Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
PROPÓSITO
Compreender os requisitos necessários para o desenvolvimento dos projetos de terraplenagem
e de drenagem de rodovias.
PREPARAÇÃO
Antes de iniciar o estudo deste conteúdo, tenha em mãos papel, caneta e uma calculadora
científica ou use a calculadora de seu smartphone ou computador.
OBJETIVOS
MÓDULO 1
MÓDULO 2
Calcular movimentos de terra associados às obras em vias de transporte
MÓDULO 3
MÓDULO 4
INTRODUÇÃO
A segunda refere-se a destinar um caminho adequado para as águas que caem sobre a
rodovia, seja por meio da chuva, seja por meio de interferências do lençol freático. Para
isso, será necessária a construção de dispositivos de drenagem, superficiais ou
subterrâneos.
Em nosso material, unidades de medida e números são escritos juntos (ex.: 25km) por
questões de tecnologia e didáticas. No entanto, o Inmetro estabelece que deve existir um
espaço entre o número e a unidade (ex.: 25 km). Logo, os relatórios técnicos e demais
materiais escritos por você devem seguir o padrão internacional de separação dos números e
das unidades.
MÓDULO 1
Reconhecer os aspectos referentes à terraplenagem e aos equipamentos de
terraplenagem
EQUIPAMENTOS DE TERRAPLENAGEM
UNIDADES ESCAVO-EMPURRADORAS
O trator de lâmina ou de pneus pode receber a adaptação de um implemento, que o transforma
em uma unidade capaz de escavar e empurrar a terra, sendo chamada, por isso, de unidade
escavo-empurradora. Dentre as tarefas de terraplenagem desenvolvidas pelos tratores de
lâminas, destacam-se: desmatamento, destocamento e limpeza de terreno, execução de
compensações laterais, escavação e transporte de pequenos volumes a distâncias inferiores a
50m.
Trator de esteiras.
UNIDADES ESCAVO-TRANSPORTADORAS
Executam as atividades de escavação, carga, transporte e descarga de materiais soltos. Há
dois tipos de unidades escavo-transportadoras: o scraper rebocado e o motoscraper, com
funcionamento similar. O scraper é uma unidade tracionada por uma unidade tratora, composta
por uma caçamba montada sobre dois eixos equipados com pneumáticos. Já no motoscraper,
a caçamba dispõe de um único eixo de pneumáticos, apoiando-se diretamente na unidade
tratora, que poderá ser um trator rebocador de um único eixo ou de dois eixos de pneumáticos.
Motoscrapers em trabalho.
UNIDADES ESCAVO-CARREGADORAS
Executam operação de escavação e carga do material escavado sobre outro equipamento,
este último participando nas tarefas de transporte e descarga. Enquadram-se em dois grupos
distintos: as escavadeiras e as carregadeiras, que executam as mesmas operações
(escavação e carga). As escavadeiras são em geral apoiadas sobre esteiras, que suportam
conjunto superior que pode girar em torno de seu eixo vertical, geralmente trabalhando
estacionadas. Por outro lado, as carregadeiras são montadas sobre tratores de esteiras ou de
pneumáticos, possuindo uma caçamba frontal acionada por braços de comando hidráulicos.
Escavadeira.
Você sabia?
Cada sistema tem sua aplicabilidade a tipos específicos de escavações. Distinguem-se, como
principais, os seguintes grupos de pás mecânicas:
A pá frontal, ou shovel
Dragline.
Retroescavadeira.
A retroescavadeira, ou back-shovel
UNIDADES APLAINADORAS
As unidades aplainadoras (motoniveladoras) são equipamentos dedicados essencialmente a
operações de acabamento da área terraplenada. São constituídas por uma unidade tratora,
equipada com uma lâmina posicionada entre os seus eixos dianteiro e traseiro. A grande
versatilidade das motoniveladoras decorre da diversidade de posições de trabalho que a lâmina
pode assumir, garantindo os movimentos de: rotação em torno do eixo vertical, rotação em
torno de seu eixo longitudinal, translação vertical de uma ou de ambas as suas extremidades e
translação segundo o eixo longitudinal.
