, os
quais possivelmente podem ser substituídos por outros átomos como halogênios, oxigênio,
enxofre, nitrogênio ou fósforo, excluindo-se óxidos de carbono e carbonatos. Estes compostos
encontram-se em estado gasoso ou de vapor dentro das condições normais de temperatura e
pressão (CNTP). Acrescenta-se ainda que todo produto orgânico tendo pressão de vapor
superior a 10 Pa nas CNTP, ou 20 ºC e 105 Pa (1 atm) é considerado como um composto
orgânico volátil. A maioria dos hidrocarbonetos, incluindo orgânicos nitrogenados, clorados e
sulfurados são designados como COV. Estes compostos são geralmente encontrados em
indústrias de manufatura com operação de solventes orgânicos causando sobretudo prejuízos
à saúde humana, ambiente e materiais em geral. Os solventes orgânicos são usados em um
grande número de aplicações industriais. Devido a sua volatilidade, em muitos destes
processos eles podem ser emitidos direta [diretamente do processo (durante a manufatura),
nos tanques de estocagem ou ainda processos de tratamento (lagoas, etc.)] ou indiretamente
na atmosfera, geralmente na forma de compostos orgânicos (COV), após ter sofrido
transformações físicas e/ou químicas (Liebscher, 2000). Estes solventes podem ser divididos
nas seguintes classes: (i) clorados, (ii) aromáticos, (iii) mono e poliálcoois, (iv) cetonas, alcanos
e outros (como ácido acético e dimetilformamida), sendo que os clorados e os aromáticos
cobrem aproximadamente 50% destas emissões (Cunnigham, 1996). No grupo (i), os COV
mais freqüentes são o tricloroetileno e o 1,1,1-tricloroetano (ambos utilizados como agentes de
limpeza). Como exemplos de COV do grupo (iii), o metanol é freqüentemente utilizado nos
processos de pintura de carro e, no grupo (iv), o propano é um dos solventes usados na
manufatura de componentes eletrônicos (Pires, 2001). Os compostos odorantes mais comuns
são o gás sulfídrico, amônia e mercaptanas em geral, comuns em estações de tratamento de
efluentes industriais. Alguns destes compostos, tais como mercaptanas, dimetil-sulfatos ou
aminas, não são necessariamente tóxicos, porém sua presença causa odor desagradável
mesmo a concentrações extremamente baixas (Chu, 2001).
As indústrias são as principais fontes fixas emissoras de COV, sendo que o maior
responsável de modo geral são os veículos automotores (fontes móveis). A emissão das fontes
fixas mais fontes móveis representam cerca de 80% do total de COV lançados no ar.
O presente artigo pretende abordar, de forma sucinta, as principais tecnologias
atualmente disponíveis para o tratamento dos compostos orgânicos voláteis e odorantes,
apresentando suas principais vantagens, limitações e aplicações.
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

2. Tratamento

Há dois métodos básicos pelos quais pode-se controlar a emissão de COV e odores
nos processos industriais. Estas técnicas são divididas em dois grupos: a) modificação do
processo e/ou equipamento; b) técnicas de tratamento. O primeiro grupo é um método indireto
de controle de COV, uma vez que tal controle é conseguido através da modificação do
equipamento/processo, alteração de matérias primas por outras ecologicamente mais
adequadas, manutenção dos equipamentos e operação dos mesmos dentro da sua limitação,
etc, sempre com o objetivo de prevenir o escape dos COV. O segundo grupo é um método
direto de controle e inclui técnicas destrutivas como incineração e biofiltração, e técnicas
recuperativas, como absorção, adsorção, condensação e separação por membranas. Assim,
compostos orgânicos voláteis, quer retirados de correntes industriais, refinarias, correntes de
águas residuais ou evacuados do solo contaminado, podem ser coletados para serem
destruídos ou reutilizados (Khan, 2000). A figura 1 esquematiza resumidamente os métodos de
controle disponíveis para gases desta natureza.

Controle
de COV

Modificação Técnicas de
processo/equipamento tratamento

Recuperação

Destruição

Oxidação Biológico Adsorção Absorção Membrana Condensação

Figura 1 – Técnicas de controle de COV disponíveis

2.1. Técnicas destrutivas

2.1.1. Incineração

A incineração é um método bastante eficaz para a eliminação de gases e vapores de


origem orgânica (Van den Bos, 1996), sendo o método de tratamento mais utilizado em
refinarias de petróleo. O processo de combustão transforma os contaminantes combustíveis
em dióxido de carbono (CO2), vapor d'água e um componente ácido (HX sendo X=F, Cl, Br, I)
de halogênios, SOx de compostos sulfurados, NOx de nitrogenados, nitrilas, heterocíclicos
nitrogenados e P2O5 de compostos fosforados, que não são considerados poluentes (Stuetz,
2001). A incineração pode ser utilizada para a oxidação de compostos orgânicos voláteis e
inorgânicos como por exemplo o gás sulfídrico (H2S) que é um gás de odor bastante
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

