Você está na página 1de 54

UNIDADE I

Tecnologia da Construção
(Sistemas Construtivos)

Prof. Fernando Mihalik


Preparativos iniciais

Projeto

 Projeto de arquitetura: plantas, cortes, fachadas. Definição das áreas, dimensões e níveis, e
locação da obra no terreno – posicionamento em relação a um determinado ponto.

 Projetos complementares: estruturas, instalações elétricas, instalações hidráulicas e demais


projetos (climatização, paisagismo, iluminação etc.).

 Memoriais descritivos de especificações: descrições dos materiais a serem usados na obra.

 Conhecimento do local: vistoria, acessos, geometria das ruas,


verificação de sistemas de água, esgoto e energia,
infraestrutura do entorno (fornecimento de materiais, bares e
restaurantes, acessos, limitações de tráfego, horários etc.).
O terreno

Levantamentos iniciais:
 Verificação das condições do terreno, construções, vegetação, acessos, planejamento do
local do canteiro de obras.
 Levantamento topográfico – levantamento planialtimétrico: dados da topografia e geometria
do terreno, níveis (do terreno e dos vizinhos), interferências, particularidades.
 Limpeza do terreno e remoção de todas as interferências, como vegetações, construções etc.
 Execução dos muros de divisa para delimitar e dar segurança.

Prospecções do subsolo: realização de sondagens para reconhecimento do solo:


 Geralmente a percussão, para caracterização do subsolo:
camadas, suas capacidades de resistência, nível do
lençol freático.
 Confirmação do método construtivo a ser usado (Projeto).
 Determinação do tipo de fundação a ser utilizada. Assessoria
de especialista em geotecnia e fundações.
O canteiro de obras

 Espaço de trabalho fixo, porém, temporário, para as operações de apoio e de execução de


uma obra.

Definição, projeto e execução do canteiro de obras. Suas instalações devem prever áreas para
abrigar, pelo menos:
 local de trabalho para engenheiros/arquitetos da obra;
 arquivo de documentação técnica, normas e especificações e consulta aos projetos;
 locais para ensaios e controle tecnológico de materiais;
 suporte administrativo: registros e controle de pessoal, tesouraria, primeiros socorros;
 almoxarifado, equipamentos de segurança (EPI);
 sala de reunião e treinamento;
 sanitários;
 cantina/refeitório;
 área de descanso e lazer.
O canteiro de obras

 Em alguns casos, por falta de espaço no terreno destinado às construções, não há


possibilidade de instalação de um canteiro de obras adequado e, neste caso, pode-se optar
pelo aluguel de um terreno adjacente ou o mais próximo possível da obra.

 Em outros, com a obra já em estado adiantado, aproveita-se parte da obra já executada


como canteiro.

 Para o funcionamento do canteiro, devem estar em pleno funcionamento as instalações de


água, esgoto, elétrica, internet.
Fluxos de materiais na obra

Além do canteiro, deve ser estudada a implantação dos fluxos durante a obra:

 Fluxo de entrada e saída de veículos para entrega de material e movimentação de


equipamentos de produção.

 Estoque de material.

 Descarte de material usado.

 Estacionamento de veículos e motos de pessoal interno e externo.

 Em muitos casos, esses requisitos são muito difíceis de


serem alcançados, principalmente em áreas urbanas e
densamente ocupadas.
Movimentação de terra

 O movimento de terra tem como objetivo a realização da escavação e/ou aterro para deixar o
terreno na cota desejada para a implantação da obra, ou seja, para executar a
terraplenagem.

 São três as etapas do movimento de terra: escavação, transporte e aterro.

 A escavação pode ser manual (no caso de poucos volumes ou de locais com restrição de
acesso) ou mecanizada. Os equipamentos pesados de escavação possuem uma
produtividade maior que os equipamentos leves, mas necessitam de espaços livres de
movimentação para se tornarem viáveis. Os equipamentos leves são ideais para locais
restritos e com interferências que impõem cuidados e escavações localizadas.

