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TRANSPORTES I - 3266

FACULDADE: Engenharia
CURSO: Engenharia Civil
COORDENAÇÃO: Engenharia Civil
ANO: 2023
DADOS SOBRE A DISCIPLINA
CÓDIGO NOME
3266 Transportes I

CARGA HORÁRIA SEMESTRAL SEMESTRE


72 h 5°.

OBJETIVOS:
 Conceituar os elementos básicos relacionados com os equipamentos
usuais de terraplenagem (maquina s motrizes e operatrizes).
 Caracterizar os elementos de infraestrutura de rodovias e ferrovias e os
componentes funcionais dos sistemas de drenagem das mesmas.
 Estudar as técnicas e métodos de dimensionamento dos tempos de
execução de terraplenagem.
 Identificar, projetar e dimensionar os elementos de drenagem superficial
e subterrânea de estradas.

EMENTA:
 Máquinas de terraplenagem.
 Análise de produção horária em terraplenagem.
 Avaliação técnica dos projetos de terraplenagem.
 Planejamento e custos de terraplenagem.
 Elementos usuais de drenagem superficial de rodovias e ferrovias.
 Elementos usuais de drenagem subterrânea de rodovias e ferrovias.

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
1. Introdução – conceitos iniciais, estudo dos materiais a serem escavado:
Classificação (ABNT, DNIT, DER-SP), fator de conversão de volumes ou
empolamento.
2. Fator de eficiência das maquinas de terraplenagem (E), corte x aterro,
compactação, momento de transportes, produção horária
3. Equipamentos: Máquinas motrizes – tratores (características, relação
tração na barra x velocidade), tratores de esteiras, resistências que se
opõem ao movimento.
4. Equipamentos: Máquinas operatrizes – Dozer e moto-scraper
(operações, características e produção).
5. Equipamentos: Máquinas Escavo-carregadoras (operações,
características e produção).
6. Equipamentos: Unidades de transportes – (operações, características e
produção).
7. Moto niveladora e valetadoras (operações, características e produção).
8. Equipamentos: Compactadores (operações, características e produção).
9. Equipamentos: Previsão de custos na terraplenagem.
10. Drenagem: Recordação dos conceitos básicos de hidráulica e hidrologia.
11. Elementos de Drenagem rodoviária.
12. Elementos de Drenagem subterrânea.
13. Projeto e dimensionamento dos elementos de drenagem rodoviária.

METODOLOGIA DO ENSINO:
 Aulas expositivas: teóricas e práticas (exercícios/laboratório).

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO:
 Provas objetivas individuais.
 Trabalho e/ou projetos individuais.

RECURSOS AUDIOVISUAIS UTILIZADOS:


 Multimídia.
 Retroprojetor

SALAS ESPECIAIS E LABORATÓRIOS UTILIZADOS:


 Laboratório de informática da engenharia civil.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA:
 Ricardo, Hélio de Souza e Catalani, Guilherme. Manual Prático de
Escavação.
 Michelin. G. Drenagem Superficial e Subterrânea de Estradas.
 Senço, W. Terraplenagem.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR:
 Villila, S.M. e Mattos, Arthur Hidrologia Aplicada.
 Caterpillar do Brasil S.A. Princípios básicos de terraplenagem.
 DNIT - Manual de Drenagem de Rodovias.
 DNIT – Especificações Gerais para Obras Rodoviárias.
 DER/SP – Manual de Normas – Terraplenagem e Obras de Arte e
Drenagem.
FACULDADE: Engenharia
CURSO: Engenharia Civil
COORDENAÇÃO: Nilene Janini de O. Seixas

TRANSPORTES I – 326

Terraplenagem ou Terraplanagem?

Terraplenagem (Aurélio) – escavação, transportes, deposito e compactação de


terras, para realização de uma obra.

O termo “terraplanagem” simplesmente não consta. Há apenas terraplenagem,


substantivo feminino que significa o ato ou efeito de terraplenar, de tornar o
terreno plano (cortando ou aterrando) e pode ser usado, sem nenhum prejuízo
do significado, como sinônimo de terraplenagem.

Genericamente podemos definir terraplenagem ou movimento de terras como o


conjunto de operações necessárias a retirada do excesso de terra e remoção
para locais onde esteja em falta ou depósitos para atender um projeto.

Assim na construção de rodovias, ferrovia, aeroportos, conjuntos habitacionais,


edificações, usina hidroelétricas, necessitam de terraplenagem, portanto,
necessária e quase todas as obras de engenharia.