desagradável, transformando-o em dióxido de enxofre (SO2) e vapor d'água. Neste último caso
temos a transformação de um gás poluente em outro também poluente porém, dependendo da
quantidade de dióxido de enxofre que será formada, é melhor que se tenha este último do que
o odor desagradável do gás sulfídrico. Milhares de diferentes tipos de compostos orgânicos
emitidos para a atmosfera são provenientes de diferentes operações em diversos tipos de
indústrias. Muitas emissões industriais têm sido controladas com sucesso pelo uso da
incineração, especialmente quando poluentes orgânicos estão envolvidos, seja como gás,
vapor ou aerosol. Os processos de incineração abrangem basicamente dois: térmica e
catalítica, que permitem o tratamento eficaz de COV de maneira relativamente econômica. Isto
no entanto só é verdadeiro se o poluente a ser tratado não estiver muito diluído na corrente
gasosa e, ainda, se a mesma não estiver significativamente úmida. A oxidação térmica é
geralmente mais aplicável para correntes gasosas com concentrações de COV superiores a
1000 ppm. Para concentrações inferiores a esta, pode ser necessário uma quantidade de calor
(e conseqüentemente combustível) muito grande a ser produzido, inviabilizando o processo
economicamente (Engleman, 2000). A utilização destas técnicas necessita uma série de
precauções e um bom conhecimento do efluente a ser tratado (Le Cloirec, 1998). Uma
desvantagem do tratamento por combustão é que o mesmo exige um equipamento de controle
secundário afim de tratar os resíduos desta combustão (Khan, 2000). A principal vantagem do
incinerador catalítico sobre o incinerador de chama direta é o baixo custo operacional devido a
menor quantidade de combustível auxiliar requerida (pelo uso de temperaturas inferiores).
Temperaturas mais baixas também reduzem os custos de construção do equipamento. Como
desvantagem pode-se citar o problema da disponibilidade do catalisador no mercado interno
(Van den Bos, 1996). O incinerador catalítico apresenta ainda o problema da redução ou
mesmo perda da atividade catalítica, além de não poder ser utilizado no controle de material
particulado, que deposita-se na superfície do catalisador impedindo a adsorção do composto
orgânico. Além disso, compostos sulfurados e halogenados agem como venenos catalíticos.
Para tanto, devem ser removidos para que a atividade catalítica seja restaurada (IIE, 1997).
Quanto ao custo, ambos apresentam basicamente o mesmo preço, talvez com uma pequena
vantagem em preço para o térmico devido ao custo do catalisador. Os incineradores
conseguem eficiência de remoção de orgânicos na faixa de 90 a 98%.

2.1.2. Tratamento biológico

O tratamento biológico tem demonstrado ser uma tecnologia de custo efetivo na


remoção de COV e outros poluentes de correntes gasosas [a absorção química, por exemplo,
pode ser até 62% mais cara que os processos biológicos (Burgess, 2001)]. Os processos
biológicos de tratamento de gases consistem na transferência de compostos voláteis, mal
odorantes, para uma fase líquida e, em seguida, na degradação destes compostos por meio de
microorganismos. Aplica-se este processo em produtos biodegradáveis e relativamente
solúveis em solução aquosa (PROSAB, 2001). Poluentes biodegradáveis presentes na
corrente gasosa passam através de um filme de microorganismos onde são degradados em
seus produtos finais (Alonso, 1998). Devido a sua origem biogênica, compostos odorantes
podem ser considerados biodegradáveis. A biodegradação é efeito do metabolismo microbiano,
que é o conjunto de reações enzimáticas pelo qual as células microbianas podem
contrabalançar perdas de atividade. A tabela 1 apresenta uma classificação das principais
famílias químicas, de acordo com a cinética de biodegradação.
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

Tabela 1 – Velocidade de biodegradabilidade de compostos voláteis

Velocidade de biodegradação Compostos e famílias


Álcoois, aldeídos, cetonas, ésteres, éteres, ácidos
orgânicos, aminas, mercaptanas, H2S, NOx, SO2, HCl,
Alta
NH3, PH3, SiH4, HF
Baixa Hidrocarbonetos, fenóis, cloreto de metila
Muito baixa HC halogenados, HC poliaromáticos, CS2