 O transporte deve considerar o empolamento do solo, ou seja,


o aumento do volume escavado devido à desagregação do
material. O valor do coeficiente de empolamento é medido em
porcentagem e depende das características do material,
variando da ordem de 25 a 40% para a maioria dos solos.
Movimentação de terra

 No caso de escavação de grandes extensões, ou alturas elevadas, devem ser implantadas


rampas de acesso temporárias, com declividade compatível para permitir que os caminhões
consigam fazer o transporte do material escavado para fora da obra.

 A distância e o tempo até o local de descarte do material devem ser considerados para o
dimensionamento do número de caminhões, definindo um ciclo de viagens que incide no
prazo da execução da terraplenagem.

 No caso de escavações profundas, devem ser previstas


estruturas de escoramento provisórias, como cortinas de
contenção, que devem ser construídas antes do início da
escavação e, ao final da obra, podem ser incorporadas à
estrutura definitiva, desde que sejam consideradas em projeto.
Movimentação de terra

 Quando a movimentação de terra gerar a necessidade de execução de aterros, esses


deverão ser feitos em camadas, com controle rigoroso da umidade ótima de compactação e
da energia de compactação, de acordo com as especificações do projeto de terraplenagem.

 Caso sejam necessárias estruturas de arrimo nos aterros, deve-se executar esses arrimos e
depois realizar o movimento de terra.

 Deverá ser dada atenção especial à drenagem dessas áreas durante a construção. E os
taludes provisórios deverão ser protegidos contra a ação deletéria das águas de chuva.

 Em vários casos, a escavação pode alcançar o nível


d’água do subsolo, portanto, será necessário efetuar o
rebaixamento do lençol.
Movimentação de terra

 O rebaixamento do lençol, que pode ser feito basicamente com duas técnicas diferentes,
por meio de poços de captação ou ponteiras filtrantes, deve durar o tempo necessário da
escavação abaixo do nível do lençol, não podendo ser interrompido de forma alguma, sob o
risco de desestabilizar toda a escavação.

 Caso o nível do lençol esteja próximo ao nível da escavação, é necessário considerar a sua
possível variação e eventualmente projetar uma captação de água abaixo do piso.

 Ao final dos serviços de terraplenagem, a praça de escavação deverá estar devidamente


nivelada e compactada.
Interatividade

O termo “empolamento” é muito utilizado no planejamento e orçamento de obras, porque sua


importância nos custos reside em:

a) Custos de escavação do terreno.


b) Volume e custos de transporte do material escavado.
c) Volume e custos de compactação do solo escavado.
d) Quantidade do material escavado.
e) Volume do material aterrado.
Resposta

O termo “empolamento” é muito utilizado no planejamento e orçamento de obras, porque sua


importância nos custos reside em:

a) Custos de escavação do terreno.


b) Volume e custos de transporte do material escavado.
c) Volume e custos de compactação do solo escavado.
d) Quantidade do material escavado. Vs = (1+E) Vc
e) Volume do material aterrado.

VC
Empolamento (E) Solto
Corte

VC = 𝜑 Vs Fator de conversão Vs
(𝜑) Fonte: adaptado de:
http://souzaengenharia.blogspot.com/2015
/05/empolamento-e-compactacao.html
Locação da obra

 A locação correta da obra é de extrema importância.

 Pode ser feita com o auxílio de gabaritos de madeira fixados no terreno, que servem de
auxílio para a definição dos pontos de referência da obra, ou em obras de maior envergadura,
de instrumentos topográficos de maior precisão.

Fonte: BORGES, A. C. Prática das 1ª Etapa


pequenas construções. Vol. 1 e 2. São Implantação da linha base a partir de
Paulo: Editora Blucher. 2009/2010, fl. 46.
elementos fornecidos pela fiscalização.
Teodolito Cravação dos piquetes da linha base.

Cercado de proteção aos marcos para


garantir sua integridade e precisão.
2ª Etapa
Execução de quadros de madeira Mira
envolvendo todo o perímetro da obra.
Esses quadros deverão ser Nível
perfeitamente alinhados, nivelados e
paralelos aos eixos da obra. Testemunha

3ª Etapa
Lançamento a partir da
linha base dos eixos dos
Teodolito
elementos construtivos
sobre os gabaritos.
Utilize cortes na madeira
e pregos para definir os
eixos lançados.
Fonte: BORGES, A. C. Prática das pequenas construções.
Vol. 1 e 2. São Paulo: Editora Blucher. 2009/2010, fl. 46.
Locação da obra

 Ilustração: exemplo de gabarito fixado no terreno com pregos para a passagem de fios que
materializam os eixos principais da obra.

