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2.1.1.3 Corte

Os cortes ocorrem onde a implantação da faixa terraplenada requer a escavação do


terreno natural. Os equipamentos para a execução do corte devem ser escolhidos de maneira
racional, possibilitando a execução dos serviços de acordo com as condições específicas e com
a produtividade necessária. Para o corte em solo, utilizam-se tratores equipados com lâminas,
escavo-transportadores, ou escavadores conjugados com transportadores diversos. Pode-se
complementar com a utilização de tratores e moto-niveladores para escarificação2. O corte em
rocha emprega perfuratrizes pneumáticas ou elétricas para o preparo das minas explosivas,
tratores equipados com lâmina para a limpeza, e carregadores conjugados com transportadores
para remoção do material extraído. O corte em solos orgânicos, turfa ou similares, utilizam-se
retroescavadeiras e escavadeiras com implementos quando necessário (DNIT, 2009c).

2.1.1.4 Empréstimos

Os empréstimos são áreas definidas em projeto, ou selecionadas, onde serão retirados


materiais, por meio de escavação, para serem utilizados em segmentos de aterro. Essas áreas
são necessárias para suprir a deficiência ou insuficiência de materiais obtidos dos cortes (DNIT,
2009d).

2.1.1.5 Aterro

Segmentos cuja a execução requer o depósito de materiais trazidos de cortes e/ou de


empréstimos para a faixa terraplenada. Os equipamentos empregados podem ser tratores de
lâmina, escavo-transportadores, moto-escavo-transportadores, caminhões basculantes, moto-
niveladoras, rolos lisos, de pneus e pés de carneiro, estáticos ou vibratórios. De maneira geral
a sua execução se dá pela descarga de material, espalhamento em camadas, homogeneização,
umedecimento ou aeração e compactação, repetindo-se o processo até atingir a cota de projeto
DNIT (2009e).

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Utiliza o escarificador, definido pela NBR 6141 (1997, p.4) como “Implemento constituído de dentes,
destinados à abertura de sulcos e desagregação de terra e outros materiais, podendo ser de montagem dianteira,
central, traseira ou rebocado”.
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2.1.1.6 Materiais de escavação

Segundo DER/SP, (2006); DNIT (2017d), os materiais de escavação são classificados


com as seguintes definições:
Material de 1ª categoria: Compreende a terra em geral, piçarra ou argila, rochas em
estado de decomposição adiantado e seixos com diâmetro máximo de 15cm. Estes materiais
normalmente são escavados por tratores escavo-transportadores de pneus, empurrados por
tratores de esteiras ou por escavadeiras hidráulicas. Não requer o uso de explosivos.
Material de 2ª categoria: rochas com resistência à penetração mecânica menor que a
do granito ou rocha sã, piçarras, isto é, material granular constituído por fragmentos de rocha
alterada ou fraturada, composto geralmente por areia e silte provenientes da decomposição da
rocha, compreende rochas com volume inferior a 2,00 m³ e matacões de diâmetro compreendido
entre 0,15 m e 1,00 m, cuja extração se dá pela combinação da utilização contínua de
equipamento de escarificação, constituído por trator de esteira escarificador de somente um
ripper, podendo ser requerido o uso de explosivos.
Material de 3ª categoria: rochas com resistência igual ou superior à do granito para a
penetração mecânica, ou seja, rocha sã, matacões maciços e rochas fraturadas de volume acima
de 2,00 m³, a extração só é possível com a redução em blocos menores, exigindo o uso contínuo
de explosivos ou outros dispositivos para desagregação da rocha.
Solo mole ou material brejoso: abrange os solos com teor de umidade elevado, tanto
os localizados acima ou abaixo do nível d’água, que não apresentam capacidade de suporte para
apoio direto dos equipamentos de escavação, quando em seu estado natural. Para sua escavação,
a escavadeira deve estar apoiada fora da área de remoção, em aterros ou estivas para dar suporte
adequado ao equipamento.
Para Ricardo e Catalani (2007), a importância de se classificarem os materiais em
diferentes categorias, provém do fato de que eles oferecem diferentes dificuldades ao desmonte,
variando a quantidade de tempo e a intensidade de operação demandada pelos equipamentos,
ocasionando maiores custos de escavação, assim, diferentes categorias corresponderão à preços
unitários de escavação variados.
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2.1.1.6.1 Contração do solo

A quantidade de terra lançada no aterro e compactada mecanicamente, geralmente terá


um volume final menor daquele volume que ocupava no corte. A essa redução volumétrica
denomina-se contração. Este fenômeno é influenciado pela umidade, tipo e espessura do
material e o tipo de equipamento empregado na compactação, em termos de volume a
compactação é determinada pela Equação 1 (MATTOS, 2007).
Equação 1: Fator de contração do solo
Va
FCo = (1)
Vc

Onde,
FCo: fator de contração;
Va: volume compactado no aterro (m³);
Vc: volume medido no corte (m³).

Deve-se ter cuidado para não confundir o fator de contração com a percentagem de
compactação especificada para a densidade do aterro, que é determinada por meio de ensaios
como o de Proctor ou índice California Bearing Ratio (CATERPILLAR, 2009).

2.1.1.6.2 Empolamento

Os solos são compostos de partículas com um líquido (normalmente água) e ar nos


espaços vazios. Estas partículas geralmente estão livres para se deslocarem. Podem ocorrem
casos de pequena cimentação, mas em um grau muito inferior do que nos cristais de um metal
ou de um concreto. O comportamento do solo está diretamente relacionado ao movimento de
suas partículas (PINTO, 2009).
O material ao ser escavado, se fragmenta em partículas de diferentes tamanhos
formando vazios de ar em seu interior, reduzindo assim o peso por volume de material, o que
pode-se traduzir por alteração de volume, então, ao determinar o volume de material, deve-se
considerar o seu estado no processo de terraplenagem, então temos três medidas de volume de
solo, um volume para o material em estado natural no corte, outro para o material que foi

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