Os princípios que governam a biofiltração são similares aos processos comuns em


biofilmes. Basicamente, três passos ocorrem no leito do biofiltro. A figura 2 mostra o processo
ocorrendo dentro e ao redor do biofilme e apresenta os perfis de concentração representativos
para substrato (COV) e oxigênio. Primeiramente, o contaminante na fase gasosa atravessa a
interface entre o fluxo gasoso e o biofilme aquoso que circunda o meio sólido. Assim, o
contaminante difunde-se através do biofilme atingindo o meio aclimatado com microorganismos
aí ocorrendo conversão dos contaminantes em produtos finais como CO2, H2O, sais
inorgânicos e biomassa. A mesma corrente gasosa que atinge o biofilme (antes de ser
descartada) absorve o CO2, outro composto volátil e produtos (se gerados) e calor emitido das
reações bioquímicas ocorridas no leito.
Compostos tratados biologicamente são primariamente orgânicos voláteis, compostos
sulfurados e nitrogenados reduzidos, tipicamente degradados como substratos primários ou
como cometabólitos. Teoricamente, químicos altamente voláteis apresentarão concentrações
no biofilme relativamente baixas, resultando em baixas cinéticas de degradação. Contudo,
compostos alifáticos altamente voláteis como hexano e pentano podem eficientemente ser
removidos via biofiltração. Uma lista não-exaustiva de compostos que podem ser eliminados da
corrente gasosa pela biofiltração compreende: amônia, monóxido de carbono, gás sulfídrico,
acetona, benzeno, butanol, dietilamina, dimetiul-dissulfato, etanol, hexano, etilbenzeno, acetato,
metanol, metil-etil-cetona, estireno, isopropanol, metano, metil mercaptana, óxido e dióxido de
nitrogênio, pentano, dimetil sulfato, tolueno, tricloroetano, tetracloroetano, 2-etil-hexanol, xileno,
etc. Com projeto e operação apropriados, a eficiência na remoção de COV atinge percentuais
de 95 a 99% (Swanson, 1997).
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

Figura 2 – Mecanismo de ação do tratamento biológico

Há basicamente 3 grupos de processos biológicos de tratamento de gases. Eles se


diferem segundo as características móveis ou estáticas da fase e da biomassa (células livres
ou imobilizadas sobre o suporte) no interior do reator biológico: o biofiltro, a lavagem biológica
e os leitos bacterianos. Uma possível vantagem da biofiltração sobre outras tecnologias de
controle de poluição é o tratamento de grandes volumes de gases de exaustão com baixas
concentrações de componentes facilmente degradáveis (baixos níveis de ppm) (Hodge, 1995).
Além disso, ao contrário do que ocorre em outros processos, o tratamento biológico não
transfere o problema da poluição, uma vez que oxida biologicamente o poluente
transformando-o em compostos não agressivos ao meio ambiente (Khan, 2000). O tratamento
biológico é relativamente barato se comparado a outras técnicas de tratamento como
incineração, absorção ou mesmo adsorção em carvão ativo (até pelo menor consumo de
energia). Além disso, é ecologicamente “saudável”, pode ser processado a temperaturas
ambientes e não gera óxidos de nitrogênio ou outros poluentes tóxicos (Deshusses, 1997). Por
outro lado, se o contaminante contém compostos clorados, metais ou fortes biocidas, a
população microbiana pode ser afetada ou mesmo morta, comprometendo por conseqüência o
processo de biodegradação (Garner, 2001).

2.2. Técnicas recuperativas

2.2.1. Absorção

A absorção refere-se à transferência de um componente sólido (absorbato) presente


em fase gasosa (gás de arraste) para um líquido (absorvente). Mais especificamente, no
controle de poluição do ar, a absorção envolve a remoção de um contaminante gasoso de uma
corrente gasosa por sua dissolução em um líquido. A absorção é um processo de transferência
de massa que se dá devido a uma diferença de concentração entre os meios presentes. Esta
transferência ocorre até que continue havendo diferença de concentração nos meios
envolvidos. Entretanto, o equilíbrio não é tão facilmente atingido, uma vez que a diferença de
concentração depende da solubilidade do soluto (IIE, 1997). A eficiência de remoção dos gases
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

é devida ao tempo de contato, à concentração do meio absorvente, à velocidade de reação


entre o absorvente e os gases, ao coeficiente de transferência de massa.
A absorção efetiva do gás depende do contato íntimo entre as fases gasosa e líquida.
Isto requer um grau elevado de turbulência entre as fases. Contudo, um fluxo muito turbulento
pode resultar num contato muito rápido entre estas duas fases, o que pode comprometer a
eficiência do processo. A temperatura da corrente de exaustão é outra importante característica
que afeta a absorção. Obviamente as características físicas e químicas da corrente gasosa
desempenham um papel importante tanto na seleção quanto na operação do absorvedor. A
solubilidade do contaminante é o primeiro parâmetro a ser avaliado. Se o soluto é bastante
solúvel em água, então altas taxas de absorção podem ser conseguidas (IIE, 1997). Entretanto,
em alguns casos, um reagente químico pode ser adicionado ao líquido absorvente afim de
elevar o percentual de eficiência na remoção do soluto. Estes reagentes podem aumentar a
solubilidade física do contaminante ou podem ainda reagir quimicamente com este
contaminante.
Os equipamentos utilizados na remoção de contaminantes gasosos são os
absorvedores ou lavadores (IIE, 1997). Os lavadores são equipamentos de controle de
poluição do ar que podem ser utilizados tanto para o controle de material particulado como
para o controle de gases e vapores (PROCOP, 1987). Trata-se de um dispositivo no qual
realiza-se a separação de um poluente gasoso por intermédio da lavagem do mesmo com
água (ou uma solução química conveniente), que na maioria dos casos é nebulizada para
formar pequenas gotículas (Stuetz, 2001). Os lavadores utilizados para o controle de gases e
vapores recebem a denominação de absorvedores (PROCOP, 1987). Assim, os absorvedores
são uma categoria especial de lavador úmido. Inicialmente deve ser escolhido o absorvedor que
propicie a maior área de transferência de massa, de funcionamento simples e de menor custo.
A eficiência de controle de absorvedores é dependente do projeto específico. O
dimensionamento é feito em função da emissão residual desejada, a qual é fixada a priori. A
faixa usual de eficiência de absorvedores é de 80% a 99% (até 99,7%), para equipamentos
adequadamente projetados.