Prego da face
Prego do eixo
Prego da face

Fonte: Aplicação
da Topografia na
Engenharia –
EESC USP-
STT0177, 2010.

100
do piso

Fonte: adaptado de: AZEREDO, H. A. D. O


edifício até sua cobertura. São Paulo: Editora
Blucher, 1997, figura 2.10.
Fundações

 Fundações são os elementos da estrutura que transmitem os esforços provenientes da


superestrutura para o solo, ou seja, que fazem a interação entre a estrutura e o solo.

 Podem ser rasas (sapata ou radier) ou profundas (estacas ou tubulões).

 A definição do tipo mais adequado de fundação é feita durante a fase de projeto,


considerando os condicionantes técnicos, executivos e econômicos, com base nas condições
locais e características e na resistência do solo, obtidas por meio das sondagens.

 Para a execução dos elementos de fundação é feita uma


escavação localizada para a instalação das sapatas ou dos
blocos de coroamento das estacas ou tubulões, e as vigas
daquele nível – vigas de travamento ou baldrames.

 Devem ser observados cuidados nas escavações, de modo


que propiciem aos trabalhadores proteção contra
desmoronamentos.
Fundações

 As fundações rasas são, em sua maioria, de concreto armado e não há necessidade do uso
de maquinário específico. Sua execução é feita a céu aberto, após a escavação do solo local
até a cota de assentamento, o preparo do apoio com a compactação manual da superfície e
o lançamento de uma camada de lastro, geralmente de concreto magro com espessura de
5 cm. Sobre esse lastro é posicionada a armadura do elemento, colocadas as formas e, em
seguida, lançado o concreto, seguindo as prescrições das normas de estruturas e fundações,
em especial as normas NBR 6118/2014 e NBR 6120/2019.

 O objetivo do lastro, além de proporcionar uma planicidade de


apoio da fundação, é evitar que o terreno absorva parte da
água presente no concreto lançado, alterando sua composição
e, consequentemente, prejudicando seu desempenho.
Fundações

 As fundações profundas utilizam sempre equipamentos, sejam de percussão, ou rotação, a


maioria deles mecanizados, que requerem atenção especial na obra. O controle da sua
execução é necessário, como mecanismo de atenção quanto à segurança, mas também
para garantir que o elemento atingiu a camada de solo desejada.

 Dentre os tipos de fundação profundas existem os tubulões (fundação profunda que se apoia
diretamente no solo profundo) e as estacas (fundações profundas que transmitem os
esforços de forma indireta para o solo, parte por atrito, parte por resistência de ponta).

 Na maioria das vezes as estacas funcionam em grupos,


ligadas na sua parte superior a um bloco de transmissão de
cargas, denominado bloco de coroamento. Eventualmente os
tubulões também podem estar associados.

 O bloco de coroamento, assim como as sapatas, é executado


por meio de uma concretagem no local sobre camada de lastro
de concreto magro, em uma escavação rasa.
Fundações

 Dentre os tipos mais comuns de estaca, existem as pré-moldadas (de concreto e metálicas,
além das estacas de madeira, menos utilizadas) e as estacas moldadas no local, durante
sua execução.
 Dentre as moldadas no local, existem a estaca Strauss, a hélice contínua, a estaca Franki e
as estacas escavadas (com ou sem o uso de líquido estabilizante), além das estacas raiz e
das micro estacas.
 Cada um desses tipos possui suas condições mais favoráveis de aplicação e restrições
quanto a determinadas condições de aplicação.
 A definição do tipo de estaca a ser utilizada em uma obra,
muitas vezes é definida por fatores executivos (como
facilidade de instalação, restrições com relação ao pé-direito,
por exemplo) ou mesmo de rapidez de execução.
 Após a execução das estacas, o seu topo deve ser arrasado e
preparado para que a armadura dentro delas fique incorporada
no bloco de coroamento.
Fundações

 Após a execução das estacas, o seu topo deve ser arrasado e preparado para que seu topo
possa ser incorporado ao bloco de coroamento.