Histórico

A realização de obras de terra, em larga escala, vem sendo executadas á


séculos pelo homem

→ Egípcios e babilônicos → canais de irrigação as margens do Nilo e Eufrates

→ Construção das pirâmides → execução e transportes de milhares de m3 de


rochas

→ Romanos → estradas e aquedutos


Até o aparecimento dos equipamentos mecanizados a movimentação de terras
era feita pelo homem, utilizando pá picareta para corte, carroças ou vagonetes
com tração animal para os transportes

O rendimento era muito baixo e conseguintemente muito caro (muita mão de


obra).

Com o aparecimento dos equipamentos mecanizados (desenvolvimento


tecnológico) que se tornaram competitivos apesar do preço, com o alto custo
de mão de obra e sua alta produtividade.

Características da terraplenagem mecanizada:

→ Altos investimentos nos equipamentos

→ Exige serviços bem planejados e executados (empresas de alto padrão)

→ Redução da mão de obra

→ Permite a movimentação de grandes volumes de terra em prazos curtos,


com preços mais baixos

Operações básicas do terraplenagem (ciclo de operação)

→ Escavação

→ Carga do material escavado

→ Transportes

→ descarga e espalhamento

Essas operações podem ser feitas pela mesma máquina ou por equipamentos
diversos.

Exemplo: Trator de esteira e moto scraper → executa todas as quatro


operações

Escavadoras → só as duas primeiras

Escavação – é o processo empregado para romper a compacidade do solo, no


seu estado natural.

Carga – enchimento da caçamba ou adiante da lâmina de corte

Transportes → Carregado e vazio


Descarga e espalhamento → construção de aterros

Estudo dos materiais de superfície

Rochas e Solos → TB (ABNT)

Rochas

Bloco de rochas → superior a 1,0 m

Matacão → 0,25 m a 1,0 m

Pedra → 7,6 cm a 25,0 cm

Rocha alterada → indícios de alteração de um ou mais de seus elementos


mineralógicos

Solos

Pedregulho → 4,8 a 76 mm

Areia → 0,05 a 4,8 mm

Silte → 0,005 a 0,05 mm

Argila → < 0,005 mm

Orgânicos

Turfas

Alteração de Rocha

Solos superficiais

Critério para classificação dos materiais

DER/SP

1ª Categoria – solo residual ou sedimentar e seixos rolados ou não com


diâmetro máximo de 0,15 cm.

Escavados por tratores escavo-transportadoras de pneus, empurrados por


tratores de esteira ou por escavadeiras hidráulicas.

Não exige emprego de explosivos.


2ª Categoria – Materiais com resistência ao desmonte mecânico inferior ao da
rocha sã, piçarras, isto é material granular formado geralmente por fragmentos
de rocha alterada ou fraturadas, cuja extração utiliza equipamento de
escarificação, de um dente-riper.

Eventualmente pode ser necessário o uso de explosivos.

Se inclui nesta classificação blocos de rocha com volume inferior a 2,0 m3 e os


matacões ou pedras com diâmetro entre 0,15 m e 1,0 m.

Os materiais de 2ª categoria são classificados em:

→ 2ª categoria com riper

→ 2ª categoria com explosivo

3ª Categoria – Rochas sã, matacões maciços, blocos e rochas fraturadas com


volume superior a 2,0 m3, exigindo uso continuo de explosivos.

Solo mole ou material brejoso - solo que no estado natural, não tem
capacidade de suporte para apoio direto dos equipamentos de sua execução.

Escavadeiras → fora da área de remoção dos a aterros ou estivas

DNIT

1ª Categoria – idem DER/SP

2ª Categoria – idem DER/SP, exceto volume inferior a 1,0 m3 e sem a divisão

3ª Categoria – idem DER/SP, exceto volume superior a 1,0 m3.

Importância da classificação - Como se verifica os materiais a serem


escavados se classificam em função da dificuldade de escavação o que implica
em custos diferentes para o mesmo volume escavado, tanto mais caro quanto
mais dificuldade de escavação.

→Sondagem

→Escavação
– Deve ser feita na largura e com a inclinação dos taludes indicadas no projeto.

- Devem ser precedidas dos serviços de desmatamento, destocamento e


limpeza (faixa de ocupação).

-A escavação deve otimizar a utilização adequada dos materiais extraídos

- Rejeição (refugo) → depósitos → futura utilização.