2.2.2. Condensação

Condensação é um método de redução de um gás/vapor a um . Quando uma corrente


gasosa quente contata uma superfície resfriada do condensador, o calor é transferido deste
vapor para a superfície fria. Com a redução da temperatura da corrente, reduz-se também a
energia cinética das moléculas do gás e, conseqüentemente, o volume que estas partículas
ocupam. A redução na velocidade das partículas facilita o choque entre elas (pela proximidade
das mesmas) propiciando desta forma a condensação do líquido. As condições para que a
condensação ocorra são:
- baixas temperaturas, para propiciar a redução da energia cinéticas das moléculas;
- altas pressões, afim de propiciar a aproximação entre as moléculas.
É claro que as condições a que um gás vai condensar vai depender em muito do seu
estado (propriedades físicas e químicas) em questão. A condensação pode ocorrer de 3
formas: primeiro, a uma dada temperatura, a pressão do sistema é aumentada (compressão do
volume do gás) até que a pressão parcial do poluente na corrente gasosa iguale à sua pressão
de vapor; segundo, a uma dada pressão (fixa), o gás é resfriado até que a pressão parcial do
gás iguale à sua pressão de vapor; terceiro, pela combinação da relação
compressão/resfriamento do gás até que sua pressão parcial iguale à sua pressão de vapor.
No caso de um condensador, a temperatura é a única variável ajustável, e portanto a que
governa o processo de condensação. Em aplicações industriais, o aumento da pressão é um
processo muito caro e portanto raramente utilizado para condensar um gás (IIE, 1997). No
caso dos orgânicos voláteis, a condensação é mais eficiente para compostos com pontos de
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

ebulição acima de 38 ºC e concentrações superiores a 5000 ppm. Baixos pontos de ebulição


requerem resfriamento extensivo, o que acaba encarecendo o processo. Os percentuais de
eficiência na recuperação dos gases vão de 70 a 85% (Khan, 2000).
Os condensadores, geralmente associados a outro equipamento de controle, têm sido
utilizados na redução de orgânicos emitidos em indústrias petroquímicas, refino de petróleo,
asfalto, indústria farmacêutica, etc. Este equipamento trabalha melhor em correntes que têm
elevadas concentrações de COV condensáveis (Engleman, 2000). As limitações que de certa
forma restringem a aplicação comercial dos condensadores são: elevados pontos de ebulição
dos COV, altos custos operacionais, quase sempre a operação dá-se sob condições críticas de
temperatura e pressão, altas concentrações de gases, etc.

2.2.3. Adsorção

O processo de adsorção, reportado pela primeira vez por C. W. Scheele em 1773


para gases e posteriormente por Lowitz em 1785 para soluções líquidas, é hoje reconhecido
como um importante fenômeno nos processos físicos, químicos ou ainda biológicos. A
adsorção em sólidos, particularmente carbono ativado, tornou-se uma operação largamente
utilizada nos processos de purificação de fluidos, tanto líquidos quanto gasosos (Weber, 1992).
A adsorção é um processo que ocorre na superfície do sólido (ou líquido) adsorvente. A
adsorção pode ocorrer na interface entre duas fases quaisquer, seja ela líquido-líquido, gás-
líquido, gás-sólido ou ainda líquido-sólido. No caso da adsorção, um ou mais componentes
gasosos (adsorbato) são removidos de uma corrente gasosa pela aderência à superfície de um
sólido (adsorvente).
Adsorventes são partículas altamente porosas, com elevada área superficial e a
adsorção ocorre justamente nas suas superfícies internas (IIE, 1997). Certos sólidos finamente
divididos como o carvão ativado e a sílica gel têm a capacidade de adsorver grandes
quantidades de material gasoso devido à sua grande área superficial. Os principais
adsorventes utilizados em poluição do ar são carvão ativado, alumina ativada, peneiras
moleculares, sílica gel.
A vantagem da adsorção reside no fato de que é possível purificar gases contendo
pequenas quantidades de poluentes (concentrações inferiores a 100 ppmv) (Engleman, 2000).
A adsorção, sempre que possível, deve ser feita a temperaturas relativamente baixas. A
dessorção, que é a retirada do poluente adsorvido do leito do adsorvedor, aumenta à medida
que a temperatura de dessorção é aumentada em relação à temperatura de adsorção. A
dessorção também pode ser aumentada pelo aumento do tempo de dessorção (CETESB,
1987). O processo de dessorção dá-se trabalhando os seguintes fatores: gradientes de
temperatura, gradientes de pressão e/ou de concentração. Os fatores que afetam a adsorção
são:
- uma adsorção eficiente pode ser obtida pelo abaixamento da temperatura, elevação
da pressão e elevada concentração do gás;
- características do gás: tamanho da molécula, ponto de ebulição, peso molecular e
polaridade;
- característica do adsorvente: polaridade da superfície, tamanho e espaçamento
entre os poros;
- projeto do adsorvedor: área superficial adequada, promover boa distribuição do gás
em toda a área disponível, pré-tratamento dos gases injetados para remoção de contaminantes,
regeneração adequada (Hesketh, 1996).
No caso de controle de poluição do ar, a adsorção não é um processo de controle
(tratamento) final. O gás poluente é simplesmente coletado pela superfície do sólido. Depois de
saturado com adsorbato, o adsorvente deve ser trocado, ou ainda o gás adsorvido deve ser
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