Fonte: autoria própria.


Fundações

 Esse corte deve preservar a armadura da estaca para que sua armadura fique incorporada
ao bloco de coroamento.

Fonte: autoria própria.


Sequência de preparo para as fundações

Etapas 1ª Etapa
Escavação dos blocos e
baldrames de fundação
Retroescavadeira

2ª Etapa
Acerto manual de
fundo de vala

3ª Etapa
Preparo da cabeça

Rompedor automático

Fonte: adaptado de: BORGES, A. C. Prática das pequenas


construções. Vol. 1 e 2. (9. e 6. ed). São Paulo: Editora
Blucher. 2009/2010. Cap. 6, fl. 61.
Sequência de preparo para as fundações

Etapas
Compressor 4ª Etapa Bomba de
Apiloamento do fundo esgotamento submersível
da vala

Socador
ram. 30

Fonte: adaptado de: BORGES, A. C. Prática das pequenas


construções. Vol. 1 e 2. (9 e 6. ed.). São Paulo: Editora
Blucher. 2009/2010. Cap. 6, fl. 61.
Sequência de preparo para as fundações

Etapas
5ª Etapa Betoneira
Assentamento manual
Cimento
para lastro de
concreto magro
Areia

Brita

6ª Etapa
Execução do lastro
de concreto magro

Fonte: adaptado de: BORGES, A. C. Prática das pequenas


construções. Vol. 1 e 2. (9. e 6. ed). São Paulo: Editora
Blucher. 2009/2010. Cap. 6, fl. 62.
Sequência de preparo para as fundações

Etapas 7ª Etapa 8ª Etapa


Montagem da armação Lançamento e adensamento
Colocação das formas do concreto
Caminhão betoneira

Vibrador
Fôrmas
de imersão

Armação

Fonte: adaptado de: BORGES, A. C. Prática das pequenas


construções. Vol. 1 e 2. (9. e 6. ed). São Paulo: Editora Blucher.
2009/2010. Cap. 6, fl. 62.
Sequência de preparo para as fundações

Etapas 9ª Etapa Compactador


pneumático
Reaterro e compactação

Fonte: adaptado de: BORGES, A. C. Prática das pequenas


construções. Vol. 1 e 2. (9. e 6. ed). São Paulo: Editora
Blucher. 2009/2010. Cap. 6, fl. 62.
Interatividade

Sobre a possibilidade da execução dos serviços de escavação e das fundações de uma


edificação projetada para ter dois subsolos, é correto afirmar:

a) É sempre possível realizar a escavação antes das fundações e futura execução


das fundações a partir do 2º subsolo.
b) Nunca é possível realizar a escavação antes das fundações e futura execução das
fundações a partir do 2º subsolo.
c) A possibilidade de execução da escavação antes das fundações e futura
execução das fundações a partir do 2º subsolo depende do tipo de fundação a ser
usada e seu equipamento.
d) A possibilidade de execução da escavação antes das
fundações e futura execução das fundações a partir do 2º
subsolo depende unicamente do nível do lençol freático.
e) A possibilidade de execução da escavação antes das
fundações e futura execução das fundações a partir do 2º
subsolo depende apenas da mecanização da escavação.
Resposta

Sobre a possibilidade da execução dos serviços de escavação e das fundações de uma


edificação projetada para ter dois subsolos, é correto afirmar:

a) É sempre possível realizar a escavação antes das fundações e futura execução


das fundações a partir do 2º subsolo.
b) Nunca é possível realizar a escavação antes das fundações e futura execução das
fundações a partir do 2º subsolo.
c) A possibilidade de execução da escavação antes das fundações e futura
execução das fundações a partir do 2º subsolo depende do tipo de fundação a ser
usada e seu equipamento.
d) A possibilidade de execução da escavação antes das
fundações e futura execução das fundações a partir do 2º
subsolo depende unicamente do nível do lençol freático.
e) A possibilidade de execução da escavação antes das
fundações e futura execução das fundações a partir do 2º
subsolo depende apenas da mecanização da escavação.
Interface entre terraplenagem e fundações

Um aspecto importante a salientar é a interface entre a movimentação de terra e a execução


das fundações:

 No caso das fundações diretas rasas (sapatas), elas só podem ser executadas após a
terraplenagem chegar à cota de projeto.