- Nível d’agua acima da cota do greide → drenagem → atingindo o greide →


verificar material → caso seja inadequado → baixa capacidade de suporte ou
expansão > que 2%, rebaixa-se o greide na espessura estabelecida no projeto
ou 60 cm no mínimo.
Na transição corte x aterro escavação do greide na área de corte, na extensão
de 2,0 m. O material escavado deve ser substituído por material com as
mesmas características do 0,60 m final do aterro.

Controle

Topografia → altura e largura da plataforma → projeto

Taludes → inclinação do projeto.

Tolerâncias – taludes e plataforma

→ variação da altura máxima para eixo e bordas, escavação em solos ±


0,05 m

→ Escavação em rocha ± 0,10 m

→ Variação máxima da largura de + 0,20 m para cada semi plataforma,


não se admitindo variação negativa.

Na verdade, aterraplenagem é uma das etapas da vida de uma via, dentro de


uma sequencia:-

→ Planejamento

→Programação
→Projeto

→Implantação – infraestrutura

→Pavimentação – via permanente – superestrutura

→ Operação e Conservação.

Na implantação (infraestrutura) podemos encontrar 3 situações:

Plataforma abaixo do terreno natural – Corte

Plataforma acima do terreno natural - Aterro

Plataforma abaixo e acima do terreno natural - Seção mista


A faixa de terreno natural que serve de apoio aos aterros ou onde se inicia os
cortes, para atingir a largura da plataforma – “Faixa de Ocupação”

Elementos fundamentais da terraplenagem:

→Fator de conversão de volumes (f)

Nas medições dos serviços de terraplenagem, os volumes são considerados,


geralmente no corte ou no aterro.

Como os transportes é feito com material solto, o número de viagens será


medido nessa condição. As medições, para efeito de pagamento, levam em
conta o volume no corte ou no aterro.

Assim

m
A massa é constante → ɣ=
V

m = ɣn Vn = ɣs Vs = Vc ɣc

Assim:

ɣs
Vn = Vs
ɣn

ɣc
Vn = Vc
ɣn

Geralmente: ɣc > ɣn > ɣs

ɣi
Relação → fator de conversão de volumes
ɣj

ɣi
f= > 1,0 (empolamento)
ɣj

ɣi
f= < 1,0 (recalque)
ɣj

Determinação da espessura de espalhamento

L x l x e n x ɣ n = L x l x e s x ɣs = L x l x e c x ɣ c = m

V=Lxlxe=Sxe

Para um m2 de área (S)


m = en x ɣ n = es x ɣ s = ec x ɣ c

ɣs ɣc
en = x es es = x ec
ɣn ɣs

Exemplo de cálculo:

a) Um volume de 200.000 m3, medido no corte, para um ɣ n = 1,60 g/cm3 e


um ɣs = 1,30 g/cm3

e ɣc = 1,85 g/cm3, corresponde:

No caminhão

ɣn 1, 60
Vs = x Vn = x200.000 = 246.153,84 m3
ɣs 1, 30

No aterro

ɣn 1, 60
Vc = x Vn = x 200.000 = 177.777,76 m3
ɣc 1, 85

b) Caso tivesse que carregar um caminhão com uma escavadeira com


capacidade rasa da caçamba de 1,0 jarda cubica, haveria necessidade
de:

Vs = 1,0 jd3 ± 0,76 m3

ɣs
Vn = Vs = 1,2/1,6 x 0,76 = 0,57m 3 (cada caçambada corta 0,57 m3 –
ɣn
natural)

Caso se disponha de um caminhão com 8,0 m3 de capacidade

8,0
Nc = = 14,04 caçambadas para encher o caminhão.
0 ,57

c) Determinar qual o volume medido no corte a ser escavado para uma


execução de 1,0 m3 de barragem de terá, admitindo-se as mesmas
massas especificas do exercício a.

ɣc 1, 80
Vn = Vc = ×1 , 0= 1,125 m3
ɣn 1, 60

O volume solto a ser transportado é


ɣn 1, 60
Vs = x Vn = x1,125 = 1,499 m3
ɣs 1, 20

→ corta 1,125 m3
→ transporta 1,499 m3
→ aterra 1,0 m3

→Fator de eficiência (E)

É uma correção que se aplica ao rendimento das maquinas pelo fato de não se
trabalhar 60 minutos em uma hora (paradas, redução da potência dos motores
devido ao desvio de atenção do operador, recebimentos de ordens, paradas do
operador por razões diversas, etc.

50
Geralmente o fator de eficiência e escrito E = ou seja, admite-se 50 minutos
60
de efetivo serviço em uma hora.

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