dessorvido. Os vapores oriundos da adsorção estão numa concentração elevada e por isso
podem ser recobrados mais facilmente (ou mais economicamente) do que antes da adsorção.
Muitos sistemas adsorventes para o controle de odores têm sido focados na remoção
de gás sulfídrico, por ser este um gás altamente tóxico e odorante. Em muitos casos,
entretanto, não é o gás sulfídrico o maior responsável pelos odores que perturbam as
comunidades vizinhas às estações de tratamento. Muitas vezes, a desodorização deve focar a
remoção de misturas complexas de gases e vapores orgânicos que incluem hidrocarbonetos,
mercaptanas e outros compostos orgânicos sulfurados, aminas, ácidos carboxílicos saturados
e insaturados, ésteres, aldeídos e cetonas. A neutralização ácido-base ou oxidação pelo ar,
quer em fase líquida ou em leito adsorvente, pode desodorizar alguns destes compostos.
Como a conversão química não é aplicada em todos os casos, a adsorção física utilizando
carvão ativado granular (preferencialmente com a impregnação de químicos) é o método mais
adequado para o controle de odores gerados nestas estações de tratamento. Evidentemente
um tratamento químico prévio pode auxiliar na redução da concentração de determinados
gases antes do tratamento com carvão ativado. A perda de carga do adsorvedor é função do
tipo e granulometria do material adsorvente e da velocidade superficial na entrada do leito
adsorvente. Os adsorvedores são extremamente efetivos na remoção de poluentes gasosos.
Mesmo à baixa concentrações, os mesmos podem ser projetados e operados para eficiências
próximas a 100%.

2.2.4. Separação por membranas

Por muitos anos, o controle da emissão de gases poluentes tem se dado por métodos
tradicionais como adsorção, incineração, absorção e condensação. A técnica de separação por
membranas é uma técnica mais recente, tendo sido reportada só a partir da década de 60,
quando era utilizada nos processos de dessalinização. Desde então, a sua aplicação tem-se
multiplicado sendo utilizada hoje para os mais variados propósitos (Khan, 2000). As
membranas utilizadas para o controle de vapores de petróleo e solventes devem mais ser
seletivas para vapores de hidrocarbonetos do que para componentes do ar, tais como N2 e O2.
Devem também ser estáveis, tanto física quanto quimicamente. Geralmente, para este tipo de
aplicação, a membrana consta de uma de uma lâmina plana e delgada de compósito (alta
seletividade e permeabilidade razoavelmente elevada). A seletividade da membrana pode ser
determinada experimentalmente e é o elemento chave do processo. A força motriz para a
permeação é a diferença de pressão entre o lado da alimentação e o lado permeado. A
eficiência de remoção de COV supera os 90% após pré-tratamento com outro processo
(Degréve, 2000). A figura 3 mostra um diagrama simplificado do processo para recuperação de
COV usando a técnica de separação por membrana.
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

Figura 3 - Diagrama simplificado do processo de separação por membrana

A maioria das membranas permite uma permeação seletiva de compostos orgânicos, o


que reduz a eficiência na recuperação total dos solventes. Como os COV incluem vários
orgânicos, a membrana deve ser projetada de modo a abranger um largo range de compostos.
A maioria das membranas são caras e raramente disponíveis, o que acaba limitando seu uso.
São muito suscetíveis a sujeira, crescimento de bactérias e danos em determinadas condições
de operação. Apresentam geralmente um curto tempo de vida (poucos anos) (Khan, 2000).