Motoniveladora.
UNIDADES TRANSPORTADORAS
São utilizadas em operações de terraplenagem, quando as distâncias de transporte são
elevadas a ponto de tornar-se antieconômico o emprego de motoscrapers. Executam apenas
operações de transporte e descarga, devendo o seu carregamento se dar pela ação de
unidades escavo-carregadoras. As unidades transportadoras mais frequentemente
empregadas são: o caminhão basculante, os dumpers, e os caminhões fora-de-estrada.
Caminhão basculante.
Dumper.
UNIDADES COMPACTADORAS
Objetivam densificar os solos distribuídos nos aterros, reduzindo os seus índices de vazios e
conferindo-lhes maior estabilidade. Existem diversos tipos de unidades compactadoras à
disposição no mercado, sendo de uso mais comum os rolos pneumáticos (para compactação
de solos e de misturas asfálticas), os rolos pé de carneiro (aplicáveis a solos finos, siltosos ou
argilosos, consistem em um tambor equipado com saliências denominadas “patas”) e os rolos
lisos vibratórios (que se aplicam à compactação de solos não coesivos).
Rolos lisos vibratórios.
CLASSIFICAÇÃO CARACTERÍSTICAS
2ª Categoria
PRINCIPAIS OPERAÇÕES DE
TERRAPLENAGEM
A conjugação desses dois serviços tem por finalidade proporcionar condições geométricas
compatíveis com o volume e tipo dos veículos que irão utilizar a rodovia. Vamos conhecer
agora os serviços relacionados à terraplenagem de uma via de transporte:
CAMINHOS DE SERVIÇO
CORTES
Segmentos que requerem escavação no terreno natural para se alcançar a linha do greide
projetado, definindo assim transversal e longitudinalmente o corpo estradal. As operações de
corte compreendem a escavação dos materiais constituintes do terreno natural até a plataforma
de terraplenagem definida pelo projeto e o transporte desses materiais para aterros ou bota-
fora.
ATERROS
BOTA-FORA
São os volumes de materiais que, por excesso ou por condições geotécnicas insatisfatórias,
são escavados nos cortes e destinados a depósitos em áreas externas à construção rodoviária.
O local de depósito desses materiais deve ser criteriosamente definido a fim de não causar
efeitos danosos às outras obras de construção e ao próprio meio ambiente.
EMPRÉSTIMOS
Em se tratando de uma mesma massa m a ser terraplenada, é fácil concluir que as variações
nas densidades (ou massas específicas aparentes) do material obedecerão às desigualdades
abaixo:
Desse modo, conceitua-se alguns fatores, chamados de fatores de conversão, que permitem a
transformação imediata entre os volumes nestas três etapas. São eles:
FATOR DE EMPOLAMENTO:
FATOR DE CONTRAÇÃO:
FATOR DE HOMOGENEIZAÇÃO:
FATOR DE EMPOLAMENTO:
A partir daí, pode ser definida a quantidade chamada “empolamento”, que representa, em
termos percentuais, qual o incremento de volume que resulta após a escavação de um material
de um corte:
FATOR DE CONTRAÇÃO:
FATOR DE HOMOGENEIZAÇÃO:
TEORIA NA PRÁTICA
Para realizar um aterro com 50m³, vamos calcular a quantidade de material que será
necessário cortar, bem como o material solto correspondente que será transportado. Sabe-se
que 1m³ de solo medido no corte após a compactação contrai para 0,9m³.
RESOLUÇÃO
FATORES DE CORREÇÃO DE SOLOS
A contração ocorre quando o volume final é inferior ao que havia no corte. Se 1m³ de solo
(medido no corte) contrai para 0,9m³ no aterro após compactação, a redução volumétrica é de
10%.
Para saber quanto de terra será necessário cortar para fazer um aterro com 50m³, e
considerando redução volumétrica de 10%, vamos utilizar a seguinte fórmula:
Em que:
Também podemos saber o volume de terra solta a ser transportada usando a mesma taxa de
empolamento de 25%. Basta utilizar, novamente, a fórmula:
Concluímos, portanto, que para fazer um aterro com volume final de 50m³ é necessário escavar
55,55m³e transportar 69,4m³ de terra.