Mas no caso de algumas fundações profundas, existem interferências entre a escavação e a


execução das estacas (ou tubulões), que deve ser considerada em projeto, e até definir o tipo
mais adequado, em função de seu processo de execução e equipamentos:

 Caso a escavação chegue a níveis mais baixos que o nível do


acesso da obra, nem todos os equipamentos de cravação
conseguirão descer ao local para executar as estacas.
Portanto ficam inviabilizadas as estacas que usam
equipamentos maiores.
Interface entre terraplenagem e fundações

 Muitas vezes, por facilidade de instalação dos equipamentos, as estacas são executadas em
uma cota acima da cota de terraplenagem, antes do movimento de terra. Mais tarde, quando
os serviços de terraplenagem efetuarem o corte do terreno, os topos das estacas ficarão à
mostra e será necessário fazer o corte da sua parte superior (arrasamento) até a cota de
fundo do bloco. E essa operação do corte do terreno é mais complexa, devido à interferência
com os topos das estacas, devendo ser feita com equipamento leve.
 Se, em casos como esse, as fundações forem em estacas tipo hélice contínua ou barrete, é
possível com razoável precisão, concretá-las não até o topo da escavação, mas apenas até
a cota de fundo dos blocos, e acima dela lançar um aterro de solo jogado, que será retirado
quando for feita a escavação de toda a praça.
 Caso as estacas sejam executadas em terrenos a serem
cortados, uma parte do atrito de cravação é perdido.
 Caso seja executado um aterro acima das estacas já
executadas, a pressão do aterro irá ocasionar uma sobrecarga
na estaca, efeito conhecido com atrito negativo.
Estruturas

 A tipologia das estruturas deve ser definida e detalhada no projeto estrutural.


 A tipologia mais usual das estruturas é em concreto armado moldado no local.
Mas as estruturas de concreto, dependendo da situação podem ser também em concreto
pré-moldado (ou pré-fabricado), ou mesmo ter alguns elementos pré-moldados que
serão incorporados na obra aos elementos moldados no local. E ter elementos em
concreto protendido.
 A diferença entre o pré-moldado e o pré-fabricado é que no primeiro caso a execução dos
elementos pode ser feita em um canteiro, enquanto no segundo segue uma escala industrial,
em fábrica. Portanto, com controle de execução mais rigoroso.
 Outra possibilidade é a estrutura ser metálica, composta por
perfis usinados ou soldados, ou mesmo formados a frio.
 Existem também as estruturas de madeira e as de alvenaria
estrutural, armada ou não, onde as paredes funcionam como
elementos de estruturação, além de cumprirem sua função
com elementos de vedação e divisão de ambientes.
Estruturas pré-moldadas

 As estruturas de concreto pré-moldado (ou pré-fabricado) guardam certas semelhanças com


as estruturas metálicas, pelo fato de seus elementos serem produzidos fora do local de sua
instalação definitiva. De uma forma geral, costuma-se referir a elas como ‘pré-moldadas’.

Essas duas tipologias apresentam características que demandam necessidades semelhantes:

 A montagem dos elementos requer transporte, estocagem e lançamento dos elementos na


obra e, em seguida, sua ligação no local com elementos que comporão a estrutura definitiva.

 A programação de produção e fornecimento das peças deve


estar de acordo com o cronograma de montagem; os
equipamentos de lançamento não podem ficar aguardando o
recebimento de elementos, pois isso onera o custo da obra.

 Deve haver lugar suficiente para abrigar as peças recebidas


para o seu lançamento.
Estruturas pré-moldadas

 A sequência de execução deve ser programada para otimizar os posicionamentos dos


equipamentos de lançamento (guindastes, gruas).