3. Escolha de uma técnica de tratamento

Um dos principais problemas referentes ao tratamento/controle de COV e odores


oriundos dos processos de refino (bem como de outras fontes destes poluentes) está
relacionado à escolha de um equipamento (ou combinação de equipamentos) que consiga
remover estes poluentes com a maior eficiência possível (pelo menos reduzi-los a níveis
aceitáveis) a um menor custo. Na verdade não existe uma única tecnologia para tal, até porque
um caso difere do outro pelas características do processo em questão (fonte emissora,
natureza do contaminante, legislação, etc.). Assim, alguns parâmetros principais devem ser
observados na escolha de um método específico para o tratamento de COV e odores:
- características do gás a ser tratado (temperatura, matéria em suspensão, umidade,
volatilidade, vazão, etc.);
- concentração dos poluentes;
- fatores de segurança (explosividade, reatividade, corrosividade, etc.).
- custos de investimento/instalação, funcionamento e manutenção;
- eficiência na remoção destes poluentes, etc.
Cada uma das tecnologias vistas detêm características peculiares para o tratamento
de gases. As tabelas 2 e 3 apresentam estas características, bem como as principais
vantagens e desvantagens de cada método. O tratamento mais adequado ao processo é
escolhido em função das potencialidades e limitações de cada um (Le Cloirec, 1998).

Tabela 2 – Características das técnicas para o tratamento de COV

Técnica % Dejetos Concentração COV Temp. (ºC)


Remoção secundários (ppm)
Produtos de >20 (sempre menos de 500 – 1100
Oxidação térmica 90 – 98 combustão 25% do LIE)
Oxidação 90 - 98 Produtos de 100 – 1000 (sempre 220 – 480
catalítica combustão menos de 25% do LIE)
Biofiltração 80 - 99 Biomassa <5000 10 – 40
Condensação 70 - 85 Condensado 5.000 – 10000 Ambiente
Absorção 90 - 99 Água residual 500 – 15000 (H2S Não há
<100 ) limitação
Adsorção (s/ CA) 90 - 99 Orgânicos <1 até 104 (sempre <50
coletados menos de 50% do LIE)
Membrana >90 Muito baixa Ambiente

Tabela 3 – Principais vantagens e desvantagens dos métodos de tratamento de COV


02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

Técnica Desvantagens
Vantagens
Possibilidade de recuperação de Exige trat. secundário p/ eliminar
Oxidação energia (até 85%); alta eficiência no resíduos de combustão; baixo custo
térmica tratamento de COV/odores; ótimo p/ (poluente pouco diluído na corrente).
misturas complexas.
Possibilidade de recuperação de Exige trat. secundário p/ eliminar
energia (até 85%); disponibilidade de resíduos de combustão; risco de
Oxidação tecnologia (larga utilização em envenenamento catalítico;
catalítica refinarias); menor custo operacional que disponibilidade de catalisador no
a oxidação térmica. mercado; baixo custo (poluente pouco
diluído na corrente).
Baixo investimento inicial; trata altas
Biofiltração vazões com baixas concentrações; não Manutenção; elevadas dimensões.
transfere a poluição (oxida
bilogicamente); baixo custo do
processo.
Recuperação de solventes pode Só para COV com alto P.E.; altos
Condensação compensar custos de operação custos operacionais; altas
concentrações de gases; opera sob
condições críticas de P e T.
Instalação compacta; baixos custos de Requer elevada manutenção; pode
Absorção manutenção; construção simples; requerer remoção mat. particulado;
capacidade de coletar partículas alto consumo de energia; alto
submicrônicas. consumo de água.
Recuperação de solventes pode Não trata o gás, só coleta; requer
Adsorção (s/ compensar custos de operação; remove remoção de mat. particulado do leito;
CA) baixas concentrações de COV; não suscetível à umidade.
necessita combustível auxiliar; trata
solventes clorados.
Recuperação de solventes pode Necessita pré-tratamento; alto custo;
Membrana compensar custos de operação; não curto tempo de vida; sensível à
necessita tratamento extra. variação de vazões; são muito
seletivas, reduzindo a eficiência na
recuperação de alguns compostos

O custo é um parâmetro dos mais importantes no momento do projeto e seleção de


um método de tratamento, uma vez que um custo muito elevado de operação, por exemplo,
pode inviabilizar o processo, por mais eficiente que este seja.
Cada tecnologia possui parâmetros próprios a serem levados em consideração na
questão custo. Os custos de um tratamento biológico, por exemplo, são calculados com base
na vazão de ar tratado. Uma estimativa do investimento para os três tipos de biorreatores
revela que, a biofiltração, em se tratando de biotratamento, é o método de abatimento de
odores mais barato. Além disso, os custos para cada equipamento podem variar numa ampla
faixa de valores, dependendo de cada caso específico, vazão a ser tratada, condições do
equipamento, etc. (Stuetz, 2001). Entretanto, o custo destes equipamentos pode variar em
função da concentração dos poluentes contidos no efluente gasoso a ser tratado. A figura 4
apresenta uma comparação dos custos de funcionamento da oxidação biológica em
comparação com incineração, em função da concentração destes poluentes (Humeau, 2001).
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

Figura 4 – Custo da incineração, biolavação e biofiltração em função da concentração do gás

Pelo gráfico é possível constatar que a utilização dos sistemas biológicos (tanto
biofiltração quanto biolavação) são mais econômicos que a incineração apenas para
concentrações inferiores a 1 g/m3. Entre 2 e 4 g/m3, biolavação e biofiltração têm custos
comparáveis e, acima de 4, a incineração se sobrepõe aos outros dois em termos de economia.
A tabela 4 sumariza o custo para investimento e funcionamento das tecnologias para
tratamento de COV e odores.