MÃO NA MASSA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 2
Calcular movimentos de terra associados às obras em vias de transporte
CÁLCULO DE VOLUMES
CÁLCULO DA TERRAPLENAGEM
Diversos são os procedimentos de cálculo que poderão ser mobilizados com vistas à
determinação dos volumes de cortes e aterros. Geralmente, os volumes de cortes ou aterros
são calculados para os prismas compreendidos entre duas seções transversais
consecutivas, os quais são denominados interperfis.
O cálculo do volume é elaborado a partir das áreas das seções transversais, pela aplicação do
método da média das áreas:
Agora imagine que existam três seções, , , (exatamente equidistante das outras duas
seções) e . Se d é a distância entre as seções extremas, a fórmula do prismoide é dada por
esta outra fórmula:
Para calcularmos cada uma das áreas das seções transversais, é necessário empregar outras
fórmulas. O caso particular em que a seção é calculada por meio de bases retas é dado pela
fórmula abaixo:
Para a seção de corte, adota-se entre n = 2/3 a n = 1; para a seção de aterro, n = 3/2.
Detalhes de seções de corte (acima) e de aterro (abaixo) e seus parâmetros para cálculos
de áreas.
DISTRIBUIÇÃO DE MATERIAIS
Para decidirmos sobre o projeto de terraplenagem de uma rodovia, é necessário calcularmos
os volumes de cortes e aterros existentes, considerando ainda as classificações quanto à
dificuldade extrativa, os fatores de homogeneização e os critérios para seleção. Entretanto, é
particularmente importante a decisão sobre a distribuição do material a ser escavado, ou seja,
definir toda a origem e o destino dos materiais envolvidos na terraplenagem, seus volumes, sua
classificação e as correspondentes distâncias médias de transporte.
Em que:
Por outro lado, em terraplenagem, define-se como momento de transporte o produto do volume
escavado pela distância segundo a qual esse volume é transportado. O numerador da
expressão do cálculo de DMT indica, então, o momento de transporte total de distribuição:
ATENÇÃO
O custo de construção de uma rodovia depende, dentre outros fatores, da forma como a
distribuição de material é realizada. Assim, o projeto de terraplenagem deverá indicar a melhor
distribuição de terras, de sorte que a distância média de transporte e, consequentemente, o
custo das operações de terraplenagem sejam reduzidos a valores mínimos.
Para isso, é necessário recorrer a métodos gráficos para se atingir uma adequada distribuição
de materiais na terraplenagem. Sabendo disso, vamos agora aprender o chamado diagrama de
Brückner, junto com as considerações teóricas a seguir.
DIAGRAMA DE BRÜCKNER
A metodologia de Brückner, em termos de sua finalidade e seus respectivos produtos, se
consubstancia por meio da elaboração de instrumentos específicos, compreendendo,
principalmente, o diagrama de Brückner e quadros auxiliares.
4. Registrar a soma das áreas relativas às seções transversais relacionadas a cada par de
estacas sucessivas, na coluna devida.
6. Calcular os volumes pertinentes à execução dos cortes e aterros, multiplicando a área das
seções e a semidistância correspondente a cada um dos pares de estacas sucessivas.
Referente aos cortes, o volume geométrico (total) de cada componente deve ser calculado pelo
método de média das áreas, sendo posteriormente distribuídos nas três categorias de
materiais. Relativamente aos volumes de aterro, o fator de empolamento deve, igualmente, ser
determinado por meio dos estudos geotécnicos, sendo que, ordinariamente, esses fatores se
situam entre 1,20 e 1,30.
7. Registrar valores de compensação lateral, colocando-se a soma algébrica dos volumes de
cortes e os volumes de aterro, atribuindo-se a estes últimos o sinal negativo.
As ordenadas de Brückner calculadas são plotadas em gráficos, geralmente sobre uma cópia
do perfil longitudinal do projeto. Nas abcissas, é marcado o estaqueamento. Os pontos
marcados são unidos por uma linha que sintetiza o diagrama de Brückner.