 Deve ser feito um estudo (denominado Plano de Rigging) de todas as ações relacionadas ao
posicionamento dos equipamentos de içamento e lançamento dos elementos.

 O controle da geometria deve ser rigoroso e as tolerâncias devem estar dentro dos limites
das normas específicas (NBR 9062/2017 para as estruturas de concreto pré-moldado e NBR
8800/2008 para as estruturas de aço).
Estruturas pré-moldadas

 Sempre que possível, deve-se buscar executar a maior quantidade de elementos


pré-moldados para otimizar a produção, inclusive elementos de fechamento, escadas e
rampas.

 Detalhe de estrutura pré-fabricada


com placas de fechamento.

Fonte: MELO, C. E. (co-autor). Manual


Munte de projetos em pré-fabricados
de concreto / Munte Construções
Industrializadas 2. ed. rev. e ampl. 015.
São Paulo: Pini, folha 99.
Concreto

 A execução das estruturas de concreto deve seguir as especificações de projeto sobre


os materiais a serem empregados, os cuidados e a metodologia executiva e controle.

 O concreto pode ser virado na obra, mas cada vez mais sua produção é feita por
concreteiras, levadas até a obra por betoneiras.

 Nas operações de preparo do concreto, transporte, lançamento, adensamento, cura e


desforma, devem ser observadas as prescrições contidas nas normas específicas, em
especial a NBR6118/2014.

 O controle da resistência por meio de ensaios deve estar


devidamente documentado, assim como as etapas de
concretagem, que devem ser mapeadas para eventuais
análises em função de resultados dos ensaios.
Formas

 As formas devem ser feitas e montadas para dar o formato desejado ao concreto,
após a sua cura e desforma.
 São previstas formas em todas as faces inferiores e laterais dos elemento de concreto,
inclusive o fechamento das extremidades.
 O sistema de formas e seu escoramento, denominado “cimbramento” deve ser rígido, de
forma a não apresentar deformações.
 O sistema de cimbramento e formas deve ser projetado para
não apresentar deformações, considerando a massa do
concreto como carga, sem resistência, e a sobrecarga de
movimentação das montagens.
 É necessário também prever de forma criteriosa seus
reaproveitamentos na mesma obra e não se esquecer de que
essas peças são desmontadas após a cura do elemento
estrutural concretado.
Formas

 Na maioria das vezes, as formas são feitas de madeira e são recuperadas após seu uso,
podendo ser reaproveitadas.

 Mas é crescente o uso de formas metálicas, de plástico, de papelão ou mistas. No caso de


alguns elementos, blocos cerâmicos ou de EPS podem também servir como forma.

 No preparo das formas, deve ser dada atenção especial para que elas possam receber o
concreto, evitando a absorção de água, a sua perda nas emendas e a facilidade da
desforma.

 Os cimbramentos têm usado boa parte das vezes perfis


metálicos em substituição à madeira devido ao seu
reaproveitamento, custo e facilidade de aplicação.
Formas

 Esquema típico – cimbramento.

Fonte: adaptado de: BORGES, A. C. Prática das pequenas


construções. Vol. 1 e 2. (9 e 6 ed). São Paulo: Editora
Blucher. 2009/2010. Cap. 8, fl. 111.
Formas

 As formas devem ser feitas e Viga metálica principal


montadas para dar o formato Fundo de laje
Viga metálica barrote Viga metálica principal
desejado ao concreto, após a sua
Fundo de laje Fundo de laje
cura e desforma.
Viga metálica barrote
Fundo de viga Cruzeta
Viga metálica principal
Fundo de viga

Mão-francesa

Torre

Fonte: SALGADO, J. C.
P. Técnicas e práticas
construtivas para edificação. 4.
ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Placa
cap. 4, fig. 4.6.
Macaco de base
Cimbramento e vigas metálicas
Formas

 A retirada do cimbramento é um assunto muito importante, pois ela deve ser feita não
apenas para respeitar não só a resistência que o concreto deve ter alcançado em contraste
com os carregamentos a serem aplicados (basicamente o peso próprio da estrutura e a
sobrecarga de obra), mas também a deformabilidade do concreto, dada pela evolução do
módulo de elasticidade. Ou seja, o concreto pode resistir aos esforços, mas apresentar
deformações visíveis, que não serão recuperadas.