Tabela 4 – Processos de tratamento de gases, custos de investimento e funcionamento

Processo Investimento [U$/(m3/h)] Funcionamento (U$/103m3)


Incineração térmica 5,27 a 6,15 0,61 a 0,75
Incineração catalítica 6,15 a 7,03 0,57 a 0,66
Biofiltração 1,32 a 4,40 0,13 a 0,22
Condensação 5,32 a 6,53 0,31 a 0,48
Absorção 3,52 a 4,40 0,35 a 0,44
Adsorção 2,20 a 8,79 0,22 a 0,44

O custo total de processos como incineração térmica, absorção e ozonização é


praticamente o mesmo (em torno de 4,0 dólares a cada 1000 m3 de ar tratado). Já no caso da
adsorção este custo cai para 0,66 dólares e na biofiltração, 0,60, o que indica que ser este o
tratamento mais barato, tanto com relação ao investimento de aplicação quanto de operação
(PROSAB, 2001).
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

4. Conclusões
Os odores provocados pelos vários processos oriundos do refino e mesmo tratamento
dos resíduos do petróleo causam grande prejuízo tanto à saúde física quanto ao bem-estar da
população exposta a estes gases. Eles são responsáveis por diversos sintomas que interferem
no bem-estar físico, tais como: dores de cabeça, náuseas, distúrbios respiratórios, irritação nos
olhos, dores de estômago a até mesmo alteração do humor. Um cheiro desagradável é
considerado como algo subjetivo, portanto, legalmente indefinível. Com base neste princípio,
as autoridades ficam impedidas de autuar, a não ser que os maus odores causem,
simultaneamente, outro tipo de contaminação reconhecida por lei. Por isso são poucos os
países onde há legislação para esta forma de poluição. No caso dos COV, o tratamento é
justificado tanto por serem estes contaminantes prejudiciais a outros processos no decorrer da
produção (podendo inclusive contaminar o produto final desejado) quanto pelos prejuízos à
saúde devido à sua exposição.
Uma tecnologia adequada para o controle ou mesmo tratamento de tais compostos
deve aliar eficácia na eliminação destes gases (ou mesmo redução até níveis aceitáveis em
termos de percepção) a custos operacionais viáveis ao processo. Neste sentido, as
membranas de separação revelam-se como a tecnologia mais cara, em termos de investimento,
ao passo que a incineração tem o custo de operação mais elevado (pelo consumo de
combustível). Apesar de cara, a incineração é a técnica mais utilizada industrialmente no
tratamento de COV, uma vez que promove excelente remoção destes compostos. Adsorção e
absorção também têm elevadas taxas de remoção, tendo ainda a vantagem de trabalhar com
altas concentrações de gases (até 1000 ppm, o que já não ocorre com a separação de
membranas). A condensação é uma tecnologia simples mas com muitas limitações, como o
requerimento de uma corrente com elevadas concentrações de gases, condições especiais de
temperatura e pressão, elevado custo de investimento, etc., o que acaba limitando
industrialmente sua aplicação. A oxidação catalítica revela-se uma boa opção quando a
recuperação dos gases não é exigida, ao passo que a adsorção é a melhor alternativa quando
tal recuperação torna-se necessária. A biofiltração é a tecnologia mais barata, apresenta
excelente remoção de gases, mas ainda tem pequena aplicação industrial, apesar de ser
altamente promissora. Trata-se de uma excelente opção, ainda em pesquisa, e pode vir a
superar outras tecnologias destrutivas. Técnicas alternativas para o controle de odores têm
sido estudadas e aplicadas com sucesso em lagoas de tratamento facultativas que operam sob
condições de anaerobiose. Segundo Truppel (2002), o processo de desodorização pode ser
avaliado sob duas possibilidades: através da simples recirculação de efluentes (na vazão de
1/6 da vazão afluente à lagoa) ou ainda recirculação e aeração combinadas. O processo de
recirculação associado à aeração mostrou grande capacidade na redução de odores (tanto H2S
quanto NH3) o mesmo não ocorrendo quando se trata apenas de recirculação.

5. Referências
ALONSO, C., SUIDAN, M. T., KIM, B. R. e KIM, B. J. (1998). Dynamic mathematical model for
the biodegradation of VOC’s in a biofilter: biomass accumulation study. Environmental
Science & Technology. v. 32, n.20, pp. 3118-3123

BELLI, P. e LISBOA, H. M. (1998). Avaliação de emissões odorantes. Revista Engenharia


Sanitária e Ambiental, v.3, n.03, pp.86-106.