A distribuição de terras deve ser feita pela escolha criteriosa de linhas horizontais de
compensação (LT) que interceptam ramos ascendentes (cortes) e descendentes (aterros).
TEORIA NA PRÁTICA
(Adaptada de Antas et al, 2010) Vamos analisar, a seguir, as ordenadas do diagrama de
Brückner:
0 1000 60 600
Estaca Volume (m³) Estaca Volume (m³)
10 1400 70 400
20 1600 80 400
30 1600 90 600
Calcule o número de cortes e de aterros que ocorrerão no trecho de solo cujas ordenadas do
diagrama de Brückner estão descritas acima, assim como seus respectivos volumes.
RESOLUÇÃO
DIAGRAMA DE BRÜCKNER
Vamos nos reportar sempre à sequência definida no tópico Diagrama de Brückner, que
estudamos. Neste caso, já temos os volumes de cada estaca, então não é necessário
seguirmos os passos de 1 a 8.
Assim, vamos utilizar uma planilha eletrônica para plotar o gráfico entre as estacas 0 a 110 da
rodovia.
Do gráfico, temos um ramo descendente (da estaca 20 à estaca 80), com um aterro de 1200m³,
e dois ramos ascendentes (da estaca 0 à estaca 20; da estaca 80 à estaca 100) com cortes de
600m³ e 300m³, respectivamente.
Agora, vamos utilizar o diagrama para encontrar os trechos a serem compensados. Vamos
estudar de novo o diagrama abaixo:
Elaborado por: Giuseppe Miceli Junior.
Sequências de cortes e aterros ou vice-versa são facilmente identificadas como “ondas” que
surgem após traçarmos linhas de compensação horizontais. Essas “ondas” possuem um trecho
ascendente e outro descendente.
Olhando o gráfico acima, podemos traçar duas linhas de compensação: uma na ordenada
1000m³, nos dois pontos em que cruza o diagrama; e outra na ordenada 700m².
O corte da estaca 0 até a estaca 25 de 600m³ vai ser compactado no aterro da estaca 25
até a estaca 50.
O corte da estaca 75 até a estaca 110 de 300m³ vai ser compactado no aterro da estaca
55 até a estaca 75.
Há ainda uma quantidade de 300m³ entre a estaca 50 e a estaca 55, que será extraída de
uma caixa de empréstimo para ser aterrada e compactada.
MÃO NA MASSA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 3
TIPOS DE DRENAGEM
DRENAGEM SUPERFICIAL
A forma que esse impedimento pode ocorrer é pela construção de vários dispositivos de
drenagem, por exemplo, de canais para coleta de remoção. Tais dispositivos podem ser
divididos em dois tipos:
Drenagem superficial
Destina-se a coletar as águas superficiais que atingem ou que possam atingir a obra (iremos
estudar neste módulo).
Drenagem profunda
Aquela que se destina a coletar as águas que estão infiltradas dentro dos taludes e das obras
de terra (iremos estudar no próximo módulo).
Em uma drenagem superficial feita em uma rodovia, podemos citar os seguintes dispositivos:
Sarjetas de pé de corte
Descidas d'água
Saídas d'água
Caixas coletoras
Bueiros de greide
Dissipadores de energia
Escalonamento de taludes
Corta-rios
Ilustração dos tipos de drenagem. Setas finas e pretas representam as águas superficiais;
setas brancas e espessas, as águas subterrâneas.
DISPOSITIVOS DE DRENAGEM
SUPERFICIAL
Neste módulo, vamos apresentar um pouco de cada dispositivo de drenagem superficial, mas
centralizamos nosso estudo sobre as sarjetas de corte e de aterro. Vamos conhecer também os
principais cálculos necessários de capacidade hidráulica.
SARJETAS DE PÉ DE CORTE
O objetivo da sarjeta de pé de corte ou simplesmente sarjeta de corte é captar as águas que se
precipitam sobre a plataforma, os taludes de corte e as banquetas. Elas conduzem as águas
longitudinalmente à via de transporte, ao canal ou à crista do talude, até o ponto de transição
entre o corte e o aterro. Na imagem a seguir, vemos a diferença entre uma sarjeta de corte
triangular e outra trapezoidal.