 Por esse motivo, geralmente é feita uma retirada parcial do cimbramento e das formas,
permitindo o seu reaproveitamento imediato no piso acima e a manutenção de algumas
linhas de apoios das escoras. Assim, minimizam-se as flechas das lajes.

 Esse mecanismo é chamado por muitos de “reescoramento”,


nome indevido, pois dá a impressão de que todo o
escoramento foi retirado e depois parte colocada. Mas as
escoras restantes não podem ser retiradas e depois
reposicionadas.

 A desforma deve ser feita segundo orientação do projetista.


Interatividade

O termo “cimbramento” está relacionado à(ao):

a) Estrutura própria das formas para lançamento do concreto com as dimensões adequadas.
b) Estrutura que sustenta as formas para possibilitar o lançamento do concreto.
c) Processo de endurecimento e ganho de resistência do concreto.
d) Consideração do tempo de desforma em função do endurecimento do concreto.
e) Deformação das estruturas provocadas pela desforma.
Resposta

O termo “cimbramento” está relacionado à(ao):

a) Estrutura própria das formas para lançamento do concreto com as dimensões adequadas.
b) Estrutura que sustenta as formas para possibilitar o lançamento do concreto.
c) Processo de endurecimento e ganho de resistência do concreto.
d) Consideração do tempo de desforma em função do endurecimento do concreto.
e) Deformação das estruturas provocadas pela desforma.
Armaduras

 As armaduras usadas no concreto, em sua grande maioria são dos aços CA-50 e CA-60,
eventualmente sendo usado o CA-25. E o aço CA-50 é o mais usado. Embora seja fornecido
em barras de 12 metros, é muito conveniente o recebimento, na obra, das barras já cortadas
e dobradas, simplificando o seu transporte e manuseio.

 Os aços devem ser devidamente certificados e armazenados de forma correta para evitar
corrosão durante o período de espera para seu uso.

 Sua montagem deve dar especial atenção à observação


dos cobrimentos, de forma a respeitar as condições de
funcionamento da estrutura ao longo do tempo, sujeita às
condições de agressividade ambiental consideradas
em projeto.
Alvenaria estrutural

 As construções que usam alvenaria autoportante como estrutura, denominadas de alvenaria


estrutural, possuem características de funcionamento, especificações de materiais e
restrições quanto a sua metodologia executiva.

 Nessa tipologia, há necessidade


de construção das paredes estruturais
de cada lance da estrutura para
que sejam executadas as lajes do
pavimento acima.

Fonte: adaptado de: MOHAMAD,


G. Construções em alvenaria
estrutural. 2. ed. São Paulo:
Editora Blucher, 2020. fig. 2.17.
Alvenaria estrutural

 Na elaboração do projeto, algumas recomendações devem ser respeitadas visando o


funcionamento adequado e a racionalização, como a impossibilidade de ajustes na
arquitetura, a limitação dos vãos e a inexistência de balanços.

 A norma NBR 16868/2020 estabelece os requisitos e estipula os padrões a serem seguidos


e as regulamentações de sistemas construtivos com blocos cerâmicos e de concreto.

 Nem sempre todas as paredes são estruturais; as paredes sem essa função podem ser
executadas em uma etapa posterior.
Steel frame

 Steel frame é um sistema construtivo


industrializado e altamente racionalizado, formado
por estruturas de perfis de aço galvanizado que
sustentam a construção e também podem compor
as paredes e fachadas.

 Suas características de alta produtividade,


redução de resíduos e rapidez de execução são
seus pontos fortes.

Fonte: adaptado
de: http://www.da
ruix.com.br/estrut
 Suas restrições são a limitação do número de
uras.html#Capital pavimentos e pouca flexibilidade na arquitetura.
Estruturas de madeira

 O uso de estruturas de madeira têm sido crescente, com o uso de modernas técnicas de
reflorestamento associadas ao desenvolvimento de produtos industrializados.

 Sua utilização tem se tornado economicamente competitiva, mesmo com as


regulamentações ecológicas mais rigorosas.