BURGESS, J. E., SIMON, A. P. e STUET, R M. (2001). Developments in odour control and


waste gas treatment biotechnology: a review. Elsevier Science – Biotechnology Advances,
v.19, pp.35-63.
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

CETESB (1987). Curso de seleção de equipamentos de controle da poluição do ar, São


Paulo.

CHU, H., CHIOU, Y., HORNG, K., TSENG, T. (2001). Catalytic incineration of C2H5SH and its
mixture with CH3SH over a Pt/Al2O3 catalyst. J. Environmental Engineering, v.127, n.05,
pp.438-442.

CHUNG, Y-C., HUANG, C., PAN, J. R. e TSENG, C.-P. (1998). Comparison of autotrophic and
mixotrophic biofilters for H2S removal. J. Environmental Engineering, v.124, n.04, pp.362-367.

CUNNIGHAM, D. (1996). Estimation of VOC’s emissions. J. Cleaner Prod., v.03, n.04, pp.225-
228.

DEGRÈVE, J., EVERAERT, K. e BAEYENS, J. (2001). The use of gas membranes for VOC-air
separations. Filtration & Separation, v.38, n.06, pp.48-54.

DESHUSSES, M. A. (1997). Biological waste air treatment in biofilters. Environmental


Biotechnology, v.08, pp.335-339.

ENGLEMAN, V. S. (2000). Updates on choices of appropriate technology for control of VOC


emissions. Metal Finishing, v.98, n.06, pp.433-445.

GARNER, L. G., BARTON, T. A. (2001). Biofiltration for abatement of VOC and HPA emissions.
Metal Finishing – Pollution Control, v.12, pp.12-18.

HANSEN, A. B. e PALMGREN, F. (1996). VOC air pollutants in Copenhagen. Elsiever Science


- The Science of Total Environment, v.189/190, pp.451-457.

HESKETH, H. E. (1996). Air Pollution Control. Lancaster (USA): Technomic publishing

HODGE, D. S., DEVINNY, J. S. (1995). Modeling removal of air contaminants by biofiltration. J.


Environmental Engineering, v.121, n.01, pp.21-26.

HUMEAU, P. (2001). Procedes de traitement d’air par biolavage applications a la


desodorisation d’emissions gazeuses industrielles. França, Universite de Poitiers (tese de
doutorado).

INSTITUTE OF INTERNATIONAL EDUCATION (1997). Tecnologias de Controle de


Poluição Ambiental Aérea, v.02, módulo 2-B (Gaseous emissions control), São Paulo.

KHAN, F. I., GHOSHAL, A. K. (2000). Removal of volatile organic compounds from polluted air.
Journal of loss prevention in the process industries, v.13, pp.527-545.
02 a 05 de junho 2008
Campus Irati

LE CLOIREC, P. (1998). Les composés organiques volatils (COV) dans l’environnement.


Paris: Ecole de Mines de Nantes.

LIEBSCHER, H. (2000). Economic solutions for compliance to the new European VOC directive.
Elsevier Science – Progress in Organic Coatings, v.40, pp.75-83.

LISBOA, H. M. (1996). Contribution a la mise en oeuvre et a la validation de modeles de


dispersion atmospherique applicables aux composes odorants. França, Université de
Pau/Ecole des Mines d’Alès (tese de doutorado).

PIRES, J., CARVALHO, A. e CARVALHO, M. B. (2001). Adsorption of COV`s in Y zeolites and


pillared clays. Elsiever Scinece – Microporous and Mesoporous Materials, v.43, pp.277-287.

PROSAB (2001). Pós-tratamento de Efluentes de Reatores Anaeróbios. Belo Horizonte:


Rede Cooperativa de Pesquisas.

SILVA, G. P. (2002). Avaliação de incômodos olfativos emitidos pela suinocultura –


Estudos na Bacia Hidrográfica do Rio dos Fragosos e na região urbana do município de
Concórdia. Florianópolis, UFSC (dissertação de mestrado).

STUETZ, R. & FRECHEN, F. B. (2001). Odours in Wastewater Treatment. Cornwall (UK):


IWA Publishing.

SWANSON, W. J., LOEHR, R. C. (1997). Biofiltration: fundamentals, design and operations


principles, and aplications. J. Environmental Engineering, v.123, n.06, pp.538-546.

TRUPPEL, A. (2002). Redução de odores de uma lagoa de estabilização de esgoto


sanitário e avaliação da qualidade de seu efluente. Florianópolis, UFSC (dissertação de
mestrado).

VAN DEN BOS. (1996). De nouveaux procédés pour piéger les mauvaises odeurs. L’Usine
Nouvelle. n. 2569, pp. 80-81.

WEBER, W. J. (1992). Physico-chemical process for water quality control. USA:John Wiley
& Sons.

Você também pode gostar