DESCIDAS D´ÁGUA
As descidas d'água objetivam conduzir as águas captadas por sarjetas e por valetas de corte e
de aterro. Nas descidas d’água localizadas em cortes, o objetivo principal é conduzir as águas
das valetas quando atingem seu comprimento crítico, ou de pequenos talvegues, desaguando
em uma caixa coletora ou em uma sarjeta corte.
Nas descidas d’água localizadas em aterro, da mesma forma, as descidas d'água conduzem as
águas das sarjetas de aterro quando é atingido seu comprimento crítico, e, por meio das saídas
d'água, desaguando no terreno natural.
Exemplo de projeto-tipo de descida d´água. À esquerda, corte longitudinal; à direita, a
seção transversal em meia cana de concreto. Note a necessidade de um dissipador de energia
ao pé da descida para quebrar a energia no fluxo de água.
SAÍDAS D´ÁGUA
As saídas d'água são dispositivos de transição destinados a conduzir as águas coletadas pelas
sarjetas de aterro lançando-as nas descidas d'agua. Podem ainda se dar em um único sentido
ou em dois sentidos, como você pode perceber nos exemplos a seguir.
Exemplo de entrada d’água em um sentido apenas.
Para descobrir a descarga de projeto, calcula-se a contribuição por metro linear da rodovia pela
aplicação da chamada fórmula racional, que é apresentada a seguir:
Em que:
Em que:
A capacidade hidráulica máxima da sarjeta é dada por uma fórmula derivada da fórmula de
Manning. Veja:
Em que:
Raio hidráulico ( ) é a relação entre a área molhada e o perímetro molhado de uma estrutura
de drenagem.
RESOLUÇÃO
Área molhada é toda área da seção transversal da estrutura de drenagem molhada. Nesse
caso, temos:
O raio hidráulico é o quociente entre a área molhada e o perímetro molhado. Assim, temos:
MÃO NA MASSA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
MÓDULO 4
DISPOSITIVOS DE DRENAGEM
SUBTERRÂNEA
Para se compreender melhor esse esforço de drenagem, bastar raciocinar que a água das
chuvas possui geralmente dois destinos: parte escorre sobre a superfície dos solos e parte se
infiltra, podendo formar lençóis freáticos subterrâneos. Claro que isso pode variar com a
permeabilidade do solo: se um solo for arenoso, mais permeável ele será; o contrário ocorrerá
com um solo argiloso, que será menos permeável. A água, entretanto, pode ascender
capilarmente dos lençóis freáticos para posições mais próximas da superfície. Essa ascensão,
chamada de “franja capilar”, tem uma influência que deve ser eliminada ou reduzida pelo
rebaixamento dos lençóis freáticos. Agora você sabe o porquê de se realizarem ensaios com
piezômetros para definir o nível d´água dentro do solo.
ATENÇÃO
É necessário se manter o lençol freático a profundidades de 1,50 a 2,00 metros do subleito das
rodovias, dependendo do tipo de solo da área considerada.
Os recursos utilizados para resolver os problemas causados por essa água de infiltração
incluem os seguintes dispositivos:
Drenos profundos
Drenos espinha de peixe
Valetões laterais
Colchão drenante
DRENOS PROFUNDOS
Trata-se de dispositivos que devem ser instalados em locais em que o lençol freático esteja
mais aflorado e que necessite sofrer operações de rebaixamento. Geralmente, estão na
proximidade de acostamentos e a 1,50 metros, no mínimo, do pé de taludes de corte, para que
não surjam futuros problemas de instabilidade nessas contenções.
Os drenos profundos podem também ser instalados sob os taludes de aterro em duas
situações:
Exemplificando
Suponha que uma ferrovia é lançada sobre um corte em rocha, ou seja, uma camada
impermeável. Entenda que a chuva atingirá tanto a via permanente como as outras camadas
do pavimento, que são permeáveis. Assim, para evitar que a água fique acumulada sobre o
corte e então atinja o lastro da ferrovia, é obrigatório que se instalem drenos profundos, de
modo a possibilitar que a água da chuva seja drenada para outras regiões.