 Geralmente, as lajes são também estruturas em madeira.

 Um exemplo é o uso das estruturas com madeira laminada


colada (MLC), com resistência mecânica compatível às
solicitações e boa resistência à umidade, embora seja
altamente recomendável a implantação em locais ventilados.
Estruturas de madeira

 Wood frame é um sistema construtivo com montantes e travessas em madeira revestidos por
chapas ou placas igualmente confeccionas em madeira.

 A parte estrutural (montantes e


travessas) do wood frame é composta
por madeira maciça, enquanto que as
chapas ou placas de revestimento são
em OSB (Oriented Strand Board).

Fonte:
https://lemnsupermarket.
ro/storage/5992/product-
img-2648_59989.jpg
Paredes de concreto

 O sistema construtivo que usa elementos de concreto pré-moldado como elementos verticais
funcionando como pilares-parede, suportando principalmente as cargas verticais, é abordado
pela NBR 16475/2017.

 A consideração das etapas de construção e a sequência de montagem, considerando as


etapas intermediárias, é importante, assim como as ligações das peças.
Contêineres

 O uso de contêineres é uma alternativa construtiva, benéfica ao homem e à natureza, aliada


a uma arquitetura moderna e criativa, que se aplica na discussão atual sobre meio ambiente,
construções sustentáveis, materiais desperdiçados que geram poluição, energia solar,
reciclagem, etc.

 Os contêineres são aproveitados de peças descartadas do mercado náutico, cujo uso é de


aproximadamente 8 anos, sendo que sua vida real é da ordem de 100 anos.

 Por terem medidas padronizadas, os contêineres oferecem


elementos modulares que podem ser combinados,
simplificando o design, o transporte e o planejamento.

 São extremamente fortes e confeccionados para um perfeito


encaixe e sua montagem requer equipamentos de içamento e
lançamento na obra.
Bambu

 O uso de bambus em estrutura alia o conhecimento milenar dos países da Ásia às


necessidade de sustentabilidade e diminuição do desperdício em obras.

 Está limitado ao fornecimento, controle de materiais e mão de obra especializada.

 É recomendável que o bambu mantenha uma distância do solo, a fim de evitar a umidade
do terreno e o aparecimento de fungos.

 Sua sequência executiva requer tratamentos e conexões


especiais, desenvolvidas especificamente para as ligações
entre peças.
Interatividade

A sequência executiva da estrutura para uma edificação de vários pavimentos, feita em


alvenaria estrutural, deve obedecer à seguinte regra:

a) As lajes de cada pavimento só podem ser executadas depois do levantamento de


todas as paredes até aquele pavimento, tanto as estruturais quanto as paredes sem
função estrutural.
b) As lajes de cada pavimento só podem ser executadas depois do levantamento apenas das
paredes estruturais até aquele pavimento.
c) As lajes de cada pavimento só podem ser executadas depois do levantamento de todas as
paredes até a cobertura, tanto as estruturais quanto as paredes sem função estrutural.
d) As lajes de cada pavimento só podem ser executadas
depois do levantamento apenas das paredes estruturais
até a cobertura.
e) As lajes de todos os pavimentos podem ser executadas
antes da execução das paredes estruturais até
aquele pavimento.
Resposta

A sequência executiva da estrutura para uma edificação de vários pavimentos, feita em


alvenaria estrutural, deve obedecer à seguinte regra:

a) As lajes de cada pavimento só podem ser executadas depois do levantamento de


todas as paredes até aquele pavimento, tanto as estruturais quanto as paredes sem
função estrutural.
b) As lajes de cada pavimento só podem ser executadas depois do levantamento apenas das
paredes estruturais até aquele pavimento.
c) As lajes de cada pavimento só podem ser executadas depois do levantamento de todas as
paredes até a cobertura, tanto as estruturais quanto as paredes sem função estrutural.
d) As lajes de cada pavimento só podem ser executadas
depois do levantamento apenas das paredes estruturais
até a cobertura.
e) As lajes de todos os pavimentos podem ser executadas
antes da execução das paredes estruturais até
aquele pavimento.
ATÉ A PRÓXIMA!

Você também pode gostar