Em algumas situações, não são colocados tubos no interior dos drenos. Nesses casos, eles
são chamados de drenos cegos.
Esses drenos são escolhidos quando as áreas a serem drenadas são grandes, sejam elas
pavimentadas ou não. Em geral, são utilizados em série e em sentido oblíquo, tomando como
referência o eixo longitudinal da área a ser drenada.
Detalhe de um dreno em espinha de peixe e do fluxo de água que passa por eles.
Os drenos espinha de peixe não atingem grandes profundidades, e por conta disso não utilizam
tubos. Esse tipo de dreno pode ser projetado para terrenos que receberão taludes de aterro e
locais cujo lençol freático estiver próximo à superfície, ou também quando o solo natural da
área for impermeável, devido à sua constituição.
VALETÕES LATERAIS
A tecnologia do valetão lateral, quando aplicada em regiões planas, exerce dupla função sem
dificuldade, pois pode trabalhar tanto como sarjeta quanto como dreno profundo. A
recomendação é de que haja o revestimento do canal com gramíneas.
A eventual necessidade de executar um trecho rodoviário com aterros sobre depósitos de solos
moles, tais como siltes ou argilas orgânicas, argilas sensíveis e turfas, pode representar
problemas de solução difícil e onerosa. A fim de reduzir os custos de implantação, deve-se
realizar cuidadoso exame do assunto na fase de projeto. Entre a extensa gama de soluções
possíveis de utilização, que vão da remoção do solo por escavação ou deslocamento até as
técnicas construtivas, ou seja, velocidade de construção controlada, pré-adensamento, bermas
estabilizadoras etc., aparecem os drenos verticais de areia, os drenos cartão e os drenos
fibroquímicos.
COLCHÃO DRENANTE
Na base dos aterros onde houver água livre próxima ao terreno natural.
Em que:
é a declividade do dreno.
TEORIA NA PRÁTICA
Calcule a espessura de um colchão drenante por onde passa uma vazão de 216l/h, que será
constituído por um material com k = 0,04m/s e que terá uma inclinação de 1%. Por
aproximação, considere que o colchão será retangular e que a pista tem 6m de largura.
RESOLUÇÃO
CÁLCULO DE UM COLCHÃO DRENANTE
Temos:
= 0,01
= 0,04m/s
Então, temos:
Atenção! Para visualização completa da equação utilize a rolagem horizontal
H = 0,025m = 25mm
Atenção! Como vimos em nosso estudo, uma seção transversal geralmente possui a forma
trapezoidal. Por aproximação, neste problema, a forma da seção será retangular.
MÃO NA MASSA
VERIFICANDO O APRENDIZADO
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste conteúdo, aprendemos os aspectos relacionados à terraplenagem e drenagem de
rodovias, assuntos importantes no contexto de um projeto de estradas.
Conhecemos a maior parte dos dispositivos de drenagem superficial e profunda que podem ser
empregados em rodovias e, por fim, assimilamos aspectos importantes do ponto de vista
hidráulico, como os cálculos da área molhada e do perímetro hidráulico, bem como a vazão a
ser calculada por meio da fórmula de Manning.
PODCAST
Ouça um resumo sobre o conteúdo abordado feito pelo especialista Giuseppe Miceli Junior.
REFERÊNCIAS
ANTAS, P. M. et al. Estradas - Projeto geométrico e de terraplenagem. Rio de Janeiro:
Editora Interciência, 2010.
EXPLORE+
Caso você deseje conhecer sobre os outros dispositivos de drenagem existentes, procure
consultá-los na seguinte publicação:
Agora, se seu interesse for terraplenagem e equipamentos, pode ser bastante útil visitar sites
de fabricantes de equipamentos. Destacamos o site da Caterpillar para conhecer mais sobre os
equipamentos e as funções de cada um deles!
CONTEUDISTA
Giuseppe Miceli Junior